A vida de Enno! (mais um artigo genial do jumento)
Exacto, e penso que a questão do abuso laboral não se coloca assim. São profissionais que são responsaveis e responsabilizados por projectos face a um cliente e que por profissionalismo querem fazer o seu melhor porque são efectivamente bons e profissionais. E se isso custar muitas horas de trabalho, é o preço. Quem lá trabalha sabe que é assim mesmo, quem aguenta, aguenta, quem não aguenta acaba mudando de ramo, até porque para gente boa e com excelente formação académica e curriculum profissional (como é passar por autenticas escolas como é a mackinsey) há sempre muito bons empregos em muitos lados.
Realmente, Patinha, isto é o portuguesismo no seu pior.
Em Portugal, trabalhei sendo sócio de uma pequena empresa. Nós, sendo patrões, trabalhámos que nem cães para crescer e ainda alimentar o Estado.
E ainda há pessoal, como vimos noutro tópico, a vestir a camisa dos Partidos, dizendo que o Governo X ou Y foi melhor que o outro, quando a realidade é que o sistema partidário e a dialéctica esquerda-direita são um lixo que ficará no caixote no presente século.
Voltando ao tema. Realmente é infeliz. Como disse, trabalhei que nem um cão a vida toda.
E se querem saber, aqui em São Paulo, não são só os trabalhadores de baixo salário que acordam às 4 da manhã para começar a trabalhar às 6 horas.
Dei explicações de Inglês a advogados de uma firma que faria inveja à firma retratada na série Ally McBeal, bem como numa multinacional americana de consultoria de marketing.
No primeiro caso, as explicações eram das 7 às 8 da manhã. E ninguém faltava. Surpresa, a essa hora, já havia reuniões de advogados com grandes clientes.
Para mim, era o máximo, às 9 horas já podia relaxar no Franz Café, preparando-me para a tarde de trabalho árduo que seguiria até às 11 da noite.
Portanto, certos artigos tentam pintar um quadro que não é o que parece, apesar de existirem abusos patronais, mas eles ocorrem sobretudo em outras áreas, infelizmente.
Um abraço
djovarius
Em Portugal, trabalhei sendo sócio de uma pequena empresa. Nós, sendo patrões, trabalhámos que nem cães para crescer e ainda alimentar o Estado.
E ainda há pessoal, como vimos noutro tópico, a vestir a camisa dos Partidos, dizendo que o Governo X ou Y foi melhor que o outro, quando a realidade é que o sistema partidário e a dialéctica esquerda-direita são um lixo que ficará no caixote no presente século.
Voltando ao tema. Realmente é infeliz. Como disse, trabalhei que nem um cão a vida toda.
E se querem saber, aqui em São Paulo, não são só os trabalhadores de baixo salário que acordam às 4 da manhã para começar a trabalhar às 6 horas.
Dei explicações de Inglês a advogados de uma firma que faria inveja à firma retratada na série Ally McBeal, bem como numa multinacional americana de consultoria de marketing.
No primeiro caso, as explicações eram das 7 às 8 da manhã. E ninguém faltava. Surpresa, a essa hora, já havia reuniões de advogados com grandes clientes.
Para mim, era o máximo, às 9 horas já podia relaxar no Franz Café, preparando-me para a tarde de trabalho árduo que seguiria até às 11 da noite.
Portanto, certos artigos tentam pintar um quadro que não é o que parece, apesar de existirem abusos patronais, mas eles ocorrem sobretudo em outras áreas, infelizmente.
Um abraço
djovarius
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Já agora:
O Enno queixa-se de esse ter sido um dia terrível...
http://www.mckinsey.com/careers/people/dayinlife/diaries/enno.asp
Mas mesmo assim conseguiu uma hora (23:00-24:00) para tomar um glass of wine com a wife...
Portanto essa questão da satisfação sexual dos trabalhadores, referida com tanto azedume pelo jumento, se calhar depende mesmo mais da "pedalada" de cada um do que dos horários de trabalho...
O Enno queixa-se de esse ter sido um dia terrível...
http://www.mckinsey.com/careers/people/dayinlife/diaries/enno.asp
Mas mesmo assim conseguiu uma hora (23:00-24:00) para tomar um glass of wine com a wife...

Portanto essa questão da satisfação sexual dos trabalhadores, referida com tanto azedume pelo jumento, se calhar depende mesmo mais da "pedalada" de cada um do que dos horários de trabalho...

Earthlings? Bah!
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- Registado: 20/11/2003 11:37
Há mais algumas falhas no artigo que revelam bem que o jumento está a falar de coisas das quais não sabe nada. E algumas outras coisas que pretendem ser piada (suponho) mas funcionam contra ele.
Só alguns comentários:
1.
Acha que as pessoas, nas empresas sérias, trabalham desalmadamente para "subirem de escalão"...
2.
Confunde começar a trabalhar às 8:30 com começar às 6:00...
3.
Não imagina que se possa gostar do trabalho que se faz, e que trabalhar umas 12 horas por dia útil possa não ser um sacrifício assim tão grande...
4.
Nem imagina quanto é preciso trabalhar se se está a iniciar uma empresa própria, e de como horários tipo 8:30 às 22:00 andam longe do necessário...
E ficamos a saber que o jumento tem uma saúde digestiva delicada:
As pizas poe-no doente e a precisar de sais de fruto...
Só alguns comentários:
1.
Acha que as pessoas, nas empresas sérias, trabalham desalmadamente para "subirem de escalão"...

2.
Confunde começar a trabalhar às 8:30 com começar às 6:00...
3.
Não imagina que se possa gostar do trabalho que se faz, e que trabalhar umas 12 horas por dia útil possa não ser um sacrifício assim tão grande...
4.
Nem imagina quanto é preciso trabalhar se se está a iniciar uma empresa própria, e de como horários tipo 8:30 às 22:00 andam longe do necessário...
E ficamos a saber que o jumento tem uma saúde digestiva delicada:
As pizas poe-no doente e a precisar de sais de fruto...

Earthlings? Bah!
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- Registado: 20/11/2003 11:37
Meus deus, quanto mais leio mais me arrepio... então a concorrente ao banco de investimentos goldman é a consultora mckinsey? mãezinhaaaaaaa!!! socorro. Disparate a seguir a disparate....
E para info, já agora, a mckinsey não teria nunca nos seus quadros um sr enno com a idade que aparenta ter e sem ter pelo menos um MBA...o funcionamento deles não permitiria isso.
E para info, já agora, a mckinsey não teria nunca nos seus quadros um sr enno com a idade que aparenta ter e sem ter pelo menos um MBA...o funcionamento deles não permitiria isso.
Acho francamente triste que se fale desta forma do pessoal mais brilhante do nosso país )e dos outros tb, diga-se). É falar e criticar o que não se conhece. A mckinsey ainda é uma das instituições que consegue manter um nível e um padrão de recrutamento do pessoal mais brilhante do mercado de trabalho. Sim, mas não é emprego que muitos aguentem durante muito tempo, porque trabalhar como eles trabalham não é para todos os maltrapilhos de linguarejar rápido.
Afinal o que tinha a fotografia do sr enno de errado...? não é suficientemente bonito?
E também não percebo o comentário ao António Borges, o jumento refere-se exactamente ao quê na sua critica? o trabalhar para uma empresa que não tem escritório em portugal, lol? o trabalhar muito? o não ser suficientemente inteligente para o seu padrão de IQ aceitável? exactamente qual é a critica?
Esse artigo é mais um daqueles perfeitos exemplos de portuguesismo no seu pior, em que se fala e se critica para não se estar calado, como se dizer baboseiras fosse uma forma positiva de afirmação pessoal. Dizer o cuspo e a maldicência nos trazem à boca nunca foi qualidade. Francamente, Sr. Jumento... desta vez esteve muito mal.
Afinal o que tinha a fotografia do sr enno de errado...? não é suficientemente bonito?
E também não percebo o comentário ao António Borges, o jumento refere-se exactamente ao quê na sua critica? o trabalhar para uma empresa que não tem escritório em portugal, lol? o trabalhar muito? o não ser suficientemente inteligente para o seu padrão de IQ aceitável? exactamente qual é a critica?
Esse artigo é mais um daqueles perfeitos exemplos de portuguesismo no seu pior, em que se fala e se critica para não se estar calado, como se dizer baboseiras fosse uma forma positiva de afirmação pessoal. Dizer o cuspo e a maldicência nos trazem à boca nunca foi qualidade. Francamente, Sr. Jumento... desta vez esteve muito mal.
A vida de Enno! (mais um artigo genial do jumento)
in http://jumento.blogdrive.com/
Ontem fomos ver quais as virtudes apreciadas por António Borges, à sua
Goldman Sachs (Link) e ficámos a perceber que na melhor tradição
britância aquela financeira revela-se uma herdeira à altura dos saudosos
tempos da revolução industrial. A Goldman Sachs não está presente em
Portugal, e ainda bem porque assim só aturamos o António Borges quando há
cerimónias no Convento do Beato; o que há por cá é uma concorrente: a
McKinsey & Co.
Fomos à página da McKinsey & Co (Link) à procura das virtudes apresciadas
por esta financeira e lá estava a página dos seus super-homens: Day
in The Lif of MacKinsey. Escolhemos o nosso amigo Enno, que trabalha em
Munique (Link).
[img]http://www.mckinsey.com/careers/people/DayInLife/images/Type_03_caption_enno.jpg
Pois este nosso amigo começa às 8:30 e sai do gabinete pelas 22:00 com um
intervalinho de uma hora para comer a bucha do almoço na cafetaria da
firma. Quanto a jantar o nosso Enno come uma pizza depois de sair; mais
um comedor de pizzas, como já tínhamos reparado na Goldman Sachs, embora
no caso do Enno o problema não será tão grave, pelo nome já não deve
precisar de sais de frutos.
E até espero que os funcionários da da McKinsey & Co ou da Gooldman Sachs
dêem um importante contributo para os dois terços dos britânicos que
têm romances no emprego (CNN Link), pois depois de trabalhar das 6:00 às 22:00
um orgasmo caseiro começa a parecer-se com a assinatura de um
Revisor Oficial de Contas.
Fica bem a António Borges o elogio ao espírito de sacrifício; é que por cá alguns rapazes
são colocados pelos seus amigos a ganhar pequenas fortunas sem terem qualquer
currículo que o justifique, e para não fazerem a ponta de cauda!
Concluindo: descontado tempo para a bucha foram 12:30 de trabalho.
Remunerações adicionais? Prémios? Participação nos honorários? Não
acredito, o mais provável é que o nosso amigo Enno trabalhe que nem um
desalmado a troco de um sonho, o financiamento de um MBA, uma subida de
escalão ou, muito muito simplesmente, não ser despedido dois anos
depois, porque das universidades já saíram mais duas fornadas de
mão-de-obra barata.
Calculamos que em Portugal o modelo seja o mesmo, pelo que aqui fica o
desafio para o ministro Bagão Félix e para a sua Inspecção-Geral do
Trabalho.
O que me incomoda não é só este verdadeiro retrocesso civilizacional, o
regresso aos tempos dos modelos de trabalho da Revolução Industrial em
que os trapos sujos de carvão, são substituídos por fatos cor de
antracite e gravatas de seda.
Ainda na semana passada ouvimos falar da tendência da população
portuguesa para a diminuição acentuada. Esperemos que o próximo estudo vá
mais longe e distinga a evolução das diferentes camadas sociais e
profissionais.
É que para os nosso amigos Enno cá do sítio, ter um filho a incomodar o
sono, as idas ao pediatra e os horários do infantário, é uma quebra de
produtividade exagerada e um despedimento quase certo; há mesmo firmas
que proíbem o namoro entre funcionários. Os nossos amigos Enno acabam por
não ter filhos, e quando procriam têm logo netos.
Na verdade, temos uma classe média em extinção, quer pelo peso dos
impostos, que suporta em grande medida, quer pelas exigências
profissionais e económicas que impõem fortes restrições a quem deseja ter
filhos.
Talvez não seja grave, afinal de contas para o nosso modelo de
desenvolvimento a prioridade vai para as raparigas do shopping, para os
serventes de pedreio, e para calceteiros, e se os de cá não chegarem
temos os ucranianos, mesmo que o Paulo Portas se ponha aos berros.
Mas as consequências não serão apenas de carácter demográfico, mas também
de índole sociológica. É que num mundo violentamente competitivo, ainda o
óvulo se está a desenvolver nos ovários da esposa, e já o nosso Enno foi
a correr para inscrever o promissor rebento no Colégio São João de Brito.
Ainda não nasceu e o seu destino já está traçado: vai ter que ser o
melhor...[/img]
Ontem fomos ver quais as virtudes apreciadas por António Borges, à sua
Goldman Sachs (Link) e ficámos a perceber que na melhor tradição
britância aquela financeira revela-se uma herdeira à altura dos saudosos
tempos da revolução industrial. A Goldman Sachs não está presente em
Portugal, e ainda bem porque assim só aturamos o António Borges quando há
cerimónias no Convento do Beato; o que há por cá é uma concorrente: a
McKinsey & Co.
Fomos à página da McKinsey & Co (Link) à procura das virtudes apresciadas
por esta financeira e lá estava a página dos seus super-homens: Day
in The Lif of MacKinsey. Escolhemos o nosso amigo Enno, que trabalha em
Munique (Link).
[img]http://www.mckinsey.com/careers/people/DayInLife/images/Type_03_caption_enno.jpg
Pois este nosso amigo começa às 8:30 e sai do gabinete pelas 22:00 com um
intervalinho de uma hora para comer a bucha do almoço na cafetaria da
firma. Quanto a jantar o nosso Enno come uma pizza depois de sair; mais
um comedor de pizzas, como já tínhamos reparado na Goldman Sachs, embora
no caso do Enno o problema não será tão grave, pelo nome já não deve
precisar de sais de frutos.
E até espero que os funcionários da da McKinsey & Co ou da Gooldman Sachs
dêem um importante contributo para os dois terços dos britânicos que
têm romances no emprego (CNN Link), pois depois de trabalhar das 6:00 às 22:00
um orgasmo caseiro começa a parecer-se com a assinatura de um
Revisor Oficial de Contas.
Fica bem a António Borges o elogio ao espírito de sacrifício; é que por cá alguns rapazes
são colocados pelos seus amigos a ganhar pequenas fortunas sem terem qualquer
currículo que o justifique, e para não fazerem a ponta de cauda!
Concluindo: descontado tempo para a bucha foram 12:30 de trabalho.
Remunerações adicionais? Prémios? Participação nos honorários? Não
acredito, o mais provável é que o nosso amigo Enno trabalhe que nem um
desalmado a troco de um sonho, o financiamento de um MBA, uma subida de
escalão ou, muito muito simplesmente, não ser despedido dois anos
depois, porque das universidades já saíram mais duas fornadas de
mão-de-obra barata.
Calculamos que em Portugal o modelo seja o mesmo, pelo que aqui fica o
desafio para o ministro Bagão Félix e para a sua Inspecção-Geral do
Trabalho.
O que me incomoda não é só este verdadeiro retrocesso civilizacional, o
regresso aos tempos dos modelos de trabalho da Revolução Industrial em
que os trapos sujos de carvão, são substituídos por fatos cor de
antracite e gravatas de seda.
Ainda na semana passada ouvimos falar da tendência da população
portuguesa para a diminuição acentuada. Esperemos que o próximo estudo vá
mais longe e distinga a evolução das diferentes camadas sociais e
profissionais.
É que para os nosso amigos Enno cá do sítio, ter um filho a incomodar o
sono, as idas ao pediatra e os horários do infantário, é uma quebra de
produtividade exagerada e um despedimento quase certo; há mesmo firmas
que proíbem o namoro entre funcionários. Os nossos amigos Enno acabam por
não ter filhos, e quando procriam têm logo netos.
Na verdade, temos uma classe média em extinção, quer pelo peso dos
impostos, que suporta em grande medida, quer pelas exigências
profissionais e económicas que impõem fortes restrições a quem deseja ter
filhos.
Talvez não seja grave, afinal de contas para o nosso modelo de
desenvolvimento a prioridade vai para as raparigas do shopping, para os
serventes de pedreio, e para calceteiros, e se os de cá não chegarem
temos os ucranianos, mesmo que o Paulo Portas se ponha aos berros.
Mas as consequências não serão apenas de carácter demográfico, mas também
de índole sociológica. É que num mundo violentamente competitivo, ainda o
óvulo se está a desenvolver nos ovários da esposa, e já o nosso Enno foi
a correr para inscrever o promissor rebento no Colégio São João de Brito.
Ainda não nasceu e o seu destino já está traçado: vai ter que ser o
melhor...[/img]
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