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Caldeirão da Bolsa

CoronaVirus, panico justificado...?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por pepe7 » 10/1/2021 23:43

djovarius Escreveu:Pepe 7,

O caso do teu amigo é um símbolo de muitos, era a isso que eu me referia.
Só tens de lhe dizer para ir (ao privado, pois então) à consulta da especialidade.
Se já foi, o mais provável é ter que fazer uma espirometria e, provavelmente, terá de usar "bombas" para ajudar a respirar.dj


Felizmente não vai necessitar do que mencionas acima.
Como é óbvio vou clarificar melhor a situação.
O meu amigo é amigo e colega de trabalho do meu irmão, quem me relatou a situação/estado foi o meu irmão.

Entretanto, hoje tive o cuidado de ligar ao meu amigo, alias já estava para o fazer, para perceber o ocorrido e o seu estado de saúde.
Como já tinha referido esteve 4 dias de cama com sintomas, febre, etc., depois melhorou, após o isolamento voltou ao dia a dia.
No entanto, ao praticar desporto sentiu algumas (ligeiras) dificuldades respiratórias, em repouso tinha algum desconforto. Os sintomas mais frequentes era fraqueza/fadiga muscular e dores de costa. Após efectuar os exames "básicos" aos pulmões e analise por parte de especialista, informou que estava tudo dentro do normal. Decorridos 3 meses após infectado, diz que já melhorou, mas que ainda não se sente restabelecido, isto é a 100% como se sentia antes de infectado. Persiste a fraqueza/fadiga muscular e dores de costa. O que o médico disse é que é "normal" nesta fase, vai gradualmente restabelecer. Para estar atento.

De qualquer das formas, sendo desportistas e saudável, que não esteve hospitalizado, recorridos 3 meses ainda não está a 100%. O Pai que tem mais do dobra da idade, teve covid e nada se passa, aparentemente está bem. Se não está a 100% e não foi hospitalizado, imagem quem precisa de ser internado e passa pelos UCI, como será o tempo de recuperação e sem saber se vai ter ou não sequelas...

Logo, peço desculpa pelo informação menos precisa, algo "exagerada" neste caso, ainda bem que assim é, e espero que a situação evolua favoravelmente.

Mas por exemplo noutros casos, tenho informações concretas,alias que já expus aqui, de pessoas infectadas na primeira vaga, em que já há estudos efectuados em Portugal, de evidencias de sequelas neurológicas.
Abraço,
Pepe

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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por djovarius » 10/1/2021 15:44

Pepe 7,

O caso do teu amigo é um símbolo de muitos, era a isso que eu me referia.
Só tens de lhe dizer para ir (ao privado, pois então) à consulta da especialidade.
Se já foi, o mais provável é ter que fazer uma espirometria e, provavelmente, terá de usar "bombas" para ajudar a respirar.

Aqui também já me falaram de um caso semelhante. Segundo o que dizem por aí, esse vai ser dos grandes problemas que vão perdurar, sabe-se lá por quanto tempo. Se for crónico, é muito mau, mesmo para os serviços de saúde.
Esperemos que as mazelas vão passando :|

Abraço

dj
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Peterams » 10/1/2021 3:43

Olá pepe7

Sugiro que leias a entrevista ao Dr. Jorge Torgal colocada por mim alguns posts atrás.

Ele endereça nas suas declarações os pontos que referes, indicando as medidas a tomar por forma a minimizar o impacto na sociedade. Demonstra ainda especial preocupação com o número de mortes não Covid, as quais estão em números preocupantes, e as quais resultam de diversos fatores nomeadamente a falta de apoio aos idosos e a falta de foco nas medidas dirigidas aos lares. Adicionalmente, refere alguns exemplos concretos dos efeitos nefastos dos confinamentos na população, especialmente na população mais idosa, do seu ponto de visto.

Em mensagens atrás referi outros efeitos igualmente nefastos na restante população.

Todos concordamos que medidas devem existir e que devemos todos contribuir. Aqui a questão é quais as medidas certas, que minimizem o impacto em todos, e que minimizem as mortes Covid e não Covid.
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por pepe7 » 10/1/2021 2:02

Peterams Escreveu:
pepe7 Escreveu:Não há forma de parar... :( , mas infelizmente era expectável e uma realidade.

EUA registam máximo diário de mortes devido à Covid-19 pelo segundo dia consecutivo
https://www.tsf.pt/mundo/eua-registam-m ... 04388.html


Claro que não há forma de parar, tal como não há forma de parar a propagação do virus da gripe todos os anos, mas mais uma vez ninguem pensa nisso e andamos completamente obcecados com as 500 noticias sobre Covid que saem nos media.


Coloquei a noticia face ao estado de situação actual pelo Mundo fora, de algo real e preocupante, tanto leio noticias sobre a Pandemia como outros temas, mas este é particularmente importante para mim, e se todos(população) estivessem atento, interessados, perceber o problema de forma prevenir para evitar a sua evolução, seria importante para todos e não estarmos como estamos...dúvida é que parte a população se preocupe em tal, em cumprir e aplicar, mas sim noutras coisas...mas admito que não é assim tb fácil...pois os hábitos, etc para muita gente é difícil de alterar...mas deviam fazer por isso...sinceramente o relaxamento em determinadas alturas é grave...e não vejo pelo que observo assim tanto "medo", sei é que quanto menor for o contágio exponencial, se for "moderado", melhor é para todos nós, isso sim.

Mas há países que conseguem controlar, nomeadamente asiáticos (poderemos é não os dados reais de alguns).
Mas por exemplo macau, entre outros conseguem e só ficam a ganhar, pois lá conseguem controlar a Pandemia e o numero de infectados, os que conseguem, evita tomada de medidas e mais medidas e a economia não pára, mas certamente não será ainda como no pré-covid.

Porquê que não há forma de parar?
Esta frase diz tudo :
Ulisses Pereira Escreveu:Se toda a gente fosse responsável não era preciso haver medidas. Mas infelizmente, sabemos como é a realidade.

http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?f=3&t=90128&start=7575#p1612262



Peterams Escreveu:A propagaçao do virus da gripe, assim como o Sars Cov 2 tem mais incidencia nos periodos mais frios e secos / ou quentes e humidos. Propaga-se mais facilmente e o povo está mais fragilizado. Daí que é natural que se estejam a assistir tantos internamentos nesta altura.


Penso que ainda é cedo (não faz sentido) para se falar sobre impacto da gripe sazonal , isto é, estar a atribuir aos internamentos actuais como sendo por gripe, tendo em conta os estudos de nove semanas de monitorização da gripe, apesar de ainda ser relativamente cedo para se saber o que vai verdadeiramente acontecer...e ainda estamos no inicio de janeiro e tenho fevereiro/março.
Mas com as medidas actuais, nomeadamente uso de máscara, etiqueta respiratório, higienização das mãos, uso de máscara) e não sendo tão contagioso como o vírus SARS-CoV, porventura podemos não ter uma gripe sazonal com baixa taxa de incidência, o que seria o menos mal, tendo em conta a Pandemia atual.

Gripe continua com taxa de incidência zero, nove semanas após início da época gripal

É de esperar época menos intensa do que em anos anteriores. Há apenas casos pontuais. Vários factores contribuem para baixa taxa de incidência, mas isso não significa que a gripe não venha a ter impacto no início do próximo ano.
A gripe pouco se fez notar até agora, mas ainda é cedo para dizer o que vai acontecer, alertam os especialistas. Por isso, embora seja de esperar uma época gripal menos intensa do que em anos anteriores, é preciso manter todos os cuidados para evitar que maior pressão possa recair sobre os serviços de saúde no início do próximo ano. Entre eles estão o uso de máscara e a desinfecção das mãos, medidas de prevenção para a transmissão do SARS-CoV-2, mas que também ajudam a combater a gripe e outros vírus respiratórios.

Das nove semanas de monitorização da gripe – desde que teve início a época gripal –, em apenas três relatórios semanais do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa) houve registo de casos pontuais de gripe. Números tão baixos que não fizeram a taxa de incidência sair da chamada “zona basal”, ou seja, aquela em que é considerado que há ausência de actividade gripal. Por esta altura, no ano passado, o vírus da gripe começava a entrar na zona de actividade baixa.
O último relatório de monitorização da gripe do Insa, publicado na quinta-feira (período entre 30 de Novembro e 6 de Dezembro), refere uma taxa de incidência de zero por cem mil habitantes, assim como o anterior. Porém, salienta-se nos relatórios que “este valor deve ser interpretado tendo em conta que a população sob observação foi menor do que a observada em período homólogo de anos anteriores”.

Também no que diz respeito a consultas por síndrome gripal nos centros de saúde, em todas as regiões do país o registo está na zona basal. Apesar de os hospitais notificarem casos de infecção respiratória, provocados por vários vírus, até ao momento apenas dois doentes com gripe foram internados em cuidados intensivos.

“Não podemos tirar já conclusões sobre a época gripal, ainda estamos numa fase precoce”, diz ao PÚBLICO Cátia Caneiras, da Comissão de Trabalho de Infecciologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. “Embora se preveja uma menor actividade gripal do que no ano passado, espera-se um aumento em relação ao que está agora”, salienta a especialista, que recorda que “no ano passado o pico da gripe aconteceu na terceira semana de Janeiro”.
A redução da actividade gripal, acrescenta Filipe Froes, pneumologista e coordenador do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a Covid-19, já era de alguma forma esperada, tendo em conta o que aconteceu no Inverno do hemisfério sul. Além de salientar a possibilidade de um “início de actividade gripal mais à frente no tempo”, destaca outros factores que podem explicar o baixo registo de casos de gripe e um eventual pico mais tardio.
Temperaturas mais baixas
“As temperaturas mais baixas só se começaram a registar agora e este ano temos medidas de distanciamento social e de intervenção não farmacológica, como o uso de máscaras e desinfecção das mãos, que fazem diminuir a circulação do vírus”, explica Filipe Froes, que deixa um aviso: “Não podemos dizer que não vamos ter gripe e termos uma surpresa que venha agravar mais a sobrecarga sobre os serviços de saúde. Não podemos atenuar comportamentos nem minorar medidas de prevenção.”

“A implementação generalizada de medidas de controlo de infecção – o uso de máscaras, mais lavagem das mãos – protege para a SARS-CoV-2, para a gripe e para outros vírus respiratórios. São medidas que são comuns e são das mais eficazes no controlo de infecções, sejam virais sejam bacterianas”, reforça Cátia Caneiras, acrescentando que se “deve continuar a manter estas medidas. “Protege a nossa saúde e a dos outros, não só para a covid, mas também relativamente à gripe.”

A especialista destaca também o efeito da vacina da gripe. “Pelo segundo ano consecutivo temos uma vacina tetravalente, que garante maior abrangência dos serotipos [dos vírus da gripe] em circulação. Já na época gripal 2019/20, comparativamente com a época anterior, tivemos uma intensidade mais baixa”, explica. Este ano, a vacinação foi dividida em duas fases, a primeira elegendo como prioritários os idosos em lares e profissionais de saúde.
https://www.publico.pt/2020/12/15/sociedade/noticia/gripe-continua-taxa-incidencia-zero-nove-semanas-apos-inicio-epoca-gripal-1942981



Minuto : 10:54 - https://sicnoticias.pt/especiais/coronavirus/2020-12-06-Pedro-Simas-Eu-acho-que-a-gripe-nao-vai-ser-problema-nenhum

"Em relação à gripe, Pedro Simas explica que esta é um vírus sazonal e não pandémico. E com todas as medidas que se estão a tomar para evitar a propagação da covid-19, entende que a "gripe não vai ser problema nenhum".


Peterams Escreveu: Escusam de diabolizar natais e anos novos.


Estar a desvalorizar e ignorar as consequências do ocorrido no natal e passagem de ano, ao dizer "diabolizar" , é não ter a noção da realidade actual, pois a tradição de natal e passagem de ano são reencontros e confraternização entre familiares, amigos que não se encontram há muito tempo e durante o ano, imenso contacto social, algo que o vírus "gosta", não tem nada de distanciamentos social, tal como o problema do estar sentados há mesa a degustar, logo nunca pode ser com máscara...
O que está a acontecer e o que vai provocar, infelizmente ´´e sem margens para dúvidas o reflexo de tudo o que se fez no natal e passagem de ano...

Todos foram alertado para tal, sinceramente acho que devia ter sido noutro tom, mas a mensagem foi clara...e até postada aqui no tópico, mas que muitos infelizmente não deram o devido valor, respeito e sentido de responsabilidade, nunca essa época podia ser igual aos outros anos...deveria ser restrita ao seio da família que coabita na mesma casa.

No meu entendimento as medidas no natal deveria ter sido mais apertadas, a questão é se depois as cumprem... :roll:, ao invés tivemos alivio de restrições do qual respeito e entendo pela questão económica..se os governos tem mantido ou apertado as restrições, seja lá qual for o partido...a população vem logo criticar...mas depois o resultado final: mais medidas e provavelmente outro confinamento, tal como estão a aplicar outros países...e este podia ter sido evitado..pela população...depois, uns mais que outros, mas é sempre mau para todos nós...


A 06.12.2020 às 20h15 - Minuto : 9:20 : : https://sicnoticias.pt/especiais/coronavirus/2020-12-06-Pedro-Simas-Eu-acho-que-a-gripe-nao-vai-ser-problema-nenhum "deitar tudo a perder": "isso preocupa-me imenso...neste momento estamos numa segunda vaga que é grande, começou a baixar um bocadinho, mas ainda não encontramos uma estabilidade de um planalto..temos que encontrar um planalto..."
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Peterams » 9/1/2021 23:31

Entrevista de ontem ao Jornal Público de Jorge Torgal (http://www.jorgetorgal.com) ex-direitor do Infarmed até 2012 , professor catedratico da Univ. Nova e com extenso currículo ligado à saude pública, epidemologia e doenças transmissíveis, o qual pode ser consultado no seu site.

Condena a abordagem atual, explicando porque não funcionará e apresenta alternatvas. Já em Outubro passado havia dado uma entrevista ao mesmo jornal.

Entrevista de 8 Jan: https://www.publico.pt/2021/01/08/polit ... de-1945612 / Entrevista de Out 2020: https://www.publico.pt/2020/10/22/socie ... id-1936201

Vamos fechar tudo outra vez?
O confinamento baixará a transmissão da infecção mas não vai resolver aquilo que para mim é o essencial, que é baixar o número de mortos pela doença. Sabemos que a maioria das infecções não provoca doença e, olhando para a mortalidade, sabemos que são aqueles que têm mais de 80 anos que morrem com covid. Não é que a covid os mate: a covid é o factor desencadeante das outras patologias e fragilidades que essas pessoas têm. Podemos confinar, politicamente será difícil fugir a essa decisão, é aquela que os países da Europa na sua generalidade têm tomado com a excepção da Alemanha que tomou medidas bem precisas e localizadas. A força política para que isso aconteça é muito grande. Basta ler os jornais que há dois dias pedem que tudo se feche. E esta é também uma forma de acalmar o medo que se foi instalando. Mas a eficácia do confinamento é muito baixa.

Fechar tudo tem uma eficácia baixa? Porquê?
A eficácia para evitar as mortes é muito baixa. E a mim o que me preocupa é evitar que as pessoas morram. Acho que devíamos tomar medidas diferenciadas. Ando a pedir isso desde Outubro, medidas dirigidas àqueles que têm mais de 80 anos, as que estão nos lares, as que vivem sozinhas e as que as câmaras municipais sabem que vivem isoladas dentro da comunidade urbana. É junto delas que devemos actuar. E por uma dupla razão: estamos a viver uma época de frio e só o frio é um factor de morte muito importante. O frio conjugado com a infecção é exponenciar o risco de mortalidade. Acho que o Governo e os municípios deviam ter capacidade de actuar com medidas directas juntos dos mais frágeis da comunidade, ajudando-os a passar este período, quer com o frio, quer com a alimentação. Confinar não vai ajudar as pessoas a obter os seus alimentos de uma forma normal, nem ajudar a que as famílias lá vão. Por outro lado, é preciso apoiar as instituições. Vemos todos os dias que numa instituição há 50 idosos infectados e 20 funcionários infectados. E quem toma conta dessas pessoas? Onde estão as pessoas para lhes dar de comer, de cuidar delas do ponto de vista da higiene pessoal? Verificar se têm febre, se têm necessidade de oxigénio? Há um conjunto de medidas simples que se devem tomar e não a medida geral de ficar em casa.

Não baixará a mortalidade?
Baixa a transmissão, mas não diminui a mortalidade e isso é muito preocupante. E é preciso ver que estas pessoas têm outra fragilidade da maior importância, a fragilidade social. Eu lembro que há um milhão e novecentos mil portugueses que vivem com pensões de reforma abaixo de 400 euros. Estas pessoas não têm meios para ter aquecimentos eléctricos ou ter funcionários que as apoiem. As câmaras municipais e o Governo podiam e deviam tomar acções directas junto da comunidade. O confinamento vai provocar enormes problemas sociais e pode mesmo ter efeitos contraproducentes na população com menos meios que vive em habitações sobrelotadas. A medida simples de confinamento que é politicamente desejada por muitos – não sei bem porquê, talvez pelo medo – tem consequências económicas muito graves, consequências sociais graves e não resolve aquilo que para mim é o essencial, a mortalidade. Dizem que o confinamento permite baixar a pressão sobre os hospitais. Mas a gente já sabe que os nossos colegas dos hospitais sofrem muitos todos os anos no Inverno. São poucos, as condições de trabalho são difíceis, andaram-se 10 anos a diminuir as camas dos hospitais porque não eram precisas… Mas todos os anos no Inverno, basta ler os jornais do ano passado… A pressão nos hospitais também se diminui agindo a montante, junto dos mais frágeis.

Mas o que se pode fazer para evitar as mortes dos maiores de 80? As câmaras apoiarem as pessoas que vivem sozinhas?
As câmaras podem levar a casa [dos idosos] alimentos, mantas, ver se têm condições para se proteger do frio, dando números de telefone de contacto. As câmaras sabem muito bem como se faz esta acção social. Numa situação de emergência, tem que haver um programa mais decisivo. Tem que ser o Governo a incentivar as câmaras.

As escolas vão ficar abertas, como o senhor já defendeu no passado…
Todos os dados indicam, agora mais do que no passado, que a transmissibilidade nos jovens não é relevante, tem pouco impacto em termos da epidemia. As escolas devem continuar abertas. É um factor de normalização da sociedade. A sociedade não pode estar fechada. Nós não podemos parar a sociedade com medo de um vírus que é letal, mas vemos que a sua letalidade é bem marcada. E tem aumentado nos maiores de 80 anos. A meio de Novembro era de 135 mortes em cada 1000 infectados e no dia 5 de Janeiro era já de 144. A diferença é abissal. Entre as pessoas entre 50 e 59 anos a mortalidade é 4 em cada 1000.

Acha que as eleições presidenciais devem ser adiadas? Não há um risco da população idosa não ir às mesas de voto por medo?
Acho que aquilo que a Comissão Nacional de Eleições disse, que os idosos devem ir votar e voltar para casa, é para apanhar um golpe de frio que os vai matar. Por outro lado, é aumentar o risco do contágio que vai contra a lógica de baixar a contagiosidade em geral com o confinamento. Acho que os idosos são aqueles que mais votam, olhando para os últimos anos. Havendo um problema tão grande de abstenção, ainda vai aumentar mais esse problema. É evidente que estas eleições são particulares, como em todas as outras o Presidente que se recandidata é reeleito. Mas de qualquer modo eu não gostaria de ser reeleito com uma abstenção superior a 50 por cento seja para que for. Acho que se pudessem ser adiadas, poderiam e deveriam ser. Se é constitucionalmente possível…

Pode-se fazer uma revisão constitucional relâmpago…
Isso já não é comigo (risos). Mas do ponto de vista da saúde da sociedade [a realização da eleição a 24 de Janeiro] é um acto que não facilita a saúde pública, principalmente no grupo mais frágil. Se esse grupo seguir as recomendações, não vai votar. Não deve ir votar. Estamos aqui numa contradição: o mesmo Governo que quer proteger os cidadãos, diz-lhes que têm que infringir essa protecção para cumprir um acto cívico. Acho que há aqui uma contradição. A bem da saúde, nada obstaria a que as eleições presidenciais fossem mais tarde.

Agora começámos a vacinação…
Gostava que as pessoas entendessem que as vacinas não vão acabar com o vírus na sociedade. A covid vai continuar por muitos anos. A vacina irá evitar que as pessoas infectadas venham a ter uma doença grave. Vai evitar a morte. É por isso que devíamos pôr como primeira prioridade os maiores de 80 anos e os profissionais de saúde que estão a trabalhar na primeira linha. Não o geral dos profissionais de saúde, esses deviam vir a seguir. Podemos ter 20 mil casos de infecção por dia desde que não haja 100 mortes
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por pepe7 » 9/1/2021 22:00

djovarius Escreveu:Além disso, não se deve esquecer de que não só os óbitos.
Há que evitar infeções a todo o custo, até porque muitos "sobreviventes" vão ficar com comorbidades por muito tempo, isso já se sabe, quiçá para o resto da vida, mas isso ainda não se sabe.
De qualquer maneira, mais pressão no futuro sobre os serviços de saúde que não ocorreria sem a covid-19 - isto ainda é pouco falado, mas deveria ser.


Isto só é inevitável devido à tradicional permissividade deste lado do mundo. Quando tudo parece melhor, pensa-se que está resolvido.

Custa-me a pesquisar na Net e verificar que, por exemplo, o Algarve tem hoje mais casos ativos que a China, Austrália e Nova Zelândia, todos juntos.
Isto não pode ser trivial nem ficar assim sem que se apontem dedos.

Mas aqui não vou entrar só na questão da política, é algo que tem a ver com a sociedade também… :oops:

Abraço

dj


Sem duvida djovarius,

Já se abordou um pouco sobre isso aqui, o Ulisses já falou e não só, tb já coloquei aqui informação sobre as sequelas....
Não é "apenas" os problemas de saúde, o próprio desempenho profissional e pessoal após infectados e os problemas psicológicos, não estou a falar do dito "medo", já há evidencias de perturbações psicológicas e sequelas neurológicas...e não estou só a falar dos que estiveram nos internamentos e UCI, mesmos os assintomáticos e pré-assintomáticos...

Tenho o exemplo de amigo (mas há já diversos casos), esteve 4 dias da cama com alguns dificuldades mas nunca foi hospitalizado, na faixa dos 30 anos, desportistas, cinturão preto judo, personal trainer, saudável e que faz uma alimenta cuidada, passados meses tem ainda dificuldades respiratórios, quer a praticar desporto e mesmos em repouso, e já está a ser acompanhado por especialista. O Pai com 60 e tal anos teve covid e aparentemente está bem...isto para dizer que o vírus não "actua" da mesma forma...algo que ainda não é bem claro quanto aos verdadeiros motivos de tal...os médicos em diversas situações não sabem como vai evoluir a situação clínica dos paciente...mesmo os maior novos...diversas vezes o estado altera-se de tal forma que não sabem o que vi acontecer...isto não é linear...
Dizer que isto só afecta os mais idosos é uma "ilusão"...
E as sequelas não são apenas nas vias respiratórias...
E a questão dos reinfetados...

Doentes continuam com sintomas seis meses após alta hospitalar

A conclusão consta num estudo realizado na China e publicado na revista científica The Lancet.

Um estudo realizado na China, e esta sexta-feira divulgado, revela que a maioria dos doentes covid-19 continuou a ter pelo menos um sintoma seis meses após a alta hospitalar, sendo a fadiga ou a fraqueza muscular o mais apontado.

O estudo, publicado na revista médica britânica The Lancet, inclui dados de 1.655 doentes covid-19 que tiveram alta do Hospital Jin Yin-tan, em Wuhan, na China, onde foi detetada pela primeira vez a infeção, em dezembro de 2019, antes de se tornar uma pandemia.

Os doentes, que tinham em média 57 anos, tiveram acompanhamento após a alta hospitalar, que durou em média seis meses.

Para efeitos do estudo, responderam a um questionário de avaliação de sintomas e qualidade de vida, fizeram exames, testes laboratoriais e um exercício de caminhada de seis minutos.
Adicionalmente, foram feitos novos testes a 94 doentes cujos níveis de anticorpos no sangue tinham sido registados no auge da infeção para um estudo anterior.

De acordo com o estudo hoje publicado, 76,4% dos doentes manifestaram ter pelo menos um sintoma comum da covid-19 passados seis meses sobre a alta hospitalar, com a fadiga ou a fraqueza muscular (62,7%) a ser o mais citado, seguindo-se a dificuldade em dormir (26,4%).

Os autores ressalvam que, pela análise dos dados, não foi possível determinar se os sintomas reportados pelos inquiridos foram persistentes após a infeção, pioraram depois da recuperação ou ocorreram após a alta hospitalar.

O estudo, que pretendeu aferir os efeitos a longo prazo da covid-19, doença respiratória causada por um novo coronavírus, concluiu que os níveis de anticorpos neutralizadores caíram 52,5% ao fim de seis meses nos 94 doentes cuja resposta imunitária tinha sido testada no pico da infeção, "levantando preocupações sobre a possibilidade de serem reinfetados" pelo SARS-CoV-2.

Uma vez que o número de participantes com resultados de testes de anticorpos é limitado, terá de ser considerada uma amostra maior para esclarecer como os níveis de anticorpos neutralizadores do coronavírus da covid-19 mudam com o decorrer do tempo, advertem os autores do artigo, citados em comunicado pela The Lancet.

Testes laboratoriais revelaram, ainda, que a função renal de 107 doentes (entre 822 escrutinados neste campo) piorou após a alta hospitalar (os rins são um dos órgãos afetados pela covid-19).
https://www.tsf.pt/mundo/doentes-continuam-com-sintomas-seis-meses-apos-alta-hospitalar-13211074.html
Editado pela última vez por pepe7 em 10/1/2021 17:16, num total de 1 vez.
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por djovarius » 9/1/2021 20:55

Além disso, não se deve esquecer de que não só os óbitos.
Há que evitar infeções a todo o custo, até porque muitos "sobreviventes" vão ficar com comorbidades por muito tempo, isso já se sabe, quiçá para o resto da vida, mas isso ainda não se sabe.
De qualquer maneira, mais pressão no futuro sobre os serviços de saúde que não ocorreria sem a covid-19 - isto ainda é pouco falado, mas deveria ser.

Isto só é inevitável devido à tradicional permissividade deste lado do mundo. Quando tudo parece melhor, pensa-se que está resolvido.

Custa-me a pesquisar na Net e verificar que, por exemplo, o Algarve tem hoje mais casos ativos que a China, Austrália e Nova Zelândia, todos juntos.
Isto não pode ser trivial nem ficar assim sem que se apontem dedos.

Mas aqui não vou entrar só na questão da política, é algo que tem a ver com a sociedade também… :oops:

Abraço

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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por pepe7 » 9/1/2021 20:52

Já agora...

Os 15 sem Covid-19. Lugares onde a pandemia nunca chegou
Os habitantes destes locais não tem de cumprir confinamentos, usar máscara ou cumprimentar com o cotovelo, mas não quer dizer que tenham uma vida melhor.


Ao chegar à Antártida em dezembro de 2020, o coronavírus atingiu todos os continentes e praticamente todos os países do mundo. Mas ainda há locais que resistem ainda e sempre ao vírus invasor.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, são 15 os territórios com zero casos de Covid-19 até ao momento, a grande maioria ilhas do Pacífico, que ao fechar as fronteiras evitaram a pandemia.

Nos primeiros meses, as Ilhas Cook ainda se preparam para o pior. Com 22 médicos e apenas dois ventiladores para uma população de 17.500 pessoas, o medo instalou-se.

Na ilha mais populosa, Rarotonga, as escolas fecharam e encorajou-se o distanciamento social. No entanto, o tempo passava e não foi registado qualquer caso de Covid-19.

vida voltou ao normal, mas as consequências de manter as fronteiras fechadas desde março do ano passado são pesadas. O turismo contribui em dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) das ilhas Cook, pelo que muitos só têm sobrevivido graças aos apoios do Governo.

O mesmo se verifica nas ilhas de Tonga, Kiribati, Samoa, Samoa Americana, Niue, Micronésia, Nauru e Tuvalu. Ninguém entra e ninguém sai, o que manteve o vírus distância, mas a economia ressentiu-se.

Quanto maior o isolamento, mais facilmente se evita o vírus. É o caso das ilhas de Tokelau e Pitcairn, que não têm quaisquer ligações aéreas, onde o vírus nunca chegou, conta o The Guardian.

Em Koror, a ilha mais populosa e capital económica do arquipélago de Palau, também não se registou qualquer caso de Covid-19, mas com apoio dos Estados todos os habitantes vão receber a vacina da Moderna até ao meio do ano.

No Atlântico, a ilha de Santa Helena parece ter passado ao lado da pandemia, enquanto a Coreia do Norte e o Turquemenistão não reportaram quaisquer contágios à Organização Mindial de Saúde, mas há grandes dúvidas sobre se a verdade está a ser encoberta pelos respetivos regimes.

As Ilhas Salomão quase escaparam à Covid-19 - registam até ao momento apenas 17 casos de contágio, mas 57% das famílias assumem que tiveram de cortar na alimentação devido à perda de rendimentos.

Nas Fiji, com apenas 53 casos de Covid-19, a economia sofreu uma quebra de 20% em 2020 e milhares viram-se obrigados a abandonar empregos no setor do turismo para apostar na agricultura de subsistência.

Já o arquipélago de Vanuatu é o território com menos casos de Covid-19 em todo o mundo: apenas um homem de 23 anos que estivera nos Estados Unidos foi infetado.
https://www.tsf.pt/mundo/os-15-sem-covid-19-lugares-onde-a-pandemia-nunca-chegou-13200274.html

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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por pepe7 » 9/1/2021 20:41

Peterams Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:Vou só dizer que em termos anuais o impacto das medidas em termos de GDP foi relativamente limitado e verificou-se que a economia recuperou bastante rapidamente assim que se aliviaram as medidas.


O PIB desceu cerca de 8% em 2020. Maior queda desde que existe registo na Pordata e por uma grande margem (5% em 1975).


A Suécia não confinou na primeira vaga, aplicou medidas mais suaves, e o que é que ganhou em termos económicos a partir do segundo trimestre de 2020, em comparação com os seus  países vizinhos? Nada!Infelizmente "ganhou", mortalidade...
Penso que podiam ter evitado tal, se levarmos em linha de conta que são um país em tudo similar aos países vizinhos, quer em termos económicos, sociais (hábitos sociais, etc...).

Nº de mortos por milhão de habitantes:
Suécia 624
Dinamarca 133
Finlândia  67
Noruega 56
Fonte:
https://www.worldometers.info/coronavirus/#countries

Em relação ao PIB do 1º trimestre:
em cadeia, ano anterior
Suécia -0,3 0,5
Dinamarca -1,9 0,3
Finlândia 0,1 0,4
Noruega -1,2 0,3

Em relação ao PIB do 2º trimestre:
em cadeia, ano anterior
Suécia -8,3 -7,7
Dinamarca -6,9 -?
Finlândia -4,5 -6,4
Noruega -6,3 -4,7

Em relação ao PIB do 3º trimestre:
em cadeia, ano anterior
Suécia 4,3 -3,5
Dinamarca 4,9 -3,4
Finlândia 2,6 -3,9
Noruega 5,2 ?

Taxa de desemprego em Setembro:
Suécia 9,2
Dinamarca 6,1
Finlândia 8,3
Noruega 5,3 (Agosto)

Fonte:
https://ec.europa.eu/eurostat/documents ... 1ecaca7e8c

https://www.ssb.no/en/knr

https://ec.europa.eu/eurostat/documents ... a5f7502d4e


http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?f=3&t=90128&p=1596992&hilit=dinamarca#p1596992

Suécia perante crise económica profunda apesar de confinamento pouco restrito
A resposta da Suécia à crise da pandemia de covid-19 foi altamente contestada por muitos, já que deixou grande parte da sua economia de portas abertas, ou seja, sem medidas rigorosas de "lockdown". Ainda assim, está a caminho da sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/suecia-perante-crise-economica-profunda-apesar-de-confinamento-pouco-restrito



A economia da Suécia não está mal, mas as dos vizinhos nórdicos estão melhores. O que correu mal na estratégia de Estocolmo?
https://observador.pt/especiais/a-economia-da-suecia-nao-esta-mal-mas-as-dos-vizinhos-nordicos-estao-melhores-o-que-correu-mal-na-estrategia-de-estocolmo/


Já agora, em março tínhamos dados científicos concretos do verdadeiro impacto da mortalidade e em que faixas etárias incidia esta Pandemia?
Penso que não, então imaginem qual seria o impacto na mortalidade na primeira vaga sem confinamento, caso a mortalidade fosse idêntica à pandemia de 1918/19 (gripe espanhola) e com a velocidade de contágio vírus SARS-CoV...
Sinceramente nem sei se cientificamente tal é possível, e espero que tal nunca aconteça.
Mas tal fosse possível e acontecesse em março, o que diria dos inúmeros países à escala mundial que aplicaram o confinamento, se não tivessem feito confinamento no início da Pandemia?
Quem é que queria correr esses riscos, face à incógnita?

Outra questão, se Portugal está como está agora e não só, após praticamente 10 meses de Pandemia, infelizmente, mas é uma realidade, algo expectável face à época natalícia e ano novo, aliás mesmo antes do natal face ao comportamento da população, etc, e com menos medidas que grande parte dos países da  Europa, o que teria acontecido a nós e não só (ao observar o cenário atual e real), nos meses após o início da Pandemia, perante um vírus desconhecido nessa altura, sem as condições atuais nos hospitais (reforço dos profissionais de saúde, aumento da capacidade nos internamentos e UCI, aumento brutal dos profissionais na linha SNS, infelizmente suspensão da atividade não urgente para elevar os planos de contingência, aumento brutal e nunca visto dos equipamentos de proteção individual, etc, etc....infelizmente ainda é "escasso" para o que aí vem, o desejado seria ter melhores condições, mas o problema não deixa de ser global...mas é preciso perceber que as condições atuais não são comparáveis ao pré-covid e aos meses após início da Pandemia. 

Pergunto: O que teria acontecido a Portugal se não tem confinado na primeira vaga, quando à mortalidade nos primeiros meses da Pandemia e à economia, com grande partes dos países a nível mundial em confinamento e dos quais estamos dependentes?
Querem ver que iríamos ter crescimento, a economia a funcionar normalmente, inundada de turistas, etc....??? Pura ilusão...

O Porquê de no Verão já sem confinamento em geral, não tivemos mais turismo, por exemplo no Algarve? Porque os turismos por opção de todas as incertezas não vieram...e porque nomeadamente a Reino Unido fez o que fez...e não foi só UK, obrigar quarentena no regresso...e os turistas não viriam como desejávamos, alias até foi algo injusto("estivemos na lista negra"), pois Portugal na primeira vaga teve bem, quer em termos de infectados e mortalidade. Se nada se tivesse feito e consequentemente muita mortalidade, o que é que os países nos faziam e os turistas vinham??? Mais uma ilusão...


Basta observar o que se passou na Suécia quanto à mortalidade e à economia, e estamos a comparar países totalmente diferentes quer em hábitos sociais (distanciamento, mais disciplinados, etc) e em termos econômicos, pois são uma economia bem melhor que a nossa. 
Entretanto a Suécia já alterou a sua postura...

Peterams Escreveu:Estes confinamentos destruidores do país e da sociedade só agravam cada vez mais a situação portuguesa e europeia. Mesmo considerando a gravidade da situação e confiando em todas as estatisticas há mais soluções possíveis. Confinamentos abrandam taxa de propagaçao mas com enormes repercussões na sociedade, nao so em termos economicos mas em termos de saúde da popupalaçao. E sabem quem sofre mais? Idosos e classes menos favorecidas. Sim, porque a maior franja da populaçao tem de continuar a ir trabalhar e continuar a ficar exposto ao virus, nao pode ficar em teletrabalho.
http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?f=3&t=90128&p=1611440#p1612094

Qual teria sido a sua sugestão para a resolução do problema aquando da primeira vaga, face ao que diz acima?

Digamos que à posterior é uma "pouco mais fácil" opinar...mas face a este problema que assola a Europa e o Mundo, em que diversos países, por exemplo na Europa Ocidental e Sul, não conseguem uma solução para o problema, acabam por optar novamente pela via do dito confinamento "total"...pois os sistemas de saúde não tem capacidade de resposta com o agravamento da situação...aumento exponencial do número de infectados e consequente agravamento do aumento de internamentos e internamentos em UCI e mortalidade...repito este problema é geral, nomeadamente nos países mais afectados...

Sinceramente, duvido que tivesse/tenha essa capacidade, primeiro porque os países mais afectados não conseguem obter solução para o problema com o aumento exponencial do contágio, porque os sistemas de saúde não tem capacidade para tal face a esse aumento, pois por natureza já são "débeis" em geral, nomeadamente nos países mais pobres e não só...
Segundo porque decorridos praticamente 10 meses após inicio da Pandemia na Europa, ainda não tem a noção de como se reflecte na prática o impacto do aumento exponencial de infectados na mortalidade e nos sistemas de saúde.
Peterams Escreveu:O número de casos ativos, apesar de estar em subida, já esteve mais alto, em 15/11. O nº de mortes diárias está em linha com o que se passou em Nov/Dez. Para já, não está mais grave que na altura, em termos de números. No entanto, as pessoas estando mais debilitadas encherão mais as urgências por Covid e outras doenças não relacionadas, também motivo do confinamento on/off que se verifica há 1 ano, que tem um enorme impacto na população.

https://covid19info.live/portugal/

http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?f=3&t=90128&start=7575#p1612268

Apesar de a mortalidade incidir sobre as faixas etárias mais altas (Idosos), não morrem só idosos, e os internamentos e internamentos em UCI não tem só Idosos, enganasse quem pensa assim...passam lá muitas pessoas de faixas etárias mais baixas e jovens, com estados clínicos reservados e graves, outros que requer muitos cuidados e que a qualquer momento o estado clínico pode agravar-se....com uma ruptura do sistema de saúde, acredito que teria implicações na mortalidade de pessoas mais novas, quer por covid e não covid. 

Nota : Nunca fiz confinamento, fez a minha esposa, já tive há muitos anos os meus Pais desempregados ao mesmos tempo, pois trabalhavam na mesma empresa, foram para o desemprego, o meu Pai acabou por emigrou alguns anos, com três filhos ainda crianças, não foi fácil, mas nunca passamos fome, somos da classe baixa, não tivemos o que muitas crianças tiveram e querem ter, e nem falo no que eles tem nos tempos actuais.. .mas tivemos o essencial, sobrevivemos e estamos vivos (excepto a minha mãe, infelizmente) e de saúde, graças aos meus Pais. Portanto tenho sensibilidade para os problemas económicos, mas imenso pela vida humana que não tem "preço" e sem saúde nada somos ...e a vida é só uma, e os idosos tem todo o direito a viver, seja mais 3/5/10/15 anos...
A Pandemia é que está a provocar tudo isto, depois a população não cumpre as medidas, pois pelo que temos observado não tem sido fácil de uma forma ou outra resolver o problema e muito menos num curto espaço de tempo....porque a sociedade não estava/está preparada para isto.
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Peterams » 9/1/2021 14:27

AmigosdaBolsa Escreveu:
Impacto esse que ainda decorre, não é imediato. Quantas medidas estão a decorrer? Os layoffs, moratórias, impossibilidade de cortes nos serviços chamados essenciais. E quando isso acabar?

As desigualdades tenderão a ter um fosso maior (não sei como está agora, mas via-se no pós-queda covid a recuperação do SP500 devido meia dúzia de empresas em claro contra-ciclo das restantes).

Espero estar enganado, mas o pior ainda está para vir. E quem fala que somos dos que temos medidas menos restritivas, também seremos dos menos capacitados a conseguir suportar e dar essa ajuda. Na Alemanha ajuda do governo as empresas que foram obrigadas a fechar foi superior ao que as empresas conseguiriam se tivessem a laborar pois não tiveram em consideração o custo de estar aberto. É para quem pode.


Tens toda a razão. Quando isso acabar, Portugal foi-se, sobrarão as grandes empresas e grupos económicos que tiveram solidez para sobreviver ou que beneficiaram disto (como a grande distribuição).

Entretanto, as classes mais altas, que por acaso até são aquelas que mais podem fazer teletrabalho, continuam protegidas. As classes mais baixas, ou têm de continuar a ir trabalhar para fábricas por exemplo, ou são colocadas em casa em layoff ou com despedimento resultado disto tudo.

O exemplo da Alemanha é um bom exemplo pois tendemos a comparar as medidas mas esquecemos as contrapartidas. Se obrigam tudo a fechar mas pagam em concordância, tiram com uma mão mas dão com a outra, não tem comparação com a realidade portuguesa, onde retiram o tapete aos mais desprotegidos. De qualquer forma, mesmo na Alemanha o GDP cairá (no ano passado) entre 5 e 6%.

Olhar para isto apenas do lado da contaminação coletiva é uma péssima abordagem, além de não funcionar, tem consequências gravíssimas. Há que olhar pelo prisma da resposta dos cuidados de saúde aos infetados.
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Peterams » 9/1/2021 14:16

AmigosdaBolsa Escreveu:
Mas há medidas que também tenho dificuldade em perceber. Fechar o comércio as 13h? Não puder ir para outro concelho?


Essa medida das 13h é um exemplo de medida que toda a gente já entendeu que só prejudica a sociedade mas que continua a ser praticada. Chega e Iniciativa Libeiral já se queixaram da mesma mas os cães ladram e a caravana passa. Não faz qualquer tipo de sentido essa medida.
Editado pela última vez por Peterams em 9/1/2021 14:28, num total de 1 vez.
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por djovarius » 9/1/2021 13:27

Boas,

O que se está a passar é mais um episódio de esperar para ver.
Porque só tomar medidas quando se chega a dez mil casos diários.
Então, em Novembro, após o dia de todos os santos, não se viu logo que era para tomar medidas, quando se saltou para os 7 mil casos???????
Não era óbvio que ia dar barraca, quando em 1 de Setembro havia 231 casos e a 1 de Outubro havia 854 casos ???????

Não era óbvio que era preciso controlo médico nas viagens internacionais logo nessa altura e confinamento de novos casos no país em unidades hoteleiras preparadas para o efeito?????

Isto acabava com o vírus? Não. Mas a ideia era ter uma base de contágio o mais baixa possível no Inverno. Podíamos estar agora em dois ou três mil e não com dez mil. Fazia toda a diferença, até no quadro de medidas restritivas.
Agora querem 15 dias para "achatar a curva". Lá andamos no mesmo.
Eu esperava, patrioticamente, uma comunicação ao país, conjunta, com os líderes políticos do Governo e da oposição a apelar às pessoas para que tomem uma atitude social como se tivessem todos contagiados. Assim, os que têm o vírus e não sentem nada, não sabem, também podem ajudar a travar os contágios.
É possível, mas não com estas desorientações e hesitações. :wall: :wall: :wall: :wall: :wall: :wall: :wall: :wall:

Abraço

dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por AmigosdaBolsa » 9/1/2021 1:32

Peterams Escreveu:Não sei se estaremos a ler o mesmo.

Dizer que "reconheces que as medidas tiveram e estão a ter impacto" mas que "o impacto das medidas no GDP foi relativamente limitado" e que a "atividade económica abrandou de forma variável com fases de recuperação" só posso interpretar como sendo por brincadeira ou desconhecimento. Mas como desconhecimento já percebi que não poderá ser o motivo, tenho de excluir esta hipótese. 8% (que poderão ir até 10%) de quebra é algo nunca visto desde 1960 em Portugal. Todas as crises pelas quais passámos, incluindo os anos da Troika, são um passeio no parque ao lado deste emagrecimento.

O país está parado ao nível de comércio, restauração, turismo, cultura e todas as atividades indiretas. Só não vê quem prefere não ver e/ou quem não estará a sofrer com esta quebra na atividade. Se passassem tantas reportagens sobre os fechos e as quebras de atividade destes negócios, consequentes despedimentos e repercussões na vida/saúde das famílias, como passam das urgências dos hospitais, o povo certamente pensaria duas vezes antes de pedir medidas mais restritivas.


Impacto esse que ainda decorre, não é imediato. Quantas medidas estão a decorrer? Os layoffs, moratórias, impossibilidade de cortes nos serviços chamados essenciais. E quando isso acabar?

As desigualdades tenderão a ter um fosso maior (não sei como está agora, mas via-se no pós-queda covid a recuperação do SP500 devido meia dúzia de empresas em claro contra-ciclo das restantes).

Espero estar enganado, mas o pior ainda está para vir. E quem fala que somos dos que temos medidas menos restritivas, também seremos dos menos capacitados a conseguir suportar e dar essa ajuda. Na Alemanha ajuda do governo as empresas que foram obrigadas a fechar foi superior ao que as empresas conseguiriam se tivessem a laborar pois não tiveram em consideração o custo de estar aberto. É para quem pode.
O autor fornece opinião sem ter em conta os objectivos de investimento de qualquer utilizador privado e não deve ser tido em conta como um aconselhamento de investimento, incluindo, mas não se limitando, às decisões de transacções ou de natureza de gestão de risco. Todas as opiniões apresentadas podem ser alteradas sem aviso prévio.
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por AmigosdaBolsa » 9/1/2021 1:18

Peterams Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:Espero que entendas o tom construtivo da minha resposta...


Entendo e agradeço, apesar de ter um ponto de vista diferente.

Mas não tocaste num ponto que me parece relevante, e que efetivamente não sei se já terá sido abordado atrás no tópico que se refere à possibilidade de eliminarmos o afunilamento das urgências recorrendo a hospitais privados e mão-de-obra de reformados por exemplo. Isto já foi discutido e rebatido?


Foi pouco debatido, sendo que a própria narrativa tem vindo a mudar.

Mas há medidas que também tenho dificuldade em perceber. Fechar o comércio as 13h? Não puder ir para outro concelho?
O autor fornece opinião sem ter em conta os objectivos de investimento de qualquer utilizador privado e não deve ser tido em conta como um aconselhamento de investimento, incluindo, mas não se limitando, às decisões de transacções ou de natureza de gestão de risco. Todas as opiniões apresentadas podem ser alteradas sem aviso prévio.
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por MarcoAntonio » 9/1/2021 1:16

Esquece, peterams, não creio que consigamos comunicar.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Peterams » 9/1/2021 1:14

Não sei se estaremos a ler o mesmo.

Dizer que "reconheces que as medidas tiveram e estão a ter impacto" mas que "o impacto das medidas no GDP foi relativamente limitado" e que a "atividade económica abrandou de forma variável com fases de recuperação" só posso interpretar como sendo por brincadeira ou desconhecimento. Mas como desconhecimento já percebi que não poderá ser o motivo, tenho de excluir esta hipótese. 8% (que poderão ir até 10%) de quebra é algo nunca visto desde 1960 em Portugal. Todas as crises pelas quais passámos, incluindo os anos da Troika, são um passeio no parque ao lado deste emagrecimento.

O país está parado ao nível de comércio, restauração, turismo, cultura e todas as atividades indiretas. Só não vê quem prefere não ver e/ou quem não estará a sofrer com esta quebra na atividade. Se passassem tantas reportagens sobre os fechos e as quebras de atividade destes negócios, consequentes despedimentos e repercussões na vida/saúde das famílias, como passam das urgências dos hospitais, o povo certamente pensaria duas vezes antes de pedir medidas mais restritivas.
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por MarcoAntonio » 8/1/2021 23:57

Assumindo que o valor está correcto, é isso que é parado para ti?

É relativamente limitado para alguém que está a falar de país parado e em suicídios, é este o contexto, muito claramente.

Além disso, qualifico logo a seguir no parágrafo seguinte, onde se percebe perfeitamente que eu não estou a negar que há um impacto económico relevante (estamos todos conscientes disso):

Com isto não estou a dizer que as medidas não tiveram e estão a ter impacto (longe disso) mas ainda ninguém me mostrou de forma minimamente credível que existem alternativas fundamentais que ofereçam perspectivas francamente melhores (do ponto de vista de saúde pública e do ponto de vista económico).

Portanto, se vais descontextualizar e fazer cherry picking, não estamos a debater o que quer que seja, não é?
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Peterams » 8/1/2021 23:54

MarcoAntonio Escreveu:Vou só dizer que em termos anuais o impacto das medidas em termos de GDP foi relativamente limitado e verificou-se que a economia recuperou bastante rapidamente assim que se aliviaram as medidas.


O PIB desceu cerca de 8% em 2020. Maior queda desde que existe registo na Pordata e por uma grande margem (5% em 1975).
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por MarcoAntonio » 8/1/2021 23:34

Peterams Escreveu:Parar o país deveria ser uma não hipótese e todas as outras deveriam ser estudadas, analisadas e debatidas por reais especialistas.


E para rematar, mais linguagem hiperbólica. O país não está parado, nunca esteve (nem nas poucas semanas em que se implementaram medidas extremas e cujo período foi francamente limitado). Isto é linguagem hiperbólica e muito pouco precisa (nesta altura do campeonato, não significa nada para mim, não quer dizer nada em concreto).

Aplicaram-se medidas, existiram restrições, a actividade económica abrandou (de forma variável ao longo do tempo, incluindo fases de recuperação). Isto não é parar o país, pelo menos no meu dicionário. Nem para Março/Abril aplicaria isso dado que tanta e tanta coisa continuou a funcionar...
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por MarcoAntonio » 8/1/2021 23:24

Peterams Escreveu:Sei que isto daria para páginas de discussão mas se calhar as páginas de discussão deveriam ser precisamente em torno disto, visto que as consequências vindouras que se sentirão nos próximos anos serão resultado dos lockdowns e seus resultados diretos e indiretos. Recordo que, em Portugal, no ano passado houve um excesso de cerca de 15 mil mortes, sendo 7 mil das quais atribuidas ao Covid. E as restantes?


Em larga medida, já ocorreu. Podes reacender o debate, és livre de o fazer, mas é só para te alertar...


Peterams Escreveu:Consenso cientifico existe quando opiniões divergentes da principal são limitadas e insignificantes.


Existe sempre divergência de opinião na comunidade científica. Este caso não é diferente de muitos outros, se realmente sentires apelo por estas posições e passares bastante tempo a ler sobre elas, parecer-te-á que são em número muito significativo. Mas, só para citar um exemplo, em resposta a esse documento escrito por três especialistas, surgiu outro por 80 especialistas bem credenciados em resposta. E outras instâncias do género já ocorreram também. Volto a dizer que isto per se não prova nada, mas estás a falar de uma minoria.


Peterams Escreveu:Pondo de parte a discussão sobre a gravidade da situação e do vírus, a discussão a ter deveria ser precisamente sobre alternativas ao suicídio público que est´á a ser feito e será intensificado nos próximos dias.


Esta linguagem é francamente hiperbólica. O que é que defines como "suicídio público" e exactamente como é que mediste de forma credível as alternativas (seja do ponto de vista de saúde pública seja do ponto de vista económico)?

Vou só dizer que em termos anuais o impacto das medidas em termos de GDP foi relativamente limitado e verificou-se que a economia recuperou bastante rapidamente assim que se aliviaram as medidas.

Com isto não estou a dizer que as medidas não tiveram e estão a ter impacto (longe disso) mas ainda ninguém me mostrou de forma minimamente credível que existem alternativas fundamentais que ofereçam perspectivas francamente melhores (do ponto de vista de saúde pública e do ponto de vista económico).
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Peterams » 8/1/2021 23:14

MarcoAntonio Escreveu:É um mau ponto por onde começar e embora levantamente questões relevantes, é um documento bastante problemático. Sugeria que lesses bastantes mais especialistas para teres uma perspectiva mais abrangente. Isto dava para páginas de discussão, mas (sem que isto signifique uma resposta definitiva, o consenso cientifico é relevante) rapidamente descobrirás que a generalidade dos especialistas discorda do tom do documento.


(não vou estar agora a discutir o documento todo mas muitas das questões já forma aqui debatidas e a sua analise e critical pode ser encontrada em diversos locais)


Não foi um ponto de começo. É um dos pontos de vista analisados. Sei que isto daria para páginas de discussão mas se calhar as páginas de discussão deveriam ser precisamente em torno disto, visto que as consequências vindouras que se sentirão nos próximos anos serão resultado dos lockdowns e seus resultados diretos e indiretos. Recordo que, em Portugal, no ano passado houve um excesso de cerca de 15 mil mortes, sendo 7 mil das quais atribuidas ao Covid. E as restantes?

Os especialistas por detrás deste documento e outros por detrás de dezenas/centenas de opiniões anti lockdown têm credenciais que sustentam a sua opinião. Consenso cientifico existe quando opiniões divergentes da principal são limitadas e insignificantes. O que não é caso. Adicionalmente o documento está co-assinado por dezenas de especialista da área. Isto para além de ter recolhido dezenas de milhares de assinaturas de outros médicos e de 700 mil de cidadãos. O documento descreve com clareza as consequências dos confinamentos e medidas restritivas e levanta pontos que não são abordados pelos media. Além disso refere estatisticas alarmantes que nos deveriam no minimo assustar.

Pondo de parte a discussão sobre a gravidade da situação e do vírus, a discussão a ter deveria ser precisamente sobre alternativas ao suicídio público que est´á a ser feito e será intensificado nos próximos dias. Parar o país deveria ser uma não hipótese e todas as outras deveriam ser estudadas, analisadas e debatidas por reais especialistas.
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por MarcoAntonio » 8/1/2021 22:29

É um mau ponto por onde começar e embora levante questões relevantes, é um documento e posição bastante problemáticos. Sugeria que lesses bastantes mais especialistas para teres uma perspectiva bem mais abrangente. Isto dava para páginas de discussão, mas (sem que isto signifique uma resposta definitiva, o consenso cientifico é relevante) rapidamente descobrirás que a generalidade dos especialistas discorda do tom do documento.


(não vou estar agora a discutir o documento todo mas muitas das questões ja foram aqui debatidas e a sua analise e critica pode ser encontrada em diversos locais)
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Peterams » 8/1/2021 22:08

MarcoAntonio Escreveu:Já foi "falado", mas pessoalmente, não vou abordar aquilo sobre o que não tenho uma opinião que me pareça suficientemente relevante ou seja suficientemente informada.


Ok, é justo.

Do meu ponto de vista o foco deveria ser como dar resposta ao problema que está a ser gerado nos hospitais, opiniões à parte sobre a gravidade do vírus, métricas à parte e motivos à parte, o que é certo ´e que o numero de doentes covid e não covid está a pesar nos hospitais e isso é que devia ser debatido, como dar resposta a isso do lado dos hospitais.

Tentar dar resposta a isso do lado da sociedade criando medidas super restritivas é suicídio e contribuirá de forma indireta para a diminuição do nivel imunitário das pessoas, agravamento de doenças, afastará pessoas de hospitais as quais iriam fazer check ups preventivo, terá um efeito nefasto na saúde mental, isto para não falar nos efeitos económicos, e consequente desemprego, dificuldades e fome.

O FAQ da Great Barrington Declaration deixa uma boa exposição:

What are the physical health impacts of lockdowns?

There are many physical health harms from lockdowns. Medical care visits have plummeted, with people avoiding needed medical care. This includes lower childhood vaccination rates, less cancer screening, skipped cancer treatments, fewer preventive cardiovascular disease visits, just to name a few. Many of the consequences of these missed visits will not show up in the mortality statistics for this year, but is something that we will have to live – and die – with for a long time.

What are the mental health impacts of lockdowns?

Humans have many needs, including a need for community and for normal social interactions with one another. Mental health has deteriorated due to lockdowns and the fear caused by public health messaging. For example, in Massachusetts, emergency departments have seen about four times more children and teens in psychiatric crisis than usual. One in four young adults in the US seriously considered suicide this past June. Extending the lockdown over an indefinite period of time will multiply these harms.

What are the harms from closing schools to in-person instruction?

All children have a right to a high-quality education. Adults have a moral obligation to make this happen, and it is morally wrong to ask children to bear a disproportionate burden of the costs of the epidemic. Yet the lockdown policy, and especially school closures, guarantees that children are especially harmed.

Online learning is not a good substitute for in-person teaching. For normal development, children have a strong need to socialize with other children, to make friends, and to play with one another. Schools are also the main point of contact with care systems and provide a refuge for disadvantaged children. Furthermore, the risk from dying from becoming infected by COVID-19 is for children is very low – lower than the risk of dying from the seasonal flu. Schools do not close due to influenza, and neither should they close because of COVID-19.

How do lockdowns specifically harm the working class?

Lockdowns especially harm the working class. As essential workers, or just to survive, they must work and be exposed to COVID even if they are at high-risk, building the population immunity that will eventually protect everyone. This, while low-risk college students and young professional lawyers, bankers, journalists and scientists are protected by working from home. Less wealthy people also lack a financial safety net, and food shortages and house evictions lead to excess deaths. Working class children are also disproportionately harmed by school closings, as their parents are less likely to afford tutors, pod schools or private schools. Poorer people also have less access to high quality medical care services, when they become ill, with lockdowns tending to decrease health care access differentially more for the poor. Thus, lockdowns both cause excess overall mortality and increase societal inequality.
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por MarcoAntonio » 8/1/2021 22:01

Já foi "falado", mas pessoalmente, não vou abordar aquilo sobre o que não tenho uma opinião que me pareça suficientemente relevante ou seja suficientemente informada.
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Peterams » 8/1/2021 21:56

MarcoAntonio Escreveu:Espero que entendas o tom construtivo da minha resposta...


Entendo e agradeço, apesar de ter um ponto de vista diferente.

Mas não tocaste num ponto que me parece relevante, e que efetivamente não sei se já terá sido abordado atrás no tópico que se refere à possibilidade de eliminarmos o afunilamento das urgências recorrendo a hospitais privados e mão-de-obra de reformados por exemplo. Isto já foi discutido e rebatido?
 
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