Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Off Topic- Sic Noticias Soares dos Santos

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por ruizzz » 7/4/2011 13:13

MarcoAntonio Escreveu:Qualquer um é livre de criar um partido. Sim, em teoria. Uma teoria lírica que não serve para grande coisa...

Porque a realidade é antes esta: cada um é livre de criar um partido sendo totalmente discriminado e espezinhado pelo sistema por vias várias enquanto o faz!


Acho que passei mal a minha mensagem. Não estava a dizer que cada um de nós ou que um grupo de amigos lá do bairro se organize para formar um partido politico.
Estou a falar de partidos iniciados por nomes já validados mediaticamente e com impacto na praça publica. Com a quantidade de treinadores de bancada que vemos na TV todos os dias, consigo pensar nuns quantos desajustados partidariamente que teriam potencial para apoiarem ou criarem novos movimentos políticos como por exemplo M.M. Carrilho, Medina Carreira, Miguel Sousa Tavares ou até mesmo um Ricardo Araújo Pereira dos Gatos Fedorento.

Pessoalmente não acho que nenhum destes nomes (ou outros quaisquer) seja mais iluminado do que qualquer um dos políticos que está hoje no activo, mas não acho que seja esse o problema da nossa politica. Tal como em todo o mundo temos políticos competententes e incompetentes e isso sempre será assim. A meu ver faz falta reformar a actual classe politica porque simplesmente está completamente desacreditada (em alguns casos de forma injusta) e é preciso criar novas formas de fazer politica, com um estilo mais transparente, menos formal e mais pratico. Os partidos já estão a par disto e sabem que têm que mudar, mas alterar a inercia das máquinas do PS e PSD vai levar o seu tempo.

A defender os nossos actuais políticos, devo dizer que ser politico em países mediterranicos não é tarefa fácil, especialmente em Portugal. Os políticos são a imagem do povo e no nosso caso somos um país com uma educação deficiente, onde reina o chico-espertismo e onde convivemos saudavelmente com a opressão e subserviencia hierárquica (herança dos tempos de ditadura). Esta crise veio acordar muita gente e desse ponto de vista vai ter um impacto positivo na vida das pessoas, finalmente as pessoas começaram a preocupar-se com a situação publica do país, a instruirem-se e a gritarem a sua opinião. Infelizmente, o lado negro da coisa pesa muito mais e vai trazer muitas amarguras à vida de todos.
 
Mensagens: 48
Registado: 29/11/2007 13:01

por MarcoAntonio » 7/4/2011 12:57

pdcarrico Escreveu:Entendi, mas então defendes o método de hondt, só que em parte aplicado nacionalmente.


Não é preciso o método de Hondt para nada.

Existe por exemplo o método Sainte-Lague, que é semelhante mas mais proporcional, logo mais verdadeiro para com a votação que realmente foi obtida!

É utilizado por exemplo na Alemanha, na Suécia e em muitos outros países...


Em todo o caso, sim, remover os circulos para a votação nacional daquela metade já eliminava o problema quase todo.
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 40913
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por pdcarrico » 7/4/2011 12:50

MarcoAntonio Escreveu:
O método de Hondt não é verdadeiramente proporcional e é um bloqueio à pluralidade natural do povo, especialmente quando a votação não é nacional mas sub-dividida em círculos.

Prejudica largamente os pequenos partidos e favore os grandes partidos do sistema que, inerentemente, são incapazes de reflectir a pluralidade natural de um povo.

Quer a substituição do método de Hondt quer a criação de mecanismos que coloquem mais independentes na Assembleia da República (de preferência desagregados o mais possivel deles para não terem nem sentirem a necessidade de estar comprometidos com eles) caminhará naturalmente no sentido de criar uma maior aproximação entre a vontade popular e a sua representação nos orgãos de soberania.



Assim, o que eu sugeria era algo como isto...

Numas legislativas votavas duas vezes (dois boletins), uma vez para cada metade da assembleia:

> Uma metade é uma votação nacional nos partidos sendo a alocação o mais proporcional possível. Terias então os partidos a ocupar metade da AR e com o mínimo (ou nenhum) prejuízo dos pequenos partidos. Desta metade sairia também o executivo.

> A outra metade é uma votação (por exemplo distrital) de listas independentes, elegias assim deputados que "devem favores" ao povo que os elege (ie, o compromisso deles é com o povo que os elege) e não ao líder do partido que o meteu nas listas, a quem depois actuam obedientemente (nomeadamente através da disciplina de voto mas não só).


Entendi, mas então defendes o método de hondt, só que em parte aplicado nacionalmente. Porque se houver apenas um círculo nacional, com o método de hondt, um pequeno partido com menos de 1% consegue eleger deputados. A questão é que um círculo de apenas 10/20 deputados, nenhum método conseguirá dá um deputado a quem tenha menos de 5%.
Pedro Carriço
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1156
Registado: 29/11/2007 11:42
Localização: Salvador, Bahia

por MarcoAntonio » 7/4/2011 12:45

pdcarrico Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Eu tenho ideia meio diferente. Não existem modelos ideais, mas o modelo dos partidos e o método de hondt são, ainda assim uma forma de representação que será tão próxima dos eleitores quanto se terem deputados independentes.


Como assim?


Não entendo como de outra forma vais ter melhor representação? Por eleição directa de pessoas?


O método de Hondt não é verdadeiramente proporcional e é um bloqueio à pluralidade natural do povo, especialmente quando a votação não é nacional mas sub-dividida em círculos.

Prejudica largamente os pequenos partidos e favore os grandes partidos do sistema que, inerentemente, são incapazes de reflectir a pluralidade natural de um povo.

Quer a substituição do método de Hondt quer a criação de mecanismos que coloquem mais independentes na Assembleia da República (de preferência desagregados o mais possivel deles para não terem nem sentirem a necessidade de estar comprometidos com eles) caminhará naturalmente no sentido de criar uma maior aproximação entre a vontade popular e a sua representação nos orgãos de soberania.



Assim, o que eu sugeria era algo como isto...

Numas legislativas votavas duas vezes (dois boletins), uma vez para cada metade da assembleia:

> Uma metade é uma votação nacional nos partidos sendo a alocação o mais proporcional possível. Terias então os partidos a ocupar metade da AR e com o mínimo (ou nenhum) prejuízo dos pequenos partidos. Desta metade sairia também o executivo.

> A outra metade é uma votação (por exemplo distrital) de listas independentes, elegias assim deputados que "devem favores" ao povo que os elege (ie, o compromisso deles é com o povo que os elege) e não ao líder do partido que o meteu nas listas, a quem depois actuam obedientemente (nomeadamente através da disciplina de voto mas não só).
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 7/4/2011 12:51, num total de 1 vez.
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 40913
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por pdcarrico » 7/4/2011 12:38

Mares Escreveu:Pdcarrico,


discordo completamente com o teu modelo!

Não sei se estás a pegar no modelo do PCP e aplicá-lo a todos os restantes partidos...

Depois dizes, as pessoas pagarem para o partido, assim sentindo-se responsáveis e tirarem retorno disso...?

Abraço,

Mares.

ps- ontem surgíu uma duvida sobre quais os motivos para que os preços dos combustíveis sejam bastante diferente nos vários estados do Brasil. Sabes quais são os principais motivos?


Acho que não me fiz entender muito bem, mas também não me vou alongar muito. Eu nem vivo em Portugal e sinceramente estou a perder a vontade de discutir política,

Abraço
Pedro Carriço
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1156
Registado: 29/11/2007 11:42
Localização: Salvador, Bahia

por pdcarrico » 7/4/2011 12:33

MarcoAntonio Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Eu tenho ideia meio diferente. Não existem modelos ideais, mas o modelo dos partidos e o método de hondt são, ainda assim uma forma de representação que será tão próxima dos eleitores quanto se terem deputados independentes.


Como assim?

Não entendo como de outra forma vais ter melhor representação? Por eleição directa de pessoas? No Brasil acontece assim e o efeito é a perpetuação de famílias porque têm poder económico. Aliás a quantidade de pessoas que continuam por nome de família é impressionante. Para além disso, o método de hondt tb se aplica.

MarcoAntonio Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Eu acho é que as pessoas deviam ser incentivadas financeiramente a entrar nos partidos (por exemplo através de deduções, ou substituindo-se o financiamento público dos partidos).


Isto é completamente inútil. Tu nada vais conseguir nada infiltrando-te num partido. Chegas lá e és bloqueado. Não vais a lado nenhum se não pensares no partido e pelo partido!

A Democracia não tem de passar toda pelos partidos (não tem sequer de passar por partidos de todo sequer). Não temos que ficar fixados nesta solução, que é uma solução com tremendas limitações...

Repara bem: mesmo que te apresentem uma meia duzia de partidos com potencial de representação na AR (no modelo actual) o que tu tens é então - e vamos assumir que falam verdade ignorando o obstáculo adicional da filosofia de mentira permanente - outros tantos programas eleitorais.

E tu, necessariamente, em todos eles terá de haver coisas com que concordas e com que não concordas.

Escolher um programa de entre eles - ser essa a solução, como modelo democrático - é limitadíssimo!


Pode ser que tenhas razão, mas a meu ver só conseguimos incrementar a participação através da inclusão das pessoas em processos decisórios. Eu já estive num partido (quando era jovem há 20 anos) e as coisas não têm necessariamente de acontecer assim. Saí depois porque quis e porque não me queria aborrecer, mas aceitei depois que alguém tomásse decisões por mim. Não quer isso dizer que concordásse ou discordásse de tudo, significava apenas que nesse tempo contribuia para a linha política.

MarcoAntonio Escreveu:
As pessoas não podem ir para a política por dinheiro e com uma motivação pessoal!

Essa é massa que cria maus políticos...


Talvez sim, mas eu não estava a sugerir uma forma de remuneração. Não sei muito como se fazer mas parece-me que a forma de podermos trabalhar o problema é fazer com que os aparelhos partidários não sejam tão fechados e mais gente não se demita de participar na linhas de programas.
Pedro Carriço
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1156
Registado: 29/11/2007 11:42
Localização: Salvador, Bahia

por MarcoAntonio » 7/4/2011 12:20

bolo Escreveu:Os partidos buscam o voto. Têm que afinar o discurso que mais lucro lhe traga nessa campo. Temos que entender essa realidade, senão nunca a vamos entender (desculpa a redundância).


Oh bolo, não temos que entender coisa nenhuma. Esse é precisamente o ponto...

Pode-se mudar!

E como este modelo está cheio de problemas, mais do que poder, tem de se mudar...

Epá, há praticamente tantos modelos de democracia quantos os paises (ditos democráticos) e no passado existiram ainda mais. No início nem partidos existiam... hoje as pessoas parece que nem conseguem ver para lá deles... partidos e democracia parece-lhes uma coisa inseparável.

E no presente podes ir ali aos Estados Unidos e vês uma pluralidade e repartição de poderes que está muito à frente da nossa...

E eu não estou a dizer que os deviamos copiar!

Estou é a dizer que não tenho que entender coisa nenhuma mas partir para outra, estudar como é que se pode implementar isto de forma mais eficiente. E as alternativas podem ser muuito diferentes do modelo actual...
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 40913
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por Mares » 7/4/2011 12:19

pdcarrico Escreveu:
Eu tenho ideia meio diferente. Não existem modelos ideais, mas o modelo dos partidos e o método de hondt são, ainda assim uma forma de representação que será tão próxima dos eleitores quanto se terem deputados independentes.

Eu acho é que as pessoas deviam ser incentivadas financeiramente a entrar nos partidos (por exemplo através de deduções, ou substituindo-se o financiamento público dos partidos). O problema é que quem está fora e se farta da política nem se dá ao trabalho de fazer o possível para mudar. Se as pessoas tivessem um ganho em participar, provavelmente mais gente se filiaria, participaria e se sentiria responsável pelas opções.

Por exemplo, eu diria que o financiamento público aos partidos deveria deixar de existir. O financiamento apenas devia ocorrer com quotizações. Mas em contrapartida, se mais gente se filiar resolve-se o problema de outra forma. Naturalmente uma pessoa não vai receber um valor só por estar filiado. Não sei exactamente como se poderia fazer, mas acho que a chave do problema é fazer as pessoas participar nas decisões.

No fundo concordo um pouco com o que diz o A330, só que a fiscalização e a escolha política não tem de ser a partir vidros mas sim com maior mobilização.

E um participante na política é obrigado a instruir-se politicamente, a entender opções, a perceber uma série de coisas que precisa perceber antes de formar opinião.


Pdcarrico,


discordo completamente com o teu modelo!

Não sei se estás a pegar no modelo do PCP e aplicá-lo a todos os restantes partidos...

Depois dizes, as pessoas pagarem para o partido, assim sentindo-se responsáveis e tirarem retorno disso...?

Abraço,

Mares.

ps- ontem surgíu uma duvida sobre quais os motivos para que os preços dos combustíveis sejam bastante diferente nos vários estados do Brasil. Sabes quais são os principais motivos?
Editado pela última vez por Mares em 7/4/2011 12:27, num total de 1 vez.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2504
Registado: 20/10/2010 17:33
Localização: 16

por MarcoAntonio » 7/4/2011 12:14

pdcarrico Escreveu:Eu tenho ideia meio diferente. Não existem modelos ideais, mas o modelo dos partidos e o método de hondt são, ainda assim uma forma de representação que será tão próxima dos eleitores quanto se terem deputados independentes.


Como assim?


pdcarrico Escreveu:Eu acho é que as pessoas deviam ser incentivadas financeiramente a entrar nos partidos (por exemplo através de deduções, ou substituindo-se o financiamento público dos partidos).


Isto é completamente inútil. Tu nada vais conseguir nada infiltrando-te num partido. Chegas lá e és bloqueado. Não vais a lado nenhum se não pensares no partido e pelo partido!

A Democracia não tem de passar toda pelos partidos (não tem sequer de passar por partidos de todo sequer). Não temos que ficar fixados nesta solução, que é uma solução com tremendas limitações...

Repara bem: mesmo que te apresentem uma meia duzia de partidos com potencial de representação na AR (no modelo actual) o que tu tens é então - e vamos assumir que falam verdade ignorando o obstáculo adicional da filosofia de mentira permanente - outros tantos programas eleitorais.

E tu, necessariamente, em todos eles terá de haver coisas com que concordas e com que não concordas.

Escolher um programa de entre eles - ser essa a solução, como modelo democrático - é limitadíssimo!


pdcarrico Escreveu:Se as pessoas tivessem um ganho em participar, provavelmente mais gente se filiaria, participaria e se sentiria responsável pelas opções.


As pessoas não podem ir para a política por dinheiro e com uma motivação pessoal!

Essa é massa que cria maus políticos...

Obviamente as pessoas que estiverem ao serviço do país têm de ser remuneradas (a menos que abdiquem voluntariamente). Não é essa a questão é claro...

É a noção de que devem ser motivadas a fazê-lo com aliciantes económicos.

Isso vai atrair quem?

Epá, a malta em vez de procurar em emprego no mercado de trabalho até se "empregava" nos partidos (já nem era "filiava-se").

Venham para a política que a gente lhe paga não pode ser uma mensagem porque tenderás a atrair muitas pessoas erradas por motivos errados!

É como os sindicalistas de carreira...

E isso dava outra conversa!
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 40913
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por bolo » 7/4/2011 12:13

Bom Dia Marco,

MarcoAntonio Escreveu:
Ainda não vi tudo mas já vi uma boa parte...


Um aspecto que gostei particularmente, porque vai muito de encontro ao que eu penso e como eu vejo que deve ser o encarar da governação de um país: as decisões, os planos, têm de ser já. Os partidos deviam "coligar-se" já e definir já!

Esta coisa de adiar tudo (ou o mais possível) para lá das eleições é vivermos agarrados a modelos que falharam. É vivermos agarrados sempre ao mesmo modelo politico-partidário que nos trouxe até aqui.

Porque é que os partidos de uma vez por todas não colocam o país (REALMENTE!) à frente dos seus interesses, pelo menos num momento tão crítico quanto este?

Porque é que não se coligam agora?
Pois…! Não se se defendes apenas agora ou se defendes sempre.

Eu defendo que o modelo “partido” encerra em si um significado que o afasta de um princípio que, embora inatingível na sua plenitude, deve pelo menos ser um vector orientador da governação e da nossa forma de estar e que é: totalidade (não confundir com totalitarismo).
Por diversas razões eu não tenho uma solução em forma de modelo final que possa defender, mas quando alguém defende uma coligação a minha ideia de que a governação deve entender essa princípio vem-me logo à mente.

MarcoAntonio Escreveu:Este modelo de democracia falhou, os partidos devem ter a inteligência e honestidade perante o país de recuar e repensarem clara, honesta e objectivamente a sua forma de actuar em lugar de se concentrarem permanentemente em discursos tão ilusórios quanto vazios de conteudo cuja a única função que têm é a caça ao voto!


Marco, compreendemos a distância que vai de um modelo teórico à realidade prática, não no que respeita ao nosso comportamento, que pode estar colado à nossa teoria, mas sim ao comportamento de grupo, no nosso caso, de 10.000.000 de pessoas de todas as formas e feitios.
Se vivêssemos na Lua, poderíamos olhar a Terra, para Portugal e indagar: - “como é que aqueles gajos se podem organizar melhor?!!!” e talvez podessemos compreender melhor os desafios que temos pela frente neste campo.
Como dizes, também eu defendo que estamos bem enquanto democracia, mas que sentimos há lugar a muitas melhorias. Eu entendo que elas dependem na sua grande maioria de alterações no sistema político. Só não sei como isso se pode fazer!

Quanto à questão de inteligência e honestidade, acho que estás a esticar a corda demais. Já não pedia mais do que um sistema mais eficiente, pois isso pode ser tentado. Quanto aos valores, esses vêm do berço. É ter fé! Inteligência e objectividade podem ser conceitos subjectivos apesar de tudo.

Os partidos buscam o voto. Têm que afinar o discurso que mais lucro lhe traga nessa campo. Temos que entender essa realidade, senão nunca a vamos entender (desculpa a redundância).
Editado pela última vez por bolo em 7/4/2011 12:17, num total de 2 vezes.
Acabei de me auto-promover a Principiante!
Aaahhgrrr,... os meus dedos não estalam!!!
TAMBÉM QUERO SER RICO! Por onde começo? Estou disposto a deixar de trabalhar!
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1118
Registado: 29/11/2007 2:18
Localização: via láctea

por Mares » 7/4/2011 12:08

MarcoAntonio Escreveu:
karamelu Escreveu:Então e o que sugeres, a quem concorda contigo, que se faça?


Discutir, falar, estudar alternativas.

Por a opinião publica a falar disto...

Com o tempo podem formar-se movimentos ou outras formas de pressão para alterar um sistema caduco que não interessa ao país!



De dentro do sistema e de forma natural, não virá reformulação nenhuma...


A passeata da "geração à rasca" é um pouco do que aqui referes.

As petições é outro pouco disso mesmo...

As organizações cívicas e outro tanto...

....
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2504
Registado: 20/10/2010 17:33
Localização: 16

por JMHP » 7/4/2011 12:04

Também estou de acordo que estes políticos e o sistema tudo fará para mudar alguma coisa para não mexer em quase nada, mas se estes políticos não são capazes, então esta é altura para os empresários e cidadãos empreendedores deste país aparecerem e falarem sem medos e receios tal como exemplarmente fez ontem Alexandre Soares dos Santos.

Hoje mais do que nunca o tempo e a oportunidade chama por essas personalidades... É tempo de derrubar bloqueios, fantasmas e tabus. É tempo de derrubar o medo e a inercia instalada na sociedade!!
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por pdcarrico » 7/4/2011 11:57

MarcoAntonio Escreveu:
AutoMech Escreveu:Dai não ter percebido o teu ponto.


O ponto é alargar os horizontes.

Em vez de tacanhamente ficarmos agarrados a um sistema que visivelmente não funciona. Está todo pervertido e o elo mais fraco é o povo. Democracia? Isto de Democracia tem 10%... ou 9 ou 8, sei lá!

Não é Democracia nenhuma na medida em que o Povo na realidade não tem poder para praticamente nada.

Efectivamente o povo não manda praticamente nada!


Sugestões?

Bem, deixa ver: acabar com o método de hondt!

É um obstáculo à pluralidade e discriminatório, favorável aos grandes partidos.

E reformular o sistema de alocação, actualmente baseado nos círculos eleitorais que ainda agrava o problema.


Alterar completamente a dinâmica da Assembleia da República: por exemplo dividi-la em dois. Uma metade de deputados independentes de eleição directa e a outra metade semelhante à actual (mas com alterações, nomeadamente na substituição do método de hondt que já referi atrás).

O partido vencedor poderia ser a base do executivo tal como agora, mas os partidos todos só teriam metade da AR. A outra metade é "o povo"...

Estes governos seriam minoritarios mas a dinamica é diferente de um governo minoritario no modelo actual porque no modelo actual os partidos da oposição são forças de bloqueio ao governo e neste cenário os partidos da oposição, só por si, não bloqueiam nada!

E a outra metade é plural, não segue um programa, um líder. Não está sujeito a disciplinas de voto!


Enfim, é uma ideia...


A Democracia é anterior aos partidos. Os partidos vieram depois e a Democracia não tem de passar por uma hegemonia total dos partidos que tudo secam à sua volta!


Eu tenho ideia meio diferente. Não existem modelos ideais, mas o modelo dos partidos e o método de hondt são, ainda assim uma forma de representação que será tão próxima dos eleitores quanto se terem deputados independentes.

Eu acho é que as pessoas deviam ser incentivadas financeiramente a entrar nos partidos (por exemplo através de deduções, ou substituindo-se o financiamento público dos partidos). O problema é que quem está fora e se farta da política nem se dá ao trabalho de fazer o possível para mudar. Se as pessoas tivessem um ganho em participar, provavelmente mais gente se filiaria, participaria e se sentiria responsável pelas opções.

Por exemplo, eu diria que o financiamento público aos partidos deveria deixar de existir. O financiamento apenas devia ocorrer com quotizações. Mas em contrapartida, se mais gente se filiar resolve-se o problema de outra forma. Naturalmente uma pessoa não vai receber um valor só por estar filiado. Não sei exactamente como se poderia fazer, mas acho que a chave do problema é fazer as pessoas participar nas decisões.

No fundo concordo um pouco com o que diz o A330, só que a fiscalização e a escolha política não tem de ser a partir vidros mas sim com maior mobilização.

E um participante na política é obrigado a instruir-se politicamente, a entender opções, a perceber uma série de coisas que precisa perceber antes de formar opinião.
Pedro Carriço
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1156
Registado: 29/11/2007 11:42
Localização: Salvador, Bahia

por karamelu » 7/4/2011 11:51

MarcoAntonio Escreveu:
karamelu Escreveu:Então e o que sugeres, a quem concorda contigo, que se faça?


Discutir, falar, estudar alternativas.

Por a opinião publica a falar disto...

Com o tempo podem formar-se movimentos ou outras formas de pressão para alterar um sistema caduco que não interessa ao país!



De dentro do sistema e de forma natural, não virá reformulação nenhuma...



Sim, vamos ter de ser nós.

Não percebo como é que alguém com poder de fazer historia, de ser diferente de todos os outros, de ser responsável por levar um país ao sucesso prefere precisamente o contrário... e encher os bolsos e aos amigos...
Não consigo mesmo perceber a classe politica!
 
Mensagens: 42
Registado: 7/6/2010 16:09
Localização: 15

por urukai » 7/4/2011 11:50

Marco,

então já estás a falhar porque devias ter feito essa proposta aqui:

http://www.movimentomilenio.com/2011/04 ... istas-sao/[url]

:wink: [/url]
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1124
Registado: 11/5/2007 14:09

por karamelu » 7/4/2011 11:48

AutoMech Escreveu:
Interrogo-me o que é que cada um de nós, individualmente, poderá fazer para mudar o sistema, sabendo de antemão, como tu próprio referiste, que eu posso criticar o sistema, mas isso não faz de mim (longe disso) um político ou um possível representante do povo em potência.



É precisamente isso que me consome... Não consigo encontrar solução.
 
Mensagens: 42
Registado: 7/6/2010 16:09
Localização: 15

por MarcoAntonio » 7/4/2011 11:47

karamelu Escreveu:Então e o que sugeres, a quem concorda contigo, que se faça?


Discutir, falar, estudar alternativas.

Por a opinião publica a falar disto...

Com o tempo podem formar-se movimentos ou outras formas de pressão para alterar um sistema caduco que não interessa ao país!



De dentro do sistema e de forma natural, não virá reformulação nenhuma...
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 40913
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por Automech » 7/4/2011 11:43

OK Marco, aí estamos de acordo. Eu pensei que te estavas a referir concretamente às próximas eleições em que as opções são o que são e onde provavelmente temos de escolher o melhor = menos mau (ou então não votar).

A reflexão que fazes, com a qual me identifico, é mais abrangente, levará tempo e, honestamente, terá de partir da sociedade civil porque os partidos nunca vão regenerar um sistema do qual eles próprios se alimentam.

Os partidos com assento parlamentar são os principais interessados em bloquear o acesso ao parlamento de novos partidos e jamais tomarão medidas que facilitem esse acesso (e muito menos abrir mão do 'pote' à representação da sociedade civil, via cidadãos)

Interrogo-me o que é que cada um de nós, individualmente, poderá fazer para mudar o sistema, sabendo de antemão, como tu próprio referiste, que eu posso criticar o sistema, mas isso não faz de mim (longe disso) um político ou um possível representante do povo em potência.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por karamelu » 7/4/2011 11:42

MarcoAntonio Escreveu:Luto, cada vez mais, por uma consciência por parte das pessoas de que não temos de estar agarrados a este modelo de democracia completamente dominada por partidos totalmente voltados para si próprios...

A retórica partidária (de qualquer um dos partidos com assento na assembleia da república) já me deixou de iludir há uma data de anos!



Então e o que sugeres, a quem concorda contigo, que se faça?
 
Mensagens: 42
Registado: 7/6/2010 16:09
Localização: 15

por A330-300 » 7/4/2011 11:33

carrancho Escreveu:A-330,

Essa é a lenga lenga de sempre e que nos levou até aqui. Isso que dizes é na verdade ficar tudo na mesma. Vir outro, depois outro e mais outro... mas são sempre os mesmos.

Só há duas formas de apertar com eles de forma a forçar que as coisas mudem:

1- Com sangue suor e lágrimas,

2- manifestando o nosso descontentamento nas urnas.

Antes de derramar sangue nas ruas, penso que devi9amos apertar a sério com eles não permitindo que nenhum fosse o mais votado. Com PS e PSD sem serem os mais votados, podes estar certo que as coisas iam mudar dentro desses partidos.

Votem, votem CDS-PP, CDU, BE, MPT, PNR, PM ou outra coisa qualquer. Cada um com meia duzia de deputados na AR e podes estar certo que PS/PSD limpavam com os coladores de cartazes que têm de lá para fora num instante.


Não citei os outros partidos , mas se ler com calma o que escrevi vai ver que escreveu exatamente o memo que escrevi.

A330
 
Mensagens: 1503
Registado: 30/1/2005 12:51
Localização: Lx

por Mares » 7/4/2011 11:29

MarcoAntonio Escreveu:
Ainda não vi tudo mas já vi uma boa parte...


Um aspecto que gostei particularmente, porque vai muito de encontro ao que eu penso e como eu vejo que deve ser o encarar da governação de um país: as decisões, os planos, têm de ser já. Os partidos deviam "coligar-se" já e definir já!

Esta coisa de adiar tudo (ou o mais possível) para lá das eleições é vivermos agarrados a modelos que falharam. É vivermos agarrados sempre ao mesmo modelo politico-partidário que nos trouxe até aqui.

Porque é que os partidos de uma vez por todas não colocam o país (REALMENTE!) à frente dos seus interesses, pelo menos num momento tão crítico quanto este?

São incapazes, claro que são. Falta-lhes a visão, o sentido de estado, a capacidade e latitude necessário para fazer algo como isto. Têm um umbigo maior do que a barriga e "ai jesus" depois da eleições vemos quem governa e agora é a luta ao voto.

O país... que se lixe... que aguente até lá!

Não consigo conviver com isto...

Este modelo de democracia falhou, os partidos devem ter a inteligência e honestidade perante o país de recuar e repensarem clara, honesta e objectivamente a sua forma de actuar em lugar de se concentrarem permanentemente em discursos tão ilusórios quanto vazios de conteudo cuja a única função que têm é a caça ao voto!


Luto, cada vez mais, por uma consciência por parte das pessoas de que não temos de estar agarrados a este modelo de democracia completamente dominada por partidos totalmente voltados para si próprios...

A retórica partidária (de qualquer um dos partidos com assento na assembleia da república) já me deixou de iludir há uma data de anos!


Caro MarcoAntonio,

as tuas palavras estão parcialmente em acordo com a forma como eu interpreto a situação no país.

Na mentalidade do povo português, o único devêr que tem é ir voltar "no melhor, ou no menos pior" e o seu maior direito é atribuír aos políticos eleitos todas as culpas pelas coisas erradas do país.

Então vêmos que a qualidade dos politicos já é condicionada pela percepção dos direitos/deveres dos eleitores neste país.

Pelo Caldeirão, vêmos que uma grande maioria dos posts são dirigídos para dizer mal dos políticos, talvez na perspectíva de que a politica de governo A ou B lhes traga maiores retornos para a sua vida pessoal.

Infelizmente, é perceptível que as pessoas não tem o menor estímulo para procurar dados sobre a realidade do país, analisar e colocar aqui as suas conclusões.

Então tudo fica no dizer mal, na suspeita, na falta de alternatívas, no disse que disse,...
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2504
Registado: 20/10/2010 17:33
Localização: 16

por MarcoAntonio » 7/4/2011 11:29

AutoMech Escreveu:Dai não ter percebido o teu ponto.


O ponto é alargar os horizontes.

Em vez de tacanhamente ficarmos agarrados a um sistema que visivelmente não funciona. Está todo pervertido e o elo mais fraco é o povo. Democracia? Isto de Democracia tem 10%... ou 9 ou 8, sei lá!

Não é Democracia nenhuma na medida em que o Povo na realidade não tem poder para praticamente nada.

Efectivamente o povo não manda praticamente nada!


Sugestões?

Bem, deixa ver: acabar com o método de hondt!

É um obstáculo à pluralidade e discriminatório, favorável aos grandes partidos.

E reformular o sistema de alocação, actualmente baseado nos círculos eleitorais que ainda agrava o problema.


Alterar completamente a dinâmica da Assembleia da República: por exemplo dividi-la em dois. Uma metade de deputados independentes de eleição directa e a outra metade semelhante à actual (mas com alterações, nomeadamente na substituição do método de hondt que já referi atrás).

O partido vencedor poderia ser a base do executivo tal como agora, mas os partidos todos só teriam metade da AR. A outra metade é "o povo"...

Estes governos seriam minoritarios mas a dinamica é diferente de um governo minoritario no modelo actual porque no modelo actual os partidos da oposição são forças de bloqueio ao governo e neste cenário os partidos da oposição, só por si, não bloqueiam nada!

E a outra metade é plural, não segue um programa, um líder. Não está sujeito a disciplinas de voto!


Enfim, é uma ideia...


A Democracia é anterior aos partidos. Os partidos vieram depois e a Democracia não tem de passar por uma hegemonia total dos partidos que tudo secam à sua volta!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 7/4/2011 11:31, num total de 1 vez.
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 40913
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por Automech » 7/4/2011 11:14

MarcoAntonio Escreveu:Agora, entendo é que as pessoas não devem limitar-se a escolher um partido em função da cor da bandeira e é aquilo para todo o sempre ou simplesmente dizerem algo do tipo "bem, vou escolher o menos mau porque têm de ser assim, tem de ser um destes"!

Há terra para lá do horizonte, portanto, alarguem-se os horizontes....


Marco, a parte do evitar a 'partidarite' (como quem apoia um clube de futebol) é clara para mim, mas no resto e mais concretamente o que é que querias dizer ?

No actual quadro político, as opções são:

A) Não votar

B) Votar
B1) Branco
B2) Nulo
B3) Num partido

Na opção B3) deverão haver uma dúzia (ou mais) de partidos.

Ao escolhermos um desses partidos, estamos a fazer a opção de voto naquele que nos parece o melhor.

Só que essa opção, pode não ser uma verdadeira opção do melhor, mas sim do menos mau (o menos mau, dentro dos disponíveis, acaba por ser o melhor).

E atenção que não estou a falar de 'voto útil' PS/PSD.

Estou a fazer o raciocínio do melhor = menos mau, mesmo quando essa escolha é o CDS, BE, PCP, PCTP, PPM, POUS, etc. Dai não ter percebido o teu ponto.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 9360
Registado: 4/6/2010 12:12
Localização: 16

por MarcoAntonio » 7/4/2011 11:01

ruizzz Escreveu:Qualquer um é livre de criar um novo partido politico, com uma filosofia inovadora e diferente e tenho a certeza que muitos se iriam interessar (o António Nobre durante as Presidenciais provou que as pessoas estão abertas a uma mudança de estilo).


Qualquer um é livre de criar um novo partido sim.

Mas...

(1) Primeiro, não podemos ser todos políticos. Na verdade, em termos práticos, só uma parcela muito pequena poderá fazê-lo. Portanto, há que ter muito cuidado com as mensagens implícitas em relação à acção ou falta dela da sociedade em geral porque não é razoável esperar que cada cidadão seja um político!

(2) Segundo, o sistema tem uma série de bloqueios para os que se aventuram na criação de um partido ou movimento, que nasce virtualmente morto.


Um partido novo que surja parte desde logo com uma tremenda desvantagem: não tem cobertura mediática quase nenhuma. Desde logo não tem acento parlamentar, depois, no dia-a-dia não é consultado e não surje no circo mediático com que somos brindados a propósito de tudo e mais alguma coisa. E por fim, mesmo já tendo ido a votos em eleições anteriores nem nas sondagens de opinião de entidades acreditadas são mencionados. É um abafamento completo...

É só nas campanhas eleitorais que eles têm uma oportunidade de aparecer e mesmo aí com limitações evidentes.


Mas, passada toda esta discriminação, admitamos que vais a votos...

É aqui que surge então a maior pérola de todas!

Um novo partido, pequeno naturalmente, se conseguir a proesa de atingir uns 2% dos votos... consegue à partida 1 deputado. Com 2% dos votos, os "grandes partidos" metem lá 4 a 5 deputados!



Qualquer um é livre de criar um partido. Sim, em teoria. Uma teoria lírica que não serve para grande coisa...

Porque a realidade é antes esta: cada um é livre de criar um partido sendo totalmente discriminado e espezinhado pelo sistema por vias várias enquanto o faz!
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 40913
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por Lion_Heart » 7/4/2011 10:50

carrancho Escreveu:A-330,

Essa é a lenga lenga de sempre e que nos levou até aqui. Isso que dizes é na verdade ficar tudo na mesma. Vir outro, depois outro e mais outro... mas são sempre os mesmos.

Só há duas formas de apertar com eles de forma a forçar que as coisas mudem:

1- Com sangue suor e lágrimas,

2- manifestando o nosso descontentamento nas urnas.

Antes de derramar sangue nas ruas, penso que devi9amos apertar a sério com eles não permitindo que nenhum fosse o mais votado. Com PS e PSD sem serem os mais votados, podes estar certo que as coisas iam mudar dentro desses partidos.

Votem, votem CDS-PP, CDU, BE, MPT, PNR, PM ou outra coisa qualquer. Cada um com meia duzia de deputados na AR e podes estar certo que PS/PSD limpavam com os coladores de cartazes que têm de lá para fora num instante.


Exacto, eleger deputados desses partidos (os que nunca estiveram representados na AR) , a ver se o PS e o PSD não aprendiam e rapido
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

Lion_Heart
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 7051
Registado: 6/11/2002 22:32
Localização: Toquio

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Bing [Bot], Google [Bot], latbal, macau5m, niceboy, OCTAMA, Rafael Abreu, Sinedrio e 175 visitantes