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Caldeirão da Bolsa

A Pátria ou o €€?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Ming » 16/12/2003 11:13

A resposta aos paradoxos levantados neste texto é absolutamente óbvia:

Decorre de compararem os progressos dos últimos 50 anos com as condições de competitividade actuais.

Façam um estudo dentro de 50 anos e verão se o paradoxo se mantém... :(
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O sucesso da asneira (the Portuguese way)...

por S_Cipriano » 16/12/2003 10:53

Este artigo foi-me enviado e decidi partilha-lo convosco:

Portugal é um bando de engenheiros ...
Enfim, é apenas uma opinião!!!

O sucesso da asneira (the Portuguese way)

Diário de Notícias
João César das Neves

"Portugal fez tudo errado, mas correu tudo bem."

Esta é a conclusão de um relatório internacional recente sobre o desenvolvimento português.
Havia até agora no mundo países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Mas acabou de ser criada uma nova categoria: os países que não deveriam ser desenvolvidos. Trata-sede regiões que fizeram tudo o que podiam para
estragar o seu processo de desenvolvimento e... falharam.

Hoje são países industrializados e modernos, mas porengano. Segundo afundação europeia que criouesta nova classificação, no estudo a que o DN teve acesso, este grupo de países especiais é muito pequeno. Aliás, tem mesmo um só elemento:
Portugal.

A Fundação Richard Zwentzerg (FRZ), que se tornou famosa no ano passado
pelo estudo que fez dos "bananas da república", iniciou há uns meses um grande trabalho sobre aestratégia económica de longo prazo. Tomando a evolução global da segunda metade do século XX, os cientistas da FRZ procuraram isolar as razões que motivavam os grandes falhanços no progresso. O estudo, naturalmente, pensava entrar-se nos países em decadência. Mas, para grande surpresa dos investigadores, os mais altos índices de aselhice económica foram detectados em Portugal, um dos países que tinham também uma das mais elevadas dinâmicas de progresso.

Desconcertados, acabam de publicar, à margem da cimeira de Lisboa, os seus resultados num pequeno relatório bem eloquente, intitulado: "O País Que Não Devia Ser Desenvolvido - O Sucesso Inesperado dos Incríveis Erros Económicos Portugueses." Num primeiro capítulo, o relatório documenta o notável comportamento da economia
portuguesa no último meio século. De 1950 a 2000, o nosso produto aumentou quase nove vezes, com uma taxa de crescimento anual sustentada de 4,5 por cento durante os longos 50 anos. Esse crescimento aproximou-nos decisivamente do nível dos países
ricos. Em 1950, o produto de Portugal tinha uma posição a cerca de 35 por cento do valor médio das regiões desenvolvidas. Hoje ultrapassa o dobro desseT nível, estando acima dos 70 por cento, apesar do forte crescimento que essas economias também registaram no período .Na generalidade dos outros indicadores de bem-estar, a evolução portuguesa foi também notável.

Temos mais médicos por habitante que muitos países ricos. A mortalidade infantil caiu de quase 90 por mil, em 1960, para menos de sete por mil agora. A taxa de analfabetismo reduziu-se de 40 por cento em 1950 para dez por cento.

Actualmente e a esperança de vida ao nascer dos portugueses aumentou 18 anos no período. O relatório refere que esta evolução é uma das mais impressionantes, sustentadas e sólidasdo século XX. Ela só foi ultrapassada por um punhado de países que, para mais, estão agora alguns deles em graves dificuldades no Extremo Oriente. Portugal, pelo contrário, é membro activo e empenhado da União Europeia, com grande
estabilidade democrática e solidez institucional. Segundo a FRZ, o nosso país tem um dos processos de desenvolvimento mais bem sucedidos no mundo actual. Mas, quando se olha para a estratégia económica portuguesa, tudo parece ser ao contrário do que deveria ser. Segundo a Fundação, Portugal, com as políticas e orientações que seguiu nas últimas décadas, deveria agora estar na miséria. O nosso país não pode ser desenvolvido. Quais são os factores que, segundo os especialistas, criam um desenvolvimento equilibrado e saudável? Um dos mais importantes é, sem dúvida, a educação.

Ora Portugal tem, segundo o relatório, um sistema educativo horrível e que tem piorado com o tempo. O nível de formação dos portugueses é ridículo quando comparado com qualquer outro país sério. As crianças portuguesas revelam níveis de conhecimentos semelhante às de países miseráveis. Há falta gritante de quadros qualificados. É evidente que, com educação como esta, Portugal não pode ter tido o desenvolvimento que teve. Um outro elemento muito referido nas análises é a liberdade económica e a estabilidade institucional. Portugal tem, tradicionalmente, um dos sectores públicos mais paternalista, interventor e instável do mundo, segundo a FRZ.

Desde o "condicionamento industrial" salazarista às negociações com grupos económicos actuais, as empresas portuguesas vivem num clima de intensa discricionariedade, manipulação, burocracia e clientelismo. O sistema fiscal português é injusto, paralisante e está em crescimento explosivo. A regulamentação económica é arbitrária, omnipresente e bloqueante.

É óbvio que, com autoridades económicas deste calibre, diz o relatório, o crescimento português tinha de estar irremediavelmente condenado desde o início. O estudo da Fundação continua o rol de aselhices, deficiências e incapacidades da nossa economia. Da falta de sentido de mercado dos empresários e gestores à reduzida integração externa das empresas; da paralisia do sistema judicial à inoperância financeira; do sistema arcaico de distribuição à ausência de investigação em tecnologias. Em todos estes casos, e em muitos outros, a conclusão óbvia é sempre a mesma: Portugal não pode ser um país em forte desenvolvimento.

Os cientistas da Fundação não escondem a sua perplexidade. Citando as próprias palavras do texto: "Como conseguiu Portugal, no meio de tanta asneira, tolice e desperdício, um tal nível de desenvolvimento? A resposta, simples, é que ninguém sabe.

Há anos que os intelectuais portugueses têm dito que o País está a ir por mau caminho. E estão carregados de razão. Só que, todos os anos, o País cresce mais um bocadinho." A única explicação adiantada pelo texto, mas que não é satisfatória, é a incrível capacidade de improvisação, engenho e "desenrascanço" do povo português. "No meio de condições que, para qualquer outra sociedade, criariam o desastre, os portugueses conseguem desembrulhar-se de forma incrível e inexplicável." O texto termina dizendo: "O que este povo não faria se tivesse uma estratégia certa?".


Um abraço e bons negocios

S_Cipriano
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Esta é um pouco triste...

por Ming » 15/12/2003 18:32

Lí estes posts e fui encontrando pequenas coisas com as quais não concordava. Depois cheguei ao fim e pensei: Que raio! Posso discordar de alguns pequenos pormenores do que está dito, mas no fundo, no que interessa, as coisas são mesmo assim.
Será que todos nós (os portugueses) não conseguimos fazer melhor? :?

E o mais triste é que eu já sei a resposta: Não conseguimos mesmo. :cry:

Tal como alguns outros participantes, eu também já lutei para melhorar o estado de coisas (por exemplo em termos da luta política tradicional, em termos do sistema de ensino, etc.).
E já desistí.
Por mais boa vontade que se tenha, é impossível combater a inércia de toda uma sociedade, que aposta no estado providência (no nosso caso é uma providência de trazer por casa, mas enfim), no deixa andar, no compadrio e, quando já não há outra hipótese no famoso "desenrasca"...

Resta virarmo-nos para o nosso quintal e tentarmos melhorar a nossa própria condição individual...
É cínico, egoista e triste mas eu, pessoalmente, não tenho vocação para missionário (e menos ainda para mártir...) e tive que desistir das alternativas... :|
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por Cochim » 15/12/2003 18:08

Exemplos de como se vai degradando a sociedade são muitos, e acessiveis a quase toda a população, TV rádios com debates, jornais..

Em relação á minha pessoa, digo-vos que são decisões politicas, que me têm privado dos melhores programas da TV (RTP 2) depois de acabarem com Acontece (cultural) agora acabaram com o Bombordo um País á beira-mar plantado, acabou com um dos melhores programas informativos da nossa costa, dá para pensar ou ignorar este tipo de pessoas que tomam estas decisões, NÂO, fiquem alerta por onde se movimentam na nossa sociedade, não é tão dificil assim.

Ministra das Finanças diz num programa,salvo erro, com Judite de Sousa, reduzimos 5.000 postos na função pública, ontem a SIC noticiava que foram admitidos 19.000!!! pessoas na função pública, dá para pensar, NÂO, "Me engana me engana que eu gosto"
passando um atestado de ignorância ao Povo.

Mas a história deste Povo não engana,

1500 - Ouro a rodos do Brasil (Luxuria completa)
depois
Especiarias e Sedas do Oriente(Terreiro do Paço era o centro do Luxo da Europa, com Naus e Caravelas do melhor que havia)
depois
Àfrica Minha
depois
Inicio dos Fundos Comunitários (Aí Jesus, o descalabro total, 80% das verbas não foram aplicadas nos projectos aprovados, alguêm fiscalizou !!

Bom já desabafei, quão basta


até xá
cochim
 
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por mv76 » 15/12/2003 17:47

Já andei metido na política activa durante algum tempo e enquanto achei que tinha alguma utilidade.

Quanto aos políticos todos sabemos o que são. Há de tudo e em grande quantidade. Mas o que mais me custou, foi ver sucessivamente a população alheada de facto do que lhe diz respeito.

É por isso que nos partidos onde ainda há alguma democracia, o que mais se discute são lugares e depois a melhor estrtégia para se ganhar eleições.

A maior parte das pessoas alheou-se, muitas têm o seu partido como têm o seu clube,... vamos sendo governados às vezes ... e durante alguns recentes anos, conseguimos viver e ter a experiência de ter num País onde de facto não havia governo.

Cumprimentos e não vale a pena chorar sobre o leite derramado.
 
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por Lion_Heart » 15/12/2003 17:15

Bem,vou dizer mais uma coisa polémica,mas que acredito ser verdadeira.A falta de educação e o elevado analfabetismo em Portugal deve-se ao estado,mas não e por falta de recurso ou €€€.Ate temos preofesores a mais e que recebem muito bem ,comparado com a media nacional e com o tempo que tem de ferias.Mas porque a todos os partidos convem (ou convinha) este analfabetismo ,porque assim as pesoas reclamam menos,nao sao tao exigentes em relaçao ao seus direitos e priroridades.E isto sempre aconteceu,e pelos vistos continua.Um caso curiosos com que muitas vezes me ponho a pensar é o das propinas,quem reclama?os estudantes.Mas quem paga as propinas?Na sua grande maioria os pais desses alunos!E eles nao dizem nada,nao votam na materia,é como se nao fosse nada com eles.Isto acontece com as grandes questoes nacionais,fica tudo alheado dos problemas reais,so se interesam por assuntos perifericos e de menor importancia.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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por Profitaker » 15/12/2003 14:27

Lion_Heart,

Na minha humilde opinião, o que está mal é a crise da falta de valores morais, éticos e humanistas na sociedade portuguesa, e que eu descrevi em pormenor nesta mensatem:

http://www.caldeiraodebolsa.com/forum/v ... 7535#97535


Abraços,
"A pior limitacao das pessoas, é verem na realidade apenas aquilo que desejam ver." - P, MMIII
http://profitaker.blogspot.com
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por nãovejonemoiçotugas » 15/12/2003 14:05

Alguem tem de ser o pior povo do mundo.
Todos os Povos se acham os melhores ou dos melhores.

Que fez Portugal por nós?
Maior número de casos de Sida da Europa, pior mortalidade nas estradas, ...... para não falar do mal que os Portugas levam a outros paises como é o caso do Luxemburo(a a Sida e os acidentes de viação).

Para podermos ajudar outros povos com muito menos condiçoes, como é o caso de muitos países africanos, que não tem uma "comunidade europeia" é necessário primeiro AJUDARMO-NOS, e isso não aconteçe.
Por isso somos DUPLAMENTE IGUISTAS.


Para ter maior probalidade de lucro nos mercados acredito que se deve manter o mais afastado de tudo o que é português, como os telejornais e jornais. É isto que faço.

nãovejonemoiçotugas nos mercados
nãovejonemoiçotugas
 

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por Dark » 15/12/2003 13:21

Muitas coisas andam mal na nossa sociedade, mas as duas que considero primordiais são a educação e a formação (cívica e outras)nesta ordem.

Se nos esforçarmos muito, talvez os nosso netos tenham uma sociedade melhor.

Não nos podemos esquecer que, como dizia um sábio professor de filosofia jesuíta : "Temos a sociedade que merecemos e merecemos aquilo que somos ...", por muito que nos doa ... :wink:

Dark
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Quando lhe mostramos a Lua, o imbecil repara no dedo ...
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por Rui Sa Fernandes » 15/12/2003 13:19

post de visitante é meu,
RSF
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que boca á somague

por Visitante » 15/12/2003 13:17

:lol: :lol:
este post é para ....guedes,
este post é plagio de MRSousa
Visitante
 

A Pátria ou o €€?

por Lion_Heart » 15/12/2003 13:04

Dizem que o dinheiro não tem patria e é bem verdade.Hoje em dia os investimentos movem-se para onde são (ou poderão ser mais lucrativos) sem dó nem piedade para quem fica desempregado .É a vida.Agora o que não é compreensivel e uma meia duzia de empresarios andarem a fazer pressao no governo e abaixo assinados a defender os centros de decisao em Portugal e por ai fora,e passado uns meses toca a vender , e o pior é venderem aos espanhois ,aqueles que eles acusavam de andarem a engolir a nossa pequena economia,e caso para dizer que são uns vira casacas?Traidores?Ou simplesmente pesoas ambiciosas a quem o €€ da sempre jeito? A minha opinião e aseguinte: em Portugal as pessoas tem a mania de dizer uma coisa e fazerem outra,não sei porque essas pessoas até tem a simpatia e apreço das outras pessoas ,ao contrario,uma pessoa que sempre pauta pela rigidez,sinceridade ,recebe muitas vezes uma indiferença das outras pessoas.O que sera que anda mal na nossa sociedade?
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