Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Meu Caro Féfé - Cap.2 e Epílogo

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

comentário breve.

por sol » 21/10/2003 10:17

O seu amigo féfé, tem tido de facto muito azar.
A respeito do assunto devo dizer o seguinte, já nada me surpreende, no mundo onde a sua divagação, texto se insere, tudo o que diz no seu texto, é uma verdade de la palice, e agora, e os outros, as consequências de toda esta molhada em que nos meteram,sim porque todos somos País, e o problema, ultrapassa o campo do pessoal, nada disto é novo tem estado a apodrecer e todo o mundo, ou a grande maioria a fazer de conta que estava tudo bem, mas afinal não estava, não está, e lá por o féfé, terminar da pior forma a sua carreira, o problema não fica sanado, quantos féfé`s estão no mesmo barco, perante a justiça quntos com igual responsabilidade, se portam e teriam portado de maneiras mais ou menos idênticas, vamos todos ter fé.


sol.
 
Mensagens: 869
Registado: 17/12/2002 10:41

A Sucessão

por jarcorreia » 21/10/2003 9:58

A pergunta é: Quem vem a seguir?
Imaginemos que não havendo outra hipótese (o Vitorino está evacuando prá coisa) tem de ser a Patita a tirar a papela do saco. Imaginemos que de entre os três ou quatro nomes possíveis saí o de J. Soares. Eu, caso fosse um dos candidatos (que Deus me livre), exigia que se voltasse atrás com as papaletas. Sim porque podia muito bem a miúda estar a mentir e (quem sabe?), enquanto pestanejámos até poderia ter feito uma cabala (instigada pelo Portas claro).
Estou a ver o filme. O papel a sair do saco e o Costa a segredar ao Carrilho: "Ai kaganda Cabala".
 
Mensagens: 302
Registado: 24/7/2003 2:05

Meu Caro Féfé - Cap.2 e Epílogo

por JAS » 21/10/2003 1:18

JAS Escreveu:Há muitos anos, quando te sentavas numa carteira do Liceu Francês, eu nunca pensei que chegarias um dia a Secretário Geral de um partido político fosse ele qual fosse.

Agora já penso que nunca devias lá ter chegado. Fico triste porque eras bom rapazinho. Fico contente porque te vais ver livre do cargo rapidamente.

Faz agora 5 meses que te escrevi uma carta aberta (*1). Foi naquele dia em que prenderam o Paulo Pedroso e tu apareceste na televisão com aquela história da “cabala poitica”. Nesse dia muita gente achou mal toda aquela reacção e eu fui um deles. Muitos acharam que tinhas desculpa, que tinha sido apenas uma coisa disparatada, a quente, em defesa de um amigo. Estavam enganados. Hoje temos a certeza que estavam.

Neste fim de semana o País assistiu atónito à publicação de transcrções pormenorizadas das escutas telefónicas.

Facto grave e atentório das leis vigentes.
Não diz a lei que o que está em segredo de Justiça não pode ser divulgado? Sendo assim a sua divulgação é crime e deveria ser punida. Está claro que não o será. Mas Portugal é mesmo assim.

Eu não fiquei escandalizado com a sua divulgação. O País, com excepção de alguns políticos que não parecem viver no País real, também não me parece que tenha ficado chocado com tal facto. Não ficou porque já está habituado a que isso aconteça. O País, amante de novelas, nem perceberia porque se haveria de esconder tais factos. Os jornalistas também não.
O que ninguém percebe é porque teimam os políticos em fazer leis, ou em manter leis, que ninguém cumpre.

O caso, desta vez, envolve políticos. E envolvendo políticos já se fala em que as leis devem ser mudadas. As escutas telefónicas, legalizadas e regulamentadas por leis aprovadas pelo partido socialista, passaram a ser apelidadas de “tortura do século XXI”. Não eram mas de repente passaram a ser. A prisão preventiva, que há anos enche as nossas prisões, passou a ser uma medida que não deve ser utilizada só porque houve um político, tão presumívelmente inocente como todos os outros, que sofreu na pele as agruras dessa medida de coacção.

Mas Féfé passemos ao essencial.

Não acho sequer grave que tenhas dito que te estás ”c.... para o segredo de Justiça”. Nisso estás em sintonia com o País real que também se está “c...” para isso.
Nem acho que mal que tenhas empregue o calão. No fim de contas merde é um vocábulo trivial que se usava a torto e a direito no Liceu Francês e, no telefonema, tu apenas empregaste uma forma verbal que descreve a sua forma de evacuação...

Nos últimos dias tenho seguido com atenção todas as entrevistas a políticos. Todos dizem que é muito grave as escutas terem sido publicadas. Não concordo. Para mim a publicação é um “fait divers” que apenas esconde o essencial do problema. E o essencial é o que é dito nos telefonemas. E, mais grave ainda, é que nada daquilo foi desmentido, por qualquer dos intervenientes. Não desmentem que tenham proferido aquelas frases nem que tenham procurado engendrar todos aqueles esquemas de actuação. O País fica convencido que, se ninguém o desmente, tudo aquilo é mesmo verdade. Verdade, verdadinha e políticamente incorrecto.

Sendo assim, tudo verídico, não é concebível num Estado de direito, que se quer europeu e democrático, que alguém que se está “c... para o segredo de Justiça” continue a ser candidato a Primeiro-Ministro. Isso significaria que teríamos que gramar um Primeiro-Ministro que se estaria, afinal, “c...” para as leis do seu País. Como se já não bastasse a Europa se estar ”c...” para nós ainda teríamos um primeiro-ministro a adoptar a mesma posição. Ou seja teríamos um primeiro-ministro sempre de cócoras e de costas para o problema...

Nos bastidores da política corre agora a teoria de que se tratou de um assassinato político. Não me custa a crer que isso fosse do agrado de algumas facções mas não me parece que se tenha tratado desse crime.
Em política não basta Ser, é preciso também Parecer. Não se pode dizer em público uma coisa e ao telefone “parecer” que se diz outra... O que parece, é.
Quando assim acontece, e isso se descobre, é o próprio que se assassina a si próprio. Nesse caso é mais apropriado dizer que estamos perante um suicídio político.
E Féfé, se ainda não percebeste, o suicidado foste tu.

JAS

P.S. - Repugna-me ver que já começaram a abandonar o barco aqueles que ontem só te davam pancadinhas nas costas e te adulavam.
Eu não fui desses. Sempre te disse as verdades de que não gostavas.

(*1) - http://www.caldeiraodebolsa.com/forum/v ... sc&start=0
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 6499
Registado: 5/11/2002 0:05
Localização: Lisboa


Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Google [Bot], Majestic-12 [Bot] e 323 visitantes