Obrigações II
zecatreca Escreveu:Quando sabemos?tiagopt Escreveu:Pickbull Escreveu:Resultados da OPS da Sonae
O resumo é que houve 20.052 subscritores e que a procura foi de 424M face à oferta de 200M.
Tal como se previa, excelentes resultados para a Sonae. Esta era sem dúvida a emissão mais atractiva... Espero ter ficado com os 5k que pedi, como já coloquei a ordem na segunda semana não sei se terei ido a tempo
Acho que a negociação começava a 25, até lá saber-se-à. Mas provavelmente a liquidação financeira será antes, amanhã no máximo
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Quando sabemos?tiagopt Escreveu:Pickbull Escreveu:Resultados da OPS da Sonae
O resumo é que houve 20.052 subscritores e que a procura foi de 424M face à oferta de 200M.
Tal como se previa, excelentes resultados para a Sonae. Esta era sem dúvida a emissão mais atractiva... Espero ter ficado com os 5k que pedi, como já coloquei a ordem na segunda semana não sei se terei ido a tempo
Pickbull Escreveu:Resultados da OPS da Sonae
O resumo é que houve 20.052 subscritores e que a procura foi de 424M face à oferta de 200M.
Tal como se previa, excelentes resultados para a Sonae. Esta era sem dúvida a emissão mais atractiva... Espero ter ficado com os 5k que pedi, como já coloquei a ordem na segunda semana não sei se terei ido a tempo

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Resultados da OPS da Sonae
O resumo é que houve 20.052 subscritores e que a procura foi de 424M face à oferta de 200M.
O resumo é que houve 20.052 subscritores e que a procura foi de 424M face à oferta de 200M.
Elias Escreveu:Uma coisa que ainda não percebi muito bem é isto: quais são os factores de definem a taxa de juro da emissão em mercado primário?
Por exemplo, o Estado emite dívida, há um leilão e depois sabe-se que conseguiu vender tudo a uma determinada taxa. A minha questão prende-se com o funcionamento desse leilão.
Leitura esclarecedora das tuas dúvidas -> http://www.igcp.pt/gca/index.php?id=151
VirtuaGod Escreveu:tiagopt Escreveu:Elias Escreveu:Sr_SNiper Escreveu:Se o risco do país diminuiu e é muito baixo faz sentido que os mercados acionistas subam... digo eu
Hum... então porque será que não sobem?
A minha bola de cristal diz-me que os US estão à espera que acabe a silly season para lançarem o QE3 e depois disso isto vai ser sempre a subir
Achas que vão lançar o QE3 com a "Operation Twist 1.5" ainda em funcionamento?
Não me espantaria... Como referiram o Elias e o Automech, esta decisão (ou a falta dela) terá inevitavelmente contornos políticos. Basta saber para que lado da balança pende a decisão. Eu diria que será para o lado do Obama, nem que mais não seja por ser o actual presidente e ter maior poder político...
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Uma coisa que ainda não percebi muito bem é isto: quais são os factores de definem a taxa de juro da emissão em mercado primário?
Por exemplo, o Estado emite dívida, há um leilão e depois sabe-se que conseguiu vender tudo a uma determinada taxa. A minha questão prende-se com o funcionamento desse leilão.
Por exemplo, o Estado emite dívida, há um leilão e depois sabe-se que conseguiu vender tudo a uma determinada taxa. A minha questão prende-se com o funcionamento desse leilão.
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Quando o preço de uma obrigação baixa (e logo YTM sobe) no mercado secundário é sinal que a pressão vendedora foi maior que a compradora e como tal os investidores acham que o risco de o emitente incumprir aumentou. E isso pressiona o emitente, pois quando fizer nova emissão, os compradores em mercado primário, em reacção a essa percepção de risco aumentado, vão exigir um juro superior.
mais_um Escreveu:fooman Escreveu:Penso que estarás a confundir os conceitos de cupão com avaliação de risco...
Não, estou a falar de YTM, que foi o que tu referiste no teu comentário inicial.fooman Escreveu:Outros posts que li davam conta da relação entre preço de uma obrigação e a sua rendibilidade até à maturidade (YTM). Ora esta relação é indissociável e convém não confundir as coisas. Diz-se que uma obrigação está em queda quando a YTM desce e o contrário quando sobe. O preço da obrigação depende apenas deste factor (e não o contrário). Na prática o que acontece é que o mercado vai modificando a taxa de juro exigível ao emitente, à medida que o tempo passa.
Penso que o que tu querias dizer seria isto:
Na prática o que acontece é que o mercado vai modificando a YTM, à medida que o tempo passa.
Eu também não seo onde está a dúvida, parece-me claro o que o mais um diz e também me parece que são mesmo assim as coisas...
Lose your opinion, not your money
fooman Escreveu:Penso que estarás a confundir os conceitos de cupão com avaliação de risco...
Não, estou a falar de YTM, que foi o que tu referiste no teu comentário inicial.
fooman Escreveu:Outros posts que li davam conta da relação entre preço de uma obrigação e a sua rendibilidade até à maturidade (YTM). Ora esta relação é indissociável e convém não confundir as coisas. Diz-se que uma obrigação está em queda quando a YTM desce e o contrário quando sobe. O preço da obrigação depende apenas deste factor (e não o contrário). Na prática o que acontece é que o mercado vai modificando a taxa de juro exigível ao emitente, à medida que o tempo passa.
Penso que o que tu querias dizer seria isto:
Na prática o que acontece é que o mercado vai modificando a YTM, à medida que o tempo passa.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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mais_um Escreveu:Podes discordar à vontade, mas o que escreveste não é correto, só para lembrar escreveste o seguinte:fooman Escreveu: Na prática o que acontece é que o mercado vai modificando a taxa de juro exigível ao emitente, à medida que o tempo passa.
Isto não é correto, após a emissão ter sido efetuada (seja por leilão, seja por subscrição publica ou privada) já não há alteração das condições da emissão que contam no prospeto da emissão
Só para exemplificar, comprei OT de 2017 com uma YTM de + de 20%, mas o Estado português não paga mais nem menos do que quando as vendeu no mercado primário, neste caso se a memoria não me falha ronda os 4,5%. A partir do momento que as obrigações estão no mercado não são alteradas as condições da emissão. A YTM varia em função do valor de venda /compra no mercado secundário e no caso em que as emissões têm taxa flutuante, por exemplo indexadas à Euribor a 6 meses.fooman Escreveu:Normalmente, quando as emissões são feitas no mercado primário (primeira emissão), é feita ao valor nominal (100.00), mas em emissões subsequentes da mesma série esse preço é ajustado às condições do mercado.
Nas emissões em que há leilão (praticamente todas as Obrigações do tesouro) muito raramente o valor da venda corresponde ao valor nominal.
Penso que estarás a confundir os conceitos de cupão com avaliação de risco...
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Podes discordar à vontade, mas o que escreveste não é correto, só para lembrar escreveste o seguinte:
Isto não é correto, após a emissão ter sido efetuada (seja por leilão, seja por subscrição publica ou privada) já não há alteração das condições da emissão que contam no prospeto da emissão
Só para exemplificar, comprei OT de 2017 com uma YTM de + de 20%, mas o Estado português não paga mais nem menos do que quando as vendeu no mercado primário, neste caso se a memoria não me falha ronda os 4,5%. A partir do momento que as obrigações estão no mercado não são alteradas as condições da emissão. A YTM varia em função do valor de venda /compra no mercado secundário e no caso em que as emissões têm taxa flutuante, por exemplo indexadas à Euribor a 6 meses.
Nas emissões em que há leilão (praticamente todas as Obrigações do tesouro) muito raramente o valor da venda corresponde ao valor nominal.
fooman Escreveu: Na prática o que acontece é que o mercado vai modificando a taxa de juro exigível ao emitente, à medida que o tempo passa.
Isto não é correto, após a emissão ter sido efetuada (seja por leilão, seja por subscrição publica ou privada) já não há alteração das condições da emissão que contam no prospeto da emissão
Só para exemplificar, comprei OT de 2017 com uma YTM de + de 20%, mas o Estado português não paga mais nem menos do que quando as vendeu no mercado primário, neste caso se a memoria não me falha ronda os 4,5%. A partir do momento que as obrigações estão no mercado não são alteradas as condições da emissão. A YTM varia em função do valor de venda /compra no mercado secundário e no caso em que as emissões têm taxa flutuante, por exemplo indexadas à Euribor a 6 meses.
fooman Escreveu:Normalmente, quando as emissões são feitas no mercado primário (primeira emissão), é feita ao valor nominal (100.00), mas em emissões subsequentes da mesma série esse preço é ajustado às condições do mercado.
Nas emissões em que há leilão (praticamente todas as Obrigações do tesouro) muito raramente o valor da venda corresponde ao valor nominal.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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A procura pelas obrigações da PT ultrapassou a oferta, pelo que amanhã vão ser colocados os 400 milhões de euros.
http://web3.cmvm.pt/sdi2004/emitentes/docs/FR40710.pdf
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No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
mais_um Escreveu:fooman Escreveu:
Outros posts que li davam conta da relação entre preço de uma obrigação e a sua rendibilidade até à maturidade (YTM). Ora esta relação é indissociável e convém não confundir as coisas. Diz-se que uma obrigação está em queda quando a YTM desce e o contrário quando sobe. O preço da obrigação depende apenas deste factor (e não o contrário). Na prática o que acontece é que o mercado vai modificando a taxa de juro exigível ao emitente, à medida que o tempo passa.
Se não te importas deixa-me corrigir-te, depois da emissão estar cá fora (no mercado), o mercado já não pode exigir nada ao emitente. A variação da YTM deve-se ao valor das obrigações na venda/compra entre os detentores das Obrigações e não com emitente, isto quando o cupão é fixo. Quando não é fixo, pode haver variação da YTM derivado do indexante utilizado.Tendo em conta o comentário anterior, retomo o tema do preço da obrigação para explicar que as obrigações normalmente são emitidas a 100.00, ou seja, a 100% do YTM do cupão. A variação desta percentagem (ir de 100.00% para 75.00% ou de 100.00% para 130.00%) só tem que ver com o risco que a obrigação oferece, quanto maior o risco, maior a YTM que o investimento tem que pagar. No caso de uma re-emissão (o chamado "Tap"), a obrigação será emitida ao preço de mercado (descontando umas comissões e coisas do género).
As obrigações são vendidas ao valor nominal quando são feitas subscrições, como por exemplo as ultimas da SONAE, PT e Brisa. As obrigações podem ser vendidas a valor diferente do nominal, seja para cima ou para baixo quando é feito um leilão, situação típica com as obrigações do tesouro.
Quanto ao primeiro ponto, lamento discordar mas o mercado exige a todo o momento uma determinada rendibilidade para um dado investimento. Em todo o momento esta exigência é preçada e é ela a responsável pelo movimento da cotação "cash" da obrigação.
Quanto ao segundo ponto, há que não confundir obrigações de taxa fixa com as de taxa variável e, sequer com obrigações "zero", que é o caso dos Bilhetes do Tesouro. Como disse e volto a explicar, as emissões obrigacionistas são, por vezes, aprovadas em bloco (shelve issue). Desse modo, o emitente pode ir emitindo obrigações e pode, inclusive, alterar o montante da emissão, desde que esteja dentro do montante aprovado. Normalmente, quando as emissões são feitas no mercado primário (primeira emissão), é feita ao valor nominal (100.00), mas em emissões subsequentes da mesma série esse preço é ajustado às condições do mercado.
Quero lembrar que o universo das obrigações é bem mais vasto do que parece. Lembrem-se apenas que uma emissão de uma obrigação pode ser construida com todos os parâmetros e mais alguns que interessar ao emitente (e por vezes ao emissor), daí seja muito importante analisar o prospecto da obrigação antes de investir.
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fooman Escreveu:
Outros posts que li davam conta da relação entre preço de uma obrigação e a sua rendibilidade até à maturidade (YTM). Ora esta relação é indissociável e convém não confundir as coisas. Diz-se que uma obrigação está em queda quando a YTM desce e o contrário quando sobe. O preço da obrigação depende apenas deste factor (e não o contrário). Na prática o que acontece é que o mercado vai modificando a taxa de juro exigível ao emitente, à medida que o tempo passa.
Se não te importas deixa-me corrigir-te, depois da emissão estar cá fora (no mercado), o mercado já não pode exigir nada ao emitente. A variação da YTM deve-se ao valor das obrigações na venda/compra entre os detentores das Obrigações e não com emitente, isto quando o cupão é fixo. Quando não é fixo, pode haver variação da YTM derivado do indexante utilizado.
Tendo em conta o comentário anterior, retomo o tema do preço da obrigação para explicar que as obrigações normalmente são emitidas a 100.00, ou seja, a 100% do YTM do cupão. A variação desta percentagem (ir de 100.00% para 75.00% ou de 100.00% para 130.00%) só tem que ver com o risco que a obrigação oferece, quanto maior o risco, maior a YTM que o investimento tem que pagar. No caso de uma re-emissão (o chamado "Tap"), a obrigação será emitida ao preço de mercado (descontando umas comissões e coisas do género).
As obrigações são vendidas ao valor nominal quando são feitas subscrições, como por exemplo as ultimas da SONAE, PT e Brisa. As obrigações podem ser vendidas a valor diferente do nominal, seja para cima ou para baixo quando é feito um leilão, situação típica com as obrigações do tesouro.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Sr_SNiper Escreveu:"Obrigações que são bem interessantes neste momento são as alemãs. Pagam juros quase zero mas se a Alemanha sair do euro há uma grande mais valia cambial. Mas também podem descer se, finalmente, a Alemanha partilhar as dívidas com os outros."
A Alemanha a França são os últimos interessados em sair do Euro, tornaram-se demasiado dependentes dele. Se isso acontecesse, a tal valorização cambial do "novo marco" e do "novo franco" sobre as restantes moedas ia-lhes dar cabo das exportações para o resto da Europa e atirá-los para uma recessão.
O desmembramento do Euro é a opção que sai mais caro a todos. No extremo e caso a crise não se resolva, os países ricos da Europa garantem temporariamente e/ou parcialmente a dívida dos PIGS em troca de cedências políticas, como, p. ex, veto sobre os orçamentos dos próximos 10 anos.
PS - Esqueceste de pôr quem disse essa frase

Malta, já não vinha cá há algum tempo e verifico que o meu tópico favorito já tem um número interessante de participantes...
Li algumas páginas que estão para trás e queria, como especialista que sou em mercado de renda fixa, esclarecer aqui umas ideias que andam aí soltas...
Como alguém teclou num post anterior existe uma correlação histórica (negativa, acrescento eu) entre o mercado de renda variável e o de renda fixa. As razões históricas principais desta relação inversa tem que ver com o montante de dinheiro disponível e a especialização dos intervenientes do mercado.
Reparem que eu utilizei o termo "histórico" porque o que é verdade até hoje, não significa que seja verdade amanhã. O que se verifica actualmente é que o nível de dinheiro disponível para investir é tão absurdamente gigantesco, que ambos os mercados podem "subir" ou "descer" no mesmo momento. Da mesma forma, o número de intervenientes no mercado de renda fixa tradicional (depósitos, obrigações, swaps, etc) cresceu substancialmente nos últimos anos (em PT, este movimento ainda está no berço), devido à exposição mediática da dívida dos países (entre outros).
Outros posts que li davam conta da relação entre preço de uma obrigação e a sua rendibilidade até à maturidade (YTM). Ora esta relação é indissociável e convém não confundir as coisas. Diz-se que uma obrigação está em queda quando a YTM desce e o contrário quando sobe. O preço da obrigação depende apenas deste factor (e não o contrário). Na prática o que acontece é que o mercado vai modificando a taxa de juro exigível ao emitente, à medida que o tempo passa.
Por exemplo, se me telefonassem de Portugal para eu emprestar dinheiro para um investimento, o que é que eu fazia enquanto investidor? Em primeiro lugar olhava para a maturidade do investimento (em quanto tempo é que o "cliente" se dispôs a pagar o investimento de volta), depois olhava para as YTM das obrigações correspondentes - a obrigação do estado português, as obrigações do sector para onde se dirige o investimento, etc etc - na prática fazia o que se chama de "análise de risco". Neste momento, teria já uma indicação de quanto é que iria cobrar de juro ao emitente para lhe emprestar dinheiro.
Esta é a razão porque empresas como a EDP, PT, Sonae, etc, estão a recorrer ao mercado interno (às pessoas, o mercado menos especializado), porque se forem a uma instituição (nacional ou internacional), ninguém, no mundo inteiro, lhes empresta dinheiro às taxas tão baixas que eles pretendem pagar (7% na Sonae, 6% na EDP e outros). Taxas ridiculamente baixas, para o risco subjacente, direi eu.
Tendo em conta o comentário anterior, retomo o tema do preço da obrigação para explicar que as obrigações normalmente são emitidas a 100.00, ou seja, a 100% do YTM do cupão. A variação desta percentagem (ir de 100.00% para 75.00% ou de 100.00% para 130.00%) só tem que ver com o risco que a obrigação oferece, quanto maior o risco, maior a YTM que o investimento tem que pagar. No caso de uma re-emissão (o chamado "Tap"), a obrigação será emitida ao preço de mercado (descontando umas comissões e coisas do género).
Espero ter ajudado.
Li algumas páginas que estão para trás e queria, como especialista que sou em mercado de renda fixa, esclarecer aqui umas ideias que andam aí soltas...
Como alguém teclou num post anterior existe uma correlação histórica (negativa, acrescento eu) entre o mercado de renda variável e o de renda fixa. As razões históricas principais desta relação inversa tem que ver com o montante de dinheiro disponível e a especialização dos intervenientes do mercado.
Reparem que eu utilizei o termo "histórico" porque o que é verdade até hoje, não significa que seja verdade amanhã. O que se verifica actualmente é que o nível de dinheiro disponível para investir é tão absurdamente gigantesco, que ambos os mercados podem "subir" ou "descer" no mesmo momento. Da mesma forma, o número de intervenientes no mercado de renda fixa tradicional (depósitos, obrigações, swaps, etc) cresceu substancialmente nos últimos anos (em PT, este movimento ainda está no berço), devido à exposição mediática da dívida dos países (entre outros).
Outros posts que li davam conta da relação entre preço de uma obrigação e a sua rendibilidade até à maturidade (YTM). Ora esta relação é indissociável e convém não confundir as coisas. Diz-se que uma obrigação está em queda quando a YTM desce e o contrário quando sobe. O preço da obrigação depende apenas deste factor (e não o contrário). Na prática o que acontece é que o mercado vai modificando a taxa de juro exigível ao emitente, à medida que o tempo passa.
Por exemplo, se me telefonassem de Portugal para eu emprestar dinheiro para um investimento, o que é que eu fazia enquanto investidor? Em primeiro lugar olhava para a maturidade do investimento (em quanto tempo é que o "cliente" se dispôs a pagar o investimento de volta), depois olhava para as YTM das obrigações correspondentes - a obrigação do estado português, as obrigações do sector para onde se dirige o investimento, etc etc - na prática fazia o que se chama de "análise de risco". Neste momento, teria já uma indicação de quanto é que iria cobrar de juro ao emitente para lhe emprestar dinheiro.
Esta é a razão porque empresas como a EDP, PT, Sonae, etc, estão a recorrer ao mercado interno (às pessoas, o mercado menos especializado), porque se forem a uma instituição (nacional ou internacional), ninguém, no mundo inteiro, lhes empresta dinheiro às taxas tão baixas que eles pretendem pagar (7% na Sonae, 6% na EDP e outros). Taxas ridiculamente baixas, para o risco subjacente, direi eu.
Tendo em conta o comentário anterior, retomo o tema do preço da obrigação para explicar que as obrigações normalmente são emitidas a 100.00, ou seja, a 100% do YTM do cupão. A variação desta percentagem (ir de 100.00% para 75.00% ou de 100.00% para 130.00%) só tem que ver com o risco que a obrigação oferece, quanto maior o risco, maior a YTM que o investimento tem que pagar. No caso de uma re-emissão (o chamado "Tap"), a obrigação será emitida ao preço de mercado (descontando umas comissões e coisas do género).
Espero ter ajudado.
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tiagopt Escreveu:Elias Escreveu:Sr_SNiper Escreveu:Se o risco do país diminuiu e é muito baixo faz sentido que os mercados acionistas subam... digo eu
Hum... então porque será que não sobem?
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"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
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tiagopt Escreveu:Elias Escreveu:Sr_SNiper Escreveu:Se o risco do país diminuiu e é muito baixo faz sentido que os mercados acionistas subam... digo eu
Hum... então porque será que não sobem?
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também já me ocorreu que isso saia em setembro.
Não seria muito inteligente gastar já as munições a quatro meses das eleições...
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