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Caldeirão da Bolsa

EUR/USD - a fria realidade

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Política Monetaria

por homemdoswarrants » 21/10/2003 22:06

Agenda macro, 22 de octubre 21/10/03 19:50:16
Tipos de interés en UK.


A las 10:30 horas el Comité de Política Monetaria del Banco de Inglaterra dará su resolución sobre los tipos de interés de la libra.

Autor: María Mira Reymúndez

Desculpa, djovarios postar aqui, mas achei que é um assunto digno de salientar e sei que quem joga nesta area , é nos teus posts que procura este tip+o de informaçao
Naquele dia ,todo o joelho se dobrará e toda a lingua confessará:
- Que Jesus Cristo é o Senhor!
 
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por djovarius » 21/10/2003 22:00

Muito bem, e a luta entre Bulls e Bears vai continuar no EUR/USD.
Nas últimas horas, não se passou de um range entre os 1.1650 e os 1.169x !!

Nada a dizer. O primeiro número é agora suporte de curto prazo e 1.16 continua a ser um suporte mais importante!! A resistência de 1.17 tem ainda grande importância nesta batalha.
Já o USD continua abaixo de 110 JPY e terá dificuldades em subir de um momento para o outro.
O DOW não ajudou o dólar, claro.
Muito menos o ouro que voltou acima de 380 USD !!

Até mais
dj
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por djovarius » 21/10/2003 20:02

Pavel, gostei muito de o ler !

Bom, eu também não gosto do índice Big Mac ou da paridade do poder de compra. Podem dizer-nos que este ou aquele país é caro para turismo ou investimentos, mas não nos ajudar a negociar o Forex, que é o que queremos aqui !!
Bom, graças a ele, dá é para ver quanto a Europa está cara, mas adiante...
O facto do Euro ter subido 40% em relação aos valores do ano 2000 é significativo. Mas nada o impede de subir mais, pois a história já nos ensinou que uma moeda pode perder metade do seu valor em poucos anos, ou pelo contrário, duplicar o seu valor.
Quer face a outra moeda, quer face a um "cesto" de moedas".
O que acontece é que esse efeito fica mais diluido, se, em vez de dois anos, passarem, por exemplo, 5 anos !! Nesse caso, há todo um ajuste da Economia real dos países afectados positiva ou negativamente por tais flutuações cambiais !! Se esse movimento for rápido, pode gerar profundas crises e até tensões políticas. Isso já todos sabemos.
As possibilidades estão sempre em aberto na cabeça de um trader deste ou de outro mercado: podemos assistir desde um "crash" até suaves progressões.
O que está em causa é saber como actuar para tirar partido dessas realidades à medida que vão acontecendo !!!
Assim, também repito que as tendências no Forex são longas, o que já permitiu a muita gente beneficiar e negociar a queda do Euro e sua consequente recuperação. Isto é só um exemplo, entre muitos !!

Um abraço
dj
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EUR/USD

por Pavel » 21/10/2003 19:41

Só uma observação em torno de tudo isto. O Learner afirma que em termos fundamentais, isto é, PPC's, a cotação "justa" do USD é de 1.20. Gostaria de saber qual a fonte deste dado, com o qual nunca me cruzei e que intuitivamente não me parece muito verosímil (aliás, o índice Big Mac do Economist, que empiricamente se revela uma "proxy" muito razoável, aponta para um valor "justo" em torno da paridade).

Quanto à evolução do USD, eu volto a frisar aquilo que já há algumas semanas tive oportunidade de dizer aqui no fórum. SE o dólar quebrar os 1.18/1.19 (máximos históricos), tudo se torna possível. Mas... será possível que isso venha a suceder?
A verdade é que o défice corrente americano sendo um problema sério não é, nem de perto nem de longe, uma situação incontrolável e não é crível, pelos dados disponíveis, que venha a sê-lo a breve trecho (o que não é o mesmo que dizer que não é possível a prazo - como bem diz o djovarius, os mercados recordam-nos permanentemente que há que estar preparado para tudo. E a crença num possível descontrolo é o factor decisivo para que esta resistência, volto a dizê-lo, FORTÍSSIMA venha a ser ultrapassada.

De resto, de 0.83 para os 1.16 actuais vai uma valorização de 40% do EUR. É Muito; e sendo muito e situando-se próximo de uma resistência fortíssima, ainda para mais quando a situação fundamental também aponta para baixo e não para cima, faz crer, quanto a mim, que a probabilidade de estourar até 1.20 é baixa.

De todo o modo, há uma questão sobre a qual confesso saber relativamente pouco e que também me parece bastante relevante para este efeito: é que a UE não é um parceiro comercial tão importante como isso para os EUA. O resultado é que não seria por uma depreciação ainda mais significativa face ao EUR que a questão do défice corrente seria resolvida. A taxa de câmbio nominal efectiva (isto é, a média, ponderada pelo peso nas trocas com os EUA, das taxas de câmbio dos parceiros comerciais) regista uma quebra ao longo dos últimos tempos, mas bastante menos pronunciada do que os 30% de que falava face ao EUR (não tenho o valor exacto em mente, mas recordo-me de ter visto um gráfico com o mesmo)

Por tudo isto, e como sou basicamente um "fundamentalista", no sentido "analítico" do termo :), creio que, num horizonte de alguns meses, os actuais 1.1650 se situam no horizonte superior de variação do EUR/USD.

Se vou apostar o meu dinheiro neste "feeling" ou não é que é uma questão mais delicada...
 
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por djovarius » 21/10/2003 19:07

Agradeço o elogio ! :oops:

Mas não sou vendedor de banha da cobra !!
Ainda me faltam bem mais anos de estrada para poder escrever um livro sobre o assunto.
Análise ou comentários, sim, mas um livro quer-se intemporal e útil para o presente e o futuro, pelo que não pode ser tomada uma decisão dessas de ânimo leve.
Não seria honesto fazer como muitos gurus dos mercados financeiros que ganharam fortunas a escrever, sem nunca terem negociado um tostão furado.

Por isso, talvez um dia... mas obrigado pelo repto e pela atenção !!

Um abraço
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por Visitante » 21/10/2003 19:01

Gostaria de lançar-lhe um repto, porque não escreve um livro? Você é um poço de sabedoria e informação, atendendo à muito provável popularização do mercado cambial seria muito bem recebido.
Visitante
 

por djovarius » 21/10/2003 17:38

Isso é muito complexo !!
As intervenções made in Japan estão a ser progressivas e não limitadas a uma barreira em especial. Sobretudo, para prevenir movimentos rápidos de subida do JPY. Como se eles admitissem essa subida, mas devagar...
Já o Banco Central Europeu... bom, é complicado, mas para o BCE talvez houvesse um certo nervosismo também em caso de movimentos rápidos, acima de 1,25 ou até antes !!
Se as quedas do dólar se diluirem em 2, 3 ou 4 anos, talvez escapemos a graves crises financeiras !!

Veremos !!

Um abraço e renovo o convite para se juntar às largas centenas de pessoas que já aderiram ao Caldeirão !!

dj
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por Visitante » 21/10/2003 17:07

Você é uma gentileza.
Eu sei que é mera futurologia, mas para si qual o nível se segurança necessário no curto prazo, para que estejamos isentos de intervenção dos bancos centrais, tanto para o yene como para o euro?
Visitante
 

por djovarius » 21/10/2003 16:38

Boas,

Antes de mais, o dólar perdeu terreno, junto com o DOW !! Foi capaz de passar 1.1660 (proporcionando uns pips a quem entrou longo :wink: ) mas não foi o suficiente para sequer ir a 1.17 !! Veremos se tentará ainda nos próximos momentos !!
Tirando isso, nada de especial, exceptuando o facto de andarmos também a ver a guerra dos 110 no USD/JPY.

Bom, caro visitante, tem aqui um site tão interessante. Porque não se regista ? Não paga mais por isso !! :)
Para valorizar o dólar, sem ser pelas palavras de certos (ir)responsáveis, é necessário:
Crescimento económico sustentado e não induzido pelo facilitismo, para melhorar mais o sentimento e a confiança nos mercados norte-americanos, como aconteceu no fim dos anos noventa !!
Mas também seria interessante, pelo menos, défices menores, sobretudo da balança de pagamentos dos EUA.
E, porque não, atrair fluxos de capitais estrangeiros, o que, de momento, só vejo como possível, num quadro de juros ou pouco maiores, em relação à Inglaterra e à zona Euro.
E, não estou a brincar, se o mercado estiver para aí virado. São ondas de optimismo/pessimismo - estas também movem os mercados, para lá dos fundamentos.

Um abraço
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por Visitante » 21/10/2003 16:23

Olá
DJ, dessa desorientação ressalta que o dolar é um gigante dependente, e que só valorizará artificialmente? Que hipotéticos cenários seriam, além dos resultados das empresas, benéficos a uma valorização do dolar mas de forma natural.
Obrigado
Visitante
 

por djovarius » 21/10/2003 12:28

Bom dia / tarde,

Macacos me mordam... assim não tem piada ! :(
O EUR/USD está outra vez em "terra de ninguém" !!
Tentou romper em alta 1.1660, mas com tão pouca força, que acabou por falhar. Nem testa subidas a 1.17 e muito menos encosta em baixo a 1.16 !!
Fica-se pelos 1.163x à espera de alguma coisa que o faça mexer.
Até o USD/JPY andou abaixo de 110 novamente, mas voltou para o lado de cima dessa fronteira...
Interessante nas últimas horas, só a guerra de palavras, exactamente uma reacção às palavras de Snow que pretendiam ajudar o "dólar forte" com aquela ideia de que os o FED poderá subir um pouco os juros.
Com ficou revoltado? Lógico, o pessoal da renda fixa, pois aumentos de juros provocam a queda das Obrigações. Paul McCulley da Pimco considerou tais declarações "desnecessárias, sem garantia" e que só atrapalham os mercados. Segundo ele, é triste anunciar aos potenciais compradores de dívida que o Governo vai vender que os papéis que vão adquirir são para perder valor. Um tiro no pé !!

Realmente, nota-se uma certa desorientação lá para os lados da América do Norte.

Nos mercados, estas coisas começam aos poucos a cair em saco roto, em descrédito absoluto...

Vamos ver se, hoje, Wally faz mexer nos câmbios, à falta de melhor !!

Um abraço
djovarius
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por djovarius » 20/10/2003 21:56

E hoje acabou por ser uma segunda-feira muito interessante no Forex, com uma impressionante luta entre os Bulls e os Bears do dólar !!
Tivemos as tais subidas no EUR/USD, de que já falámos, seguidas de descida, cortesia do sr. Snow !
Acabámos por ver uma força final em Wall Street, que, há falta de melhor, influenciou as cotações.
Em primeiro lugar, o USD/JPY voltou acima de 110 !!
Este é o tipo de movimento que se não for invertido, dá credibilidade ao dólar no curto prazo !
Em relação ao EUR/USD, ele desceu quase uma figura em relação aos máximos do dia, estando agora abaixo do preço final da sexta-feira, o que dá uma certa coragem aos dollar bulls !
Já referimos antes quais os suportes a partir daqui.
São esses, especialmente 1.1550 e 1.15 os próximos alvos. Se isto não acontecer em breve, os bulls do Euro podem voltar a tomar conta dos eventos !!
Eles só perderão completamente a batalha (isto numa guerra que nunca acaba :? ) abaixo de 1.1450 !!

Perante isto, quem não está curto, só tem uma melhor situação para isso na quebra de 1.16 !!
Para entrada longa agora, só 1.1660 e com mais força a partir de 1.17 !!

Um abraço
djovarius
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Os 61.8%...

por Antunes » 20/10/2003 12:52

...de toda a subida estão em 0.9675 (os 50% nos 1.01), daí eu não acreditar numa queda para além desse valor mas, como disse e bem, tudo é possível.
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Bem...

por Antunes » 20/10/2003 12:47

...eu estou bear para o longo prazo mas não sou tolo! :mrgreen: Os mercados têm subido até agora e isso é um facto que não pode ser ignorado. De qualquer forma acredito em pelo menos numa correcção para os próximos tempos até ao 1º ou 2º trimestre do próximo ano, daí ter falado no 1º trimestre...

De qualquer forma tenho as minhas dúvidas sobre a correlação entre o EUR/USD e os mercados: essa correlação é mais óbvia entre obrigações e acções...
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por djovarius » 20/10/2003 12:39

Caro Antunes,

Para quem se assume (e eu gosto de quem dá a cara por uma posição, mesmo correndo o risco de errar) como Bear, até fiquei admirado pela questão !!
Mas, vejamos: esses valores são exactamente os mínimos possíveis para uma correcção, se atendermos ao ciclo que começou em 0,83 e foi a 1,19 !!
Mas, para tão próximo ?
Bom, eu até achava que os mais optimistas do dólar apostavam entre 1,05 e 1,08 ou no limite a paridade!

Pessoalmente, uma correcção até 1,05 seria o limite, mas se quebrasse em baixa esse valor, a paridade deverá segurar a cotação !!
Mas até lá... temos toda a zona entre 1,10 e 1,14 !!

É complicado, mas repito mil e uma vezes... nada é impossível neste mercado !! Até o retomar das subidas e novos máximos, como sempre temos de considerar !!

Um abraço
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djovarius...

por Antunes » 20/10/2003 12:22

djovarius Escreveu:É um pouco mais complicado, mas não impossível !!
Depende do tipo de queda. Uma coisa é uma correcção pequena. Outra coisa é uma forte correcção e um péssimo sentimento. Duas situações distintas !!
Por outro lado, chamo a atenção para o seguinte:
Os mercados americanos de acções começaram a cair em Março de 2000 e isso não impediu o dólar de subir face ao Euro até 2001 !! Porque ainda havia confiança nos EUA (até ao 11 de Setembro) e porque os títulos de renda fixa dos EUA pagavam mais do que os da zona Euro, o que deixou de acontecer depois.
Agora, num momento de renovada confiança nos EUA, pode-se verificar a tal correcção favorável ao dólar. Ao se perder tal confiança, o dólar sofre.
Reparemos que este ano, entre Março e Junho, tivemos queda do dólar enquanto Wally subiu, surpreendendo muita gente. Enquanto, a especulação accionista se antecipava aos tempos melhores que estão para vir (veremos), os restantes mercados, mais conservadores, duvidavam ainda de tal conceito !!

O mercado accionista é melhor barómetro para o Forex em dias de sentimento largamente positivo em relação aos aspectos macro !! Follow the money ! :)

Um abraço
dj


...que me diz ao intervalo [0.96-1] para o EUR/USD lá para o 1º trimestre do próximo ano?
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por Ulisses Pereira » 20/10/2003 12:02

Grande DJ!

Excelente a tua análise de fim-de-semana, hoje com uma lição de história. Eu adoro quando ouço e leio coisas sobre o passado dos mercados. Faz-me relativizar um pouco as coisas e sorrir quando percebemos que, apesar de tantas mudanças, há certas coisas que nunca mudam.

Mais uma grande, grande análise. Parabéns!

Um abraço,
Ulisses
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por djovarius » 20/10/2003 11:54

É um pouco mais complicado, mas não impossível !!
Depende do tipo de queda. Uma coisa é uma correcção pequena. Outra coisa é uma forte correcção e um péssimo sentimento. Duas situações distintas !!
Por outro lado, chamo a atenção para o seguinte:
Os mercados americanos de acções começaram a cair em Março de 2000 e isso não impediu o dólar de subir face ao Euro até 2001 !! Porque ainda havia confiança nos EUA (até ao 11 de Setembro) e porque os títulos de renda fixa dos EUA pagavam mais do que os da zona Euro, o que deixou de acontecer depois.
Agora, num momento de renovada confiança nos EUA, pode-se verificar a tal correcção favorável ao dólar. Ao se perder tal confiança, o dólar sofre.
Reparemos que este ano, entre Março e Junho, tivemos queda do dólar enquanto Wally subiu, surpreendendo muita gente. Enquanto, a especulação accionista se antecipava aos tempos melhores que estão para vir (veremos), os restantes mercados, mais conservadores, duvidavam ainda de tal conceito !!

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por Pertinente » 20/10/2003 11:36

Djovarius, acha que se o mercado americano cair o dolar pode continuar com um bias bull?
 
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por djovarius » 20/10/2003 10:32

Bom dia a todos,

Em primeiro lugar, um agradecimento ao Learner pelas palavras de apreço. Realmente (e aqui faço uma referência também às palavras de Gonçalves) a força das moedas cada vez mais é ditada por factores fortíssimos relacionados à força económica, aos fluxos de capital, emfim, como sempre digo, ao sentimento. Os défices não se podem prolongar eternamente, mas as irracionalidades podem perdurar tempo em demasia.

A noite que passou foi rica em acontecimentos. Ou melhor, em palavras !! E algumas delas, sim, movem os mercados.
Primeiro, a China admitiu a formação de um painel de especialistas para analisar a cotação da sua moeda e a possível liberalização da cotação. Conhecendo a estratégia dos Chineses, vamos arriscar desde logo que isso acontecerá nos próximos anos quando a China passar de superavits para défices comerciais (devido ao forte crescimento, espera-se tal mudança para os próximos anos) o que retirará pressão sobre a moeda.

Depois, foi o Sec. Tesouro dos EUA, John Snow. Admitiu que os Estados Unidos estão a crescer com força e que 2004 será um ano forte. Afirmou que as taxas de juro vão acabar por subir. Não se referiu claramente se se tratava do FED ou das taxas de mercado, implícitas no valor dos títulos do Tesouro Americanos. E referiu que nunca disse que queriam derrubar a cotação do dólar !!
Em todos os casos, estas declarações são positivas para a moeda americana.
E assim os mercados não perderam tempo !!

Se a semana começou com o USD a perder valor, principalmente face ao JPY, mas também face ao Euro, acabou por inverter graças a tais declarações.

Logo a abrir a sessão, subidas com uma ida à resistência de 1.1730 regressando a 1.17 !!
Essa paragem era para ter ficado, mas sairam as notícias que descrevemos acima, o que empurrou o EUR/USD para baixo até ao suporte de 1.16 !!
Aqui, recuperação. Tantas voltas para voltarmos aos valores de fecho de sexta-feira, onde estávamos há minutos atrás !!
Agora, passada a poeira, temos um pequeno bias favorável ao dólar, que necessita de confirmação ao longo do dia de hoje, mantendo-se os pressupostos que temos vindo a apresentar.

Aproveitando o ensejo, ficam os últimos dados de posições abertas em Euro no CBOT:

Long Short
Large Speculators 28% 5%
Small Speculators 51% 24%
Industry Hedgers 21% 71%

Aos poucos, os especuladores estão a fechar longos em Euro, mas ainda têm fortes posições.

Vamos então, para nós, começar a semana, esperando por uma definição de curtíssimo trazo neste par !!

Um abraço
djovarius
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Tomem atenção

por gonçalves » 19/10/2003 19:37

...ao que disse o pai do euro .O sr Mandel(parece que é assim)disse neste fim de semana em lisboa que a economia Americana é que vai liderar o crescimento económico mundial.Se assim for,podemos ter o dólar num espaço de acumulação mais ou menos nos valores actuais. O terramoto só acontecerá se a economia falhar,nesse caso, não é de excluir uma crise de proporções gigantescas provocada pela queda do dólar.muitos bancos centrais estão a abarrotar de dólares,como acontece com o Japão e de um momento para o outro perdem muito dinheiro. No expresso vem um artigo em que o governo russo já tem 25% das reservas em euros e está a pensar vender o petróleo em euros, o que pode alastrar a todo o médio oriente porque a desvalorização do dólar lhes está a provocar grandes prejuízos.quando ouço falar na flutuação livre de moedas interrogo-me se ,de facto, os Americanos tem interese nisso, porque tudo aponta que em cambio livre o dólar desce. de facto o Snow diz que quer o dólar fortemas por outro pede-se a livre flutuação.Há aqui uma contradição que só o tempo pode esclarecer
gonçalves
 

Excelente!

por Learner » 19/10/2003 17:46

Excelente análise Djovarius!

A queda do USD parece mesmo inevitável no longo prazo. Daqui a 3-4 anos é bem provável que ande perto dos 1,40.
É a evolução cíclica da moeda: demora cerca de 10 anos a completar o ciclo, pelo que o mínimo de cotação do USD deverá ocorrer lá para 2005/2006. Neste momento a taxa avaliada a valores “fundamentais”, ou seja, considerando a paridade dos poderes de compra, deveria andar na casa dos 1,20, o que quer dizer que ainda estamos abaixo desse valor de referência; como o que acontece nos ciclos é “esticar” a cotação quer para cima quer para baixo, ficando este valor de referência a ser uma espécie de média no longo prazo, ainda falta “esticar” muito para o USD atingir o seu mínimo.

A maior dificuldade está em gerir isto nos prazos mais curtos, e aí o Djovarius é mestre!

Continue a nos presentear com as suas análises.

Grande abraço

Learner
 
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EUR/USD - a fria realidade

por djovarius » 19/10/2003 13:22

Bom dia, bom Domingo para todos ! Óptima semana também !

Nas últimas duas semanas, o nosso Comentário centrou-se em alguns detalhes técnicos do Bull market do EUR/USD. Vimos como nada é linear, num movimento de subida sustentada, também não seria nas descidas. Vimos como o desafio aos máximos pode acontecer a qualquer momento, entre saudáveis correcções. Enfim, sabemos bem como a "caixa de pandora" pode ser aberta se e quando forem quebrados os máximos relativos de Junho e o potencial de correcção do USD nos próximos anos.
Hoje, vamos desafiar as expectativas, especulando sobre o nervosismo que o Forex transporta para os outros mercados. Não é por acaso que o tema é motivo de conversas entre os líderes das maiores Nações do Planeta, economicamente falando. Mesmo a Administração Bush nos EUA tem evidentes dificuldades em falar sobre o tema, conseguindo o fenómeno de defender ao mesmo tempo uma moeda forte e fraca. Para consumo interno e eleitoreiro, defende-se um dólar mais fraco para benefício do sector exportador norte-americano, utilizando-se de fantasmas e bodes expiarórios - países que manipulam o valor das suas moedas ao arrepio do mercado livre. Para consumo externo, defende-se um dólar forte, ainda que não o seja por via das cotações, mas por via de um valor intrínseco, que é a própria força económica dos Estados Unidos. Aqui, as preocupações são mais sérias e prendem-se com a necessidade de passar a mensagem de que é interessante continuar a investir nos mercados financeiros de Nova York e Chicago, condição vital para a entrada dos capitais que alimentam o défice da balança de pagamentos e a crescente dívida pública, sendo que esta é uma complicação muito grave - sem muito interesse comprador, o mercado não hesitará em desvalorizar os títulos de dívida ao ponto de exigir juros mais elevados por novos títulos, o que desorganizaria mais ainda a divída pública e a recuperação económica em andamento... mas ainda frágil nos seus fundamentos.

O que é verdadeiramente dramático para o dólar americano é a sua força e não a sua cotação. Um pouco de história neste momento: durante mais de 100 anos, até 1933, a Libra Inglesa foi a moeda de reserva internacional. Recorde-se que o padrão Ouro era utilizado amplamente. Com as dificuldades financeiras decorrentes da I Grande Guerra, a Inglaterra e outras potências europeias, abandonaram o padrão, tendo os EUA seguido o mesmo caminho em 1933 devido ao período deflacionário originado pela Grande Depressão. Aos poucos, o dólar americano vinha substituindo a Libra como moeda de reserva. Até à II Guerra Mundial, foi um triste período de tensão política e económica com forte queda do comércio internacional e dos movimentos de capitais.
Num mundo arrasado por tão trágico conflito, só os EUA tinham condições de "puxar a carroça" e assim foi após a queda da Alemanha e do Japão. Os Americanos passavam a liderar os mercados financeiros e o dólar tornava-se em definitivo a moeda de reserva, cuja convertibilidade pelo Ouro era agora parcial, ou seja, válida em operações internacionais. Nascia o Banco Mundial, o FMI e o Acordo de Bretton Woods (ainda em 1944) que determinou câmbios fixos mas ajustáveis das principais moedas face ao USD. Até ao princípio da década de 70, tudo correu da melhor maneira, até que a América começou a gerar défices, quer ao nível orçamental, quer ao nível das contas externas. Começou uma importante especulação nos mercados câmbiais, a Libra saiu da flutuação normal face ao USD à medida que a confiança do mundo na moeda americana se perdia (como podem ver, já há 30 anos se especulava sobre o colapso do dólar), seguida por outras moedas. O presidente Nixon, confrontado com défices e perda de reservas de Ouro, abandonou o padrão e em 1971 Bretton Woods saltava para o caixote de lixo da História. Em 1973 - há exactamente 30 anos - começava a flutuação livre das moedas, ditada pelos mercados, isso mesmo, o Forex que hoje temos, uma verdadeira montanha russa para a maioria das principais moedas nacionais. Ainda nos anos setenta, a estagnaflação americana originou fortes quedas do dólar, que só foram invertidas após a eleição de Reagan, situação política que elevou a abalada confiança internacional na América (o Forex também se faz de sentimento, não me canso de repetir). Se as quedas tinham sido violentas, a inversão da tendência foi mais ainda, tendo o dólar chegado a 1985 tão forte que aumentou ainda mais o défice externo dos EUA. Um factor de destabilização que acabou essencialmente pela vontade política expressa na reunião do Hotel Plaza. Acabava o dólar demasiado alto, mas não acabava a moeda de reserva internacional. Foi o maior movimento concertado de intervenção nos mercados em 30 anos de Forex moderno. O dólar perderia mais de 10% face às principais moedas dos países mais industrializados no dia a seguir ao Acordo, e nos dois anos seguintes já contabilizava a perda de metade do seu valor, seguindo-se uma perda mais suave até 1995, onde valeria pouco mais de um terço do valor de 1985 !! Os anos noventa foram conturbados, como sabemos, começando pela crise da Libra, culminando nas crises asiáticas e latino-americanas, mas também assistimos ao parto de uma criação política nova - uma moeda transnacional. O Euro veio e já se instalou entre nós ao ponto de desafiar a hegemonia do Dólar. Com maior ou menor credibilidade, com ou sem razão de existir, a verdade é que se vai tornando uma alternativa, do primeiro ao terceiro mundo, sendo que neste último, já entra nas carteiras de investimentos ao lado do Ouro e do próprio USD.

Chega de História por hoje. A lição que dela gosto de reter é a possibilidade de repetição, mesmo parcial, de acontecimentos que pareciam esquecidos. Ou que não era suposto voltarem à baila.
Quem pode dizer hoje que o dólar não perderá metade do seu valor, ainda que de forma mais lenta, tomando os máximos do ano 2000 ? Ou quem pode afirmar convictamente que não haverá um pânico vendedor num futuro não muito distante ? Nada, mas mesmo nada é impossível num mercado aberto e sensível como o nosso.
Quanto ao dólar forte, sabemos bem o que querem as autoridades norte-americanas: uma queda sustentada e lenta do dólar ao longo da presente década para devolver o equilíbrio ao sistema monetário, embora sem sobressaltos. Em suma, um dólar forte, sim, mas com um valor relativo inferior ao actual.
Mas como é complicado o Mercado satisfazer os nossos desejos. Isso vale também para os Governos, para os políticos em geral. E o mercado não obedece às convicções. Se houver a percepção de que a dívida americana é sustentável, de que a Economia retornará aos bons velhos tempos e que os juros aumentarão de uma forma "saudável", o USD terá sustentação.
Pelo contrário, se houver a percepção de que a Economia só se sustenta devido ao estimulo monetário e que os juros terão de subir por via do crescente risco inerente aos títulos americanos, seja dívida do Governo, sejam títulos hipotecários, então o mercado afastar-se-à desses papéis e da América, como um todo. Nesse caso, que nos surge como um cenário viável, o USD terá de corrigir, de um jeito mais violento e doloroso !! Talvez com medo de um processo de putrefacção rápida do papel-moeda, o FED começou, desde há semanas atrás, a diminuir drasticamente os Repos, a cedência de liquidez, originando uma forte diminuição da expansão monetária, medida pelos agregados M2 e M3 (péssima notícia para o mercado accionista, já que nos últimos 20 anos as maiores subidas em Wall Street ocorrem em momentos de expansão monetária e vice-versa :roll: ). Isto para não falar de juros que se querem baixos sob pena de cortar a expansão económica. Esta, estará no seu auge agora, cedo demais para as pretensões políticas de Bush, pelo que a única saída que resta ao seu Governo é manobrar os acontecimentos na medida do possível, tentando convencer os pareceiros económicos da Ásia a aceitar câmbios flexíveis para que os Estados Unidos não entrem em ruptura cambial, ao mesmo tempo que tentam convencê-los a adquirir "ad eternum" os seus títulos de dívida.
Só que, tudo é demasiado complexo para se resolver assim tão simples. Qualquer queda mais acentuada do USD aumenta o nervosismo. Os investidores afastam-se, cautelosamente. Isso gera mais quedas... até que o pânico toma conta da situação. À força, a América seria obrigada a realizar as reformas que tem adiado por falta de vontade política. Há já quem queira um novo Bretton Woods. E que dizer da Rússia? Vai ou não criar uma formidável instabilidade, ao querer preços do petróleo cotados em Euros? Não será uma vigança a frio pela destruição Americana de Saddam?
E nós, micro-especuladores? O nosso papel não é o de inventar, mas tão somente seguir as fortes tendências.
Seguir as tendências, para aproveitar os movimentos. Há oportunidades que podemos aproveitar. O essencial é realizar a nossa análise e colocá-la em prática. Tal como o elefante pressente a hora da sua morte, nós todos temos que pressentir a chegada dos grandes momentos do mercado. Não tentemos anteciparmo-nos a ele, basta seguir o caminho certo, percorrendo-o sem medo, mas com muita, muita atenção. Por vezes, o caminho estará mais facilitado, mas a maioria delas será tal e qual conduzir numa noite de nevoeiro. Ainda assim, mesmo com pouca visibilidade, se o caminho for o certo, tudo acabará bem. 8-)

E na semana passada, vimos finalmente um esperado ensaio de correcção à tendência primária de subidas no EUR/USD, negada apenas pelo movimento de sexta-feira. Este seria já uma "correcção da correcção"? Ou o fim da mesma, prematuramente?
Vejamos o seguinte: acima de 1.1450, os Bulls do Euro estão à frente da situação. Isso é indiscutível. Quanto à correcção, parou em 1.1550 !! Para que ela retorne, teremos que ir abaixo deste valor e atacar a casa de 1.14xx. Se isto acontecer com sucesso, a correcção deverá ir a 1.11 ou 1.12 onde deveremos retomar as subidas.
Caso estes valores de 1.14 a 1.15 não voltem a ser visitados, ou se o forem aguentarem-se à bronca, teremos a possibilidade de consolidação e regresso às subidas. Uma outra possibilidade bem forte, prende-se com nova tentativa imediata de voltar ao ataque aos máximos. Nesse caso, voltaremos a falar sobre o assunto !! Como dissemos na semana passada, podemos ver em breve 1.20 e 1.22 !! :|

Na semana que passou, o nosso ciclo semanal extremo aguentou-se bem. :)
Para entradas curtas de momento, só abaixo de 1.16 - os restantes suportes são fortes: 1.1570 - 1.1550 - 1.1530 - 1.15 e sobretudo 1.1450 (ver linhas de Fibo)
Para longos, temos forte resistência pela frente: 1.17 - 1.1730 - 1.1770 - 1.1820 - 1.1880 - 1.1930
a partir de 1.17 há a possibilidade de entrada, tomando em consideração estes valores !!

Reparem no gráfico diário como a cotação de fecho está próxima das MME de 5 e 10 dias, as quais estão juntas, indicando ali uma certa neutralidade, embora ainda num quadro de subida do Euro. Realmente, a sexta-feira baralhou as contas de uma correcção. Nada é linear e fácil por aqui !!

Perante isto, o nosso ciclo semanal normal fica em:
1.1550 - 1.1930, sendo o ponto pivot 1.17
O ciclo alargado mantém-se entre:
1.15 - 1.20 (mais volátil)

Resto de bom Domingo a todos; excelente semana; bons negócios

Um abraço
djovarius
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