Afinal, a revolução financeira mundial continua!
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Exactamente, djovarius, já estava tudo dito, mas foi boa a sua intervenção.
Agora, talvez possamos continuar a comentar aspectos que tenham algum interesse.
Uma coisa que se nota com as intervenções do Chanceler alemão e do 1º Ministro francês é uma pressão enorme sobre o BCE para baixar os juros, a que se juntam grandes Confederações empresariais. Mesmo sabendo que dessa maneira o BCE provavelmente não irá fazer nada, atendendo a já ter dito que essa descida nem ia estar em discussão. Claro que poderá sempre ser feita na reunião a seguir à da próxima semana.
Aquela pressão a que me referi e todas as "intervenções verbais" anteriores têm, no entanto, um aviso certo: os 1,30 do EUR/USD são tabu, são um tecto real, não devem ser tocados, pelo menos nos próximos tempos.
Penso que isto é muito importante, até porque estou convicto que o iene se manterá acima dos 110 a curto prazo. Portanto, o EUR/USD, num horizonte de semanas, não tem grande espaço para subidas, antes deverá descer.
Veremos se a realidade me dá razão.
Um abraço
Comentador
Agora, talvez possamos continuar a comentar aspectos que tenham algum interesse.
Uma coisa que se nota com as intervenções do Chanceler alemão e do 1º Ministro francês é uma pressão enorme sobre o BCE para baixar os juros, a que se juntam grandes Confederações empresariais. Mesmo sabendo que dessa maneira o BCE provavelmente não irá fazer nada, atendendo a já ter dito que essa descida nem ia estar em discussão. Claro que poderá sempre ser feita na reunião a seguir à da próxima semana.
Aquela pressão a que me referi e todas as "intervenções verbais" anteriores têm, no entanto, um aviso certo: os 1,30 do EUR/USD são tabu, são um tecto real, não devem ser tocados, pelo menos nos próximos tempos.
Penso que isto é muito importante, até porque estou convicto que o iene se manterá acima dos 110 a curto prazo. Portanto, o EUR/USD, num horizonte de semanas, não tem grande espaço para subidas, antes deverá descer.
Veremos se a realidade me dá razão.
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Comentador
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Não, caro Campino, não foi o que eu disse !!! Que confusão que vai aqui !!!
Eu disse que se não fosse o Banco do Japão (em nome do min. finanças) a COMPRAR dólares (portanto a VENDER Yenes, o dólar teria caído mais face ao Yene do que na verdade caiu.
Assim, só caiu de USD/JPY 120 - 130 para a casa de 105 !!! Poderia, sem as intervenções, ter caído mais, como por exemplo para 100 ou mesmo 90 !!
É tão simples, porquê complicar.
E veja este seu parágrafo:
"Parece haver aqui uma contradição: andamos a dizer que a economia Americana está de rastos , que o dólar vem por ai abaixo, mas parece que o Japão está pior. Isto numa altura em que a economia japonesa dá sinais de recuperação.Quando estava em recessão o iene andava na casa de 120, recupera, e a moeda perde terreno?"
Veja bem outra vez: se o USD/JPY estava em 120 e agora está em 109 (esteve a 105), quer dizer que a moeda japonesa ganhou terreno !!!!!!!
E teria ganho mais se o BOJ não tivesse vendido Yenes para comprar dólares.
O seu problema, amigo, é que continua a achar que quando o par USD/JPY cai, como caiu nos últimos tempos, de 120 para 105, isso quer dizer que o Yen está a baixar, quando na verdade está a SUBIR !!
Espero ter ajudado, em definitivo.
Um abraço
dj
Eu disse que se não fosse o Banco do Japão (em nome do min. finanças) a COMPRAR dólares (portanto a VENDER Yenes, o dólar teria caído mais face ao Yene do que na verdade caiu.
Assim, só caiu de USD/JPY 120 - 130 para a casa de 105 !!! Poderia, sem as intervenções, ter caído mais, como por exemplo para 100 ou mesmo 90 !!
É tão simples, porquê complicar.
E veja este seu parágrafo:
"Parece haver aqui uma contradição: andamos a dizer que a economia Americana está de rastos , que o dólar vem por ai abaixo, mas parece que o Japão está pior. Isto numa altura em que a economia japonesa dá sinais de recuperação.Quando estava em recessão o iene andava na casa de 120, recupera, e a moeda perde terreno?"
Veja bem outra vez: se o USD/JPY estava em 120 e agora está em 109 (esteve a 105), quer dizer que a moeda japonesa ganhou terreno !!!!!!!
E teria ganho mais se o BOJ não tivesse vendido Yenes para comprar dólares.
O seu problema, amigo, é que continua a achar que quando o par USD/JPY cai, como caiu nos últimos tempos, de 120 para 105, isso quer dizer que o Yen está a baixar, quando na verdade está a SUBIR !!
Espero ter ajudado, em definitivo.
Um abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Caro Campino,
O djovarius disse, e com toda a razão, que se o Japão “ não tivesse comprado dólares em catadupa, teria sido bem pior”, ou seja, o dólar ter-se-ia desvalorizado muito mais em relação ao iene, o que é totalmente contrário aos interesses dos japoneses.
Além do mais, ao longo dos últimos anos, a situação japonesa tem vindo a melhorar e a dos EUA a piorar (de 2000 a 2002), e tem-se visto que o dólar baixa e o iene sobe (embora tenha subido muito menos do que o euro). Nesta fase conjuntural e pelo que eu já disse no texto inicial, o Japão está a reforçar a sua política: mais do que só deixar o iene subir devagar contra o dólar agora quer mesmo que o iene desça contra o dólar. E faz isso deliberadamente, como política financeira e cambial nacional, embora a sua economia esteja finalmente a crescer em bom ritmo.
Noutra perspectiva, gostava de lhe dizer que os principais factores para uma moeda ser forte em relação a outra(s) são: a taxa de juro, a taxa de inflação e a liquidez do sistema, enquanto o crescimento medido pelo PIB (em países desenvolvidos) não é determinante.
Abraço
Comentador
O djovarius disse, e com toda a razão, que se o Japão “ não tivesse comprado dólares em catadupa, teria sido bem pior”, ou seja, o dólar ter-se-ia desvalorizado muito mais em relação ao iene, o que é totalmente contrário aos interesses dos japoneses.
Além do mais, ao longo dos últimos anos, a situação japonesa tem vindo a melhorar e a dos EUA a piorar (de 2000 a 2002), e tem-se visto que o dólar baixa e o iene sobe (embora tenha subido muito menos do que o euro). Nesta fase conjuntural e pelo que eu já disse no texto inicial, o Japão está a reforçar a sua política: mais do que só deixar o iene subir devagar contra o dólar agora quer mesmo que o iene desça contra o dólar. E faz isso deliberadamente, como política financeira e cambial nacional, embora a sua economia esteja finalmente a crescer em bom ritmo.
Noutra perspectiva, gostava de lhe dizer que os principais factores para uma moeda ser forte em relação a outra(s) são: a taxa de juro, a taxa de inflação e a liquidez do sistema, enquanto o crescimento medido pelo PIB (em países desenvolvidos) não é determinante.
Abraço
Comentador
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De acordo mas ....
Essa desvalorização dos 105 aos 109 foi muito recente
Eu já ouço dizer que o Boj entra forte no mercado desde os 120/119 e mesmo com as intervenções não evitou que chegasse aos 105. O Djovarius, argumenta que se não fossem as intervenções o dólar estaria ainda mais valorizado contra o iene.
Parece haver aqui uma contradição: andamos a dizer que a economia Americana está de rastos , que o dólar vem por ai abaixo, mas parece que o Japão está pior. Isto numa altura em que a economia japonesa dá sinais de recuperação.Quando estava em recessão o iene andava na casa de 120, recupera, e a moeda perde terreno?
Penso que existe um grande complot entre o FED e o BOj para entalarem a europa,porque parece que é a única em que as suas empresas são prejudicadas nas exportações, visto que os americanos para o japão pouco devem exportar
Eu já ouço dizer que o Boj entra forte no mercado desde os 120/119 e mesmo com as intervenções não evitou que chegasse aos 105. O Djovarius, argumenta que se não fossem as intervenções o dólar estaria ainda mais valorizado contra o iene.
Parece haver aqui uma contradição: andamos a dizer que a economia Americana está de rastos , que o dólar vem por ai abaixo, mas parece que o Japão está pior. Isto numa altura em que a economia japonesa dá sinais de recuperação.Quando estava em recessão o iene andava na casa de 120, recupera, e a moeda perde terreno?
Penso que existe um grande complot entre o FED e o BOj para entalarem a europa,porque parece que é a única em que as suas empresas são prejudicadas nas exportações, visto que os americanos para o japão pouco devem exportar
-
Campino
Caro Campino,
Talvez lhe esteja a fazer confusão a definição do cross USD/JPY: sobe quando o USD se valoriza em relação ao iene e desce quando é o iene que se valoriza em relação ao dólar.
O que tem acontecido nos últimos dias é que a taxa de câmbio subiu de cerca de 105,50 para quase 109, reflectindo uma subida do dólar em relação ao iene, devido à forte intervenção do BoJ. Isto faz com que as exportações japonesas continuem a ser atractivas no mercado americano.
Como diz e bem, o BCE não está a intervir e o euro está a valorizar-se em relação ao iene. É exactamente a mesma situação, e por acaso o BoJ também está a comprar euro, o que facilita também as suas exportações para a União Europeia.
O iene está, assim, a desvalorizar quer para o USD quer para o Euro.
Estamos de acordo?
Abraço
Comemntador
Talvez lhe esteja a fazer confusão a definição do cross USD/JPY: sobe quando o USD se valoriza em relação ao iene e desce quando é o iene que se valoriza em relação ao dólar.
O que tem acontecido nos últimos dias é que a taxa de câmbio subiu de cerca de 105,50 para quase 109, reflectindo uma subida do dólar em relação ao iene, devido à forte intervenção do BoJ. Isto faz com que as exportações japonesas continuem a ser atractivas no mercado americano.
Como diz e bem, o BCE não está a intervir e o euro está a valorizar-se em relação ao iene. É exactamente a mesma situação, e por acaso o BoJ também está a comprar euro, o que facilita também as suas exportações para a União Europeia.
O iene está, assim, a desvalorizar quer para o USD quer para o Euro.
Estamos de acordo?
Abraço
Comemntador
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Meus caros
Há qualquer coisa que não bate certo. Então o BOJ intervêm para não deixar subir o iene face ao dólar mas este cada vez valoriza mais contra o iene.
Pelo contrário o BCE não intevêm e o euro cada vez valoriza mais face ao iene
Não será que o japão está mais interessado nas exportações para a Europa, em especial no sector automóvel, aproveitando a fraqueza das grandes empresas alemãs do sector?
Pelo contrário o BCE não intevêm e o euro cada vez valoriza mais face ao iene
Não será que o japão está mais interessado nas exportações para a Europa, em especial no sector automóvel, aproveitando a fraqueza das grandes empresas alemãs do sector?
-
Campino
O mercado cambial continua a evoluir numa espécie de coro mundial, o que não deixa de ser até demasiado afinado:
1. Greenspan, falando sobre o orçamento dos EUA, mostrou grande optimismo para a expansão da economia americana em 2004. Volta a estar no horizonte (embora seja duvidoso) um possível aumento das taxas de juro ainda este ano.
2. O Democrata John Kerry, muito provável adversário de Bush nas eleições de Novembro, é defensor claro da não desvalorização do dólar, dando grande importância a um dólar forte para atrair investimento estrangeiro.
3. Na União Europeia, continua a falar-se (Schroeder e não só) numa diminuição da taxa de juro, para evitar problemas maiores às empresas exportadoras, já que o euro passaria a ter um diferencial de juro mínimo relativamente ao USD, não suficiente para o fazer subir como aconteceu recentemente.
4. O Japão, de acordo com várias indicações do mercado, vai aproveitar para tentar fazer descer o iene contra o dólar, bem acima dos 110.
Com tudo isto, parece que o EUR/USD poderá descer por mais algum tempo…
Um abraço
Comentador
1. Greenspan, falando sobre o orçamento dos EUA, mostrou grande optimismo para a expansão da economia americana em 2004. Volta a estar no horizonte (embora seja duvidoso) um possível aumento das taxas de juro ainda este ano.
2. O Democrata John Kerry, muito provável adversário de Bush nas eleições de Novembro, é defensor claro da não desvalorização do dólar, dando grande importância a um dólar forte para atrair investimento estrangeiro.
3. Na União Europeia, continua a falar-se (Schroeder e não só) numa diminuição da taxa de juro, para evitar problemas maiores às empresas exportadoras, já que o euro passaria a ter um diferencial de juro mínimo relativamente ao USD, não suficiente para o fazer subir como aconteceu recentemente.
4. O Japão, de acordo com várias indicações do mercado, vai aproveitar para tentar fazer descer o iene contra o dólar, bem acima dos 110.
Com tudo isto, parece que o EUR/USD poderá descer por mais algum tempo…
Um abraço
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Observemos a evolução da cotação do dólar em relação ao iene. Eu penso que o BoJ continua a querer mais subidas do USD, portanto está hoje a considerar os 108 como suporte (ou como mínimo) e tudo o que for para cima é bom para eles. E, claro, os dólares comprados vão directamente para os EUA.
As bolsas americanas a descer (especialmente o Nasdaq – vamos ver se os 2000 pontos aguentam…) são um problema para o bull. O aumento da liquidez terá que resolver o assunto, acompanhado por bons indicadores económicos durante esta semana.
Um abraço
Comentador
As bolsas americanas a descer (especialmente o Nasdaq – vamos ver se os 2000 pontos aguentam…) são um problema para o bull. O aumento da liquidez terá que resolver o assunto, acompanhado por bons indicadores económicos durante esta semana.
Um abraço
Comentador
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Caro Visitante,
Penso que o facto de o euro estar mais ou menos forte é praticamente irrelevante, quando analisado em relação com o alargamento da União Europeia a 25 países.
Por outro lado, as vantagens e inconvenientes de um euro forte colocar-se-ão da mesma forma com 25 países e os custos acrescidos para o orçamento da EU, que é financiado pelos Estados membros, embora constitua um montante elevado em valores absolutos é muito reduzido em valores relativos.
Noutra perspectiva, pode dizer-se também que a zona de influência do euro passa a ser maior com este alargamento, o que é favorável para a moeda, mesmo sendo certo que esses países irão demorar ainda alguns anos a satisfazer as condições para se integrarem na moeda única.
Um abraço
Comentador
Penso que o facto de o euro estar mais ou menos forte é praticamente irrelevante, quando analisado em relação com o alargamento da União Europeia a 25 países.
Por outro lado, as vantagens e inconvenientes de um euro forte colocar-se-ão da mesma forma com 25 países e os custos acrescidos para o orçamento da EU, que é financiado pelos Estados membros, embora constitua um montante elevado em valores absolutos é muito reduzido em valores relativos.
Noutra perspectiva, pode dizer-se também que a zona de influência do euro passa a ser maior com este alargamento, o que é favorável para a moeda, mesmo sendo certo que esses países irão demorar ainda alguns anos a satisfazer as condições para se integrarem na moeda única.
Um abraço
Comentador
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Caro djovarius,
Agradeço o seu post. Fico muito satisfeito que tenha gostado. Estive fora na parte final do dia de ontem e só agora vim dar uma olhadela rápida ao Caldeirão. E tenho de lhe agradecer também a sua colaboração didáctica nas várias respostas ao Visitante Campino.
Um grande abraço
Caro Visitante
Obrigado também pelo seu post. Como tenho agora muito pouco tempo, terei o maior prazer em lhe responder lá para o final da manhã.
Um abraço
Comentador
Agradeço o seu post. Fico muito satisfeito que tenha gostado. Estive fora na parte final do dia de ontem e só agora vim dar uma olhadela rápida ao Caldeirão. E tenho de lhe agradecer também a sua colaboração didáctica nas várias respostas ao Visitante Campino.
Um grande abraço
Caro Visitante
Obrigado também pelo seu post. Como tenho agora muito pouco tempo, terei o maior prazer em lhe responder lá para o final da manhã.
Um abraço
Comentador
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Assim está bem.
Mas não é contraproducente, pois caso não tivessem comprado dólares em catadupa, seria bem pior.
Quero dizer que se não fosse a mão deles, era pior, portanto, pelo menos serviu como almofada !!
E este ano, têm mais dinheiro ainda para intervir.
Portanto, o dólar poderá subir por via disso, pois a munição não falta...
Abraço
dj
Mas não é contraproducente, pois caso não tivessem comprado dólares em catadupa, seria bem pior.
Quero dizer que se não fosse a mão deles, era pior, portanto, pelo menos serviu como almofada !!
E este ano, têm mais dinheiro ainda para intervir.
Portanto, o dólar poderá subir por via disso, pois a munição não falta...

Abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
É isso
repara que durante um ano o iene valoriza contra o dólar à volta de 10% e isso com sucessivas intervenções do Boj para desvalorizar o iene.Não é isto contraprodecente?Já ouço há bastante tempo que o Boj compra dólares e vende ienes e os resultados não aparecem, é apenas isso que quero dizer
-
Campino
Be, agora percebi que está ainda a ver as coisas ao contrário. Há aí uma certa confusão.
Ao longo da semana, como vimos acima, o dólar valorizou-se face ao yen, tendo o mesmo acontecido na sexta-feira e com muita força.
Daí que o dólar passou da casa de 105 yenes para a casa de 109 yenes. É exactamente isso que o Banco do Japão pretendia e não o contrário.
Você disse agora e daí a confusão:
"Não percebo muito bem como é que o Japão a intervir no mercado há tanto tempo ainda só consegui trazer o dólar de 120(valores aproximados aos existentes em Março,penso), até 105 ienes muito recentes. Parece que não está a resultar"
Mais uma vez, o raciocínio é o inverso:
O Japão não trouxe o dólar de 120 para 105 !!Isso é exactamente o contrário do que o BOJ quer. O Japão quer valorizar o dólar face ao Yene, por isso tem estado a intervir no mercado. Até agora só diminui o ritmo da subida do Yen, mas na semana passada, finalmente, conseguiu que o dólar se valorizasse face ao Yen, como já disse, de 105 para 109 yenes por cada dólar.
Espero ter ajudado
dj
Ao longo da semana, como vimos acima, o dólar valorizou-se face ao yen, tendo o mesmo acontecido na sexta-feira e com muita força.
Daí que o dólar passou da casa de 105 yenes para a casa de 109 yenes. É exactamente isso que o Banco do Japão pretendia e não o contrário.
Você disse agora e daí a confusão:
"Não percebo muito bem como é que o Japão a intervir no mercado há tanto tempo ainda só consegui trazer o dólar de 120(valores aproximados aos existentes em Março,penso), até 105 ienes muito recentes. Parece que não está a resultar"
Mais uma vez, o raciocínio é o inverso:
O Japão não trouxe o dólar de 120 para 105 !!Isso é exactamente o contrário do que o BOJ quer. O Japão quer valorizar o dólar face ao Yene, por isso tem estado a intervir no mercado. Até agora só diminui o ritmo da subida do Yen, mas na semana passada, finalmente, conseguiu que o dólar se valorizasse face ao Yen, como já disse, de 105 para 109 yenes por cada dólar.
Espero ter ajudado
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Sim correcto
Correcto ,mais ienes por um dólar, mas 6ºfeira penso que não houve valorização. A grande queda da ecoonomia japonesa há uns anos deu-se quando o dólar atingiu a casa dos 80.Não percebo muito bem como é que o Japão a intervir no mercado há tanto tempo ainda só consegui trazer o dólar de 120(valores aproximados aos existentes em Março,penso), até 105 ienes muito recentes. Parece que não está a resultar
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Campino
Caro Djovarios
Os valores que eu tirei foi do Ljcarregosa e que consta USD...JPY...108,87(compra)....108,92 (venda)
Em todo o caso houve uma valorização do Iene face ao dólar nos últimos dias, penso que desde os 105,xxx
Para mim o Japão vai ter que abandonar a sua estratégia suicida de comprar dólares em catadupa. Se por um lado o Japão compra dólares e vende ienes, quem está a comprar esses ienes?
Mais tarde ou mais cedo o Japão vai ter que se defrontar com o facto de terceiros(os tais que compram os ienes)poderem influênciar a politica cambial Japonesa e originar uma crise cambial sem presedentes na história, talvez superior à que obrigou à saida da libra do sistema monetário europeu
Em todo o caso houve uma valorização do Iene face ao dólar nos últimos dias, penso que desde os 105,xxx
Para mim o Japão vai ter que abandonar a sua estratégia suicida de comprar dólares em catadupa. Se por um lado o Japão compra dólares e vende ienes, quem está a comprar esses ienes?
Mais tarde ou mais cedo o Japão vai ter que se defrontar com o facto de terceiros(os tais que compram os ienes)poderem influênciar a politica cambial Japonesa e originar uma crise cambial sem presedentes na história, talvez superior à que obrigou à saida da libra do sistema monetário europeu
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Campino
Caro Campino,
O Yen não valorizou.
O Yen desvalorizou-se face ao USD e menos face ao Euro. Mas é verdade que o BOJ fez tudo sózinho.
Caro Comentador... mais palavras para quê?
É mais um artigo indispensável, dizendo aquelas coisas que muitos insistem em não querer aceitar.
Parabéns pela clareza de pensamento. Mesmo quem não concorde com o que foi escrito, terá de se render à pureza das ideias.
Um abraço
dj
O Yen não valorizou.
O Yen desvalorizou-se face ao USD e menos face ao Euro. Mas é verdade que o BOJ fez tudo sózinho.
Caro Comentador... mais palavras para quê?
É mais um artigo indispensável, dizendo aquelas coisas que muitos insistem em não querer aceitar.
Parabéns pela clareza de pensamento. Mesmo quem não concorde com o que foi escrito, terá de se render à pureza das ideias.
Um abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Só não entendo...
Só não entendo como na 6ªfeira o Japão fez quase tudo e a sua moeda valorizou contra o dólar e euro. Quererá o Japão revalorizar a sua moeda, evitando a inflação numa altura em que a economia está a crescer, sacrificando as exportações a favor do mercado interno?
Pela história dos últimos meses, vemos o iene passar de 127 euros para 137 e o dólar depois de chegar abaixo de 106 estar a 109.Parece que o Japão lhe interessa mais a desvalorização do iene em relação ao euro ou pelo menos é essa que tem funcionado melhor
Pela história dos últimos meses, vemos o iene passar de 127 euros para 137 e o dólar depois de chegar abaixo de 106 estar a 109.Parece que o Japão lhe interessa mais a desvalorização do iene em relação ao euro ou pelo menos é essa que tem funcionado melhor
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Campino
Excelente pela simplicidade...
...e aproveitava para lhe pedir que opinasse sobre se existe ou não vantagem para a UE um euro forte atendendo aos custos que o alargamento a 25 irá trazer ao orçamento da UE para os próximos anos.
Existirão vantagens ou nem por isso?
Existirão vantagens ou nem por isso?
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Visitante
Afinal, a revolução financeira mundial continua!
Como certamente repararam 6ª. feira foi um dia muito estranho no Forex. A subida do USD poderia ter, em condições normais, várias explicações, mas as razões subjacentes a este movimento de preços deverão atribuir-se a um plano já conhecido e agora em plena execução. E assim torna-se perfeitamente claro o alcance das afirmações dos vários intervenientes na reunião do G-7 que, à partida, pareciam não fazer muito sentido. Na realidade, todos disseram o mesmo, embora cada um tenha desvendado uma parte da mesma verdade.
Na 6ª. feira foi o Japão a fazer quase tudo, mas todos os blocos foram beneficiados. Com efeito, tanto os EUA como a Europa estão a retirar vantagem de um plano global de concórdia cambial e, ao mesmo tempo, todos esperam conseguir um maior crescimento da economia.
Mas não há bela sem senão! Este plano é para 2004, um ano decididamente fora do comum, talvez até um ano chave para a política económica mundial. Mas esse mesmo plano é muito arriscado para os anos seguintes e, apesar da retoma que se está a concretizar, compromete o futuro e adia medidas económicas e financeiras urgentes.
Em primeiro lugar, a política monetária e financeira dos EUA, da responsabilidade de Snow (Secretário do Tesouro) e de Greenspan (Chairman do FED), tem como objectivo principal a reeleição de Bush. É a verdade nua e crua. Há algumas traves mestras que estão a ser concretizadas custe o que custar: o aumento do consumo através do crédito concedido por todas as formas imagináveis, mas em que avulta o crédito hipotecário; a liquidez necessária e suficiente para o aumento “sustentado” do mercado accionista; o adiamento total de qualquer preocupação com os défices da balança comercial e do orçamento. Ou seja, está tudo controlado e até a dívida externa tem colocação garantida, principalmente através do Japão.
A União Europeia, com a actuação monolítica do BCE e sem uma verdadeira estratégia económica global, pretende muito simplesmente que as suas exportações não sejam muito afectadas, e que por esse motivo o valor do euro contra o dólar não ultrapasse 1,30/1,35 e que qualquer subida até àquele patamar se faça de forma gradual. Ou seja, basta diminuir a taxa de juro ou intervir no mercado, estando esta tarefa a ser executada indirectamente pelo Banco do Japão, com o apoio tácito do BCE.
O Japão está a sair de uma recessão e deflação secular e ninguém o vai impedir de fazer o que pensa ser imprescindível para passar duma situação de crise para o crescimento económico sustentado. Para isso, a sua moeda não poderá valorizar-se para manter as exportações competitivas (as quais têm muito maior importância para a economia japonesa do que têm para a UE). Para isso, o BoJ tem que intervir maciçamente no mercado cambial vendendo os ienes que for preciso e comprando dólares, contrabalançando assim a fraqueza desta moeda e a procura de ienes motivada pelo actual crescimento da sua economia.
Após a última reunião do G-7 parecia que o Japão continuaria a intervir no mercado para não deixar subir muito a sua moeda, que os EUA só podiam preferir a descida do USD (embora Snow tenha voltado a admitir um dólar forte) e que os europeus, completamente “às aranhas”, se tinham refugiado na retórica do funcionamento do mercado e na inconveniência da volatilidade excessiva (cuja tradução era a subida excessiva do euro).
Agora, na minha opinião, conclui-se que não era nada disso. Os responsáveis económicos do G-7 não o quiseram dizer publicamente (daí as indicações sem grande sentido na comunicação social), mas chegaram a um acordo completo sobre o essencial, nos aspectos financeiros e económicos, incluindo portanto a área monetária e cambial.
O esquema para 2004 é particularmente simples e se o contexto de mercado não sofrer grandes alterações, pode resumir-se do seguinte modo:
1. Os EUA
a) não estão preocupados com qualquer dos seus défices, bastando acautelar devidamente a respectiva cobertura através de dívida pública, interna e externa.
b) não têm nenhuma preocupação com a evolução da cotação do USD, que até pode vir a subir (excepção óbvia para movimentos mais extremos facilmente geríveis).
c) farão tudo, mas tudo, para que o mercado de acções suba!
2. O Japão compra os dólares que forem necessários para que o iene mantenha o seu valor ou desça, mantendo a sua indústria exportadora competitiva.
3. A União Europeia dá-se por satisfeita por não precisar de fazer quase nada, bastando-lhe apoiar a tarefa do Japão e a relativa neutralidade dos EUA em relação ao dólar, conseguindo assim com alguma facilidade que o euro não ultrapasse os tais 1,30/1,35 nos próximos meses.
O Japão ao comprar biliões de dólares para fazer descer o iene, e ao enviar esses dólares para financiar o défice externo e também para aumentar a liquidez no sistema financeiro americano, consegue também fazer com que o euro não suba, por carambola dos vários crosses. Deste modo, chegámos a um ponto tão técnico (e por outro lado, quase pérfido) das relações entre blocos, que facilmente concluímos que o mundo é uma pequena aldeia global e que nós todos somos geridos por uma grande mão invisível.
Uma boa semana para todos
Um abraço
Comentador
Na 6ª. feira foi o Japão a fazer quase tudo, mas todos os blocos foram beneficiados. Com efeito, tanto os EUA como a Europa estão a retirar vantagem de um plano global de concórdia cambial e, ao mesmo tempo, todos esperam conseguir um maior crescimento da economia.
Mas não há bela sem senão! Este plano é para 2004, um ano decididamente fora do comum, talvez até um ano chave para a política económica mundial. Mas esse mesmo plano é muito arriscado para os anos seguintes e, apesar da retoma que se está a concretizar, compromete o futuro e adia medidas económicas e financeiras urgentes.
Em primeiro lugar, a política monetária e financeira dos EUA, da responsabilidade de Snow (Secretário do Tesouro) e de Greenspan (Chairman do FED), tem como objectivo principal a reeleição de Bush. É a verdade nua e crua. Há algumas traves mestras que estão a ser concretizadas custe o que custar: o aumento do consumo através do crédito concedido por todas as formas imagináveis, mas em que avulta o crédito hipotecário; a liquidez necessária e suficiente para o aumento “sustentado” do mercado accionista; o adiamento total de qualquer preocupação com os défices da balança comercial e do orçamento. Ou seja, está tudo controlado e até a dívida externa tem colocação garantida, principalmente através do Japão.
A União Europeia, com a actuação monolítica do BCE e sem uma verdadeira estratégia económica global, pretende muito simplesmente que as suas exportações não sejam muito afectadas, e que por esse motivo o valor do euro contra o dólar não ultrapasse 1,30/1,35 e que qualquer subida até àquele patamar se faça de forma gradual. Ou seja, basta diminuir a taxa de juro ou intervir no mercado, estando esta tarefa a ser executada indirectamente pelo Banco do Japão, com o apoio tácito do BCE.
O Japão está a sair de uma recessão e deflação secular e ninguém o vai impedir de fazer o que pensa ser imprescindível para passar duma situação de crise para o crescimento económico sustentado. Para isso, a sua moeda não poderá valorizar-se para manter as exportações competitivas (as quais têm muito maior importância para a economia japonesa do que têm para a UE). Para isso, o BoJ tem que intervir maciçamente no mercado cambial vendendo os ienes que for preciso e comprando dólares, contrabalançando assim a fraqueza desta moeda e a procura de ienes motivada pelo actual crescimento da sua economia.
Após a última reunião do G-7 parecia que o Japão continuaria a intervir no mercado para não deixar subir muito a sua moeda, que os EUA só podiam preferir a descida do USD (embora Snow tenha voltado a admitir um dólar forte) e que os europeus, completamente “às aranhas”, se tinham refugiado na retórica do funcionamento do mercado e na inconveniência da volatilidade excessiva (cuja tradução era a subida excessiva do euro).
Agora, na minha opinião, conclui-se que não era nada disso. Os responsáveis económicos do G-7 não o quiseram dizer publicamente (daí as indicações sem grande sentido na comunicação social), mas chegaram a um acordo completo sobre o essencial, nos aspectos financeiros e económicos, incluindo portanto a área monetária e cambial.
O esquema para 2004 é particularmente simples e se o contexto de mercado não sofrer grandes alterações, pode resumir-se do seguinte modo:
1. Os EUA
a) não estão preocupados com qualquer dos seus défices, bastando acautelar devidamente a respectiva cobertura através de dívida pública, interna e externa.
b) não têm nenhuma preocupação com a evolução da cotação do USD, que até pode vir a subir (excepção óbvia para movimentos mais extremos facilmente geríveis).
c) farão tudo, mas tudo, para que o mercado de acções suba!
2. O Japão compra os dólares que forem necessários para que o iene mantenha o seu valor ou desça, mantendo a sua indústria exportadora competitiva.
3. A União Europeia dá-se por satisfeita por não precisar de fazer quase nada, bastando-lhe apoiar a tarefa do Japão e a relativa neutralidade dos EUA em relação ao dólar, conseguindo assim com alguma facilidade que o euro não ultrapasse os tais 1,30/1,35 nos próximos meses.
O Japão ao comprar biliões de dólares para fazer descer o iene, e ao enviar esses dólares para financiar o défice externo e também para aumentar a liquidez no sistema financeiro americano, consegue também fazer com que o euro não suba, por carambola dos vários crosses. Deste modo, chegámos a um ponto tão técnico (e por outro lado, quase pérfido) das relações entre blocos, que facilmente concluímos que o mundo é uma pequena aldeia global e que nós todos somos geridos por uma grande mão invisível.
Uma boa semana para todos
Um abraço
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