Caldeirão da Bolsa

OT - Políticas para Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 20/5/2022 12:27

MarcoAntonio Escreveu:E quando me apelidaste de politico, a minha questão é exatamente a oposta, que deveria ser o não envolvimento de politica nestes estudos.

Eu aqui discordo completamente. O que eu disse, por estas ou outras palavras - e é só uma opinião - é que para mim és um político. Raciocinas e ages/procedes como um político (ie aquilo que produzes é essencialmente conteúdo político). Para mim, vejo-te como um agente político. Não estou a alegar que és um político profissional e/ou de carreira, meramente que és um agente/actor político. Nos dias que correm, também não é preciso sequer "sair de casa" para se ser um actor/agente político.

Claro que tu podes discordar completamente, dizer que eu estou errado ou que não sei o que estou para aqui a dizer. As opiniões são com as cerejas. É só uma opinião e não é um ataque, entenda-se. Muito embora a minha opinião genérica da política não seja a melhor, não é crime nem nada que o valha (se o que gostas de discutir é política e se o que preferes é analisar tudo pela perspectiva política, tudo bem, estás em teu inteiro direito). Mas é essencialmente isto que eu estou a querer transmitir.
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 20/5/2022 11:50

BearManBull Escreveu:Tenho claro que os procedimentos estalecidos para peer review são bem desenhados, mas neste tipo de estudo de interesse politico é fácil exercer pressão para que determinados resultados sejam mais bem aceites.

E quando me apelidaste de politico, a minha questão é exatamente a oposta, que deveria ser o não envolvimento de politica nestes estudos.

As mesmas estratégias usadas pelas tabaqueiras podem ser aplicadas por políticos. E o poder da UE está noutra dimensão quando comparado com o das tabaqueiras.

Podem ou são?

A questão não é se podem, é se são usadas.



1. Fund research that supports the interest group position.

Os políticos não atribuem os fundos a projectos especificamente mas a áreas. Existem fundos, com áreas de aplicabilidade e concursos cujos editais aparecem em locais como a FCT e afins (os concursos podem envolver instituições que nada têm que ver com a União Europeia como o MIT ou a CMU, por exemplo). São submetidas candidaturas (que não discutem resultados, os resultados não existem ainda) e que são avaliadas por paineis científicos que avaliam o mérito do estudo com base em critérios pré-definidos (enquadramento/aplicabilidade, métricas e critérios, etc isto é tudo apresentado up front). Como disse algures atrás, os políticos influenciam as áreas de interesse, onde a comunidade científica está a colocar as suas "energias" mas mesmo isto tem efeito limitado. De qualquer das formas, isto é passível de criar viés (algumas áreas poderão ser mais difíceis de investigar, nomeadamente).


2. Publish research that supports the interest group position.

Não são os políticos que revêm os artigos científicos ou decidem a publicação, não estão envolvidos no processo.


3. Suppress research that does not support the interest group
position.

Também não estou a ver muito bem como é que os políticos suprimem publicações.


4. Criticize research that does not support the interest group
position.

Pontualmente um político pode criticar investigação científica, mas parece-me extremamente raro. Mais depressa ignoram o que (não) lhes interessa e seleccionam o que lhes interessa, independentemente da qualidade ou até da relevância (cherry picking).


5. Disseminate interest group data or interpretation of risk in
the lay press.

Aqui julgo que há potencial sim.


6. Disseminate interest group data or interpretation of risk
directly to policy makers.

Aqui também. Mas nestes dois pontos, isto já não diz respeito à publicação de artigos de carácter científico ou de como se obtém o conhecimento mas sim como se utiliza (e/ou favorece) o conhecimento que já existe / já foi produzido



BearManBull Escreveu:Achas que alguém financiava um estudo como este?
UE manipulation of reserach: How UE politics are shapping the world science for their own interests and benefits?


Podes produzir este estudo e tentar submetê-lo. O título sugere-me que tu queres falar de política e produzir um artigo de opinião (ou talvez um relatório?). Mas o importante ia mesmo ser o conteúdo, nomeadamente o método, a metodologia e a discussão dos resultados. Isto se o artigo tinha pretensões de ter carácter científico. Existem essencialmente dois tipos de artigos científicos (estudos): reasearch e review. Existem outros tipos de artigos mesmo em publicações científicas mas não costumam ser referidos como estudos.


Dito isto: eu creio que os políticos i) influenciam de alguma forma o rumo da investigação científica e ii) fazem o uso que lhes convém do que é produzido; não creio que influenciem da forma que tu pareces estar a supor (digo isto com base na minha própria experiência académica e profissional); note-se que a investigação no circuito privado segue procedimentos diferentes antes da submissão (isto não quer dizer que a que é publicada vá ser má, depois tem de passar pelo mesmo pente que a outra... normalmente é boa, por vezes passa má).

Em relação aos políticos, eu diria até que não interessa muito o que é produzido: eles basicamente fazem o aproveitamento que lhes interessa e não têm grande dificuldade em dizer o oposto do que está na literatura científica, se for preciso.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 20/5/2022 10:18

Marco Martins a falta dos médicos de família é um sinal do radicalismo/extremismo dos tempos em que vivemos.

Entendo e até concordo com alguns pontos que referes, mas para mim acima de tudo existe aqui uma contradição estrutural em que um dos pilares que era defendido por toda a sociedade e mesmo pelo PS como definição de progresso e de bem estar público, hoje em dia foi simplesmente descartado em prole de outras rubricas como a porcaria de ministérios da igualdade e da verdade... e pelo extremismo burocrático, ainda gosta de saber o ratio gestores/(médicos+enfermeiros) tenho a certeza que este numero é muito superior na actualidade do que era hà 20 anos atrás.
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 20/5/2022 9:44

https://www.msn.com/pt-pt/noticias/portugal/lu%C3%ADs-montenegro-diz-que-ant%C3%B3nio-costa-%C3%A9-um-flop-como-primeiro-ministro/ar-AAXv1s4?ocid=entnewsntp&cvid=3d94a62f7a5a43c58065efa6961a30fe

Para Luís Montenegro, a falta de médicos de família no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é um dos exemplos que comprovam o "fracasso" da política socialista.

"O doutor António Costa prometeu a Portugal, por exemplo, que todos os portugueses tinham direito a um médico de família. Havia um milhão e quarenta e cinco mil portugueses que, em 2015, não tinham médico de família. Ele prometeu que todos iriam ter. Hoje são mais 250 mil, nos números oficiais", afirmou.


Sinceramente eu acho que flops são todos aqueles que vêm falar no numero de médicos de família!!!!
Porra, para que diabo queremos um médico de família para todos, se quanto temos de marcar uma consulta (que não será de rotina) tem de ser com mais de um mês de antecedência?!?!?
Para que interessa um médico de família, se quando temos uma gripe ou uma má disposição, temos de ir para uma vaga no centro de saúde... e o mais certo ir para a urgência do hospital para ser mais rápido o atendimento!!!!

Tudo bem com a existência de um médico de família, mas acho que o maior problema não está aí, mas sim na forma como os centros de saúde funcionam!
Obrigatoriamente, em períodos de maior numero de gripes, alergias ou constipações, todos deveriam ter um médico mais dedicado a essas questões para consultas de urgência!

Se há coisas mal? Sim há... e muitas.. mas não é a tentar por mais pessoas a trabalhar no mesmo local que tudo vai funcionar melhor!!!
 
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 20/5/2022 9:08

MarcoAntonio Escreveu:
BearManBull Escreveu:Claro que peer review é bonito e funciona normalmente bem quando existem varias escolas de oposição. Li algures que Einstein revia os artigos do Bohr e que remédio tinha senão dar o seu OK apesar de ser o maior rival, porque as formulações eram incontestáveis. Agora se tens os teus peers a defender o mesmo que tu, a revisão não passa de um tramite burocrático. Principalmente quando todos obtêm fundos do mesmo bolso (UE...).


Os reviewers opõe-se sempre e encontram sempre problemas, em maior ou menor grau. São em regra pelo menos três mas podem ser mais. Por norma, pelo menos um tem elevado grau de expertise (no campo de aplicação) mas um ou mais não têm (são da area mas não peritos naquele problema específico). Isto é propositado (se quiseres posso elaborar, mas não agora). O standard é single blinded (o autor não sabe quem são os reviewers), mas também existe double blinded e open review (este, raro!).

A nacionalidade pode ser uma qualquer e varia (europeu, japones, americano, etc).


Tenho claro que os procedimentos estalecidos para peer review são bem desenhados, mas neste tipo de estudo de interesse politico é fácil exercer pressão para que determinados resultados sejam mais bem aceites.

E quando me apelidaste de politico, a minha questão é exatamente a oposta, que deveria ser o não envolvimento de politica nestes estudos.

As mesmas estratégias usadas pelas tabaqueiras podem ser aplicadas por políticos. E o poder da UE está noutra dimensão quando comparado com o das tabaqueiras.

TOBACCO INDUSTRY
MANIPULATION OF RESEARCH


Figure. Tobacco industry strategies to
manipulate data on risk
1. Fund research that supports the interest group position.
2. Publish research that supports the interest group position.
3. Suppress research that does not support the interest group
position.
4. Criticize research that does not support the interest group
position.
5. Disseminate interest group data or interpretation of risk in
the lay press.
6. Disseminate interest group data or interpretation of risk
directly to policy makers.



Achas que alguém financiava um estudo como este?
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Re: Políticas para Portugal

por EXTR3ME_07 » 20/5/2022 4:08

Marco Martins Escreveu:https://www.dn.pt/sociedade/frente-comum-faz-manifestacao-esta-sexta-feira-contra-atualizacao-salarial-de-09-14801318.html

Mais uma greve!!!

Desculpem a minha opinião, que nada é contra o direito das pessoas fazerem greve (pois esse é um direito constitucional), mas enerva-me não ser obrigatório haver uma previsão de intenção de greve no dia anterior para que os serviços (nomeadamente as escolas) possam dizer com alguma certeza aos encarregados de educação se valerá a pena levarem ou não os filhos à escola!!!!

Não se trata de haver aqui uma inquisição, mas sim um respeito por todos os trabalhadores que também têm responsabilidades!!!


A todos estes que provocam greve (impactando directamente o trabalho dos outros sem que eles possam ter uma preparação previa), gostaria que lhes fizessem o mesmo com a electricidade, o gás, os telefones, a água e tudo o mais!!!

Volto a frizar... o direito à greve é um direito universal, mas não custava nada haver com antecipação uma avaliação do impacto da mesma para que os outros que nada culpa têm, pudessem organizar a sua vida!



Portanto, amanhã vamos ter praias e centros comerciais cheios não é?

A greve é a última forma de luta de um trabalhador, mas já se tornou tão banal que já perdeu imenso a sua razão e importância de ser.
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 19/5/2022 20:34

https://www.dn.pt/sociedade/frente-comum-faz-manifestacao-esta-sexta-feira-contra-atualizacao-salarial-de-09-14801318.html

Mais uma greve!!!

Desculpem a minha opinião, que nada é contra o direito das pessoas fazerem greve (pois esse é um direito constitucional), mas enerva-me não ser obrigatório haver uma previsão de intenção de greve no dia anterior para que os serviços (nomeadamente as escolas) possam dizer com alguma certeza aos encarregados de educação se valerá a pena levarem ou não os filhos à escola!!!!

Não se trata de haver aqui uma inquisição, mas sim um respeito por todos os trabalhadores que também têm responsabilidades!!!


A todos estes que provocam greve (impactando directamente o trabalho dos outros sem que eles possam ter uma preparação previa), gostaria que lhes fizessem o mesmo com a electricidade, o gás, os telefones, a água e tudo o mais!!!

Volto a frizar... o direito à greve é um direito universal, mas não custava nada haver com antecipação uma avaliação do impacto da mesma para que os outros que nada culpa têm, pudessem organizar a sua vida!
 
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 19/5/2022 15:13

BearManBull Escreveu:Claro que peer review é bonito e funciona normalmente bem quando existem varias escolas de oposição. Li algures que Einstein revia os artigos do Bohr e que remédio tinha senão dar o seu OK apesar de ser o maior rival, porque as formulações eram incontestáveis. Agora se tens os teus peers a defender o mesmo que tu, a revisão não passa de um tramite burocrático. Principalmente quando todos obtêm fundos do mesmo bolso (UE...).


Os reviewers opõe-se sempre e encontram sempre problemas, em maior ou menor grau. São em regra pelo menos três mas podem ser mais. Por norma, pelo menos um tem elevado grau de expertise (no campo de aplicação) mas um ou mais não têm (são da area mas não peritos naquele problema específico). Isto é propositado (se quiseres posso elaborar, mas não agora). O standard é single blinded (o autor não sabe quem são os reviewers), mas também existe double blinded e open review (este, raro!).

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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 19/5/2022 14:45

A formula a mim parece-me perfeita , o meu parecer era sobre a conclusão.
The capacity of the road network is not fundamentally affected by changes in speed limits.

Que eles justificam assim:

In practice, this means that a lower average speed due to a reduction measure will lead to a higher vehicle density, as drivers also keep a smaller following distance at lower speeds. That is, in the equation Q ​= ​ρ ⋅ V, Q remains basically constant. Another important point to be considered prior to the introduction of speed limit reduction is that a great emphasis should be placed on the reconfiguration of the traffic management, e.g. reconfiguration of road markings, traffic light control programs, public transport timetables. In conclusion, the speed limit reduction is an effective tool, the application of which will be fruitful only if a careful design precedes its introduction.


Claro que peer review é bonito e funciona normalmente bem quando existem varias escolas de oposição. Li algures que Einstein revia os artigos do Bohr e que remédio tinha senão dar o seu OK apesar de ser o maior rival, porque as formulações eram incontestáveis. Agora se tens os teus peers a defender o mesmo que tu, a revisão não passa de um tramite burocrático. Principalmente quando todos obtêm fundos do mesmo bolso (UE...).

No final apesar de no próprio artigo revisarem que tem falhas concluem que é uma ferramenta útil.

A conclusão de que a distancia se reduz com a velocidade não é de todo verdadeira e muito menos é linear ao contrario da formula que apresentam.

Ou seja eles defendem que ​ρ aumenta linearmente com a redução de V o que certamente não é verdade. Aqui o valor de ​ρ é claramente manipulado para defender os interesses das conclusões. Numa boa estrada manténs praticamente a mesma distancia a 50 que a 90,

Outra falacia do artigo é que restringem o modelo alguns tramos, sem considerar o todo de uma cidade que é fulcral considerar pelo menos atendendo à máxima que a menor velocidade todos os veículos vão permanecer mais tempo no sistema antes das vias estarem congestionadas.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 19/5/2022 13:55

Eu não posso perder muito tempo com isto (especialmente hoje) mas há problemas fundamentais nas coisas que tu escreves e que interessa (mesmo) clarificar:

BearManBull Escreveu:Por exemplo esta conclusão parece-me altamente subjectiva porque depende como foram obtidos os valores V e ​ρ.

The capacity of the road network is not fundamentally affected by changes in speed limits. This is explained by the macroscopic fundamental theorem of road traffic, i.e. Q ​= ​ρ ⋅ V (traffic volume Q (veh/h) is the product of the vehicle density ρ (veh/km) and the spatial average speed V).

Isto não é uma conclusão, é um modelo (no caso, um teorema). Agora podes ir ver em que medida é que este modelo está validado na literatura (se o jornal for de qualidade, à partida, os reviewers já fizeram isso por ti, se não estiver o artigo não passa). Não é uma questão de "subjectividade". Um modelo é uma aproximação (sempre, a ciência não tem outra coisa no que diz respeito a modelos). Um trabalho de research ou apresenta/propõe um modelo novo ou trabalha com modelos testados/validados (que têm limitações). Se o modelo for novo, o trabalho do researcher é mostrar a validade do mesmo (e/ou em que é que ele é melhor que as alternativas).


BearManBull Escreveu:Para mim a quantidade de esforço, método e argumentos não dão mais ou menos créditos a uma conclusão, como se pode ver neste pequeno excerto um artigo muito bem extrapolado e que segue à risca o método cientifico pode ser altamente falacioso.

Se um estudo é falacioso, não tem mérito (científico) para ser publicado. Isto é um problema fundamental num artigo. O trabalho do reviewer é, entre outros, verificar se as conclusões são falaciosas. Em ciência, falácia é concluir o que não é justificado pela evidência e pelo método empregue. Se o estudo conclui aquilo que não é possível concluir pelo método utilizado e através dos dados obtidos, o(s) reviewer(s) manda(m) para trás para corrigir (por exemplo, o(s) autor(es) tem de corrigir retirando aquilo que não se pode concluir ou inserir as limitações dizendo o que não se pode concluir ou quando não se pode concluir).

Repito: o método não é perfeito, os reviewers não são perfeitos (nem os jornals têm todos a mesma qualidade) e passam artigos fracos, inevitavelmente. A ciência não se mede pelo mais fraco/pior que ocorre (ou pelo que "pode" acontecer) mas pelo grosso de conhecimento produzido por todo o processo. Nem para se se aferir o que é se sabe sobre determinado tema devemo-nos ficar por um único artigo (a menos que não haja mais nenhum, aí não há alternativa... mas isso tende a ser desde logo uma limitação também).
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 19/5/2022 12:15

Marco Martins Escreveu:https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/governo-vai-regular-empresas-de-gestao-de-condominios

Obrigatoriedade de ter porta aberta ao público, contratar um seguro ou ter formação deverão estar entre as novas medidas, diz o setor


É curioso como o estado vai obrigar aos privados aquilo que ele se exclui de fazer passando muitos serviços apenas para online e onde não se consegue falar com ninguém!!!


Sector regulado -> sector inflacionado. Lá vai o desgraçado do contribuinte levar mais um assalto ao bolso.

O pior de tudo é que inventam biliões de leis e depois tens o acesso completamente restringido ao sistema de justiça.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 19/5/2022 12:07

MarcoAntonio Escreveu:
BearManBull Escreveu:Como não vão ter um paper enviesado....

Eu não percebo como é que daquele trecho tu saltas para isto. Seja como for isto já tomou tempo de mais e quer-me parecer que o teu próprio interesse nos artigos de âmbito científico reacendeu-se: foi questão de começares a ler o que antes dizias que não valia a pena.

:wink:



Não é questão de achar que vale ou não a pena é mais de se desenharem estudos que não têm grande coerência. Ou seja depende do objecto de estudo, neste caso parece-me infundamentado à partida. Tanto é que chegaram a essa conclusão em grande parte do estudo, que foi baseado numa simulação em tramos viários específicos sem considerar o efeito global no todo de uma cidade. Por outro lado usaram uma serie de parâmetros (tunning) que dependendo dos valores assinados pode dar resultados muito distintos.

Por exemplo esta conclusão parece-me altamente subjectiva porque depende como foram obtidos os valores V e ​ρ.

The capacity of the road network is not fundamentally affected by changes in speed limits. This is explained by the macroscopic fundamental theorem of road traffic, i.e. Q ​= ​ρ ⋅ V (traffic volume Q (veh/h) is the product of the vehicle density ρ (veh/km) and the spatial average speed V).



Para mim a quantidade de esforço, método e argumentos não dão mais ou menos créditos a uma conclusão, como se pode ver neste pequeno excerto um artigo muito bem extrapolado e que segue à risca o método cientifico pode ser altamente falacioso.
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Re: Políticas para Portugal

por Marco Martins » 19/5/2022 10:52

https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/governo-vai-regular-empresas-de-gestao-de-condominios

Obrigatoriedade de ter porta aberta ao público, contratar um seguro ou ter formação deverão estar entre as novas medidas, diz o setor


É curioso como o estado vai obrigar aos privados aquilo que ele se exclui de fazer passando muitos serviços apenas para online e onde não se consegue falar com ninguém!!!
 
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 18/5/2022 23:40

BearManBull Escreveu:Não sei se reparaste mas nesse estudo que referias dizem mesmo que não se verifica nada do que defendes....

A study of Tang et al. (2019) examines the impacts of reducing the speed limit from 50 to 30 ​km/h. Their results show that the emission of nitrogen oxides (NOx) and particulate matter (PM) increase due to speed limit reduction. However, the extent of the increase depends on network topology, and the characteristics of traffic.

Folgerø et al. (2020) share the results of speed limit measures in Oslo between 2004 and 2011. The maximum allowed speed was reduced from 80 to 60 ​km/h on the main urban roads. The study evaluates the change in air pollution and average travel time due to the traffic management action. The most significant result discussed in the paper is that the average speed decreased by nearly 6 ​km/h. This should also cause the level of NOx and PM emissions to decrease because of the average characteristics of internal combustion engines. However, the results did not confirm this.



Eu não defendi coisa nenhuma sobre emissões (nem tu sabes bem o que eu defendo).

Ocorreram duas instâncias em que abordei as emissões:

i) uma dizia respeito à utilização inadequada de dados no (pseudo) estudo que citaste (ver aqui);

ii) a outra foi no post imediatamente a seguir (ver aqui) e é essencialmente para esclarecer que não estou a comentar os resultados sobre as emissões que também estão no artigo, como é bom de ver.

MarcoAntonio Escreveu:O mesmo artigo na introdução discute o background bibliográfico com resultados diversos quanto ao impacto ao nível das emissões. No entanto, o propósito do meu post era sustentar o que referi atrás, que a relação entre a redução da velocidade e a redução de acidentes está bem estabelecida na literatura (a redução de acidentes tem ela própria implicações no tráfego, assim como outros impactos vários).

Os posts seguintes são muito claramente sobre o risco de colisão, estipulação de limites de velocidade e relação entre velocidade máxima estipulada e velocidade média. Eu nunca fiz considerações sobre os efeitos nas emissões, é simplesmente coisa que não existe no tópico.



BearManBull Escreveu:Como não vão ter um paper enviesado....

Eu não percebo como é que daquele trecho tu saltas para isto. Seja como for isto já tomou tempo de mais e quer-me parecer que o teu próprio interesse nos artigos de âmbito científico reacendeu-se: foi questão de começares a ler o que antes dizias que não valia a pena.

:wink:
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 18/5/2022 23:00

The reason for the increase in emission levels is that the average speed is lower, waiting times at traffic signals are higher. In this way, vehicles spend more time on the traffic network and pollute longer. Additionally, the number of stops increases resulting in more vehicle accelerations. In case of lower speeds, the impact of idling emissions is also more significant.



In case of free flow and undersaturated traffic, vehicles travel around the speed limit, not having to slow down or stop. In an oversaturated traffic state, the number of vehicle interactions increases.


Apesar de quererem defender esta abordagem, não se pode fugir á física
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 18/5/2022 22:38

Claramente não prestaste atenção ao que escrevi (a alternativa é estares de má-fé). Recua e relê.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 18/5/2022 22:36

Não sei se reparaste mas nesse estudo que referias dizem mesmo que não se verifica nada do que defendes....

A study of Tang et al. (2019) examines the impacts of reducing the speed limit from 50 to 30 ​km/h. Their results show that the emission of nitrogen oxides (NOx) and particulate matter (PM) increase due to speed limit reduction. However, the extent of the increase depends on network topology, and the characteristics of traffic.

Folgerø et al. (2020) share the results of speed limit measures in Oslo between 2004 and 2011. The maximum allowed speed was reduced from 80 to 60 ​km/h on the main urban roads. The study evaluates the change in air pollution and average travel time due to the traffic management action. The most significant result discussed in the paper is that the average speed decreased by nearly 6 ​km/h. This should also cause the level of NOx and PM emissions to decrease because of the average characteristics of internal combustion engines. However, the results did not confirm this.


Por favor não menosprezes o meu respeito pela ciência, a minha falta de respeito vai para os donos de poder que caminham sempre no mesmo sentido de aumentar controlo fazer a vida de quem trabalha mais miserável.

Não tenho nada contra o método cientifico, mas uma coisa é analise estatística outra coisa é análise analítica.
Estatisticamente 2+2=4 nunca será verdade 100%.
2+2=5 pode ser concluído estatisticamente se fizeres o questionário corretamente.

Eu nos tempos em que tive de ler centenas de artigos não me lembro de ver um unico artiog que fizesse referencia a politicas do estado x ou y, isso é que é ciencia?

Dizem eles:
In 2021, the European Parliament adopted the resolution on EU road safety based on the Stockholm Declaration (Government of Sweden, 2020). The EP resolution includes an EU-wide speed limit reduction to 30 ​km/h in residential areas and areas where there are high numbers of cyclists and pedestrians. In view of this, it is even more important to investigate the possible outcomes of urban speed limit reduction.


Como não vão ter um paper enviesado....
Editado pela última vez por BearManBull em 18/5/2022 22:41, num total de 1 vez.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 18/5/2022 22:14

BearManBull Escreveu:Digas o que digas esses estudos não têm base analítica, pelos motivos que apresentei anteriormente.

O processo científico não se mede pela qualidade dos piores artigos que se conseguem encontrar nem em momento algum eu argumentei que o processo era perfeito (antes pelo contrário, disse explicitamente que não era).


BearManBull Escreveu:O que falta por aí são estudos de treta, felizmente que pelo menos noutros tempos nos proviam das ferramentas necessárias para tirar conclusões por nós próprios.


Esta troca de posts começou contigo a citar um "estudo" - não é um estudo, é uma "análise" e uma análise extremamente pobre - que:

- foi realizada por uma unidade de research criada recente que não explica/declara porque é que fez a análise (os estudos científicos têm a obrigação a indicar a fonte de financiamento e/ou qualquer eventual conflito de interesses);

- não cita referências em condições e depois de consultadas verifica-se que utilizaram dados para aquilo que eles não servem, estando isso bem explícito na fonte original e explicado porquê (as referências em artigos científicos são explícitas e fáceis de seguir por forma a verificar a fonte da informação);

- realiza exercícios extremamente simples e claramente problemáticas (basicamente, são umas contas de merceeiro) e consideram exclusivamente efeitos potencialmente negativos (os estudos científicos apresentam/descrevem a metodologia e discutem as limitações, se existirem limitações evidentes que não são consideradas/discutidas, é motivo suficiente para recusar o artigo).

Ora, este tal "estudo" serviu para tu citares e até colocares uns negritos (aparentemente "interessou-te", no mínimo interessou-te citá-lo). Já o resto, passas o tempo a deitar abaixo com generalidades. A ciência (o processo científico) não é perfeito e tem limitações. Mas folgo em saber que tens preferência por métodos manifestamente inferiores, com standards inferiores e com menos controlos. Mas pronto, por mim estás à vontade. Os meus comentários estão feitos...
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 18/5/2022 22:07

Aliás apresentei argumentos sólidos que simplesmente és incapaz de contestar.

O que falta por aí são estudos de treta, felizmente que pelo menos noutros tempos nos proviam das ferramentas necessárias para tirar conclusões por nós próprios.

The 10 Most Ridiculous Scientific Studies

Digas o que digas esses estudos não têm base analítica, pelos motivos que apresentei anteriormente.

Isto é um estudo politico porque permite impor maior controlo social. Tu fazes aquilo que eu digo porque eu mando e tu obedeces.
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Re: Políticas para Portugal

por Caramelo » 18/5/2022 21:18

Estas duas figuras que nos governam são fabulosas :wall: :mrgreen:

Sólidos Prejudicados do Beneficiário Líquido

Marcelo, como não é economista, tinha obrigação de não dizer tantas asneiras como os reputados especialistas que nos jornais e na televisão fazem previsões sobre os efeitos benéficos da guerra na Ucrânia para Portugal.

Mas a picareta falante da República, como é catedrático do asneirol disse mesmo isto:

Estas declarações foram proferidas numa conferência em Cascais cujo tema foi “País de Futuro”, mas para a qual paradoxalmente se convidou o Arlequim de Belém e a agora todo-poderosa filha do ex-ministro de Sócrates, Vieira da Silva. Segundo as palavras de Marcelo que ouvimos atrás parece, portanto, haver excelentes perspetivas para a economia portuguesa.

Estas vacuidades foram expelidas antes do requintado cocktail dînatoire do evento e não me consta que tivessem sido contestadas pelos «Senadores Portugal XXI» como pomposamente a organização chama a personalidades como António Vitorino ou Marques Mendes.

Há relativamente pouco tempo a reincidente ministra da agricultura já havia referido que a pandemia da covid 19 poderia impulsionar as exportações portuguesas, ideia logo secundada pelo à altura secretário de estado da internacionalização de seu nome Brilhante.

Se este exclusivo clube da intelligentsia nacional tem estas opiniões e expectativa de que a governação de Costa dê um jeito à bazuca de forma a nos abarbatarmos ao dinheiro dos contribuintes europeus, o mais provável é tudo corra bem, excepto se assim não acontecer.

O facto de as anteriores crises internacionais e males de países terceiros não ter tirado Portugal da cepa-torta nos últimos 30 anos é um mero detalhe.

Marcelo já percebeu que é um mero contínuo dos governos de António Costa, e por isso não deixará de dizer platitudes com um sorriso de quem se acha superiormente inteligente e sagaz, entretendo o povo por mais uns tempos até que a chata da realidade contrarie, mais uma vez, esta bela fantasia.

https://blasfemias.net/2022/05/18/solid ... o-liquido/

Entretanto... :twisted:
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 18/5/2022 18:30

BearManBull Escreveu:Sim estudada há décadas e só na segunda década do século XXI é que vêm com estas novas abordagens radicais de que reduzir a velocidade. Curiosamente numa altura em que as forças politicas têm uma agenda clara de retirar a sensação de individualidade da sociedade.

Bear, eu não estou interessado na discussão política, isso está bem para ti que és um político. Não sei se profissional ou não pois só vejo um nick - nem pretendo fazer alegações - mas escreves e ages como um político, que é ao que me estou a referir.

A (sugestão) da redução da velocidade existe há décadas e tem sido aplicado há décadas (no final da década de 90 por exemplo - e se não me falha a memória quanto às datas - houve uma série de experiências na Austrália, mas há mais casos, até de anos anteriores). As sugestões não se ficam meramente pela redução da velocidade (há outras sugestões como limites de velocidade variáveis e/ou dinâmicos, por exemplo). Entre medidas de outras naturezas que não envolvem estritamente a velocidade máxima estipulada (speed limit ou posted speed limit, na literatura). Eu só estou interessado neste plano da discussão, deixo o outro plano para ti e peço encarecidamente que não interjeites coisas que eu não abordei e que são irrelevantes para o conteúdo dos meus posts.


BearManBull Escreveu:Como te disse, tens estudos para tudo, principalmente estudos formulados por conhecimento indutivo que são muito mais falaciosos. Nesse caso pode-se demonstrar praticamente tudo.

Existem nesta área essencialmente dois tipos de estudos, ambos relevantes/úteis e ambos com limitações várias (como todo o estudo): simulações e estudos observacionais (casos de estudo / case studies). Estes incluem também estudos com zonas (grupos) de controlo (já foi feito por exemplo nos Estudos Unidos, pelo menos). O método científico envolve quer raciocínio dedutivo quer raciocínio indutivo. Nomeadamente, a ciência passa grande parte do tempo a realizar exercícios hipotético-dedutivos formulando hipóteses e tentando falseá-las (é um dos aspectos fundamentais do método científico moderno). Em relação ao raciocínio indutivo em específico, o raciocínio indutivo não é "muito falacioso". Antes, a qualidade (veracidade) da conclusão depende da qualidade da evidência e do grau de certeza das premissas.


BearManBull Escreveu:A partir daqui já tens uma desvantagem que tens de lutar bem para tentar discutir como é que raios se chega á conclusão de que com menos velocidade se vai retirar carga ao sistema.

A ciência dá trabalho, mas os investigadores conseguem comunicar bastante razoavelmente entre si. Para ti é "complicado" porque tu não estudas nem te interessas em saber (basta ler os teus posts, deixas isso bem claro). Apenas te interessa a tua crença/convicção.


BearManBull Escreveu:O problema do conhecimento indutivo é que tens normalmente os autores dos estudos ultra enviesados a defender aquilo que acreditam e simplesmente não contabilizam aquilo que lhe interessa na analise estatística. De resto tenho muitas duvidas quanto á qualidade dos cientistas que participam nesses estudos, raramente devem ser independentes.

Mais alfinetadas hipotéticas em estudos que não se lê. As tuas decisões foram tomadas a priori e baseiam-se nas tuas crenças, é o teu modus operandi, que é fundamentalmente acientífico.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 18/5/2022 18:12

MarcoAntonio Escreveu:
BearManBull Escreveu:No fundo se queres reduzir transito tens reduzir o tempo que cada veiculo passa na estrada e esse é que é o santo graal agora reduzindo a velocidade máxima vais imediatamente forçar a existir sempre mais veículos no sistema, desde que a população se mantenha a mesma.

Uma sugestão construtiva: porque é que não lês um pouco da imensa literatura que existe sobre o comportamento do trânsito? A temática é estudada há décadas, existe um corpo de conhecimento. A forma de lidar com estes problemas não é propriamente estar em casa a fazer raciocínios simples.


Sim estudada há décadas e só na segunda década do século XXI é que vêm com estas novas abordagens radicais de que reduzir a velocidade. Curiosamente numa altura em que as forças politicas têm uma agenda clara de retirar a sensação de individualidade da sociedade.

Como te disse, tens estudos para tudo, principalmente estudos formulados por conhecimento indutivo que são muito mais falaciosos. Nesse caso pode-se demonstrar praticamente tudo.

Eu gosto de conhecimento analítico e não preciso de estudos nenhuns para demonstrar que se um carro antes podia andar uma velocidade máxima 80 e agora passa a andar 70 vai demorar mais tempo a chegar do ponto A ao ponto B. Isto é uma verdade universal, um axioma.
Não se trata de ser simples trata-se de ser absolutamente válido em qualquer sistema.

Se todos os veículos passam mais tempo no sistema isto significa que a probabilidade de existir transito intentos aumenta. Aqui tens um segunda dedução incontestável e universalmente valida.

A partir daqui já tens uma desvantagem que tens de lutar bem para tentar discutir como é que raios se chega á conclusão de que com menos velocidade se vai retirar carga ao sistema.

Mais coisas a ter em conta um carro a 80 vai bem em 5, a 70 talvez tenha de meter a 4 logo gasta mais.

Isto posso estar aqui o dia todo a lançar mais contrariedades falaciosas que depois não são analisadas porque não interessa. O problema do conhecimento indutivo é que tens normalmente os autores dos estudos ultra enviesados a defender aquilo que acreditam e simplesmente não contabilizam aquilo que lhe interessa na analise estatística. De resto tenho muitas duvidas quanto á qualidade dos cientistas que participam nesses estudos, raramente devem ser independentes.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 18/5/2022 16:42

Apesar de eu dizer claramente que estou a falar da atribuição a projectos específicos e à avaliação dos (respectivos) resultados, mas porque também não quero passar nenhuma mensagem equívoca: os políticos influenciam as áreas a que os fundos são aplicados (em larga escala). Isto é potenciador de viés, não necessariamente de resultados (não é impossível, mas é bastante difícil) mas de áreas de interesse. Isto é, como os fundos são alocados a diferentes áreas do conhecimento.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 18/5/2022 16:35

BearManBull Escreveu:Claro quando está num engarrafamento ficas como a distancia ao da frente optimizada ao máximo, mas estás parado...

Eu não estou a falar do cenário concreto em que está tudo parado. Este texto parece ser escrito com o propósito de ridicularizar ou então realmente não estás a prestar atenção nenhuma.


BearManBull Escreveu:No fundo se queres reduzir transito tens reduzir o tempo que cada veiculo passa na estrada e esse é que é o santo graal agora reduzindo a velocidade máxima vais imediatamente forçar a existir sempre mais veículos no sistema, desde que a população se mantenha a mesma.

Uma sugestão construtiva: porque é que não lês um pouco da imensa literatura que existe sobre o comportamento do trânsito? A temática é estudada há décadas, existe um corpo de conhecimento. A forma de lidar com estes problemas não é propriamente estar em casa a fazer raciocínios simples.


BearManBull Escreveu:Estudos existem para tudo, isso basta ocultar parte dos problemas e parece tudo que é um mimo. Como estes estudos são financiados por políticos obviamente que produzem os resultados que lhes interessam.

O método científico moderno trouxe-nos até aqui. A explosão de desenvolvimento tecnológico dos últimos 200 anos não tem comparação com o período que se lhe antecedeu. Tenho a perfeita consciência das limitações do método científico (a ciência também a tem e poderá argumentar-se até que essa é a força da ciência, saber que não sabe tudo e que nada é definitivo). Mas não conheço nenhum método alternativo superior. Seguramente que o que tu ofereces (suposições/ilações/exercícios mentais/etc que chegas a apresentar como factos) não é superior ao método científico.

A comunidade científica é profissional em detectar os problemas que os outros investigadores tentam ocultar. O processo de peer-reviewing (realizado por investigadores "concorrentes" que têm interesse em detectar a falha nos trabalhos dos outros investigadores) não é perfeito também, tão pouco. Mas é melhor/superior do que estar em casa a espetar alfinetadas hipotéticas em artigos científicos que aparentemente nem se leu.


BearManBull Escreveu:Como estes estudos são financiados por políticos obviamente que produzem os resultados que lhes interessam.

Não creio que estejas familiarizado com a atribuição dos fundos. Os políticos não entram no processo, nem na atribuição a projectos específicos nem na avaliação dos resultados.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 18/5/2022 16:17

MarcoAntonio Escreveu:Um factor que estás a ignorar é a distância média entre veículos que tende a aumentar com a velocidade. Há bastante literatura e referências para consultar se quiseres realmente perceber um pouco mais sobre o tema sobre o qual estás a dissertar.


Claro quando está num engarrafamento ficas como a distancia ao da frente optimizada ao máximo, mas estás parado...

No fundo se queres reduzir transito tens reduzir o tempo que cada veiculo passa na estrada e esse é que é o santo graal agora reduzindo a velocidade máxima vais imediatamente forçar a existir sempre mais veículos no sistema, desde que a população se mantenha a mesma.

Até posso dizer que existem ainda factores piores como andar mais devagar incentiva a maior distração, maior tendencia a usar telemóvel em andamento, maior tédio e maior incapacidade de resposta inclusive a possibilidade de adormecer ao volante. Isso já não conta nos estudos quando não defende os interesses inventa-se só a perspectiva que interessa.

Estudos existem para tudo, isso basta ocultar parte dos problemas e parece tudo que é um mimo. Como estes estudos são financiados por políticos obviamente que produzem os resultados que lhes interessam.
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