[OT] - Abstenção - "Uma greve à democracia"
Elias Escreveu:carrancho Escreveu:Irrealista por irrealista, eu quero 10 partidos com 10% dos votos em cada distrito.
carrancho, eu até posso fazer a simulação que me pedes, mas preciso que me indiques os critérios de desempate.
Por exemplo, Portalegre só mete 2 deputados. Quais são os dois felizes contemplados?
Outro exemplo, Viseu mete 9 deputados, qual dos 10 partidos fica excluído da representação parlamentar?
Não sei, desconheço se há critérios de desempate para uma situação hipotética dessas em que o nº de deputados a eleger não são multiplos de 10 e havia 10 partidos sempre com a mesmo nº de votos cada. Por mim preferia que fosse numa arena vale tudo do que por penaltis!!!


Não precisas dar-te a esse trabalho, o que eu pretendia éra apenas provar que mesmo com este sistema político que permite um défice democrátido e esta partidocracia revoltante em que vivemos, mesmo assim, é possível o povo provocar a mudança sem ter de recorrer às armas.
Abraço,
Carrancho
Carrancho
carrancho Escreveu:
Não acreditar que a mudança seja possível ou que está na "boa" vontade dos partidos que dominam o regime é que nunca vai levar a lado nenhum. Tem de partir do povo, isso está mais que visto.
A mudança, em termos práticos, é extremamente pouco plausível sem mudanças de fundo no regime político - que passariam por alterações profundas na Constituição. Mas... já atentaste no artigo 115º da mesma Constituição por exemplo? Ou outros como o 286º?
O sistema político blindou-se sobre ele próprio em torno dos partidos políticos, que controlam o poder, e é por isso é que é tão difícil mudar alguma coisa.
Pelo meio do voto em particular em legislativas então é mesmo muito difícil e os bloqueios são mais que muitos...
carrancho Escreveu:O meu voto num partido actualmente sem representação na AR pode não ter efeito nenhum no imediato, até pode ser benéfico para os grandes. Mas num futuro (que espero próximo) se forem alguns como eu, poderá, fazer com que os outros pensem que afinal até é possível.
Ou isso ou entretanto acomodam-se ao sistema que lhes serve como uma luva. Afinal, são partidos políticos e é através de partidos políticos que estás a conceber uma mudança. Estás a recorrer ao mesmo tipo de mecanismos que já existem presentemente!
Porque é que não viras a mesa e sugeres uma verdadeira mudança de regime, uma alteração da distribuição do poder, das competências e capacidades de decisão do povo, por exemplo?
Eu olho para o que escreves e vejo alguém a insistir no mesmo beco que nos trouxe até aqui: entregar o poder a partidos políticos que tendem a acomodar-se a um sistema que lhes serve!
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
carrancho Escreveu:Irrealista por irrealista, eu quero 10 partidos com 10% dos votos em cada distrito.
carrancho, eu até posso fazer a simulação que me pedes, mas preciso que me indiques os critérios de desempate.
Por exemplo, Portalegre só mete 2 deputados. Quais são os dois felizes contemplados?
Outro exemplo, Viseu mete 9 deputados, qual dos 10 partidos fica excluído da representação parlamentar?
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Elias Escreveu:carrancho Escreveu:Elias, faz lá isso com 10 quaisquer partidos cada uma com 10% em todos os distritos... não dá o mesmo nº de deputados por cada um?
carrancho,
O cenário que sugeres é completamente irrealista, pelas razões que o Marco já apontou.
Além disso, a distribuição de votos não é homogénea no país todo. o PCP, por exemplo, tem muita influência no Alentejo, mas quase nenhuma em Trás-os-Montes, ao passo que o CDS tem muita expressão no litoral norte e centro e muito pouca no Alentejo. O Bloco de Esquerda atinge a sua maior expressão percentual no Algarve.
Por outro lado, tens de perceber a importância da dimensão relativa dos círculos eleitorais. Um partido com 10% dos votos não elege qualquer deputado em Portalegre ou em Beja, mas no Porto mete facilmente 3 ou 4 e em Lisboa até pode conseguir 5.
Resumindo: os círculos eleitorais não são todos iguais e há grandes assimetrias na representatividade regional dos partidos.
Por isso em vez de "Elias, faz lá isso com 10 quaisquer partidos cada uma com 10% em todos os distritos..." é preferível dizeres como queres distribuir os votos em cada distrito.
Elias,
Irrealista por irrealista, eu quero 10 partidos com 10% dos votos em cada distrito.
Eu sei que este ou aquele tem mais influência neste ou naquele distrito. Mas o que eu quero é mudanças e não tudo na mesma como a lesma.
O que hoje é irrealista, amanhã pode ser a realidade. Defendo o voto em branco, ou num partido actualmente sem representação na AR. Aceito a abstenção mas, pelo que já referi neste fórum penso que teria uma eficácia traduzida, na mesma proporção, em brancos que não tem sendo o que é.
Não acreditar que a mudança seja possível ou que está na "boa" vontade dos partidos que dominam o regime é que nunca vai levar a lado nenhum. Tem de partir do povo, isso está mais que visto.
O meu voto num partido actualmente sem representação na AR pode não ter efeito nenhum no imediato, até pode ser benéfico para os grandes. Mas num futuro (que espero próximo) se forem alguns como eu, poderá, fazer com que os outros pensem que afinal até é possível.
Eu acredito que é mais fácil lá chegar (a esse futuro) pelo voto em branco ou num partido pequeno que pela abstenção.
Por isso, neste momento, acredito que é mais irrealista esperar mudanças com a abstenção que com voto em branco ou nos pequenos.
Abraço,
Carrancho
Carrancho
carrancho Escreveu:Elias, faz lá isso com 10 quaisquer partidos cada uma com 10% em todos os distritos... não dá o mesmo nº de deputados por cada um?
carrancho,
O cenário que sugeres é completamente irrealista, pelas razões que o Marco já apontou.
Além disso, a distribuição de votos não é homogénea no país todo. o PCP, por exemplo, tem muita influência no Alentejo, mas quase nenhuma em Trás-os-Montes, ao passo que o CDS tem muita expressão no litoral norte e centro e muito pouca no Alentejo. O Bloco de Esquerda atinge a sua maior expressão percentual no Algarve.
Por outro lado, tens de perceber a importância da dimensão relativa dos círculos eleitorais. Um partido com 10% dos votos não elege qualquer deputado em Portalegre ou em Beja, mas no Porto mete facilmente 3 ou 4 e em Lisboa até pode conseguir 5.
Resumindo: os círculos eleitorais não são todos iguais e há grandes assimetrias na representatividade regional dos partidos.
Por isso em vez de "Elias, faz lá isso com 10 quaisquer partidos cada uma com 10% em todos os distritos..." é preferível dizeres como queres distribuir os votos em cada distrito.
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MarcoAntonio Escreveu:carrancho Escreveu:Marco,
Acreditas que a tua abstenção vai mudar alguma coisa?
Em primeiro lugar, é totalmente evidente que a abstenção preocupa mais os políticos que os votos brancos. Os votos brancos e nulos são uma nota de rodapé no rescaldo das eleições. A abstenção - ainda que se possa argumentar que em pequena escala - é matéria de discussão antes e depois da eleição. A tendência para o aumento da abstenção é objecto de análise dos intervenientes políticos e em termos sociológicos tenta-se perceber o que representa...
Obviamente é um dado relevante que não passa despercebido.
Tem impacto directo?
Não.
Mas, à medida que for crescendo, os políticos sentirão uma base de apoio ao regime cada vez menor.
Isto (uma abstenção crescente, que não significa mais do que um afastamento cada vez maior da população em relação ao regime político) no limite pode vir agregado, associado ou ser mesmo incentivamente a coisas perigosas ao regime. Como por exemplo, um golpe de Estado. Diz-me uma coisa: qual é o tipo de oposição popular a um golpe de estado que tu esperas que exista quando, imaginemos, 60 ou 70% das pessoas nem sequer vão votar?
É um exemplo portanto do que uma elevada abstenção pode potenciar...
Uma outra alternativa é os partidos que controlam o poder político reformularem o regime, preventivamente, tentando trazer de volta o reconhecimento da população no poder político!
Concordo com tudo o que aqui dizes mas acrescento...
A abstenção ainda é objecto de análise política porque é significativa. Já os nulos e brancos quase nem merecem qualquer referência.
Mas também acredito que uma % de votos em branco tão significativa quanto tem sido a abstenção provocaria exponencialmente mais preocupação aos partidos que controlam o regime do que aquela que têm com a abstenção.
Se todos os que se abstêm lá fossem colocar o seu voto em branco, talvez nem fossem precisos mais (que os que se têm abstido) para o poder político tomar essas medidas preventivas.
Editado pela última vez por carrancho em 18/4/2011 21:24, num total de 1 vez.
Abraço,
Carrancho
Carrancho
carrancho Escreveu:Marco,
O que estás a supor também não é realista, simplesmente nenhum partido pequeníssimo vai conseguir representação na AR, ambos sabemos disso.
Carrancho: eu estou a calcular/computar realisticamente o que aconteceria mesmo que existisse uma adesão massiva a um voto de protesto nos pequenos partidos, que expectavelmente viriam de votantes em branco e abstencionistas.
Um apelo feito repetidamente quando se aproximam eleições: não ficar em casa ou votar em branco "porque não serve para nada", ir antes votar nos pequenos partidos!
É plausível que a ocorrer seja em menor grau: 30% a votar em pequenos partidos já é chutar muito para cima mesmo que existisse uma campanha de um qualquer movimento nesse sentido que tentasse levar as pessoas a actuar dessa forma.
Portanto, expectavelmente os efeitos ainda são menores claro.
Eu já percebi que tu queres idealizar cenários extravagantemente irrealistas, sonhar enfim com o que podia acontecer com os votos no PS e PSD a serem dizimados e a ficarem praticamente ao nível de partidos agora "incógnitos".
Mas eu francamente não vejo interesse nenhum nisso, não é o que vai resultar do apelo que é feito recorrentemente!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Nunca votei em branco, mas já me abstive e quando lá vou é sempre para expressar um voto válido, posso é depois vir a ser enganado mas isso já é outra história, no entanto das vezes que votei nunca me senti defraudado nas minhas expectativas.
Mais uma vez irei votar, espero que o povo vote massivamente, e espero que Sócrates seja derrotado.
Essa da greve à democracia neste momento não tem interesse nenhum só se fosse para enterrar ainda mais o País e eu não acredito na politica da terra queimada, escuto e leio com atenção o que diz o bastonário, mas muitas coisas que ele diz não são exequiveis.
Mais uma vez irei votar, espero que o povo vote massivamente, e espero que Sócrates seja derrotado.
Essa da greve à democracia neste momento não tem interesse nenhum só se fosse para enterrar ainda mais o País e eu não acredito na politica da terra queimada, escuto e leio com atenção o que diz o bastonário, mas muitas coisas que ele diz não são exequiveis.
Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
carrancho Escreveu:Elias,
Então e se a esses 5 partidos juntares outros 5 "ao calhas" e atribuires 10% a cada um dos 10... o PS e PSD ficam na mesma com a maioria dos deputados???
Considerar que 5 pequenos incognitos partidos iam recolher 50% dos votos é um cenário completamente irrealista. Não há qualquer interesse em analisar cenários completamente irrealistas...
Quando as pessoas, frequentemente, apelam a votos nos pequenos partidos (tem acontecido agora e já aconteceu aqui no forum nas legislativas de 2009 por exemplo) convém construir cenários realistas, plausíveis, sobre o que é que um voto de protesto significativo em pequenos partidos resultaria no pais real em que vivemos.
Infelizmente, não é o que as pessoas julgam e esperam: essas pessoas estão a apelar a algo que tem um efeito diferente do que pretendem!
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Marco, achas que se amanha existisse um golpe de Estado, feito por alguém de esquerda ou de direita, o povo fazia algo?
Eu duvido, esta mais que provado que este povo come e cala.
(começou com Salazar, continuou com o 25 de Abril , e agora com o FMI (fomos o único País onde Ninguém foi para a rua contestar))
Eu duvido, esta mais que provado que este povo come e cala.
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Marco,
O que estás a supor também não é realista, simplesmente nenhum partido pequeníssimo vai conseguir representação na AR, ambos sabemos disso.
A tua abstenção e o meu enventual voto no PLD não vai mudar coisa nenhuma, isso sim é realista.
Mas e se...
... os pequeníssimos começarem a ter cada vez mais votos e os grandes cada vez menos?!?! Mesmo com mais deputados eleitos não será que os grandes comecem a recear deixar de o ser?!?! Talvez não, talvez sim, se não pode ser que um dia tenham uma surpresa.
Elias, faz lá isso com 10 quaisquer partidos cada uma com 10% em todos os distritos... não dá o mesmo nº de deputados por cada um?
O que estás a supor também não é realista, simplesmente nenhum partido pequeníssimo vai conseguir representação na AR, ambos sabemos disso.
A tua abstenção e o meu enventual voto no PLD não vai mudar coisa nenhuma, isso sim é realista.
Mas e se...
... os pequeníssimos começarem a ter cada vez mais votos e os grandes cada vez menos?!?! Mesmo com mais deputados eleitos não será que os grandes comecem a recear deixar de o ser?!?! Talvez não, talvez sim, se não pode ser que um dia tenham uma surpresa.
Elias, faz lá isso com 10 quaisquer partidos cada uma com 10% em todos os distritos... não dá o mesmo nº de deputados por cada um?
Abraço,
Carrancho
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carrancho Escreveu:Marco,
Acreditas que a tua abstenção vai mudar alguma coisa?
Em primeiro lugar, é totalmente evidente que a abstenção preocupa mais os políticos que os votos brancos. Os votos brancos e nulos são uma nota de rodapé no rescaldo das eleições. A abstenção - ainda que se possa argumentar que em pequena escala - é matéria de discussão antes e depois da eleição. A tendência para o aumento da abstenção é objecto de análise dos intervenientes políticos e em termos sociológicos tenta-se perceber o que representa...
Obviamente é um dado relevante que não passa despercebido.
Tem impacto directo?
Não.
Mas, à medida que for crescendo, os políticos sentirão uma base de apoio ao regime cada vez menor.
Isto (uma abstenção crescente, que não significa mais do que um afastamento cada vez maior da população em relação ao regime político) no limite pode vir agregado, associado ou ser mesmo incentivamente a coisas perigosas ao regime. Como por exemplo, um golpe de Estado. Diz-me uma coisa: qual é o tipo de oposição popular a um golpe de estado que tu esperas que exista quando, imaginemos, 60 ou 70% das pessoas nem sequer vão votar?
É um exemplo portanto do que uma elevada abstenção pode potenciar...
Uma outra alternativa é os partidos que controlam o poder político reformularem o regime, preventivamente, tentando trazer de volta o reconhecimento da população no poder político!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
carrancho Escreveu:Elias,
Então e se a esses 5 partidos juntares outros 5 "ao calhas" e atribuires 10% a cada um dos 10... o PS e PSD ficam na mesma com a maioria dos deputados???
carrancho,
Não é possível dar uma resposta imediata.
Tens de definir as percentagens dos vários partidos em cada distrito e depois há que fazer as contas distrito a distrito (foi o que fiz na minha simulação).
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carrancho Escreveu:Última sondagem que vi (na RTP) 39% PSD e 33% para o PS.

carrancho Escreveu:Estás a supor que perderiam uma pequena % que seria distribuida por (n) partidos e que eventualmente até poderia resultar em mais deputados para esses 2 partidos.
Estou a supor o razoável, num cenário realista.
Epá, eu agora até posso vir para aqui atirar que o partido monárquico ia receber 50% dos votos...
Mas não é razoável!
carrancho Escreveu:Pode resultar no oposto? Não, não pode, porque simplesmente vai ser mais do mesmo.
Pode sim.
O que vai acontecer não é o que idealizas mas o que resulta do processo eleitoral como está estabelecido e definido pelo poder político (e não o que te apetece ou gostarias que acontecesse).
O que é razoável acontecer é o seguinte: perderiam deputados nos dois maiores circulos, um outro deputado nos circulos médios e em compensação ganhavam deputados nos círculos mais pequenos (sim, apesar de terem menos percentagem de votos!).
carrancho Escreveu:Tu estás a partir da suposição que os partidos grandes se manteriam grandes, (...)
Eu estou a considerar que os partidos grandes permaneceriam maiores que os outros (e com uma votação algo semelhante à actual). Não há razões para pensar o oposto, num cenário realista.
Em termos percentuais, caiam consideravelmente. Em número de deputados, não!
Como digo, tu até podes sugerir que o partido monárquico ia receber 50% dos votos, mas eu vou trabalhar com cenários realistas que passam por uma massiva participação de abstencionistas e de votantes em branco num voto de protesto em pequenos partidos!
Porque razão as pessoas actualmente militantes, fortemente conotadas com os partidos ou que têm com eles qualquer relação de dependência ou compromisso vão desatar a não votar neles? Obviamente, continuarão a ser maior que os outros e é algo que não mudará de um momento para o outro!
carrancho Escreveu:Quem sabe um dia... não foi num passado longínquo que ninguém acreditava que algum partido além de CDU/PS/PSD/PP poderia estar representado na AR!
Considerando um voto de protesto massivo nos pequenos partidos, estes passariam a ter uma representação paralmentar. Mas ocorreriam duas coisas:
1) Estariam proporcionalmente subrepresentados;
2) Os partidos que menos sofreriam (podendo mesmo teoricamente sair beneficiados) seriam aqueles que mesmo assim, mesmo tendo menos votos absolutos e ainda menos votos em percentagem, continuassem a ser os maiores.
Agora, se tu quiseres idealizar que os pequenos teriam 3 ou 4%, que as estruturas partidários e tudo o que existe em volta dos grandes partidos
Enfim, sonhar, podemos sonhar com o que nos apetecer...
Se as pessoas estão a apelar ao voto nos pequenos partidos em forma de protesto contra os grandes, eu estou a esclarece-las que em termos práticos e realistas - no nosso Portugal real - não teria o resultado que esperam e potencialmente teria o resultado oposto!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Nas últimas eleições (2009) os resultados nacionais foram estes:
PS = 36,56% - 96 deputados
PSD = 29,09% - 78 deputados
Decidi fazer uma simulação baseada no seguinte pressuposto, altamente simplista: haveria uma transferência de 3,5% de votos do PS para o PSD ficando tudo o resto igual (nomeadamente a votação nos restantes partidos).
O resultado neste cenário seria este:
PS = 33,06%
PSD = 32,59%
Ou seja, o PS ganharia marginalmente em número de votos.
E como seria em termos de mandatos? Para obter a resposta, fiz os cálculos para todos os distritos do país, aplicando o pressuposto dos 3,5% de forma homogénea em todos os distritos.
Os resultados seriam estes:
- distritos de Aveiro, Bragança, Vila Real, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora: sem alterações nos mandatos
- distritos de Braga, Setúbal, Beja, Viana do Castelo, Viseu, Leiria e Santarém: PSD ganharia um mandato à custa do PS (total parcial: PSD + 7, PS -7)
- distrito de Coimbra: PSD perderia um mandato (devido à redução do número de mandatos neste círculo de 10 para 9)
- distrito de Faro: BE ganharia um mandato (devido ao aumento do número de mandatos neste círculo de 8 para 9)
distritos de Lisboa e Porto: PSD ganharia dois mandatos à custa do PS (total parcial: PSD + 4, PS -4)
Alterações nos mandatos: PSD +10, PS -11, BE +1
A composição do parlamento seria a seguinte:
PSD = 88 deputados
PS = 85 deputados
CDS = 21 deputados
BE = 17 deputados
PCP = 15 deputados
Repare-se como o PSD, mesmo tendo menos 0,5% que o PS, conseguiria mais 3 deputados.
PS = 36,56% - 96 deputados
PSD = 29,09% - 78 deputados
Decidi fazer uma simulação baseada no seguinte pressuposto, altamente simplista: haveria uma transferência de 3,5% de votos do PS para o PSD ficando tudo o resto igual (nomeadamente a votação nos restantes partidos).
O resultado neste cenário seria este:
PS = 33,06%
PSD = 32,59%
Ou seja, o PS ganharia marginalmente em número de votos.
E como seria em termos de mandatos? Para obter a resposta, fiz os cálculos para todos os distritos do país, aplicando o pressuposto dos 3,5% de forma homogénea em todos os distritos.
Os resultados seriam estes:
- distritos de Aveiro, Bragança, Vila Real, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora: sem alterações nos mandatos
- distritos de Braga, Setúbal, Beja, Viana do Castelo, Viseu, Leiria e Santarém: PSD ganharia um mandato à custa do PS (total parcial: PSD + 7, PS -7)
- distrito de Coimbra: PSD perderia um mandato (devido à redução do número de mandatos neste círculo de 10 para 9)
- distrito de Faro: BE ganharia um mandato (devido ao aumento do número de mandatos neste círculo de 8 para 9)
distritos de Lisboa e Porto: PSD ganharia dois mandatos à custa do PS (total parcial: PSD + 4, PS -4)
Alterações nos mandatos: PSD +10, PS -11, BE +1
A composição do parlamento seria a seguinte:
PSD = 88 deputados
PS = 85 deputados
CDS = 21 deputados
BE = 17 deputados
PCP = 15 deputados
Repare-se como o PSD, mesmo tendo menos 0,5% que o PS, conseguiria mais 3 deputados.
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Lion_Heart Escreveu:Marco, o meu objectivo com essa medida era retirar meia duzia de deputados a cada um desses partidos (PS e PSD), como é obvio os votos teriam que sair desses partidos na sua maioria, senão não funciona.
Ou então a massiva quantidade de abstencionistas votar .
Se quiseres dou ja um exmplo: os malucos dos Finlandeses. O Hitler lá do sito foi buscar votos a todos, em especial aos principais.
Menos votos= menos tachos= menos dinheiro para a malta
Lion, nós não estamos na Finlândia mas em Portugal.
A Finlandia tem uma tradição de distribuição de votos maior do que Portugal, com 4 (agora 5) grandes partidos. E muito embora o sistema seja semelhante ao nosso em teoria, na prática acaba por ser bastante diferente e tendo em conta a forma como o país está dividido as distorções são de menor nível do que as que ocorrem cá.
A saber:
1) a Finlândia está dividida em 15 circulos eleitorais ao passo que nós estamos divididos em 22.
2) a distribuição por circulo é bem mais uniforme do que em Portugal.
Mesmo assim, pasme-se, existe a hipótese de o sistema de alocação de deputados ser alterado para as próximas eleições de 2015...
Não deixa de ser curioso que lá dê polémica e cá, que é substancialmente pior, não dê nenhuma!
Cá, apesar da distorção ser muito maior e favorecer um grupo ainda mais restrito de partidos... nem se fala de tal coisa!
Não tomes a Finlandia portanto por referência...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:carrancho Escreveu:Marco,
Mas a ideia seria precisamente "roubar" votos a esses 2 partidos. Tu estás a considerar que eles teriam na mesma 30% dos votos.
Eles não teria "na mesma" 30% dos votos porque essa não é a votação habitual neles...
Última sondagem que vi (na RTP) 39% PSD e 33% para o PS.
MarcoAntonio Escreveu:Eles perderiam em percentagem e foi o que considerei. Mas não perderiam nada de significativo em número de deputados e em determinados cenários concretos até poderiam ganhar deputados (em especial o PS).
Estás a supor que perderiam uma pequena % que seria distribuida por (n) partidos e que eventualmente até poderia resultar em mais deputados para esses 2 partidos.
MarcoAntonio Escreveu:carrancho Escreveu:O que eu penso que o Lion defende, e eu também, seria um abanar com este sistema político retirando esses partidos do 1º e 2º lugar. Esfrangalhar a AR com (n) partidos de representação minoritária.
Isso não se faz distribuindo votos por 10 ou 11 partidos pequenos. É uma forma extremamente ineficaz de consegui-lo que inclusivamente podia resultar no oposto!
É preciso perceber como funciona a alocação de deputados...
Pode resultar no oposto? Não, não pode, porque simplesmente vai ser mais do mesmo. Infelizmente o meu voto num desses pequenos estou consciente que nada vai fazer, mas também o passado dos meus votos, na verdade, também nunca fez diferença em qualquer eleição, nunca um em que tenha votado ou deixado de votar ganhou ou perdeu um lugar por isso. Mas se vamos todos pensar assim, mais vale acabar já com a democracia e eleições.
Tu estás a partir da suposição que os partidos grandes se manteriam grandes, eu e o Lion estamos a sonhar com os grandes virem parar ao nível de (n) pequenos ou até abaixo deles. Bem sei que, neste país, não passa de um sonho utópico... mas deixa-me sonhar porra!!! Além de mais o meu voto em qualquer outro partido, em branco, nulo ou abstenção também não vai fazer diferença nenhuma por isso... vou votar num desses mesmo.
Quem sabe um dia... não foi num passado longínquo que ninguém acreditava que algum partido além de CDU/PS/PSD/PP poderia estar representado na AR!

Abraço,
Carrancho
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Marco, o meu objectivo com essa medida era retirar meia duzia de deputados a cada um desses partidos (PS e PSD), como é obvio os votos teriam que sair desses partidos na sua maioria, senão não funciona.
Ou então a massiva quantidade de abstencionistas votar .
Obvio que tem que ser nas cidades , onde o voto flutua mais e onde se elegem mais deputados(exemplo dos radicais do BE , que para mim são o cumulo da aberração). O voto fora das cidades é muito mais conservador e espalhado.
Se quiseres dou ja um exmplo: os malucos dos Finlandeses. O Hitler lá do sito foi buscar votos a todos, em especial aos principais.
Menos votos= menos tachos= menos dinheiro para a malta
Ps: hoje em dia é facil saber a quantidade de votos necessária para um partido eleger um deputado.
Ou então a massiva quantidade de abstencionistas votar .
Obvio que tem que ser nas cidades , onde o voto flutua mais e onde se elegem mais deputados(exemplo dos radicais do BE , que para mim são o cumulo da aberração). O voto fora das cidades é muito mais conservador e espalhado.
Se quiseres dou ja um exmplo: os malucos dos Finlandeses. O Hitler lá do sito foi buscar votos a todos, em especial aos principais.
Menos votos= menos tachos= menos dinheiro para a malta

Ps: hoje em dia é facil saber a quantidade de votos necessária para um partido eleger um deputado.
Editado pela última vez por Lion_Heart em 18/4/2011 19:30, num total de 3 vezes.
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Elias Escreveu:Aliás o voto em partidos pequenos só tem utilidade prática em círculos com muitos deputados (nomeadamente Lisboa e Porto). Nos círculos do interior, são votos para o lixo.
Sim, uns 20 deputados destes partidos eram eleitos por Lisboa e Porto. Depois disso, só Braga-Aveiro-Setúbal elegiam um ou outro deputado destes partidos mas coisa pouca...
Nos círculos mais pequenos (uma data deles) o resultado era o oposto: os votos nesses partidos o que faziam mesmo é que CDS-BE-CDU obtivessem menos lugares na Assembleia que iam parar ao PS-PSD!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Isso não se faz distribuindo votos por 10 ou 11 partidos pequenos. É uma forma extremamente ineficaz de consegui-lo que inclusivamente podia resultar no oposto!
Aliás o voto em partidos pequenos só tem utilidade prática em círculos com muitos deputados (nomeadamente Lisboa e Porto). Nos círculos do interior, são votos para o lixo.
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MarcoAntonio Escreveu:Eles não teria "na mesma" 30% dos votos porque essa não é a votação habitual neles...
Mais ainda, o que eu considerei foi algo como isto: PS e PSD (a ordem não interessa) teriam algo como 25 a 30% dos votos, um um pouco mais do que o outro.
Considerei ainda que 2/3 dos abstencionistas decidiam ir votar e distribuiam-se pelos 10 ou 11 pequenos partidos essencialmente (dando de barato que os que decidem votar por protesto nos outros 3 pequenos na maior parte dos casos já o fazem).
Este é um cenário onde apenas uns 10 a 13% da polução se abstinha, note-se bem.
No conjunto das últimas 5 ou 6 eleições o partido vencedor tem tido uma média superior a 40% dos votos e o segundo partido tem tido uma média superior a 30%. Mesmo segundo as sondagens mais recentes, o PSD recolheria 39% e o PS mais de 30%...
Portanto, considerar que neste cenário onde milhões de portugueses resolviam ir protestar votando em 10 ou 11 pequenos partidos resultava em que essas percentagem baixasse para os 25/30% e isso não é de todo considerar que conseguiam "as mesmas percentangens de votos".
As minhas estimativas parecem-me totalmente razoáveis e usei números que não foram propriamente atirados para o ar. Inclusivamente dei-me ao trabalho de utilizar um simulador para a alocação de deputados...
Infelizmente, o resultado não é de todo aquele que as pessoas imaginam quando atiram a ideia para o ar!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 18/4/2011 19:05, num total de 1 vez.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
carrancho Escreveu:Marco,
Mas a ideia seria precisamente "roubar" votos a esses 2 partidos. Tu estás a considerar que eles teriam na mesma 30% dos votos.
Eles não teria "na mesma" 30% dos votos porque essa não é a votação habitual neles...
Eles perderiam em percentagem e foi o que considerei. Mas não perderiam nada de significativo em número de deputados e em determinados cenários concretos até poderiam ganhar deputados (em especial o PS).
carrancho Escreveu:O que eu penso que o Lion defende, e eu também, seria um abanar com este sistema político retirando esses partidos do 1º e 2º lugar. Esfrangalhar a AR com (n) partidos de representação minoritária.
Isso não se faz distribuindo votos por 10 ou 11 partidos pequenos. É uma forma extremamente ineficaz de consegui-lo que inclusivamente podia resultar no oposto!
É preciso perceber como funciona a alocação de deputados...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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