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por migluso » 30/5/2011 15:06

migluso Escreveu:Não me lembro de assistir a uma campanha tão podre como esta do PS.

Os tipos não dizem nada nada nada... até enerva... olhem o que faz hoje manchete do Jornal de negócios.

Depois vêm os seus jornalistas acusarem os políticos de nada dizerem, quando são eles próprios que fazem manchetes tão podres como os próprios políticos.

Mas este PS mete nojo...
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=487587
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=487487
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=487571

PODRIDÃO... Nem imaginam o que me tenho de conter para evitar o escárnio e maldizer...


A podridão intensifica-se:
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=487611
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=487615

Estes tipos não falam nada nada nada nada do seu programa. Isto é mau demais para ser verdade.

Durante toda a campanha limitaram-se a atacar o único partido que, concorde-se com ele ou não, apresentou um programa.

Os jornalistas, quais vendedores ambulantes de pipocas feitas com milho transgénico, vivem deste circo... e é o país que temos...

Aos indecisos e abstencionistas eu pergunto: não se sentem ofendidos? Estes tipos estão, literalmente, a gozarem com a nossa cara.

PODRIDÃO... Nem imaginam o que me tenho de conter para evitar o escárnio e maldizer...
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por tonitogomez » 30/5/2011 14:16

Em que e' q os portugueses estarao a pensar???

Sócrates já entrou para a história política, mesmo que não ganhe as eleições

Mesmo que não consiga renovar o mandato como primeiro-ministro depois das eleições de 5 de Junho, José Sócrates já faz parte da história política.

A opinião é defendida num artigo do “Financial Times”, que evidencia que o partido do Governo, depois de impor medidas de austeridade, e apesar de "uma taxa de desemprego recorde, de uma profunda recessão e de um resgate financeiro que não conseguiu evitar”, se mantém num empate técnico nas sondagens com o PSD, o maior partido da oposição.

“Porque é que, numa altura em que eleitores têm muitas razões para se sentirem prejudicados por ele, Sócrates se está a dar tão bem nas sondagens?” Esta é a principal questão que o “FT” coloca.

O jornal cita um editorial do Público, que refere o facto de o Governo ser uma “excepção” àquilo que acontece pela Europa. Na Irlanda e na Espanha, as eleições têm mostrado o descontentamento face aos partidos que impuseram medidas de austeridade.

Na Irlanda, por exemplo, a força política que estava a liderar o Executivo aquando do pedido de resgate internacional, o Fianna Fáil, obteve o seu pior resultado da sua história, ao conseguir apenas 17,5% dos votos nas eleições de Fevereiro. O Fine Gael, de Enda Kenny, conseguiu 36,1%.

Há uma semana, a 22 de Maio, houve um sufrágio municipal e regional em Espanha e a força do Governo, o PSOE, “perdeu claramente as eleições”, nas palavras do próprio primeiro-ministro, José Luís Zapatero.

O “FT” cita Pacheco Pereira, do PSD, que indica ser óbvio que Sócrates não vai sofrer a “punição colossal” que foi imposta a estas forças.

A indefinição que se tem visto nas sondagens é, portanto, surpreendente. Mas tem um lado negativo, como declara Pedro Ferraz da Costa, líder do Fórum para a Competitividade, em declarações à publicação: o facto de as reformas que estão incluídas no pacote de ajuda externa poderem saír prejudicadas, caso se tenha de proceder a conversações para a formação de uma coligação.

A explicação para a forte conquista do PS, relativamente ao PSOE e ao Fianna Fáil, ainda que ainda seja medida apenas através de sondagens, pode passar pela ausência de uma posição forte de Pedro Passos Coelho. O “FT” descreve as palavras do editorial do “Público”, em que são indicadas as suas “hesitações” e “gaffes” ao longo da pré-campanha.


All predictions are wrong. Some are useful.
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Re: Os boy´s do PSD

por Pantone » 30/5/2011 13:59

Deep Puple Escreveu:Para mim , Portugal pode entrar em bancarrota.

Tanta prosa e tão pouco sumo... :roll: :roll: Deixo acima o resumo...
 
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Re: Os boy´s do PSD

por Deep Puple » 30/5/2011 13:29

xtech Escreveu:Caro Deep Purple, não venhas associar o metro do Porto aos Boys do PSD porque não é verdade.

O partido de nos levou à BANCARROTA, que é o PS, exameou a administração pública de boys, que não fazem nenhum. Estendeu os tentáculos do polvo às empresas do PSI 20 (BCP, MOTA ENGIL, PT, etc) aumentou os impostos N vezes (mentiras após mentiras) e nunca conseguiu resolver o défice, chegámos a 2011 com um défice histórico e com a maior carga de impostos de sempre.

Isto é INCOMPETÊNCIA, GESTÃO DANOSA e MENTIRA.

É por isto que os portugueses têm que PUNIR SÓCRATES.


O metro do Porto é um elefante branco com origem nos politicos do PSD.

Vejam este artigo.


EXEMPLOS DE PORTUGUESISMO, DITADO POR GENTEDIGNA E HONRADA.




É preciso é coragem, darmos as mãos, muitosacrifício colectivo e ânimo, muito ânimo.





Que se divida o esforço por todos. Que todosnós sejamos contribuintes para o esforço nacional de recuperação deste pobrepaís.





Por exemplo:





Li ontem numa revista que a Drª Judite de Sousalevava 32 anos de RTP.


Ou seja, ainda que uma funcionária públicaespecial, era paga pelo estado, por todos nós.





Dizia também a revista que a Drª Judite achouque 32 anos era uma longa vida e que tinha resolvido mudar de ares. Às vezesfaz falta. Sempre no mesmo lugar, sempre a contar os parcos tostões, cansa,claro que cansa.





Mas esta mudança de ares tem tem outros"ares" pelo meio.


Tomem nota.





Após a última entrevista da Drª Judite ao 1ºministro Sócrates (logo após a determinação do corte de 10% nos salários maiselevados da função pública), terminada a entrevista, ocorreu o seguinte diálogoem off:





- Drª Judite: Ó sr. 1º ministro! Então agoravão-me cortar 10% do meu salário...?! São 1.500 €, já viu...?!





- Sócrates: (espantado) 1.500 €....? Então asenhora está a ganhar bem...! Olhe a mim cortaram-me 500...!





- Drª Judite: ......!





Dias depois a Drª Judite fez as malas e correupara a TVI, onde não há funcionários públicos, e lhe prometeram aumentar mais osalário, juntando-se à família (Dr. Fernando Seara, que havia deixado a "ODia Seguinte" onde aboletava 1.250€ por sessão...! Não por mês...!), fintandoassim os 10% com que a queriam molestar, ao fim de 32 anos de maus ares esalários mixerucas na RTP...





Nesta hora de aperto, corações ao alto...!


Afinal ainda temos bons portugueses e gente quesente o país e está disposta a contribuir com parte dos seus magros salários.


Com portugueses assim estamos bem.


A crise passará (por cima de alguns de nós,esmagando muitos, é certo...), mas passará...!





Nota: Não se apresse a desmentir Drª Judite...Está gravado...!!! Se necessário... pomos aqui...!

Caro xtech, o nosso problema tem como principais actores os boy´s do PSD e do PS e do PP. Agora, considerar que o Sócrates é 100% do nosso défice é uma aberração só próprio de gente (PSD que está de má fé.

vejam o Rui Rio, não poupa a despesas para ter na Boavista um circuito num país que está no estdado em que está.

E lembrem~se que o Passos Coelho é um ultra liberal que vai por Portugal na miséria. Mas este Portugal para Passos Coelho não passa pela classe mais priviligiada após 25 de Abril.

Caro xtech, eu da minha parte já transferi tudo o que é meu para fora de Portugal, ecepro uma quinta que tenho no Minho.

Para mim , Portugal pode entrar em bancarrota.
 
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Re: Os boy´s do PSD

por xtech » 30/5/2011 13:21

Caro Deep Purple, não venhas associar o metro do Porto aos Boys do PSD porque não é verdade.

O partido de nos levou à BANCARROTA, que é o PS, exameou a administração pública de boys, que não fazem nenhum. Estendeu os tentáculos do polvo às empresas do PSI 20 (BCP, MOTA ENGIL, PT, etc) aumentou os impostos N vezes (mentiras após mentiras) e nunca conseguiu resolver o défice, chegámos a 2011 com um défice histórico e com a maior carga de impostos de sempre.

Isto é INCOMPETÊNCIA, GESTÃO DANOSA e MENTIRA.

É por isto que os portugueses têm que PUNIR SÓCRATES.
"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce" (F.P.)
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Os boy´s do PSD

por Deep Puple » 30/5/2011 12:56

TP1 Escreveu:
Deep Puple Escreveu:
TP1 Escreveu:Sócrates terá lido, uma única vez, o memorando que assinou?
É curioso como Sócrates conseguiu manter duas semanas de campanha baseado numa mentira. Afinal a proposta do PSD de descida da taxa social única foi afinal, antecipada e assinada, poucos dias antes, pelo Governo.

Até Julho, o percentual de corte na TSU e compensação desse valor ao nível dos impostos tem de ser, obrigatoriamente, conhecido.

Entre a mentira compulsiva e a comprovada impreparação para o cargo, por parte de Sócrates, não sei o que é pior.

Mário Soares considerou hoje que este "é o momento de não deixar cair Sócrates" e "de o pôr no sítio onde ele tem estado".

Numa longa intervenção num comício do PS no Porto em que se deteve demoradamente a elaborar sobre a crise internacional e dos seus reflexos à escala nacional, o fundador do PS considerou, já no final: "Trata-se agora de um período extremamente difícil, que é o período do pós-eleições. Há em Portugal um líder que ganhou uma experiência internacional excepcional. E conhece bem o que se está a passar na Europa, sabe como intervir, tem amigos na Europa. Essa figura é o líder do PS, José Sócrates".

E acrescentou: "E não creio que haja bom senso em Portugal se o povo português não perceber que é o momento de não deixar cair Sócrates, antes pelo contrário, que é o momento de o pôr no sítio onde ele tem estado".

"Precisamos de lutar com toda a convicção, com todo o impulso que vocês nos dão nestes comícios, para ganhar as próximas eleições. E vamos ganhar", declarou.

Ao longo da sua intervenção, Soares começou por lembrar a intervenção do PS nalguns dos principais momentos e realizações da vida nacional -- "é o principal partido estruturante da sociedade portuguesa", disse -, concentrando-se depois na crise internacional.

"A União Europeia está numa grande crise, todos os sabemos. E temos que perceber que a crise que estamos a viver desde há dois anos e depois de o governo de Sócrates ter já resolvido o problema do défice (...) foi a União Europeia que depois de a crise ter começado nos Estados Unidos, veio a assumir essa própria crise e a tem tratado de uma maneira péssima", lamentou.

"Não posso deixar de vos dizer a minha desilusão, como europeísta que sempre me considerei, que tenho com a senhora [Angela] Merkel, que vem lá da Alemanha de Leste, que esqueceu o que a Alemanha de Lesta e a unificação da Alemanha deve a todos os países europeus, incluindo Portugal, e que tem vindo a ser muito hesitante em relação a dois países fundamentais, a Grécia e a Irlanda", deplorou.

O antigo chefe de Estado lamentou também o papel dos mercados e das agências de rating que, considerou, "deviam ser ilegalizadas pelo que têm feito".

"Se Portugal vier a sofrer mais do que já sofreu com essa crise que lhe foi imposta do exterior, a verdade é que a seguir a Portugal vão outros países europeus e talvez a própria Europa", advertiu.



PIOR SÓ A ELEIÇÃO DE PASSOS COELHO, um ultra liberal, inexperiente e um porta voz dos reformados que têm reformas acima de 5.000,00 que todos nós estamos a pagar (catroga, Campos e Cunha, Mário Soares, Bagão Félix, Marcelo Rebelo de Sousa, Ferreira Leite, Mesquita Machado e muitos outros politicos, autarcas


http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5087007.html


Deep faz favor de colocar a citação correctamente!! Isto não é o mundo de socrates...


O mundo dos Boy´s do PSD são estes.

De acordo com o “Jornal de Noticias”, o Metro do Porto está sem dinheiro para pagar as dividas.

As revelações foram feitas por Ricardo Fonseca, presidente do conselho administrativo do Metro do Porto, que apenas cumpriu um mandato na empresa.

Este indicou a sua decepção pelo congelamento da segunda fase da rede e voltou a referir a gravidade das deficiências do financiamento da empresa.

A dívida de 200 milhões de euros que a empresa possui vence em Julho, e o governo ainda não deu garantias do pagamento da mesma. O presidente diz que “o metro corre o risco de parar”, de acordo com o "Jornal de Notícias".

O mesmo disse que não iria continuar a liderar a administração da empresa por razões pessoais. “Quando o governo manifestou intenção de criar um modelo de gestão articulada entre a Metro e a STCP, disponibilizei-me para participar no grupo de trabalho para definir o novo modelo. Mas disse que não faria um novo mandato na Metro.”

Ricardo Fonseca avança que esse modelo não é para avançar já, porque embora tenha sido anunciado no final de 2010 o grupo de trabalho ainda não foi criado. “É muito provável e desejável que o novo governo pegue no projecto”, declara o Presidente.



Será que todos nós temos que pagar o metro do Porto?.

Sereá que todos nós temos que pagar as SCUT´s?

Se os portuenses querem um metro, que sejam esles a pagarem os custos desse mesmo metro.

Se os boy´s do PSD que estão na Administração do Metro do Porto quiserem ganhar rios de vencimentos que não seja á custa do estado.

Se o metro do Porto não tem dinheiro, a única solução é acabar com o metro.
 
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por migluso » 30/5/2011 12:51

Não me lembro de assistir a uma campanha tão podre como esta do PS.

Os tipos não dizem nada nada nada... até enerva... olhem o que faz hoje manchete do Jornal de negócios.

Depois vêm os seus jornalistas acusarem os políticos de nada dizerem, quando são eles próprios que fazem manchetes tão podres como os próprios políticos.

Mas este PS mete nojo...
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=487587
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=487487
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=487571

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por MiamiBlue » 30/5/2011 10:16

Uma pergunta:

Caso JS perca as eleições e saída da vida política, qual será o tacho que lhe vão dar??

Eu voto na EDP.
 
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por mfsr1980 » 30/5/2011 9:41

É um amor como o do Carlos Castro! :mrgreen:
Arrebenta-nos todos mas nós não queremos outra coisa! É até que a morte nos separe...
 
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por Be Cool » 30/5/2011 0:19

Comício no Porto
Amado entra na campanha com elogios a Sócrates
por David Dinis29 Maio 2011

Luís Amado entrou finalmente na campanha, com um elogio ao líder socialista que desfaz dúvidas: "Uma saudação muito especial, pelo seu esforço, pela sua combatividade, pela sua resistência, que fizeram de uma campanha que era para a Direita sem história, uma campanha histórica para o PS."

No púlpito de um Pavilhão de Cristal com mais de 5000 pessoas, Amado elogiou Sócrates por "conseguir unir o PS", porque "só um talento de liderança conseguiria este milagre".

Amado, que considerou esta uma "das campanhas mais difíceis" do partido, quis porém deixar vincado outro elogio, com recado para todos após o 5 de Junho. Pediu "uma atitude de diálogo e compromisso indispensáveis para combater esta crise", atitude que vêm no líder socialista, mas não nos outros: "Nenhum líder partidário teve nesta campanha a grandeza para superar as divergências pessoais".

Houve na intervenção do ainda ministro dos Negócios Estrangeiros outras lições. Uma para dentro: "O PS cometeu erros e nós cometemos erros de governação pelo inesperado desta crise". Outros para fora: "Os erros da oposição ao não saber lidar responsavelmente com a crise".

Mas sobretudo, houve um desafio a Passos e a Portas, para que acabem com a "impostura política e o acto de demagogia" de recusar falar com o líder do PS. Os erros que apontou à oposição foram vários. Desde a crise política criada no pior momento ("Podia te-lo feito seis meses antes, podia tê-lo feito seis meses depois", mas não no chumbo do PEC4). Também o erro "de não ter entendido a profundidade da crise", de entraram "numa deriva ideológica", de não terem feito a "trégua" em nome da imagem do país.

No final, voltaria o apelo ao diálogo pós-eleitoral, porque "em toda a Europa democrática, no dia a seguir às eleições, se o partido não tem maioria sentam-se e começam a discutir". E porque o PS merece essa confiança - "um partido tem que ser respeitado com dignidade. E é por isso que o PS está no combate e a disputar taco a taco estas eleições".
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por Opcard » 29/5/2011 21:55

 
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por Mares » 29/5/2011 21:15

MarcoAntonio Escreveu:Mares, ninguém consegue nem ninguém vai ler isso com essa apresentação. Mais valia colocares um link para a fonte...


MarcoAntonio,

tens razão. Ficou um pouco grande a sua apresentação neste formato.

Vou deixar então o link para que possam consultar o documento:



A Qualidade da Democracia em Portugal:
A Perspectiva dos Cidadãos



http://www.sedes.pt/multimedia/document ... rtugal.pdf


- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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por MarcoAntonio » 29/5/2011 21:03

Mares, ninguém consegue nem ninguém vai ler isso com essa apresentação. Mais valia colocares um link para a fonte...
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Mares » 29/5/2011 20:34

[quote]

A Qualidade da Democracia em Portugal:

A Perspectiva dos Cidadãos
Relatório inicial de um estudo promovido pela SEDES, com o apoio da
Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e da Intercampus
Redactor
Pedro Magalhães
(Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa)
Julho de 2009
Com o apoio de:
2
Sumário executivo
- Vários estudos utilizando dados resultantes de inquéritos por questionário
têm medido o grau de satisfação dos portugueses com a democracia e o grau
de legitimidade que conferem ao regime. Sabe-se, em geral, que desde pelo
menos os finais dos anos 80, uma percentagem elevada e estável dos
portugueses não contempla a existência de alternativas sérias à Democracia
enquanto regime (Morlino e Montero 1995). Contudo, sabe-se também que,
desde o início deste século, Portugal é um dos países da Europa Ocidental
cujos cidadãos se sentem mais insatisfeitos com o funcionamento do seu
regime democrático (Torcal e Magalhães 2009). Mas o que está por detrás
dessa insatisfação? Em relação a que aspectos e dimensões da qualidade da
democracia portuguesa somos, afinal, mais e menos críticos? São estas as
questões a que o presente estudo procura responder.
- Partindo do esquema teórico desenvolvido no âmbito do Democracy
Barometer for Established Democracies (Bühlmann, Merkel e Wessels 2007),
este estudo desenvolveu uma série de indicadores para medir as avaliações
subjectivas feitas pelos portugueses sobre a qualidade da nossa democracia
em nove dimensões: o gozo de liberdades cívicas e direitos políticos; o acesso
à justiça e a igualdade perante a lei; a igualdade de oportunidades de
participação politica; a percepção de que os eleitos atendem às expectativas
e exigências dos cidadãos; a disponibilidade de informação politica imparcial
e pluralista; o funcionamento das eleições como mecanismo de
responsabilização e de representação; a existência de “freios e contrapesos”
no sistema que impeçam abusos de poder; e a percepção de que as decisões
politicas são tomadas sem pressões externas ao processo democrático.
- Medidas as percepções dos portugueses sobre a qualidade da democracia
nestas diferentes dimensões, através de um inquérito por questionário
aplicado a uma amostra representativa dos eleitores, confirma-se que nem
todas essas dimensões suscitam avaliações negativas por parte de uma
maioria dos cidadãos. Em particular, maiorias claras avaliam o regime
positivamente do ponto de vista do exercício das liberdades de voto, de
associação e de expressão, assim como da capacidade das eleições para
recompensar e punir os governos pela sua actuação. Para alem disso, não
existem clivagens sociais e politicas claras em torno destes domínios: estas
avaliações positivas tendem a ser globalmente partilhadas pelos eleitores,
independentemente da sua posição na estrutura social ou das suas
preferências politicas e ideológicas.
- Noutros domínios, contudo, a avaliação é muito mais negativa. A justiça e do
Estado de Direito parece constituir, para os cidadãos, um dos pontos mais
críticos do funcionamento da democracia em Portugal. Maiorias muito
expressivas (mais de dois em cada três eleitores) consideram que diferentes
classes de cidadãos recebem tratamento desigual em face da lei e da
justiça, e a maioria sente-se desincentivada de recorrer aos tribunais para
3
defender os seus direitos. E mesmo no domínio da chamada
“responsabilização horizontal” – um sistema de freios e contrapesos que
evite abusos de poder – a confiança dos cidadãos parece completamente
deslocada para a Presidência da República e, em menor grau, para um órgão
designado politicamente, o Tribunal Constitucional. Em contraste, a
independência do poder judicial em relação ao poder politico não é tomada
como certa por uma maioria dos eleitores.
- O outro domínio que suscita uma muito má avaliação dos portugueses diz
respeito à “responsividade” do sistema politico, ou seja, a de saber até que
ponto a classe politica em geral e os governantes em particular atendem às
expectativas, preferências e exigências dos cidadãos. Mais de dois em cada
três eleitores partilham a percepção de não terem qualquer influência nas
decisões politicas, de que os políticos se preocupam exclusivamente com
interesses pessoais, de que a sua opinião não é tomada em conta nas
opções dos governantes e de que não há sintonia entre aquilo que
consideram ser prioritário para o país e aquilo a que os governos dão
prioridade. Estas percepções são tanto mais intensas quanto menores são os
níveis de qualificações académicas dos inquiridos.
- Há ainda outras dimensões onde a avaliação dos portugueses tende a ser
mais negativa que positiva. Predomina o cepticismo quanto às qualidades do
nosso sistema eleitoral. A maior parte dos inquiridos vê o governo como
estando condicionado por factores externos (situação económica
internacional, poderes económicos e prioridades de outros governos) em
relação aos quais a responsabilização politica democrática é impotente. E
detectam, especialmente as mulheres, uma tendencial desigualdade nas
oportunidades reais de participação politica em Portugal.
- Quais destas diferentes dimensões de avaliação da qualidade do sistema
democrático em Portugal estão mais relacionadas com a satisfação geral dos
cidadãos com o sistema? A análise dos dados revela que as dimensões
directamente ligadas ao exercício das liberdades cívicas e politicas e ao
processo eleitoral não ajudam a explicar o (baixo) grau de satisfação
genérico dos portugueses com a democracia. Isto inclui não apenas as
dimensões avaliadas mais positivamente pelos indivíduos (“liberdades” e
“responsabilização politica”) mas também uma dimensão avaliada
negativamente, a ligada à representação proporcionada pelo sistema
eleitoral.
- Pelo contrário, a dimensão mais relacionada com a (in)satisfação geral com o
funcionamento da democracia parece ser a (baixa) “responsividade”
(apercebida) da classe politica. Prevalece claramente a ideia de que os
eleitos não atendem às expectativas e interesses dos eleitores, e é essa
ideia que mais está relacionada com a percepção de uma baixa qualidade
geral do regime. As outras dimensões relacionadas com essa percepção têm
a ver com a qualidade (imparcialidade e pluralismo) da informação politica,
4
com a ideia de que as decisões do governo são condicionadas por pressões
de poderes não responsabilizáveis politicamente, com a falta de mecanismos
de responsabilização horizontal do poder e, finalmente, com o tratamento
desigual perante a lei e a justiça.
- Por outras palavras, a chamada “falácia eleitoralista” - a noção de que as
eleições e a sua regularidade são o aspecto central de qualquer avaliação da
qualidade da democracia – parece ser rejeitada pelos eleitores. Seja porque
consideram que há aspectos substantivamente mais importantes na sua
concepção do que é “uma boa democracia” seja porque a qualidade da
democracia portuguesa em torno do exercício de direitos políticos e das
eleições é “tomada como certa”, a verdade é que a (in)satisfação dos
eleitores com o regime está predominantemente relacionada, hoje, com a
avaliação que fazem da existência de incentivos dos eleitos para atenderem
aos eleitores em vez de a outros factores e prioridades, da informação
necessária para fazer boas escolhas e responsabilizar os governos e da
verificação de algumas condições básicas de cidadania, sejam elas legais ou
sociais.
5
1. Introdução
Nos últimos trinta anos, com o início da chamada “terceira vaga de democratização”
(Huntington 1991), o tema da democracia e democratização dos regimes políticos
tem estado no topo da agenda das ciências sociais, especialmente da Ciência Política
e da Economia. As causas e consequências da mudança de regimes autocráticos para
democráticos e os factores que permitem a sustentabilidade da democracia foram e
continuam a ser objecto de vasta produção académica. Contudo, à medida que um
número crescente de nações tem passado a escolher os seus líderes políticos através
de eleições livres e justas, a atenção dos investigadores tem-se também dirigido para
a necessidade de descobrir o que diferencia as democracias entre si. Esta atenção
académica não é independente, pelo contrário, do peso crescente deste tema na
agenda pública. Os alegados declínios da participação eleitoral, da confiança dos
cidadãos nas instituições políticas, da qualidade das elites políticas e dos
mecanismos de responsabilização do poder são temas recorrentes no discurso de
jornalistas e comentadores. E existe uma noção pelo menos difusa de que as bases
económicas, sociais e culturais que proporcionaram o surgimento da Democracia nos
países industrializados sofreram mutações de tal modo importantes que podem
estar a afectar os aspectos mais básicos da relação entre os cidadãos e o poder
político.
Deste forma, a qualidade do funcionamento das democracias vem-se tornando um
tópico cada vez mais relevante (O’Donnell et al. 2004; Diamond et al. 2005). Ao
longo dos últimos anos, vários estudos e projectos têm-se dedicado a elaborar
diferentes tipos de indicadores com o objectivo de medir a qualidade das
democracias (Coppedge e Reinicke 1990; Gastil 1990; Vanhanen 1997). Contudo, o
que eles conseguem em termos de extensão (a capacidade de comparar um grande
número de países entre si) comporta um preço a pagar em termos da profundidade
com que se pode analisar cada regime democrático, assim como da capacidade para
fazer distinções subtis mas relevantes entre as democracias mais desenvolvidas. Isto
tem levado à realização de projectos destinados a auditar de forma aprofundada a
qualidade da democracia nos países industrializados.
6
O projecto mais conhecido é o iniciado por David Beetham do Human Rights Center
da Universidad de Essex, o Democratic Audit, com o qual se pretendia auditar a
“saúde” da democracia no Reino Unido (Weir e Beetham, 1999). O mesmo modelo já
foi utilizado em países como o Canadá, a Itália, a Nova Zelândia ou a Austrália. A
metodologia empregada para recolher a informação baseia-se em entrevistas e
depoimentos de peritos e dados objectivos sobre, por exemplo, a produção
legislativa, o funcionamento dos tribunais e a participação eleitoral, entre outros
aspectos. Contudo, apesar das inúmeras virtudes desta abordagem, ela padece dois
problemas fundamentais. Por um lado, ao depender quase exclusivamente do juízo
de “peritos” – seja como fontes de informação seja como “avaliadores” − ela
permite que a auditoria possa, em cada caso concreto, ser completamente
capturada por uma determinada concepção normativa da Democracia, que pode por
sua vez não ser representativa das visões partilhadas pela generalidade dos cidadãos
ou dos agentes políticos. Por outro lado, ao privilegiar aspectos institucionais do
sistema político, esta abordagem negligencia um aspecto fundamental − para não
dizer o fundamental − de um regime democrático: os cidadãos e as suas percepções
e avaliações.
O projecto “Democracy Barometer for Established Democracies” (DBED), uma
parceria entre o Wissenschaftszentrum Berlin für Sozialforschung na Alemanha e o
National Centre of Competence in Research na Suíça, tem como objectivo lidar com
este problema, combinando uma série de indicadores “objectivos” utilizados no
Democratic Audit e outros projectos congéneres com indicadores “subjectivos” – as
percepções dos cidadãos - no quadro de uma agenda teórica que vem sendo
desenvolvida há vários anos pelos seus coordenadores, Marc Bühlmann, Wolfgang
Merkel e Berhard Wessels (Bühlmann, Merkel e Wessels 2007). Esta parceria foi
alargada ao Consejo Superior de Investigaciones Científicas, que desenvolveu um
inquérito-piloto já aplicado em Espanha em 2008 e 2009 (Gómez e Palácios 2008).
Este estudo, promovido pela SEDES, com o apoio da Fundação Luso-Americana para
o Desenvolvimento e da Intercampus, insere-se nesta agenda teórica e torna
Portugal um segundo pais onde foi aplicado um inquérito-piloto com o objectivo de
medir as percepções e avaliações dos cidadãos sobre a qualidade da democracia no
7
âmbito da agenda teórica do DBED. Este inquérito foi realizado junto de uma
amostra representativa da população durante o mês de Março de 2009.1
São os seus resultados que agora se apresentam neste relatório. O relatório está
dividido em cinco secções. Após esta introdução, apresentam-se os conceitos básicos
que orientaram a elaboração do inquérito, assim com os indicadores concretos
utilizados para medir esses conceitos. Na terceira secção, são apresentados os
resultados das avaliações que os cidadãos fazem da democracia portuguesa em nove
dimensões principais. Na quarta secção, faz-se uma leitura geral dos resultados e dos
seus correlatos sócio-demográficos e atitudinais, discutindo-se também em que
medida estas avaliações influenciam o grau geral de satisfação dos portugueses com
a sua democracia. A quinta e última secção retoma e sintetiza as principais
conclusões gerais do estudo.
2. De conceitos a indicadores
Qualquer tentativa de avaliar a qualidade da democracia, seja com indicadores
objectivos seja recorrendo às percepções subjectivas dos cidadãos sobre o seu
funcionamento, implica inevitavelmente a adopção de algumas premissas
normativas sobre o que a Democracia é ou deveria ser. A bibliografia sobre o tema é
muito extensa, incluindo inúmeras definições do conceito,2 assim como um
prolongado debate entre os defensores de definições mais “procedimentais” e
definições mais “substantivas” da democracia (com as segundas a presumirem alta
participação na politica ou outputs políticos que impliquem determinados impactos
sociais e económicos).
1 O inquérito foi realizado pela Intercampus entre os dias 13 e 23 de Março de 2009, junto de uma
amostra representativa da população com 18 ou mais anos residente em Portugal Continental,
constituída por um total de 1003 inquiridos. Os inquiridos foram seleccionados através do método de
quotas, com base numa matriz que cruzou as variáveis Sexo, Idade (5 grupos), Instrução (2 grupos),
Ocupação (2 grupos), Região (7 regiões GFK Metris) e Habitat/Dimensão dos agregados populacionais
(6 grupos). A informação foi recolhida através de entrevista directa e pessoal na residência dos
inquiridos.
2 Cf., por exemplo, Schumpeter 1942, Dahl 1971, ou Bobbio 1984, entre muitos outros.
8
Para efeitos deste estudo, seguindo de perto a abordagem do DBED, presumimos
que um regime não é “mais” ou “menos” democrático consoante o tipo de politicas
públicas que adopta ou os outputs concretos do sistema politico (mais ou menos
redistribuição, existência destes ou aqueles direitos sociais, económicos, ou
culturais, etc.). Isto não significa que essas politicas públicas sejam, em si mesmas,
irrelevantes ou indesejáveis. A nossa abordagem procura ser agnóstica em relação a
essa questão. E isto sucede porque prevê uma distinção entre os mecanismos
através dos quais se tomam decisões em democracia da natureza substantiva dessas
decisões. De resto, as politicas públicas e as suas consequências no que respeita à
realização de ideais de igualdade social e económica ou de liberdade do
funcionamento do mercado não são unicamente determinadas por decisões politicas
democráticas, mas também por características culturais, sociais e económicas das
sociedades. Logo, no que respeita à definição de Democracia que preside a esta
avaliação, não estamos directamente preocupados com os bens públicos alocados
pelo sistema politico, mas sim com a forma como se tomam as decisões que levam a
essa alocação. O que não significa, claro, que esta exclusão dos outputs do sistema
politico como elementos constituintes da definição de “Democracia” seja
necessariamente partilhada pelos cidadãos. Teremos oportunidade de,
precisamente, avaliar essa questão numa das secções finais deste relatório.
Por outro lado, a definição de Democracia aqui adoptada também não se restringe à
ideia de que este tipo de regime serve exclusivamente para proteger as “liberdades
negativas” individuais contra abusos de poder por parte do Estado ou como um
simples método (entre outros possíveis) através dos quais os cidadãos seleccionam
representantes seus em eleições regulares (Schumpeter 1942). As consequências
positivas do “método eleitoral” para a delegação de poder em governantes –
nomeadamente, as de aumentarem a probabilidade de que esses governantes
defendam os interesses dos cidadãos e continuem a fazê-lo assim que estão no
poder, dispondo de incentivos para não abusar do poder que lhes foi delegado – não
têm a mesma probabilidade de ocorrer em todas as circunstâncias onde haja
eleições livres e regulares. Se essas eleições ocorrerem em contextos de
desigualdade de oportunidades para influenciar o processo politico, onde se pratica
9
um tratamento substancialmente desigual pela lei e pelos tribunais e onde estão
ausentes mecanismos de responsabilização horizontal do poder politico num sistema
de freios e contrapesos, a delegação de poder de governados para governantes tem
maiores probabilidades de fracassar. Procuramos assim também evitar, nesta
abordagem da qualidade da democracia, a chamada “falácia eleitoralista”, através
da qual se privilegiam as eleições sobre todas as outras dimensões da democracia e
se ignora até que ponto elas podem conviver seja com a exclusão objectiva e
substantiva de vários interesses do processo politico seja com a possibilidade dos
agentes políticos abusarem do poder de que dispõem sem que isso comporte
necessariamente uma punição eleitoral (Karl 1995).
Em síntese, a definição operacional de Democracia com que trabalhamos contempla
a realização de três princípios básicos:
I. Liberdade, através da qual os cidadãos exercem um conjunto de direitos
fundamentais sem interferências abusiva do Estado, mas onde o Estado
assume também a responsabilidade de proteger esses direitos contra a
interferências de outros agentes;
II. Igualdade, dando a todos os cidadãos iguais oportunidades para que as suas
preferências sejam tomadas em conta no processo de tomada de
decisões politicas;
III. E Controlo, seja aquele que é exercido pelos cidadãos sobre os agentes
políticos através dos mecanismos eleitorais, seja aquele a que os órgãos
do Estado estão sujeitos por parte de outras instituições, seja ainda o
controlo que os agentes eleitos exercem de facto sobre as politicas
públicas.
A realização destes princípios básicos presume que o sistema politico democrático é
capaz de cumprir um conjunto básico de funções. O quadro 1 faz corresponder a
cada princípio genérico de funcionamento da Democracia um conjunto de funções
que devem ser cumpridas para que cada um dos princípios se realize:
10
Quadro 1. Princípios e funções de um regime democrático
Princípios Funções
Gozo de liberdades e direitos individuais Liberdade
Exercício de direitos protegidos de
interferência do Estado e acção estatal para
garantir protecção real de direitos individuais
Acesso à justiça e igualdade perante a lei
Igualdade de oportunidades para participar na
politica
Poder politico atende às expectativas, interesses e
preferências dos eleitores
Igualdade
Condições para que preferências de cada
cidadão tenham o mesmo peso na tomada de
decisões politicas Fontes alternativas e imparciais de informação
politica
Responsabilização vertical
Representação
Responsabilização horizontal
Controlo
- processo eleitoral coloca no poder
agentes que representam interesses
dos cidadãos e permite controlar o
exercício do poder;
- agentes eleitos pelos cidadãos
sujeitos a controlo e verificação das
suas acções por outras instituições
autónomas;
- agentes eleitos pelos cidadãos
exercem controlo de facto sobre
politicas públicas cidadãos
Poder efectivo para governar
11
A questão que se segue é a de saber como poderemos medimos as percepções e
opiniões dos cidadãos acerca do grau de cumprimento destas diferentes funções da
democracia num contexto concreto, neste caso, Portugal. Os quadros 2 e 3 mostram
as opções tomadas a esse respeito. A cada uma das funções da Democracia,
associámos um conjunto de variáveis, que identificam diferentes dimensões dessa
função. Cada uma dessas variáveis é medida através de respostas a várias perguntas
colocadas num inquérito aplicado a uma amostra representativa da população
eleitora. São estes os indicadores empíricos que utilizamos para medir o grau de
cumprimento das diferentes funções da Democracia tal como percepcionado pelos
eleitores.
12
Quadro 2. Princípios e funções da Democracia, variáveis e indicadores (Liberdade e Igualdade)
Princípios Funções Variáveis Indicadores empíricos/questões
Liberdade de expressão
Até que ponto diria que em Portugal cada um é livre para dizer aquilo que pensa?
Actualmente todas as ideias se podem expressar com liberdade (concordância)
Liberdade de associação E livre para se juntar à associação ou organização que entender?
Gozo de liberdades e direitos
individuais
Liberdade de voto E livre para votar em quem quiser sem se sentir pressionado?
Liberdade
Acesso à justiça e igualdade
perante a lei
Acesso à justiça e igualdade
perante a lei
A justiça trata ricos e pobres de forma igual (concordância)
A justiça trata de forma igual um político e um cidadão comum (concordância)
Os processos judiciais são tão complicados que não vale a pena uma pessoa
meter-se neles (discordância)
Existência de iguais direitos
para participar
Em Portugal, todos têm os mesmos direitos de participar na política, e só não o
fazem se não quiserem (concordância)
Igualdade de oportunidades
para participar na politica
(In)existência de grupos
concretos objectivamente
discriminados
Existem discriminações que dificultam a participação das mulheres na vida
política (discordância)
Existem discriminações que dificultam a participação de outros grupos sociais na
vida política (discordância)
Eficácia externa
Acha que os governantes têm em conta as opiniões dos cidadãos quando se trata
de tomar decisões?
Esteja quem estiver no poder, busca sempre os seus interesses pessoais
(discordância)
Os políticos não se preocupam muito com o que pensam as pessoas como eu
(discordância)
As pessoas como eu não têm nenhuma influência sobre o que o governo faz
(discordância)
“Responsividade”
(poder politico atende a
expectativas, interesses e
preferências dos eleitores)
Sintonia de prioridades
cidadãos/governo
Na sua opinião, qual é o principal problema que existe actualmente em Portugal?
E o segundo?
E qual acha que é o principal problema do país a que o governo português dedica
mais atenção? E o segundo?
Imparcialidade dos meios de
comunicação social
Acha que a televisão pública portuguesa, a RTP, proporciona informação
totalmente imparcial, bastante, algo, pouco ou nada imparcial sobre a política?
E as televisões privadas?
Igualdade
Informação politica
Pluralismo dos meios de
comunicação social
Em que medida acha que os meios de comunicação social reflectem a pluralidade
de opiniões que existem na sociedade?
13
Quadro 3. Princípios e funções da Democracia, variáveis e indicadores (Controlo)
Princípios Funções Variáveis Indicadores empíricos/questões
Responsabilização vertical
Eleições como mecanismo eficaz de
castigo/recompensa
As eleições funcionam bem como meio de recompensar quem governa
bem e castigar quem governa mal
Sistema eleitoral: responsabilização
de deputados
O sistema eleitoral não permite responsabilizar os deputados por aquilo
que decidem (discordância)
Representação
Sistema eleitoral: não desperdício de
votos
O sistema eleitoral prejudica demasiado os partidos mais pequenos
(discordância)
Independência do poder judicial
Em que medida acha que os juízes são independentes no exercício das suas
funções?
Responsabilização
horizontal Capacidade para travar abusos de
poder
Em que medida acha que as seguintes instituições têm capacidade para
travar um possível abuso de poder por parte do governo? Presidente da
República, Tribunal Constitucional e Provedor de Justiça.
Aplicação das leis
Em Portugal, acha que as leis acabam por ser aplicadas quase sempre,
bastantes vezes, algumas vezes, poucas vezes ou quase nunca?
Decisões autónomas em relação a
outros governos
Decisões autónomas em relação a
economia internacional
Até que ponto acha que as decisões do governo português são
condicionadas pelos interesses e pela vontade dos governos de outros
países?
E até que ponto acha que as decisões do governo português são
condicionadas pela situação económica internacional?
Controlo
Poder efectivo para
governar
Independência em relação a pressões
do poder económico
Em que medida acha que o poder político está protegido das pressões do
poder económico?
14
As respostas a estas perguntas foram analisadas do ponto de vista da sua
dimensionalidade, com recurso a análises factoriais. Nalguns casos, confirmou-se
que os indicadores avançados para medir cada uma das funções da Democracia
faziam de facto empiricamente parte de uma única dimensão. Há, contudo, vários
outros casos onde isso não sucedeu:
- No domínio da igualdade de oportunidades para participar na politica, a
percepção de “direitos iguais” para todos e da (in)existência de
discriminações que dificultam a participação de determinados grupos sociais
formam dois factores distintos para os inquiridos;
- No que respeita à percepção de que o poder politico toma em conta as
preferências dos cidadãos, as respostas sobre a eficácia política externa
formaram uma dimensão distinta das ligadas à sintonia de prioridades entre
cidadãos e governo;
- No que respeita à informação politica, percepções de imparcialidade e de
pluralismo constituem também dois factores distintos;
- No domínio da responsabilização “horizontal” do poder politico, percepções
sobre a independência politica do poder judicial emergiram como um factor
distinto das avaliações sobre a capacidade de vários órgãos do Estado para
prevenirem e contrariarem abusos de poder.
- Finalmente, no que respeita ao poder efectivo para governar, percepções
sobre implementação das leis, independência em relação ao poder
económico e autonomia das decisões em relação a factores internacionais
emergiram como três factores autónomos.
Estes resultados sugerem que a dimensionalidade do conceito de Democracia para
os portugueses pode ainda ser mais complexa do que aquela que resultou
teoricamente nas nove “funções” aqui avançadas. Contudo, para sermos fieis à
conceptualização teórica do DBEB e preservarmos alguma comparabilidade futura, a
análise que se segue é feita função a função. Sempre que um conjunto de
indicadores mostrava captar uma de várias dimensões empíricas diferentes de cada
15
uma das funções, o score médio final foi calculado dando o mesmo peso a cada uma
dessas dimensões.
3. A qualidade da democracia em Portugal: principais resultados
3.1 Liberdades individuais
Um primeiro conjunto de questões visava medir até que ponto os portugueses
sentem que podem exercer livremente um conjunto de direitos cívicos e políticos
fundamentais no processo político democrático, nomeadamente os ligados à
liberdade de voto, de associação e de expressão. Os resultados, na figura 1, mostram
que uma clara maioria dos cidadãos afirma sentir-se “totalmente” ou “bastante”
livre para votar sem pressões, juntar-se à associação ou organização que entender
ou, simplesmente, “dizer aquilo que pensa”.
16
As respostas foram dadas numa escala de 5 pontos. Calculando um índice médio,
que nos permita comparar a avaliação dos portugueses no que diz respeito às
diferentes funções da Democracia abordadas neste estudo, o valor obtido para a
população nesta dimensão é de 3,9 pontos numa escala de 1 a 5. Ele é, de
resto, o valor mais alto que iremos encontrar em todo o estudo para qualquer uma
das nove funções da Democracia sob análise. Por outras palavras, o gozo de
liberdades individuais consequentes para o processo politico democrático é a
dimensão da democracia portuguesa que os inquiridos avaliam mais positivamente.
3.2 Acesso à justiça e igualdade perante a lei
Contudo, como tínhamos visto antes, o gozo dos direitos individuais pode exigir um
papel activo por parte do Estado, que garanta que esses direitos são efectivamente
protegidos em casos concretos. Um aspecto central dessa acção consiste em garantir
o acesso à justiça e tratamento igual de todos os indivíduos perante a lei e os
tribunais. E aqui, em flagrante contraste com o que se passa nas percepções sobre o
gozo de liberdades e direitos políticos, os portugueses fazem uma avaliação muito
negativa do funcionamento desta dimensão do sistema democrático. Questionados
sobre se os processos judiciais são “tão complicados que não vale a pena uma
pessoa meter-se neles”, 49 por cento (uma maioria relativa) concordam.3 E
questionados sobre se a justiça trata de forma igual um político e um “cidadão
comum”, ou de forma igual os “ricos” e os “pobres”, a discordância é maciça, como
vemos na figura 2. Estes resultados são muito semelhantes, de resto, aos
encontrados no estudo realizado em Espanha em 2008, onde 78 por cento
discordavam da ideia de que a justiça tratava “ricos e pobres de forma igual” e 82
por cento com a mesma ideia aplicada a políticos e “cidadãos comuns” (Gómez e
Palácios 2008).
3 Neste como em noutros gráficos mais adiante, a formulação apresentada para as perguntas não
corresponde sempre, na sua direccionalidade, à que foi usada no inquérito. No inquérito, existiu a
preocupação de utilizar frases quer de conotação positiva quer de conotação negativa em relação ao
funcionamento da democracia em Portugal, de forma a que possíveis enviesamentos de concordância
por parte dos eleitores se cancelassem mutuamente. Contudo, para meros fins de apresentação dos
resultados, as frases utilizadas foram alteradas sempre no sentido em que a concordância
representasse uma opinião positiva sobre a qualidade da democracia portuguesa.
17
Numa escala de 5 pontos, entre 1 e 5, o valor médio obtido para a generalidade da
amostra para esta segunda função básica de um regime democrático é de 2,3
pontos. Este é o segundo valor mais baixo que iremos encontrar para qualquer uma
das dimensões da democracia avaliadas pelos inquiridos neste estudo. Em suma, no
que respeita aos direitos cívicos e políticos, a maioria dos portugueses sente dispor
de reais liberdades políticas, mas partilha também um forte cepticismo no que
respeita à capacidade do regime para garantir o acesso dos cidadãos aos tribunais e
o seu tratamento equitativo perante a lei.
3.3 Igualdade de oportunidades de participação politica
Mesmo achando que as eleições em Portugal se processam de forma regular e que
podem exercer o seu direito de voto sem pressões, os cidadãos podem detectar
desigualdades reais na forma como estão distribuídas as oportunidades de participar
no processo politico. É essa dimensão da qualidade da democracia que procurámos
avaliar com as questões tratadas seguidamente. Como se verifica na figura 3, a
maioria dos inquiridos considera verdadeira a afirmação de que “todos gozam dos
mesmos direitos de participar na politica”. Contudo, uma minoria expressiva,
correspondente a quase um em cada três inquiridos (31 por cento) discorda dessa
18
afirmação. E colocados perante estímulos adicionais – a percepção de discriminações
que dificultem a participação das mulheres e de outros grupos sociais na politica – as
opiniões negativas tornam-se maioritárias: há mais inquiridos que detectam a
existência dessas discriminações do que aqueles que não o fazem.
Numa escala de 1 a 5, a avaliação média que os portugueses fazem sobre a igualdade
de oportunidades para a participação politica em Portugal ascende a 2,9 pontos:
uma avaliação média muito próxima do ponto central da escala, mas ainda mais
negativa que positiva.
3.4 “Responsividade” do poder politico
Um aspecto central das percepções dos cidadãos sobre a sua democracia diz
respeito à responsiveness (que traduzimos aqui por “responsividade”) do sistema
politico, ou seja, à disponibilidade dos eleitos para, na sua actuação, atenderem às
expectativas, interesses e preferências dos cidadãos (Powell 2004). O que pensam os
portugueses sobre a nossa democracia deste ponto de vista? As respostas são pouco
animadoras. Como se verifica na figura 4, maiorias muito claras, correspondendo no
19
mínimo a três em cada cinco inquiridos, discordam das noções de que os
governantes tomam muitas vezes em conta as opiniões dos cidadãos, de que o
governo é influenciado pelas preferências dos eleitores, de que os políticos se
preocupam com o que eles pensam ou de que se preocupam com outra coisa para
além dos seus interesses pessoais. Deste ponto de vista, os resultados portugueses
são ainda piores do que os encontrados no estudo espanhol de 2008, onde 68 por
cento dos inquiridos declaravam estar de acordo com a ideia de que quem está no
poder busca sempre os seus interesses pessoais (Gómez e Palácios 2008).
Noutras questões que abordavam a questão da “responsividade” política solicitavase
aos inquiridos que dissessem quais eram, na sua opinião, os dois problemas mais
importantes que existiam em Portugal, assim como, de seguida, os dois problemas
aos quais julgavam que o governo português dava mais importância na sua actuação.
Comparando as duas listas, podemos ter uma medida da percepção de sintonia
entre as preocupações e interesses dos cidadãos e aqueles que percepcionam
presidir à actuação do governo. Como se verifica na figura 5, os resultados são
globalmente negativos: para 74 por cento dos inquiridos, não há sobreposição entre
20
qualquer um dos dois problemas que sentem como sendo mais graves no país e
qualquer um daqueles que acham serem os prioritários para o governo.
Numa escala de 1 a 5, o valor médio atribuído pelos inquiridos do grau de
“responsividade” do poder politico em relação às preferências e interesses dos
cidadãos é de 2,1 pontos, o valor mais baixo para as nove funções do sistema
democrático encontrado ao longo de todo o estudo. Estes resultados estão em linha
com investigações existentes que mostram um alto grau de “distância ao poder” e
de desafeição dos portugueses em relação ao sistema politico (Cabral 1997;
Magalhães 2005).
3.5 Fontes plurais e imparciais de informação politica
Um aspecto fundamental na relação de delegação de poder entre eleitores e eleitos
consiste na disponibilidade da informação necessária para que os primeiros se dêem
conta das alternativas existentes e da forma como elas reflectem ou não as suas
preferências, assim como para recompensar ou punir governantes pelas decisões
que tomam e suas consequências. O questionário utilizado pedia aos inquiridos que
avaliassem quer o grau de imparcialidade da informação televisiva (da qual, como
sabemos de muitos outros estudos, os eleitores mais dependem para se
21
informarem) quer o grau de pluralismo da informação politica geral disponível em
Portugal. Olhando para a figura 6, é fácil constatar que, no que respeita à
imparcialidade, a maioria dos inquiridos não optou nem pela concordância nem pela
discordância. Os que o fizeram estão divididos, apesar de serem mais aqueles que
tendem a ver imparcialidade na informação transmitida pelas televisões privadas do
que aqueles que avaliam da mesma forma a informação veiculada pela televisão
pública.
Os inquiridos mostram-se também divididos no que respeita à ideia de que os meios
de comunicação social em geral reflectem bem a pluralidade de opiniões na
sociedade portuguesa. Em geral, o score médio da avaliação que os inquiridos fazem
sobre a imparcialidade e o pluralismo dos meios de comunicação social portugueses
fica nos 3 pontos em 5, ou seja, exactamente no ponto central da escala.
3.6 Eleições como mecanismo de responsabilização politica dos governos
Até que ponto julgam os portugueses que as eleições funcionam bem como
mecanismo de responsabilização politica dos governantes? Uma das perguntas no
22
inquérito abordava esta questão de forma directa: concordam os inquiridos com a
ideia de que “as eleições funcionam bem como meio de recompensar quem governa
bem e castigar quem governa mal”? 28 por cento dos inquiridos optaram por uma
resposta intermédia (não concorda nem discorda) ou pela “não resposta”. Contudo,
há uma vantagem clara, entre os respondentes, daqueles que concordam com o
bom funcionamento das eleições deste ponto de vista.
Tratando as respostas dos inquiridos como alinhando-se numa escala de 1 a 5
pontos, o valor médio para esta dimensão chega aos 3,4 pontos. Constitui, assim, a
segunda função da democracia cujo desempenho é avaliado mais positivamente
pelos inquiridos, logo a seguir, como já assinalámos, ao gozo de liberdades
individuais.
3.7 As eleições como mecanismo de representação politica
O papel das eleições numa democracia, contudo, não se esgota na capacidade de
responsabilizar politicamente os governos. Elas devem servir também para garantir
que os órgãos directa ou indirectamente eleitos são compostos agentes cujas
preferências reflectem as dos cidadãos. Duas questões colocadas no inquérito foram
utilizadas para medir as percepções dos eleitores sobre esta dimensão do
23
funcionamento da democracia portuguesa. Em particular, foram colocadas questões
sobre o sistema eleitoral que, apesar de dizerem respeito a dois aspectos distintos –
a “excessiva” penalização dos pequenos partidos e a responsabilização individual dos
deputados – mostraram pertencer, empiricamente, a uma única dimensão de
avaliação. E como vemos na figura 8, essa avaliação é predominantemente negativa:
uma clara maioria relativa dos inquiridos considera que o sistema eleitoral prejudica
excessivamente os partidos pequenos, e metade deles acha que o sistema não
permite responsabilizar os deputados pela sua actuação. Os resultados obtidos, de
resto, são exactamente iguais aos do estudo espanhol realizado em 2008 (Gómez e
Palácios 2008).
Convertidas as respostas numa escala de 1 a 5, o score médio para a dimensão
“Representação” é de 2,5 em 5 pontos, o terceiro valor mais baixo para uma
função da Democracia em todo o estudo (apenas acima das dimensões “igualdade
perante a lei” e “responsividade politica”). É curioso verificar como estes resultados,
que captam percepções subjectivas dos eleitores sobre dimensões do
funcionamento da democracia em Portugal, acabam por coincidir com as conclusões
de estudos diferentes levados a cabo sobre o comportamento eleitoral. Olhando
24
para os determinantes do voto, estes estudos têm sugerido que a capacidade dos
eleitores para punirem ou recompensarem os partidos de governo pela situação
económica ou pelo seu desempenho geral (“responsabilização politica”) é muito
superior à sua capacidade para fazerem escolhas que consistentemente reflictam as
suas preferências politicas.4 Pelos vistos, esta avaliação feita na base das escolhas
eleitorais coincide com a percepção dos próprios eleitores.
3.8 A responsabilização horizontal do poder politico
Uma das principais razões pelas quais se julga que não basta olhar para o
funcionamento das eleições para avaliar a qualidade da democracia num
determinado contexto tem a ver com o papel desempenhado pelos mecanismos de
“responsabilização horizontal” do poder politico, ou seja, a capacidade de uma rede
de agentes autónomos em relação ao governo para controlarem e punirem possíveis
abusos de poder (O’Donnell 1998; Schedler, Diamond e Plattner 1999). No
questionário utilizado, foi pedido aos inquiridos que manifestassem o seu grau de
concordância com uma série de frases sobre a capacidade do Presidente da
República, do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça para travarem
potenciais abusos por parte do governo, assim como uma avaliação do grau de
independência do poder judicial em relação ao poder politico.
Como se verifica na figura 9, o diagnóstico geral é ambivalente e varia consoante a
instituição concreta sob análise. No que respeita ao poder judicial, os inquiridos
estão divididos quanto à percepção de que seja independente do poder político, e há
mais indivíduos que se inclinam pela negativa do que pela positiva a esse respeito.
Da mesma forma, o Provedor de Justiça não é visto pela maioria como uma
instituição capaz de travar possíveis abusos de poder por parte do governo.
Percepção bem distinta, contudo, é aquela suscitada pelo papel quer do Tribunal
Constitucional quer (especialmente) do Presidente da República. Aqui, maiorias
claras concordam com a noção de que estas instituições estão preparadas para servir
de contrapeso ao papel do governo no nosso sistema politico.
4 Cf., por exemplo, Freire, Lobo e Magalhães (2004).
25
Obtido o valor médio para esta função numa escala de 1 a 5, ele é de 3 pontos,
exactamente no ponto central de uma escala de 1 a 5, reflectindo assim o contraste
entre as avaliações maioritariamente positivas feitas em relação às capacidades de
umas instituições e maioritariamente negativas em relação a outras para
funcionarem como agentes de “responsabilização horizontal” do poder.
3.9 Poder efectivo para governar
Finalmente, um regime democrático apresentará défices na sua qualidade se os
agentes nos quais os cidadãos delegaram poder através de eleições não forem
capazes de transformar as preferências dos cidadãos em politicas públicas, ou se as
acções pelas quais os cidadãos os responsabilizam não tenham resultado,
efectivamente, de decisões tomadas autonomamente por esses agentes. Por outras
palavras, o bom funcionamento da democracia exige que aqueles em que os
cidadãos delegam poder disponham realmente de uma capacidade efectiva para
governar, e não estejam excessivamente condicionados por outras forças e actores
em relação aos quais a responsabilização eleitoral seja impossível.
26
Em geral, como se vê na figura 10, a percepção dos inquiridos com posições “não
neutras” sobre a matéria inclina-se maioritariamente para que vejam o governo
português como estando condicionado na sua capacidade para implementar
decisões politicas e para as tomar sem constrangimentos colocados por factores
externos. Assim, apesar de divididos, há mais inquiridos a considerar que as leis
acabam por não ser sempre ou quase sempre aplicadas. E a maioria dos inquiridos
com posição sobre a matéria vê as decisões do governo como sendo condicionadas
pelas decisões de outros governos e, muito especialmente, pela situação económica
internacional, assim como por pressões do poder económico.
Numa escala de 5 pontos, a avaliação média feita pelos inquiridos sobre a
efectividade e autonomia do poder politico chega apenas aos 2,7 pontos, abaixo
do ponto central da escala.
27
4. Visão geral, causas e consequências
Em síntese descritiva, o que se pode então dizer sobre a maneira como os
portugueses avaliam a qualidade da sua democracia? A ideia fundamental que
resulta dos dados apresentados até agora é que essa avaliação não é
unidimensional. Como se pode verificar na figura 11, há dimensões do
funcionamento do regime democrático que os portugueses tendem a avaliar
positivamente, nomeadamente as que respeitam ao gozo de liberdades individuais e
à capacidade das eleições para castigar e recompensar devidamente os governantes
pelo seu desempenho. Em duas outras dimensões adicionais – a existência de um
sistema de freios e contrapesos capaz de travar potenciais abusos de poder e a
disponibilidade de informação politica imparcial e plural – as avaliações positivas
coexistem em igual intensidade com as avaliações positivas.
28
Contudo, nas restantes cinco dimensões sob análise - a maioria delas, portanto - a
avaliação dos portugueses tende a ser mais negativa que positiva. Os valores
encontrados são particularmente baixos em três dimensões: prevalece a percepção
de que o sistema eleitoral não permite que os órgãos eleitos reflictam
correctamente as diversidade de preferências sociais nem a responsabilização dos
deputados (“representação politica”); de que a justiça é de difícil acesso e não trata
equitativamente os cidadãos (“acesso à justiça e igualdade perante a lei”); e de que
os eleitos não tomam em conta as preferências dos cidadãos nas suas decisões
(“’responsividade’ politica”). E os inquiridos tendem a ser ainda cépticos quer em
relação à ideia de que todos têm iguais oportunidades de participação no processo
politico quer em relação à ideia de que as decisões dos órgãos eleitos são
determinadas sem constrangimentos externos ao processo eleitoral.
Que correlatos sócio-demográficos e sócio-políticos podemos encontrar para as
opiniões dos portugueses sobre estas matérias? Por outras palavras, existirão
diferenças significativas entre grupos definidos pelos seus atributos sociais e
posicionamentos políticos ou ideológicos no que respeita à sua avaliação destas
diferentes dimensões da democracia? Numa primeira abordagem a esta questão,
conduzimos uma série de análises de regressão linear, em que os scores individuais
obtidos para cada uma das nove dimensões da democracia sob análise foram
tratados com variáveis dependentes em relação às seguintes variáveis explicativas:
- Sexo do inquirido;
- Idade, em anos;
- Instrução (numa escala de sete pontos, de instrução primária incompleta até
ensino superior);
- Desempregado (uma variável muda com valores 0 e 1);
- Trabalhador manual (uma variável muda com valores 0 e 1);
- Posicionamento ideológico esquerda-direita numa escala de 0 a 10;
- Identificação partidária (cinco variáveis mudas medido identificação com o
PS, o PSD, a CDU, CDS-PP e BE).
29
O quadro 3 resume os principais resultados, assinalado as variáveis cujos
coeficientes atingiram significância estatística com p<0,05 e a direcção da relação
entre as variáveis:
30
Quadro 3. Resumo de resultados sobre correlatos das várias dimensões da democracia
Liberdades Resp.
vertical
Resp.
horizontal
Informação Participação Poder
órgãos
eleitos
Representação Acesso à
justiça e
Igualdade
perante a lei
“Responsividade”
Sexo Negativo
(mulheres)
Idade
Instrução Negativo Negativo Positivo
Desempregado Negativo
Manual Positivo
Ideologia Positivo
(direita)
Positivo
(direita)
Identificação
partidária
PS (+)
PSD (+)
PSD (-)
CDU (+)
CDU (-) PS (+)
R2
N
0,02
716
0,02
717
0,03
692
0,02
668
0,02
697
0,03
708
0,03
717
0,02
703
0,03
713
31
O dado mais evidente neste conjunto de análise é o de que, como revelam os valores
muito baixos para as variâncias explicadas pelo modelo (R2), estas atitudes em
relação às diferentes dimensões da democracia em Portugal não encontram
correlatos fortes e evidentes nesta bateria de atributos sócio-demográficos ou
políticos. Seis resultados, contudo, merecem menção:
1. Maiores níveis de instrução estão associados a uma avaliação menos positiva
das liberdades cívicas e do funcionamento das eleições como mecanismo de
responsabilização politica. No sentido contrário, é entre os menos instruídos
que mais prevalece a ideia de que os eleitos não se sentem condicionados
pelos interesses e preferências dos cidadãos;
2. Entre as mulheres, a noção de que existem desigualdades nas oportunidades
de participação no processo politico é mais prevalecente que entre os
homens. Este resultado pode ser visto em conjugação com investigação
existente sobre Portugal onde se revela uma menor propensão das mulheres
para o exercício de formas de participação politica extra-eleitorais (Baum e
Espírito-Santo 2007);
3. Os indivíduos que se posicionam ideologicamente mais à esquerda têm uma
visão mais céptica sobre o funcionamento dos mecanismos de
responsabilização politica em Portugal, sejam eles verticais (eleitorais) ou
horizontais (pesos e contrafreios);
4. Os indivíduos que se identificam com o Partido Socialista fazem uma
avaliação mais positiva do funcionamento do regime dos pontos de vista do
gozo de liberdades politicas e cívicas e da “responsividade” do poder politico.
Este resultado pode ser lido à luz de conhecidos efeitos da identificação com
o incumbent nas atitudes politicas. Curioso, contudo, é notar que esses
efeitos se detectam em apenas duas das nove dimensões sob análise, e que
são bastante modestos mesmo nesses casos;
32
5. Os indivíduos que se identificam com o Partido Social-Democrata partilham
com os que se identificam com o PS uma visão tendencialmente mais
favorável sobre as liberdades cívicas e politicas, mas são, pelo contrário, os
mais cépticos sobre o funcionamento dos mecanismos de controlo de
potenciais abusos de poder por parte do governo;
6. Indivíduos que se identificam com a Coligação Democrática Unitária (ou com
um dos partidos que a compõem) têm uma visão mais positiva sobre os
mecanismos de responsabilização horizontal, mas são mais cépticos sobre o
acesso à justiça e à igualdade perante a lei em Portugal.
Seja como for, o dado mais saliente que resulta desta análise é o facto de o
ajustamento do modelos aos dados ser sempre fraco, sugerindo que estas atitudes
são globalmente difusas entre a população e não se baseiam em claras clivagens
sociais ou políticas evidentes na nossa sociedade.
Uma questão diferente consiste em saber quais destas nove dimensões de análise do
funcionamento da democracia portuguesa acaba por ter, para os cidadãos, maior
importância para a formação de uma avaliação geral sobre o funcionamento do
regime democrático em Portugal. Vimos atrás que a maioria das dimensões desse
funcionamento é avaliada negativamente, e é sabido que, desde finais dos anos 90,
esse nível de satisfação global com a democracia tem sido particularmente baixo do
ponto de vista comparativo (Torcal e Magalhães 2009). Os resultados descritivos
deste inquérito confirmam essa ideia: apenas 11 por cento dos inquiridos afirmam
estar “totalmente” ou “bastante” satisfeitos com o funcionamento da democracia
em Portugal, enquanto 51 por cento declaram estar “pouco” ou “nada” satisfeitos.
33
Mas quais as dimensões do funcionamento da democracia que mais contribuem
para esta percepção genérica? O quadro 4 apresenta os resultados de uma análise
de regressão linear onde, para além de um conjunto de variáveis de controlo, o grau
de satisfação de cada inquirido com o funcionamento da democracia foi regredido
sobre os scores obtidos para cada uma das nove dimensões da democracia sob
análise.
34
Quadro 4. Correlatos da satisfação com o funcionamento geral da democracia
Coeficientes
estandardizados
Liberdades cívicas 0,03
Responsabilização vertical -0,01
Responsabilização horizontal 0,09*
Informação politica 0,15***
Oportunidades de participação -0,04
Poder órgãos eleitos 0,13**
Representação 0,01
“Responsividade” 0,21***
Acesso/igualdade perante lei 0,09*
Sexo -0,09*
Idade -0,01
Instrução 0,13**
Desempregado 0,04
Manual -0,05
Ideologia -0,08
Identificação PS 0,07
Identificação PSD 0,07
Identificação CDU -0,05
Identificação CDS-PP -0,03
Identificação BE -0,11**
R2
N
0,24
634
Da comparação dos valores dos coeficientes estandardizados e apreciando a sua
significância estatística, emergem várias conclusões preliminares:
1. A satisfação geral dos portugueses com o funcionamento do regime não
parece estar relacionado com aspectos ligados ao gozo de liberdade cívicas e
politicas, ao funcionamento das eleições como meio de sanção/recompensa
dos governos, à igualdade de oportunidades de participação ou até aos
aspectos ligados aos mecanismos de representação politica. Em todos estes
casos, os coeficientes não são estatisticamente significativos. Por outras
palavras, os indivíduos que se declaram menos satisfeitos com a democracia
não se distinguem dos mais satisfeitos de nenhum destes pontos de vista;
2. Distinguem-se, sim, noutras dimensões, onde os coeficientes associados são
estatisticamente significativos. Acima de tudo, a percepção de que quem
chega ao poder toma em conta as preferências e interesses dos cidadãos – a
percepção da “responsividade” do poder político – é o factor mais
relacionado o grau de satisfação geral dos cidadãos com o funcionamento do
35
regime democrático. Essa relação é positiva: quanto maior a percepção de
responsividade, maior a satisfação. Quase tão relevantes são as percepções
de imparcialidade e pluralismo da comunicação social e de baixa autonomia
dos governos em relação a constrangimentos externos, assim como, em
menor grau, sobre o funcionamento dos mecanismos de responsabilização
horizontal e de acesso à e igualdade perante a lei;
3. Finalmente, importa destacar três resultados relevantes ligados às variáveis
de controlo: entre as mulheres, entre os indivíduos com menor instrução e
entre os simpatizantes do Bloco de Esquerda, a satisfação com o
funcionamento da democracia é menor, independentemente das avaliações
que fazem sobre as várias dimensões do funcionamento do regime.
Em suma, estes resultados sugerem duas conclusões genéricas que devem ser
adicionadas àquelas que já tinham sido sugeridas pela análise meramente descritiva.
Por um lado, parece evidente que as dimensões do funcionamento da democracia
que suscitam melhores avaliações por parte dos portugueses – as que dizem
respeito ao gozo das liberdades cívicas e politicas e ao funcionamento das eleições
como mecanismo de responsabilização politica – estão também entre aquelas que
menos estão relacionadas com o seu grau de satisfação genérica com o
funcionamento do regime democrático. Dito de outra forma, aqueles aspectos em
que, do ponto de vista subjectivo e das percepções dos eleitores, a democracia
portuguesa se apresenta como sendo de “maior qualidade”, são também
irrelevantes para distinguir os portugueses do ponto de vista da avaliação do
desempenho geral do sistema. Isto não significa que as eleições ou as liberdades
cívicas sejam irrelevantes para os eleitores. Provavelmente – e esta é uma hipótese a
confirmar futuramente - elas serão vistas como aspectos “tomados como certos” no
funcionamento do sistema.
Por outro lado, os resultados tendem a corroborar, pelo lado das atitudes dos
cidadãos, os argumentos inicialmente avançados sobre necessidade de evitar a
“falácia eleitoralista” que decorre de avaliar a qualidade do regime unicamente pelo
36
lado da regularidade do processo eleitoral. De facto, essa avaliação geral, do lado
dos cidadãos, parece muito mais relacionada com percepções gerais sobre o
contexto politico, social e institucional que afecta o funcionamento do sistema entre
eleições: a imparcialidade e pluralismo da informação politica disponível, a
existência de instituições de vigilância e controlo da acção dos governos, o estado de
direito e a igualdade perante a lei, o poder efectivo exercido por órgãos eleitos e,
principalmente, a disponibilidade da classe politica eleita para reagir e atender às
preferências e interesses dos cidadãos. Isto sugere que o entendimento que a
maioria dos portugueses fará de “Democracia” e do que significa a sua “qualidade”
há-de se afastar bastante de uma visão “minimalista” do conceito focada
exclusivamente no processo eleitoral.
Será mesmo assim? O objectivo central do inquérito era o de servir como base inicial
e experimental de um “barómetro” da democracia portuguesa, pelo lado das
percepções subjectivas dos eleitores, e não tanto o de explorar o tema complexo do
“significado” de Democracia para os eleitores. Contudo, uma questão em particular
contida no inquérito permite uma abordagem preliminar desta questão. Em
concreto, os inquiridos foram questionados sobre quais eram, para sim “as duas
características essenciais numa democracia”, de entre a lista seguinte:
* “Liberdade para participar na política e criticar o governo”;
* “Partidos políticos que defendam e representem os interesses dos
cidadãos”;
* “A realização de eleições”;
* “Obrigação de que o governo dê explicações aos cidadãos sobre a sua
gestão”;
* “Um sistema judicial que trate todos por igual”;
* “Uma economia que assegure um rendimento digno para todos”.
37
A figura 13 mostra a percentagem de inquiridos que mencionou cada um destes
atributos como sendo, para si, uma das duas características fundamentais de uma
democracia:
De facto, em linha com as considerações anteriores, note-se o lugar relativamente
subordinado que a realização de eleições tem, para a maioria dos cidadãos, na sua
definição de “Democracia”: 73 por cento dos inquiridos não seleccionaram a
“realização de eleições” com um dos dois aspectos fundamentais de um regime
democrático. No mesmo sentido, os aspectos ligados às liberdades cívicas e à
participação têm uma posição ainda mais subordinada: 86 por cento optou por não
seleccionar esse atributo. Em contraste, entre as opções mais mencionadas,
encontramos algumas que não estão directamente ligadas ao processo eleitoral: a
obrigação de que os governos prestem contas e dêem informação aos cidadãos e a
igualdade perante a lei e a justiça. E mais curioso ainda é o facto de a característica
mais mencionada – por metade dos inquiridos – daquilo que deve ser uma
Democracia estar menos ligado aos os inputs do sistema politico ou com os
procedimentos de tomada de decisões do que aos seus outputs: “uma economia que
assegure um rendimento digno para todos”.
Naturalmente, não se pode excluir que este padrão de respostas esteja altamente
influenciado pelo contexto de crise económica generalizada em que vivemos e que já
38
se tinha manifestado plenamente à data do trabalho de campo (Março de 2009).
Contudo, a verdade é que os resultados de inquéritos anteriores também já
sugeriam que, para os portugueses, a dimensão “procedimental” do conceito de
Democracia é indissociável de uma dimensão “substantiva”, ligada a aspectos como
o bem-estar económico e a diminuição das desigualdades (Magalhães 2004).
Independentemente da opção de partida deste estudo – a de avaliar a “qualidade da
democracia” na base de uma definição procedimental do conceito e mais ligada aos
inputs do sistema politico – estes resultados sugerem que, nas atitudes dos cidadãos,
a separação entre as regras do jogo democrático e os desejados produtos da
deliberação democrática, é muito menos vincada do que assumimos inicialmente
num plano meramente teórico e normativo. Isto torna-se especialmente relevante
quando observamos que, ao contrário do que se poderia pensar, não existe uma
clivagem politica a este nível: a propensão dos indivíduos para destacarem uma
dimensão “económica” e de “bem-estar” da democracia não varia consoante o
posicionamento ideológico dos indivíduos nem consoante a sua identificação
partidária. E implica que repensemos, futuramente, quais os pressupostos
normativos de que devemos partir para uma análise sobre a “qualidade” da
democracia do ponto de vista dos cidadãos.
5. Conclusões
Hoje em dia, há claramente mais portugueses a avaliar o funcionamento do regime
democrático de forma negativa do que aqueles que o fazem positivamente. 51 por
cento dos portugueses diz-se “pouco” ou “nada” satisfeito com esse funcionamento,
e as opiniões claramente positivas são quase residuais (11 por cento). Isto não é
novidade, à luz de muitos estudos e inquéritos conduzidos ao longo dos últimos
anos. Mais inovadora, contudo, é a possibilidade de apreciarmos, com os dados que
resultam deste inquérito, quais são especificamente as dimensões do
funcionamento do regime que são vistas mais positivamente ou mais negativamente
pelos portugueses. Inicialmente, identificámos nove funções essenciais de um
regime democrático, derivadas do cumprimento de três princípios básicos:
Liberdade, Igualdade e Controlo. Elaborámos depois um conjunto de indicadores que
39
visavam medir a forma como os portugueses avaliam o funcionamento da
democracia portuguesa nessas nove dimensões.
Todos os dados resultantes do inquérito são susceptíveis de virem a ser analisados
de forma bem mais aprofundada, seja do ponto de vista teórico seja do ponto de
vista da análise estatística. Todas as conclusões devem, por isso, ser encaradas como
preliminares num relatório desta natureza. Contudo, as primeiras análises descritivas
e correlacionais sugerem que, de facto, faz sentido decompor a avaliação que os
portugueses fazem da sua democracia em dimensões diferentes: ao passo que há
dimensões onde esse funcionamento é avaliado de forma globalmente positiva pela
maioria dos inquiridos, outras são avaliados de forma globalmente negativa. Entre as
primeiras, estão as dimensões ligadas ao exercício de liberdades cívicas e politicas e
à capacidade das eleições para funcionaram como mecanismo de
sanção/recompensa dos governantes.
O que sucede, contudo, é que estas dimensões mais bem avaliadas são também
aquelas que estão menos relacionadas com a avaliação geral que os portugueses
fazem do desempenho do sistema democrático. Essa avaliação encontra-se muito
mais relacionada com outros aspectos, tais como a percepção de que os eleitos
tomam de facto em conta os interesses daqueles que os elegeram, de que a
informação politica disponível é imparcial e pluralista, de que as decisões politicas
são de facto tomadas por órgãos eleitos insulados de pressões externas, de que os
cidadãos são tratados igualmente perante a lei e têm acesso fácil à justiça ou de que
o sistema politico se encontra dotado de pesos e contrafreios que limitem o abuso
de poder. E sem surpresa, é aqui que encontramos algumas das dimensões da
democracia que os portugueses avaliam mais negativamente, especialmente as que
dizem respeito ao funcionamento da justiça e à “responsividade” do poder politico.
Estes resultados não implicam que os portugueses, na avaliação que fazem da sua
democracia, julguem serem irrelevantes as dimensões directamente ligadas ao
processo eleitoral propriamente dito. Mas sugerem que uma análise do
funcionamento do regime baseado exclusivamente nas condições de exercício de
40
liberdades negativas e direitos políticos, ou na regularidade e consequências directas
das eleições em termos da manutenção ou substituição de governos, se arrisca a
passar lado daquilo que, numa democracia consolidada e estabilizada, mais parece
contar para os cidadãos. Onde os sintomas de “privação relativa” dos portugueses
em relação à Democracia – no sentido da constatação de uma discrepância entre
expectativas e realidade – parecem ser maiores, e onde mais se jogam os
sentimentos gerais em relação ao desempenho do regime, é em dimensões que
constituem o contexto social, politico e institucional no qual as eleições têm lugar: os
incentivos dos eleitos para atenderem aos eleitores em vez de atenderem a outros
factores e prioridades; a disponibilidade da informação necessária para fazer boas
escolhas e responsabilizar os governos; e as condições básicas de cidadania, sejam
elas legais ou sociais.
41
Referências bibliográficas
Baum, M. e A. Espírito Santo. 2007. "As desigualdades de género na participação
política em Portugal: uma perspectiva longitudinal". In A. Freire, M. C. Lobo e
P. Magalhães (eds.), Eleições e Cultura Política. Lisboa: Imprensa de Ciências
Sociais.
Bobbio, N. 1984. Il futuro della democrazia. Giulio Einaudi.
Bühlmann, M., W. Merkel, and B. Wessels. 2007. “The Quality of Democracy:
Democracy Barometer for Established Democracies.” NCCR Working Paper,
Zurich/Berlin: University of Zurich/Wissenschaftszentrum für Sozialforschung.
Cabral, M. V. 1997. Cidadania política e equidade social em Portugal. Oeiras: Celta
Editora.
Campbell, A. et al. 1960. The American voter. New York: John Wiley & Sons.
Coppedge, M., e W. Reinicke. 1990. “Measuring Polyarchy.” Studies in Comparative
International Development 25(1): 51-72.
Dahl, R. A. 1971. Polyarchy. New Haven: Yale University Press.
Freire, A., M. C. Lobo, e P. Magalhães (eds.). 2004. Portugal a votos: as eleições
legislativas de 2002. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.
Gastil, R. 1990. “The Comparative Survey of Freedom: Experiences and Suggestions.”
Studies in Comparative International Development 25(1): 25-50.
Gómez Fortes, B., e I. Palacios. 2008. “Una auditoría ciudadana de la calidad de la
democracia en España, 2008.” Working Paper, Consejo Superior de
Investigaciones Científicas
Huntington, S. P. 1991. The third wave: Democratization in the late twentieth
century. University of Oklahoma Press.
Karl, T. L. 1995. “The Hybrid Regimes of Central America.” Journal of Democracy 6(3):
72-86.
Magalhães, P. C. 2004. “Teorias da democracia.” In A. C. Pinto (Ed.), 25 de Abril: Os
desafios para Portugal nos próximos 30 anos. Lisboa: Presidência do Conselho
de Ministros.
Magalhães, P. C. 2005. “Disaffected democrats: Political attitudes and political action
in Portugal.” West European Politics 28(5): 973-991.
42
Morlino, L., e J. R. Montero. 1995. “Legitimacy and democracy in Southern Europe.”
In R. Gunther

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por TP1 » 29/5/2011 20:23

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Re: Este "é o momento de não deixar cair Sócrates"

por TP1 » 29/5/2011 20:18

Deep Puple Escreveu:
TP1 Escreveu:Sócrates terá lido, uma única vez, o memorando que assinou?
É curioso como Sócrates conseguiu manter duas semanas de campanha baseado numa mentira. Afinal a proposta do PSD de descida da taxa social única foi afinal, antecipada e assinada, poucos dias antes, pelo Governo.

Até Julho, o percentual de corte na TSU e compensação desse valor ao nível dos impostos tem de ser, obrigatoriamente, conhecido.

Entre a mentira compulsiva e a comprovada impreparação para o cargo, por parte de Sócrates, não sei o que é pior.

Mário Soares considerou hoje que este "é o momento de não deixar cair Sócrates" e "de o pôr no sítio onde ele tem estado".

Numa longa intervenção num comício do PS no Porto em que se deteve demoradamente a elaborar sobre a crise internacional e dos seus reflexos à escala nacional, o fundador do PS considerou, já no final: "Trata-se agora de um período extremamente difícil, que é o período do pós-eleições. Há em Portugal um líder que ganhou uma experiência internacional excepcional. E conhece bem o que se está a passar na Europa, sabe como intervir, tem amigos na Europa. Essa figura é o líder do PS, José Sócrates".

E acrescentou: "E não creio que haja bom senso em Portugal se o povo português não perceber que é o momento de não deixar cair Sócrates, antes pelo contrário, que é o momento de o pôr no sítio onde ele tem estado".

"Precisamos de lutar com toda a convicção, com todo o impulso que vocês nos dão nestes comícios, para ganhar as próximas eleições. E vamos ganhar", declarou.

Ao longo da sua intervenção, Soares começou por lembrar a intervenção do PS nalguns dos principais momentos e realizações da vida nacional -- "é o principal partido estruturante da sociedade portuguesa", disse -, concentrando-se depois na crise internacional.

"A União Europeia está numa grande crise, todos os sabemos. E temos que perceber que a crise que estamos a viver desde há dois anos e depois de o governo de Sócrates ter já resolvido o problema do défice (...) foi a União Europeia que depois de a crise ter começado nos Estados Unidos, veio a assumir essa própria crise e a tem tratado de uma maneira péssima", lamentou.

"Não posso deixar de vos dizer a minha desilusão, como europeísta que sempre me considerei, que tenho com a senhora [Angela] Merkel, que vem lá da Alemanha de Leste, que esqueceu o que a Alemanha de Lesta e a unificação da Alemanha deve a todos os países europeus, incluindo Portugal, e que tem vindo a ser muito hesitante em relação a dois países fundamentais, a Grécia e a Irlanda", deplorou.

O antigo chefe de Estado lamentou também o papel dos mercados e das agências de rating que, considerou, "deviam ser ilegalizadas pelo que têm feito".

"Se Portugal vier a sofrer mais do que já sofreu com essa crise que lhe foi imposta do exterior, a verdade é que a seguir a Portugal vão outros países europeus e talvez a própria Europa", advertiu.



PIOR SÓ A ELEIÇÃO DE PASSOS COELHO, um ultra liberal, inexperiente e um porta voz dos reformados que têm reformas acima de 5.000,00 que todos nós estamos a pagar (catroga, Campos e Cunha, Mário Soares, Bagão Félix, Marcelo Rebelo de Sousa, Ferreira Leite, Mesquita Machado e muitos outros politicos, autarcas


http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5087007.html


Deep faz favor de colocar a citação correctamente!! Isto não é o mundo de socrates...
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por carf2007 » 29/5/2011 20:10

A seguir os "Ucranianos" são transportados de volta para Lisboa

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Este "é o momento de não deixar cair Sócrates"

por Deep Puple » 29/5/2011 20:08

TP1 Escreveu:Sócrates terá lido, uma única vez, o memorando que assinou?
É curioso como Sócrates conseguiu manter duas semanas de campanha baseado numa mentira. Afinal a proposta do PSD de descida da taxa social única foi afinal, antecipada e assinada, poucos dias antes, pelo Governo.

Até Julho, o percentual de corte na TSU e compensação desse valor ao nível dos impostos tem de ser, obrigatoriamente, conhecido.

Entre a mentira compulsiva e a comprovada impreparação para o cargo, por parte de Sócrates, não sei o que é pior.


http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5087007.html


Mário Soares considerou hoje que este "é o momento de não deixar cair Sócrates" e "de o pôr no sítio onde ele tem estado".

Numa longa intervenção num comício do PS no Porto em que se deteve demoradamente a elaborar sobre a crise internacional e dos seus reflexos à escala nacional, o fundador do PS considerou, já no final: "Trata-se agora de um período extremamente difícil, que é o período do pós-eleições. Há em Portugal um líder que ganhou uma experiência internacional excepcional. E conhece bem o que se está a passar na Europa, sabe como intervir, tem amigos na Europa. Essa figura é o líder do PS, José Sócrates".

E acrescentou: "E não creio que haja bom senso em Portugal se o povo português não perceber que é o momento de não deixar cair Sócrates, antes pelo contrário, que é o momento de o pôr no sítio onde ele tem estado".

"Precisamos de lutar com toda a convicção, com todo o impulso que vocês nos dão nestes comícios, para ganhar as próximas eleições. E vamos ganhar", declarou.

Ao longo da sua intervenção, Soares começou por lembrar a intervenção do PS nalguns dos principais momentos e realizações da vida nacional -- "é o principal partido estruturante da sociedade portuguesa", disse -, concentrando-se depois na crise internacional.

"A União Europeia está numa grande crise, todos os sabemos. E temos que perceber que a crise que estamos a viver desde há dois anos e depois de o governo de Sócrates ter já resolvido o problema do défice (...) foi a União Europeia que depois de a crise ter começado nos Estados Unidos, veio a assumir essa própria crise e a tem tratado de uma maneira péssima", lamentou.

"Não posso deixar de vos dizer a minha desilusão, como europeísta que sempre me considerei, que tenho com a senhora [Angela] Merkel, que vem lá da Alemanha de Leste, que esqueceu o que a Alemanha de Lesta e a unificação da Alemanha deve a todos os países europeus, incluindo Portugal, e que tem vindo a ser muito hesitante em relação a dois países fundamentais, a Grécia e a Irlanda", deplorou.

O antigo chefe de Estado lamentou também o papel dos mercados e das agências de rating que, considerou, "deviam ser ilegalizadas pelo que têm feito".

"Se Portugal vier a sofrer mais do que já sofreu com essa crise que lhe foi imposta do exterior, a verdade é que a seguir a Portugal vão outros países europeus e talvez a própria Europa", advertiu.



PIOR SÓ A ELEIÇÃO DE PASSOS COELHO, um ultra liberal, inexperiente e um porta voz dos reformados que têm reformas acima de 5.000,00 que todos nós estamos a pagar (catroga, Campos e Cunha, Mário Soares, Bagão Félix, Marcelo Rebelo de Sousa, Ferreira Leite, Mesquita Machado e muitos outros politicos, autarcas
 
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por MarcoAntonio » 29/5/2011 20:05

Quico Escreveu:"Querida: encolhi o pavilhão!" (... ou a maior enchente do PS - Pavilhão da Académica - Coimbra)

<iframe width="640" height="510" src="http://www.youtube.com/embed/mHo7Apy5EOg" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

Via A aba de Heisenberg


LOL

O que importa é as aparências...

:mrgreen:

No outro dia num dos programas sobre a campanha via-se duas fotos da mesma situação numa "arruada" do CDS. Na verdade, não estava praticamente ninguém a seguir aquilo, mas de uma das fotos parecia uma enchente...


Quando são apanhados, soa ridículo... mas, basta pensar um bocadinho: cerca de 40% abstêm-se sequer de votar, uma parte dos que votam votam em branco e nulo e depois acresce que a semanas das eleições, são na ordem de 40 a 50% os que têm dúvidas sobre onde vão votar (não são portanto individuos de grande convicções). Como é que os partidos (quase) todos mostram e dizem que há "enchentes" em praticamente todo o lado pelo país fora quando o povo português nunca esteve tão afastado dos partidos como está hoje?

Basta pensar um bocadinho... para concluir que o que dizem e o que mostram, vale o que vale!
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Quico » 29/5/2011 19:54

"Querida: encolhi o pavilhão!" (... ou a maior enchente do PS - Pavilhão da Académica - Coimbra)

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Via A aba de Heisenberg
"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
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por ferradura » 29/5/2011 19:06

Eu concordo com Socrates.

Motivo:
Será pela minha cabeça, pela minha opinião sobre esse homem (ou pinoquio) ?
NÃO
Mas porque o homem quer ganhar o dele, e 33% do povo gosta dele independentemente do que faz ! Portanto ele faz aquilo que o deixa no poleiro !

O mais curioso, pelo que tenho visto é que são as pessoas das classes mais desfavorecidas e com poucos estudos é que gostam dele.
 
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por TP1 » 29/5/2011 18:23

Sócrates terá lido, uma única vez, o memorando que assinou?
É curioso como Sócrates conseguiu manter duas semanas de campanha baseado numa mentira. Afinal a proposta do PSD de descida da taxa social única foi afinal, antecipada e assinada, poucos dias antes, pelo Governo.

Até Julho, o percentual de corte na TSU e compensação desse valor ao nível dos impostos tem de ser, obrigatoriamente, conhecido.

Entre a mentira compulsiva e a comprovada impreparação para o cargo, por parte de Sócrates, não sei o que é pior.


http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5087007.html
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por TP1 » 29/5/2011 18:21

O Estado Social revisto: o que Sócrates quis esconder da oposição
A versão revista do Memorado da Troika, que Sócrates assinou sem informar os partidos aos quais pediu que subscrevessem o acordo pelo interesse nacional, tem afinal 23 alterações.

Sócrates continua a não querer falar da substância das alterações. Ficam mais duas, hoje dadas a conhecer na versão impressa do Correio da Manhã:

- Os portugueses vão pagar mais pelos cuidados na Saúde já em Setembro, segundo a revisão do acordo inicial com a troika;

- Os cortes nos subsídios dos transportes terão de ser apresentados até Julho.


http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5086808.html
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por Mares » 29/5/2011 16:20

Marco Martins Escreveu:Não tenho nada contra as pessoas de todos os quadrantes socias apoiarem os partidos e as políticas.

Mas discordo na totalidade que os partidos envolvam pessoas conhecidas na campanha apenas para a caça ao voto. Isto é vergonhoso e baixo.

Por isso é que o Rui Rio é um mal amado no Porto, porque apesar de ter feito um bom trabalho no saneamento das contas da câmara, não se quis envolver em "futebois"... e as pessoas não sabem diferenciar porque também não querem perceber nada de política ou economia mas sim apenas de circo e festa!

Se querem mudar Portugal para melhor, deveríamos começar por mudar a consciência e seriedade social e política.



Paulo Portas com Rui Rio para uma "reunião institucional"


O líder do CDS-PP esteve hoje numa "reunião institucional" com o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio. Paulo Portas enalteceu o exemplo positivo de uma coligação onde cada partido mantém a identidade e onde a despesa está controlada. A jornalista Madalena Salema acompanhou este encontro e traz-nos os principais pormenores.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?t= ... 5349&tm=87

- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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por Marco Martins » 29/5/2011 15:19

Não tenho nada contra as pessoas de todos os quadrantes socias apoiarem os partidos e as políticas.

Mas discordo na totalidade que os partidos envolvam pessoas conhecidas na campanha apenas para a caça ao voto. Isto é vergonhoso e baixo.

Por isso é que o Rui Rio é um mal amado no Porto, porque apesar de ter feito um bom trabalho no saneamento das contas da câmara, não se quis envolver em "futebois"... e as pessoas não sabem diferenciar porque também não querem perceber nada de política ou economia mas sim apenas de circo e festa!

Se querem mudar Portugal para melhor, deveríamos começar por mudar a consciência e seriedade social e política.
 
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