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Caldeirão da Bolsa

Última hora - Portugal pede ajuda externa!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Mares » 20/4/2011 11:41

Mares Escreveu: Turismo é um sector muito importante (como já o referí antes). O Brasil é um país com crescimento pujante e que poderá contribuír fortemente para o crescimento do turismo em Portugal (a classe média/média-alta brasileira é várias vezes maior que toda população portuguêsa).



Turismo: Brasil já está no top 10 dos países emissores
21-10-2010 10:03:00

Este ano, Portugal deve receber 600 mil turistas brasileiros, num mercado em franca ascensão. Secretário de Estado do Turismo está no Brasil e diz que visitar Portugal "é chique".




“Este ano, não só crescemos 14 por cento nas receitas turísticas em agosto comparando com agosto do ano passado, como em termos acumulados estamos com quase 10 por cento de crescimento ultrapassando pela primeira vez em cerca de 20 milhões de euros o valor da cifra que atingimos em 2008, o melhor ano turístico de sempre”, afirmou.

Bernardo Trindade falava à Lusa à margem do 38.º Congresso Brasileiro de Agências de Turismo e Feira das Américas - ABAV 2010, que decorre até sexta feira, no Rio de Janeiro.

Ao ser questionado se o ano de 2010 sofreu alguma retração no setor ou redução de procura face ao ambiente de crise, Bernardo Trindade reforçou: “pelo contrário, tem sido um ano excecional do ponto de vista de recuperação”.

Até ao final deste ano, Portugal espera alcançar a cifra de 600 mil turistas brasileiros. Atualmente, o mercado do Brasil é o que mais cresce na hotelaria portuguesa e está no "ranking" dos 10 maiores emissores de turistas.

Em 2009, Portugal foi o destino escolhido por mais de 580 mil turistas brasileiros, que geraram uma receita de mais de 194,7 milhões de euros.

“É chique visitar Portugal”, frisou o secretário de Estado do Turismo ao destacar o potencial do mercado brasileiro no turismo em terras lusas.

Este mercado tem um potencial imenso. Uma economia que cresce quase 10 por cento ao ano, com 30 milhões de cidadãos que hoje pertencem à classe média com uma capacidade aquisitiva diferente daquela que existia no passado e possibilidade de viajar. Nada melhor que começar essa viagem por Portugal”, argumentou.

Trindade ressaltou a aproximação entre os dois países pela companhia aérea TAP favorecendo a competitividade de Portugal como um destino turístico atraente.

O Brasil é um mercado que mais cresce neste ano, as receitas estão a crescer mais de 60 por para Portugal e queremos de forma singela mostrar a nossa gratidão para com este país”, afirmou.

Segundo a autoridade no setor, o Brasil ocupa um papel primeiro em termos de geração de receitas turísticas e tornou-se um dos cinco mercados mais importantes para Portugal.

O Brasil está no topo da listagem dos turistas que mais gastam no país. O dispêndio médio do brasileiro em Portugal, de janeiro a junho, aumentou 67 por cento em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo dados oficiais.

O viajante do Brasil é o que mais gasta em Portugal. Enquanto o dispêndio diário médio do turista estrangeiro é de 118 euros, no caso do brasileiro é de 192 euros, sem contar as despesas de alojamento.

Além do lazer como motivo principal da viagem, o turista brasileiro em Portugal vai em busca também de negócios e turismo religioso.

Os dados publicados pelo Turismo de Portugal indicam ainda que os turistas brasileiros que visitaram Portugal, de janeiro a junho, geraram uma receita de 148,3 milhões de euros, quase 60 milhões a mais do que no primeiro semestre do ano passado.

Os turistas brasileiros, que em 2009 representaram 3,2 por cento das receitas turísticas portuguesas, este ano chegaram a cinco por cento.

Este aumento na participação é atribuída à desvalorização do euro face ao real e à sazonalidade dos mercados, já que a grande época do turismo europeu em Portugal ocorre no terceiro trimestre, com o verão.


http://www.observatoriodoalgarve.com/cn ... icia=39926

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por Mares » 20/4/2011 10:53

Mares Escreveu:Pontualmente, existirem subsídios para consumo de produtos agrícolas produzidos localmente (podendo este ser dado ao consumidor ou ao produtor).


AutoMech Escreveu:E como é que dás subsídios ao consumo de produtos nacionais ?

IMO Subsídios ao consumo são das maiores distorções que se podem introduzir num mercado.


Propostas:
- Redução do IVA para produtos nacionais.
- Modernizar os mercados municipais, divulgá-los e incentivar a população a comprar nesses locais, etc.
- Divulgar os produtos nacionais típicos, utilizando as estruturas hoteleiras.
- etc....

Mares Escreveu:Quanto aos subsídios à produção, terá de haver uma fiscalização e terão somente sentido se houver um retorno com aumento na produtividade e no desenvolvimento da região, fazendo gerar mais empregos.


AutoMech Escreveu:Das duas uma, ou são subsídios ou são incentivos. Subsidios é algo que faz perdurar as ineficiências e devem ser evitados.

Se falarmos em incentivos ao investimento (linhas de crédito estatais), aí concordo, desde que sejam relevantes e onde o mercado (bancos) não respondam adequadamente. Mas nunca a fundo perdido, total ou parcial, e sempre com a obrigatoriedade do empresário devolver com juros o que pedir emprestado.


O problema é que foram atribuídos subsidios para deixar de se produzir.

Os subsídios poderão servir de incentivos ao aumento da produção, levando o Estado a recolher mais impostos.

Volto a referír que esses subsídios só fazem sentido se houver aumento na produção.



Mares Escreveu:Turismo é um sector muito importante (como já o referí antes). O Brasil é um país com crescimento pujante e que poderá contribuír fortemente para o crescimento do turismo em Portugal (a classe média/média-alta brasileira é várias vezes maior que toda população portuguêsa).


AutoMech Escreveu:Primeiro falaste em países lusófonos e agora é só o Brasil. OK. Mas não faz sentido colocar aí o focus quando tens outros mercados igualmente importantes como os nórdicos, russos, chineses, etc.


É evidente que o peso do Brasil é esmagador entre os países lusófonos. Existe uma forte concorrência mundial e muitas ofertas. Por esse motivo vejo os factores culturais determinantes nesta escolha.

(Deverão haver estatísticas sobre a origem dos turistas em Portugal e a sua evolução. Então poderêmos entender as tendências/interesses em cada região).



Mares Escreveu:Distribuição de renda e justiça social não significa tirar de uns e dar aos outros. Iguais condições de acesso ao mercado de trabalho, à educação, às oportunidades, etc, etc... é também distribuir renda e criar justiça social.



AutoMech Escreveu:- Porque é que um pobre não acede ao mercado de trabalho ?
- Porque é que um pobre não tem educação se ela é gratuita e obrigatória ?
- Um pobre não tem oportunidade porquê ?
- Se não é distribuir dinheiro então quais as medidas que tomas para eliminar as supostas desigualdades ?

Espero que não idealizes uma sociedade comunista de planeamento centralizado em que todos são iguais. Se for isso diz já que poupas-me tempo.



Em vez de perguntas (colocando o factor económico com elemento decisor), prefiro dar-te exemplos:
- Distribuír renda poderá ser conseguida por reabilitação dos centros urbanos (valoriza essas regiões, aumenta a segurança, etc, etc).
- Facilitar o acesso ao ensino poderá ser incentivado por mais habitações estudantis (o Estado tem muitos imóveis desocupados e degradados, podendo-os rentabilizar e diminuir a especulação no mercado de arrendamento de quartos para estudantes).
- Incentivar o arrendamento, em vez de atribuir beneficios fiscais à compra de imóvel, é um mecanismo social (maior mobilidade do trabalhador, menos dívidas à banca, menos especulação imobiliaria, etc).
- O transporte colectívo diminuí o uso do carro particular, permite a mobilidade dos mais novos (que não tem carro ou não poderão se deslocar porque não tem carta de condução), diminui o consumo de combustiveis, melhora a qualidade do ar nas cidades, etc, etc.
- Dar beneficios fiscais às renováveis ou a instalação de vidros-duplos introduz injustiça social (visto que as pessoas com menores recursos subsidiam os ganhos dos que tem mais recursos).
- O Estado não deverá dar beneficios à educação privada, sendo ele agente provedor de educação gratuita. Esse custo (dado Às privadas, fomentando o "negócio da educação") é distribuído pela sociedade (especialmente por aqueles que não utilizam esses recursos).

Poderás então vêr que o problema não está em distribuir recursos pelos mais necessitados, mas sim onerar os mais desfavorecidos em favor dos mais abonados.
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por Automech » 19/4/2011 23:27

Mares Escreveu:Pontualmente, existirem subsídios para consumo de produtos agrícolas produzidos localmente (podendo este ser dado ao consumidor ou ao produtor).


E como é que dás subsídios ao consumo de produtos nacionais ?

IMO Subsídios ao consumo são das maiores distorções que se podem introduzir num mercado.

Mares Escreveu:Quanto aos subsídios à produção, terá de haver uma fiscalização e terão somente sentido se houver um retorno com aumento na produtividade e no desenvolvimento da região, fazendo gerar mais empregos.


Das duas uma, ou são subsídios ou são incentivos. Subsidios é algo que faz perdurar as ineficiências e devem ser evitados.

Se falarmos em incentivos ao investimento (linhas de crédito estatais), aí concordo, desde que sejam relevantes e onde o mercado (bancos) não respondam adequadamente. Mas nunca afundo perdido, total ou parcial, e sempre com a obrigatoriedade do empresário devolver com juros o que pedir emprestado.


Mares Escreveu:Turismo é um sector muito importante (como já o referí antes). O Brasil é um país com crescimento pujante e que poderá contribuír fortemente para o crescimento do turismo em Portugal (a classe média/média-alta brasileira é várias vezes maior que toda população portuguêsa).


Primeiro falaste em países lusófonos e agora é só o Brasil. OK. Mas não faz sentido colocar aí o focus quando tens outros mercados igualmente importantes como os nórdicos, russos, chineses, etc.

Mares Escreveu:Distribuição de renda e justiça social não significa tirar de uns e dar aos outros. Iguais condições de acesso ao mercado de trabalho, à educação, às oportunidades, etc, etc... é também distribuir renda e criar justiça social.


- Porque é que um pobre não acede ao mercado de trabalho ?
- Porque é que um pobre não tem educação se ela é gratuita e obrigatória ?
- Um pobre não tem oportunidade porquê ?
- Se não é distribuir dinheiro então quais as medidas que tomas para eliminar as supostas desigualdades ?

Espero que não idealizes uma sociedade comunista de planeamento centralizado em que todos são iguais. Se for isso diz já que poupas-me tempo.
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por Mares » 19/4/2011 22:26

AutoMech Escreveu:Boa reflexão Mares. Deixo apenas 3 comentários:

Mares Escreveu:Terão de haver incentivos à produção. Parte do dinheiro passado para os bancos, estaríam mais direcionados para a produção (e não mais para o imobiliário e consumo). Incentivar o micro-crédito para a abertura de micro-empresas. Trabalhar localmente para desenvolvêr a produção local e também consumir-se localmente.


Concordaria contigo se dissesses incentivos ao investimento produtivo. Incentivo à produção = subsidio. Disso já estamos fartos.


Mares Escreveu:Incentivar o turismo, divulgando mais lá fora o país. Mais uma vez, dando prioridade aos países lusófonos.


O objectivo do turismo é que venham pessoas deixar o máximo possível do seu dinheiro por estas bandas (e que fiquem satisfeitas, naturalmente).

Promover o turismo em países lusófonos ? Moçambique ? Angola ? Cabo Verde ? Brasil ? Timor ? Duvido que sejam mercados suficientemente interessantes, do ponto de vista de poder de compra. É certo que uma elite vive muito bem, mas parece-me insuficiente para alimentar uma indústria turística.

Mares Escreveu:Melhor distribuição da renda, mais justiça social. Uma sociedade só evoluí quando todos se sentem parte dessa sociedade.


Isto é que me deixa sempre nervoso. Distribuição da renda e mais justiça social significa sempre retirar a uns e dar a outros, via impostos.

E como é que fazes a distribuição ? Atribuis (mais) subsídios ?


AutoMech,

subsidíos é uma "praga" em Portugal. Inicialmente é necessário retirar todos os subsídios ao consumo (benefícios fiscais). Pontualmente, existirem subsídios para consumo de produtos agrícolas produzidos localmente (podendo este ser dado ao consumidor ou ao produtor).

Quanto aos subsídios à produção, terá de haver uma fiscalização e terão somente sentido se houver um retorno com aumento na produtividade e no desenvolvimento da região, fazendo gerar mais empregos.

Turismo é um sector muito importante (como já o referí antes). O Brasil é um país com crescimento pujante e que poderá contribuír fortemente para o crescimento do turismo em Portugal (a classe média/média-alta brasileira é várias vezes maior que toda população portuguêsa).

Distribuição de renda e justiça social não significa tirar de uns e dar aos outros. Iguais condições de acesso ao mercado de trabalho, à educação, às oportunidades, etc, etc... é também distribuir renda e criar justiça social.
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por Mares » 18/4/2011 21:39

jeuros Escreveu:Tenho que congratular o Mares e o Bolo pela excelente troca de opinião que têm feito, pois realmente mostra que realmente há pessoas com muita categoria neste forum, com paciência, argumentos e humildade para discutir vários assuntos. 8-)
Cumps


Obrigado pelas tuas palavras.

Certamente que tem e terá cada vez mais :wink:

Exite um povo bom (ou bom povo :roll: ) em Portugal.

Abraço,

Mares.
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por bolo » 18/4/2011 13:10

obrigado Mares, pelo teu desenvolvimento.
Acabei de me auto-promover a Principiante!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
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por jeuros » 17/4/2011 15:15

Tenho que congratular o Mares e o Bolo pela excelente troca de opinião que têm feito, pois realmente mostra que realmente há pessoas com muita categoria neste forum, com paciência, argumentos e humildade para discutir vários assuntos. 8-)
Cumps
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por Mares » 17/4/2011 14:03

bolo Escreveu: Mares, cuidado porque há pessoas a ler e um dia podes querer chegar a ministro.


bolo,

não tenho o mínimmo interesse nisso.

bolo Escreveu:eis alguns dos meus pequenos comentários às tuas questões:


A análise e a crítica é muito mais importante e por isso mesmo muito mais rica do que qualquer discurso politico.


Mares Escreveu:Para reduzírmos o consumo (e consequentemente as importações) teremos de ter menos "dinheiro no bolso". Isso significa que terão de haver fortes cortes nos salários e pensões (ninguem quer, mas terá possivelmente de ser por aí). Não podemos dar-nos ao luxo, por exemplo, de termos um dos maiores índices do mundo em carro/habitante. Com menos dinheiro disponível, certamente que terêmos menos carros (menos importação dos mesmos, menos consumo de combustíveis, menos férias no estrangeiro, consumo de mais produtos nacionais, ...etc, etc). Menos dinheiro no bolso tb significa menor peso do Estado. Um Estado produzindo o mesmo, mas mais "magro".


bolo Escreveu:Não me proíbas de ter um carro nem de ir viajar para fora. Achas que temos demasiado dinheiro no bolso? Ou queres dizer que temos uma baixa rentabilidade para o dinheiro que temos? Consumir não é mau, mau é consumirmos mais do que temos para pagar esse consumo e de estabelecermos compromissos arriscados.
Além disso, não te esqueças que estamos numa democracia e que cada um faz o que quer com o que tem. O que é preciso é que cada um saiba o que faz, e no que se refere ao Estado, num papel democrático, e “eventualmente” regulador, é preciso também que o Estado não tenha dúvidas sobre o que faz e que o faça de uma forma que seja reconhecida pela maioria como minimamente adequada ou eficaz.


A economia portuguêsa cresceu muto baseada no consumo. Crédito fácil a juros baixos, levou a que famílias e Estado a endividarem-se muito acima das possibilidades. Com baixa produtividade, o aumento dos salários tornou-se insustentável. Não criou-se riqueza suficiente para sustentar um nível de vida (muito acima da realidade económica do país).

Naturalmente que iría dar errado...

Então será necessário passarmos a viver segundo as nossas possibilidades. Isso significará dificultar o acesso ao crédito, desalavancar os preços do imobiliário, etc, etc.

Isso não será por decreto, como poderás entender, mas sim pelas próprias condições do mercado.

Mares Escreveu:Mas menos salário irá afogar as famílias com dívidas (sendo a principal o crédito à habitação). Neste caso vejo a solução passar por estender a maturidade dos créditos à habitação. Para que os bancos sejam compensados disso, parte do pacote de ajuda externo sería passado para os bancos.


bolo Escreveu:Os prazos do crédito já são bem longos e isso não elimina os principais erros cometidos. Não te esqueças que mais anos, mais juros.


Já não se pensa que "mais anos, mais juros", mas sim como diluír os erros no tempo... Uma quebra generalizada nos rendimentos das famílias poderá levar a muitos casos de falência. Então os bancos passarão a estar sobre forte pressão e terão de minimizar esse impacto. Uma forma que vejo será diminuir as prestações dos empréstimos e por sua vez terem de aumentar os prazos dos créditos. Os compromissos dos bancos nacionais com o exterior terão de ser cumpridos. Então eles terão de ser capitalizados, com parte do pacote de ajuda externo.


Mares Escreveu:Terão de haver incentivos à produção. Parte do dinheiro passado para os bancos, estaríam mais direcionados para a produção (e não mais para o imobiliário e consumo). Incentivar o micro-crédito para a abertura de micro-empresas. Trabalhar localmente para desenvolvêr a produção local e também consumir-se localmente.


bolo Escreveu:Incentivos à produção. Tu queres ajudar as empresas a produzir ou queres que elas te apresentem produtos mais baratos? Não te esqueças que o dinheiro do Estado é teu, ou estás a considerar que esse incentivo é pago por quem pode pagar mais de impostos e que tu ficas de fora?


Terão de existír acordos estratégicos entre Estado e empresas (representadas pelas suas associações). Criar empresas dependentes do Estado, claramente que é errado. Mas o Estado deverá ser sensível às solicitações das empresas, à melhoria da sua competitividade ou na sua internacionalização, por exemplo. As empresas são elementos activos na economia do país e por isso mesmo deverá existir uma relação transparente entre Estado e empresas.

Mares Escreveu:Reflorestar o país, servindo essa matéria-prima de base para a indústria do móvel, indústria da pasta de papel, e cogeração de energia, etc.


bolo Escreveu:não te esqueças que tens que ter boa perspectiva de para escoar essa madeira a preços adequados à tua eficiência.


Existem muitas áreas do país que não tem condições para a agricultura, mas com ótimas condições para a floresta. O que aconteçe é que essas áreas estão em completo abandono e não produzindo absolutamente nada. Então existe um grande potêncial não aproveitado. É um sector que aproveitado, contribui para gera muitos empregos, é uma "actividade verde", permite gerar expostações e assim gerar riqueza no país. Além disso, integra parte das regiões mais pobres no desenvolvimento mais homogénio do país.

Mares Escreveu:Incentivar o turismo, divulgando mais lá fora o país. Mais uma vez, dando prioridade aos países lusófonos.


bolo Escreveu:defendes portugueses cá dentro e estrangeiros cá dentro também? Quem é que faz essa promoção? Fazemos com o nosso dinheiro, teu e meu assim de qualquer maneira? Pensaste em valores e limites para esses incentivos? Já pensaste onde ir buscar dinheiro para esses incentivos? Apostas no poço sem fundo que é o Estado na esperança que isso dê cobrança de imposto a dobrar?


O turismo é uma actividade muito importante para a económia dos países (não só de Portugal). Acredito que muito já seja feito nessa área, onde o Instituto Turismo de Portugal tem feito isso. Refiro apenas que alguns países lusófonos (principlamente o Brasil) poderão ser um grande provedor de novos turistas para Portugal (por questões culturais, terêm a mesma língua, por ser um país com uma classe média emergente). Se em vez de serem 10 milhões de turistas, tivermos 15 milhões será muito melhor...


Mares Escreveu:Continuar o investimento/desenvolvimento nas energias renováveis e assim diminuir a dependência energética com o exterior. Desincentivar o uso do transporte individual (por exemplo dentro das cidades) e promovêr mais o transporte colectivo.


bolo Escreveu:O Estado é que vai fazer isso? Quem é que deve investir? Estado, empresas nacionais, internacionais?


O investimento nas renováveis tem sído maioritariamente pelo Estado. Mas quando temos, por exemplo, a EDPR em bolsa, então já são capitais privados a participar desse investimento.

Vejo que inicialmente o Estado deverá assumir esse compromisso, mas rapidamente quanto possível, esses activos deverão passar para a iniciativa privada.

Racionalizar o consumo de energia e combustíveis é essencial para Portugal. Isso tornará as empresas mais competitivas, podermos ser auto-sustentáveis nessa área e assim dispormos de recursos para investimento em outros sectores da economia/sociedade.

Mares Escreveu:Incentivar a fixação de empresas estrangeiras em Portugal. Promover as vantagens competitivas de Portugal (redes de rodovias e portos, mão de obra qualificada).


bolo Escreveu:É preciso traduzir isto em medidas concretas. Assim, sou gajo para dizer que sim, que concordo.


Mais uma vez, fala-se de incentivos para captar investimentos....

Mas nessa questão é possivelmente mais benéfico para o país, termos as empresas a produzirem cá dentro (mesmo que tenham de ser subsídiadas com dinheiros publicos), do que unicamente importarmos esses produtos já acabados.

Num mundo globalizado, os diversos países competem pelas empresas que operam de forma global. Elas trazem empregos, pagam impostos, reduzem o défice na balança comercial....


Mares Escreveu:Com a dimensão da costa portuguesa, faz todo sentido investír-se mais no sector das pescas.


bolo Escreveu:Os pescadores até querem pescar mas já não o podem fazer de qualquer maneira com o seu barquito.


Será preciso renegociar as cotas de pesca atribuídas a Portugal com o a UE.

Existem associações de pescadores que representarão bem esse sector. Existam linhas de crédito a novas embarcações, redes de distribuição do pescado, etc, certamente que o sector se desenvolverá.

Muito mais importante do que certos economistas/politicos pensarem que podemos renegociar a nossa dívida externa (entrar em "default"), deveriam colocar os seus esforços em recuperarmos parte das nossas cotas junto à UE para assim aumentarmos a produção nacional.

Mares Escreveu:Incentivar-se a poupança. As famílias com dívidas à banca, promover a mais rápida liquidação dessas dívidas.



bolo Escreveu:As pessoas têm que ter uma finalidade para poupar. Não é uma coisa que se faça só um mês ou outro. É uma forma de estar perante os seus recursos. Promover a liquidação rápida das dívidas? Sabes alguma coisa que eu não saiba nesta matéria?


Concordo. O português não tem cultura financeira. É preciso haver formação nessa área.

Condicionam a visão dos seus investimentos pelo nível do seu rendimento e fazem as suas aplicações tentando minimizar o custo/risco. Não se mostram muito preocupados com a rentabilidade das suas aplicações, mas somente com um pequeno ganho, desde que seja seguro.

Quanto a liquidar as suas dívidas pareçe-me sensato neste momento. Para aqueles que poderem alienar certos bens para assim poderem pagar as dividas, poderá ser uma boa prática. Neste momento de instabilidade, dificilmente poderão obtêr retornos maiores no mercado, do que os juros cobrados pelos bancos. Isso é muito importante para aquelas famílias que não tem educação financeira e onde o risco nem sempre é bem estimado.


Mares Escreveu:Melhor distribuição da renda, mais justiça social. Uma sociedade só evolui quando todos se sentem parte dessa sociedade.


bolo Escreveu:Mares, dás cabo de mim (no bom sentido)! Estou interessado nisso! (em receber mais renda).


Tornar-se mais pobre a parte da sociedade mais desfavorecída passa a ser um grave problema e nunca será solução. A riqueza de uma sociedade é um contributo de todos e não apenas daqueles que detem todos os recursos.

Mares Escreveu:Muita coisa pode ser mudada, desde que se queira.


bolo Escreveu:todos querem, até o sócas, quer!


Tem mostrado querer... Falta saber se esse é o modelo que a maioria da população quer ou não.

Mares Escreveu:Se as pessoas pensarem individualmente e tomarem como referência o passado, certamente que as dificuldades serão muito maiores.


bolo Escreveu:Ou não! Se conseguirem identificar correctamente os erros e aprenderem alguma coisa com eles. Mas as coisas são tão voláteis e estão sempre a evoluir que a aprendizagem só faz sentido ao nível de determinados princípios e não de situações em concreto.


As pessoas são muito relutantes à mudança, ainda mais na cultura portuguêsa, onde a segurança (emprego fixo, "casa pprópria" ou os direitos adquirídos) é vista como algo definitivo.

É um povo que minimiza o risco (de mudar ou de inovar), mesmo que o retorno disso as posssa conduzír à miséria.


Mares Escreveu:Se as pessoas não acharem que os cortes de salários/pensões (mas que terá contrapartidas para as famílias mais endividadas, Estado menos pesado) é algo urgente e necessário, dificilmente encontraremos o caminho.



bolo Escreveu:cortar salários? E se aumentarmos a eficiência? Que mania estar sempre a mexer no bolso dos outros. Mexe no teu!


Dificilmente verêmos manifestações para aumentar a eficiência.... agora para aumentar o salário é quase sempre o primeiro e último motivo...

Eficiência para essas pessoas significa "dispensar pessoas"... isto é, se forem precisos 4 para fazer o trabalho de 1... porque não mantê-los e nos tempos livres terem parceiros para "jogar à sueca"?


Mares Escreveu:Se as pessoas continuarem achando que comprar casa é investimento e abrir uma empresa é risco... difícilmente inverterêmos o défice na balança comercial...


bolo Escreveu:as duas são verdades e mentiras, consoantes as suas condições particulares.


A verdade é que a maioria das empresas em Portugal tem menos de capital social, do que o custo de uma casa...

O investimento numa casa poderá dar um retorno semelhante à inflação (se dêr..) ... Num negócio, o retorno deverá ser superior à inflação.... mas claro, tem o risco associado.

As pessoas ao comprarem uma casa pensam assim: aumentam o seu património (pois pagam para algo que poderá ser deles), podem viver dentro dela (reduzem os gastos) e é seguro ("a casa não caí"). Neste raciocínio tem riscos.... perda de emprego, bolha imobiliária, perderem mobilidade, perda de capacidade para investir num outro negócio com maior retorno...


Mares Escreveu:Se "qualidade de vida" é têr um carro para ír para filas de trânsito, em vez de usar os transportes colectivos disponíves... certamente que esse carro é importado (aumentado o défice na balança comercial, seja pela importação do veículo como também pela parte dos combustíveis, óleos, pneus, etc).


bolo Escreveu:o défice da balança deve ser garantido em sede própria e não pela medida directa da qualidade de vida.


Certamente... por isso mesmo têmos um país endividado...


Mares Escreveu:Se o trabalhador não fôr valorizado (refíro-me aqueles que são a base das nossas empresas), através de melhor treinamento, práticas de responsabilização e recompensa pela produtividade.... dificilmente as empresas serão competitívas internacionalmente.


bolo Escreveu:coitados dos patrões, eles próprios só fazem o melhor que sabem. É dramático as pessoas serem como são.


Sim, mas num mercado cada vez mais globalizado, não modernizar é um atestado de falência. Ainda estamos na era da "empresa familiar". A única coisa que mudou foi que o filho do patrão tirou uma licenciatura....

Mares Escreveu:ETc, etc, etc....


bolo Escreveu:é verdade. Isto é apenas um rabisco de um rascunho de uma convicta tentativa de organizar a reflexão numa discussão que a iniciar-se, deverá começar pela questão: por onde começamos?


Por uma melhor educação, pela organização, por um Estado mais interventivo e mais justo, por uma mudança de mentalidades....
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por artista_ » 16/4/2011 19:19

amsfsma Escreveu:O ser humano perante situações traumáticas enfrentas várias fases:

Não aceita/acredita, revolta-se, aceita a situação e depois ou entra em depressão ou faz qualquer coisa para enfrentar o problema. Falta saber como é que os portugueses vão reagir e se essa reacção vai alterar o nosso modelo político e económico de forma a não passarmos pelo mesmo daqui a 30 anos...


Penso que o primeiro sinal da resposta a essa questão sairá das próximas eleições... espero enganar-me mas palpita-me que não vamos ter grandes sinais de mudança!
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por amsfsma » 16/4/2011 13:24

O ser humano perante situações traumáticas enfrentas várias fases:

Não aceita/acredita, revolta-se, aceita a situação e depois ou entra em depressão ou faz qualquer coisa para enfrentar o problema. Falta saber como é que os portugueses vão reagir e se essa reacção vai alterar o nosso modelo político e económico de forma a não passarmos pelo mesmo daqui a 30 anos...
 
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por scotch » 16/4/2011 7:50

O retrato com que eu fico desta situação assemelha-se a uma qualquer cena de um filme, em que sabemos que um acontecimento trágico se aproxima. A maioria das pessoas não sabe ao certo que proporções trágicas o acontecimento irá tomar, nem as consequências que virão daí.
Chegados ao dia D, tudo irá evoluir rapidamente e em alguns meses as piores profecias se concretizaram. O país vai percisar de muitos anos para recuperar e nada será como de antes, o paradigma irá mudar.
As pessoas aceitaram o novo paradigma, conscientes que o mesmo não se poderá repetir no futuro.

Obviamente que só nos aproximaremos deste cenário se deixarem Portugal "cair", se nos vierem salvar com pouco que seja, tudo irá manter-se na mesma!
Portugal já conta com mais de 35 anos de democracia e cerca de 25 anos como membro da UE, só mesmo com um violentissímo "terramoto" Portugal vaí lá!
 
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Re: Tanto

por artista_ » 16/4/2011 0:58

jarc Escreveu:Hei! Tanto pânico?!!


Onde? eu não vejo nenhum!! :)
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Tanto

por jarc » 16/4/2011 0:36

Hei! Tanto pânico?!!
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por bolo » 15/4/2011 23:48

artista Escreveu:Sim, claro que vou pagar mais do que devo... porque o vou pagar em vários anos. Mas se quisesse amortizar agora toda a dívida era isso que teria de desembolsar, 3 vezes o que ganho num ano (mais coisa menos coisa)! :)


tens razão, se pagares tudo de imediato não há juros: é Divída vs PIB. se pagares ao longo do tempo, entram os juros e deixa de fazer sentido comparares a dívida ao PIB, mas sim a prestação ao PIB, onde já entram os juros, incluídos na prestação.
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por artista_ » 15/4/2011 23:10

bolo Escreveu:Aproveito agora para chamar a atenção que neste tipo de análise normalmente não incluímos os juros a pagar até amortizar a dívida. falamos só em capital emprestado. Se somares os juros que vais pagar com essa dívida a relação para o PIB ainda é maior.


Sim, claro que vou pagar mais do que devo... porque o vou pagar em vários anos. Mas se quisesse amortizar agora toda a dívida era isso que teria de desembolsar, 3 vezes o que ganho num ano (mais coisa menos coisa)! :)
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por bolo » 15/4/2011 23:02

artista Escreveu:
bolo Escreveu:
bolo Escreveu:Para o Artista:
desdobra pf "A minha dívida à banca é de cerca de 3 vezes o "meu PIB"".


desculpa, não desdobres.


Não percebi! :roll:


não tinha percebido inicialmente, mas entendi depois: comparavas o total da tua dívida ao banco com o teu PIB.
Aproveito agora para chamar a atenção que neste tipo de análise normalmente não incluímos os juros a pagar até amortizar a dívida. falamos só em capital emprestado. Se somares os juros que vais pagar com essa dívida a relação para o PIB ainda é maior.

só um aparte, no geral, não para o teu caso em particular.
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por artista_ » 15/4/2011 21:40

bolo Escreveu:
bolo Escreveu:Para o Artista:
desdobra pf "A minha dívida à banca é de cerca de 3 vezes o "meu PIB"".


desculpa, não desdobres.


Não percebi! :roll:
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por bolo » 15/4/2011 16:50

cuidado, não abusem dos charters. qualquer dia não há para as encomendas!
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por migluso » 15/4/2011 16:41

Planos por decreto? Não, obrigado. Será que já não chega de socialismo? Afinal, sempre são 35 anos e 3 bancarrotas...
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por Automech » 15/4/2011 16:20

Boa reflexão Mares. Deixo apenas 3 comentários:

Mares Escreveu:Terão de haver incentivos à produção. Parte do dinheiro passado para os bancos, estaríam mais direcionados para a produção (e não mais para o imobiliário e consumo). Incentivar o micro-crédito para a abertura de micro-empresas. Trabalhar localmente para desenvolvêr a produção local e também consumir-se localmente.


Concordaria contigo se dissesses incentivos ao investimento produtivo. Incentivo à produção = subsidio. Disso já estamos fartos.


Mares Escreveu:Incentivar o turismo, divulgando mais lá fora o país. Mais uma vez, dando prioridade aos países lusófonos.


O objectivo do turismo é que venham pessoas deixar o máximo possível do seu dinheiro por estas bandas (e que fiquem satisfeitas, naturalmente).

Promover o turismo em países lusófonos ? Moçambique ? Angola ? Cabo Verde ? Brasil ? Timor ? Duvido que sejam mercados suficientemente interessantes, do ponto de vista de poder de compra. É certo que uma elite vive muito bem, mas parece-me insuficiente para alimentar uma indústria turística.

Mares Escreveu:Melhor distribuição da renda, mais justiça social. Uma sociedade só evoluí quando todos se sentem parte dessa sociedade.


Isto é que me deixa sempre nervoso. Distribuição da renda e mais justiça social significa sempre retirar a uns e dar a outros, via impostos.

E como é que fazes a distribuição ? Atribuis (mais) subsídios ?
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por bolo » 15/4/2011 15:10

Mares, cuidado porque há pessoas a ler e um dia podes querer chegar a ministro.

eis alguns dos meus pequenos comentários às tuas questões:

Mares Escreveu:Para reduzírmos o consumo (e consequentemente as importações) teremos de ter menos "dinheiro no bolso". Isso significa que terão de haver fortes cortes nos salários e pensões (ninguem quer, mas terá possivelmente de ser por aí). Não podemos dar-nos ao luxo, por exemplo, de termos um dos maiores índices do mundo em carro/habitante. Com menos dinheiro disponível, certamente que terêmos menos carros (menos importação dos mesmos, menos consumo de combustíveis, menos férias no estrangeiro, consumo de mais produtos nacionais, ...etc, etc). Menos dinheiro no bolso tb significa menor peso do Estado. Um Estado produzindo o mesmo, mas mais "magro".


Não me proíbas de ter um carro nem de ir viajar para fora. Achas que temos demasiado dinheiro no bolso? Ou queres dizer que temos uma baixa rentabilidade para o dinheiro que temos? Consumir não é mau, mau é consumirmos mais do que temos para pagar esse consumo e de estabelecermos compromissos arriscados.
Além disso, não te esqueças que estamos numa democracia e que cada um faz o que quer com o que tem. O que é preciso é que cada um saiba o que faz, e no que se refere ao Estado, num papel democrático, e “eventualmente” regulador, é preciso também que o Estado não tenha dúvidas sobre o que faz e que o faça de uma forma que seja reconhecida pela maioria como minimamente adequada ou eficaz.

Mares Escreveu:Mas menos salário irá afogar as famílias com dívidas (sendo a principal o crédito à habitação). Neste caso vejo a solução passar por estender a maturidade dos créditos à habitação. Para que os bancos sejam compensados disso, parte do pacote de ajuda externo sería passado para os bancos.

Os prazos do crédito já são bem longos e isso não elimina os principais erros cometidos. Não te esqueças que mais anos, mais juros.

Mares Escreveu:Terão de haver incentivos à produção. Parte do dinheiro passado para os bancos, estaríam mais direcionados para a produção (e não mais para o imobiliário e consumo). Incentivar o micro-crédito para a abertura de micro-empresas. Trabalhar localmente para desenvolvêr a produção local e também consumir-se localmente.

Incentivos à produção. Tu queres ajudar as empresas a produzir ou queres que elas te apresentem produtos mais baratos? Não te esqueças que o dinheiro do Estado é teu, ou estás a considerar que esse incentivo é pago por quem pode pagar mais de impostos e que tu ficas de fora?

Mares Escreveu:Reflorestar o país, servindo essa matéria-prima de base para a indústria do móvel, indústria da pasta de papel, e cogeração de energia, etc.
não te esqueças que tens que ter boa perspectiva de para escoar essa madeira a preços adequados à tua eficiência.

Mares Escreveu:Incentivar o turismo, divulgando mais lá fora o país. Mais uma vez, dando prioridade aos países lusófonos.
defendes portugueses cá dentro e estrangeiros cá dentro também? Quem é que faz essa promoção? Fazemos com o nosso dinheiro, teu e meu assim de qualquer maneira? Pensaste em valores e limites para esses incentivos? Já pensaste onde ir buscar dinheiro para esses incentivos? Apostas no poço sem fundo que é o Estado na esperança que isso dê cobrança de imposto a dobrar?
Mares Escreveu:Continuar o investimento/desenvolvimento nas energias renováveis e assim diminuir a dependência energética com o exterior. Desencentivar o uso do transporte individual (por exemplo dentro das cidades) e promovêr mais o transporte colectivo.
O Estado é que vai fazer isso? Quem é que deve investir? Estado, empresas nacionais, internacionais?
Mares Escreveu:Incentivar a fixação de empresas estrangeiras em Portugal. Promover as vantagens competitivas de Portugal (redes de rodovias e portos, mão de obra qualificada).
É preciso traduzir isto em medidas concretas. Assim, sou gajo para dizer que sim, que concordo.
Mares Escreveu:Com a dimensão da costa portuguesa, faz todo sentido investír-se mais no sector das pescas.
Os pescadores até querem pescar mas já não o podem fazer de qualquer maneira com o seu barquito.
Mares Escreveu:Incentivar-se a poupança. As famílias com dívidas à banca, promover a mais rápida liquidação dessas dívidas.
As pessoas têm que ter uma finalidade para poupar. Não é uma coisa que se faça só um mês ou outro. É uma forma de estar perante os seus recursos. Promover a liquidação rápida das dívidas? Sabes alguma coisa que eu não saiba nesta matéria?
Mares Escreveu:Melhor distribuição da renda, mais justiça social. Uma sociedade só evolui quando todos se sentem parte dessa sociedade.
Mares, dás cabo de mim (no bom sentido)! Estou interessado nisso! (em receber mais renda).
Mares Escreveu:Muita coisa pode ser mudada, desde que se queira.
todos querem, até o sócas, quer!
Mares Escreveu:Se as pessoas pensarem individualmente e tomarem como referência o passado, certamente que as dificuldades serão muito maiores.
Ou não! Se conseguirem identificar correctamente os erros e aprenderem alguma coisa com eles. Mas as coisas são tão voláteis e estão sempre a evoluir que a aprendizagem só faz sentido ao nível de determinados princípios e não de situações em concreto.
Mares Escreveu:Se as pessoas não acharem que os cortes de salários/pensões (mas que terá contrapartidas para as famílias mais endividadas, Estado menos pesado) é algo urgente e necessário, dificilmente encontraremos o caminho.
cortar salários? E se aumentarmos a eficiência? Que mania estar sempre a mexer no bolso dos outros. Mexe no teu!
Mares Escreveu:Se as pessoas continuarem achando que comprar casa é investimento e abrir uma empresa é risco... difícilmente inverterêmos o défice na balança comercial...
as duas são verdades e mentiras, consoantes as suas condições particulares.
Mares Escreveu:Se "qualidade de vida" é têr um carro para ír para filas de trânsito, em vez de usar os transportes colectivos disponíves... certamente que esse carro é importado (aumentado o défice na balança comercial, seja pela importação do veículo como também pela parte dos combustíveis, óleos, pneus, etc).
o défice da balança deve ser garantido em sede própria e não pela medida directa da qualidade de vida.
Mares Escreveu:Se o trabalhador não fôr valorizado (refíro-me aqueles que são a base das nossas empresas), através de melhor treinamento, práticas de responsabilização e recompensa pela produtividade.... dificilmente as empresas serão competitívas internacionalmente.
coitados dos patrões, eles próprios só fazem o melhor que sabem. É dramático as pessoas serem como são.
Mares Escreveu:ETc, etc, etc....
é verdade. Isto é apenas um rabisco de um rascunho de uma convicta tentativa de organizar a reflexão numa discussão que a iniciar-se, deverá começar pela questão: por onde começamos?
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por bolo » 15/4/2011 13:09

oMeDo Escreveu:Não sei quantas parvoices disse, mas espero nao terem sido em demasia :D


A realidade é quem manda. Espero que ela não tenha pena de ti e que nunca te dê razão.

O comentário de quem vamos voltar todos a cultivar o nosso terreno para produzirmos a nossa comida por falta de outros meios começa a ser frequente.
Tenho dúvidas sobre um exódo urbano organizado para este tipo de vida. Julgo que a tendência é comprarmos tudo feito sendo que as fontes de rendimento também evoluirão.
Eventualmente quem tem dificuldade em adaptar-se, como os mais velhos, é que poderão criar umas galinhas que sempre dão aos filhos, mas trata-se de pessoas quem por norma sempre estiveram ligadas à terra.
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por oMeDo » 15/4/2011 12:49

Ulisses Pereira Escreveu:
voltamos ao tempo em que cada pedaço de terreno é ouro


OMedo, não percebi esta ideia. Duvido que algo passe a valer ouro nesse cenário...

Um abraço,
Ulisses


Falei assim porque pelas historias dos meus pais e como referi acima. O dinheiro era muito poupado mesmo quando falta-se comida no prato para a compra de novos terrenos.

Penso que as pessoas na altura dos meus avos e bisavos viam no terreno a unica maneira de se sustentarem. Então a longo prazo essa era a unica maneira de os seus filhos se puderem um dia sustentarem a si e aos seus mesmo que na sua infancia passassem necessidades. Pelo menos foi assim que me foi colocada a situaçao.

penso que com o chamado "hair cut" ou "default" que ainda nao percebi muito bem ao que isso originaria, talvez exagerei dizendo que as pessoas iriam aproveitar cada pedaço de terra que teriam para plantar tudo o que sentiam necessidade porque o poder de compra iria diminuir de tal forma que era o desespero. Assim como a procura por terrenos de cultivo. Ja que as coisas ja nao vinham de fora. Fazendo subir o preço dos terrenos agriculas que agora custam sensivelmente 6€~7€/m2.

Tambem baseado numa foto que me ficou para sempre marcada de uma liçao de historia em que era um retrato de uma menina com um carrinho de mao cheio de notas em que a legenda dizia que era o necessário para comprar 1 pao.

Claro que ainda estou no dominio do exagero, mas era para dizer que alguns bens que temos como totalmente adquiridos iriam passar a luxo.

Não sei quantas parvoices disse, mas espero nao terem sido em demasia :D
 
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por Mares » 15/4/2011 12:35

Primeiro é preciso identificar os problemas (erros do passado):

- Estado endividado.
- Famílias endividas.
- Défice no Estado.
- Défice na balança comercial.
- País sem recursos naturais.

Identificar as vantagens e sectores em que Portugal é competitívo:
- Turismo
- Indústria forte do calçado, móveis, moldes...
- Mão de obra qualificada.
- Salários baixos.
- Boas infraestruturas rodoviárias e portuárias.
- Bom relacionamento com os países lusofonos (principalmente o Brasil e Angola, que são economias emergentes, com elevado crescimento).


Agora é preciso corrígir os erros e potenciar as nossas capacidades.

Algumas propostas:

- Somos um país pobre onde importa grande parte do que consome (défice na balança comercial). Isso significa que têmos dinheiro para consumir, mas não temos capacidade para produzír grande parte do que consumímos.

Para reduzírmos o consumo (e consequentemente as importações) teremos de ter menos "dinheiro no bolso". Isso significa que terão de haver fortes cortes nos salários e pensões (ninguem quer, mas terá possivelmente de ser por aí). Não podemos dar-nos ao luxo, por exemplo, de termos um dos maiores índices do mundo em carro/habitante. Com menos dinheiro disponível, certamente que terêmos menos carros (menos importação dos mesmos, menos consumo de combustíveis, menos férias no estrangeiro, consumo de mais produtos nacionais, ...etc, etc). Menos dinheiro no bolso tb significa menor peso do Estado. Um Estado produzindo o mesmo, mas mais "magro".

Mas menos salário irá afogar as famílias com dívidas (sendo a principal o crédito à habitação). Neste caso vejo a solução passar por estender a maturidade dos créditos à habitação. Para que os bancos sejam compensados disso, parte do pacote de ajuda externo sería passado para os bancos.

Terão de haver incentivos à produção. Parte do dinheiro passado para os bancos, estaríam mais direcionados para a produção (e não mais para o imobiliário e consumo). Incentivar o micro-crédito para a abertura de micro-empresas. Trabalhar localmente para desenvolvêr a produção local e também consumir-se localmente.

Reflorestar o país, servindo essa matéria-prima de base para a indústria do móvel, indústia da pasta de papel, e cogeração de energia, etc.

Incentivar o turismo, divulgando mais lá fora o país. Mais uma vez, dando prioridade aos países lusófonos.

Continuar o investimento/desenvolvimento nas energias renováveis e assim diminuir a dependência energética com o exterior. Desencentivar o uso do transporte individual (por exemplo dentro das cidades) e promovêr mais o transporte colectivo.

Incentivar a fixação de empresas estrangeiras em Portugal. Promover as vantagens competitívas de Portugal (redes de rodovias e portos, mão de obra qualificada).

Com a dimensão da costa portuguêsa, faz todo sentido investír-se mais no sector das pescas.

Incentivar-se a poupança. As famílias com dívidas à banca, promovêr a mais rápida liquidação dessas dívidas.

Melhor distribuição da renda, mais justiça social. Uma sociedade só evoluí quando todos se sentem parte dessa sociedade.


Muita coisa pode ser mudada, desde que se queira.

Se as pessoas pensarem individualmente e tomarem como referência o passado, certamente que as dificuldades serão muito maiores.

Se as pessoas não acharem que os cortes de salários/pensões (mas que terá contrapartidas para as famílias mais endividadas, Estado menos pesado) é algo urgente e necessário, dificilmente encontraremos o caminho.

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Se o trabalhador não fôr valorizado (refíro-me aqueles que são a base das nossas empresas), através de melhor treinamento, práticas de responsabilização e recompensa pela produtividade.... dificilmente as empresas serão competitívas internacionalmente.


ETc, etc, etc....
Editado pela última vez por Mares em 15/4/2011 12:54, num total de 1 vez.
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por Ulisses Pereira » 15/4/2011 12:20

voltamos ao tempo em que cada pedaço de terreno é ouro


OMedo, não percebi esta ideia. Duvido que algo passe a valer ouro nesse cenário...

Um abraço,
Ulisses
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