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Caldeirão da Bolsa

Idade da reforma sobe para os 67 anos

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Ee certo que

por bboniek33 » 23/4/2012 17:52

MarcoAntonio Escreveu:
bboniek00 Escreveu: O sistema ee sustentaavel se o Paiis mudar de rumo e apostar no Desenvolvimento. Nao parece ser o caso nem a gerac,ao mais nova estaa laa muito interessada em participar civilmente na vida social e poliitica. Estao mais virados para o poopoo, as Docas, a vinhac,a e os snifes. Desculpem estar a meter tudo no mesmo saco mas torna-se mais faacil e estou cansado.


Francamente, acho isso uma falsa desculpa e uma concepção equívoca.

Eu não sou dessa geração que hoje é assim tão jovem. Nem sou da geração que está hoje no fim da carreira ou já reformada. Na verdade, estou algures a meio dos dois. E ouvi o mesmo em relação à minha geração, ouço o mesmo da geração seguinte e já ouvia o meu avô dizer o mesmo da anterior.

E se recuarmos uns milénios encontramos alguns documentos onde apreciações identicas surgem sobre as gerações mais novas.

Basicamente é sempre assim e sempre foi assim ao longo da história. Para utilizar linguagem simples e directa os novos não são velhos e jamais serão velhos. Têm diferentes prioridades, diferentes asserções do risco e da necessidade de investir no futuro, diferentes formas de encarar a vida no estágio em que se encontram. O que é essencialmente intemporal!


Sobre o "acesso fácil" e a "educação", é curioso porque do que mais se discute actualmente é precisamente a qualidade da educação. Ora, a qualidade da educação não deve ser comparada com a quantidade de educação (e investimento per capita na educação) que os pais - a geração anterior - tiveram mas com a qualidade em relação ao momento em que nos encontramos. Nomeadamente, com a qualidade da educação lá fora. Porque os jovens de hoje competem directamente e indirectamente com eles, pouco competem com os "pais" e quando competem... normalmente "perdem" (novamente, veja-se a taxa de desemprego jovem em Portugal).


Portanto, dizer que foram favorecidos com "educação" - que é equivalente a dizer que Portugal esteve a dar boa educação aos jovens - considero substancialmente falacioso.


Concordo e passo a explicitar.
Quando ouc,o que esta gerac,ao ee a mais qualificada acho uma falaacia: a maior parte nem sabe escrever. Mas o acesso aa educac,ao (em quantidade/massificac,ao) foi inquestionaavelmente uma conquista.

Posso parecer contraditoorio mas de facto acredito que "...é equivalente a dizer que Portugal esteve a dar boa educação aos jovens - considero substancialmente falacioso. ..."
ee falacioso.

Apoos ter esmiuc,ado a ideia espero que a mesma tenha ficado mais objectiva e dentro da intenc,ao que quis expressar em primeiro lugar: as profundas diferenc,as entre a gerac,ao (e gerac,ao e meia) actual e aquela que promoveu as conquistas de Liberdade que, anteriormente, eram simplesmente NEGADAS. Alterar esse estado de coisas deu muito trabalhinho e custou muitos sacrifiicios. Caminho sempre aberto para as gerac,oes abnegadas que sempre aparecem quando o entendem fazer.
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Re: Ee certo que

por MPC_finance » 23/4/2012 17:42

bboniek00 Escreveu:o legado geracional aos mais novos foi uma vergonha.

Por outro lado foi-lhes entregue uma sociedade de acesso faacil ao consumo, ao lazer, a educac,ao superior.

O sistema ee sustentaavel se o Paiis mudar de rumo e apostar no Desenvolvimento. Nao parece ser o caso nem a gerac,ao mais nova estaa laa muito interessada em participar civilmente na vida social e poliitica. Estao mais virados para o poopoo, as Docas, a vinhac,a e os snifes. Desculpem estar a meter tudo no mesmo saco mas torna-se mais faacil e estou cansado.

Convidam-se desde jaa a todos os jovens, estudantes, empregados ou desempregados a participar activamente na mudanc,a do Paiis.

Nao haa guerra ultramarina (como passaram os que hoje teem as tais reformas invejadas), entao fac,am um 28 de Maio, um 25 de Abril, o raio que os parta. Nao se escostem aa cerveja e ao iPod.

Ponham-se a caminho que o Tempo nao espera.


Mas…Bboniek00

Agora quando se falou no tecto das reformas, os jovens tinham um interesse especial em defender esta medida, mas a ala esquerda começou logo no arrufo! Não se viu o apoio de ninguém…
Tanto jovem arquitecto desempregado que poderia muito bem ter desenhado os candeeiros para as escolas do parque escolar, seguramente que fariam o trabalho muito mais barato. E poderiam ainda assim melhorar o curriculum.

Mas não..., Portugal nunca quis saber dos jovens, logo dificilmente os jovens quererão saber de Portugal.
 
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Re: Ee certo que

por MarcoAntonio » 23/4/2012 17:37

bboniek00 Escreveu: O sistema ee sustentaavel se o Paiis mudar de rumo e apostar no Desenvolvimento. Nao parece ser o caso nem a gerac,ao mais nova estaa laa muito interessada em participar civilmente na vida social e poliitica. Estao mais virados para o poopoo, as Docas, a vinhac,a e os snifes. Desculpem estar a meter tudo no mesmo saco mas torna-se mais faacil e estou cansado.


Francamente, acho isso uma falsa desculpa e uma concepção equívoca.

Eu não sou dessa geração que hoje é assim tão jovem. Nem sou da geração que está hoje no fim da carreira ou já reformada. Na verdade, estou algures a meio dos dois. E ouvi o mesmo em relação à minha geração, ouço o mesmo da geração seguinte e já ouvia o meu avô dizer o mesmo da anterior.

E se recuarmos uns milénios encontramos alguns documentos onde apreciações identicas surgem sobre as gerações mais novas.

Basicamente é sempre assim e sempre foi assim ao longo da história. Para utilizar linguagem simples e directa os novos não são velhos e jamais serão velhos. Têm diferentes prioridades, diferentes asserções do risco e da necessidade de investir no futuro, diferentes formas de encarar a vida no estágio em que se encontram. O que é essencialmente intemporal!


Sobre o "acesso fácil" e a "educação", é curioso porque do que mais se discute actualmente é precisamente a qualidade da educação. Ora, a qualidade da educação não deve ser comparada com a quantidade de educação (e investimento per capita na educação) que os pais - a geração anterior - tiveram mas com a qualidade em relação ao momento em que nos encontramos. Nomeadamente, com a qualidade da educação lá fora. Porque os jovens de hoje competem directamente e indirectamente com eles, pouco competem com os "pais" e quando competem... normalmente "perdem" (novamente, veja-se a taxa de desemprego jovem em Portugal).


Portanto, dizer que foram favorecidos com "educação" - que é equivalente a dizer que Portugal esteve a dar boa educação aos jovens - considero substancialmente falacioso.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Ee certo que

por bboniek33 » 23/4/2012 17:15

o legado geracional aos mais novos foi uma vergonha.

Por outro lado foi-lhes entregue uma sociedade de acesso faacil ao consumo, ao lazer, a educac,ao superior.

O sistema ee sustentaavel se o Paiis mudar de rumo e apostar no Desenvolvimento. Nao parece ser o caso nem a gerac,ao mais nova estaa laa muito interessada em participar civilmente na vida social e poliitica. Estao mais virados para o poopoo, as Docas, a vinhac,a e os snifes. Desculpem estar a meter tudo no mesmo saco mas torna-se mais faacil e estou cansado.

Convidam-se desde jaa a todos os jovens, estudantes, empregados ou desempregados a participar activamente na mudanc,a do Paiis.

Nao haa guerra ultramarina (como passaram os que hoje teem as tais reformas invejadas), entao fac,am um 28 de Maio, um 25 de Abril, o raio que os parta. Nao se escostem aa cerveja e ao iPod.

Ponham-se a caminho que o Tempo nao espera.
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por MarcoAntonio » 23/4/2012 17:14

HU Escreveu:Marco António,

As transferências do OE têm que ver com o regime não contributivo. Ou seja, pensões para pessoas que não descontaram para o sistema e que são pagas com impostos (função redistributiva dos mesmos) e não com as contribuições dos actuais contribuintes para a SS.

:| :|


Epá, isso é falso e podes começar por ler a notícia que eu coloquei.


A previsão desta transferência decorre da decisão política de aumentar extraordinariamente todas as pensões, contributivas ou não, para lá do previsto na lei de actualização das pensões. Deste modo, consagrou-se que esta decisão política devia ser financiada pelo Orçamento do Estado, não onerando deste modo o regime previdencial", justifica ao DN fonte oficial do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.

A mesma fonte esclarece que o financiamento ascende a 196 milhões de euros. Um valor que é superior aos 150 milhões então anunciados como o custo do aumento de pensões.



Conforme disse e repito-me citando-me "atribuem-se pensões e estabelecem-se crescimentos irresponsáveis dos níveis de pensões, que o próprio sistema a prazo não poderia sustentar e depois faz-se (pela enésima vez) quem vem atrás pagar por estes excessos, de umas vezes de forma directa e de outras vezes de forma indirecta e encapotada."
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 23/4/2012 17:16, num total de 1 vez.
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por gorgo » 23/4/2012 17:14

HU Escreveu:OK Marco António. Mas a situação foi corrigida. Neste momento o calculo da pensão já reflecte em larga medida a carreira contributiva na sua totalidade. Salvo erro, a partir de 2016 passará a contar exclusivamente a média da totalidade da carreira contributiva. Como no máximo se estará falar de 80 % da média de toda a carreira contributiva, então, numa situação económica normal (o normal aqui já estou a considerar crescer só 1 %) o sistema será sustentável por muitos e bons anos (a tua pensão estará certamente salvaguardada, mesmo não sabendo a tua idade...!). Há que ir fazendo correcções ao sistema, mas para o aperfeiçoar, não para o destruir.Se há que corrigir alguma coisa em relação ao passado, é precisamente de corrigir o que foi atribuído à total revelia da norma e a título de excepções que apesar de terem pouco peso económico tem muito significado na formação da opinião pública sobre este tema.


Não reflete não. Só daqui a cerca 30 anos é que será assim. Que tal ver as fórmulas no site da Segurança social! Temos um misto, dos melhores 10 dos útimos quinze durante muito tempo e toda a carreira, com maior peso para quem se reformar até 2016 do mais favorável.
 
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por Laribau » 23/4/2012 17:13

Marco António,

As transferências do OE têm que ver com o regime não contributivo. Ou seja, pensões para pessoas que não descontaram para o sistema e que são pagas com impostos (função redistributiva dos mesmos) e não com as contribuições dos actuais contribuintes para a SS.

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por MarcoAntonio » 23/4/2012 17:10

HU Escreveu:OK Marco António. Mas a situação foi corrigida. Neste momento o calculo da pensão já reflecte em larga medida a carreira contributiva na sua totalidade.


As correcções, em Portugal, infelizmente passam sempre por fazer pagar quem vem a seguir. É isso que está em discussão e eu tenho inúmeros posts sobre isso com analogias perfeitamente adequadas!

Tudo assenta num falso princípio de justiça que é o princípio dos direitos adquiridos que na verdade é exactamente o oposto dado que os direitos não são iguais para todos.



Basicamente, se um indivíduo adquirir o direito de assaltar bancos, quando se proibe o assalto a bancos é só para os que ainda não assaltam. E não só esses não podem assaltar como ainda têm de suportar os custos dos assaltos que se perpetuam por aqueles que adquiriram o direito. É este o sentido de justiça (not!) do princípio dos direitos adquiridos!
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por Laribau » 23/4/2012 17:08

OK Marco António. Mas a situação foi corrigida. Neste momento o calculo da pensão já reflecte em larga medida a carreira contributiva na sua totalidade. Salvo erro, a partir de 2016 passará a contar exclusivamente a média da totalidade da carreira contributiva. Como no máximo se estará falar de 80 % da média de toda a carreira contributiva, então, numa situação económica normal (o normal aqui já estou a considerar crescer só 1 %) o sistema será sustentável por muitos e bons anos (a tua pensão estará certamente salvaguardada, mesmo não sabendo a tua idade...!). Há que ir fazendo correcções ao sistema, mas para o aperfeiçoar, não para o destruir.Se há que corrigir alguma coisa em relação ao passado, é precisamente de corrigir o que foi atribuído à total revelia da norma e a título de excepções que apesar de terem pouco peso económico tem muito significado na formação da opinião pública sobre este tema.
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por MarcoAntonio » 23/4/2012 17:06

Já agora, dado que puxaram a discussão para a falsa questão do sistema estar falido ou não (é falsa dado o próprio modelo do sistema, não é pertinente se ele está falido de momento ou não) convém observar - o que foi ignorado por quem o referiu - que a Segurança Social não é verdadeiramente autónoma e tem vindo a receber inúmeras transferências do OE ao longo da sua história recente.

Veja-se por exemplo em 2010, o Governo cobre o aumento anual das pensões com recurso ao OE:

http://www.dn.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1481927

Atribuem-se pensões e estabelecem-se crescimentos irresponsáveis dos níveis de pensões, que o próprio sistema a prazo não poderia sustentar e depois faz-se (pela enésima vez) quem vem atrás pagar por estes excessos, de umas vezes de forma directa e de outras vezes de forma indirecta e encapotada.


Ou seja, para quem já se perdeu, o contribuinte actual não só tem vindo a pagar aos antigos pensionistas através da contribuição para a segurança social, mas também paga mais um bocadinho que está encapotado no IVA do supermercado.
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 23/4/2012 17:08, num total de 1 vez.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Laribau » 23/4/2012 16:54

Certo. Equívoco meu. É contributivo com função redistributiva.

Mas não altera o essencial da questão.

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por MarcoAntonio » 23/4/2012 16:53

HU Escreveu:á paguei muitas reformas, muita escola e muita saúde a alguns dos que agora se levantam contra a "exploração" dos mais novos.


A esperança média de vida à idade da reforma ronda em Portugal os 20 anos (ultrapassa mesmo os 20 anos para as mulheres e está perto dos 20 anos para os homens).

Os contribuintes portugueses não estavam sequer a descontar para a sua própria reforma quanto mais para várias. As contas fazem-se facilmente e há que ter em conta ainda que o desconto foi progressivo (de acordo com os vencimentos e em Portugal a diferenciação salarial com a idade é particularmente elevada) mas o benefício resultava essencialmente do vencimento nos últimos anos activos (que não representam a contribuição média).

Aliás, não é necessário recuar muitos anos para verificarmos que em Portugal o replacement rate estava acima dos 100%, o que é a loucura total e de uma total irresponsabilidade geracional.

Não esquecer ainda que as pessoas não descontam meramente para a reforma, o desconto tem de cobrir todos os direitos (que incluem subsídio de desemprego, subsídio de doença, etc). E não só isto agrava as contas (tornando o excesso de benefícios mais evidente) como até aqui existe uma injustiça social geracional aberrante: é precisamente em Portugal que vamos encontrar as mais altas taxas de desemprego jovem (em Portugal é muito mais difícil um jovem encontrar emprego, mesmo para a taxa média de desemprego que temos) e ao mesmo tempo estão-se a cortar nos direitos precisamente dos mais novos, os quais se trabalharem têm de descontar ao todo cerca de 1/3 do seu vencimento bruto [incluindo as duas parcelas, que indirectamente são sempre pagas pelo trabalhador] mas tem menores direitos no que diz respeito ao subsídio de desemprego (curiosamente, os tais sobre beneficiados não tiveram esse problema na mesma escala).

Caímos sempre no mesmo praticamente qualquer que seja o prisma com que olhemos para isto...


A cereja em cima do bolo é quando algumas mentes brilhantes ainda sugerem aos jovens para emigrar (claro que os que emigrarão mais facilmente são precisamente os mais jovens). Não só mandam embora a força produtiva e o futuro de Portugal como ainda a prazo estão a sugerir algo que vai colocar o sistema ainda mais em stress: se esses vão embora, não ficarão a contribuir. Mais sobrepesarão os de média e alta idade. O que a prazo significará mais medidas correctivas!
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
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por MarcoAntonio » 23/4/2012 16:43

HU Escreveu:
O fundo de garantia da SS não aguentava nem meio ano de pensões, nem foi constituído para isso. Foi constituído para cobrir o eventual deficit de anos recessivos. O sistema actual, distributivo (contributivo será sempre, seja para distribuir seja para capitalizar individualmente)
(...)


Não, no contexto de um sistema de pensões, o sistema diz-se contributivo quando as actuais pensões são pagas essencialmente com as contribuições dos actuais contribuintes. O sistema de pensões de um PPR por exemplo já é um sistema de capitalização, não um sistema contributivo.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Laribau » 23/4/2012 16:37

MarcoAntonio Escreveu:O sistema não faliu porque é essencialmente um sistema contributivo (não faliu porque andam aqui os "mouros" todos a pagar para uma coisa a que já não têm direito nas mesmas condições).

A capitalização do sistema não aguentava nem meio ano de pensões!

Quanto ao texto do AA, desta vez não concordo com ele. Apenas existem alguns casos que são bastante piores do que outros (mas são uma parcela bastante pequna dos contribuintes e não é realmente o verdadeiro problema). Praticament ninguém, como o sistema se encontrava, estava a descontar para a reforma que lhe estava a ser atribuida. Nem quem tinha carreiras contributivas com mais de 30 anos...

Em todo o caso, a média estava nos 30 e poucos anos de carreira contributiva.


O fundo de garantia da SS não aguentava nem meio ano de pensões, nem foi constituído para isso. Foi constituído para cobrir o eventual deficit de anos recessivos. O sistema actual, distributivo (contributivo será sempre, seja para distribuir seja para capitalizar individualmente) não tem necessariamente que conduzir a uma situação de privar os atuais contribuintes de beneficiarem na proporção das suas contribuições do mesmo sistema, a não ser na medida do aumento da esperança de vida, que já afecta quem se reforma neste momento.

Pelos vistos, mouros são os que descontam agora. Pois eu desconto agora e já descontei (e muito) no passado e provavelmente continuarei a descontar. Já paguei muitas reformas, muita escola e muita saúde a alguns dos que agora se levantam contra a "exploração" dos mais novos. Já lá vou com 35 anos de descontos e mais de 1,5 milhões de contribuições para a SS (fora impostos) e se me quiser reformar agora teria direito a uma daquelas pensões milionárias de 3000 Euros. Apesar disso não me queixo...!

Seria curioso saber, quanto é que cada um dos senhores que vão à televisão dissertar sobre a falência do sistema público de pensões, contribuíram para esse mesmo sistema público, e quanto é que isso representa percentualmente do seu rendimento. Há situações abusivas ? Há e talvez em demasia. Há pensões pagas a quem muito pouco ou nada contribuiu ? Há, mas a esmagadora maioria está nos limites inferiores das pensões e nem sequer são pagas pelo sistema distributivo da SS (melhor seria que uma sociedade não tomasse conta dos seus elementos mais desfavorecidos !).
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por dancar1981 » 23/4/2012 16:14

A minha tristeza é mesmo essa... Andar a puxar pelo cabedal por algo que não vai existir na minha altura de ter 70 anos.
Quando os entendidos falam de solidariedade intra-geracional, só se lembram da solidariedade que os mais novos devem ter com os mais velhos.
Solidariedade intra-geracional era aumentar já a idade da reforma e reduzir as pensões retroactivamente, com uma perspectiva de estabilidade do sistema a 100 anos
 
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por MarcoAntonio » 23/4/2012 16:07

O sistema não faliu porque é essencialmente um sistema contributivo (não faliu porque andam aqui os "mouros" todos a pagar para uma coisa a que já não têm direito nas mesmas condições).

A capitalização do sistema não aguentava nem meio ano de pensões!

Quanto ao texto do AA, desta vez não concordo com ele. Apenas existem alguns casos que são bastante piores do que outros (mas são uma parcela bastante pequna dos contribuintes e não é realmente o verdadeiro problema). Praticament ninguém, como o sistema se encontrava, estava a descontar para a reforma que lhe estava a ser atribuida. Nem quem tinha carreiras contributivas com mais de 30 anos...

Em todo o caso, a média estava nos 30 e poucos anos de carreira contributiva.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por artista_ » 23/4/2012 14:55

HU Escreveu:O sistema não faliu. O sistema ainda é solvente e tem superavit anual (pouco mas tem...!). O sistema está com um superavit menor (mas ainda superavit) como consequência do aumento do desemprego, contudo existem excedentes acumulados de cerca de 8 a 9 Mil milhões de Euros (que foram acumulados justamente para este fim, ter solvência em momentos conjunturalmente recessivos). Esta é uma conversa recorrente : "O sistema faliu". O sistema precisa de alguns ajustamentos para não falir daqui a 20 ou 30 anos. É um pouco diferente...!

:|


Sim tens razão, expressei-me mal, devia ter colocado "faliu" entre aspas. O "faliu" que usei não foi em termos técnicos, na rigorosa definição da palavra. Faliu como o conhecíamos, porque se está a dar aos atuais reformados e aos que se reformam agora, aquilo que nem por sombras se dará aos que estão no ativo (é que nem estamos a falar de um pouco menos). Faliu porque para se manter solvente está a "roubar" em tudo e mais alguma coisa, a poupar no que pode, chegando ao limite da ilegalidade (enfim, não sei quem devia pagar as indemnizações por caducidade de contrato?!). Faliu porque está a criar injustiças geracionais graves e perigosas...
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por oscar.coelho » 23/4/2012 14:21

HU Escreveu:
artista Escreveu:
assunoadr Escreveu:Reformarem-se com 40 ou 50 e tal anos de idade é completamente diferente de se reformarem com mais de 60. Por outro lado, trata-se de uma realidade que, por perversidades do sistema, não foi igual para todos porque, enquanto alguns se podiam reformar a partir dos 40 e 50 anos de idade e com uma carreira contributiva curta, outros só puderam fazê-lo a partir dos 65 anos nas mesmas condições e geralmente com uma carreira contributiva superior a 30-40 anos. Portanto, convém não misturar as coisas porque o que mais contribuiu para desiquilibrar o sistema foram os privilégios (que subsistem) concedidos a alguns e não tanto o facto da idade da reforma ser aos 65 anos. Saliente-se que muita gente também foi empurrada para a reforma antes dos 65 anos por doença ou devido a desemprego estrutural porque no nosso país, salvo honrosas excepções, não se dá emprego a quem tem mais de 50 anos. Há fraudes mas também há casos de pessoas com doenças terminais que a SS considera que estão aptas para trabalhar.



Infelizmente houve muitos casos diferentes, muitas injustiças e o sistema faliu. Com a sua falência estão têm aumentado as injustiças porque se estão a manter praticamente intactos os privilégios de uns, insuportáveis para os outros!

O sistema não faliu. O sistema ainda é solvente e tem superavit anual (pouco mas tem...!). O sistema está com um superavit menor (mas ainda superavit) como consequência do aumento do desemprego, contudo existem excedentes acumulados de cerca de 8 a 9 Mil milhões de Euros (que foram acumulados justamente para este fim, ter solvência em momentos conjunturalmente recessivos). Esta é uma conversa recorrente : "O sistema faliu". O sistema precisa de alguns ajustamentos para não falir daqui a 20 ou 30 anos. É um pouco diferente...!

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Apesar de todos os disparates como as reformas antecipadas para reduzir efectivos, é das poucas coisas neste país que não faliu mas convém alimentar este discurso para justificar medidas como as do plafonamento ou da redução da TSU para que, então sim, vá à falencia.

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por Laribau » 23/4/2012 12:57

artista Escreveu:
assunoadr Escreveu:Reformarem-se com 40 ou 50 e tal anos de idade é completamente diferente de se reformarem com mais de 60. Por outro lado, trata-se de uma realidade que, por perversidades do sistema, não foi igual para todos porque, enquanto alguns se podiam reformar a partir dos 40 e 50 anos de idade e com uma carreira contributiva curta, outros só puderam fazê-lo a partir dos 65 anos nas mesmas condições e geralmente com uma carreira contributiva superior a 30-40 anos. Portanto, convém não misturar as coisas porque o que mais contribuiu para desiquilibrar o sistema foram os privilégios (que subsistem) concedidos a alguns e não tanto o facto da idade da reforma ser aos 65 anos. Saliente-se que muita gente também foi empurrada para a reforma antes dos 65 anos por doença ou devido a desemprego estrutural porque no nosso país, salvo honrosas excepções, não se dá emprego a quem tem mais de 50 anos. Há fraudes mas também há casos de pessoas com doenças terminais que a SS considera que estão aptas para trabalhar.



Infelizmente houve muitos casos diferentes, muitas injustiças e o sistema faliu. Com a sua falência estão têm aumentado as injustiças porque se estão a manter praticamente intactos os privilégios de uns, insuportáveis para os outros!

O sistema não faliu. O sistema ainda é solvente e tem superavit anual (pouco mas tem...!). O sistema está com um superavit menor (mas ainda superavit) como consequência do aumento do desemprego, contudo existem excedentes acumulados de cerca de 8 a 9 Mil milhões de Euros (que foram acumulados justamente para este fim, ter solvência em momentos conjunturalmente recessivos). Esta é uma conversa recorrente : "O sistema faliu". O sistema precisa de alguns ajustamentos para não falir daqui a 20 ou 30 anos. É um pouco diferente...!

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por MERCW125 » 23/4/2012 12:41

Claro, pergunto aqui no forum porque motivo, um antigo ministro tem uma reforma de 18 mil euros por mes, mais os da RTP, etc, etc, etc..
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por artista_ » 23/4/2012 12:39

assunoadr Escreveu:Reformarem-se com 40 ou 50 e tal anos de idade é completamente diferente de se reformarem com mais de 60. Por outro lado, trata-se de uma realidade que, por perversidades do sistema, não foi igual para todos porque, enquanto alguns se podiam reformar a partir dos 40 e 50 anos de idade e com uma carreira contributiva curta, outros só puderam fazê-lo a partir dos 65 anos nas mesmas condições e geralmente com uma carreira contributiva superior a 30-40 anos. Portanto, convém não misturar as coisas porque o que mais contribuiu para desiquilibrar o sistema foram os privilégios (que subsistem) concedidos a alguns e não tanto o facto da idade da reforma ser aos 65 anos. Saliente-se que muita gente também foi empurrada para a reforma antes dos 65 anos por doença ou devido a desemprego estrutural porque no nosso país, salvo honrosas excepções, não se dá emprego a quem tem mais de 50 anos. Há fraudes mas também há casos de pessoas com doenças terminais que a SS considera que estão aptas para trabalhar.


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por assunoadr » 23/4/2012 11:47

Mcmad Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:
gorgol Escreveu:Procurar um modelo ampliação do valor e não apenas de divisão do bolo entre gerações.


Não utilizemos eufemismos: não se trata de uma divisão, trata-se de uma extorsão.

A história de uma geração ter de provar à outra é um completo non-sense: as regras estão estabelecidas a priori sendo que as gerações com mais direitos são as que mais benefícios têm e vice-versa, sendo que nada lhes foi exigido em termos de "provas". Pelo contrário, trata-se de uma auto-atribuição de direitos!

De resto, que prova seria? O estado deplorável em que se encontra Portugal neste momento e que estão a deixar como herança para as gerações seguintes? É essa a suposta prova dada?


A geração que beneficiou e continua a beneficiar desta completa loucura que foi a atribuição da reformas demasiado cedo e com valores demasiado elevados continua protegida no momento de tomar medidas de austeridade correctivas sendo que são as gerações seguintes que pagam o grosso dos excessos. Porque na hora de cortar é aos activos se aplicam as medidas mais pesadas, aos inactivos só algumas. Porque são aqueles hoje em idade activa que levam com as piores condições de mercado de trabalho (nomeadamente com taxas de desemprego record) resultantes de uma economia ineficiente que lhes foi deixada como herança pelas tais provadas gerações anteriores.

E porque na hora de aumentar a idade de reforma só se aumenta para os que vêm atrás, não se vai buscar os que estão em casa neste momento (ou em qualquer outro lado mas a receber reforma) com 40 e tal, 50 e tal e 60 e pouco já reformados...

Isto é de uma profunda injustiça social!


Nem mais! :clap:


Reformarem-se com 40 ou 50 e tal anos de idade é completamente diferente de se reformarem com mais de 60. Por outro lado, trata-se de uma realidade que, por perversidades do sistema, não foi igual para todos porque, enquanto alguns se podiam reformar a partir dos 40 e 50 anos de idade e com uma carreira contributiva curta, outros só puderam fazê-lo a partir dos 65 anos nas mesmas condições e geralmente com uma carreira contributiva superior a 30-40 anos. Portanto, convém não misturar as coisas porque o que mais contribuiu para desiquilibrar o sistema foram os privilégios (que subsistem) concedidos a alguns e não tanto o facto da idade da reforma ser aos 65 anos. Saliente-se que muita gente também foi empurrada para a reforma antes dos 65 anos por doença ou devido a desemprego estrutural porque no nosso país, salvo honrosas excepções, não se dá emprego a quem tem mais de 50 anos. Há fraudes mas também há casos de pessoas com doenças terminais que a SS considera que estão aptas para trabalhar.
 
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por assunoadr » 23/4/2012 11:31

Lion_Heart Escreveu:E daqui a 5 anos esta nos 70. Cada vez menos gente a contribuir , mais gente a reformar-se mais cedo e com reformas/pensoes maiores.

O Estado social deu nisto. E os jovens a pagar...


Mas os "velhos" também já pagaram durante muito anos (30-40 anos) e o dinheiro evaporou-se. Para onde foi?
 
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por artista_ » 23/4/2012 1:53

Mcmad Escreveu:Se a idade de reforma tem que aumentar agora no imediato eu pergunto quanto terá que aumentar daqui a 32 anos, quando completar 65 anos?


Nessa altura a idade da reforma já é aos 90, para alguns se reformarem aos 40 outros os outros não se podem reformar, têm de trabalhar para lhes pagar as reformas... portanto vê lá se morres antes de chegares à idade da reforma! :roll: :mrgreen:
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por Mcmad » 23/4/2012 0:52

Se a idade de reforma tem que aumentar agora no imediato eu pergunto quanto terá que aumentar daqui a 32 anos, quando completar 65 anos?
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