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Caldeirão da Bolsa

EUR/USD - a indecisão nada preocupante !!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por PLPINTO » 27/10/2003 10:12

Grafico diario USDJPY actualizado às 9.05 horas.
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caro plpinto

por homemdoswarrants » 27/10/2003 9:56

No seu comentario " as coisas iriam ficar feias para a dollar" , essas feias pressupoem valorizaçao da dollar? ou desvalorizaçao?
Estou carregado em puts, sera a possiçao correcta para essas feias?
Naquele dia ,todo o joelho se dobrará e toda a lingua confessará:
- Que Jesus Cristo é o Senhor!
 
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por PLPINTO » 27/10/2003 9:38

O USDJPY está nos minimos dos ultimos tempos...será que os 108.50 iram segurar as quedas ou será quebrado esse valor? Sendo assim as coisas iriam ficar feias para o Dolar, embora o euro também esteja com muito pouca força!
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Indecisão

por Comentador » 26/10/2003 21:42

É isto que torna extraordinariamente interessante o Forex. Mais do que analisar os câmbios, analisamos o mundo, as enormes forças económicas e políticas em movimento, que impõem equilíbrios sucessivos, numa linha sinuosa de grande amplitude de variação.

Muito boa análise, djovarius!

Um abraço

Comentador
 
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EUR/USD - a indecisão nada preocupante !!

por djovarius » 26/10/2003 19:29

Bom Domingo para todos, e óptima semana para todos !!

Nada como começar bem a semana, escrevendo-vos de São Paulo, numa bonita manhã, debaixo de um calor infernal.
Infernal vai continuar a ser a guerra entre os Bulls do Euro e do Dólar. E quanto mais tempo passarmos neste torpor (veja-se o estreitamento das Bandas de Bollinger), mais poderosa será a explosão. Quanto mais tempo ficarmos nesta dúvida entre a iminente correcção que nunca mais chega e o rompimento dos máximos (desde o nascimento do Euro), que nunca mais aparecem, mais interessante e poderosa a explosão seguinte, seja para que lado for. Há quem chame ao presente momento uma consolidação. Pode ser que sim, mas também pode ser uma indecisão. Tal como em Junho passado, parece-nos que estamos agora perante uma enorme indecisão. Mas, como tudo, para grandes males, grandes remédios. Passado este período, teremos certamente um bom movimento, para qualquer dos lados, mas em todo o caso, perfeitamente negociável, quer para daytraders, quer para quem aposta no curto e médio prazo.
Na semana passada, o inverso da semana anterior - novamente o Euro a ganhar terreno. Cerca de 1%, à medida que o Dow perdia 1%. Nas últimas 8 semanas, só em uma delas, o Dólar ganhou e mesmo assim muito pouco. Ainda assim, vimos o EUR/USD a atingir 1.1858 na sexta-feira, perto dos recentes 1.1860 !! Aqui, a possibilidade de formação de topo fica mais clara. Digamos, topo de curto prazo e mesmo de médio prazo se tomarmos em consideração que estamos perto do fim do ano, período menos propenso a grandes mexidas ou rupturas. Quem desejar, pode voltar aos tópicos recentes para verificar no gráfico de 10 anos como os primeiros semestres têm uma amplitude maior dos movimentos como já vimos. Podem também verificar o seguinte: tanto nos anos do Bull do Dólar, como agora nos anos do Bull do Euro, há sempre um belíssimo movimento a favor da tendência. Em qualquer dos anos, desde 1995 até ao presente, há sempre um movimento, seja a favor do Dólar, seja agora a favor do Euro, nos primeiros meses do ano. E foram movimentos espectaculares de 7 a 8 cêntimos e em alguns casos, mais ainda, atingindo 10, 12 ou mesmo 18 cêntimos (ver o primeiro gráfico de hoje, é um diário de 3 anos, com linhas que mostram os bons movimentos de 2001 a 2003 e julguem por vós próprios). E as hipóteses de tal acontecer novamente (tenhamos paciência) são muito fortes, pois cada vez estamos mais convictos de que o Bull do Euro (falando claro, Bear do Dólar) não deverá acabar tão cedo. É complicado extrapolar valores. Isto não é uma Bolsa de apostas, mas quando o sentimento é mau, os movimentos do mercado tendem a ser extremados. Se os mais conservadores apontam para 1.30 e os terrivelmente pessimistas "gold bugs" apontam para 1.90, talvez seja mais razoável achar o meio - 1.60 - aceitável num espaço de 4 a 6 anos, no meio de períodos conturbados de expansão económica seguidos de recessão. No meio de baixas a altas de juros, no meio de fortes rallys e quedas de acções. Mas tudo isso é demasiado distante. Não devemos fazer o mesmo que as grandes Casas de Investimento internacionais, que, quando o Euro caía a 0.85 dólares, apontavam como possível, uma queda brutal nos anos seguintes, até 0.60 !! Será que tão distintos "adivinhadores" já cairam do cavalo?
Por isso, é mais importante estudar o passado, entender o presente e antever o futuro próximo. Apenas 6 a 12 meses e já é muito.
No presente, temos mais uma cimeira, desta feita dos G-20 (G-7 mais outras países, incluindo alguns emergentes e ainda o Banco Mundial e o FMI) que termina amanhã em Morelia, México. Se a questão da dívida Iraquiana é o tema principal, também se falará dos câmbios. E novamente a questão da China vem à baila. O Secretário J. Snow terá encontros privados com autoridades monetárias Chinesas. Que belo bode expiatório os Americanos encontraram!! :roll: Saberá o sr. Neve que os Chineses também perderam 100.000 empregos no sector industrial à medida que a produtividade aumentou na China modernizada? E que o superavit comercial Chinês com os EUA, apesar de crescente, não consegue impedir que o superavit global diminua a olhos vistos. E que a balança comercial Chinesa, à medida que o país importa tecnologia e que o poder de compra aumenta, tende agora para negativo a passos largos? No fundo, os americanos já perceberam que, nesse dia, o dinheiro Chinês, em vez de se valorizar pode até perder o valor, ou ficar na mesma !! Por isso, neste encontro dos G-20, o discurso americano já é um pouco diferente. Já não há um foco exclusivo sobre o problema cambial. Agora, a aposta vai para um incremento das trocas comerciais no mundo. Em relação à China, pede-se mais abertura ao Comércio e ao Investimento estrangeiro - uma forma indirecta de provocar a liberalização cambial.
Mas isto também é já a "pedinchice ao vizinho". Dissimuladamente, os EUA vão tentando pela via política, o que não conseguem mais pela via dos mercados. Ocupar um espaço maior, perante a feroz concorrência dos mercados emergentes, dos grandes da Ásia e até certo ponto da Europa. Eles sabem a dimensão do problema. Os débitos públicos e privados dos Estados Unidos não têm uma solução fácil. Não haverá eternamente uma vontade do mundo que poupa em alimentar vícios dos EUA que gastam. Os mercados americanos, apesar de pujantes, não podem resolver por inteiro os problemas da Economia real. Esta, está condicionada por uma série de desequíbrios estruturais que se agravam ano após ano.
Lendo as sempre úteis crónicas sobre a bolha do crédito, de Doug Noland, um famoso "urso prudente", é fácil verificar pelos números apresentados semana após semana, que mesmo em épocas de fraco crescimento da massa monetária (como nas últimas semanas), há um crescimento visível de títulos de crédito, sobretudo hipotecário, severamente protegidos por outros títulos financeiros, numa teia de "hedging" de difícil compreensão. É crescente a posse de dívida norte-americana nas mãos de entidades não-residentes. :cry:
Quando a bola de neve atingir o seu ponto de explosão (pode levar meses, pode levar anos), a solução será dar o mais infame dos calotes - a desvalorização da moeda, solução nem sempre voluntária, antes imposta por um mercado que não perdoa nada em momentos complicados.
Já aconteceu neste mundo. Tanto no velho como no novo mundo, os problemas financeiros traduzem-se em saídas difíceis. Por isso, a confiança no Dólar perde-se. A pouco e pouco, o mercado configura-se para a inevitável desfuncionalização da moeda americana (não, também não vamos voltar às moedas de Ouro). O mundo financeiro unipolar dará lugar a um sistema mais equilibrado, onde o Dólar terá de ceder parte do seu lugar a outras moedas, sendo o Euro cada vez mais a primeira das opções como meio de pagamento internacional e moeda de reserva, isto se houver bom senso no interior da zona Euro em manter uma certa disciplina fiscal e monetária, caso contrário será o fim prematuro do Euro. :!:
E se o mercado sente os problemas, é normal que nos próximos tempos continue esse ajuste estrutural. Como sempre afirmamos, entre perdas e ganhos, fulgurantes subidas e descidas, euforias e pânicos, vai-se trilhando o caminho da perda de valor do dólar, caminho inaugurado pela inundação de dólares a que os mercados foram sujeitos.
Lembremo-nos sempre que o actor desta "novela cambial" é o Dólar... :(

Na semana anterior à que passou, ainda que de recuperação do USD face ao Euro, vimos já uma sexta-feira de força para o Euro, que se prolongou ligeiramente na semana passada. Ainda assim, têm sido constantes as falhas em atacar os máximos de Maio/Junho, dando-nos aqui a possibilidade de novo topo, como já dissemos. Os Bulls do Euro têm as cartas na mão, só começando a tremer abaixo de 1.17 e a perder o jogo abaixo de 1.15 !! É só ver o que dissemos no Domingo passado. Para já, nem a correcção esperada começou verdadeiramente, nem os máximos do ano foram sequer atacados.
Vejam no gráfico de velas diárias (3 meses) como a tendência técnica vai do neutro ao bias longo e como as Bollinger Bands se vão estreitando aos poucos, dando a entender que poderá estar a caminho um movimento mais forte !! No gráfico de velas horárias, da semana passada, temos que abaixo de 1.16 nem pensar em cair, e na explosão de quarta-feira, a subida acima de 1.17, como havíamos afirmado, dava um longo bastante interessante.
Perante isto, há que dizer o seguinte em relação à próxima semana: se na anterior, 1.17 garantia espaço para longos, esta semana, 1.1820 e sobretudo 1.1860 se quebrados em alta são espaço para o desafio a 1.1930, pelo menos, valor fundamental neste ano de 2003 !!
Resistências: 1.18/ 1.1820/ 1.1860(decisiva)/ 1.1880/ 1.1920/30 (teste máximos)

Para curtos, só abaixo de 1.17 há alguma certeza de fraqueza do euro face ao dólar.
Suportes: 1.1770/ 1.1730/ 1.17(fundamental) / 1.1640/50/ 1.1570/ 1.1550 (inversão)

Na semana que vem, mais resultados de empresas nos EUA, a temporada aproxima-se do fim e já não se esperam grandes surpresas. Mais importante será a divulgação da primeira estimativa do PIB/3º trimestre. Há quem fala em crescimento de 5%, mas também há quem especule 6 a 7% !! Seja como for, veremos como o mercado antecipará e reagirá aos números a serem divulgados quinta-feira. :|

Perante isto, o nosso ciclo semanal normal fica em:
1.1550 - 1.1930, sendo o ponto pivot 1.17
O ciclo alargado mantém-se entre:
1.15 - 1.20 (mais volátil)


Quanto às posições abertas no Euro, contratos de futuros em Chicago, temos uma ligeira diminuição de posições especulativas longas:

Longos Curtos
Large Speculators 27% 4%
Small Speculators 48% 24%
Industry Hedgers 25% 72%

Resto de bom Domingo a todos; excelente semana; bons negócios a todos os amigos especuladores/investidores !!

Um abraço
djovarius
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