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Caldeirão da Bolsa

Sistemas mecânicos e optimização

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

MAE

por Kopas » 11/11/2003 19:59

Nuno,
Não há nada como ver o :evil: (MAE), repara no gráfico abaixo, se puseres um Stop Loss aí nos 1,5%, ele vai cortar as perdas não prejudicando qualquer trade vencedora, visto que nenhuma delas teve um MAE superior a 1,5%.
Um abraço,
kopas
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por nunofaustino » 10/11/2003 20:07

cctrader..

Uma questao... esses valores sao os valores de perdas maximas de um trade... ou seja, n e o valor final do trade, mas o valor maximo de perda que um trade teve enquanto esteve aberto... Quantas e qtas vezes e que um trade esteve a perder 10% e depois acabou por dar um volte face e acabar por ser vencedor...

Pegando nessa tua ideia, eu penso que como bom complemento a um sistema, deve haver uma analise estatistica dos trades passados (que englobe algo como o num de trades q estiveram com x% de prejuizo e q acabaram por dar lucro, a duracao desses trades, ...). Esta analise permite-nos decidir se e melhor fechar o trade e assumir as perdas ou se estatisticamente o trade ainda e capaz de dar a volta e recuperar para positivo (ou pelo menos menos negativo).

Um abraco
Nunofaustino
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
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por Kopas » 10/11/2003 18:36

O mesmo raciocínio aplica-se para os take profit, embora há quem discorde destas saídas, pessoalmente acho que pelo menos o stop loss é imprescindível, pois é inconcebível entrar num trade sem ter um plano de contingência, condição essencial para money management.

Um abraço,
Kopas
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MAE e MFE

por cctrader » 10/11/2003 15:50

Maximum Adverse Excursion e Maximum Favourable Excursion, são dois processos utilizados para calcular zonas de stop.

Imagine o seguinte:

Se num universo de 100 trades perdedores,

55 trades com -5%,
35 com -7%,
5 com -8%,
3 com -15%,
2 com -18%

Se colocar um stop de 7.5%, vai eliminar os trades de maior prejuizo sem prejudicar a performance do sistema.

Esta análise deverá abranger o MAE e MFE dos trades ganhadores e perdedores.

Depois são conclusões.
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Agradecimento

por Cem » 10/11/2003 12:12

Dou por terminada a minha participação neste tema, para evitar que o MarcoAntonio tenha a última palavra!
O meu obrigado ao Fernando dos Aidos, ao Marco, ao JAS, ao Pertinente, ao cctrader, ao Spacefrog, ao FT, Kopas, rei da entremeada, rei do entrecosto, rei dos leitões e todos os que leram e se interessaram por este interessante tema.
Está tudo trancado a partir de agora :)
Cem
 
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Re: Resposta

por MarcoAntonio » 9/11/2003 19:46

Fernando dos Aidos Escreveu:Mas se achas que o amanhã não é previsível, então presumo que consideras que a evolução da cotação prossegue de uma forma aleatória, mas com as probabilidades desigualmente distribuidas (do género 70% de probabilidade para a subida, 10% para a manutenção e 20% para a descida).


É quase isso, Fernando. Mas com algumas nuances. Como salientei num post dirigido ao Cem, e este é um aspecto em que tende a existir alguma confusão de conceitos, um sistema caótico <b>não é</b> um sistema aleatório...

Antes, pela sua não-linearidade e pela dependência de uma quantidade considerável de parametros, o sistema caótico tende a comportar-se <b>aparentemente</b> como um sistema aleatório.

Isto é, está para além da nossa compreensão e capacidade determinística saber exactamente qual vai ser o próximo estado do sistema. E cada erro, cada sub ou sobre-estimação de determinada perturbação ao sistema ou a um dos seus parametros propaga-se pelo sistema por forma a torná-lo cada vez mais imprevisível quanto mais nos afastamos do momento/estado imediato...

Ou seja, um sistema caótico <b>parece</b> aleatório mas não é <b>aleatório</b>.

De qq das formas, a minha abordagem é quase essa porque comportando-se ele de forma aparentemente (ou quase aleatória), a minha conclusão vai precisamente no sentido do que disseste: nunca poderemos ter certezas quanto à evolução do mercado dada a sua natureza. Mas podemos posicionar-nos conforme aquilo que, segundo um determinado metodo de análise, nos parece mais ou menos provável.

Qualquer método será sempre um modelo limitado do mercado, uma simplificação, que em caso algum contemplará todas as condicionantes (que no limite levar-nos-ia ao princípio da incerteza, dada a interacção entre observadores e objecto observado, tópico que inseri anteriormente e no qual parece estar perfeitamente de acordo).

E como já disse antes, eu não sou um detractor dos sistemas, reconhece-los diversas (e nalguns casos enormes) vantagens. Mas não consigo concebe-los sem que seja com enormes limitações (limitações que concebo em qualquer metodo de analise) devido à minha leitura empírica do que é e como funciona o mercado. Por essa razão, não consigo ser demasiado optimista seja relativamente a sistemas seja relativamente a qualquer outro método de análise...

É claro que isso não deverá ser impeditivo de tentarmos fazer mais e melhor. Não devemos é, creio, colocar a fasquia demasiado elevada...

Questões complexas e polémicas, eu sei!

<i>
PS: Fernando, não te preocupes qnt à distracção... é sempre com um enorme prazer que troco estas impressões contigo.
</i>
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Resposta

por Fernando dos Aidos » 9/11/2003 19:22

Até tinha estranhado que não respondesses Marco :wink:

Como de costume, concordo com uma grande parte do que dizes... até quando dizes que não é por ter um histórico enorme que vamos aumentar a nossa "performance" (por isso é que eu proponho considerar apenas os últimos N períodos no meu método de optimização).

Marco António Escreveu:
Creio mesmo que nunca existirá e que o mercado será sempre muito mais imprevisível do que a meteorologia porque existe uma interecção entre os observadores e o objecto observado porque os primeiros também são parte activa.



Absolutamente de acordo. Isto faz do mercado um "bicho" com o qual é muito difícil de lidar...

Marco António Escreveu:
Como é óbvio eu acredito que o mercado tem uma certa dose de previsibilidade (caso contrário sería absurdo recorrer à AT).



Mas se achas que o amanhã não é previsível, então presumo que consideras que a evolução da cotação prossegue de uma forma aleatória, mas com as probabilidades desigualmente distribuidas (do género 70% de probabilidade para a subida, 10% para a manutenção e 20% para a descida).

Enfim. Não te quero distrair da intensa conversa que estás a ter com o JAS no outro post.

Um abraço

Fernando dos Aidos
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Re: Mais do mesmo

por MarcoAntonio » 7/11/2003 19:18

Não tinha dado conta da tua resposta, Fernando, daí só agora responder...

Fernando dos Aidos Escreveu:
...

Eu só estudei a teoria do caos por alto e já há tempo suficiente para não me recordar de muita coisa mas, tanto quanto me lembro, não põe em causa a previsibilidade. <b>Apenas refere que, para equações não lineares, o erro pode propagar-se de uma forma exponencial e não linear. Isto significa que podemos prever o tempo que vai fazer amanhã mas não o que vai fazer daqui a 6 meses. </b>...


Exactamente, o que vai no sentido da resposta que dei na resposta ao spacefrog.

Mas na minha resposta inicial ao Fernando, não era essa vertente que eu estava a abordar mas antes esta, e pegando também no exemplo meteorológico, a nossa capacidade de previsão a 6 meses é a mesma (sensivelmente) agora do que será daqui a 2 anos (noutra previsão a 6 meses) apesar de todo o historico meteorologico adicional de que dispomos, isto se usarmos basicamente a mesma técnica.

O que poderemos é evoluir tecnologicamente e chegar a um metodo mais exacto (que no caso dos mercados corresponderia a evoluir o sistema base ou mudar para outra abordagem mais eficiente). Em qq dos casos, permanecerá uma elevada incerteza que não tende a desaparecer (ou seja, o tempo em si não tende a ser mais previsível).

Fernando dos Aidos Escreveu:Ora, no mercado, eu não quero prever o que vai acontecer daqui a 6 meses. Já ficava satisfeito se conseguisse prever o que vai acontecer esta semana.


Pois, mas existe uma diferença substancial que convém sublinhar: o mercado é bem mais imprevisível a curtíssimo-prazo do que o tempo. Isto porque, em grande medida, temos hoje modelos meteorologicos mais ou menos consensuais, a não linearidade da meteorologia não é da mesma ordem de grandeza da dos mercados.

Se bem me recordo, no livro de Gleick sobre o Caos, ele refere que na década de 60 (ainda não tinhamos computadores nem tecnologia que se comparasse à de hoje) já existiam modelos meteorológicos que replicavam com bastante exactidão o que se passa na natureza. Já nos mercados, ainda hoje os académicos se debatem de qual o melhor modelo que representa o mercado e não existe consenso...

Creio mesmo que nunca existirá e que o mercado será sempre muito mais imprevisível do que a meteorologia porque existe uma interecção entre os observadores e o objecto observado porque os primeiros também são parte activa.

Posto de outra forma: se o tempo fosse negociável <b>e</b> ao negociarmos o tempo o influenciassemos, este tendería a ser tão imprevisível quanto o mercado. Pessoalmente, é esta a minha intuição e é esta a leitura que faço da realidade do mercado.

Fernando dos Aidos Escreveu:“Just for the record”… eu não afirmo que o mercado é previsível (embora tenha a intuição de que sim!)… o que eu afirmo é que não consegues provar que o mercado não é previsível!


Certo... Repara que o que eu disse atrás baseia-se na minha intuição e na minha experiência empírica.

Como é óbvio eu acredito que o mercado tem uma certa dose de previsibilidade (caso contrário sería absurdo recorrer à AT). O que defendo também no entanto, é que é tremendamente difícil passar de um certo nível de previsibilidade e que não é por exemplo o historico adicional que vamos obtendo que nos trás mais previsibilidade (neste caso, a tendência de qualquer trader sería a de se ir tornando melhor trader com o tempo e no entanto existem diversas evidencias empiricas de que as coisas não se passam assim). Daí ainda eu falar inumeras vezes do caracter nao cumulativo da informação...

Todos os dias aprendemos algo nos mercados e indubitavelmente recebemos/dispomos de mais informação. No entanto, regra geral, não nos tornamos melhores traders a cada dia que passa...


Fernando dos Aidos Escreveu:A tua posição parece-me ser a de que o mercado se comporta de uma forma aleatória (teres o resultado de um milhão de lançamentos de um dado perfeito não te permite prever o resultado do lançamento seguinte). No entanto, não penso que seja possível prová-lo. É claro que não é fácil provar o contrário, de modo que me parece ser uma questão de convicções.


Não, não é isso que eu defendo/penso, mas julgo que as respostas anteriores já terão ajudado a esclarecer melhor.
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por Pertinente » 7/11/2003 1:13

Essa do rio é um excelente exemplo. Realmente nós sabemos que há um percurso mas só o conhecemos quando o percorremos.

Num ponto no entanto esta discussão perde a razão: o homem tenta prever o futuro, um sistema mecânico pura e simplesmente reage. Logo as considerações feitas a partir desse ponto não se aplicam.
Nenhum sistema prevê o amanhã. Ele limita-se a reagir ao hoje, ao ontem, ao anteontem...
 
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Re: Óptimo como inimigo do bom

por MarcoAntonio » 7/11/2003 0:35

spacefrog Escreveu:Marco, parece-me que te estás a esquecer de algo. Se é certo que acrescentar mais um dia à nossa base de conhecimentos poderá não acrescentar nada à nossa capacidade de prevêr o amanhã, o que é certo é que nos evita a dificuldade de prevêr o "depois de amanhã". Ou seja, se actualizamos o sistema todos os dias, diminuimos ao tamanho do "futuro" que queremos adivinhar.
É assim que falam os teóricos das técnicas de previsão que estudei por motivos profissionais (Gestão de Stocks).
É certo que a previsão que faço hoje para amanhã não é melhor que aquela que fiz ontem para hoje. Mas pode ser melhor que aquela fiz ontem para amanhã.


Mas aí é que está!... O nosso <i>time-frame</i> não vai diminuindo à medida que o tempo passa.

Isso é o mesmo que dizer o seguinte: iniciamos o ano e fazemos uma previsão para o fim do ano (31 de Dezembro). A nossa previsão para esse dia tende a ser melhor a cada sessão que passa...

No entanto, isso não tem qq implicação vantajosa pois o nosso horizonte temporal é sempre o mesmo. É-nos irrelevante que consigamos acertar com elevada exactidão no dia 30 de Dezembro e com muita dificuldade no dia 1 de Janeiro...

A questão central é que a nossa capacidade de previsão do dia 1 para o dia 2 de Janeiro tende a ser a mesma da do dia 30 de Dezembro para o dia 31 de Dezembro, apesar dos dias todos que passaram e da informação adicional que recebemos (note-se que estamos a falar de optimização e não por exemplo da definição de uma tendência).

Aqui estou a considerar o espaço temporal de uma sessão mas imaginemos que uma sessão é o horizonte temporal de cada um (um dia, uma semana, um mes, um ano, etc...).




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Mais do mesmo

por Fernando dos Aidos » 7/11/2003 0:34

Caro Marco,

Sim, recordo-me de já termos abordado este tipo de questões. E posso dizer-te que não fui a lado nenhum com a tentativa de descrição da cotação através de uma função analítica e subsequente extrapolação… não por causa da natureza não previsível do mercado mas por causa das dificuldades em extrapolar uma função.

Eu só estudei a teoria do caos por alto e já há tempo suficiente para não me recordar de muita coisa mas, tanto quanto me lembro, não põe em causa a previsibilidade. Apenas refere que, para equações não lineares, o erro pode propagar-se de uma forma exponencial e não linear. Isto significa que podemos prever o tempo que vai fazer amanhã mas não o que vai fazer daqui a 6 meses. Ou, num outro exemplo, o sistema de 3 corpos em Mecânica Clássica (Corpos Celestes) é um sistema caótico… no entanto, é possível prever a hora dos eclipses com bastante antecedência!

Ora, no mercado, eu não quero prever o que vai acontecer daqui a 6 meses. Já ficava satisfeito se conseguisse prever o que vai acontecer esta semana.

No caso que eu descrevo, nem se põe a questão de prever. Apenas de assumir uma evolução do mercado de uma forma contínua, i.e., sem solavancos. Esta hipótese parece-me, de uma maneira geral, razoável… excepto em situações muito específicas em que o mercado altera completamente as suas “equações do movimento”.

“Just for the record”… eu não afirmo que o mercado é previsível (embora tenha a intuição de que sim!)… o que eu afirmo é que não consegues provar que o mercado não é previsível!

A tua posição parece-me ser a de que o mercado se comporta de uma forma aleatória (teres o resultado de um milhão de lançamentos de um dado perfeito não te permite prever o resultado do lançamento seguinte). No entanto, não penso que seja possível prová-lo. É claro que não é fácil provar o contrário, de modo que me parece ser uma questão de convicções.

Caro rei da entremeada,

O que eu proponho não é um sistema rígido… pelo contrário. Aliás parece-me que vai ao encontro do que propõe.

Fala de “…usar um sistema que detecta a eficácia de certos indicadores e os usa ou não, ou altera os seus parametros para ser mais eficaz…”. Pois é exactamente o que eu proponho: alterar os valores dos parâmetros para ser mais eficaz.

Permita-me citar dois parágrafos seus:

“Uma forma de escolher parametros robustos, que me lembro de ver escrito, é escolher parametros que gerem bons resultados mas que sejam vizinhos de outros parametros também bons, ou seja, se se mudarem um pouco os parametros, o sistema deve continuar a gerar bons resultados.


Pode-se fazer um gráfico tridimensional com os resultados das simulações, em que X e Y são os parametros, e Z é a rentabilidade ou outro parametro que se queira, e gráficamente temos uma imagem de onde estão as zonas com bons parametros. Essas zonas ou ilhas de rentabilidade devem ser amplas e progressivas, e não picos mais ou menos aleatórios.”

Mas é exactamente o que eu proponho… não a escolha dos valores que optimizam o resultado (os tais picos de que fala) mas a dos valores estáveis… i.e., rodeados por outros valores que dêem resultados equivalentes (a tal zona do espaço de fase de que falei e que refere no seu parágrafo como zonas ou ilhas de rentabilidade que devem ser amplas e progressivas).

Se puder dar-me referências de artigos como refere no fim, agradecia-lhe.

Um abraço

Fernando dos Aidos
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Re: Óptimo como inimigo do bom

por spacefrog » 7/11/2003 0:24

MarcoAntonio Escreveu:Temo que uma actualização diária dos parametros não introduza significativas melhorias (se é que introduz alguma) pelo seguinte: o mercado não é linear e portanto, à medida que caminhamos para o infinito não o vamos conhecendo melhor nem de forma mais exacta... ele vai-se regenerando sempre.

Ou seja, conhecer D dias ou D+1 dias é pouco relevante num sistema caracteristicamente caotico. Apenas conhecemos com maior exactidão (ou extensão) o passado. No entanto, a incerteza face amanhã do mercado é hoje da mesma ordem de grandeza que era ontem face ao <i>então seu amanhã</i>...

Já discutimos este aspecto inclusivamente quando discutimos uma certa abordagem de encontrar uma função (polinomial, salvo erro) que descrevesse de forma tão aproximada quanto possível o trajecto do mercado e usa-la para previsões futuras. Pois a questão é sempre a mesma. Todos os dias a função irá adaptar-se ao mercado e o erro para o dia seguinte será sempre da mesma ordem de grandeza...

Tentando centrar a questão no ponto inicial, de novo, ao optimizar diariamente, não vejo que seja expectável um sistema mais adaptado ao Futuro dado que, como dizia há pouco, eu espero que o mercado me surpreenda tanto de hoje para amanhã como me surpreendeu de ontem para hoje... Ou posto de outa forma, é de esperar que o mercado seja tão diferente do passado quer esse passado seja D quer essa passado seja D+1 de tal forma que mesmo que D tenda para infinito, a imprevisibilidade do mercado continuará a ser da mesma ordem de grandeza.

Mesmo que vivamos mil anos (ou tenhamos acesso a uma BD dessa ordem de grandeza), o mercado, pelas suas características... continuaría ser-nos igualmente imprevisível (tal como o curso de um rio quer o sigamos por um KM quer o sigamos por 20KM como dizia num outro tópico). É claro que nesse espaço de tempo poderemos ganhar muito em termos de experiencia, gestão emocional, money management e outras vertentes importantes do investimento. Mas não veríamos, estou convicto, grandes vantagens por termos nas mãos uma BD tão longa...

Eu sei que esta perspectiva desafia o senso comum mas a minha opinião é que o mercado não segue um caminho convergente e está permanentemente regenerar-se e a recriar-se em função da própria atitude dos intervenientes perante ele.

Isto explica em minha opinião muitos dos ciclos viciosos e impasses em que tendem a cair os investidores no seu processo de aprendizagem permanente (e não necessariamente de carácter cumulativo, como sublinhei num outro tópico recentemente).


Marco, parece-me que te estás a esquecer de algo. Se é certo que acrescentar mais um dia à nossa base de conhecimentos poderá não acrescentar nada à nossa capacidade de prevêr o amanhã, o que é certo é que nos evita a dificuldade de prevêr o "depois de amanhã". Ou seja, se actualizamos o sistema todos os dias, diminuimos ao tamanho do "futuro" que queremos adivinhar.
É assim que falam os teóricos das técnicas de previsão que estudei por motivos profissionais (Gestão de Stocks).
É certo que a previsão que faço hoje para amanhã não é melhor que aquela que fiz ontem para hoje. Mas pode ser melhor que aquela fiz ontem para amanhã.

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por rei da entremeada » 6/11/2003 20:42

Caro Fernando,

Quanto à optimização, o problema é clássico, quanto mais um sistema for optimizado e adaptado a um determinado mercado, menos robusto ele fica, mais sensível ficará à evolução que o mercado possa vir a ter no futuro e que é desconhecida. Não serve de nada ter um sistema que dá resultados superiores em backtest, se na prática dará resultados mediocres no futuro.
O mercado tem mudado ao longo do tempo, nas acções e indices há hoje muito mais volatilidade, e certos sistemas perderam a eficácia. (Os sistemas seguidores de tendência mantiveram-se eficazes, o que é bom de saber :)

Uma estratégia que quero explorar futuramente, e que pode substituir a optimização rigida para um determinado mercado, é usar um sistema que detecta a eficácia de certos indicadores e os usa ou não, ou altera os seus parametros para ser mais eficaz. Certos indicadores já o fazem adaptando-se à volatilidade.

Quanto ao algorimo para achar os melhores parametros, parece-me que nada como fazer simulações massivas com muitas combinações de parametros, espaçados a intervalos regulares para não se tornar infinito. Por exemplo, um sistema de cruzamento de médias móveis poderá ter dois parametros principais a optimizar, os periodos das duas mm.
Na prática há muitos truques que facilitam o trabalho, é possível começar com valores bastantes espaçados entre si, apenas para ter uma noção de onde estão as 'ilhas' de rentabilidade ou que geram os valores que procuramos. E numa segunda fase, apurar esses parametros com maior detalhe.

Uma forma de escolher parametros robustos, que me lembro de ver escrito, é escolher parametros que gerem bons resultados mas que sejam vizinhos de outros parametros também bons, ou seja, se se mudarem um pouco os parametros, o sistema deve continuar a gerar bons resultados.

Pode-se fazer um gráfico tridimensional com os resultados das simulações, em que X e Y são os parametros, e Z é a rentabilidade ou outro parametro que se queira, e gráficamente temos uma imagem de onde estão as zonas com bons parametros. Essas zonas ou ilhas de rentabilidade devem ser amplas e progressivas, e não picos mais ou menos aleatórios.

Lembro-me de ler alguma coisa sobre optimização em artigos, posso depois ver se encontro alguns.

um abraço
rei da entremeada
 

Re: Óptimo como inimigo do bom

por MarcoAntonio » 6/11/2003 20:06

Fernando, creio que já conheces, nem que seja superficialmente, a minha opinião sobre este assunto, mas deixou-te aqui um comentário, para já relativamente a este trecho:

Fernando dos Aidos Escreveu:
Dinâmico:

Este é um dos ponto em que eu discordo da opinião geral. Entendo que a optimização NÃO deve ser feita para todos os mercados e todos os regimes. Isso torna-a de pouca utilidade pois não está adaptada ao período presente e futuro próximo.

A optimização tem, assim, que ser um processo dinâmico, i.e., tem que ir sendo efectuado periodicamente (no limite seria todos os dias).


A minha opinião no que se refere a este ponto, eu sei que não é facilmente digerível pois desafia o senso comum mas cá vai...

Temo que uma actualização diária dos parametros não introduza significativas melhorias (se é que introduz alguma) pelo seguinte: o mercado não é linear e portanto, à medida que caminhamos para o infinito não o vamos conhecendo melhor nem de forma mais exacta... ele vai-se regenerando sempre.

Ou seja, conhecer D dias ou D+1 dias é pouco relevante num sistema caracteristicamente caotico. Apenas conhecemos com maior exactidão (ou extensão) o passado. No entanto, a incerteza face amanhã do mercado é hoje da mesma ordem de grandeza que era ontem face ao <i>então seu amanhã</i>...

Já discutimos este aspecto inclusivamente quando discutimos uma certa abordagem de encontrar uma função (polinomial, salvo erro) que descrevesse de forma tão aproximada quanto possível o trajecto do mercado e usa-la para previsões futuras. Pois a questão é sempre a mesma. Todos os dias a função irá adaptar-se ao mercado e o erro para o dia seguinte será sempre da mesma ordem de grandeza...

Tentando centrar a questão no ponto inicial, de novo, ao optimizar diariamente, não vejo que seja expectável um sistema mais adaptado ao Futuro dado que, como dizia há pouco, eu espero que o mercado me surpreenda tanto de hoje para amanhã como me surpreendeu de ontem para hoje... Ou posto de outa forma, é de esperar que o mercado seja tão diferente do passado quer esse passado seja D quer essa passado seja D+1 de tal forma que mesmo que D tenda para infinito, a imprevisibilidade do mercado continuará a ser da mesma ordem de grandeza.

Mesmo que vivamos mil anos (ou tenhamos acesso a uma BD dessa ordem de grandeza), o mercado, pelas suas características... continuaría ser-nos igualmente imprevisível (tal como o curso de um rio quer o sigamos por um KM quer o sigamos por 20KM como dizia num outro tópico). É claro que nesse espaço de tempo poderemos ganhar muito em termos de experiencia, gestão emocional, money management e outras vertentes importantes do investimento. Mas não veríamos, estou convicto, grandes vantagens por termos nas mãos uma BD tão longa...

Eu sei que esta perspectiva desafia o senso comum mas a minha opinião é que o mercado não segue um caminho convergente e está permanentemente regenerar-se e a recriar-se em função da própria atitude dos intervenientes perante ele.

Isto explica em minha opinião muitos dos ciclos viciosos e impasses em que tendem a cair os investidores no seu processo de aprendizagem permanente (e não necessariamente de carácter cumulativo, como sublinhei num outro tópico recentemente).
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
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Óptimo como inimigo do bom

por Fernando dos Aidos » 6/11/2003 19:28

A optimização (cálculo do máximo ou mínimo global) de uma função de muitas variáveis (reais) é um problema difícil. Frequentemente, as variáveis que consideramos na AT apenas assumem valores inteiros, o que reduz extraordinariamente a complexidade do cálculo. No entanto ainda ficamos com o problema de não conhecermos o futuro, i.e., o regime para o qual queremos variáveis optimizadas.

É este o problema que me interessa. Descobrir, para os parâmetros relevantes, valores aproximados dos valores ideais para o futuro próximo.

Há duas características que me parecem cruciais para um bom processo de optimização. Ele deve ser dinâmico e estável.

Dinâmico:

Este é um dos ponto em que eu discordo da opinião geral. Entendo que a optimização NÃO deve ser feita para todos os mercados e todos os regimes. Isso torna-a de pouca utilidade pois não está adaptada ao período presente e futuro próximo.

A optimização tem, assim, que ser um processo dinâmico, i.e., tem que ir sendo efectuado periodicamente (no limite seria todos os dias).

Estável:

Esta característica é fundamental, se queremos que os valores dos parâmetros obtidos hoje sejam válidos no futuro próximo. É claro que não temos garantia nenhuma de que isso aconteça. No entanto, se a optimização for estável, no sentido de uma pequena variação dos valores dos parâmetros não afectar grandemente o resultado, e desde que se considere que existe um evoluir dos mercados de uma forma contínua (i.e., que as características do mercado que influem nos valores dos parâmetros não sofrem variações bruscas), os valores de hoje deverão servir para o futuro próximo.

Com base nestes pressupostos, eu seria levado a propor o seguinte procedimento:

1. Optimizar num número N de períodos (N depende, obviamente, do “time frame” desejado). Dividir o resultado (lucro percentual) por 2 (pode ser um valor diferente, consoante o que se pretender), obtendo o valor Lmin. Se o resultado assim obtido é insatisfatório, tentar outro método. Se for satisfatório, então
2. Procurar o conjunto dos valores dos parâmetros para os quais o resultado (lucro percentual) é superior a Lmin.
3. Localizar a região onde esses valores se aglomeram (em linguagem matemática, a zona do espaço de fase com maior hipervolume) e escolher para valores dos parâmetros os valores correspondentes ao ponto médio dessa região. Se houver poucos pontos nessa região (i.e., se o hipervolume for demasiado pequeno), voltar ao princípio e tentar outro método. Se a região for suficientemente extensa, então
4. Actualizar os valores diariamente.
5. Fazer a simulação durante um certo período de tempo e verificar os resultados.

Posto isto, refiro mais uma vez que este é um MÉTODO TEÓRICO. NUNCA O EXPERIMENTEI, pelo que não sei o que vai dar. Estou curioso por experimentar, mas gostava de conhecer críticas ou comentários.

A ideia base é não usar os valores óptimos para os parâmetros (pois esses valores são óptimos para o passado recente, não para o futuro), mas valores tais que uma pequena variação não diminua a rentabilidade.

Críticas? Comentários?

Abraço

Fernando dos Aidos
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Obrigado (2)

por Fernando dos Aidos » 6/11/2003 16:14

Enquanto escrevia o post tive mais 2 respostas.

:arrow: Kopas,

Obrigado. Esse livro já me foi recomendado como um excelente livro sobre sistemas (e não só). Por acaso já o comprei, mas ainda não o li :oops: ... Irei lá procurar o tema.

:arrow: rei do entrecosto,

Destacaria uma frase sua: "...É muito importante que o sistema seja robusto...". Absolutamente de acordo

Abraço

Fernando dos Aidos
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Obrigado

por Fernando dos Aidos » 6/11/2003 16:06

Queria agradecer a todos os que responderam a este post. As minhas desculpas pela demora, mas tive que sair logo após escrever o post e só agora posso vir ao computador.

É claro que irei ler com atenção e meditar nas vossas respostas mas deixo apenas uns breves comentários

:arrow: Flying Turtle,

Obrigado por me chamares a atenção para esse post. Já não me lembrava dele (e até é bastante recente). Sem dúvida que contém material interessante para o assunto que me interessa.

:arrow: Pertinente,

Gostei de ler a tua opinião. De facto, eu pretendo efectuar uma optimização pela via computacional e os problemas que tu levantas são os que eu gostaria de eliminar com uma metodologia de optimização devidamente escolhida. Só há uma frase com que não concordo. Dizes que "... o ideal é que o sistema seja rentável já antes da optimização...". Não concordo porque a optimização deverá fazer parte do sistema (no caso do exemplo que eu dei no post inicial, um sistema possível será o cruzamento de médias móveis). A escolha dos períodos é essencial para saber se o sistema é rentável ou não.

:arrow: Cem,

Sim, confesso. Embora eu já andasse há algum tempo para escrever este post, foi a tua intervenção no post da nossa querida patinha que me levou a fazê-lo agora. Isto porque sei que és uma das pessoas que eu conheço com mais experiência em sistemas mecânicos. No entanto (desculpa a franqueza) não abordaste a questão que me preocupa e que é o facto de a optimização se fazer para valores passados e a sua aplicação ocorrer em valores futuros. Como minimizar este inconveniente?

:arrow: cctrader,

Que me perdoem os outros intervenientes, mas é com muito, muito prazer que vejo entre nós um dos melhores intervenientes do antigo forum do emerging-trade: o Researcher (ainda por cima já vi que também te interessas por ciclos...).

O teu post foi o que mais me fez (e faz) pensar. Se bem entendi, para desenvolver um método, começas por considerar entradas aleatórias e o método é que efectua a gestão da tua posição. Automaticamente terás uma percentagem de acertos na entrada de 50%. Só depois de teres um método rentável é que estudas uma entrada mais vantajosa.

Achei mesmo muito interessante.

Só não entendi o que significam MAE e MFE (desculpa a ignorância...).Podias explicar?

:arrow: One,

Obrigado pela referência. Não conheço (e já vi que o cctrader não é da mesma opinião que tu) mas fiquei curioso.


Bom... eu tenho pensado um pouco acerca disto e tenho uma opinião MERAMENTE TEÓRICA (nunca a experimentei de modo que... vale o que vale). Irei colocá-la mais tarde neste post. Se depois alguém a quiser criticar, eu gostaria imenso de ler essas críticas.

Um abraço a todos e, mais uma vez, o meu obrigado.

Fernando dos Aidos
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por rei do entrecosto » 6/11/2003 16:05

acrescentaria que:

-Quantos mais forem os activos usados para os testes e quantos mais anos de dados existirem, menos problemas teremos de optimizar demasiado e haver curve-fiting. É muito importante que o sistema seja robusto (funcione no futuro com condições de mercado diferentes).

rei
rei do entrecosto
 

por Kopas » 6/11/2003 15:41

Este livro traz umas coisitas sobre optmizações, e não só, pessoalmente acho uma boa compra "Trading Systems and Methods- by Perry J. Kaufman".


http://www.amazon.com/exec/obidos/tg/de ... e&n=507846


Um abraço,
Kopas
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hummm

por cctrader » 6/11/2003 14:51

Eu tenho esse livro... Não recomendo. :?
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Livro

por One » 6/11/2003 14:46

Design, Testing, and Optimization of Trading Systems - Robert Pardo

boas leituras
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Sistema

por cctrader » 6/11/2003 11:41

Na construção de um sistema acho que o ponto mais importante será o da construção de um plano de money management sólido.

Nos meus sistemas, tentei sempre começar pelas regras de MM, colocando o mesmo a funcionar baseado em entradas aleatórias. Serão os resultados do sistema nesta fase inicial que me fazem passar à 2ª fase, ou seja, a escolha de um método de entrada. Qualquer que seja a entrada, ela terá que atingir uma margem de acerto superior a 65%, o que juntamente com as regras de MM, colocam o sistema apto para passar à 3ª fase.

A última fase irá passar pelo estudo dos MAE, MFE, drawdown e Sharp Ratio.

PS: As saídas dos meus sistemas são sempre baseadas no dinheiro e nunca na tecnica ou no padrão.

E voilá... parece fácil, mas não é.


Um Abraço


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Granda Aidos!

por Cem » 6/11/2003 11:39

Viste-me aqui numa de desportiva a mandar umas larachas à nossa amiga Patolas e meteste logo a colher!
Pois tá bem, como hoje abri aqui uma excepção e estava para aqui bem disposto, vou procurar responder-te.
Em primeiro lugar concordo com a sequência correcta dos 3 pontos que frisaste: a escolha da ideia e estratégia a seguir, escolha dos indicadores mais adequados ao estilo e time-frame de cada um, os testes e afinações para o número de sessões nos indicadores que te optimizam a relação profit/loss e finalmente o money management dinâmico que tem de ir sendo ajustado em função dos resultados acumulados obtidos.
Como sabes eu uso 3 tipos de indicadores:
A) Os tendenciais, que são ponderados em função da sua performance de rentabilidades obtidas isoladamente nos testes, e que se distribuem 3 escalas temporais distintas: curto/médio prazo, médio prazo ( as melhores e consequentemente com maior peso decisório dentro do sistema) e longo prazo.
B) Os oscilatórios, que são igualmente uma média de escalas temporais diferentes que, em relação aos tendenciais diria que variam de curto/médio até médio prazo.
C) Os que medem o tipo de mercado predominante: se o comportamento é mais do tipo tendencial ou lateral. Se for este o último caso evidentemente que o sistema de trading vai-me usar com um maior peso ponderal os indicadores oscilatórios que indiquei atrás.
Portanto, diria que, uma vez que uso múltiplos indicadores de oscilação em diferentes time-frames, que os testes de optimização profit/loss acabaram por incidir em pacotes de escalas relativas, testando por exemplo num cenário A um pacote usando médias de osciladores de 8, 13, 21, 34 e 55 ( números de Fibonacci!) sessões em contraponto a um cenário B em que eram testados médias de osciladores
de 5, 8, 13, 21 e 34 sessões. Evidentemente que estou a falar em termos figurativos porque na realidade testei para cima de 20 conjuntos diferentes de osciladores também diferentes na sua natureza e com um número de componentes igualmente distintos, de 2 a 6 osciladores!
Quanto ao money management, enfim, se tiveres um sistema bem optimizado nos parâmetros de rácio de trades lucrativas e rácio de média de trade com lucros sobre média de trade com prejuízos, em valores líquidos e descontado o slippage e comissões, e de preferência com um desvio-padrão ou variância reduzidos ao máximo, tendo sempre em conta os drawdowns ou riscos de movimentos acentuados contra as tuas posições abertas, o limite é apenas o céu...e o tempo para lá chegares com capitais exponenciados! Os mercados passam a ser um negócio de risco limitado e toda a componente emocional fica reduzida a um grau surpreendentemente baixo.
Olha, isto já vai longo e ainda tenho aqui muiiito trabalho pela frente.
Tive muita pena de não te ter podido rever e dar um grande abraço mas garanto-te que da próxima espero não faltar.
Um grande abraço para ti,
Cem
 
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por Pertinente » 6/11/2003 11:26

A optimização dos parâmetros de um sistema de trading divide normalmente os "traders mecânicos"...

Uns defendem que os sistemas não devem ser optimizados porque ao optimizar estamos a adaptar o sistema a uma realidade passada que não se manterá válida no futuro. Defendem por isso que o sistema deve dar dinheiro por ter uma boa estrutura e não por ter uns parâmetros extremamente afinados. Se quiser, os parâmetros óptimos dependem dos dados sobre os quais são afinados.

Outros defendem que se não se optimizar não se está a usar o sistema na sua plenitude e que os problemas apontados podem ser dissolvidos caso a optimização seja feita sobre um grande número de mercados e activos diferentes.

A minha opinião, dos tempos em que andei a investigar o assunto é que devemos ficar pelo meio termo. Não devemos fazer uma optimização computacional, mas manual e fazê-la sobre o maior número de activos possíveis...
Mas o ideal é que o sistema seja rentável já antes da optimização.

Boa sorte.
 
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por Flying Turtle » 6/11/2003 11:16

Olá Fernando

Eu penso que a optimização de um sistema pode e deve ser feita mas tem claros limites, porquanto existe um claro risco de "sobrecustomização". Sobre o assunto alinhei aqui alguns pontos, sendo que fui em parte rebatido pelo MarcoAnónio, mas isso já é o habitual, ele tem sempre a última palavra... :mrgreen: :lol:

Um abraço
FT
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