Caldeirão da Bolsa

OT - Qualidade dos serviços publicos, FP e afins

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por mais_um » 31/10/2012 11:25

Lion_Heart Escreveu:O Único serviço onde noto uma clara mudança para melhor é no centro de saúde. Rápido e eficaz. O Hospital de Braga é para esquecer por exemplo.


Não é esse Hospital que é gerido por privados?.... :roll: :roll:
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por Lion_Heart » 31/10/2012 3:11

dfviegas Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:


E vou dar um exemplo do mais óbvio , nos bancos hoje raramente vejo mais que um ou dois caixas , nas repartições do Estado são no máximo um meia dúzia , na ss ainda é pior (horas e horas de espera) e por ex. aqui na Vodafone estão quase em permanência 5 (sim, 5!) pessoas no front office de atendimento ao publico.

A resposta para mim é simples: é muito mais fácil mudar de operador móvel que de Banco ou do Estado , daí o desleixo e incúria.



Em relação aos bancos parece-me que estás completamente equivocado, parece-me óbvio que a redução de funcionarios presencias se reduzio devido à evolução brutal dos serviços via internet, call center e atm dedicados.

Podes efectuar practicamente tudo sem ir a um balcão.

Eu actualmente só vou lá 1 ou 2 vezes por ano que é quando eles se atrasam na minha carta verde.

Nas finanças por exemplo tambem já podes fazer practicamente tudo via internet, e de cada vez que precisei utilizar o "call center" funcionou muito eficientemente. Apesar de eles não terem um verdeiro call center, o que eles tem é pessoas distribuidas pelas várias repartições do pais que estão atribuidas ás chamadas exteriores.

Os serviços que tem que melhorar ainda muito em minha opinião, são os centros de saude, segurança social e IEFP, mas este ultimo pode ser devido à maior afluência simplesmente não tem capacidade de resposta.


Pois , mas tu e muito de nós vivemos na sociedade da tecnologia e comunicação , mas não te esqueças que grande parte deste país é constituído por adultos com poucos ou nenhuns conhecimentos de informática.

E já agora uma coisa que não podes fazer na net é depositar cheques e cash , e infelizmente atm´s para fazer isso ainda são muito poucos e ainda menos os bancos que os tem. Eu não percebo é porque deixam criar filas enormes quando na parte de trás tem hoje em dias três, quatro ou cinco "vendedores" a olhar para o tecto, não podiam ir fazer caixa para ajudar?

Existem sempre coisas que não se podem fazer pela net, as repartições de finanças estão sempre lotadas , pelo menos aqui em Braga.

O Único serviço onde noto uma clara mudança para melhor é no centro de saúde. Rápido e eficaz. O Hospital de Braga é para esquecer por exemplo.
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por artista_ » 30/10/2012 21:13

Dados dos gastos com a educação, em percentagem do PIB, em Portugal comparativamente à média dos países da OCDE:

Portugal OCDE
1995 4,9 5,4
2000 5,2 5,3
2005 5,5 5,8
2009 5,9 6,2
2011 4,7 6,2
2012 3,8 6,2

A divergência nos últimos anos é gritante... e, digo eu, preocupante! Ainda para mais quando acabámos de aumentar a idade escolar para os 18 anos!

Já agora, para quem acha que temos muitos licenciados, em Portugal há muito menos licenciados que na média dos países da OCDE. Entre os 25 e os 64 anos em Portugal há 15% de licenciados contra 31% na OCDE. Entre os 25 e os 34 anos em Portugal há 25% de licenciados contra 38% na OCDE...

Na conclusão do ensino secundários em Portugal 40% dos alunos concluí esse nível de ensino, contra 68% na OCDE.

Finalmente, o número de horas de aulas anuais por professor:

Portugal OCDE
1º e 2º Ciclos 865 782
3º Ciclo 761 704
Secundário 761 658


Estes dados relativos à educação servem para demonstrar que não investimos assim tanto que nos permita exigir muito. É assim na educação, não é difícil presumir que também assim seja noutras áreas!
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por kknd » 30/10/2012 19:44

dfviegas Escreveu:Nas aplicações informáticas do estado, muitas continuam com um nivel de ineficiência brutal, nas finanças fizeram uma tentativa de migração para as novas tecnologias (ambiente WEB), mas os dados encontram-se em ambiente IBM, conclusão quando o funcionário quer efectuar consultas online demora uma porrada de tempo esta situação foi-me demonstrada por um amigo meu que trabalha nas finanças.

Para o Artista, que deve ter utilizado a aplicação do ministério da educação para concorrer para as escolas, primeiro teve de preencher uma série de dados que o ministério já os tem no seu sistema, depois por cada escola a que concorria tinha de repetir uma data de informação que já tinha inserido para a escola anterior verdade?

Não parece óbvio que a unica coisa que o professor tinha de inserir é um número qualquer NIF, BI, SSocial, e depois só teria de preencher a informação especifica para cada escola.

E porque é que estas situações acontecem?
Concursos por ajuste direto? Empresas de amigos?


Uma coisa de cada vez :lol:
Nem dentro dos próprios Ministérios a casa está arrumada, quanto mais passar para centralização global.
Mas atenção, que a CNPD nestas coisas, costuma bloquear muitas vezes os processos (mesmo ao nível dos Ministérios isoladamente, atrasa muito).
 
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por kknd » 30/10/2012 19:39

moppie85 Escreveu:Não posso concordar que o SONHO seja um grande programa. Terá sido em tempos. Não é aceitável que um hospital central fique 2 semanas sem sistema informático (prescrição online, prescrição externa, acesso ao processo anterior do doente, resultado de análises e exames) por um erro na base de dados principal do SONHO - atenção que estamos a falar de 2 semanas e não 2 ou 3 dias.
Podes dizer que aguentou 20 anos, mas também há vinte anos o uso de computadores não era nem é 10% do que é agora. Enquanto que há 20 anos, ficar 15 dias sem DB era aceitável, nos nossos dias é vergonhoso - foram inumeras as consultas perdidas, resultados perdidos, exames não efectuados, análises cujos resultados não foram integrados na BD do doente à custa da sobre utilização do programa...

Quanto a SAPEs e SAMs e Alerts, são programas que têm defeitos muito grandes (então o Alert nem vale a pena falar... chego a demorar mais a passar um ATB naquilo que a passar 3 ou 4 antibioticos "à la pata"). Na minha opinião, foi deitar dinheiro fora - mais valia terem feito algo de jeito em vez que gastarem milhoes em programas que não prestam e não são nada intuitivos.


O Sonho é uma ferramenta administrativa, mas que com o tempo se tornou nuclear em todas as Instituições. De facto, havendo constrangimentos nesta solução, praticamente tudo o que é solução clínica funciona com muitas limitações, se funcionar.
Isto, porque, foram desenvolvidas n integrações, algumas das quais de forma "estranha".
Deduzo que esse caso decorreu no CHG, mas não sei o que originou essa indisponibilidade toda. Sublinho que referi que a BD é excelente em termos de estrutura, mas assenta num motor descontinuado, ou seja, não há suporte do fabricante. Quer isto dizer, que se o recurso (é mesmo no singular) do MS não conseguir contornar a situação, dificilmente alguém consegue. Depois, existem casos em que as administrações, não autorizam a celebração de contratos de manutenção nos próprios servidores (e não é de agora...). Esta combinação de factores aumenta a probabilidade destas situações se verificarem, não querendo propriamente dizer que a solução é fraca.
Aliás, reitero, que do que vejo, continua a ser a solução mais estável que temos...

Nota que, problemas graves em aplicações periféricas, são muito menos sentidos e, facilmente passam +/- despercebidos.

Vamos ver como é com o Sonho 2 (que basicamente, actualiza as versões da BD e da aplicação).
 
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por dfviegas » 30/10/2012 17:33

Nas aplicações informáticas do estado, muitas continuam com um nivel de ineficiência brutal, nas finanças fizeram uma tentativa de migração para as novas tecnologias (ambiente WEB), mas os dados encontram-se em ambiente IBM, conclusão quando o funcionário quer efectuar consultas online demora uma porrada de tempo esta situação foi-me demonstrada por um amigo meu que trabalha nas finanças.

Para o Artista, que deve ter utilizado a aplicação do ministério da educação para concorrer para as escolas, primeiro teve de preencher uma série de dados que o ministério já os tem no seu sistema, depois por cada escola a que concorria tinha de repetir uma data de informação que já tinha inserido para a escola anterior verdade?

Não parece óbvio que a unica coisa que o professor tinha de inserir é um número qualquer NIF, BI, SSocial, e depois só teria de preencher a informação especifica para cada escola.

E porque é que estas situações acontecem?
Concursos por ajuste direto? Empresas de amigos?
 
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por moppie85 » 30/10/2012 16:40

sevenairam Escreveu:
sevenairam Escreveu:( só tenho o cuidado de fazer a marcação durante a noite)

Porquê ?


Porque já me apercebi, que se fizer durante o horário normal de funcionamento, o médico pode ( e até já fez isso) altera a data da consulta para mais tarde.[/quote]

Nos programas que conheço, quem pode mudar isso são os serviços administrativos (nunca vi a ser mudado pelo médico...)
 
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por moppie85 » 30/10/2012 16:37

kknd Escreveu:
AutoMech Escreveu:
Mas claro que era pedir demais, ao actualizar o cartão do utente, que a morada no hospital ficasse também actualizada. Claro que não fica.


Apesar de neste momento, ser mais viável, a comunicação entre as várias BDs do MS, inclusive pode ser analisada a possibilidade da sua centralização, aquando a sua criação - inicio dos anos 90 - era impensável, quanto mais não seja pelas comunicações.

moppie85 Escreveu:Nah... mas acho q se for actualizada no c saude fica logo em todo o SNS via o programa da treta que usam como base de dados - o SONHO - que é um autentico pesadelo de plataforma...


Discordo. A BD do Sonho é fabulosa, caso contrário não tinha aguentado 20+ anos em produção, dando resposta a maioria do que lhe exigem.

Está sim, assente numa versão descontinuada do motor de BD Oracle, que por sua vez sór permite forms e reports em modo caracter que, dá essa impressão pela antiguidade. Ainda assim, consegue ser das soluções nos Hospitais com maior uptime. E atenção que muitos constrangimentos que se detectam no Sonho, estão relacionados com as dezenas de integrações que a BD é obrigada a suportar.

Por curiosidade esta plataforma foi desenvolvida e mantida durante estes anos todos, por FPs (muito poucos). Existem aí alguns FPs excepcionais mesmo.

Depois há que ver que também lidam com as ideias dos iluminados politicos. Inicialmente, maioria das aplicações eram desenvolvidas pelo MS. Depois, foram quase "encostados" à conta de uma ou duas empresas privadas, que aspiraram milhões de € de financiamentos da UE, que os Hospitais eram praticamente obrigados a comprar e, que não eram melhores que as soluções internas do MS (aqui não falo do Sonho, mas do SAM e SAPE).
Agora mudou tudo outra vez, o MS vai centralizar novamente estas funções.

Já agora, o Sonho 2, já está praticamente em fase de testes em 2/3 Hospitais. A BD é a mesma (vai ter a actualização do motor, e dos forms e reports...), camimnhando-se no sentido de centralização.

Por fim, só para terem uma ideia de valores, a manutenção das 3 ferramentas referidas a nivel nacional, custa +/- o mesmo que a manutenção de 1 ferramenta dessas empresas num Hospital pequeno.


Não posso concordar que o SONHO seja um grande programa. Terá sido em tempos. Não é aceitável que um hospital central fique 2 semanas sem sistema informático (prescrição online, prescrição externa, acesso ao processo anterior do doente, resultado de análises e exames) por um erro na base de dados principal do SONHO - atenção que estamos a falar de 2 semanas e não 2 ou 3 dias.
Podes dizer que aguentou 20 anos, mas também há vinte anos o uso de computadores não era nem é 10% do que é agora. Enquanto que há 20 anos, ficar 15 dias sem DB era aceitável, nos nossos dias é vergonhoso - foram inumeras as consultas perdidas, resultados perdidos, exames não efectuados, análises cujos resultados não foram integrados na BD do doente à custa da sobre utilização do programa...

Quanto a SAPEs e SAMs e Alerts, são programas que têm defeitos muito grandes (então o Alert nem vale a pena falar... chego a demorar mais a passar um ATB naquilo que a passar 3 ou 4 antibioticos "à la pata"). Na minha opinião, foi deitar dinheiro fora - mais valia terem feito algo de jeito em vez que gastarem milhoes em programas que não prestam e não são nada intuitivos.
 
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por sevenairam » 30/10/2012 14:54

sevenairam Escreveu:( só tenho o cuidado de fazer a marcação durante a noite)

Porquê ?[/quote]

Porque já me apercebi, que se fizer durante o horário normal de funcionamento, o médico pode ( e até já fez isso) altera a data da consulta para mais tarde.
 
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por kknd » 30/10/2012 13:49

AutoMech Escreveu:
Epá kknd, estamos em 2012 ! Imagina ires a uma agência bancária do Porto e dizerem-te que não podem aceder ao saldo da tua conta de Lisboa (há 25 anos isso realmente acontecia - tinham de ligar ou mandar telex para confirmar).

Há quantos anos os bancos já têm BDs nacionais ? Não é a saúde algo suficientemente grande e importante para haver algo centralizado ? Estamos em 2012 e ainda se anda a testar e a pensar ?

Qualquer chafarica de Decathlon ou Continente vê o meu saldo de pontos em qualquer loja e o MS não consegue ter algo centralizado, como é o caso da morada do utente ?

Enfim, isto só vai ao encontro do que se tem discutido ao longo do tópico...


Boas,

Eu não digo que não fizesse sentido estar tudo centralizado.
Referi a realidade: Cada Centro de Saúde tem a sua BD, cada Hospital idem. Isto está a ser minimizado com os Centros Hospitalares e as USF.
Depois, não há praticamente cenários iguais. Aliás, mesmo as ferramentas referidas, apesar de presentes em grande parte das Instituições do SNS, não estão em todas. Até ao momento cada um decidia o que utilizava.

Ter em atenção que, a situação actual, apesar de não ser a desejada, como referes e bem, representa uma evolução muito grande. Este primeiro passo que referi, que iniciou nos 90s, demorou anos a ser implementado. As Instituições do SNS tinham serviços de TI muito reduzidos, quando tinham.

Em minha opinião, o grande erro foi mesmo no desperdicio de fundos da UE: foram investimentos brutais... mas como tantos outros, não é? ...

Mas o ponto que referes levanta imensas questões, quanto mais não seja, o Administrativo de um CS vai alterar os dados dos Hospitais todos a nivel nacional... Ocorrendo um engano, coloca em questão os Hospitais, que por sua vez não têm esse Funcionário sob a sua alçada.

Há ainda a questão que na Saúde tens dezenas de aplicações periféricas. Algumas são pacíficas, mas outras não. Por exemplo os sistemas de Imagiologia têm requisitos de espaço brutais...

Adicionalmente, num cenário de centralização pura, idealmente todas as Instituições deveriam recorrer aos mesmos aplicativos, o que levaria ao encerramento de muitas empresas (privadas, mas que só têm clientes públicos, não fazem mais nada).

Isto é só para dar uma ideia, são imensas variáveis em questão, que a Banca e Retalho não têm que considerar (mais uma: não terem que lidar com o facto de hoje para amanhã muda o Conselho de Administração, que em meses destrói o trabalho de anos...).

Mas, efectivamente, neste momento, o caminho aponta nesse sentido... até mudarem de ideias (e mudam sempre)
 
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por artista_ » 30/10/2012 13:29

dfviegas Escreveu:
Os serviços que tem que melhorar ainda muito em minha opinião, são os centros de saude, segurança social e IEFP, mas este ultimo pode ser devido à maior afluência simplesmente não tem capacidade de resposta.


Lá está, isto deve variar de sitio para sitio. No dia 3 de setembro fui ao centro de emprego da Amora. Não esperei nem 5 segundos, atenderam-me logo. Pediram-me os dados e fizeram-me uma marcação para o dia seguinte, porque nesse dia já tinham gente (leia-se professores) para o dia todo. Esta marcação tinha hora e técnica que me ia atender. No dia seguinte cheguei cerca de 5/10 minutos antes da hora, quando ia a entrar no edifício chamaram o meu nome, mais uma vez não esperei nem 5 segundos!
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por artista_ » 30/10/2012 13:24

Lion_Heart Escreveu:A qualidade dos serviços neste País é em Geral Má e obviamente é pior nas empresas monopolistas e no Estado.

Desde os anos 80 que a degradação é evidente , deixou de existir uma cultura de brio e responsabilidade para uma cultura do tacho e da balda.


Eu por acaso não sei como é que se tiram esse tipo de conclusões apenas por algumas experiências pessoais. Olhem eu até tenho experiências bem diferentes. Por causa da minha situação de desemprego tive de voltar à segurança social. Há uns 7 ou 8 anos que não metia lá os pés, na última vez, quando lá ia era costume ir de manhã levantar uma senha e depois tratar de vários assuntos e voltar lá à tarde, altura em que já só teria de esperar uma ou duas horas para ser atendido. Pensei eu, na situação em que estamos agora nem sei como será isto, devo ter de tirar uma senha que me dará para daqui a dois ou três dias. A realidade é que não, aquilo está organizado de outra forma e demorei bem menos tempo, não me pude vir embora porque no total (atendimento em dois balcões) estive lá no máximo uma hora! O centro de atendimento de que estou a falar é o da Amora.

Já cada vez que vou a centros de atendimento da PT ou da TMN, é o caos. Em Almada, na loja da PT, a última vez que lá estive ia-me dando uma coisa tal era a velocidade de atendimento dos funcionários que lá estavam, aliás acabei por me vir embora. Na loja da TMN do Almada forum é uma seca também, na da Rio Sul a mesma coisa... se calhar sou eu que sou uma excessão, mas eu não tiro conclusões gerais da forma como alguns aqui fazem!

No hospital de Almada é o fim, aquilo são horas e horas de espera, ainda assim, talvez por sorte (?) na última vez que lá estive até foi relativamente rápido. No centro de saúde da Sobreda, onde tenho o meu médico de família também nunca esperei muito, aquilo funciona bem a todos os níveis. Marco consultas por telefone facilmente e com relativa brevidade e, se for a uma urgência, também é rápido!

Enfim, experiências boas e más tenho em ambos os lados, mas não noto que o atendimento no público seja pior que no privado. Só atendendo às minhas experiências até seria tentado a pensar o contrário...
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por Automech » 30/10/2012 13:07

sevenairam Escreveu:è evidente que a população mais idosa terá dificuldades com isto

Que por acaso deve ser o grupo maioritário nas receitas crónicas. :wink:

sevenairam Escreveu:( só tenho o cuidado de fazer a marcação durante a noite)

Porquê ?
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por sevenairam » 30/10/2012 13:01

AutoMech Escreveu:
sevenairam Escreveu:Curiosamente, em Portugal um doente que tenha medicação continuada ( devido a doença crónica) pode pedir as receitas por internet.


É bom, sem dúvida, embora convenhamos que não é melhor do que em Inglaterra, sobretudo na franja mais idosa da população que não tem internet. Além disso continua a exigir mais passos do que em Inglaterra.

Quando referi acima que o doente tem de ir à farmácia antes de acabar a caixa, isso nem está 100% certo. Se for cliente habitual, liga para a farmácia e o farmacêutico trata de tudo com o centro de saúde. É assim que faz um tio meu sem perder tempo e sem ter de ir ao centro de saúde.

Pelo que ouvi dizer há um plano para passar a haver receitas electrónicas às quais as farmácias vão ter acesso. É um passo nessa direcção.


è evidente que a população mais idosa terá dificuldades com isto, mas a verdade é que eu marco as consultas sempre pela internet ( normalmente passado 8 dias lá vou á consulta) e peço os medicamentos para os meus sogros também pela internet. Posso assegurar que ( pelo menos para mim ) isto tem funcionado na perfeição. ( só tenho o cuidado de fazer a marcação durante a noite)
 
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por Automech » 30/10/2012 12:53

sevenairam Escreveu:Curiosamente, em Portugal um doente que tenha medicação continuada ( devido a doença crónica) pode pedir as receitas por internet.


É bom, sem dúvida, embora convenhamos que não é melhor do que em Inglaterra, sobretudo na franja mais idosa da população que não tem internet. Além disso continua a exigir mais passos do que em Inglaterra.

Quando referi acima que o doente tem de ir à farmácia antes de acabar a caixa, isso nem está 100% certo. Se for cliente habitual, liga para a farmácia e o farmacêutico trata de tudo com o centro de saúde. É assim que faz um tio meu sem perder tempo e sem ter de ir ao centro de saúde.

Pelo que ouvi dizer há um plano para passar a haver receitas electrónicas às quais as farmácias vão ter acesso. É um passo nessa direcção.
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por sevenairam » 30/10/2012 12:43

AutoMech Escreveu:Em Inglaterra um doente que tenha medicação continuada, diabetes ou cardíaco, por exemplo, vai à farmácia 2 ou 3 dias antes da caixa acabar e é o farmacêutico que entra em contacto com o centro de saúde para ver se o médico autoriza nova prescrição.

Cá o doente tem de ir ao centro de saúde pedir nova receita, voltar lá a apanhar a receita, se não a conseguir no mesmo dia (eventualmente paga a consulta pela emissão da receita se não for isento) e só depois, sim, vai à farmácia.

A roda está inventada em muitos sítios. Não é preciso inventar, apenas copiar daqui e dali o que há de melhor.



Curiosamente, em Portugal um doente que tenha medicação continuada ( devido a doença crónica) pode pedir as receitas por internet.
 
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por Automech » 30/10/2012 11:24

kknd Escreveu:
AutoMech Escreveu:
Mas claro que era pedir demais, ao actualizar o cartão do utente, que a morada no hospital ficasse também actualizada. Claro que não fica.


Apesar de neste momento, ser mais viável, a comunicação entre as várias BDs do MS, inclusive pode ser analisada a possibilidade da sua centralização, aquando a sua criação - inicio dos anos 90 - era impensável, quanto mais não seja pelas comunicações.


Epá kknd, estamos em 2012 ! Imagina ires a uma agência bancária do Porto e dizerem-te que não podem aceder ao saldo da tua conta de Lisboa (há 25 anos isso realmente acontecia - tinham de ligar ou mandar telex para confirmar).

Há quantos anos os bancos já têm BDs nacionais ? Não é a saúde algo suficientemente grande e importante para haver algo centralizado ? Estamos em 2012 e ainda se anda a testar e a pensar ?

Qualquer chafarica de Decathlon ou Continente vê o meu saldo de pontos em qualquer loja e o MS não consegue ter algo centralizado, como é o caso da morada do utente ?

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por kknd » 30/10/2012 11:14

AutoMech Escreveu:
Mas claro que era pedir demais, ao actualizar o cartão do utente, que a morada no hospital ficasse também actualizada. Claro que não fica.


Apesar de neste momento, ser mais viável, a comunicação entre as várias BDs do MS, inclusive pode ser analisada a possibilidade da sua centralização, aquando a sua criação - inicio dos anos 90 - era impensável, quanto mais não seja pelas comunicações.

moppie85 Escreveu:Nah... mas acho q se for actualizada no c saude fica logo em todo o SNS via o programa da treta que usam como base de dados - o SONHO - que é um autentico pesadelo de plataforma...


Discordo. A BD do Sonho é fabulosa, caso contrário não tinha aguentado 20+ anos em produção, dando resposta a maioria do que lhe exigem.

Está sim, assente numa versão descontinuada do motor de BD Oracle, que por sua vez sór permite forms e reports em modo caracter que, dá essa impressão pela antiguidade. Ainda assim, consegue ser das soluções nos Hospitais com maior uptime. E atenção que muitos constrangimentos que se detectam no Sonho, estão relacionados com as dezenas de integrações que a BD é obrigada a suportar.

Por curiosidade esta plataforma foi desenvolvida e mantida durante estes anos todos, por FPs (muito poucos). Existem aí alguns FPs excepcionais mesmo.

Depois há que ver que também lidam com as ideias dos iluminados politicos. Inicialmente, maioria das aplicações eram desenvolvidas pelo MS. Depois, foram quase "encostados" à conta de uma ou duas empresas privadas, que aspiraram milhões de € de financiamentos da UE, que os Hospitais eram praticamente obrigados a comprar e, que não eram melhores que as soluções internas do MS (aqui não falo do Sonho, mas do SAM e SAPE).
Agora mudou tudo outra vez, o MS vai centralizar novamente estas funções.

Já agora, o Sonho 2, já está praticamente em fase de testes em 2/3 Hospitais. A BD é a mesma (vai ter a actualização do motor, e dos forms e reports...), camimnhando-se no sentido de centralização.

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por dfviegas » 30/10/2012 9:57

Lion_Heart Escreveu:


E vou dar um exemplo do mais óbvio , nos bancos hoje raramente vejo mais que um ou dois caixas , nas repartições do Estado são no máximo um meia dúzia , na ss ainda é pior (horas e horas de espera) e por ex. aqui na Vodafone estão quase em permanência 5 (sim, 5!) pessoas no front office de atendimento ao publico.

A resposta para mim é simples: é muito mais fácil mudar de operador móvel que de Banco ou do Estado , daí o desleixo e incúria.



Em relação aos bancos parece-me que estás completamente equivocado, parece-me óbvio que a redução de funcionarios presencias se reduzio devido à evolução brutal dos serviços via internet, call center e atm dedicados.

Podes efectuar practicamente tudo sem ir a um balcão.

Eu actualmente só vou lá 1 ou 2 vezes por ano que é quando eles se atrasam na minha carta verde.

Nas finanças por exemplo tambem já podes fazer practicamente tudo via internet, e de cada vez que precisei utilizar o "call center" funcionou muito eficientemente. Apesar de eles não terem um verdeiro call center, o que eles tem é pessoas distribuidas pelas várias repartições do pais que estão atribuidas ás chamadas exteriores.

Os serviços que tem que melhorar ainda muito em minha opinião, são os centros de saude, segurança social e IEFP, mas este ultimo pode ser devido à maior afluência simplesmente não tem capacidade de resposta.
 
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por Lion_Heart » 30/10/2012 4:06

A qualidade dos serviços neste País é em Geral Má e obviamente é pior nas empresas monopolistas e no Estado.


Desde os anos 80 que a degradação é evidente , deixou de existir uma cultura de brio e responsabilidade para uma cultura do tacho e da balda.

Ninguém percebe porque existe tanta mas tanta gente nos back office e ninguém ou quase ninguém nos front office
(isto é óbvio por exemplo no Estado , nas empresas municipais e na Banca).


E vou dar um exemplo do mais óbvio , nos bancos hoje raramente vejo mais que um ou dois caixas , nas repartições do Estado são no máximo um meia dúzia , na ss ainda é pior (horas e horas de espera) e por ex. aqui na Vodafone estão quase em permanência 5 (sim, 5!) pessoas no front office de atendimento ao publico.

A resposta para mim é simples: é muito mais fácil mudar de operador móvel que de Banco ou do Estado , daí o desleixo e incúria.

Outra coisa que tb não percebo, segundo dizem, a maior parte dos policias fazem trabalho de secretária, mas porque esse trabalho não é feito por f. públicos administrativos que sejam deslocados donde existe pessoal a mais? Ou será que a policia tem medo é de andar na rua?

Mas no geral a qualidade dos serviços é muito má em Portugal. E as pessoas não se queixam porque tem medo de represálias ou de entrar em conflito.

Basta ver o número de pessoas que fura filas, estaciona no meio da rua e etc.
As únicas pessoas que se queixam com frequência são os ciganos, pois desses todos tem medo.
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por Automech » 30/10/2012 2:06

artista Escreveu:Sinceramente ainda não percebi onde queres chegar com esse argumento. Tens alguma alternativa para propor? Alguma ideia para alterar a situação? Ou estás só a identificar um facto?


Eu deixei várias situação concretas, factuais, de coisas que funcionam mal e que na minha opinião funcionam mal porque não estão sujeitas a concorrência ou porque não precisam de satisfazer clientes (algo que é comum no serviço público). Apenas isso.

Quanto ao que fiz: deixei reclamação no livro da SS por as senhas estarem suspensas logo de manhã, reclamação via net para o gabinete do ministro da saúde por não atenderem o telefone no centro de saúde em Loures e por obrigarem a ir lá marcar um exame e enviei sugestão para o site do simplex em relação ao procedimento absurdo da alteração do NIB da reforma minha tia.

E provavelmente já fiz mais do que 99% dos portugueses. Se houver outras sugestões para melhorar os serviços, que não impliquem ir à porta do ministério pedir para falar com o Mota Soares ou com o Paulo Macedo, é favor compartilhar. :wink:
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por atomez » 30/10/2012 1:44

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por mais_um » 30/10/2012 0:32

No sábado o meu pai foi fazer exames pela 1ª vez em mais de 30 anos (tem 84 anos e não toma medicamentos), como teve que ir ao medico para renovar a carta (foi renovada por mais 2 anos... :wall: ) não se safou, a minha irmã foi com ele e conseguimos os exames. Teve que fazer n exames e quando foi a pagar (não está isento por pouco) fez o comentário que era barato, a recepcionista ficou parva a olhar para ele e disse, olhe nunca ninguém me tinha dito isso, ele explicou que 18,75€ para a quantidade de exames que ia fazer e a quantidade de funcionários e equipamentos que eram necessários era barato. De certeza que tudo aquilo custava milhões.

A realidade é que nunca ouvi o meu pai queixar-se que o Estado não dava isto ou aquilo, pelo contrario sempre considerou que o Estado dava demasiado, principalmente a quem não merecia ou não tinha contribuído para isso.

A minha tia (irmã do meu pai) queixa-se que a reforma é pouca, até está isenta, mas fugiu aos impostos uma vida inteira.

É apenas uma curiosidade....
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por artista_ » 30/10/2012 0:19

Segundo o Jornal da Noite da SIC do dia 28/10/2012 o Estado prevê uma receita de 70.500milhões de euros e uma despesa de 78000milhões de euros.

Em Saúde prevê gastar 8500 milhões de euros -M€ (10,9% da despesa prevista), em Educação 6700 M€ (8,5%). As duas juntas não chegam aos 20%, mais precisamente 19,4%. A Segurança Social, no momento de crise, em que temos um número recorde de desempregados e de pessoas a beneficiar do RSI 24000M€(30,7%). Todas juntas, no momento de crise, em que não há crescimento,para não falar da fuga aos imposto ronda os 50%.

As percentagens em relação à receita prevista são as seguintes: Saúde - 12%, Educação - 9,5%; Seg. Social - 34, as três juntas ronda os 55%.
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por artista_ » 30/10/2012 0:14

AutoMech Escreveu:
artista Escreveu:Se há coisas que não funcionam bem temos de reclamar, fazer o que está ao nosso alcance para as melhorar... qual é a alternativa?!


É esse o problema. Se o tipo do talho, do barbeiro, da mercearia ou da pastelaria não te agradar, podes mas não precisas de reclamar. Tens outras opções e mandas o gajo à fava.

Na SS não os podes mandar à fava. Tens de os gramar. O mais que podes fazer é reclamar.

Quando não há alternativa é isso que acontece. E há muita falta de alternativa nos serviços públicos.


Sim, mas isso já sabemos que é assim, cabe-nos a nós fazer tudo o que está ao nosso alcance para alterar/melhorar a situação, no que for possível. Não sei o que queres dizer com isso?! As coisas na essência já são diferentes, sim são, e então?!O que é que queres fazer?! Podes mudar de país mas obviamente isso não é fácil... e não quer dizer que não vás caiar num ainda pior, mesmo que te digam maravilhas do mesmo! Da mesma forma que conheço pessoas que mudam de banco porque o que têm não vale nada e vão para outro onde ainda têm mais problemas! E então?!

Sinceramente ainda não percebi onde queres chegar com esse argumento. Tens alguma alternativa para propor? Alguma ideia para alterar a situação? Ou estás só a identificar um facto?
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