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Caldeirão da Bolsa

Orçamento de Estado de 2012

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por artista_ » 8/11/2011 20:31

AutoMech Escreveu:Artista, não vamos confundir problemas nas escolas com falta de dinheiro. Já discutimos noutros tópicos que ter medidas mais duras, nomeadamente na disciplina, não custa dinheiro :wink:


Obviamente que esse é um problema grave, provavelmente o mais grave, mas há muitos outros e se cortarem muito aparecerão muitos mais...

AutoMech Escreveu:E por exemplo num hospital, em vez de mandar ir 50 pessoas às 9 da manhã para serem atendidas ao meio dia, pode-se perfeitamente fazer um planeamento básico de X pessoas por hora.


E como é que mandas para casa pessoas que estão a pensar que lhes pode dar alguma coisa a qualquer momento?!

AutoMech Escreveu:Há coisas que funcionam mal e que vão continuar assim nem que despejes lá o dobro do dinheiro.


Em princípio se tiveres mais gente, mais motivada, mais qualificada terás um melhor serviço do que se tiveres menos gente, menos motivada, menos qualificada...

Não sei até que ponto as coisas podem piorar, podem até nem piorar muito, espero que sim. Mas se houver muitos cortes parece-me impossível que a qualidade dos serviços não fique pior...
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por Automech » 8/11/2011 20:17

artista Escreveu: que ainda vamos ter saudades de muitos dos problemas que hoje existem nas escolas e hospitais do país! :roll:

Artista, não vamos confundir problemas nas escolas com falta de dinheiro. Já discutimos noutros tópicos que ter medidas mais duras, nomeadamente na disciplina, não custa dinheiro :wink:

E por exemplo num hospital, em vez de mandar ir 50 pessoas às 9 da manhã para serem atendidas ao meio dia, pode-se perfeitamente fazer um planeamento básico de X pessoas por hora.

Há coisas que funcionam mal e que vão continuar assim nem que despejes lá o dobro do dinheiro.
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por artista_ » 8/11/2011 20:11

JMHP Escreveu:Então e o interesse nacional não conta?!.... É nesse sentido que foram anunciados os cortes nos subsídios. Se o PS acordou com a Troika que o orçamento de 2012 seria focado no corte da despesa do Estado e dado que esta é em grande escala nos salários e prestações sociais, como seria possível evitar cortes nos subsídios?!... Possível sabemos que é, mas ai surgia um drama maior... Despedimentos na FP.

Esta novela é um clássico da demagogia e populismo politico que o povo tanto subscreve nomeadamente em actos eleitorais que tem prejudicado imenso o país ao longo de décadas e que resulta agora em períodos longos de austeridade.


Não sei se a coisa se resumiria a isso... assim de repente estou a lembrar-me das PPP's, das fusões de autarquias e freguesias... para não falar do que já se meteu e ainda vai meter na banca!

Quando o estado meter milhares de milhões na banca e começarem a aparecer buracos sempre quero ver quais são os outros subsídios que vão cortar?!

O que é dramático aqui, parece que ninguém está a querer ver, é os reflexos que estes cortes (e os que ainda virão) terão na qualidade do serviço público. Espero estar enganado mas parece-me que ainda vamos ter saudades de muitos dos problemas que hoje existem nas escolas e hospitais do país! :roll:
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por Josytoc » 8/11/2011 16:29

Mas claro que têm que surgir, despedimentos ou passagens á reforma ou algo similar, o corte nos subsidios não é solução estrutural é apenas uma medida extraordinária pelo menos como está posta até ao momento, apenas permite ganhar tempo.
Se nada fosse feito até lá continuariamos com funcionalismo público exagerado, quer em termos de numeros de funcionários quer em termos do respectiva despesa salarial para a riqueza que atualmente conseguimos produzir.
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por vitcosta » 8/11/2011 16:20

Este corte não tenho duvidas que não é equitativo.

Mas o objectivo final, pelo menos na minha área ( saude) vai ser atingido, fuga para o privado...

A curto prazo, poupança de ordenados, a longo prazo quem quiser serviço de qualidade, paga no privado.

Mas nessa altura o " Paulinho " já vai estar do outro lado da barreira ...

Nao tenho duvidas que o gasto com saúde pelos particulares, vai aumentar exponencialmente nos próximos anos... É esse o objectivo final...
 
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por JMHP » 8/11/2011 16:02

artista Escreveu:Nunca me passou pela cabeça que este governo recuasse neste assunto, ea parõ ter escrito antes mas passou-me. Se o fizesse estava a dar um trunfo muito grande ao PS... os políticos não estão lá para agir da melhor forma para os interesses da população, estão lá para fazer o que é melhor para os interesses do partido. Muitas vezes as duas vão no mesmo sentido, mas muitas não... neste caso, mesmo que o PS apresente uma boa alternativa, o PSD não poderia recuar, a imagem do PS sairia muito reforçada e isso é coisa que não interessa... se fosse ao contrário seria igual, aliás alguma vez alguém viu uma proposta relevante de um partido da oposição ser aprovada pelo governo?!


Então e o interesse nacional não conta?!.... É nesse sentido que foram anunciados os cortes nos subsídios. Se o PS acordou com a Troika que o orçamento de 2012 seria focado no corte da despesa do Estado e dado que esta é em grande escala nos salários e prestações sociais, como seria possível evitar cortes nos subsídios?!... Possível sabemos que é, mas ai surgia um drama maior... Despedimentos na FP.

Esta novela é um clássico da demagogia e populismo politico que o povo tanto subscreve nomeadamente em actos eleitorais que tem prejudicado imenso o país ao longo de décadas e que resulta agora em períodos longos de austeridade.
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Nada mais comum

por Josytoc » 8/11/2011 15:56

Nada mais comum, é o PS no seu melhor a tentar responder à sua maior fatia do eleitorado.
Podem-lhe chamar interesse nacional outros chamam-lhe simplesmente calculismo politico.
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por artista_ » 8/11/2011 15:49

Nunca me passou pela cabeça que este governo recuasse neste assunto, ea parõ ter escrito antes mas passou-me. Se o fizesse estava a dar um trunfo muito grande ao PS... os políticos não estão lá para agir da melhor forma para os interesses da população, estão lá para fazer o que é melhor para os interesses do partido. Muitas vezes as duas vão no mesmo sentido, mas muitas não... neste caso, mesmo que o PS apresente uma boa alternativa, o PSD não poderia recuar, a imagem do PS sairia muito reforçada e isso é coisa que não interessa... se fosse ao contrário seria igual, aliás alguma vez alguém viu uma proposta relevante de um partido da oposição ser aprovada pelo governo?!
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por MiamiBlue » 8/11/2011 15:38

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=517743

Bem, pelos vistos, o caminho vai ser mesmo percorrido..

Os pensionistas e o trabalhadores de 600/700euros que paguem o buraco do BPN, as PPP, etc..

Lamentável, esperemos que em Junho não estejamos a discutir o PEC x+1.. Pois ai, quem vamos culpar??
 
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por JMHP » 8/11/2011 15:37

O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, disse hoje que "não há almofadas" no Orçamento do Estado para 2012 que permitam manter um dos subsídios salariais na função pública.


"Este é um orçamento sem folgas, difícil de ser construído, daí ser muito difícil de ser executado, porque não há almofadas. Portanto, não são permitidos erros, o que demonstra que não temos alternativa", disse Miguel Relvas, à margem de um encontro em Sintra, questionado pelos jornalistas se haverá margem manter para um dos subsídios, férias ou Natal, como pretende o PS.

Perante a insistência dos jornalistas sobre esta matéria dos subsídios, o ministro-Adjunto repetiu: "Não há alternativas".

A 4 de Novembro, o líder do Partido Socialista, António José Seguro, referiu que há margem financeira para que o Governo aceite poupar o corte de um dos dois subsídios. No domingo, Miguel Relvas tinha afirmado que "todas as propostas são possíveis de ser avaliadas", incluindo esta, dizendo ser apenas inegociável a manutenção do objectivo do défice do próximo ano, em 4,5%.

"A situação a que chegámos é particularmente difícil. Em Portugal todos sabem, em particular aqueles que tiveram responsabilidades no passado no Governo, quando assinaram o memorando de entendimento, que a construção do Orçamento do Estado para 2012 implica que dois terços tenham a ver com cortes na despesa e um terço do lado da receita", afirmou Miguel Relvas.

Ainda assim, o ministro mantém a disponibilidade do Governo para as negociações.

"O primeiro-ministro e o Governo foram sempre muito claros: dissemos sempre que estamos disponíveis para dialogar. Mas também foi dito pelo primeiro-ministro, aquando da apresentação do OE, que este era particularmente difícil de ser construído, é um orçamento de austeridade e que não deixava alternativas ao Governo. E portanto essa é uma matéria muito clara sobre a qual o governo avaliou, analisou e sabemos que estamos a pedir sacrifícios aos portugueses", disse.

Quanto à proposta do presidente da Câmara do Porto, o social-democrata Rui Rio, que apelou ao Governo para trocar o corte nos subsídios por uma sobretaxa universal, Miguel Relvas escusou-se a comentar.

O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares falava aos jornalistas durante a 6ª Edição das Jornadas de Gestão e Modernização Autárquica, que decorre em Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=517743
Editado pela última vez por JMHP em 8/11/2011 15:39, num total de 1 vez.
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por otangas » 8/11/2011 15:13

De uma forma mais estruturada, deixo aqui um artigo de opinião sobre este assunto (redução do salário dos Funcionários Públicos vs redução geral de todos os salários), que vai (mais ou menos) na linha do que defendo/penso.

A armadilha da equidade nos cortes salariais

As fortes reacções à redução, prevista na proposta de OE para 2012, na massa salarial da função pública não devem passar despercebidas. O tema merece atenção e deve ser debatido sem enviesamentos emocionais ou interesseiros.

O que está em causa é muito importante. Se isto não for bem entendido e considerado, a pretexto de garantir a equidade nos sacrifícios, podem repetir-se erros graves semelhantes aos do passado recente.

Tentar equilibrar os cortes salariais nos sectores públicos e privado, pode conduzir-nos a uma armadilha perigosa: prejudicar a reorientação da economia para um modelo mais produtivo e eficiente.

A proposta de concentrar os cortes no sector público, poupando os trabalhadores do sector privado, tem fortes fundamentos económicos e deve ser implementada sem hesitações ou correcções que a desnaturem.

São três as razões que fundamentam esta opção. Todas elas militam em favor do que deve ser agora o principal desígnio dos decisores políticos: o aumento da capacidade de crescimento do país.

Primeiro: compensar o deficit de tempo de trabalho no sector público

Como se pode verificar observando dados, pouco comentados entre nós, apresentados na tabela anexa, Portugal regista um notável deficit de tempo de trabalho no sector público.

Na verdade, neste sector, em nenhum país da OCDE se trabalha menos do que em Portugal. Este facto contrasta com a posição mediana ocupada pelo país no que concerne ao tempo de trabalho no sector privado.

Considerando a diferença entre o tempo de trabalho verificado nos dois sectores, Portugal figura entre os países onde o sector público beneficia de uma menor duração do trabalho. Só a Rússia, a Coreia, a Itália e a Estónia têm diferenças negativas superiores. Entre outros, países como a Alemanha, a Holanda, a Áustria, ou mesmo a França têm excessos significativos de tempo de trabalho no sector público.

Os traços parasitários do sector público aqui ilustrados explicam, em grande parte, os atrasos da economia nacional. Impõe-se, portanto, uma redução salarial autónoma no sector público para compensar e corrigir este deficit.

Segundo: aumentar o excedente económico apropriado pelo sector privado

Nos serviços públicos a simples redução de salários reduz o PIB – embora apenas artificial e ilusoriamente – mas reduz de facto a pressão para o aumento de impostos. No sector privado não é assim: a redução de salários, em consequência do aumento dos impostos, deixa inalterados – tanto nominal como realmente - o excedente de exploração e o PIB.

A redução de salários do sector público alivia as contas públicas - com a segurança que os impostos suplementares sobre os salários do sector privado não dariam - e diminui a pressão para o Estado sugar mais recursos ao sector privado. A diminuição do custo do aparelho de Estado é um importante factor de competitividade da economia. Por sua vez, o aumento de impostos sobre os salários do sector privado desvalorizaria a força de trabalho sem aumentar a competitividade das empresas.

O acréscimo da exportação que todos parecem defender – embora sem consequência - não se consegue, apenas com melhorias do crédito à economia mas, sobretudo, com a deslocação efectiva de recursos em dois sentidos: do consumo para o investimento e do sector público para o sector privado.

Terceiro: sustentar a oferta de trabalho e a competitividade do país

Maiores impostos sobre os salários do sector privado reduziriam a oferta de trabalho. A quebra dos salários líquidos de impostos e do tempo efectivo de trabalho seriam as consequências que se seguiriam. A competitividade do país, sobretudo devido à redução do tempo de trabalho, ressentir-se-ia.

Tais efeitos não ocorrerão com a redução salarial no sector público, onde a elasticidade-salário da oferta de trabalho é quase nula.

Não interessa apenas manter o objectivo do deficit público. A localização dos cortes não é indiferente para a saúde e o crescimento da economia.

Ainda que não prejudique o valor do deficit, é economicamente nociva a ideia de substituir o corte de dois salários na função pública por uma redução geral de um ordenado a todos os trabalhadores assalariados.

Todos os agentes políticos devem ser alertados para o seguinte: dar prioridade ao jogo e aos equilíbrios políticos – em detrimento da consideração dos efeitos económicos - terá consequências muito nocivas para o país levando-nos, desnecessariamente, a correr o risco de repetir os mesmos erros que nos trouxeram até aqui.

Advertências:

1. A análise aqui desenvolvida não envolve julgamentos morais sobre os servidores públicos.

2. O facto de serem funcionários públicos – e defrontarem um corte de 25% dos seus rendimentos anuais - impede demasiados de enxergar e afirmar o acerto económico da redução autónoma dos salários no sector público. Não deveria ser assim e, sendo funcionário público, não é o meu caso.


http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=517491

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por artista_ » 8/11/2011 14:51

otangas Escreveu:Tem que se sujeitar a condições diferentes porque, nem todas as empresas/patrões se encontram em igualdade de circunstâncias.

Se a empresa onde trabalho está em dificuldades, é normal que eu também fique em dificuldades. Se o Estado está em dificuldades, é normal que os seus trabalhadores vejam refletidas essas dificuldades.

Não havendo dinheiro para salários, há duas opções: ou se despede, ou se cortam salários. O Estado optou por cortar salários.


Há mais do que duas opções, não estás a querer ver as outras. :)

Obviamente toda a gente tem familiares ou amigos que dependem directa ou indirectamente do estado, mas a nós "dói" sempre muito mais! :wink:

otangas Escreveu:Daí, que uma parte dos cortes tenha que vir daí...



O problema é que é a grande parte do corte... não te esqueças que esses também levam com o que falaste lá atrás, IVA, IMI, IRS, etc...

otangas Escreveu:Porque é que isso faz mais sentido? Não fará mais sentido reduzir a despesa, em vez de aumentar a receitar (impostos). Até porque, como disse, há limites para o peso dos impostos...


Talvez faça sentido reduzir a despesa mas esta não é bem despesa é mais um "imposto só para alguns", até porque foi apresentada como extraordinária, para tapar buracos excepcionais que até estão bastante relacionadas com privado!

Limites para aumentar impostos há mas para reduzir salários não há?!

otangas Escreveu:Qual é o contributo do sector privado para a dívida pública? Que eu saiba, a dívida pública é da exclusiva responsabilidade do Estado.


Ou será que estás a confudir "estado" com "governo"?! os milhares de milhões de euros que foram parar ao BPN são para que sector do estado? Os que vão ser metidos no BCP, BES e BPI?! Os das parcerias público privadas?! Não te esqueças que em muitos sectores (o dos transportes será um deles) o estado terá obrigatoriamente que gastar dinheiro não gerando lucros directos, mas esses custos têm de ser assumidos por todos...

otangas Escreveu:Quanto à incompetência do Estado, apesar das decisões virem do topo, quantas vezes é que os Funcionários Públicos reclamaram contra os gastos do Estado? Ou reclamaram contra o aumento da dívida pública? A única coisa que reclamaram, foi mais direitos, mais aumentos e mais regalias, nunca tiveram uma posição pró-activa de avisar da trajectória insustentável que o seu patrão estava a ter. Aí, peço desculpa, mas os Funcionários Públicos têm responsabilidades. Não digo o pobre do jardineiro da Junta de Freguesia, mas muita gente com responsabilidade dentro das hierarquias da Função Pública tinham o dever de ser mais responsáveis e pró-activos na defesa da "empresa" em que trabalham.


:shock: :shock: :shock:

Mas onde é que viste um funcionário privado protestar contra o endividamento da empresa? mas isso faz algum sentido?! :shock: :shock:

Nem as pessoas têm capacidade para verificar se a empresa (ou estado) está a ser bem ou mal gerido... e para o governo do estado, como já disse, todos contribuem, ou têm direito e dever de contribuirem através do voto!

otangas Escreveu:Obviamente terá limites. Aliás, para mim faria mais sentido ir para uma redução do nº de Funcionários Públicos, mas não foi essa opção tomada (para além, de ser algo bastante mais complicado de fazer.


Pois, em tudo se optou pelo mais fácil, mais rápido... de fora ficou a justiça, em alguns casos o interesse nacional, o respeito por programas eleitorais, etc...

Este governo ganhou eleições dizendo que "se houvesse alguma coisa a corrigir, preferia taxar o consumo a retirar mais rendimento às famílias", foi nisto que a maioria dos portugueses votou... trabalhadores do estado e privados!
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por Automech » 8/11/2011 14:22

paulop2009 Escreveu:Só uma nota relativa a isto, pois é um mito que oiço muitas vezes. Em portugal não é difícil despedir. É simplesmente um pouco "caro".

É caro precisamente porque é difícil.

paulop2009 Escreveu:Se fosse assim tão difícil não tinhamos tanta gente a receber subsídio de desemprego.

A taxa de desemprego não tem que ver com a maior ou menor facilidade de despedir (senão os países onde é mais fácil despedir teriam as maiores taxas de desemprego).

Basta pensar que se uma empresa fechar não existe um despedimento no sentido puro. No entanto as pessoas vão engrossar a taxa de desemprego.


paulop2009 Escreveu:Existe um conceito na lei laboral chamado "despedimento colectivo". Para tal, as empresas têm que explicar que a empresa está numa situação financeira decrescente ou que, por alguma razão (por exemplo a aparição de tecnologia torna irrelevante alguns postos de trabalho) um certo número de funcionários se torna sem utilidade, podes despedir facilmente. Para tal basta pagar 1 mês por cada ano de trabalho (que agora vai passar a 20 dias por cada ano, e com um tecto de 12 meses).


Essa do 'basta' tem muito que se lhe diga. Se tiveres um departamento de 10 pessoas onde tens de despedir 3, não podes escolher ficar com os 7 mais produtivos. Tem antes de ficar com os 7 mais antigos, o que é uma aberração, sobretudo numa empresa que está em dificuldades e precisa das melhores pessoas.

Já nem quero ir para os casos em que não existem dificuldades financeiras mas em que o funcionário efectivo começou a borrifar-se para o trabalho. É virtualmente intocável, uma vez que fazer prova da falta de produtividade é algo que só existe na teoria.
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por otangas » 8/11/2011 13:44

artista Escreveu:Já vi que não trabalhar para o estado nem és pensionista.. típico do tuga, desde que não o afectem, todas as medidas são justas e necessárias! :lol:


Começo por esta, por ser a mais fácil de rebater.

Primeiro, não existe ninguém em Portugal que não seja afectado pelo OE 2012. Aumento de IRS, IMI, IVA, diminução de deduções no IRS e outras medidas do género, afetam toda a gente.

Segundo, os cortes afectam directamente pessoas e famílias muito próximas de mim, a começar pelo meus pais que, como pensionistas com reformas acima dos 1000€, verão os seus rendimentos anuais reduzidos de forma muito substancial.


artista Escreveu:
otangas Escreveu:Não é comparável porque o dinheiro criado no privado para o pagamento desse salário não vem dos impostos de todos nós, enquanto que o dinheiro para pagar o salário público vem de todos nós, contribuintes.).


Sendo verdade parece-me um argumento demagógico. O emprego sendo criando deverá ser pago de acordo com as funções desempenhadas, quer seja no público quer no privado... ou por o dinheiro vir de todos nós o trabalhador tem de se sujeitar a condições diferentes?!


Tem que se sujeitar a condições diferentes porque, nem todas as empresas/patrões se encontram em igualdade de circunstâncias.

Se a empresa onde trabalho está em dificuldades, é normal que eu também fique em dificuldades. Se o Estado está em dificuldades, é normal que os seus trabalhadores vejam refletidas essas dificuldades.

Não havendo dinheiro para salários, há duas opções: ou se despede, ou se cortam salários. O Estado optou por cortar salários.


artista Escreveu:O problema está aqui, não sei até que ponto o problema está nos salários, pelo menos na grande maioria deles. A idéia que tenho (o Marco colocou aqui umas tabelas mas não sei onde estão) Portugal não gasta, em função do PIB, mais que os outros países da UE, na generalidade dos sectores...


Tal como disse, tem que existir cortes a todos os níveis. Se tal acontecesse de forma plana, do tipo cortar 10% em todas rúbricas, a % de gastos do Orçamento de Estado com salário mantinha-se.


artista Escreveu:Sendo assim o grosso da dívida pode não ter sido criada por essa via, embora admita que uma parte possa ter vindo daí...


Daí, que uma parte dos cortes tenha que vir daí...


artista Escreveu:De qualquer forma a idéia que tenho é que as reduções nos salários servem sobretudo para ir buscar dinheiro rapidamente, porque é preciso e é fácil ir buscá-lo ali.

Se o meu raciocínio estiver correcto (e não tenho a certeza até que ponto está) parece-me que fazia mais sentido ir buscar o dinheiro a todos, através de uma "taxa de solidariedade" ou outra coisa qualquer que obrigasse todos a contribuir de acordo com as suas possibilidades...


Porque é que isso faz mais sentido? Não fará mais sentido reduzir a despesa, em vez de aumentar a receitar (impostos). Até porque, como disse, há limites para o peso dos impostos...


artista Escreveu:
otangas Escreveu:Há que ser claro, o Estado está falido, e como tal tem que cortar de forma substancial os seus gastos. E não há forma de fazê-lo, evitando cortes aqui e ali, isto tem que ser feito com cortes em todo o lado.


O estado está sobretudo endividado, esse é que é o grande problema do estado. E para essa dívida tenho muitas dúvidas que tenham contriibuido mais os trabalhadores do estado do que os outros... a grande responsabilidade dessa dívida está sobretudo na gestão incompetende dos governos! Esses governos foram eleitos por todos os portugueses, não me parece que os trabalhadores do estado tenham aqui mais responsabilidades que os outros!


Qual é o contributo do sector privado para a dívida pública? Que eu saiba, a dívida pública é da exclusiva responsabilidade do Estado.

Quanto à incompetência do Estado, apesar das decisões virem do topo, quantas vezes é que os Funcionários Públicos reclamaram contra os gastos do Estado? Ou reclamaram contra o aumento da dívida pública? A única coisa que reclamaram, foi mais direitos, mais aumentos e mais regalias, nunca tiveram uma posição pró-activa de avisar da trajectória insustentável que o seu patrão estava a ter. Aí, peço desculpa, mas os Funcionários Públicos têm responsabilidades. Não digo o pobre do jardineiro da Junta de Freguesia, mas muita gente com responsabilidade dentro das hierarquias da Função Pública tinham o dever de ser mais responsáveis e pró-activos na defesa da "empresa" em que trabalham.


artista Escreveu:
otangas Escreveu:E a solução não pode passar pelo aumento descabido de impostos, até porque isso tem os seus limites, acima dos quais a receita global de impostos deixa de aumentar (fruto de muitos aspetos, entre os quais um incentivo à economia paralela).


Suponho que para ti a descida de salários não terá limites?! :roll: Sobretudo se for num sector onde não és afectado!! :mrgreen:


Obviamente terá limites. Aliás, para mim faria mais sentido ir para uma redução do nº de Funcionários Públicos, mas não foi essa opção tomada (para além, de ser algo bastante mais complicado de fazer).
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por artista_ » 8/11/2011 12:56

otangas Escreveu:Não é comparável porque o dinheiro criado no privado para o pagamento desse salário não vem dos impostos de todos nós, enquanto que o dinheiro para pagar o salário público vem de todos nós, contribuintes.).


Sendo verdade parece-me um argumento demagógico. O emprego sendo criando deverá ser pago de acordo com as funções desempenhadas, quer seja no público quer no privado... ou por o dinheiro vir de todos nós o trabalhador tem de se sujeitar a condições diferentes?!

otangas Escreveu:Sei bem que para qualquer problema não há 1 só justificação (longe disso), mas a verdade é que parte do problema das nossas contas públicas provém do peso dos salários dos funcionários públicos. Desta forma, para que uma solução seja mais justa, os cortes da despesa do Estado tem de vir de todos os campos, nomeadamente do pagamento de salários.


O problema está aqui, não sei até que ponto o problema está nos salários, pelo menos na grande maioria deles. A idéia que tenho (o Marco colocou aqui umas tabelas mas não sei onde estão) Portugal não gasta, em função do PIB, mais que os outros países da UE, na generalidade dos sectores...

Sendo assim o grosso da dívida pode não ter sido criada por essa via, embora admita que uma parte possa ter vindo daí...

De qualquer forma a idéia que tenho é que as reduções nos salários servem sobretudo para ir buscar dinheiro rapidamente, porque é preciso e é fácil ir buscá-lo ali.

Se o meu raciocínio estiver correcto (e não tenho a certeza até que ponto está) parece-me que fazia mais sentido ir buscar o dinheiro a todos, através de uma "taxa de solidariedade" ou outra coisa qualquer que obrigasse todos a contribuir de acordo com as suas possibilidades...

otangas Escreveu:Há que ser claro, o Estado está falido, e como tal tem que cortar de forma substancial os seus gastos. E não há forma de fazê-lo, evitando cortes aqui e ali, isto tem que ser feito com cortes em todo o lado.


O estado está sobretudo endividado, esse é que é o grande problema do estado. E para essa dívida tenho muitas dúvidas que tenham contriibuido mais os trabalhadores do estado do que os outros... a grande responsabilidade dessa dívida está sobretudo na gestão incompetende dos governos! Esses governos foram eleitos por todos os portugueses, não me parece que os trabalhadores do estado tenham aqui mais responsabilidades que os outros!

otangas Escreveu:E a solução não pode passar pelo aumento descabido de impostos, até porque isso tem os seus limites, acima dos quais a receita global de impostos deixa de aumentar (fruto de muitos aspetos, entre os quais um incentivo à economia paralela).


Suponho que para ti a descida de salários não terá limites?! :roll: Sobretudo se for num sector onde não és afectado!! :mrgreen:

otangas Escreveu:E diga-me, que empresa é que vem criar emprego em Portugal, se souber que, por cada trabalhador, tem que deixar no Estado 2 dos 14 salários dos seus trabalhadores? Que gestor de topo é que vem para Portugal para deixar no Estado o grosso do que ganha anualmente?)


Os mesmos que estarão dispostos agora a trabalhar para o estado... porque o estado, embora queira emagrecer, continua a precisar de empregar gente, todos os dias!

De qualquer forma não te preocupes que não deve haver muita gente interessada em investir em Portugal nos próximos tempos... e não acredito que seja o que tiram ou não aos seus funcinários que faça a diferença!

otangas Escreveu:Julgo que estamos a chegar ao limite de cobrança de impostos ao sector privado, está na hora de cortar na despesa do Estado, e isso passa, inevitavelmente, por cortes em salários (e pensões).


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por MiamiBlue » 8/11/2011 12:43

Existe algo que me custa a entender, numa altura em que as leis são quase colocadas de lado, porque motivo:
- Não se acaba com o sigilo bancário de TODOS os portugueses? E se cruzam correctamente os rendimentos com os impostos pagos?

- Porque não se alteram os contratos das PPP?

- Porque não se alteram os contratos estabelecidos com a EDP?

.....

Como é normal nos políticos, vejo muita coragem para atacar uns e para esquecer outros.. Como é óbvio ataca-se os mais fracos..

Pelos vistos, a lei pode ser esquecida somente para alguns grupos da sociedade.
 
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por paulop2009 » 8/11/2011 12:03

mapaman Escreveu:Que eu saiba,Portugal têm uma lei laboral muito rigida,pelo que despedir no privado nao me parece que seja muito fácil,para mal de quem emprega,claro.


Só uma nota relativa a isto, pois é um mito que oiço muitas vezes. Em portugal não é difícil despedir. É simplesmente um pouco "caro".

Se fosse assim tão difícil não tinhamos tanta gente a receber subsídio de desemprego.

Existe um conceito na lei laboral chamado "despedimento colectivo". Para tal, as empresas têm que explicar que a empresa está numa situação financeira decrescente ou que, por alguma razão (por exemplo a aparição de tecnologia torna irrelevante alguns postos de trabalho) um certo número de funcionários se torna sem utilidade, podes despedir facilmente. Para tal basta pagar 1 mês por cada ano de trabalho (que agora vai passar a 20 dias por cada ano, e com um tecto de 12 meses).

O único impedimento é que não podes re-contratar para a mesma função durante vários anos.

Por esta lei, se o estado se regesse pela lei dos privados, uma vez que se encontra financeiramente débil e que há claramente funções onde há pessoas que se atrapalham umas às outras, aplicava-se sem nenhuma dificuldade um despedimento colectivo. Pagava-se a devida indemnização, e ninguém tinha como se queixar.
 
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por otangas » 8/11/2011 11:33

mapaman Escreveu:Porque é que não é comparável 1000 no publico com 1000 no privado?

E quem ganha 1000 no privado perde um subsidio e quem ganha 5000 no privado não perde? é isto que considera justo na actual situação?



Não é comparável porque o dinheiro criado no privado para o pagamento desse salário não vem dos impostos de todos nós, enquanto que o dinheiro para pagar o salário público vem de todos nós, contribuintes.

Sei bem que para qualquer problema não há 1 só justificação (longe disso), mas a verdade é que parte do problema das nossas contas públicas provém do peso dos salários dos funcionários públicos. Desta forma, para que uma solução seja mais justa, os cortes da despesa do Estado tem de vir de todos os campos, nomeadamente do pagamento de salários.

Há que ser claro, o Estado está falido, e como tal tem que cortar de forma substancial os seus gastos. E não há forma de fazê-lo, evitando cortes aqui e ali, isto tem que ser feito com cortes em todo o lado.

E a solução não pode passar pelo aumento descabido de impostos, até porque isso tem os seus limites, acima dos quais a receita global de impostos deixa de aumentar (fruto de muitos aspetos, entre os quais um incentivo à economia paralela).

E diga-me, que empresa é que vem criar emprego em Portugal, se souber que, por cada trabalhador, tem que deixar no Estado 2 dos 14 salários dos seus trabalhadores? Que gestor de topo é que vem para Portugal para deixar no Estado o grosso do que ganha anualmente?

Julgo que estamos a chegar ao limite de cobrança de impostos ao sector privado, está na hora de cortar na despesa do Estado, e isso passa, inevitavelmente, por cortes em salários (e pensões).
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por mapaman » 8/11/2011 10:52

JMHP Escreveu:
mapaman Escreveu:Porque razão um funcionário do estado que ganhe mais de 1000euros leva um corte e outro do privado não? só porque pode ser despedido? Quantos na função publica estão a ir para casa? não lê jornais?


Sabe dizer quanto é que esse luxo "não poder ser despedido" vale hoje em dia?!... É preciso ser génio e iluminado para perceber o absurdo dessa lei?!

Se uns podem e outros não podem ser despedidos?!... Faz algum sentido comparar um funcionário publico de um privado com salários equivalentes?!


mapaman Escreveu:Quem são os empresários deste País dignos desse nome? Por onde estiveram estes anos todos?


Dignos são todos até julgados e condenados não é verdade?!... Tendo em conta o estado do pais e o tendência ascendente do desemprego... Diria que dignos são todos os empreendedores que sobrevivem e sobretudo aqueles que geram mais emprego.


mapaman Escreveu:Parece evidente que o Governo vai recuar,resta saber de que forma vai ser feito.


Vai recuar?!... O ministro das finanças vai demitir-se?!... Admiro-me como alguém pode pensar que já fomos longe demais, quando sabemos que a procissão ainda vai no adro da igreja.


mapaman Escreveu:Existe muito privado que sobrevive à custa do Estado e dos seus funcionários,tambem a bem desses a não retenção dos subsidios vai servir,refiro-me ao comercio a retalho e cafés/restaurantes.


Empresas privadas que dependem do Estado são sub-sector do Estado, se o Estado encolher como é desejado então é natural que o excesso de oferta no mercado seja corrigido mesmo sendo no privado.


mapaman Escreveu:Dia 24 vou ajudar a parar isto de consciencia tranquila,e ironia das ironias existem muitos funcionários do privado que vão aparecer no local de trabalho,não descontam o dia e ainda ficam bem na fotografia para mostrar ao patrão,dizendo que foram "os outros" que não os deixaram trabalhar.


Eu como trabalhador privado vou trabalhar como sempre faço de acordo com a minha obrigação e profissionalismo, nomeadamente por dois motivos fundamentais: Valorizo o que faço assim como quem me dá oportunidade de ganhar suporte financeiro na minha vida, depois porque sou dono do meu destino e não conto com o Estado ou outros para resolver os meus problemas.


Já percebi que anda um pouco afastado da realidade,pois de outra forma não escrevia algumas coisa.O Estado têm vindo a "despedir" de forma encapotada muita gente.Interessante que os contratados sirvam para se dizer que são funcionários do Estado mas quando os contratos não são renovados já não servem para se dizer que o Estado está a emagrecer.

Que eu saiba,Portugal têm uma lei laboral muito rigida,pelo que despedir no privado nao me parece que seja muito fácil,para mal de quem emprega,claro.

Quando o Estado lança a concurso uma auto-estrada ou qualquer outra obra publica,quem vai projectar,construir e fiscalizar é para si o sub-sector Estado?? Quer então dizer que a Mota Engil é sub-sector Estado? Bom,bem vistas as coisas se calhar é. O Sr Manuel Godinho tambem se enquadra na perfeição nesse "quadro"

Porque é que não é comparável 1000 no publico com 1000 no privado?

E quem ganha 1000 no privado perde um subsidio e quem ganha 5000 no privado não perde? é isto que considera justo na actual situação?

Existe muito emprego em Portugal que é mantido à conta da fuga ao fisco,nomeadamente no IVA;chamar empreendedor e empresário a deliquentes fiscais é no minimo caricato.

Eu tambem dou valor ao desempenho da minha profissão,o problema é que quem me "tutela" não dá valor ao que eu faço.Dá-se inclusivamente ao luxo de deixar uma empresa que dá lucro quase 1 ano sem Administração e perder lucros por redução de custos(ordenados) e impostos.

E sim,isto vai ser alterado com ou sem demissões.
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por altrio » 8/11/2011 9:25

Sr_SNiper Escreveu:Coitadinhos dos professores, todas as outras classes têm imensa sorte excepto eles...


Peço desculpa se não for o caso, mas pareceu detectar-me uma boa dose de cinismo no teu comentário.

É natural que os teus problemas te custem mais do que os dos outros. A mim também me custa mais o que eu vou ter que pagar do que o que os professores vão ter que pagar.

Mas isso não me impede de olhar para a questão de um ponto de vista imparcial...
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por Sr_SNiper » 8/11/2011 9:04

altrio Escreveu:Enquanto uns queixam-se de umas medidas e outros queixam-se de outras, parece claro que a classe profissional que vai ser mais afectada é a dos professores, já que vai sofrer com TODAS as medidas até agora anunciadas:

-Sofre um corte salarial (de mais de 5%)
-Sofre o corte dos subsídios (14%)
-Sofre com os despedimentos em massa (ainda vamos ver a percentagem, mas será elevada)
-Sofre com o aumento do horário de trabalho (de cerca de 1 hora por dia)


Coitadinhos dos professores, todas as outras classes têm imensa sorte excepto eles...
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por altrio » 8/11/2011 7:50

Enquanto uns queixam-se de umas medidas e outros queixam-se de outras, parece claro que a classe profissional que vai ser mais afectada é a dos professores, já que vai sofrer com TODAS as medidas até agora anunciadas:

-Sofre um corte salarial (de mais de 5%)
-Sofre o corte dos subsídios (14%)
-Sofre com os despedimentos em massa (ainda vamos ver a percentagem, mas será elevada)
-Sofre com o aumento do horário de trabalho (de cerca de 1 hora por dia)
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Rui Rio propõe sobretaxa universal

por vitcosta » 7/11/2011 23:43

Rui Rio propõe sobretaxa universal a todos os trabalhadores em vez de cortes nos subsídios

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, apelou hoje ao Parlamento para substituir a eliminação dos subsídios de Natal e férias aos funcionários públicos e pensionistas por uma taxa equitativa que abranja todos os trabalhadores.
 
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por JMHP » 7/11/2011 23:41

mapaman Escreveu:Porque razão um funcionário do estado que ganhe mais de 1000euros leva um corte e outro do privado não? só porque pode ser despedido? Quantos na função publica estão a ir para casa? não lê jornais?


Sabe dizer quanto é que esse luxo "não poder ser despedido" vale hoje em dia?!... É preciso ser génio e iluminado para perceber o absurdo dessa lei?!

Se uns podem e outros não podem ser despedidos?!... Faz algum sentido comparar um funcionário publico de um privado com salários equivalentes?!


mapaman Escreveu:Quem são os empresários deste País dignos desse nome? Por onde estiveram estes anos todos?


Dignos são todos até julgados e condenados não é verdade?!... Tendo em conta o estado do pais e o tendência ascendente do desemprego... Diria que dignos são todos os empreendedores que sobrevivem e sobretudo aqueles que geram mais emprego.


mapaman Escreveu:Parece evidente que o Governo vai recuar,resta saber de que forma vai ser feito.


Vai recuar?!... O ministro das finanças vai demitir-se?!... Admiro-me como alguém pode pensar que já fomos longe demais, quando sabemos que a procissão ainda vai no adro da igreja.


mapaman Escreveu:Existe muito privado que sobrevive à custa do Estado e dos seus funcionários,tambem a bem desses a não retenção dos subsidios vai servir,refiro-me ao comercio a retalho e cafés/restaurantes.


Empresas privadas que dependem do Estado são sub-sector do Estado, se o Estado encolher como é desejado então é natural que o excesso de oferta no mercado seja corrigido mesmo sendo no privado.


mapaman Escreveu:Dia 24 vou ajudar a parar isto de consciencia tranquila,e ironia das ironias existem muitos funcionários do privado que vão aparecer no local de trabalho,não descontam o dia e ainda ficam bem na fotografia para mostrar ao patrão,dizendo que foram "os outros" que não os deixaram trabalhar.


Eu como trabalhador privado vou trabalhar como sempre faço de acordo com a minha obrigação e profissionalismo, nomeadamente por dois motivos fundamentais: Valorizo o que faço assim como quem me dá oportunidade de ganhar suporte financeiro na minha vida, depois porque sou dono do meu destino e não conto com o Estado ou outros para resolver os meus problemas.
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por charles » 7/11/2011 23:32

charles Escreveu: Não tenho dúvidas disso mas também não tenho dúvidas que se trata de uma redução efetiva da despesa enquanto esta medida vigorar, pode-se é discordar do modo mas é uma redução efetiva, eu também acho duro, mas os tempos duros que atravessamos têm de ser acompanhadas por medidas igualmente duras, e é bom lembrar que é para salários superiores a 1000€, talvez o modo de o fazer devesse ser progressivo pois acho de certa forma ingrato quem receba 1010€ leva um corte total e quem por exemplo ganhe 995 não desconta os subsidios.


Artista disse:

Charles andas muito distraido... em primeiro lugar não é só para salários superiores a 1000 euros, é para todos acima dos salário mínimo nacional, depois a medida é progressiva, quem ganha 995 euros na prática já leva com o corte integral dos dois subsídios... enfim, deve receber algo que deve dar para umas acções do BCP! :)


Tens razão, a determinada altura desliguei-me um pouco do assunto e retive só a eliminação do SN e SF acima dos 1000€ eo raciocinio foi nessa base pois esses levam com a medida mais dura de todas

já agora ficam aqui as medidas mais faladas:

O Orçamento de Estado (OE) para 2012 apresenta fortes medidas de contenção orçamental como o corte no subsídio de férias e de natal para funcionários públicos e pensionistas com salários acima de 1000 euros, ajustamento do calendário de pontes e feriados e aumento de meia hora no horário de trabalho no sector privado.

Medidas do Orçamento de Estado 2012
•Eliminação do subsídio de férias e subsídio de natal para os funcionários públicos e pensionistas com salários superiores a 1000 euros;
•Vencimentos e pensões com valores entre o salário mínimo e os mil euros vão ser sujeitos a uma taxa de redução progressiva, que corresponderá em média a um só destes subsídios;
•Eliminadas das deduções fiscais em sede de IRS para os dois escalões mais elevados;
•Horário de trabalho no sector privado alargado em meia hora por dia;
•Ajustamento do calendário de feriados e pontes em 2012 e 2013;
•Isenção de Imposto Municipal sobre Imóveis reduzida para três anos;
•Proibição de reformas antecipadas antes dos 57 anos;
•Manutenção dos cortes salariais de 5% na função pública;
•Eliminação da taxa intermédia de 13%;
•Aumento do IVA para 23% em alguns produtos com taxa reduzida e nos bilhetes para espetáculos, cinema, futebol e concertos;
•Aumento do IVA para 23% na restauração;
•Criação de taxa extraordinária de 5% para empresas com lucros superiores a 10 milhões de euros;
•Encargos com casa deixam de poder ser dedutíveis em sede de IRS, nos contratos de compra de habitação ou arrendamento, a partir de Janeiro de 2012.


e aqui podemos ver a progressão nos cortes:

O corte do subsídio de férias e do subsídio de natal nos salários dos funcionários públicos é uma das medidas do Orçamento de Estado para 2012. A eliminação do 13º e 14º mês abrange também os pensionistas com pensões acima de 1000 euros.

Os funcionários públicos com salários superiores a 1000 euros por mês, não vão receber o subsídio de férias, ou 13º mês e o subsídio de natal, ou 14º mês.

Já os vencimentos dos funcionários públicos e pensionistas cujo valor se situe entre o salário mínimo e os mil euros vão sofrer uma taxa de redução progressiva, que corresponderá, em média, à perda de um dos subsídios.

O corte no pagamento do subsídio de férias e do subsídio de natal nos salários dos funcionários públicos e pensionistas deverá vigorar no ano de 2012 e 2013.

Ordenado Bruto/Pensão Mensal Valor do salário a receber
•485 euros 485 euros
•500 euros 470.88 euros
•550 euros 423.79 euros
•600 euros 376.70 euros
•650 euros 329.61 euros
•700 euros 282.53 euros
•750 euros 235.44 euros
•800 euros 188.35 euros
•850 euros 141.26 euros
•900 euros 94.18 euros
•950 euros 47.09 euros
•1000 euros 0 euros


http://www.online24.pt/corte-do-subsidi ... -de-natal/
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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