A mãe de todas as bolhas: o imobiliário chinês
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Bubble May Have Just Popped
Ola,
O link abaixo e para um artigo bem interessante que resume a situacao. O pontos principais sao:
New urban residents are not the immediate drivers of China's recent run-up in real estate. Chinese investors, large and small, are the ones creating the market.
For more than a decade, they have bet on longer-term demand trends by buying up multiple units -- often dozens at a time -- which they then leave empty with the belief that prices will rise.
Estimates of such idle holdings range anywhere from 10 million to 65 million homes; no one really knows the exact number.
Given the prices prevailing earlier this spring, the average wage earner in Beijing would have had to work 36 years to pay for an average home, compared to 18 years in Singapore, 12 in New York, and 5 in Frankfurt.
By 2010, China's leaders were growing increasingly worried that skyrocketing prices were sowing the seeds of social unrest. In response, Beijing imposed a series of cooling measures to rein in speculative demand.
Abraco
CN
http://www.foreignaffairs.com/articles/ ... ?page=show
O link abaixo e para um artigo bem interessante que resume a situacao. O pontos principais sao:





Abraco
CN
http://www.foreignaffairs.com/articles/ ... ?page=show
Existe um artigo na wikipedia sobre o assunto:
http://en.wikipedia.org/wiki/Chinese_property_bubble
Mas sinceramente, não julgo que vá haver um estoiro da bolha.
A questão é que os chineses com a ditadura, tem uma grande vantagem sobre as pseudo-democracias que andam ás ordens do capital e mudam de rumo de 4 em 4 anos.
Os Chineses planeiam a médio e longo prazo e agem sempre no intuito de tornar a China na maior potência do mundo.
Sobre este caso, imaginem que em 2010 limitaram a quantidade de imóveis que cada pessoa pode comprar em Pequim para combater a especulação:
http://online.wsj.com/article/SB1000142 ... 98222.html
Lembram-se há uns anos em Portugal quando havia o juro bonificado para a habitação, muita gente comprava apartamentos em construção/planta dando o sinal, e vendiam-nos antes de estarem prontos com lucro.
Alguém fez alguma coisa para controlar? Ninguém claro, primeiro porque os políticos preocupam-se contudo menos em gerir o país, segundo mesmo que quisessem o lobby da construção não deixava.
Na China o único lobby é o estado, aliás a propriedade na China é do estado, os utilizadores da propriedade pagam uma renda ao estado.
Assim como limitaram há um ano o imobiliário através dos limites de compra, e aumentando os requisitos de capital dos bancos, no mês passado já deram folga:
http://online.wsj.com/article/SB1000142 ... 53290.html
Chamo a isto governar o país. Acredito que se souberem fazer uma transição para uma democracia 2.0 (não o nosso modelo de politiqueiros a encherem-se e ao serviço dos lobbies) vão ser a referência do mundo, mas tudo vai depender do evoluir, porque se economicamente dominam, socialmente são uma desgraça.
http://en.wikipedia.org/wiki/Chinese_property_bubble
Mas sinceramente, não julgo que vá haver um estoiro da bolha.
A questão é que os chineses com a ditadura, tem uma grande vantagem sobre as pseudo-democracias que andam ás ordens do capital e mudam de rumo de 4 em 4 anos.
Os Chineses planeiam a médio e longo prazo e agem sempre no intuito de tornar a China na maior potência do mundo.
Sobre este caso, imaginem que em 2010 limitaram a quantidade de imóveis que cada pessoa pode comprar em Pequim para combater a especulação:
http://online.wsj.com/article/SB1000142 ... 98222.html
Lembram-se há uns anos em Portugal quando havia o juro bonificado para a habitação, muita gente comprava apartamentos em construção/planta dando o sinal, e vendiam-nos antes de estarem prontos com lucro.
Alguém fez alguma coisa para controlar? Ninguém claro, primeiro porque os políticos preocupam-se contudo menos em gerir o país, segundo mesmo que quisessem o lobby da construção não deixava.
Na China o único lobby é o estado, aliás a propriedade na China é do estado, os utilizadores da propriedade pagam uma renda ao estado.
Assim como limitaram há um ano o imobiliário através dos limites de compra, e aumentando os requisitos de capital dos bancos, no mês passado já deram folga:
http://online.wsj.com/article/SB1000142 ... 53290.html
Chamo a isto governar o país. Acredito que se souberem fazer uma transição para uma democracia 2.0 (não o nosso modelo de politiqueiros a encherem-se e ao serviço dos lobbies) vão ser a referência do mundo, mas tudo vai depender do evoluir, porque se economicamente dominam, socialmente são uma desgraça.
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Elias Escreveu:AutoMech Escreveu:No mercado livre o estado apenas cria o quadro legal que regulamenta a actividade economica (com leis simples, claras e sem burocracias), encarrega-se da sua fiscalização (com reguladores fortes), administra a justiça e protege a propriedade privada. Nada mais do que isto.
Concordo AutoMech mas nota que fiscalização e regulação são coisas diferentes. A regulação tal como a conhecemos é demasiado interventiva.
elias, poderias aprofundar o que queres dizer?
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lfhm Escreveu:Deviam haver leis para impedir que gestores de entidades regulamentadoras detivessem interesses ou posições em empresas da área.
Essa lei até deve existir ou pelo menos presumo que alguém da PT não possa trabalhar na Anacom (se alguém puder confirmar isto). O problema é que saem dum lado para o outro, sem periodo de 'carência'. Aquilo é tudo amigos e tal...

Da mesma forma que um ministro deixa funções e vai para uma empresa que era tutelada por ele e com a qual fez negócios. Enfim...
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Bem visto a verdade é que as conglomerações ou cartéis nos mercados têm sempre a mão do governo por trás.
Deviam haver leis para impedir que gestores de entidades regulamentadoras detivessem interesses ou posições em empresas da área. Como é prática comum nos states, por cá também não deve ser muito diferente...
Deviam haver leis para impedir que gestores de entidades regulamentadoras detivessem interesses ou posições em empresas da área. Como é prática comum nos states, por cá também não deve ser muito diferente...
Elias Escreveu:Concordo AutoMech mas nota que fiscalização e regulação são coisas diferentes. A regulação tal como a conhecemos é demasiado interventiva.
Sim, tens razão Elias. Penso até que nalguns casos a regulação e fiscalização é feita pela mesma entidade (Ex. ANACOM, Banco de Portugal - podes confirmar ?) e noutros não há regulação mas apenas fiscalização (como é o caso da ASAE, Instituto do Consumidor, policia, etc.).
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
AutoMech Escreveu:No mercado livre o estado apenas cria o quadro legal que regulamenta a actividade economica (com leis simples, claras e sem burocracias), encarrega-se da sua fiscalização (com reguladores fortes), administra a justiça e protege a propriedade privada. Nada mais do que isto.
Concordo AutoMech mas nota que fiscalização e regulação são coisas diferentes. A regulação tal como a conhecemos é demasiado interventiva.
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lfhm Escreveu:Supostamente um mercado livre íria conduzir a um crescimento constante com maior ou menor acelaração e aquilo que fosse a melhor solução sería sempre a adoptada por imposição do mercado!
O problema é que não há mercado livre porque os governos cedem todos à tentação de se meterem onde não são chamados. Nos mercados livres não há cá bailouts ao BPN, subsídios às renováveis, empresas a viver à custa do estado, etc.
No mercado livre o estado apenas cria o quadro legal que regulamenta a actividade economica (com leis simples, claras e sem burocracias), encarrega-se da sua fiscalização (com reguladores fortes), administra a justiça e protege a propriedade privada. Nada mais do que isto.
Vê-se por isso que este pseudo-capitalismo não é o do mercado livre. Muito longe disso (e por isso estamos, como estamos).
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Quico Escreveu:lfhm Escreveu:Já agora face a estes dados fica mais uma ideia que afinal o capitalismo será sempre uma praga. O crescimento económico no curto prazo traz sempre consequências para as economias no muito longo, fruto da ganancia de meia dúzia paga o resto da população.
Eu diria antes "...o capitalismo de estado...".
Ok até poderia ser mas os estados são apenas a parte mais pequena.
Já tinha visto essa do Sampaio mas a forma como ele se refere é ridículo, isto porque socialismo vs capitalismo está mais do que demonstrado históricamente que o primeiro não é alternativa. Eu estou-me a referir ao que se tem observado nos últimos 20 30 anos com a abertura dos mercados e com as privatizações generalizadas nas economias emergentes. O capitalismo tem sido aplicado de forma generaliza globalmente, não deveríamos estar com melhores resultados neste momento?
Supostamente um mercado livre íria conduzir a um crescimento constante com maior ou menor acelaração e aquilo que fosse a melhor solução sería sempre a adoptada por imposição do mercado!
Mas não é o que se verifica, a sobrevivência do mais forte é manipulada constantemente porque o poder acaba sempre por estar concentrado em minorias.
Portanto capitalismo actual tem de sofrer remodelações que impeçam estes clusters. E só assim se impede que se continuem a construir casas quando o mercado está saturado. Talvez a solução até venha como uma consequência natural do aumento do preço do petróleo para níveis em que o desperdício se torne impraticável! Mas ainda temos pelo menos uma década antes disso.
lfhm Escreveu:Já agora face a estes dados fica mais uma ideia que afinal o capitalismo será sempre uma praga. O crescimento económico no curto prazo traz sempre consequências para as economias no muito longo, fruto da ganancia de meia dúzia paga o resto da população.
Sampaio reconhece que "não há alternativa ao capitalismo"
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Boas,
É... isto é o que acontece quando não se aprende com os erros dos outros.
Super planeamento Estatal, centralizado, dá nestas asneiras. Desperdício de recursos em tempos de abundância. Quando esta bolha rebentar (parece que já começou) vai trazer consequências muito graves.
Mas sobre isso, hei-de referir-me em detalhe na próxima análise anual.
O vídeo embutido é bom. Por momentos lembrei-me de uma pequena miniatura desta bolha, que foi aqui no Algarve, onde existem mais de 15.000 propriedades vazias, fora as que haveriam se as Obras não tivessem parado entretanto
dj
É... isto é o que acontece quando não se aprende com os erros dos outros.
Super planeamento Estatal, centralizado, dá nestas asneiras. Desperdício de recursos em tempos de abundância. Quando esta bolha rebentar (parece que já começou) vai trazer consequências muito graves.
Mas sobre isso, hei-de referir-me em detalhe na próxima análise anual.
O vídeo embutido é bom. Por momentos lembrei-me de uma pequena miniatura desta bolha, que foi aqui no Algarve, onde existem mais de 15.000 propriedades vazias, fora as que haveriam se as Obras não tivessem parado entretanto




dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
lfhm Escreveu:Já agora face a estes dados fica mais uma ideia que afinal o capitalismo será sempre uma praga. O crescimento económico no curto prazo traz sempre consequências para as economias no muito longo, fruto da ganancia de meia dúzia paga o resto da população.
Eu diria antes "...o capitalismo de estado...".
"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
richardj Escreveu:pedrom Escreveu:E eu que tinha a ideia que os chineses viviam todos apertadinhos em caixas de fosforos sem espaços para construir...![]()
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a china é quase 100 o tamanho de portugal
nos aqui somos 10 milhões, eles lá são um pouco mais de 1000 milhões, uns 1300 qualquer coisa assim, mais 100 menos 100 milhões eles não devem saber bem xD
Sim eles estão em 80 nós em 96 num é assim tão grande a diferença.
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_so ... on_density
Já agora face a estes dados fica mais uma ideia que afinal o capitalismo será sempre uma praga. O crescimento económico no curto prazo traz sempre consequências para as economias no muito longo, fruto da ganancia de meia dúzia paga o resto da população.
Ou serão apenas as construtoras que são a praga e como o brazil usa as nossas estão a evitar um problema para o futuro!
Será que em Angola e Brazil vai acontecer o mesmo? Até mesmo a Russia pode ser uma vitima, com a globalização num há comunismo que resista

pedrom Escreveu:E eu que tinha a ideia que os chineses viviam todos apertadinhos em caixas de fosforos sem espaços para construir...![]()
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a china é quase 100 o tamanho de portugal
nos aqui somos 10 milhões, eles lá são um pouco mais de 1000 milhões, uns 1300 qualquer coisa assim, mais 100 menos 100 milhões eles não devem saber bem xD
A mãe de todas as bolhas: o imobiliário chinês
A mãe de todas as bolhas: o imobiliário chinês
19/12/2011 | 00:54 | Dinheiro Vivo
No início do mês de Dezembro, o governo chinês tomou uma medida que passou algo despercebida no meio dos contínuos problemas que se prolongam pela Europa. Que medida foi essa? Baixou as exigências de reservas do seu sistema bancário (em inglês, o seu reserve requirement). O que é que isto quer dizer?
Em qualquer sistema bancário, quando o banco tem depósitos equivalentes a 100 não pode emprestar a totalidade desse valor. Se as reservas são de 10%, isso significa que, de 100, só podem emprestar 90. Quando se baixa esta exigência, estamos a permitir que se empreste mais ou, por outras palavras, a alavancar mais o sistema financeiro (leverage).
Quando se pretende atacar um problema de acesso ao crédito, esta atitude é equivalente a tentar apagar um fogo com nafta: pode funcionar, mas se não funciona torna-se ainda pior.
Que se construiu exageradamente na China, não é novidade nenhuma. Inclusivamente há uma cidade-fantasma chamada Ordos (veja as fotos aqui), onde os preços já caíram 70% e que está a consumir imensas quantidades de minerais. A velocidade a que vem crescendo o volume de construção na China é simplesmente impossível de manter.
Ora bem, voltando ao início, porque é que o governo chinês decidiu tentar facilitar o acesso ao crédito? Porque recentemente uma promotora imobiliária não conseguiu fazer frente a um pagamento de 314 milhões de dólares. Vejamos alguns números:
1. As vendas de apartamentos caíram 40% em Setembro (e essa tendência continuou em Dezembro).
2. Os preços dos escritórios em Pequim caíram 5,1% nos primeiros dez meses de 2011.
3. Cerca de um milhar de imobiliárias fecharam, em Pequim, desde o início do ano (quedas de 50% no volume de vendas).
4. Após a crise de 2008, o governo chinês injectou mais liquidez no sistema, fazendo disparar os investimentos.
5. Em Agosto, os dez principais promotores tinham no portfolio 50 mil milhões de dólares de casas por vender (mais 46% do que no ano anterior) e estão a vender apartamentos com descontos de 25% a 30% se conseguirem que os comprem a pronto.
Há muito mais dados na internet mas são todos de proporções colossais. Aqui fica uma reflexão: se a crise do subprime americano teve o impacto que vemos, o que aconteceria se a China vivesse uma situação semelhante?
Gestor de activos
mboggiano@complexityinvestments.com
Escreve à segunda-feira
19/12/2011 | 00:54 | Dinheiro Vivo
No início do mês de Dezembro, o governo chinês tomou uma medida que passou algo despercebida no meio dos contínuos problemas que se prolongam pela Europa. Que medida foi essa? Baixou as exigências de reservas do seu sistema bancário (em inglês, o seu reserve requirement). O que é que isto quer dizer?
Em qualquer sistema bancário, quando o banco tem depósitos equivalentes a 100 não pode emprestar a totalidade desse valor. Se as reservas são de 10%, isso significa que, de 100, só podem emprestar 90. Quando se baixa esta exigência, estamos a permitir que se empreste mais ou, por outras palavras, a alavancar mais o sistema financeiro (leverage).
Quando se pretende atacar um problema de acesso ao crédito, esta atitude é equivalente a tentar apagar um fogo com nafta: pode funcionar, mas se não funciona torna-se ainda pior.
Que se construiu exageradamente na China, não é novidade nenhuma. Inclusivamente há uma cidade-fantasma chamada Ordos (veja as fotos aqui), onde os preços já caíram 70% e que está a consumir imensas quantidades de minerais. A velocidade a que vem crescendo o volume de construção na China é simplesmente impossível de manter.
Ora bem, voltando ao início, porque é que o governo chinês decidiu tentar facilitar o acesso ao crédito? Porque recentemente uma promotora imobiliária não conseguiu fazer frente a um pagamento de 314 milhões de dólares. Vejamos alguns números:
1. As vendas de apartamentos caíram 40% em Setembro (e essa tendência continuou em Dezembro).
2. Os preços dos escritórios em Pequim caíram 5,1% nos primeiros dez meses de 2011.
3. Cerca de um milhar de imobiliárias fecharam, em Pequim, desde o início do ano (quedas de 50% no volume de vendas).
4. Após a crise de 2008, o governo chinês injectou mais liquidez no sistema, fazendo disparar os investimentos.
5. Em Agosto, os dez principais promotores tinham no portfolio 50 mil milhões de dólares de casas por vender (mais 46% do que no ano anterior) e estão a vender apartamentos com descontos de 25% a 30% se conseguirem que os comprem a pronto.
Há muito mais dados na internet mas são todos de proporções colossais. Aqui fica uma reflexão: se a crise do subprime americano teve o impacto que vemos, o que aconteceria se a China vivesse uma situação semelhante?
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