Psicologia por detrás dos suportes/resistências e das LT
[quote="rsacramento"
o gráfico que trago aqui tem duas LTs que formam um padrão chamado bump and run reversal: a acção sobe, a partir de certa altura acelera, até que quebra, o preço tenta recuperar mas não consegue, quebrando também a LT menos inclinada
ora, enquanto que se pode perfeitamente negociar a LT a tracejado (desculpa lá, ó artista), já a outra não: o que podemos operar com ela é, dado quer ela informa da proximidade do bear market quando é finalmente quebrada, começar a fechar posições[/quote]
Interessante... Deixa-me perguntar-te uma coisa, se a tendência definida pela linha a tracejado, aquela que marca o "rally eufórico" for quebrada, não negoceias a linha que define a tendência principal?
o gráfico que trago aqui tem duas LTs que formam um padrão chamado bump and run reversal: a acção sobe, a partir de certa altura acelera, até que quebra, o preço tenta recuperar mas não consegue, quebrando também a LT menos inclinada
ora, enquanto que se pode perfeitamente negociar a LT a tracejado (desculpa lá, ó artista), já a outra não: o que podemos operar com ela é, dado quer ela informa da proximidade do bear market quando é finalmente quebrada, começar a fechar posições[/quote]
Interessante... Deixa-me perguntar-te uma coisa, se a tendência definida pela linha a tracejado, aquela que marca o "rally eufórico" for quebrada, não negoceias a linha que define a tendência principal?
Surfar a Tendência - Análises técnicas, oportunidades, sugestões de investimento e artigos didácticos
então vamos agora às LTs que apelido de operativas
não são particularmente negociáveis, mas pode-se trabalhar com elas
o gráfico que trago aqui tem duas LTs que formam um padrão chamado bump and run reversal: a acção sobe, a partir de certa altura acelera, até que quebra, o preço tenta recuperar mas não consegue, quebrando também a LT menos inclinada
ora, enquanto que se pode perfeitamente negociar a LT a tracejado (desculpa lá, ó artista), já a outra não: o que podemos operar com ela é, dado quer ela informa da proximidade do bear market quando é finalmente quebrada, começar a fechar posições
não são particularmente negociáveis, mas pode-se trabalhar com elas
o gráfico que trago aqui tem duas LTs que formam um padrão chamado bump and run reversal: a acção sobe, a partir de certa altura acelera, até que quebra, o preço tenta recuperar mas não consegue, quebrando também a LT menos inclinada
ora, enquanto que se pode perfeitamente negociar a LT a tracejado (desculpa lá, ó artista), já a outra não: o que podemos operar com ela é, dado quer ela informa da proximidade do bear market quando é finalmente quebrada, começar a fechar posições
- Anexos
-
- BRISA operativa.png (13.28 KiB) Visualizado 7697 vezes
menos é mais
tiagopt Escreveu:
Muito interessante! Deixa-me perguntar-te já uma das coisas que me intrigou? Porque dás menos validade a uma linha que não se tenha iniciado no inicio da tendência?
se calhar não me expliquei bem, mas espero clarificar o meu pensamento com este trecho do dax: a LTd a vermelho está a traço contínuo - acho-a ok
mas aquela LTa cujo traçado se inicia no verão de 2009, para mim, cobre apenas parte da tendência, daí eu não a ter desenhado a cheio..
- Anexos
-
- 2LTs.png (12.62 KiB) Visualizado 7806 vezes
tiagopt Escreveu:rsacramento Escreveu:gostava também de dizer umas coisas acerca das linhas de tendência (LTs), vistas por alguns como linhas inclinadas de suportes ou de resistência:
uma LT deve ser o mais perfeita possível, ou, dito de outra maneira, não deve conter grandes imperfeições, tais como cortes, toques mal espaçados, não arrancar a meio de uma tendência, entre outras coisas
para mim há vários tipos de LTs, entre os quais:
as negociáveis
as operativas
as decorativas
as indicativas
à medida das minhas possibilidades vou vir aqui ilustrar estes pontos, e começo por uma LTd que considero negociável, ou seja, aponta para uma entrada curta quando o preço se aproximar dela:
Muito interessante! Deixa-me perguntar-te já uma das coisas que me intrigou? Porque dás menos validade a uma linha que não se tenha iniciado no inicio da tendência?
Excelente tópico para novatos como eu.
Sou leitor assiduo deste forum, parabens a todos pelos ensinamentos que nos oferecem.
Cumps

- Mensagens: 4
- Registado: 29/11/2007 13:01
- Localização: 12
rsacramento Escreveu:gostava também de dizer umas coisas acerca das linhas de tendência (LTs), vistas por alguns como linhas inclinadas de suportes ou de resistência:
uma LT deve ser o mais perfeita possível, ou, dito de outra maneira, não deve conter grandes imperfeições, tais como cortes, toques mal espaçados, não arrancar a meio de uma tendência, entre outras coisas
para mim há vários tipos de LTs, entre os quais:
as negociáveis
as operativas
as decorativas
as indicativas
à medida das minhas possibilidades vou vir aqui ilustrar estes pontos, e começo por uma LTd que considero negociável, ou seja, aponta para uma entrada curta quando o preço se aproximar dela:
Muito interessante! Deixa-me perguntar-te já uma das coisas que me intrigou? Porque dás menos validade a uma linha que não se tenha iniciado no inicio da tendência?
Surfar a Tendência - Análises técnicas, oportunidades, sugestões de investimento e artigos didácticos
gostava também de dizer umas coisas acerca das linhas de tendência (LTs), vistas por alguns como linhas inclinadas de suportes ou de resistência:
uma LT deve ser o mais perfeita possível, ou, dito de outra maneira, não deve conter grandes imperfeições, tais como cortes, toques mal espaçados, não arrancar a meio de uma tendência, entre outras coisas
para mim há vários tipos de LTs, entre os quais:
as negociáveis
as operativas
as decorativas
as indicativas
à medida das minhas possibilidades vou vir aqui ilustrar estes pontos, e começo por uma LTd que considero negociável, ou seja, aponta para uma entrada curta quando o preço se aproximar dela:
uma LT deve ser o mais perfeita possível, ou, dito de outra maneira, não deve conter grandes imperfeições, tais como cortes, toques mal espaçados, não arrancar a meio de uma tendência, entre outras coisas
para mim há vários tipos de LTs, entre os quais:
as negociáveis
as operativas
as decorativas
as indicativas
à medida das minhas possibilidades vou vir aqui ilustrar estes pontos, e começo por uma LTd que considero negociável, ou seja, aponta para uma entrada curta quando o preço se aproximar dela:
- Anexos
-
- edpr.png (11.53 KiB) Visualizado 7910 vezes
menos é mais
lfhm Escreveu:Essa questão da auto-profecia está presente em toda a análise técnica.
Acredito que os suportes/resistências e todos os padrões que daí decorrem serão os menos dependentes da auto-profecia. Basta olhar para o tópico do BCP para perceber o quão forte se tornou a resistência dos 10 cêntimos!
Um dos padrões técnicos que mais me fascina é o H&S, também ele baseado nos suportes/resistências. O gráfico desenha na perfeição um indicador dos sentimentos que assolam o mercado. E se é fácil ver num gráfico quando as cotações se aproximam de uma LT para dar uma ordem que as impulsione, o mesmo não se pode dizer da complexa constituição de um H&S. E há milhares deles por esses mercados fora!
E, repara, eu não deixo de parte a importância dos fundamentais de uma empresa no desenrolar das suas cotações! Acredito é que num mercado ineficiente esses fundamentais são muito mais rapidamente reflectidos num gráfico do que numa notícia!
Ulisses: O caldeirão é um fórum de enorme qualidade, que tem ensinado a milhares de pessoas (onde eu me incluo) muito do pouco que sabem. Isso tem muito valor!
Se a CMVM obrigasse os investidores a postar aqui 500 vezes em vez de obrigar os intermediários financeiros a ter um contrato vazio de conteúdo assinado, tenho a certeza que muito menos pessoas iriam para o mercado de olhos fechados. Obrigado pelo teu comentário
Surfar a Tendência - Análises técnicas, oportunidades, sugestões de investimento e artigos didácticos
tiagopt Escreveu:Na minha opinião, o desenvolvimento por “auto-profecia” não deve ser colocado de parte.
Essa questão da auto-profecia está presente em toda a análise técnica.
Quanto á psicologia dos preços é apenas uma das conclusões para suportes e resistência existe outra vertente relacionada com o quantum da empresa. São preços que se adequam ao funcionamento da empresa conforme a estratégia que segue num determinado momento. É o preço ideal para uma determinada altura. Há empresas que funcionam bem com 10 ou com 20 pessoas o intermédio simplesmente não resulta, isto só para exemplificar claro que o preço reflete toda a estrutura da empresa todos os "fundamentais". Daí a importância dos níveis Fibonacci que são mudança de estado "naturais/ideais".
Bom tópico gostava que houvesse mais destes!
sergix Escreveu:Parabens muito bom topico, gotei
Obrigado Sergix

Surfar a Tendência - Análises técnicas, oportunidades, sugestões de investimento e artigos didácticos
rsacramento Escreveu:como complemento, deixa-me dizer o seguinte: eu gosto de olhar para as linhas de suporte/resistência e sua origem com base no par 'entalados'/'arrependidos'
começando por aqueles: vejo a acção sobre um suporte que estimo saudável, e entro; contudo a acção quebra-o, mas tenho esperança que recupere; com o passar do tempo a coisa complica-se, de maneira que rezo a toda a hora para que a cotação se aproxime do valor de entrada, para eu me desfazer do pesadelo: assim, quando a acção se aproximar da agora resistência aparecem os vendedores em força - muitos deles serão os tais 'entalados'
quanto aos arrependidos vejo a coisa assim: a acção chega aos xis euros, e de acordo com os meus critérios, basta, e vendo; contudo ela continua a subir; de momento estou de fora, mas penso que se ela voltar aos xis euros, se calhar será de não perder a oportunidade para re-entrar; assim, a zona dos xis euros passa a ser uma zona onde os arrependidos vão às compras, contribuindo assim para a formação de um suporte nessa zona
Muito boa a analogia!
Surfar a Tendência - Análises técnicas, oportunidades, sugestões de investimento e artigos didácticos
bom esforço, tiago: o carácter eminentemente pedagógico do tópico será muito útil a todos aqueles que se iniciam agora nos meandros da AT
como complemento, deixa-me dizer o seguinte: eu gosto de olhar para as linhas de suporte/resistência e sua origem com base no par 'entalados'/'arrependidos'
começando por aqueles: vejo a acção sobre um suporte que estimo saudável, e entro; contudo a acção quebra-o, mas tenho esperança que recupere; com o passar do tempo a coisa complica-se, de maneira que rezo a toda a hora para que a cotação se aproxime do valor de entrada, para eu me desfazer do pesadelo: assim, quando a acção se aproximar da agora resistência aparecem os vendedores em força - muitos deles serão os tais 'entalados'
quanto aos arrependidos vejo a coisa assim: a acção chega aos xis euros, e de acordo com os meus critérios, basta, e vendo; contudo ela continua a subir; de momento estou de fora, mas penso que se ela voltar aos xis euros, se calhar será de não perder a oportunidade para re-entrar; assim, a zona dos xis euros passa a ser uma zona onde os arrependidos vão às compras, contribuindo assim para a formação de um suporte nessa zona
em resumo, e agora de um ponto de vista estritamente técnico: no suporte os compradores impedem ulteriores quedas, enquanto que nas imediações de uma resistência os vendedores impedem as subidas
termino com um exemplo clássico de um suporte que se converte em resistência, e o típico pullback subsequente
como complemento, deixa-me dizer o seguinte: eu gosto de olhar para as linhas de suporte/resistência e sua origem com base no par 'entalados'/'arrependidos'
começando por aqueles: vejo a acção sobre um suporte que estimo saudável, e entro; contudo a acção quebra-o, mas tenho esperança que recupere; com o passar do tempo a coisa complica-se, de maneira que rezo a toda a hora para que a cotação se aproxime do valor de entrada, para eu me desfazer do pesadelo: assim, quando a acção se aproximar da agora resistência aparecem os vendedores em força - muitos deles serão os tais 'entalados'
quanto aos arrependidos vejo a coisa assim: a acção chega aos xis euros, e de acordo com os meus critérios, basta, e vendo; contudo ela continua a subir; de momento estou de fora, mas penso que se ela voltar aos xis euros, se calhar será de não perder a oportunidade para re-entrar; assim, a zona dos xis euros passa a ser uma zona onde os arrependidos vão às compras, contribuindo assim para a formação de um suporte nessa zona
em resumo, e agora de um ponto de vista estritamente técnico: no suporte os compradores impedem ulteriores quedas, enquanto que nas imediações de uma resistência os vendedores impedem as subidas
termino com um exemplo clássico de um suporte que se converte em resistência, e o típico pullback subsequente
- Anexos
-
- sr.png (8.89 KiB) Visualizado 8448 vezes
No que diz respeito às linhas de tendência, elas não funcionam da mesma forma. Estas linhas são, como o próprio nome deixa adivinhar, indicadores de tendência, que acompanham o crescimento tendencialmente exponencial de um título ao longo do tempo. A razão de ser da sua existência é ainda obscura, não havendo uma explicação consensual para uma evolução tão linear ao longo de meses e, em alguns casos, anos.
Na minha opinião, o desenvolvimento por “auto-profecia” não deve ser colocado de parte.
Quando alguém faz uma entrada com base numa linha de tendência fá-lo porque provavelmente viu num gráfico que houve uma reacção a essa linha. Tal como determinadas médias móveis, que são historicamente vistas como referências de tendência, as linhas de tendência também funcionam melhor nos mercados em que uma maior percentagem de investidores se baseia em indicadores técnicos para tomar as suas decisões.
De cada vez que uma linha de tendência é detectada, mais investidores olham para ela como uma referência futura. Não só uma referência de tendência mas também uma referência de entrada/saída. E à medida que uma linha de tendência ganha consistência através de toques com reacção, mais investidores têm oportunidade de a descobrir, aumentando o número de pessoas que ficará expectante ao seu desenvolvimento e, consequentemente, aumentando também o número de novas ordens disponíveis sempre que exista uma aproximação.
E para ser uma linha tecnicamente considerável tem também de ser minimamente óbvia. Se for “arrancada” com muita arte e ginástica, sendo apenas percepcionada por quem a desenhou, todo o mecanismo que a envolve ficará neutralizado.
Parece-me de extrema importância que se compreenda em que se baseiam os principais indicadores técnicos. É essa compreensão do mercado e dos seus “sinais e sintomas” que nos vai permitir ajustar ordens e movimentos à constante mutação da realidade económica e financeira em que negociamos.
Na minha opinião, o desenvolvimento por “auto-profecia” não deve ser colocado de parte.
Quando alguém faz uma entrada com base numa linha de tendência fá-lo porque provavelmente viu num gráfico que houve uma reacção a essa linha. Tal como determinadas médias móveis, que são historicamente vistas como referências de tendência, as linhas de tendência também funcionam melhor nos mercados em que uma maior percentagem de investidores se baseia em indicadores técnicos para tomar as suas decisões.
De cada vez que uma linha de tendência é detectada, mais investidores olham para ela como uma referência futura. Não só uma referência de tendência mas também uma referência de entrada/saída. E à medida que uma linha de tendência ganha consistência através de toques com reacção, mais investidores têm oportunidade de a descobrir, aumentando o número de pessoas que ficará expectante ao seu desenvolvimento e, consequentemente, aumentando também o número de novas ordens disponíveis sempre que exista uma aproximação.
E para ser uma linha tecnicamente considerável tem também de ser minimamente óbvia. Se for “arrancada” com muita arte e ginástica, sendo apenas percepcionada por quem a desenhou, todo o mecanismo que a envolve ficará neutralizado.
Parece-me de extrema importância que se compreenda em que se baseiam os principais indicadores técnicos. É essa compreensão do mercado e dos seus “sinais e sintomas” que nos vai permitir ajustar ordens e movimentos à constante mutação da realidade económica e financeira em que negociamos.
- Anexos
-
- fibonacci-trendline2.png (328.25 KiB) Visualizado 8482 vezes
Surfar a Tendência - Análises técnicas, oportunidades, sugestões de investimento e artigos didácticos
Psicologia por detrás dos suportes/resistências e das LT
Por que motivo um suporte e uma resistência enfraquecem quando têm muitos toques e as linhas de tendência ganham força a cada toque extra?
Para analisar a base de um suporte peguemos num exemplo concreto. Uma empresa estável, com cotações pouco oscilantes e que cotava nos 10€ de um dia para o outro viu as suas cotações dispararem 50%. Todos os investidores que estavam hesitantes em comprar até esse ponto e que acabariam por não entrar viram o título disparar, ficando com os 10€ profundamente marcados na sua mente, juntamente com um sentimento de arrependimento. Todos os investidores que compraram nos 10€ e ganharam 50% num dia ficaram com esse valor registado na mente, lado a lado com um forte sentimento de satisfação. Esta dualidade de sentimentos fará toda a diferença numa aproximação futura ao preço em causa e, quanto mais fortes forem os sentimentos gerados, maior será a força do suporte/resistência.
A cotação subiu mais 100% nos meses seguintes e, fruto da tomada de mais-valias dos investidores que tinham comprado a 10€ (entre outros), atingiu um topo e começou a regredir. Passados 4 meses voltou a aproximar-se dos 10€. Todos os investidores que ganharam dinheiro com aquela subida fulgurosa a partir dos 10€ vão recordar-se desse valor e associá-lo a mais subidas. Todos os que não tiveram oportunidade de entrar vão olhar para esse valor e associá-lo à oportunidade que perderam. E de ambos os lados vão surgir ordens de compra nesse valor, criando a base de um suporte. Quando a cotação descer até esse nível, surgirão logo ordens de compra para a fazer voltar a subir. E se a inércia ou a pressão vendedora voltarem a levar os preços à zona de suporte, uma vez mais as cotações serão afastadas por mais algumas ordens satisfeitas.
Mas se a pressão vendedora se mantiver e a zona dos 10€ for testada por diversas vezes sem uma subida considerável para voltar a alimentar a euforia, as ordens de compra de quem espera ansiosamente por nova subida fulgurante vão acabar por esgotar-se, quebrando o suporte em baixa. É este o motivo que leva um suporte a ficar mais fraco cada vez que é testado. A cada teste queima um pouco mais do combustível responsável pela repulsa das cotações dessa zona, as ordens de compra dos entusiastas e dos optimistas.
E exactamente o mesmo se passa com as zonas de resistência, mas num sentido inverso... Perdas avultadas levam a comportamentos condicionados na zona em que estas ocorreram, que originam pressão vendedora em preços que representam marcos negativos, e por aí em diante.
Sem querer aprofundar este factor determinante, um suporte/resistência será mais ou menos poderoso se a sua quebra tiver ocorrido com mais ou menos volume. Quanto maior o volume, (regra geral) maior será o número de intervenientes envolvidos, o que leva a um maior número de pessoas a tentar comprar/vender no momento em que as cotações atingem determinado valor.
Para analisar a base de um suporte peguemos num exemplo concreto. Uma empresa estável, com cotações pouco oscilantes e que cotava nos 10€ de um dia para o outro viu as suas cotações dispararem 50%. Todos os investidores que estavam hesitantes em comprar até esse ponto e que acabariam por não entrar viram o título disparar, ficando com os 10€ profundamente marcados na sua mente, juntamente com um sentimento de arrependimento. Todos os investidores que compraram nos 10€ e ganharam 50% num dia ficaram com esse valor registado na mente, lado a lado com um forte sentimento de satisfação. Esta dualidade de sentimentos fará toda a diferença numa aproximação futura ao preço em causa e, quanto mais fortes forem os sentimentos gerados, maior será a força do suporte/resistência.
A cotação subiu mais 100% nos meses seguintes e, fruto da tomada de mais-valias dos investidores que tinham comprado a 10€ (entre outros), atingiu um topo e começou a regredir. Passados 4 meses voltou a aproximar-se dos 10€. Todos os investidores que ganharam dinheiro com aquela subida fulgurosa a partir dos 10€ vão recordar-se desse valor e associá-lo a mais subidas. Todos os que não tiveram oportunidade de entrar vão olhar para esse valor e associá-lo à oportunidade que perderam. E de ambos os lados vão surgir ordens de compra nesse valor, criando a base de um suporte. Quando a cotação descer até esse nível, surgirão logo ordens de compra para a fazer voltar a subir. E se a inércia ou a pressão vendedora voltarem a levar os preços à zona de suporte, uma vez mais as cotações serão afastadas por mais algumas ordens satisfeitas.
Mas se a pressão vendedora se mantiver e a zona dos 10€ for testada por diversas vezes sem uma subida considerável para voltar a alimentar a euforia, as ordens de compra de quem espera ansiosamente por nova subida fulgurante vão acabar por esgotar-se, quebrando o suporte em baixa. É este o motivo que leva um suporte a ficar mais fraco cada vez que é testado. A cada teste queima um pouco mais do combustível responsável pela repulsa das cotações dessa zona, as ordens de compra dos entusiastas e dos optimistas.
E exactamente o mesmo se passa com as zonas de resistência, mas num sentido inverso... Perdas avultadas levam a comportamentos condicionados na zona em que estas ocorreram, que originam pressão vendedora em preços que representam marcos negativos, e por aí em diante.
Sem querer aprofundar este factor determinante, um suporte/resistência será mais ou menos poderoso se a sua quebra tiver ocorrido com mais ou menos volume. Quanto maior o volume, (regra geral) maior será o número de intervenientes envolvidos, o que leva a um maior número de pessoas a tentar comprar/vender no momento em que as cotações atingem determinado valor.
- Anexos
-
- 3651550-465545-man-supporting-blue-chart-arrow.jpg (19.41 KiB) Visualizado 8513 vezes
Surfar a Tendência - Análises técnicas, oportunidades, sugestões de investimento e artigos didácticos