Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Pararede reestrutura dívida e prepara-se para fazer aquisiçõ

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Pararede reestrutura dívida e prepara-se para fazer aquisiçõ

por Visitante » 16/12/2003 20:06

A Pararede deverá fechar o 2004 com resultado líquidos positivos. Em entrevista ao Diário Económico, o presidente da comissão executiva revelou que nas vendas e no resultado operacional de 2003 estão «claramente acima das expectativas». A internacionalização da empresa passa pela criação de parcerias comerciais com companhias espanholas e uma gigante holandesa do sector. Em Angola, a Pararede terá um delegado de negócios. Em matéria de consolidação, Paulo Ramos afirma «se houver consolidação do mercado, nós estamos aqui para consolidar e não para sermos consolidados».

Quais são as perspectivas para 2003?
Na conferência de imprensa para apresentação dos resultados do terceiro trimestre, anunciámos que, para o segundo semestre, o nosso objectivo era o equilíbrio operacional. O que aconteceu de lá para cá foi que um conjunto de projectos importantes se materializaram e outros vão acontecer até ao final do ano, o que fez com que nossa expectativa fosse mais optimista. O quatro trimestre já foi positivo, tal como o terceiro. E por já estarmos no mês de Dezembro, posso adiantar que vamos ficar significativamente acima das nossas expectativas. Portanto, o segundo semestre vai ser significativamente positivo, mas não em quantidade para absorver o resultado negativo do primeiro.

E as estimativas para o volume de negócios?
Em 2002, nós tivemos proveitos de 26,4 milhões de euros, mas em Dezembro vendemos uma empresa que valia 25% da facturação. Ou seja, entrámos 2003 sem a Rumos da área da formação - foi alienada por quatro milhões de euros - com menos 25% da facturação e mais prejuízos operacionais. Em termos comparáveis, tínhamos previsto para este ano fazer cerca de 25 milhões de euros, mas aproximámo-nos dos 30 milhões e o crescimento vai atingir 50%. Este aumento tem sido feito mais à custa de ganhos de quota perante os seus concorrentes, do que do crescimento do mercado.

Quando é que podem alcançar lucros líquidos?
A resolução da questão financeira é o nosso grande enfoque. A dívida da empresa anda na casa dos 15 milhões de euros, dos quais 12 milhões de curto prazo. Mas nós vamos reestruturar esta dívida até ao final deste ano e passá-la para médio longo prazo. Resolvemos o passivo da empresa para que não só antecipemos resultados operacionais positivos, mas também resultados líquidos positivos. Este ano também temos resultados extraordinários, por causa dos custos de reestruturação - que está a acabar agora. Este é o ano de arrumação da casa. É nossa forte convicção e grande empenhamento da comissão executiva estar em condições de em 2004 já apresentarmos resultados líquidos positivos.

E a carteira de encomendas?
A carteira de encomendas tem registado um crescimento significativo. Nas quatro áreas de negócio fundamentais conseguimos taxas de crescimento muito interessantes, tanto o negócio mais ligado às infraestruturas, como na área de desenvolvimento aplicacional, integração e soluções e muito também na continuação do desenvolvimento de patentes próprias. Esta é a nossa ‘jóia da coroa’ - produtos que são patentes da Parede, que têm valor acrescentado e nível diferenciação. Estas são as áreas mais rentáveis do negócio. Quanto mais penetrarmos no mercado com essas áreas mais rentáveis seremos. As áreas de soluções de gestão de atendimento, gestão dos canais corporativos de televisão, gestão documental e ‘work-flow’, sincronização e alinhamento da informação entre outros, são tecnologias nossas, que vamos continuar a desenvolver e onde estamos a ter aliás bons resultados.

Qual a estratégia para esta área?
Pretendemos investir não só em Portugal - embora haja espaço para crescer -, pois pela sua diferenciação são tecnologias que podem ganhar dimensão fora do mercado português. Vamos começar a investir em Angola e com uma presença local forte, vamos concerteza ter uma boa fatia de receitas. Teremos um delegado de negócios e acreditamos que se o plano correr como pensámos naturalmente que teremos que pensar na abertura de uma filial. Em Cabo Verde e Moçambique vamos avançar com prospecção de mercado.

E ficam por aqui na internacionalização?
Não. Temos uma empresa em Espanha de desenvolvimento aplicacional. No entanto, vamos desenvolver parcerias comerciais no país vizinho e já estamos em negociações com algumas companhias para as atrair para que elas possam colocar nos seus mercados e clientes as nossas tecnologias. Por outro lado, avançaremos com uma parceria com uma empresa holandesa que actua com uma rede de operações em toda a Europa - One2Connect - que vai analisar de acordo com os produtos que promove junto de alguns clientes chave a possibilidade de colocar algumas das nossas tecnologias. É uma forma de explorar o negócio.

Quais os objectivos para o peso do negócio internacional na facturação?
Actualmente, o peso é de apenas 10%, mas acredito que dentro de dois anos pode vir a representar 20%. Não quer dizer com isso, que seja feito à custa de menos crescimento em Portugal.

E para 2004?
O nosso grande objectivo e de uma forma absolutamente inequívoca é liderarmos não só em termos de taxa de crescimento, como na rentabilidade. Já hoje estamos a crescer muito mais que nossos concorrentes.

O que está previsto em termos de capital social?
Estamos a avaliar. Não temos nenhuma decisão. É algo que vai ficar resolvido no primeiro trimestre 2004. E pode passar por uma redução de capital, operação harmónio ou aumento de capital.

Este sector pode vir a sofrer movimentos de concentração?
Os mercados internacionais consolidaram e vão continuar a fazê-lo, tendo em conta a eficiência económica. Eu, pessoalmente, acredito que movimentos de consolidação que tenham esse objectivo, de maior eficiência económica, são bem vindos. Em Portugal, como nunca aconteceram, eu vejo que isso poderia trazer bons resultados. Acho que era positivo para o mercado uma consolidação, caso a govenação e a gestão fosse a adequada. A Pararede para ter um crescimento forte e consolidado não precisa, neste momento, da consolidação. Acredito que vamos encontrar no curto prazo uma solução rápida e eficiente e boa para todos em relação ao passivo, e estaremos mais em situação de comprar do que de ser comprados.
Visitante
 

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Bing [Bot], Google [Bot], josehenry400, Shimazaki_2 e 93 visitantes