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Caldeirão da Bolsa

Deputadas do PS propõem eliminar quatro feriados

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por rmachado » 22/12/2011 12:40

Elias Escreveu:Interessante perspectiva... de facto menos dias de férias não significa mais produtividade, porque o absentismo poderá tender a aumentar.


Bagão Félix espera que fim dos três dias de férias seja "temporário"
22 Dezembro 2011 | 09:58
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O autor da medida, antigo ministro do Trabalho indicado pelo CDS-PP, considera que esta tem sido benéfica para combater o absentismo.

Bagão Félix diz compreender, no actual contexto, a proposta do Governo de eliminar os três dias suplementares de férias criados por si, em 2003, para premiar a assiduidade.

Mas o antigo ministro do Trabalho, indicado pelo CDS-PP, diz que o Governo tem de a fundamentar bem e explicar se esta medida é temporária ou definitiva.

"Eu preferia que fosse suspensa" e não eliminada, disse Bagão à Antena 1, chamando a atenção para os "riscos" do desaparecimento de uma medida que, em sua opinião, tem tido um papel importante no combate ao absentismo.

“Tenho de compreender [a medida] numa situação excepcional e difícil do país”. Bagão Félix gostaria, no entanto, que o Governo mostrasse estudos que mostrem os benefícios da retirada destes três dias suplementares e que, por seu turno, anulem os riscos de menor assiduidade.

A proposta do Governo vai ser hoje debatida em concertação social.


E perceber as razões do absentismo? A perspectiva é interessante mas não vai ao fundo da questão.
Além do mais onde estão as estatisticas que provem o contrário?
 
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Re: somos os que passamos mais horas no trabalho

por rmachado » 22/12/2011 12:39

dfviegas Escreveu:O nosso problema é sermos produtivos no horário de trabalho.
São os cafézinhos, são os almoços prolongados, são as idas à net, msn, mails de treta, telefonemas, sms etc... etc...


E pq razão isto acontece?

É que nos temos a "mania" de culpar a falta de produtividade (que é um conceito para mim muito abstrato... e de duvidosa medição em muitos setores) pelas pausas do trabalhador.. mas não serão estes o reflexo da má gestão? Além do mais temos paises altamente produtivos onde existem regras restritas para o tempo que se pode estar em frente a um computador por exemplo. E existem imensas recomendações para se fazerem pausas em determinadas profissões para efetivamente não reduzir a produtividade...

O nosso grande problema não é sermos pouco produtivos... e mais não se declarar muita coisa´o que inquina tudo o que é estatistica...
 
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somos os que passamos mais horas no trabalho

por dfviegas » 22/12/2011 12:24

Com a cultura de muitos portugueses em que ficar no trabalho até mais tarde para parecer bem ao chefe enraizada neste nosso Portugal, horas essas que não são remuneradas, que é que adianta aumentar 30m no horário laboral.

O nosso problema é sermos produtivos no horário de trabalho.
São os cafézinhos, são os almoços prolongados, são as idas à net, msn, mails de treta, telefonemas, sms etc... etc...

Parece-me que esta meia-hora vai servir apenas para reduzir os custos de sonaes, jm, ikeas e algumas empresas fabris que estejam a conseguir laborar a 100% da capacidade e tenham escoamento do seu produto. De resto parece-me que vai ser uma medida muito ineficaz.
 
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por Elias » 22/12/2011 11:46

Já agora, a propósito de absentismo, vale a pena recuperar esta notícia de 2008:


Empresas portuguesas lideram taxa de absentismo
28 Outubro 2008 | 00:01
Lúcia Crespo - lcrespo@negocios.pt

Portugal é o país da Europa com a mais elevada taxa de absentismo por doença. Cada trabalhador falta, em média, 11,9 dias por ano, quando a média da Europa do Sul é de 7,6 dias e a média europeia atinge os 7,4 dias. Os trabalhadores da Turquia são os menos faltosos. Cada empregado falta, em média, 4,6 dias por ano. Espanha também está abaixo da média europeia, ao registar uma taxa de absentismo por doença de 5,6 dias por ano.

Portugal é o país da Europa com a mais elevada taxa de absentismo por doença. Cada trabalhador falta, em média, 11,9 dias por ano, quando a média da Europa do Sul é de 7,6 dias e a média europeia atinge os 7,4 dias. Os trabalhadores da Turquia são os menos faltosos. Cada empregado falta, em média, 4,6 dias por ano. Espanha também está abaixo da média europeia, ao registar uma taxa de absentismo por doença de 5,6 dias por ano.

Estes dados resultam do estudo pan-europeu 2008 da consultora Mercer sobre benefícios de saúde, que inquiriu gestores de 900 empresas de 24 países europeus. Entre os mercados estudados está Portugal, onde foram inquiridas 60 empresas de vários sectores da economia.

Para a média de 11,9 dias de ausência por ano - que compara com 7,8 dias do ano passado - contribuem as baixas de longa duração. Em 14% das empresas a média de faltas ultrapassa os 20 dias por ano.
 
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por Elias » 22/12/2011 11:44

Interessante perspectiva... de facto menos dias de férias não significa mais produtividade, porque o absentismo poderá tender a aumentar.


Bagão Félix espera que fim dos três dias de férias seja "temporário"
22 Dezembro 2011 | 09:58
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O autor da medida, antigo ministro do Trabalho indicado pelo CDS-PP, considera que esta tem sido benéfica para combater o absentismo.

Bagão Félix diz compreender, no actual contexto, a proposta do Governo de eliminar os três dias suplementares de férias criados por si, em 2003, para premiar a assiduidade.

Mas o antigo ministro do Trabalho, indicado pelo CDS-PP, diz que o Governo tem de a fundamentar bem e explicar se esta medida é temporária ou definitiva.

"Eu preferia que fosse suspensa" e não eliminada, disse Bagão à Antena 1, chamando a atenção para os "riscos" do desaparecimento de uma medida que, em sua opinião, tem tido um papel importante no combate ao absentismo.

“Tenho de compreender [a medida] numa situação excepcional e difícil do país”. Bagão Félix gostaria, no entanto, que o Governo mostrasse estudos que mostrem os benefícios da retirada destes três dias suplementares e que, por seu turno, anulem os riscos de menor assiduidade.

A proposta do Governo vai ser hoje debatida em concertação social.
 
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por _urbanista_ » 22/12/2011 11:24

Elias Escreveu:urbanista,

Pessoalmente considero que mais feriado menos feriado faz pouca ou nenhuma diferença.

No entanto, e já o referi aqui anteriormente, considero que as "tolerâncias de ponto" deveriam ser abolidas, pois mais não são do que feriados encapotados. Se o objectivo é que não se trabalhe nesses dias, então que se legisle no sentido de decretar um feriado adicional. O que me parece mal é manter as aparências (fingir que é um dia útil) mas na prática temos mais um feriado e o país pára.


Estou totalmente de acordo. Mas tolerâncias de ponto existem apenas o sector publico. Portanto esta medida não passa de um arrumar da propria casa por parte do estado...
Isto das câmaras, finanças etc fazerem tolerâncias de ponto, apenas estrága a média da produtividade do país, atrasando os serviços que eles prestam,mas tambem não é por aí, o problema é mais profundo...
Penso que os nossos governantes não tem a minima noção da economia real. São meninos que estudaram em bons colégios e tiraram boas notas mas falta-lhes ter os pés assenteS no chão.
As empresas que realmente produzem alguma coisa neste país,"as que realmente interessam" não tem pontes, feriados nem fins de semana à muitos anos, laboram praticamente os 365 dias do ano, e quando param nesta altura, de natal e ano novo, aproveitam para equipas de limpeza e manutenção porem tudo preparado para no dia 2 de janeiro estárem prontos para mais 1 ano de trabalho.
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por Elias » 22/12/2011 9:48

urbanista,

Pessoalmente considero que mais feriado menos feriado faz pouca ou nenhuma diferença.

No entanto, e já o referi aqui anteriormente, considero que as "tolerâncias de ponto" deveriam ser abolidas, pois mais não são do que feriados encapotados. Se o objectivo é que não se trabalhe nesses dias, então que se legisle no sentido de decretar um feriado adicional. O que me parece mal é manter as aparências (fingir que é um dia útil) mas na prática temos mais um feriado e o país pára.
 
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por _urbanista_ » 22/12/2011 3:24

Os jornais já começam a entrar na demagogia populuxa e na caça Às bruxas...
Agora a tolerância de ponto, ou uns feriados a mais ou a menos, ou umas horas de trabalho a mais ou a menos é que vão inverter o rumo... enfim
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por Automech » 22/12/2011 2:57

Este país é ingovernável

Municípios de todo o país concedem tolerância de ponto na época festiva
quarta-feira, 21 de Dezembro de 2011 | 19:30

Depois de o Governo decidir não dar tolerância de ponto aos funcionários públicos no Natal e no Ano Novo, somam-se os municípios, entre eles Lisboa, que vão dispensar os trabalhadores por uma ou duas tardes ou por um dia.

A Lusa contactou algumas dezenas de câmaras e, entre elas, há também um caso, nos Açores, de uma repartição das dispensas por dois dias, pelo que a câmara não encerra.
Em Lisboa, a vereadora das Finanças, Maria João Mendes (PS), disse à Lusa que será dada tolerância de ponto nas tardes das duas próximas sextas-feiras (dias 23 e 30). No mesmo distrito, Odivelas (PS) vai conceder a tarde de sexta-feira (23) e toda a segunda-feira (26), enquanto os trabalhadores das câmaras de Vila Franca de Xira (PS) e Azambuja (PS) vão usufruir da tarde da “véspera da véspera” de Natal.

O cenário repete-se em Constância (CDU), no distrito de Santarém, que oferecerá um almoço aos funcionários, tal como a Câmara de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, que justifica a tolerância com este momento de convívio que permite «unir e motivar os trabalhadores [280] para a causa pública».

«Não fazia sentido que viessem trabalhar apenas uma hora [almoço com duração prevista até às 15:00], havia um prejuízo para a câmara, pois o custo para reactivar a actividade - desde os aquecimentos aos computadores - seria superior ao resultado obtido em termos de trabalho», justificou hoje à Agência Lusa o autarca, eleito pelo PS.

No seu entender, «não foram os funcionários públicos que contribuíram para o descalabro do país, nem a Câmara de Oliveira do Hospital”, que “tem estabilidade financeira».

A autarquia segue o exemplo da Câmara de Viana do Castelo (PS), que já anunciou a dispensa dos seus 800 funcionários à tarde devido à tradicional festa de Natal.

Já no Alentejo, pelo menos os municípios de Portalegre (PSD), Beja (PS) e Marvão (PSD) vão conceder tolerância, mas durante todo o dia de sexta-feira.

Na região Oeste, a Câmara de Torres Vedras (PS) vai dar tolerância de ponto aos seus funcionários na sexta e na segunda-feira. Arruda (PSD) optou por fechar na sexta-feira, enquanto Lourinhã (PS) e Peniche (CDU) encerram na segunda-feira.

Nos Açores, onde o Governo Regional (PS) decidiu dar tolerância de ponto aos funcionários públicos na tarde do dia 23, Praia da Vitória (PS), na Terceira, deverá optar, segundo fonte da autarquia, por dar dispensa nesta sexta-feira, mas Angra do Heroísmo (PS) decidiu repartir a tolerância: «Na sexta-feira tiram 50% dos funcionários e na segunda-feira os outros», explicou fonte municipal.

As câmaras de Ponta Delgada (PSD) e Ribeira Grande (PS), em São Miguel, vão dar tolerância no dia 26, enquanto a Horta (PS), no Faial, concederá a tarde desta sexta-feira.

A Câmara de Mafra (PSD) nunca dá tolerância de ponto, mas os Paços do Concelho estão fechados na sexta-feira, dia coincidente com a folga semanal dos seus funcionários, que preenchem o horário semanal nos restantes quatro dias da semana.

Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=549365
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por PC05 » 8/12/2011 18:56

O problema não se resolve com mais dias de trabalho, mas sim com melhores governantes!
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por mapaman » 8/12/2011 17:50

O Governo regional dos Açores decidiu conceder tolerância de ponto, na tarde do dia 23, sexta-feira, para os funcionários públicos regionais dos Açores, foi hoje anunciado.

Segundo o gabinete de comunicação do executivo açoriano, "por despacho do Presidente do Governo, Carlos César, será concedida tolerância de ponto, no período da tarde, de sexta-feira, dia 23 de dezembro deste ano, aos trabalhadores da administração pública regional dos Açores".

"A decisão do Presidente do Governo Regional tem em consideração a tradição das festividades de Natal ocorridas na Região", justifica.


Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/governo-region ... z1fxjM91FY


Começo a acreditar que Carlos Cesar têm de facto as contas em dia e como tal vai afrontar o Governo da Republica naquilo que puder.

cumps
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por Elias » 8/12/2011 15:47

Este é, decididamente, o país das excepções.

http://www.publico.pt/Sociedade/bispo-d ... ra-1524282
 
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por pocoyo » 5/12/2011 18:37

ferradura Escreveu:
Sobre a tolerância de ponto, penso que é uma medida até de segurança nas estradas, de modo a não colocar tudo a sair num sabado e com mais pressa.Estas questões tb devem ser tidas em conta.

A tolerancia poderia ser a tarde.


Altamente, eu até acho que o Natal deveria ser em dias diferentes. Isto claro para não haver tanto transito.
Tipo quem tivesse o BI com numero par era no Sabado quem tive numero impar era na sexta. :mrgreen:

Não vamos longe com estes politicos!!!
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por ferradura » 5/12/2011 18:09

Penso que é uma vergonha Eliminarem o feriado de 1 de Dezembro.
Era preferivel o 25 de Abril ou 1 de Maio.
O 25 de Abril não terá qualquer valor daqui a 20 anos, e não mudou muito o curso da história.
O 1 de Dezembro deveu-se a grandes homens, e que se não tivesse existido, Portugal não existia.


Sobre a tolerância de ponto, penso que é uma medida até de segurança nas estradas, de modo a não colocar tudo a sair num sabado e com mais pressa.Estas questões tb devem ser tidas em conta.

A tolerancia poderia ser a tarde.
 
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por Automech » 5/12/2011 17:21

Tolerância de ponto no Natal e Fim de Ano ainda não foi decidida

O Governo ainda não decidiu sobre a hipótese de ser concedida tolerância de ponto no Natal e Fim de Ano, mas "a seu tempo" serão tomas as medidas necessárias para que "a festa da família" seja "celebrada condignamente".
2 de Dezembro, 2011

"O Natal e o Ano Novo serão num final de semana, mas o Governo a seu tempo tomará as medidas necessárias relativamente à festa da família, que é o Natal, para possa ser celebrada condignamente pelos portugueses", afirmou o secretário de Estado da presidência do Conselho de ministros, Luís Marques Guedes.

Marques Guedes, que falava na conferência de imprensa realizada no final da reunião semanal do Conselho de Ministros, disse ainda que apesar de ainda não ter sido tomada qualquer decisão relativamente à concessão de tolerância de ponto no Natal e no Fim de Ano, "até meados do mês" esse assunto deverá ficar definido.
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Int ... t_id=35318


O dia 24 e 31 são num Sábado e fala-se em decidir sobre tolerância de ponto ? E entretanto andam a falar em cortar feriados ? Está tudo louco ? :roll:
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por Elias » 1/12/2011 22:59

«Se querem acabar com feriados acabem com o 25 de Abril»
Por: tvi24 | 1- 12- 2011 14: 38

«Se querem acabar com feriados acabem com o 25 de Abril porque é o único feriado que não nos faz nenhuma falta, não há nada a celebrar, é um feriado sectário, de regime, divisor da nossa sociedade. Acabar com um feriado que é absolutamente fundamental, como é o da restauração da nossa independência não faz qualquer sentido, é mais um crime antipatriótico», considerou o líder do PNR José Pinto-Coelho.

Em declarações à Lusa, o dirigente do PNR acrescentou que o 1.º de Dezembro é «uma data ímpar, importantíssima na história nacional, uma vez que é o dia da restauração da nossa independência. Achamos que a extinção deste feriado é mais uma barbaridade cometida pelo Governo».

«Estas medidas são tudo menos patriotas, são antinacionais. Por isso é que Portugal está no estado em que está, sem produção sem soberania e sem economia», disse.

José Pinto-Coelho considerou ainda que «o povo está a ser muito penalizado, com a perda de regalias e direitos e sobrecarga de sacrifícios. Tirarem este feriado, acho que é de mau gosto».

«Deviam era tirar dinheiro a quem nos andou a roubar, a todos os corruptos que nos governam neste 37 anos, isso sim era uma boa medida», frisou.
 
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por Elias » 15/11/2011 16:06

Aplaudirei com convicção o fim das tolerâncias de ponto, se esta medida efectivamente se vier a concretizar.


Governo estuda fim da tolerância no Carnaval além dos quatro feriados
14 Novembro 2011 | 23:30
Catarina Almeida Pereira - catarinapereira@negocios.pt

Lei estabelece regras para o gozo deste "feriado facultativo". Empresas seguem exemplo do Estado

O Governo já anunciou a eliminação de quatro feriados, mas a redução total de número de dias de descanso poderá acabar por ser superior, tanto no público como no privado. Um dos cenários em cima da mesa é o da eliminação complementar do descanso no dia de Carnaval, que na Função Pública depende da decisão do Governo e que no privado é um feriado com estatuto especial.

O Código do Trabalho estabelece que o Carnaval é um "feriado facultativo" que se torna efectivo mediante instrumento de regulamentação colectiva de trabalho ou por contrato. Na prática, porém, muitas empresas privadas acabam por seguir o exemplo do Estado. E há apenas memória de um ano em que o Governo não deu tolerância de ponto neste dia, enfrentando a contestação dos sindicatos da Função Pública. Foi em 1993 e o primeiro-ministro era Cavaco Silva.

Entre os feriados civis candidatos à extinção estão o 1º de Dezembro (dia de restauração da independência) o 5 de Outubro (implantação da República), tendo sido ponderado o 10 de Junho. A Igreja já se mostrou disponível para eliminar o 15 de Agosto ou o Corpo de Deus (um feriado móvel em Junho). Na Função Pública, está em risco a tolerância de ponto geralmente atribuída na tarde de 24 ou de 31 de Dezembro.

A lei laboral também determina que, através de legislação específica, alguns feriados podem passar para a segunda-feira seguinte. Uma hipótese que foi ontem afastada pelo ministro da Economia, quando afirmou que além dos quatro feriados o Governo não está a pensar "introduzir mais mobilidade", já que a maior parte dos feriados que restarão "não são propriamente móveis".

Estas "propostas" serão discutidas no próximo dia 28 com os parceiros sociais. Os patrões querem ainda ver reduzidos os dias de férias, hipótese que a UGT aceita negociar.

Meia hora alimenta polémica

O aumento do tempo de trabalho através da meia hora extra dominou o debate onde o ministro foi defender o Orçamento do Estado. A esquerda alega que a medida vai gerar desemprego, aumentando o risco de acidentes de trabalho.

Afastada parece estar, ainda, a possibilidade de aumento do salário mínimo, actualmente nos 485 euros brutos por mês. Um estudo encomendado à Universidade do Minho, que já chegou aos parceiros sociais, conclui que o aumento do valor poderia gerar desemprego.
 
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por MarcoAntonio » 4/11/2011 2:48

altrio Escreveu:Aqui fazes duas afirmações categóricas que não saem dos gráficos. Não admites a possibilidade de devido ao crescimento económico de um país, algum subemprego se transformar em emprego e assim aumentar a carga horária? Ou numa situação de decrescimento, passar-se o recíproco?


Sim, é possível que contribua para o aumento da média.


altrio Escreveu:Como é que garantes que é o aumento da carga horária que causa o crescimento e não o crescimento que faz aumentar a carga horária?


Eu já disse - e repito - que é preciso sempre alguma cautela para se retirar conclusões categóricas.

Garantir, não garanto. Não é possível garantir, de resto. O que eu disse é que tende a beneficiar (ou se quiseres, para o texto ficar carregado de preciosismos, o gráfico sugere que tende a beneficiar).

Note-se ainda, por outro lado, que "não há qualquer sugestão" de que aumentar a carga horária prejudique o crescimento económico.




altrio Escreveu:A minha opinião é que não há relações tão categóricas entre as diversas variáveis da economia e da sociedade em geral e que, na verdade, estas variáveis se influenciam mutuamente.





Eu penso que a minha opinião está bem clara e inclusivamente já citei esta passagem duas vezes:


MarcoAntonio Escreveu:Para mudar "dramaticamente" a nossa capacidade produtiva, são precisas mudanças de fundo, mudanças estruturais e que levam tempo. Não é nada, por certo, que se resolva de um ano para o outro. Mas temos de identificar bem o que é que nos impede de ter um PIB muito superior.

No curto-prazo, podemos aumentar as horas de trabalho como medida imediata de recurso. Tem um efeito marginal porém e não é isso que vai duplicar o nosso PIB per capita como é óbvio. Pode porém fazer-nos crescer mais 1% (ou contrair menos 1%) o que no imediato já é importante q.b....

Mas, a prazo, temos de pensar noutras soluções mais profundas se queremos deixar de ser os pobrezinhos da Europa.








Já agora, recordo este dado (o crescimento económico em Portugal na última década organizado em função dos dias de feriado ao meio da semana):



.... 1 ........ 2 ........ 3 ........ 4 ....
+1.30% +1.11% -1.62% -2.23%
-0.02% -0.48% +0.30% +0.86%
+2.50% ...................... +0.97%


Médias:

1 +1.25%
2 +0.31%
3 -0.66%
4 -0.14%




(sim, este dado tem um alcance muito limitado mas é para somar ao resto da evidência)




Eu percebo a curiosa reacção negativa generalizada a mexer nos feriados ou nas cargas horárias (e sim, essa é a reacção generalizada, veja-se este tópico por exemplo e quantos são a favor, ie, praticamente ninguém). Não é o teu caso, altrio, que ainda tentas visivelmente olhar para os dados, mas a maior fá-lo sem dado nenhum sequer. Enfim, é só porque sim, já que não dá jeito!

Mas enfim, essa é a forma de estar do tuga, ninguém quer que se mexa na sua "quinta". O outro também foi reclamar para tribunal porque o Estado já não o deixa acumular a pensão com o vencimento de autarca...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por altrio » 4/11/2011 2:28

MarcoAntónio Escreveu:O que queremos saber é se aumentar as horas para um dado país num dado momento (dado um conjunto de condições pré-existentes) tende a beneficiar o crescimento e a resposta é: sim.

Reduzir, por seu turno, prejudica o crescimento económico.


Aqui fazes duas afirmações categóricas que não saem dos gráficos. Não admites a possibilidade de devido ao crescimento económico de um país, algum subemprego se transformar em emprego e assim aumentar a carga horária? Ou numa situação de decrescimento, passar-se o recíproco?

Como é que garantes que é o aumento da carga horária que causa o crescimento e não o crescimento que faz aumentar a carga horária?

A minha opinião é que não há relações tão categóricas entre as diversas variáveis da economia e da sociedade em geral e que, na verdade, estas variáveis se influenciam mutuamente.
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por Josytoc » 4/11/2011 2:13

Marco António escreveu:

"A necessidade diminui nuns sectores mas isso liberta as pessoas para outros sectores, que tendem então a crescer (por exemplo, têm crescido os empregos nas áreas dos serviços nas últimas décadas)."


Pois é uma opinião que respeito, enfim, mas não é de todo a minha. Na teoria económica a mão invisível já teve os seus dias, hoje é um pouco como acreditar no Pai Natal.

A especialização nos serviços deu no que sabe. Hoje os ingleses culpam tanto essas ideias da Sr.ª Thatcher como a 3ª via do Tony Blair pela situação em que se encontram enquanto se agarram ao único amortecedor que lhes vai valendo, cunhar moeda, que como se sabe, não é uma solução definitiva.

Por outro lado as principiais reivindicações dos trabalhadores e não dos sindicatos (estes vivem das quotas dos empregados) já são e vão ser cada vez mais, infelizmente, pelo direito ao trabalho e não por uma questão de horas.

Entendo que não era isso que estavam a discutir, mas insere-se na mesma questão. Tanto quanto me parece o aumento de horas corresponde a uma desvalorização salarial com impactos diferentes segundo o sector de actividade e que será tanto mais efectiva e pronunciada se tiver associada um banco de horas que permita reduzir eventuais gastos em horas extraordinárias, o que se traduz no potenciar dessa desvalorização salarial.

No entanto essa questão não é suficiente nem sequer absolutamente determinante para o aumento de produtividade. Nas empresas mais produtivas existe estratégia, adequação precisa da mão-de-obra, flexibilidade, processos e métodos bem estudados. A produtividade global é a soma destas produtividades.

Será bom não esquecer que a falta de produtividade do público é paga com impostos de todos.
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por MarcoAntonio » 4/11/2011 0:57

Josytoc Escreveu:
Ainda há poucos dias atrás o CEO da GE dizia que abrir uma nova fábrica nos EUA se fosse há uns 12 anos atrás precisaria de 4000 funcionários, hoje precisa de 400.

A mecanização, a róbotica, os processos e métodos, o capital intensivo aplicado tem conduzido a uma diminuição da necessidade da mão-de-obra em termos globais.



A necessidade diminui nuns sectores mas isso liberta as pessoas para outros sectores, que tendem então a crescer (por exemplo, têm crescido os empregos nas áreas dos serviços nas últimas décadas).

A economia não é perfeita porém, nem são perfeitas as pessoas nas suas escolhas.

Por exemplo, um sector que na minha opinião cresceu em demasia e essa é uma das razões subjacentes à sucessão de crises a que temos vindo a assistir (sublinho que entendo que há outras) é o crescimento exagerado do sector financeiro.

Portanto, neste fluxo de necessidades de recursos humanos, a fluidez com que ocorre e o sentido desse fluxo (que sectores crescem e em que medida os serviços e produtos produzidos beneficiam a economia) é a "chave" do problema.




Mas o meu texto não era propriamente sobre isso. O objectivo desta análise é determinar se e em que medida Portugal pode beneficiar de um aumento da carga horária (seja pelo alargamento de horários, seja pela redução de feriados ou de férias). Se as pessoas em 2012 passarem a trabalhar mais em Portugal (mais horas, no ano inteiro) que tipo de impulso (positivo ou negativo) poderemos esperar? Faz sentido fazê-lo? É este o contexto a discussão, daí que eu nem estava a perceber bem a que é que te estavas a referir.
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Josytoc » 4/11/2011 0:44

O mundo cresçe mesmo com redução dos horários, plenamente de acordo e acrescento mesmo com a redução do numero de trabalhadores, é esse o sentido da evolução tecnológica e não só.

Ainda há poucos dias atrás o CEO da GE dizia que abrir uma nova fábrica nos EUA se fosse há uns 12 anos atrás precisaria de 4000 funcionários, hoje precisa de 400.

A mecanização, a róbotica, os processos e métodos, o capital intensivo aplicado tem conduzido a uma diminuição da necessidade da mão-de-obra em termos globais.

Responsáveis da OIT apresentaram recentemente o relatório que previa um numero crescente de desempregados em várias zonas do mundo entre as quais na europa observando que mesmo uma retoma não chegaria para dissipar este grave problema e para reaver os empregos entretanto eliminados.

Não é novidade que estes processos levam à concentração da riqueza e à marginalização de milhões de pessoas, pelo que se impõe uma maior atenção dos estados na redistribuição da riqueza.

Esta tarefa para cada estado isoladamente, torna-se dificil, digamos que o capital é escorregadio.

Este é um dos trilemas que vai ocupar e preocupar as próximas gerações e já começou.
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por MarcoAntonio » 4/11/2011 0:21

Josytoc Escreveu:Marco António escreveu.

"o mundo cresce (mesmo com redução de horário é o que acaba por ocorrer a maior parte das vezes)."

Pareçe uma coisa menor...mas será que estás bem ciente das implicações dessa frase?

Ela traduz já actualmente um trilema da humanidade.


O que é que estás a querer dizer ao certo, josytoc?

Não me parece que estejamos sintonizados.
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por Josytoc » 4/11/2011 0:19

Marco António escreveu.

"o mundo cresce (mesmo com redução de horário é o que acaba por ocorrer a maior parte das vezes)."

Pareçe uma coisa menor...mas será que estás bem ciente das implicações dessa frase?

Ela traduz já actualmente um trilema da humanidade.
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por MarcoAntonio » 4/11/2011 0:07

AikyFriu Escreveu:
Por acaso o gráfico diz exactamente o contrário... vendo a concentração de pontos, chegamos à conclusão, que, a situação mais frequente é diminuir ligeiramente o nº de horas e aumentar o crescimento.

Um abraço


Aikyfriu, essa leitura é completamente equívoca: existem mais pontos no quadrante superior esquerdo pelas duas razões que eu apontei: na generalidade o que mais houve foi redução de horário e de uma forma geral, o mundo cresce (mesmo com redução de horário é o que acaba por ocorrer a maior parte das vezes).

Para o que tu tens de olhar é como os pontos se dispersam no gráfico. Como se compara as situações entre si, se quiseres.


Aqui ficam as médias para várias situações. O gráfico é muito claro nisto na verdade:



+0.48% (anos onde se verifica uma redução de pelo menos -0.5%)
+1.23% (anos onde se verifica redução da média anual de horas de trabalho)
+1.63% (média geral)
+2.47% (anos onde se verifica aumento da média anual de horas de trabalho)
+2.87% (anos onde se verifica um aumento de pelo menos +0.5%)



A vermelho estão marcados os crescimentos abaixo da média e a azul os crescimentos acima da média.

Isto é o que realmente interessa saber...
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