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Caldeirão da Bolsa

Orçamento de Estado de 2012

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por A330-300 » 14/10/2011 11:44

migluso Escreveu:Concordo A-330.

E cadeia com muitos dos fdp que nos governaram, desde o Cravinho, Sócrates, João Jardim, juízes, procuradores, presidentes de câmara, gestores públicos etc..(o Cravinho é o gajo que "assinou" muitas das scuts e afirmou com os dentes todos que estas se pagavam a si próprias).

O que me revolta é a impunidade, mais do que a austeridade.

Para a última não temos alternativa, mas devemos lutar e partir a loiça para que a primeira não se cumpra.


Sim , esqueci-me de falar na responsabilização dos que nos puseram assim.Já o fizeram em outros países e não há porque não fazê-lo aqui.
Acho estranhíssimo que se tenha revelado que o Sócrates movimenta 383 milhões de euros e o PGR não tenha pedido averiguações.E o resto da quadrilha? Deveriam ir para o tribunal de Haia.

É um povo muito manso...

A330
 
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por Opcard » 14/10/2011 11:23

João Duque: O ano de 2013 será "isto e mais alguma coisa"
14 Outubro 2011 | 10:50
Lusa -

O ano de 2013 será "isto e mais alguma coisa" até se conseguir equilibrar contas públicas, disse hoje à Lusa o presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), reagindo às medidas de austeridade anunciadas na quinta-feira.
"Já estava à espera disto há muitos meses, que isto ia ser assim. Posso acrescentar que 2013 vai ser isto e mais alguma coisa em cima até chegarmos ao nível necessário de equilíbrio das contas públicas", defendeu João Duque. O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho anunciou que as medidas do OE2012 visam garantir o cumprimento dos acordos internacionais, passando pela eliminação do subsídio de férias e Natal para os funcionários públicos com vencimentos ou pensões acima de mil euros por mês, enquanto durar o programa de ajustamento financeiro, até ao final de 2013.

"O equilíbrio tem de ser feito. Vai custar, custa e estamos a sentir aquelas medidas que na minha opinião já eram esperadas. Talvez não estivessem nas previsões sequer do Governo ter de chegar tão fundo mas com défices acumulados tão elevados não temos hipótese", explicou.

O presidente do ISEG considerou que o Governo chegou à conclusão de que há "um mínimo de qualidade e de quantidade de serviço público que quer prestar" e de que "a partir daí sobram salários e pensões de reforma" para cortar.

De acordo com as medidas anunciadas na quinta-feira, os vencimentos situados entre o salário mínimo e os 1.000 euros ficarão sujeitos a uma taxa de redução progressiva, que corresponderá em média a um só destes subsídios.

As pensões acima do salário mínimo e abaixo de mil euros sofrerão, em média, a eliminação de um dos subsídios.

O chefe do Governo afirmou que há um desvio orçamental de 3 mil milhões de euros e anunciou também que o executivo vai reduzir o número de feriados e permitir que as empresas privadas aumentem o horário de trabalho em meia hora por dia, sem remuneração adicional.

Perante as medidas de austeridades anunciadas, Portugal só tem "capacidade para começar a crescer a partir de 2014 e talvez em 2013", essencialmente através das empresas privadas nacionais ou do investimento estrangeiro.

Apesar de tudo, João Duque não acredita que Portugal chegue à situação em que está a Grécia.

"Espero que tenhamos a capacidade de analisar, decidir e implementar e com a implementação eliminarmos o mal. É evidente que a economia vai ressentir-se isso é óbvio. Ninguém está aqui a prometer o contrário. As medidas são recessivas e as pessoas vão ter de poupar, vão ter que consumir menos e baixar os padrões de consumo e de nível de vida", concluiu
 
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por SMALL1969 » 14/10/2011 11:21

vgasmo Escreveu:Sou FP. Tenho dois mestrados e um Doutoramento que paguei (enquanto sempre trabalhei). A minha mulher também tem 2 mestrados(e tem o mesmo salário há 8 anos porque foi "congelada"). Trabalho na ordem das 10h por dia, e a maioria dos domingos.
Analisando o que faço penso que contribuo muito positivamente em termos produtivos e tento ser o melhor na minha profissão.

Sei que não vai haver progressões para mim nos próximos dez anos, nem os meus 20% de ordenado irão voltar tão depressa (porque nenhum governo terá capacidade para voltar aumentar salários em magnitude semelhantes).

O que posso pensar neste dia?

Já li aqui que posso olhar de lado para o colega que não trabalha as mesmas horas ou denunciar aqueles que paralelamente fazem negócios privados ruinosos com própria instituição onde estão. Já o fiz.. já o faço, já o denunciei. Nada mudou.

Hoje não tenho vontade de trabalhar as 10h, de ser diferente do FP tantas vezes aqui estereotipado que não faz nenhum. Não tenho qualquer incentivo para tentar ser o melhor. Sei que há muitas pessoas pior em Portugal, mas esse é o tipo de consolo vazio. Quero sempre fazer mais e ser premiado por isso.


Podia apontar várias medidas mais produtivas que estas (despedimentos dos tais funcionários que nada fazem e afectam a produtividade, cortes nas despesas - eliminação de vários elementos redundantes da administração, racionalização das despesas através de centrais de compras,aumento de alguns impostos sobre os rendimentos mais elevados e ganhos de capital, criação de um patamar nas reformas, alterações jurídicas que permitam renegociar PPP ruinosas, etc.)...

Qual o caminho? Para muitas pessoas como eu, emigrar, mas pensava que poderia fazer a diferença. Hoje não sei...


vgasmo, são exemplo como o teu, e muitos outros que conheço pessoalmente, que me fazem acreditar numa sociedade melhor, com a participação activa de quem muitas vezes dedica a sua vida em prol do bem comum, agindo dentro das instituções públicas e sendo humilhado ao mesmo tempo, porque é difícil viver essa vida, quando ao lado existe um fdp que se aproveita do máximo que puder, e ainda acha que lhe devemos alguma coisa

Infelizmente, não vislumbro é forma de a mudar.

Não concordo com revoluções feitas na rua, acho que isso é do século passado. Mas então como?

Quando vejo um amigo que anda há 6 meses a tentar marcar uma reunião com uma directora de museu, para lhe apresentar um projecto que pode gerar mais valias ao museu, e ela nem se digna a estar no escritório para o receber, porque...ou está em férias, ou já são 4 da tarde, ou não chegou, ou está no estrangeiro, etc. Quando vejo instituições públicas a comprar material 4 vezes mais caro do que qualquer privada, só porque quem toma a decisão se está a marimbar e se calhar até ganha por fora.
Quando vejo o abuso de mordomias que existem ao nível das direcções, fico enjoado.

Vejo a função pública umpouco como o BCP, que mostra como a sociadade portuguesa funciona.
Ou seja, o BCP deve ser dos melhores bancos a operar, ao nível operacional. Isso obviamente, é fruto do trabalho das bases. De quem não dormiu para construir as melhores soluções de IT, etc.

Depois os administradores executivos, gulosos, recorreram todas as ilegalidades e abusos de poder que conseguiram, para sem qualquer vergonha, atingirem os seus objectivos pessoais.
 
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por migluso » 14/10/2011 11:08

Concordo A-330.

E cadeia com muitos dos fdp que nos governaram, desde o Cravinho, Sócrates, João Jardim, juízes, procuradores, presidentes de câmara, gestores públicos etc..(o Cravinho é o gajo que "assinou" muitas das scuts e afirmou com os dentes todos que estas se pagavam a si próprias).

O que me revolta é a impunidade, mais do que a austeridade.

Para a última não temos alternativa, mas devemos lutar e partir a loiça para que a primeira não se cumpra.
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por Opcard » 14/10/2011 11:06

A pergunta é :
E onde estão as medidas que promovam o crescimento?

A resposta é

Estamos perante a quadratura do circulo !, pede-se que o endividamento seja reduzido mas todos querem que a economia cresça e para isso só há um caminho credito muito credito .
Querem que os bancos tenham regras mais rígidas e ao mesmo tempo cedam mais liquidez a economia .

É partir destes pressupostos que todo o debate deve ser feito, como conseguir uma aterragem suave tudo o resto é conversa da treta .
 
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por A330-300 » 14/10/2011 10:58

Esta dívida tem 3 responsáveis:
Má administração
Corrupção ativa
População passiva.

Foi feito um acordo e esta dívida tem que ser paga.Ou pelo menos precisamos tentar pagá-la.

As atuais medidas não me surpreendem.Já sabia que viriam e não iam ser fáceis.E como não há nada que não possa piorar ,assim como foram anunciadas ontem novas medidas , outras ainda serão anunciadas.Ainda vai piorar e muito.

O que me surpreende é que o Zé continue a aceitar ser apenas ele a pagar.É não aprender com os erros do passado.

Neste momento sou contra as greves porque são incoerentes.Temos que pagar uma dívida.

Agora , penso que uma manifestação para exigir a alienação da frota automóvel , reformas acumuladas , reforma ao fim de 8 anos no governo,e demais mordomias era um bom começo para uma reforma estrutural , uma reforma de mentalidades do poder político e acima de tudo fazer-se respeitar.

Mas o Zezinho não aprendeu que as decisões mais fáceis , neste caso não fazer nada, nunca são as decisões mais acertadas.

Somos vítimas da nossa falta de atitude.

A330
 
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por defst0ned » 14/10/2011 10:53

vgasmo Escreveu:Sou FP. Tenho dois mestrados e um Doutoramento que paguei (enquanto sempre trabalhei). A minha mulher também tem 2 mestrados(e tem o mesmo salário há 8 anos porque foi "congelada"). Trabalho na ordem das 10h por dia, e a maioria dos domingos.
Analisando o que faço penso que contribuo muito positivamente em termos produtivos e tento ser o melhor na minha profissão.

Sei que não vai haver progressões para mim nos próximos dez anos, nem os meus 20% de ordenado irão voltar tão depressa (porque nenhum governo terá capacidade para voltar aumentar salários em magnitude semelhantes).

O que posso pensar neste dia?

Já li aqui que posso olhar de lado para o colega que não trabalha as mesmas horas ou denunciar aqueles que paralelamente fazem negócios privados ruinosos com própria instituição onde estão. Já o fiz.. já o faço, já o denunciei. Nada mudou.

Hoje não tenho vontade de trabalhar as 10h, de ser diferente do FP tantas vezes aqui estereotipado que não faz nenhum. Não tenho qualquer incentivo para tentar ser o melhor. Sei que há muitas pessoas pior em Portugal, mas esse é o tipo de consolo vazio. Quero sempre fazer mais e ser premiado por isso.


Podia apontar várias medidas mais produtivas que estas (despedimentos dos tais funcionários que nada fazem e afectam a produtividade, cortes nas despesas - eliminação de vários elementos redundantes da administração, racionalização das despesas através de centrais de compras,aumento de alguns impostos sobre os rendimentos mais elevados e ganhos de capital, criação de um patamar nas reformas, alterações jurídicas que permitam renegociar PPP ruinosas, etc.)...

Qual o caminho? Para muitas pessoas como eu, emigrar, mas pensava que poderia fazer a diferença. Hoje não sei...


Politicas socialistas tem disto. Como são todos iguais, e todos tem direitos iguais, onde não existe o mínimo de meritocracia dá disto. Levam todos por tabela.
A falta de motivação é sem dúvida o maior inimigo da produtividade. Não é 2 ou 3 anos que se vai mudar a mentalidade geral da tugolândia.
Não sou funcionário público.
Negociar contra a tendência, é como mijar contra o vento.
 
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por vgasmo » 14/10/2011 10:47

Sou FP. Tenho dois mestrados e um Doutoramento que paguei (enquanto sempre trabalhei). A minha mulher também tem 2 mestrados(e tem o mesmo salário há 8 anos porque foi "congelada"). Trabalho na ordem das 10h por dia, e a maioria dos domingos.
Analisando o que faço penso que contribuo muito positivamente em termos produtivos e tento ser o melhor na minha profissão.

Sei que não vai haver progressões para mim nos próximos dez anos, nem os meus 20% de ordenado irão voltar tão depressa (porque nenhum governo terá capacidade para voltar aumentar salários em magnitude semelhantes).

O que posso pensar neste dia?

Já li aqui que posso olhar de lado para o colega que não trabalha as mesmas horas ou denunciar aqueles que paralelamente fazem negócios privados ruinosos com própria instituição onde estão. Já o fiz.. já o faço, já o denunciei. Nada mudou.

Hoje não tenho vontade de trabalhar as 10h, de ser diferente do FP tantas vezes aqui estereotipado que não faz nenhum. Não tenho qualquer incentivo para tentar ser o melhor. Sei que há muitas pessoas pior em Portugal, mas esse é o tipo de consolo vazio. Quero sempre fazer mais e ser premiado por isso.


Podia apontar várias medidas mais produtivas que estas (despedimentos dos tais funcionários que nada fazem e afectam a produtividade, cortes nas despesas - eliminação de vários elementos redundantes da administração, racionalização das despesas através de centrais de compras,aumento de alguns impostos sobre os rendimentos mais elevados e ganhos de capital, criação de um patamar nas reformas, alterações jurídicas que permitam renegociar PPP ruinosas, etc.)...

Qual o caminho? Para muitas pessoas como eu, emigrar, mas pensava que poderia fazer a diferença. Hoje não sei...
 
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por MERCW125 » 14/10/2011 10:10

Caros amigos, a divida bruta do Estado Portugues, as pessoas nem imaginam quanto é?
Mas eu digo-vos, alias acredito que nem alguns governantes sabem.
A dvida é de 438 Mil MIlhões.
Agora é so fazer contas, nem para os juros ganhamos, não vale a pena mentir a dividaterá de ser rescalonada, e perdoada, como na Grecia.
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por vitcosta » 14/10/2011 10:08

Não tenho neste momento dúvidas que o nosso filme vai ser o mesmo da Grécia, com 8 meses de atraso...

Como de costume nem com os erros dos outros aprendemos..

Sou Do sector empresarial do Estado, e a partir deste momento estou desde ontem a pesquisar no sentido de sair das minhas funções nesta empresa.
 
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por richardj » 14/10/2011 10:03

podem ficar descansados que os privados também não vão pagar o 13º e 14º mês. é uma questão de semanas, concertação social e etc...
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por artista_ » 14/10/2011 10:02

D272727 Escreveu:Este orçamento é mau... especialmente para os FP, mas esses ainda têm (para já) garantia de emprego, terá apenas de fazer alguma ginástica orçamental. Quem é que trabalha no privado têm essa garantia?
A banca que está má, também passará por sérias dificuldades, com o aumento brutal do crédito mal parado.


Meu amigo você está desactuializado, eu trabalho para o estado há 17 anos e quando quiserem metem-me na rua... este ano, desde início de Setembro, até só me arranjaram pouco mais de meio horário, estaria a ganhar mais no subsidio de desemprego do que estou a trabalhar! Portanto nem uma coisa nem outra, não tenho emprego garantido e ainda me arranjaram algo para eu trabalhar e ganhar menos que o que receberia no SD... ha algum tempo falou-se aqui em escravatura, eu já vi isto mais longe! :)
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
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por Unaspanne » 14/10/2011 9:58

Este orçamento é mau... especialmente para os FP, mas esses ainda têm (para já) garantia de emprego, terá apenas de fazer alguma ginástica orçamental. Quem é que trabalha no privado têm essa garantia?
A banca que está má, também passará por sérias dificuldades, com o aumento brutal do crédito mal parado.

Se cortassem a todos, o sector privado até podia contratar mais empregados, ficava com uma situação financeira melhor. Não percebo porque retiraram tudo apenas aos funcionários do Estado. Até porque são estes que pagam impostos.
 
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por Valete » 14/10/2011 9:53

O IVA do golfe também subiu, ou continuamos a poder dar tacadas a taxa reduzida?
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por Marco Martins » 14/10/2011 9:53

benkfica Escreveu:O país não é virgem em eventos de bancarrota, ou de eminência dela. A história deste tipo de episódios de default externo, de incumprimento das obrigações da dívida soberana do país, começou oficialmente em 1560 durante a regência da viúva de D. João III, segundo o estudo de Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff a 800 anos de loucuras financeiras no mundo.

Aquela investigadora da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, catalogou 5 episódios na história de Portugal, a maioria já no século XIX. Na realidade, oficialmente, poderemos contabilizar oito: 1560; 1605; 1834; 1837; 1840; 1846; 1852; e 1892.

A parte final da dinastia de Bragança acumularia, entre 1828 e 1892, mais de duas décadas de situações de default, um recorde na história económica portuguesa. No entanto, o campeão das bancarrotas foi Espanha, com 12 episódios, concentrados na dinastia filipina e depois durante o século XIX, ao todo, quase 60 anos de tormenta.

Apesar de oficialmente não estarem catalogados como bancarrotas, o período de hiperinflação no reinado do fundador da dinastia de Aviz no final do século XIV e o aviso de bancarrota em 1544 através da feitoria portuguesa em Antuérpia ainda no reinado de D. João III são outros dois momentos incontornáveis deste regresso ao passado.

1384-1422: Mestre de Aviz: o campeão da hiperinflação

Foi o período por excelência em que o país esteve inundado de "moeda desacreditada", como lhe chamou o economista J. Lúcio de Azevedo, nos anos 1920, na sua obra "Épocas de Portugal Económico - Esboços de História". Para manter o apoio de uma parte da fidalguia e da arraia miúda, formada por "chamorros" e por bandos de "ventres ao sol", contra a invasão castelhana, o Mestre de Aviz dedicou-se ao ofício da manipulação da moeda até ao inimaginável. Dizia o cronista Fernão Lopes: "E como o Mestre teve feita moeda, ordenou logo seus mantimentos aos fidalgos e oficiais de sua casa". Um real de prata valia dezanove vezes menos do que no tempo do reinado do seu meio-irmão D. Fernando, o último monarca da dinastia afonsina, e a inflação era galopante, tendo os preços quintuplicado.

A bancarrota seria certa se D. João I e os seus conselheiros não tivessem decidido, desde as reuniões em Torres Vedras em 1412, desencadear um processo de projeção externa cuja primeira operação viria a ser a conquista de Ceuta, em Marrocos, em 1415. Seguiu-se depois o intensificar do corso atlântico e finalmente a expansão marítima, do que viria a ficar conhecido como Descobrimentos.

Um balanço daquela época de economia de guerra e de crise até 1422 pode ser resumido neste ex libris: a desvalorização do marco de prata foi da ordem dos 100.000% face ao valor que tinha em 1383.

1544: A quase bancarrota na Flandres

Foi o primeiro aviso. As dívidas na feitoria de Antuérpia, na Flandres, somavam três milhões de cruzados. Mas D. João III salvou-se de ser o primeiro monarca português a decretar a falência do Estado. "Renovaram-se letras, com adição de juros, na ocasião das feiras, e a fascinação da pimenta conferia-lhes um prestígio, que não tinham as obrigações dos reis de Espanha ou França, de crédito muito abalado nos meios capitalistas", ironiza Lúcio de Azevedo. Em suma, os mercados financeiros europeus deram o benefício da dúvida pois o comércio das especiarias que vinha de além-mar era, ainda, atraente. Entretanto, a feitoria na Flandres seria fechada em 1549 e o rei morreria em 1557. A prenda envenenada acabaria por ficar para a viúva, Catarina da Áustria.

1560: A herança que a viúva recebeu: o primeiro default oficial

A viúva era tia de Felipe II de Espanha e mal sabia o que herdara do marido. Durante a regência caiu-lhe em cima a bomba da dívida astronómica. O neto Sebastião ainda andava de fraldas e coube-lhe a ela gerir a emergência da decadência do grande império manuelino. Em 1559 ainda foi possível levantar 900 mil cruzados como adiantamento na Flandres o que acalmou os credores da dívida portuguesa.

Mas no ano seguinte já não havia volta a dar. Catarina resolveu "imitar" o sobrinho, Felipe II, que inaugurara em 1557, no país vizinho, a moda das bancarrotas ibéricas. O alvará de 2 de fevereiro de 1560 dá corpo ao primeiro default oficial português. Mandava cessar o pagamento de juros a cargo da Casa da Índia alegando que "são perigosos para a consciência de quem os faz". E proibia a colocação de novos empréstimos. A regente afirma o propósito de reembolsar integralmente todos os credores, "logo que as circunstâncias o permitam", ironiza Lúcio de Azevedo. Genoveses e alemães - os dois grupos que mais financiaram a anterior expansão portuguesa - saem de mãos quase a abanar. A viúva deu-lhes uns "padrões de juros" por conta dos créditos. Que se revelariam "papéis aflitos", em suma, um calote.

Na ponta final da dinastia de Aviz, nos reinados de D. Sebastião e do cardeal Henrique, as obrigações do governo português já se negociavam a 45 e até a 40% do seu valor facial. Um "corte de cabelo" (hair cut, na linguagem financeira de hoje) muito substancial. Pela época, as grandes casas financeiras alemãs e italianas que estiveram envolvidas no que parecia ser um excelentíssimo negócio, o da pimenta, foram varridas por uma vaga de falências. Fechava-se um ciclo.

1605: o default com sabor castelhano

O motor da venda de títulos pela Fazenda Real - que se tornara uma rotina desde os tempos de D. Manuel - começou a gripar pelos anos de 1600.

Como conta o economista J. Lúcio de Azevedo, a pimenta deixara de ser monopólio dos portugueses com a desagregação do império português no período filipino de monarquia dual entre Espanha e Portugal e sobretudo depois do início da ofensiva dos holandeses no Índico. Os portugueses sofreriam uma derrota estratégica em dezembro de 1601 na batalha naval de Bantam - um porto na ilha indonésia de Java - e o domínio da região das Ilhas Especiarias - as Molucas - passou de mãos. Em 1605 os holandeses conquistram Ambom e Tidore ao controlo português.

O resultado via-se em Lisboa. "Acumulava-se de um ano para o outro na Casa da Índia. Holandeses e ingleses, que antes a vinham buscar a Lisboa, importavam-na, agora, diretamente dos lugares de produção", refere o historiador económico.

Outra desgraça se abateu sobre Lisboa que tirava proveito da monarquia dual. Com o declínio, desde 1596, do ciclo da prata que vinha das minas do Cerro Rico de Potosi (hoje, na Bolívia) e de Guanajuato (México) saqueadas pelos espanhóis - o motor que alimentou o projeto imperial dos Filipes - a Casa da Moeda, em Lisboa, que amoedava muito desse tráfico, começou a ficar sem alimento.

É, neste contexto, que ocorre a bancarrota de 1605 - uma peripécia menos conhecida e raramente referida.

Ainda que os juros que deveriam ser pagos pela Casa da Índia aos credores tivessem sido abolidos pelo cardeal-rei Henrique, continuavam a ser obrigações do Estado português. Filipe III de Espanha - Filipe II, em Portugal - tomou, então, uma medida radical.

Num alvará datado de 30 de setembro de 1605, Filipe mandou suspender em definitivo os juros imputados à Casa da Índia. Os credores eram convidados "de sua vontade e sem lhes fazer força" - o já célebre método de envolvimento "voluntário", como hoje também se usa no "envolvimento do sector privado" na renegociação da dívida grega - a uma operação financeira brilhantemente idealizada por Filipe e os seus profissionais da Fazenda Real.

Para ficarem com os direitos reconhecidos - ainda que apenas com uma promessa vaga de pagamento -, os credores tinham de desembolsar para a Fazenda Real uma "propina" equivalente a metade do crédito inicial. Quem não o fizesse, perdia o direito de receber um certificado e uns papéis que substituíam os anteriores títulos. "A extorsão era integral e francamente declarada", conclui Lúcio de Azevedo.

Como não eram parvos, a maioria dos credores preferiu perder de todo os direitos, do que encher os cofres de Filipe. No balanço que foi feito desta bancarrota em 1607, apurou-se que "o caso permanecia insoluto", diz Lúcio de Azevedo. Para mais, havia, então, uma confusão total na escrita da Casa da Índia.

1828-1834: A fatura do "miguelismo"

Com o enterro de D. João VI em 1826, abre-se uma crise de sucessão que desaguou numa guerra civil entre liberais constitucionalistas e conservadores miguelistas que se agrupavam em torno da viúva Carlota Joaquina e do filho Miguel Maria.

O apoio geopolítico vinha do chanceler austríaco Metternich, então o chefe de uma Santa Aliança europeia, uma coligação fundada pela Prússia, Rússia e Áustria contra o liberalismo, e que teria a oposição dos ingleses e dos americanos. Miguel governaria entre 1828 e 1834 e precisou de um empréstimo, que ficou conhecido nos meios financeiros internacionais como "empréstimo de Dom Miguel".

No meio da guerra civil, Miguel negociou em 1832 um empréstimo de 40 milhões de francos junto dos banqueiros parisienses Outrequin & Jauge, com um juro de 5% com uma maturidade generosa a 32 anos. Apesar dos riscos envolvidos, os banqueiros franceses conseguiram que estes títulos fossem admitidos para cotação na Bolsa de Paris, onde, aliás, se mantiveram até 1837. "Os credores internacionais que emprestaram ao governo de D. Miguel sabiam que estavam a apostar num governo com a possibilidade de cair. Sabiam que corriam um grande risco. Foi um empréstimo político", sublinha Pedro Lains, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e editor da "História Económica de Portugal".

Os juros e a amortização ainda foram pagas até setembro de 1833. Depois, derrotado Miguel, o empréstimo viria a ser renegado pelos liberais e depois pelo governo de Dona Maria da Glória, sobrinha de Miguel. O empréstimo não foi considerado legítimo. Eram contas do tio que, entretanto, fugira para a Alemanha. Que o fossem cobrar à Baviera, onde ele morreria.

O assunto passou, assim, a contencioso. Os credores franceses organizaram-se em comité em 1840 e várias manobras diplomáticas continuaram pelas décadas seguintes a ver se conseguiam reaver pelo menos 2,5 milhões de francos, cujos papéis comprovativos consta que se encontravam no Tesouro em Lisboa.

1837 a 1852: O calvário de incumprimentos no reinado de Maria da Glória

O reinado da filha de D. Pedro IV (o imperador Pedro I do Brasil), a jovem Maria da Glória, coroada D. Maria II (1837-1853), juntou vários eventos de suspensão de pagamentos, o primeiro logo em 1837, que geraram o período mais longo de defaults na história portuguesa.

Depois da suspensão de 1837, sucederam-se mais duas, no tempo do "cabralismo" (um "ismo" derivado de António Bernardo da Costa Cabral, que foi presidente do Ministério, ou seja primeiro-ministro), em 1840 e 1846. Depois em 1852 decreta-se a consolidação da dívida interna e externa, o que gerou a revolta sobretudo dos credores ingleses, até que se celebrou um convénio em dezembro de 1855, que no dizer do historiador Rui Pedro Esteves, da Universidade de Oxford, surpreenderia hoje pelos credores "terem aceitado a consolidação em troca de contrapartidas bastante modestas".

Estas bancarrotas ocorreram num período de quase 20 anos de golpes e contra-golpes e de um movimento popular, a Revolta da Patuleia, mais conhecida por Maria da Fonte.

A situação só acalmou, de facto, com a regência do viúvo de Maria da Glória, o rei-consorte Fernando Augusto, da poderosa casa europeia de Saxe-Coburgo e Gota. O país adota o padrão ouro que permitia estabelecer uma relação com a libra esterlina, a moeda chave do comércio internacional e das relações comerciais com Portugal, e chega a acordo em Londres nos finais de 1855, como já se referiu, com o Council of Portuguese Bondholders (detentores de títulos portugueses), liderado pelo banqueiro Richard Thornton.

O país reorienta, entretanto, a colonização para África e os historiadores falam de quarenta anos de algum crescimento na economia até que a crise financeira mundial de 1890 aparece como um "cisne negro".

1892-1902: A longa re-estruturação da dívida soberana no final da Monarquia

Este acontecimento do final da monarquia é o mais estudado pelos historiadores portugueses. O vendaval foi provocado pela conjugação de vários fatores. Não por um em particular. "Sem a presença se não de todos, pelo menos da maioria, a crise não teria ocorrido", refere Nuno Valério, professor do Departamento de Ciências Sociais do Instituto Superior de Economia e Gestão, de Lisboa.

Nada que a famosa revista inglesa The Economist não andasse a avisar desde 1880. "Os mercados monetários da Europa estão a ficar cansados, e não sem razão, da constante solicitação por Portugal de novos empréstimos", escrevia em 27/11/1880. Menos de cinco anos depois: "No próprio interesse de Portugal era preferível que as suas facilidades de endividamento fossem, agora, restringidas" (3/1/1885).

Cinco anos mais tarde, depois de mais este aviso do The Economist, fornava-se uma tempestade perfeita. Rebenta uma crise financeira mundial, com o epicentro na City londrina, iniciada em 1890 com a falência do banco Baring Brothers que contagiaria Portugal por vários canais, incluindo via Brasil. O próprio Barings era, também, o principal parceiro do governo português na City e, na aflição, teve de reembolsar-se em 1 milhão de libras em Lisboa, o que levou a uma redução significativa das reservas em ouro do Banco de Portugal. Uma dinâmica de dívida pública crescente e de expansão de crédito permitira, nos anos de ouro anteriores, a criação de um ecossistema de investimentos em infraestruturas onde os investidores nacionais e internacionais se viriam a envolver com as garantias do Estado. Esta estratégia de financeirização já havia levado a que Portugal fosse considerado em 1888 no Fenn's Compendium, uma espécie de bíblia da especulação financeira londrina, como um país de alto risco.

Com a contração dos mercados de capitais internacionais, durante a crise financeira mundial de 1890-1893, o ecossistema financista português desabou. Juntou-se o esboroamento do padrão-ouro que havia sido adotado em 1854. Finalmente, qual cereja em cima do bolo, viveu-se uma crise política aguda que misturaria o efeito dos problemas geopolíticos em África - com o ultimatum a Lisboa em janeiro de 1890 sobre o famoso mapa cor-de-rosa por parte da superpotência da altura, a Grã-Bretanha - com a ascensão do movimento republicano (revolta no Porto em 31 de janeiro de 1891) e das lutas intestinas dentro dos partidos monárquicos.

A balança de pagamentos acaba por ter um défice gigante em 1891, depois de um período em que acumulara excedentes. A dívida total (externa e interna) que andava pelos 24 milhões de libras em 1858 disparou para 127 mil milhões de libras. Apesar da pobreza do país, era a 2ª maior da Europa per capita, depois da França.

A revista inglesa, de novo, escrevia o epitáfio: "Tem sido evidente de há bastante tempo que o país estava a viver acima dos seus meios. Mais tarde ou mais cedo era inevitável que acabasse em bancarrota - e foi à bancarrota que Portugal agora chegou" (6/2/1892). E acrescentava, com bom senso: "É inevitável uma redução significativa do encargo com a dívida, que absorve quase metade da receita total. Os detentores da dívida portuguesa têm de consentir num abatimento dos seus direitos, por força das circunstâncias".

Os ingleses aconselhavam mesmo: "Se Portugal abordar os seus credores leal e francamente nestas linhas ser-lhe-á relativamente fácil efetuar um acordo razoável com eles".

No entanto, a solução acabaria por ser imposta por decreto. Os credores externos não aceitaram o curso forçado do papel-moeda emitido pelo Banco de Portugal. O default parcial acabaria por acontecer em junho de 1892. O governo presidido por José Dias Ferreira, que acumulou também a pasta das Finanças depois da saída do ministro Oliveira Martins, teve de suspender parcialmente os encargos altos da dívida. Em Paris, os credores ficaram com os cabelos em pé: as taxas de juro haviam sido reduzidas em 66%. O objetivo último acabaria por ser a reestruturação e reescalonamento dos pagamentos.

"Provavelmente não se deveria ter começado por aí, mas em 1892 já era tarde de mais para o evitar", diz-nos Rui Pedro Esteves. Não havia alternativa: "Para manter os pagamentos externos, o governo teria de obrigar a economia a uma contração maior do que o suportável, quer em termos económicos como sociais. Recorde-se que aqueles anos foram politicamente muito agitados", sublinha-nos, por seu lado, Pedro Lains. "Criou-se uma situação provisória com pagamentos baixos para impor a negociação que duraria dez anos. No final, chegou-se a uma situação com pagamentos médios. Julgava-se que no final do convénio de 1902 com os credores se obteriam novos empréstimos - mas isso não aconteceu", acrescenta Nuno Valério. A dívida seria convertida num novo empréstimo amortizável a 99 anos, até 2001.

O efeito de afastamento dos mercados financeiros internacionais não seria muito prejudicial para a economia real, que dependia sobretudo do comércio com o Brasil, as colónias em África e o Reino Unido. Os principais credores financeiros da dívida estavam em Paris e em Berlim. A economia portuguesa acabaria por recuperar "relativamente bem", sustentada na desvalorização cambial e num aumento significativo do protecionismo alfandegário.

A "dieta" a que se viu obrigado o Estado, em virtude do afastamento forçado dos mercados de financiamento internacionais, acabaria por reduzir a dívida pública de mais de 80% do produto interno bruto para cerca de 60% em uma década. Este ajustamento foi realizado "em condições que evitaram um regime de protetorado de instâncias externas", conclui Luís Aguiar Santos, editor na Santillana, que, também, estudou este período em que o governo português dispôs de alguma margem de manobra para resistir às pressões dos mercados financeiros internacionais.

Adaptação de artigo publicado na edição impressa de 9 de abril de 2011.

retirado do tópico: http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... c&start=25


(...)
Os principais credores financeiros da dívida estavam em Paris e em Berlim. A economia portuguesa acabaria por recuperar "relativamente bem", sustentada na desvalorização cambial e num aumento significativo do protecionismo alfandegário.

A "dieta" a que se viu obrigado o Estado, em virtude do afastamento forçado dos mercados de financiamento internacionais, acabaria por reduzir a dívida pública de mais de 80% do produto interno bruto para cerca de 60% em uma década. Este ajustamento foi realizado "em condições que evitaram um regime de protetorado de instâncias externas", conclui Luís Aguiar Santos, editor na Santillana, que, também, estudou este período em que o governo português dispôs de alguma margem de manobra para resistir às pressões dos mercados financeiros internacionais.
(...)


No nosso caso, a desvalorização cambial será substituída pelo aumento das horas de trabalho e redução do número de férias.
O protecionismo alfandegário será outro dos pontos que mais cedo ou mais tarde terá de acontecer, pois senão conseguimos competir de igual para igual, termos de alguma forma proteger e promover o consumo daquilo que produzimos... e isso só mesmo mexendo na questão alfandegária, ou através de restrições ou através de impostos.
 
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por darkvader » 14/10/2011 9:52

artista Escreveu:Já agora, até que ponto muitos dos privados não vão seguir o estado? Podem fazê-lo? De uma forma similar ou de outra que vá dar no mesmo...

É que se o privado não fizer o mesmo que o estado, como já aqui se escreveu, os melhores que conseguirem fogem a correr da função pública para o privado... os serviços públicos vão provavelmente cair muito em qualidade, é assim que preparamos um novo país?! Tenho algumas dúvidas...


Esta medida do corte dos 2 subsídeos no Estado é também incentivadora no sentido de alguns FP's ( os mais competentes e capazes) começarem a pensar sair para a Privada. Começam a ver a dura realidade chegar onde pensavam que nunca chegaria e começam "só" agora a fazer contas.
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por MarcoAntonio » 14/10/2011 9:48

Quico Escreveu:Rétórica?!


Eu estava a referir-me ao que eu próprio escrevi (não sei se houve aqui alguma falha de comunicação).

Quico Escreveu:Ora lê o que escrevi depois no post (desculpa mas acabei por acrescentar mais umas coisas para não ficar só essa frase no ar).


Sim, eu vi e concordo com o que escreveste. Mas não creio de todo que a questão se esgote aí e acrescentei depois outro post em função desse edit...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por artista_ » 14/10/2011 9:47

Já agora, até que ponto muitos dos privados não vão seguir o estado? Podem fazê-lo? De uma forma similar ou de outra que vá dar no mesmo...

É que se o privado não fizer o mesmo que o estado, como já aqui se escreveu, os melhores que conseguirem fogem a correr da função pública para o privado... os serviços públicos vão provavelmente cair muito em qualidade, é assim que preparamos um novo país?! Tenho algumas dúvidas...
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por futriber » 14/10/2011 9:47

Este orçamento é mau... especialmente para os FP, mas esses ainda têm (para já) garantia de emprego, terá apenas de fazer alguma ginástica orçamental. Quem é que trabalha no privado têm essa garantia?
A banca que está má, também passará por sérias dificuldades, com o aumento brutal do crédito mal parado.
 
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por darkvader » 14/10/2011 9:47

Anos e anos a encher o "balão" e a assobiar para o lado e a fazer vista grossa, como se nada se passasse, como nada fosse com eles.

Agora o "balão" rebentou, como um dia todos os balões rebentam quando não se para de os encher.

Parece que ainda não perceberam a frase:

"NÃO HÁ DINHEIRO". Como dizia o outro, "qual é a parte da frase que não perceberam?"
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por Marco Martins » 14/10/2011 9:44

Um dia destes alguém escreveu noutro tópico a história dos 5 defaults de Portugal (infelizmente não me lembro do tópico).

Creio que na altura em que tiveram de ser feitos ajustamentos para a realidade portuguesa, a economia e a moeda cairam cerca de 60%.

Como neste momento não podemos fazer a desvalorização da moeda, temos de encontrar meios que nos façam equiparar a essa desvalorização. (até aqui fizemos stock splits, agora teremos de fazer um reverse split :) )

Por isso, olhando para a bolsa, neste momento só o BCP cumpre esse rácio, tendo caído 70%.
 
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por MarcoAntonio » 14/10/2011 9:36

sevenairam Escreveu:Para todos os efeitos a culpa de um País estar numa má situação é sempre da Governação, pois as opções politicas influenciam tudo o que se passa no País.


Bom mas Governação e Estado não é exactamente a mesma coisa. Já não estamos a falar exactamente do mesmo...

Às páginas tantas, estamos a falar de regulamentação, legislação, etc e meter tudo no mesmo saco.

A Governação diz respeito ao Estado e ao Privado e vai ter sempre influência directa ou indirecta no privado também. Daí a ilibar o privado das suas próprias responsabilidades, da sua própria capacidade de gestão ou falta dela, das suas próprias más opções... vai uma grande distância. É que se fazemos isso acabamos na crítica sistemática ao Estado e à Governção como se o tuga comum fosse todo uma criança imberbe, acéfala e não responsável por nada!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 14/10/2011 9:45, num total de 1 vez.
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por sevenairam » 14/10/2011 9:32

Olha para a Energia. Etc. É tudo deficitário. É tudo a importar mais do que o que exporta. É tudo com pouquissima aposta estratégica no país. Que culpa tem o Estado disto tudo?


Curiosamente acho que o grande culpado foi o Estado, aqui quando falo Estado falo em governos.
Curiosamente o maior culpado ( dando nome pessoal) até está no mais alto cargo da nação.

O Aparelho produtivo do país começou a ser desmantelado no tempo da iminência parda e valoroso economista que neste momento é meu e teu Presidente.
Foi com ele que se começou a pagar para não se fazer, foi com ele que foi desmantelada a frota pesqueira de Portugal ( e agora insiste no Mar), foi com ele que a agricultura tornou-se na mais fácil forma de rendimento em Portugal ( na altura, claro:)) afinal para se ter rendimentos bastava não produzir.

Para todos os efeitos a culpa de um País estar numa má situação é sempre da Governação, pois as opções politicas influenciam tudo o que se passa no País.
 
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por MarcoAntonio » 14/10/2011 9:32

altrio Escreveu:Tem-se falado aqui muito do corte de 14%, mas não é só isso. Este corte pode chegar aos 24% porque haverá novamente um corte nos salários igual ao do ano passado...

É 1/4 do vencimento!


O corte pode chegar efectivamente aos 24% dado que ele não é uniformemente distribuído. Mas em média será um pouco inferior a 20%...


Em relação à desuniformidade, não julgo que haja algo a dizer. A questão, se existir, é se não devia ser ainda maior dado que Portugal tem vencimentos díspares acima da média (a desigualdade em Portugal está acima da média dos países desenvolvidos) e ainda por cima temos um PIB baixo e um vencimento per capita baixo (o "valor do dinheiro" não é linear convém sublinhar e recordar).
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Orçamento de Guerra

por paulop2009 » 14/10/2011 9:32

Video muito interessante de Nicolau Santos sobre o OE2012.
um orçamento de guerra que nos leva a um nível de vida próximo de 1975


http://aeiou.expresso.pt/e-um-orcamento-de-guerra-que-nos-levara-a-um-nivel-de-vida-proximo-de-1975=f680440
 
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