Martifer - Tópico Geral
"Primeiro trimestre
Martifer deverá baixar lucros para 2 milhões
A Martifer deverá apresentar uma descida dos resultados no primeiro trimestre de 2010, "devido a más condições meteorológicas no período em análise". O resultado líquido deverá cair em termos homólogos, mas recuperar face aos prejuízos dos três meses anteriores.
O resultado líquido da cotada liderada por Jorge Martins, segundo as previsões do Banif, deverá saldar-se em dois milhões de euros, depois dos lucros de três milhões registados nos primeiros três meses do ano passado e de um prejuízo de sete milhões no último trimestre de 2009. O EBITDA deverá descer 8% para 12 milhões de euros em termos homólogos e as receitas em 23% para 112 milhões de euros. A margem do EBITDA fica, assim, nos 10,7%.
Os analistas esperam um trimestre “pobre” na unidade de Construção Metálicas, “sobretudo devido às más condições meteorológicas que se fizeram sentir em Janeiro e Fevereiro”. O mesmo é esperado para a unidade de Sistemas de Energia, com a principal razão a ser “o mau momento que atravessa o sector da energia eólica, devido à crise global”.
Já na unidade de Energia Solar, as receitas deverão saldar-se em 24 milhões de euros e uma margem do EBITDA de 8,5%, “a reflectir o contrato recentemente ganho e o aumento de capacidade”. Apesar dos bons indicadores”, refere a nota de investimento, também esta unidade deverá estar a passar pelo pior período do ano “dada a natureza algo sazonal deste negócio”.
A unidade de Energias Renováveis deverá beneficiar da capacidade utilizada “mais favorável que tipicamente caracteriza este período do ano”, que deverá resultar num desempenho mais favorável desta área. “Esperamos receitas de sete milhões de euros e uma boa evolução do EBITDA para 40% de 17,8%” no mesmo trimestre do ano passado.
“Mantemos a nossa recomendação e respectivo preço-alvo ‘sob revisão’, enquanto estamos a rever o nosso modelo” de avaliação para a Martifer, diz nota de investimento da equipa liderada por Sara Amaral. A cotada do sector da construção sobe 0,49% para 2,06 euros.
A Martifer anuncia os resultados no dia 20 de Maio."
http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=426087
Martifer deverá baixar lucros para 2 milhões
A Martifer deverá apresentar uma descida dos resultados no primeiro trimestre de 2010, "devido a más condições meteorológicas no período em análise". O resultado líquido deverá cair em termos homólogos, mas recuperar face aos prejuízos dos três meses anteriores.
O resultado líquido da cotada liderada por Jorge Martins, segundo as previsões do Banif, deverá saldar-se em dois milhões de euros, depois dos lucros de três milhões registados nos primeiros três meses do ano passado e de um prejuízo de sete milhões no último trimestre de 2009. O EBITDA deverá descer 8% para 12 milhões de euros em termos homólogos e as receitas em 23% para 112 milhões de euros. A margem do EBITDA fica, assim, nos 10,7%.
Os analistas esperam um trimestre “pobre” na unidade de Construção Metálicas, “sobretudo devido às más condições meteorológicas que se fizeram sentir em Janeiro e Fevereiro”. O mesmo é esperado para a unidade de Sistemas de Energia, com a principal razão a ser “o mau momento que atravessa o sector da energia eólica, devido à crise global”.
Já na unidade de Energia Solar, as receitas deverão saldar-se em 24 milhões de euros e uma margem do EBITDA de 8,5%, “a reflectir o contrato recentemente ganho e o aumento de capacidade”. Apesar dos bons indicadores”, refere a nota de investimento, também esta unidade deverá estar a passar pelo pior período do ano “dada a natureza algo sazonal deste negócio”.
A unidade de Energias Renováveis deverá beneficiar da capacidade utilizada “mais favorável que tipicamente caracteriza este período do ano”, que deverá resultar num desempenho mais favorável desta área. “Esperamos receitas de sete milhões de euros e uma boa evolução do EBITDA para 40% de 17,8%” no mesmo trimestre do ano passado.
“Mantemos a nossa recomendação e respectivo preço-alvo ‘sob revisão’, enquanto estamos a rever o nosso modelo” de avaliação para a Martifer, diz nota de investimento da equipa liderada por Sara Amaral. A cotada do sector da construção sobe 0,49% para 2,06 euros.
A Martifer anuncia os resultados no dia 20 de Maio."
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Martifer: resultados do 1º trimestre de 2010 a 20 de Maio !
"(...)Na próxima quinta-feira (dia 20 de Maio 2010), Sonae SGPS, Sonae Capital e Martifer divulgam os números referentes à actividade entre Janeiro e Março, resultados que deverão ser acompanhados atentamente pelos investidores.(...)"
FONTE:
http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=425801
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Martifer
Sinceramente para mim é uma incógnita que tipo de resultados a Martifer irá apresentar no dia 20 de Maio, contudo penso que não serão famosos, devido aos investimentos avultados que esta empresa tem em curso.
Porém, é sempre duvidoso alguém que detém acções desta empresa, que é o meu caso, tecer algum comentário, pois muitas vezes queremos ler e ouvir o que nos interessa e não aquilo que na realidade se passa com a empresa.
No entanto e como já referei aqui algumas vezes penso que um investimento nesta empresa tem que ser visto como a longo prazo e não a curto prazo, pois o tipo de negócio que a empresa possui, no meu caso em particular, agrada-me.
A médio prazo penso que a empresa terá que se aliar a outra empresa para crescer ainda mais ou aumentar de forma significativa o seu capital social para fazer face aos investiementos futuros.
P.S. Possuo 0,0113%
Porém, é sempre duvidoso alguém que detém acções desta empresa, que é o meu caso, tecer algum comentário, pois muitas vezes queremos ler e ouvir o que nos interessa e não aquilo que na realidade se passa com a empresa.
No entanto e como já referei aqui algumas vezes penso que um investimento nesta empresa tem que ser visto como a longo prazo e não a curto prazo, pois o tipo de negócio que a empresa possui, no meu caso em particular, agrada-me.
A médio prazo penso que a empresa terá que se aliar a outra empresa para crescer ainda mais ou aumentar de forma significativa o seu capital social para fazer face aos investiementos futuros.
P.S. Possuo 0,0113%
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helderjsm Escreveu:Marco Martins Escreveu:Sabem quando é que a Martifer apresenta resultados e se serão bons?
Neste momento quem desceu mais na bolsa esta ano foi a Mota-Engil, Sonae Capital e Martifer... embora a Martifer já venha a cair desde o ano passado....
Penso que só no dia 25 deste mês.
20 de Maio.
http://www.martifer.com/investorrelatio ... entos.html
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Martifer
Bom dia a todos,
Este título deixa muito a desejar, veio para bolsa a 8€ e agora vale pouco mais de 2€.... Enfim!
É preciso criar mais interesse no mesmo, inovar e apresentar um plano mais atractivo, por exemplo fazer publicidade à empresa, para muitos continua a ser um paradigma!
Apesar de tudo, penso que apresentará bons resultados face à situação global e por consequência poderá subir ligeiramente num curto espaço de tempo!!!
Nota: O mesmo se "aplica" na EDPren, é dos títulos mais irritantes do PSI20, tem muito potêncial, apresenta lucros mas n dá dividendos!!! e teima a não passar a barreira dos 7€... É preciso fazer algo e não me venham com: "É preciso haver compradores!!!" Isto, é o problema! O que interessa é motivar os compradores a investir.
Abraço
MG
Este título deixa muito a desejar, veio para bolsa a 8€ e agora vale pouco mais de 2€.... Enfim!
É preciso criar mais interesse no mesmo, inovar e apresentar um plano mais atractivo, por exemplo fazer publicidade à empresa, para muitos continua a ser um paradigma!
Apesar de tudo, penso que apresentará bons resultados face à situação global e por consequência poderá subir ligeiramente num curto espaço de tempo!!!
Nota: O mesmo se "aplica" na EDPren, é dos títulos mais irritantes do PSI20, tem muito potêncial, apresenta lucros mas n dá dividendos!!! e teima a não passar a barreira dos 7€... É preciso fazer algo e não me venham com: "É preciso haver compradores!!!" Isto, é o problema! O que interessa é motivar os compradores a investir.

Abraço
MG
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Se a Mota-Engil se prepara para apresentar subidas nos lucros, não quererá isso dizer que a Martifer também irá pelo mesmo caminho?
Estive a ver um gráfico comparativo da evolução em bolsa e aparentemente têm tido o mesmo percurso...
Estive a ver um gráfico comparativo da evolução em bolsa e aparentemente têm tido o mesmo percurso...
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PequenoInvest Escreveu:Marco Martins Escreveu:É uma empresa muito endividada, por isso só tem a ganhar com a estabilização do Euro e dos juros...
E que distribui dividendos...
Os dividendos é o mínimo face aos "supostos" lucros que apresentaram...
mas qual é o interesse de ser accionista de uma empresa muito endividada?
Pelo menos tem de haver uma compensação....
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Irmãos Martins reforçam no capital da Martifer
A I M SGPS, detida por Carlos Martins e Jorge Martins, comprou 21.100 acções da Martifer nos dias 27 e 28 de Abril.
Jornal de Negócios Online
negocios@negocios.pt
A I’M SGPS, detida por Carlos Martins e Jorge Martins, comprou 21.100 acções da Martifer nos dias 27 e 28 de Abril.
De acordo com um comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa passou a ser titular de 41.720.125 acções representativas do capital social da Martifer, correspondentes a 41,72% do capital social e dos direitos de voto
A I M SGPS, detida por Carlos Martins e Jorge Martins, comprou 21.100 acções da Martifer nos dias 27 e 28 de Abril.
Jornal de Negócios Online
negocios@negocios.pt
A I’M SGPS, detida por Carlos Martins e Jorge Martins, comprou 21.100 acções da Martifer nos dias 27 e 28 de Abril.
De acordo com um comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa passou a ser titular de 41.720.125 acções representativas do capital social da Martifer, correspondentes a 41,72% do capital social e dos direitos de voto
Eu a minha posição na Martifer já esqueci que existe. Prefiro estar atento ao mercado no resto das posições. Quanto à Martifer ainda continuo a achar que é a mais subavaliada do PSI. Mas neste momento arriscar entradas é um perigo. Mais vale olhar de fora...
BTW. A razão porque acho que está subavaliada é em grande parte porque uma empresa que tem de lucro quase tanto quanto a sua capitalização bolsista tem que estar subavaliada. Quanto aos argumentos de que foram devido à alienação de um activo então isso quer dizer que a empresa tem activos que superam a sua capitalização bolsista. Isto é de todo ridículo. Mas os mercados mandam e não vale a pena lutar contra eles.
BTW. A razão porque acho que está subavaliada é em grande parte porque uma empresa que tem de lucro quase tanto quanto a sua capitalização bolsista tem que estar subavaliada. Quanto aos argumentos de que foram devido à alienação de um activo então isso quer dizer que a empresa tem activos que superam a sua capitalização bolsista. Isto é de todo ridículo. Mas os mercados mandam e não vale a pena lutar contra eles.
Re: [b]O dividendo bruto a pagar a 6 de Maio é de quase 5% !
alet Escreveu:À cotação de hoje (2,08€) o dividendo bruto a pagar a 6 de Maio representa quase 5% !
"Emitente: MARTIFER SGPS
Operação de Capital: Pagamento de dividendos
Data de Pagamento: 2010-05-06
Negociação sem Dividendo (ex-dividend): 2010-05-03
Moeda de Referência: EUR
Dividendo Líquido: .08
Dividendo Bruto: .1 "
Tendo em conta que a Martifer desde o início do ano já desceu uns 30% não é mau!!!!

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[b]O dividendo bruto a pagar a 6 de Maio é de quase 5% ![/b]
À cotação de hoje (2,08€) o dividendo bruto a pagar a 6 de Maio representa quase 5% !
"Emitente: MARTIFER SGPS
Operação de Capital: Pagamento de dividendos
Data de Pagamento: 2010-05-06
Negociação sem Dividendo (ex-dividend): 2010-05-03
Moeda de Referência: EUR
Dividendo Líquido: .08
Dividendo Bruto: .1 "
"Emitente: MARTIFER SGPS
Operação de Capital: Pagamento de dividendos
Data de Pagamento: 2010-05-06
Negociação sem Dividendo (ex-dividend): 2010-05-03
Moeda de Referência: EUR
Dividendo Líquido: .08
Dividendo Bruto: .1 "
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Acrescentando a este cenário a maré-negra que afecta a costa americana, presumo que os americanos irão exigir maiores fiscalizações e possivelmente o fecho de algumas plataformas petrolíferas que não cumpram todas e mais algumas regras ambientais, o que fará o preço do petróleo aumentar.
Paralelamente a isto, as energias alternativas tenderão a ter novos ventos a favor...
Paralelamente a isto, as energias alternativas tenderão a ter novos ventos a favor...
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Podemos estar a assistir à formação de uma crise energética?
(Publicado 03 Maio 2010)
"Conforme o aumento do consumo e o nacionalismo dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) vai diminuindo as suas exportações de crude, obrigando as companhias petrolíferas internacionais a investirem em zonas com poucas reservas e custos de prospecção elevados, à medida que a procura mundial continua a aumentar, os preços do petróleo poderão acabar por superar o máximo histórico atingido em 2008. No curto prazo, o aumento de volatilidade será a norma, devido a factores de ordem económica, política, natural e técnica. Basta analisar o passado recente para se perceber porquê.
Se bem que os especuladores possam influenciar os preços no curto prazo e aumentar a volatilidade das cotações, são os fundamentais do mercado e as acções governamentais que explicam a extraordinária escalada dos preços do petróleo entre 2003 e meados de 2008. Durante este período, a procura mundial de petróleo aumentou, sobretudo nos países em desenvolvimento, ao passo que a produção se manteve relativamente constante entre 2005 e 2008. A única forma de atender à crescente procura era recorrendo à capacidade adicional da OPEP e aos inventários comerciais. Assim que a capacidade adicional e os inventários comerciais diminuíram para níveis críticos face à procura prevista para o futuro, as cotações do petróleo começaram a bater recorde atrás de recorde.
Debrucemo-nos sobre alguns pormenores. Em primeiro lugar, a produção mundial de crude diminuiu em 266.000 barris por dia em 2006 e em 460.000 barris diários em 2007. Nesse entretanto, a procura mundial de petróleo aumentou em 1,2 milhões de barris diários em 2006 em 937.000 barris por dia em 2007.
Em segundo lugar, a diferença entre a produção real e aquela que os mercados esperavam, contribuiu para ampliar o impacto da diminuição da produção. A título de exemplo, as estimativas feitas no final de 2006 apontavam para um aumento da produção mundial de petróleo na ordem de 1,8 milhões de barris por dia em 2007, mas na verdade a produção acabou por diminuir em 460.000 barris diários nesse ano. O mercado tomou em consideração esse aumento inexistente e, por isso, reagiu a uma queda de 2,26 milhões de barris por dia e não à real queda de 460.000 barris diários.
Em terceiro lugar, a produção de crude da OPEP diminuiu em cerca de 280.000 barris por dia em 2006 e em 381.000 barris diários em 2007, o que teve um profundo impacto nos preços. A maioria dos modelos, incluindo os da Agência Internacional da Energia (AIE), da Administração de Informação sobre Energia dos EUA e da própria OPEP utilizam variáveis comportamentais para preverem a procura mundial de petróleo e a produção dos países que não são membros da OPEP. No entanto, não aplicam o mesmo método para estimarem a produção da OPEP. Em vez disso, simplesmente assumem que a OPEP irá fornecer a diferença entre a procura de petróleo mundial prevista e a oferta não-OPEP, apesar do facto de a OPEP já não conseguir compensar uma queda na produção dos países não-membros do cartel ou uma procura maior do que aquela que se previu.
Em quarto lugar, a menor produção e o crescente consumo doméstico levaram a uma redução das exportações líquidas de petróleo por parte da OPEP, na ordem de 1,8 milhões de barris por dia em 2006 e em 2007, depois de terem aumentado em cerca de 4,8 milhões de barris diários entre 2002 e 2005. Com efeito, os principais produtores de petróleo estão a integrar a lista dos maiores consumidores de petróleo, com taxas de crescimento anual no consumo de crude superiores a 5%.
Em quinto lugar, no longo prazo, um dólar mais desvalorizado leva a uma redução da oferta e a um aumento da procura. Contudo, parece que no curto prazo, a correlação inversa entre os preços do crude e o dólar só existe em determinadas circunstâncias muito específicas, como uma queda nos preços do mercado imobiliário e a volatilidade dos mercados financeiros.
Olhando mais para a frente, no curto prazo os especuladores continuarão a alimentar a volatilidade dos preços do petróleo, à medida que os factores de subida ou de descida os orientem numa ou na outra direcção. A retoma económica, a desvalorização adicional do dólar, as baixas taxas de juro, o menor investimento em 2009 e vários factores políticos estão entre os factores de subida mais frequentemente citados, ao passo que a fraca e lenta retoma económica, a capacidade de produção adicional e os elevados inventários estão entre os factores de descida mais referidos.
Os fundamentais do mercado vão continuar a determinar a tendência de longo prazo dos preços do petróleo e apontam para um mercado apertado em que a oferta não consegue acompanhar o ritmo da procura. À medida que mais países pobres se forem juntando ao clube das economias emergentes, e que muitos projectos de energias renováveis subsidiados forem fracassando nas economias desenvolvidas e emergentes, a procura de petróleo continuará a aumentar.
Estima-se que as exportações de crude da maioria dos países produtores de petróleo diminuam face à sua produção, uma vez que as populações mais jovens, os rendimentos mais elevados, a urbanização e a escassez de electricidade continuam a impulsionar o consumo a nível interno.
Além disso, uma vez que os países consumidores de petróleo aspiram à independência energética, os países produtores tentarão proteger-se com a criação de indústrias de alto consumo de energia, de modo a poderem exportar petróleo incorporado nos produtos industriais. Se o dólar continuar a desvalorizar, isso só irá exacerbar a situação, reduzindo a oferta mundial de petróleo e aumentando a procura nos países cujas moedas se apreciarem.
Quando falamos de preços do petróleo, a produção não importa. As exportações, sim. O receio é que as exportações da OPEP diminuam numa altura em que os líderes dos principais países consumidores não conseguem desenvolver as prometidas economias "verdes". Neste cenário, poderemos estar a assistir à formação de uma crise energética.
Anas F. Alhajji é economista-chefe da NGP Energy Capital Management.
© Project Syndicate, 2010.
www.project-syndicate.org
Tradução: Carla Pedro"
FONTE: http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=423323
"Conforme o aumento do consumo e o nacionalismo dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) vai diminuindo as suas exportações de crude, obrigando as companhias petrolíferas internacionais a investirem em zonas com poucas reservas e custos de prospecção elevados, à medida que a procura mundial continua a aumentar, os preços do petróleo poderão acabar por superar o máximo histórico atingido em 2008. No curto prazo, o aumento de volatilidade será a norma, devido a factores de ordem económica, política, natural e técnica. Basta analisar o passado recente para se perceber porquê.
Se bem que os especuladores possam influenciar os preços no curto prazo e aumentar a volatilidade das cotações, são os fundamentais do mercado e as acções governamentais que explicam a extraordinária escalada dos preços do petróleo entre 2003 e meados de 2008. Durante este período, a procura mundial de petróleo aumentou, sobretudo nos países em desenvolvimento, ao passo que a produção se manteve relativamente constante entre 2005 e 2008. A única forma de atender à crescente procura era recorrendo à capacidade adicional da OPEP e aos inventários comerciais. Assim que a capacidade adicional e os inventários comerciais diminuíram para níveis críticos face à procura prevista para o futuro, as cotações do petróleo começaram a bater recorde atrás de recorde.
Debrucemo-nos sobre alguns pormenores. Em primeiro lugar, a produção mundial de crude diminuiu em 266.000 barris por dia em 2006 e em 460.000 barris diários em 2007. Nesse entretanto, a procura mundial de petróleo aumentou em 1,2 milhões de barris diários em 2006 em 937.000 barris por dia em 2007.
Em segundo lugar, a diferença entre a produção real e aquela que os mercados esperavam, contribuiu para ampliar o impacto da diminuição da produção. A título de exemplo, as estimativas feitas no final de 2006 apontavam para um aumento da produção mundial de petróleo na ordem de 1,8 milhões de barris por dia em 2007, mas na verdade a produção acabou por diminuir em 460.000 barris diários nesse ano. O mercado tomou em consideração esse aumento inexistente e, por isso, reagiu a uma queda de 2,26 milhões de barris por dia e não à real queda de 460.000 barris diários.
Em terceiro lugar, a produção de crude da OPEP diminuiu em cerca de 280.000 barris por dia em 2006 e em 381.000 barris diários em 2007, o que teve um profundo impacto nos preços. A maioria dos modelos, incluindo os da Agência Internacional da Energia (AIE), da Administração de Informação sobre Energia dos EUA e da própria OPEP utilizam variáveis comportamentais para preverem a procura mundial de petróleo e a produção dos países que não são membros da OPEP. No entanto, não aplicam o mesmo método para estimarem a produção da OPEP. Em vez disso, simplesmente assumem que a OPEP irá fornecer a diferença entre a procura de petróleo mundial prevista e a oferta não-OPEP, apesar do facto de a OPEP já não conseguir compensar uma queda na produção dos países não-membros do cartel ou uma procura maior do que aquela que se previu.
Em quarto lugar, a menor produção e o crescente consumo doméstico levaram a uma redução das exportações líquidas de petróleo por parte da OPEP, na ordem de 1,8 milhões de barris por dia em 2006 e em 2007, depois de terem aumentado em cerca de 4,8 milhões de barris diários entre 2002 e 2005. Com efeito, os principais produtores de petróleo estão a integrar a lista dos maiores consumidores de petróleo, com taxas de crescimento anual no consumo de crude superiores a 5%.
Em quinto lugar, no longo prazo, um dólar mais desvalorizado leva a uma redução da oferta e a um aumento da procura. Contudo, parece que no curto prazo, a correlação inversa entre os preços do crude e o dólar só existe em determinadas circunstâncias muito específicas, como uma queda nos preços do mercado imobiliário e a volatilidade dos mercados financeiros.
Olhando mais para a frente, no curto prazo os especuladores continuarão a alimentar a volatilidade dos preços do petróleo, à medida que os factores de subida ou de descida os orientem numa ou na outra direcção. A retoma económica, a desvalorização adicional do dólar, as baixas taxas de juro, o menor investimento em 2009 e vários factores políticos estão entre os factores de subida mais frequentemente citados, ao passo que a fraca e lenta retoma económica, a capacidade de produção adicional e os elevados inventários estão entre os factores de descida mais referidos.
Os fundamentais do mercado vão continuar a determinar a tendência de longo prazo dos preços do petróleo e apontam para um mercado apertado em que a oferta não consegue acompanhar o ritmo da procura. À medida que mais países pobres se forem juntando ao clube das economias emergentes, e que muitos projectos de energias renováveis subsidiados forem fracassando nas economias desenvolvidas e emergentes, a procura de petróleo continuará a aumentar.
Estima-se que as exportações de crude da maioria dos países produtores de petróleo diminuam face à sua produção, uma vez que as populações mais jovens, os rendimentos mais elevados, a urbanização e a escassez de electricidade continuam a impulsionar o consumo a nível interno.
Além disso, uma vez que os países consumidores de petróleo aspiram à independência energética, os países produtores tentarão proteger-se com a criação de indústrias de alto consumo de energia, de modo a poderem exportar petróleo incorporado nos produtos industriais. Se o dólar continuar a desvalorizar, isso só irá exacerbar a situação, reduzindo a oferta mundial de petróleo e aumentando a procura nos países cujas moedas se apreciarem.
Quando falamos de preços do petróleo, a produção não importa. As exportações, sim. O receio é que as exportações da OPEP diminuam numa altura em que os líderes dos principais países consumidores não conseguem desenvolver as prometidas economias "verdes". Neste cenário, poderemos estar a assistir à formação de uma crise energética.
Anas F. Alhajji é economista-chefe da NGP Energy Capital Management.
© Project Syndicate, 2010.
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Tradução: Carla Pedro"
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