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Caldeirão da Bolsa

A vida de Enno! (mais um artigo genial do jumento)

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Pata-Hari » 26/2/2004 16:49

Exacto, e penso que a questão do abuso laboral não se coloca assim. São profissionais que são responsaveis e responsabilizados por projectos face a um cliente e que por profissionalismo querem fazer o seu melhor porque são efectivamente bons e profissionais. E se isso custar muitas horas de trabalho, é o preço. Quem lá trabalha sabe que é assim mesmo, quem aguenta, aguenta, quem não aguenta acaba mudando de ramo, até porque para gente boa e com excelente formação académica e curriculum profissional (como é passar por autenticas escolas como é a mackinsey) há sempre muito bons empregos em muitos lados.
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por djovarius » 26/2/2004 16:39

Realmente, Patinha, isto é o portuguesismo no seu pior.
Em Portugal, trabalhei sendo sócio de uma pequena empresa. Nós, sendo patrões, trabalhámos que nem cães para crescer e ainda alimentar o Estado.
E ainda há pessoal, como vimos noutro tópico, a vestir a camisa dos Partidos, dizendo que o Governo X ou Y foi melhor que o outro, quando a realidade é que o sistema partidário e a dialéctica esquerda-direita são um lixo que ficará no caixote no presente século.

Voltando ao tema. Realmente é infeliz. Como disse, trabalhei que nem um cão a vida toda.
E se querem saber, aqui em São Paulo, não são só os trabalhadores de baixo salário que acordam às 4 da manhã para começar a trabalhar às 6 horas.

Dei explicações de Inglês a advogados de uma firma que faria inveja à firma retratada na série Ally McBeal, bem como numa multinacional americana de consultoria de marketing.
No primeiro caso, as explicações eram das 7 às 8 da manhã. E ninguém faltava. Surpresa, a essa hora, já havia reuniões de advogados com grandes clientes.

Para mim, era o máximo, às 9 horas já podia relaxar no Franz Café, preparando-me para a tarde de trabalho árduo que seguiria até às 11 da noite.

Portanto, certos artigos tentam pintar um quadro que não é o que parece, apesar de existirem abusos patronais, mas eles ocorrem sobretudo em outras áreas, infelizmente.

Um abraço

djovarius
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
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por Pata-Hari » 26/2/2004 16:16

E o sr enno é associate, não é propriamente um beginner... o artigo pode ser refutado quase linha a linha.
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por Visitante » 26/2/2004 16:14

Já para não dizer que a mckinsey paga muito bem.
Os meus colegas que foram recrutados começaram logo a ganhar 2500eur.
Se os empregados não têm tempo para gozar o dinheiro, isso já é outra coisa...
Visitante
 

por Ming » 26/2/2004 15:59

Já agora:

O Enno queixa-se de esse ter sido um dia terrível...
http://www.mckinsey.com/careers/people/dayinlife/diaries/enno.asp

Mas mesmo assim conseguiu uma hora (23:00-24:00) para tomar um glass of wine com a wife... :wink:
Portanto essa questão da satisfação sexual dos trabalhadores, referida com tanto azedume pelo jumento, se calhar depende mesmo mais da "pedalada" de cada um do que dos horários de trabalho... :lol:
Earthlings? Bah!
 
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por Ming » 26/2/2004 15:39

Há mais algumas falhas no artigo que revelam bem que o jumento está a falar de coisas das quais não sabe nada. E algumas outras coisas que pretendem ser piada (suponho) mas funcionam contra ele.

Só alguns comentários:

1.
Acha que as pessoas, nas empresas sérias, trabalham desalmadamente para "subirem de escalão"... :lol:
2.
Confunde começar a trabalhar às 8:30 com começar às 6:00...
3.
Não imagina que se possa gostar do trabalho que se faz, e que trabalhar umas 12 horas por dia útil possa não ser um sacrifício assim tão grande...
4.
Nem imagina quanto é preciso trabalhar se se está a iniciar uma empresa própria, e de como horários tipo 8:30 às 22:00 andam longe do necessário...

E ficamos a saber que o jumento tem uma saúde digestiva delicada:
As pizas poe-no doente e a precisar de sais de fruto... :roll:
Earthlings? Bah!
 
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por Pata-Hari » 26/2/2004 15:15

Meus deus, quanto mais leio mais me arrepio... então a concorrente ao banco de investimentos goldman é a consultora mckinsey? mãezinhaaaaaaa!!! socorro. Disparate a seguir a disparate....

E para info, já agora, a mckinsey não teria nunca nos seus quadros um sr enno com a idade que aparenta ter e sem ter pelo menos um MBA...o funcionamento deles não permitiria isso.
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por Pata-Hari » 26/2/2004 15:07

Acho francamente triste que se fale desta forma do pessoal mais brilhante do nosso país )e dos outros tb, diga-se). É falar e criticar o que não se conhece. A mckinsey ainda é uma das instituições que consegue manter um nível e um padrão de recrutamento do pessoal mais brilhante do mercado de trabalho. Sim, mas não é emprego que muitos aguentem durante muito tempo, porque trabalhar como eles trabalham não é para todos os maltrapilhos de linguarejar rápido.

Afinal o que tinha a fotografia do sr enno de errado...? não é suficientemente bonito?

E também não percebo o comentário ao António Borges, o jumento refere-se exactamente ao quê na sua critica? o trabalhar para uma empresa que não tem escritório em portugal, lol? o trabalhar muito? o não ser suficientemente inteligente para o seu padrão de IQ aceitável? exactamente qual é a critica?

Esse artigo é mais um daqueles perfeitos exemplos de portuguesismo no seu pior, em que se fala e se critica para não se estar calado, como se dizer baboseiras fosse uma forma positiva de afirmação pessoal. Dizer o cuspo e a maldicência nos trazem à boca nunca foi qualidade. Francamente, Sr. Jumento... desta vez esteve muito mal.
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A vida de Enno! (mais um artigo genial do jumento)

por mod » 26/2/2004 14:54

in http://jumento.blogdrive.com/

Ontem fomos ver quais as virtudes apreciadas por António Borges, à sua
Goldman Sachs (Link) e ficámos a perceber que na melhor tradição
britância aquela financeira revela-se uma herdeira à altura dos saudosos
tempos da revolução industrial. A Goldman Sachs não está presente em
Portugal, e ainda bem porque assim só aturamos o António Borges quando há
cerimónias no Convento do Beato; o que há por cá é uma concorrente: a
McKinsey & Co.

Fomos à página da McKinsey & Co (Link) à procura das virtudes apresciadas
por esta financeira e lá estava a página dos seus super-homens: Day
in The Lif of MacKinsey. Escolhemos o nosso amigo Enno, que trabalha em
Munique (Link).
[img]http://www.mckinsey.com/careers/people/DayInLife/images/Type_03_caption_enno.jpg

Pois este nosso amigo começa às 8:30 e sai do gabinete pelas 22:00 com um
intervalinho de uma hora para comer a bucha do almoço na cafetaria da
firma. Quanto a jantar o nosso Enno come uma pizza depois de sair; mais
um comedor de pizzas, como já tínhamos reparado na Goldman Sachs, embora
no caso do Enno o problema não será tão grave, pelo nome já não deve
precisar de sais de frutos.

E até espero que os funcionários da da McKinsey & Co ou da Gooldman Sachs
dêem um importante contributo para os dois terços dos britânicos que
têm romances no emprego (CNN Link), pois depois de trabalhar das 6:00 às 22:00
um orgasmo caseiro começa a parecer-se com a assinatura de um
Revisor Oficial de Contas.

Fica bem a António Borges o elogio ao espírito de sacrifício; é que por cá alguns rapazes
são colocados pelos seus amigos a ganhar pequenas fortunas sem terem qualquer
currículo que o justifique, e para não fazerem a ponta de cauda!

Concluindo: descontado tempo para a bucha foram 12:30 de trabalho.
Remunerações adicionais? Prémios? Participação nos honorários? Não
acredito, o mais provável é que o nosso amigo Enno trabalhe que nem um
desalmado a troco de um sonho, o financiamento de um MBA, uma subida de
escalão ou, muito muito simplesmente, não ser despedido dois anos
depois, porque das universidades já saíram mais duas fornadas de
mão-de-obra barata.

Calculamos que em Portugal o modelo seja o mesmo, pelo que aqui fica o
desafio para o ministro Bagão Félix e para a sua Inspecção-Geral do
Trabalho.

O que me incomoda não é só este verdadeiro retrocesso civilizacional, o
regresso aos tempos dos modelos de trabalho da Revolução Industrial em
que os trapos sujos de carvão, são substituídos por fatos cor de
antracite e gravatas de seda.

Ainda na semana passada ouvimos falar da tendência da população
portuguesa para a diminuição acentuada. Esperemos que o próximo estudo vá
mais longe e distinga a evolução das diferentes camadas sociais e
profissionais.

É que para os nosso amigos Enno cá do sítio, ter um filho a incomodar o
sono, as idas ao pediatra e os horários do infantário, é uma quebra de
produtividade exagerada e um despedimento quase certo; há mesmo firmas
que proíbem o namoro entre funcionários. Os nossos amigos Enno acabam por
não ter filhos, e quando procriam têm logo netos.

Na verdade, temos uma classe média em extinção, quer pelo peso dos
impostos, que suporta em grande medida, quer pelas exigências
profissionais e económicas que impõem fortes restrições a quem deseja ter
filhos.

Talvez não seja grave, afinal de contas para o nosso modelo de
desenvolvimento a prioridade vai para as raparigas do shopping, para os
serventes de pedreio, e para calceteiros, e se os de cá não chegarem
temos os ucranianos, mesmo que o Paulo Portas se ponha aos berros.

Mas as consequências não serão apenas de carácter demográfico, mas também
de índole sociológica. É que num mundo violentamente competitivo, ainda o
óvulo se está a desenvolver nos ovários da esposa, e já o nosso Enno foi
a correr para inscrever o promissor rebento no Colégio São João de Brito.
Ainda não nasceu e o seu destino já está traçado: vai ter que ser o
melhor...[/img]
mod
 

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