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Caldeirão da Bolsa

Pedro Passos Coelho

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por JMHP » 4/4/2011 15:21

Berluscony Escreveu:Pepi, devias colocar a pergunta de outra forma...

O que é que PPC deveria fazer para que esta gente deixe de apoiar JS?

A resposta é simples! Basta apresentar uma alternativa coerente e credível! Que não me parece ser o caso... Mas corrige-me se estiver errado


E que alternativa poderemos considerar como sendo coerente e credível?!

Que ideias e politicas poderemos nós ajuizar como coerentes e credíveis?!

Será que queremos ouvir a verdade pela boca de um politico e conhecer aquilo que verdadeiramente temos de fazer?!

Sinceramente, eu acho que não. Ainda não vi nem ouvi a sociedade a manifestar-se nesse sentido.
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por Berluscony » 4/4/2011 15:14

Pepi, devias colocar a pergunta de outra forma...

O que é que PPC deveria fazer para que esta gente deixe de apoiar JS?

A resposta é simples! Basta apresentar uma alternativa coerente e credível! Que não me parece ser o caso... Mas corrige-me se estiver errado
 
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por JMHP » 4/4/2011 15:14

pepi Escreveu:Aliás, eu pergunto-me:

"O que é que o JS teria que fazer, para perder o apoio desta gente"? :-k


1º e acima de tudo, teria de estoirar com o país ou seja acabar com o conforto da gente que o apoia.

Só depois, depois de tudo destruído e não restar nada... Ai sim, iriam pensar o que fazer com JS. :roll:
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por pepi » 4/4/2011 15:05

pepi Escreveu:
Berluscony Escreveu:Como disse o Mares, se houver melhor que fique JS, se não já vai tarde...


Acho inacreditável que depois de tudo o que essa criatura fez, contra a realidade que entra pelas nossas vidas, ainda haja pessoas que pensam que esta personagem merece + uma oportunidade...

Força, acho que sim... :roll:


Aliás, eu pergunto-me:

"O que é que o JS teria que fazer, para perder o apoio desta gente"? :-k
 
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por pepi » 4/4/2011 14:56

Berluscony Escreveu:Como disse o Mares, se houver melhor que fique JS, se não já vai tarde...


Acho inacreditável que depois de tudo o que essa criatura fez, contra a realidade que entra pelas nossas vidas, ainda haja pessoas que pensam que esta personagem merece + uma oportunidade...

Força, acho que sim... :roll:
 
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por pepi » 4/4/2011 14:53

Considero que o FMI iria fazer duas coisas fundamentais:

- Desmascarar toda a contabilidade criativa, e trazer para a esfera do Estado toda a despesa e endividamento desorçamentado. Não há ninguém que consiga tomar decisões de gestão sem ter toda a informação em seu poder;

-Propor reformas estruturais. Há muitas medidas fundamentais que os governos só tomarão se foram forçados a isso. Não foi a Grécia que reduziu significativamente o nº de autarquias? Já aqui escrevi, que as pessoas não têm noção dos milhões de Fundos Comunitários desperdiçados em "concorrência" entre municipios (se o vizinho tem uma casa da cultura, o nosso concelho tem que ter uma maior...).

PS - Em tempos, andei a fazer auditoria a fundos comunitários...
 
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por ANONIMO111 » 4/4/2011 14:51

Gregos e irlandeses vivem há meses com a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE), um destino que, tudo indica, deverá ser em breve partilhado por portugueses. Mas o conselho deles é outro: «Mandem o FMI dar uma volta se tiverem coragem».
 
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por Berluscony » 4/4/2011 14:43

Acho o Marco foi bastante objectivo e claro. Não vejo qualquer contradição! A questão essencial é a estratégia, o rumo! O neste momento PPC é um vazio completo de estratégias, ou melhor, a estratégia parece obdecer à lógica do pote, e isso é que é uma contradição, todas as medidas avançadas são uma completa negação da mensagem de esperança que querem passar. Senão vejamos:

Reprovação do PEC por aumentar os impostos - 1ª solução - aumento do IVA - 2ª solução - aumentar o IVA não tem qualquer fundamento...

Avaliação dos professores - 1ª solução - suspensão da avaliação - alternativa - uma folha A4 com generalidades, e demagogia eleitoralista

Transferência dos fundos estruturais europeus para o subsídios sociais - Disparate

Privatização da CGD - Disparate

O único ponto onde mantém coerência é na disponibilidade de governar com o FMI, ou seja, ausência de estratégia de fundo.

Tenho a certeza que se PPC convocasse eleições internas, perderia por 10 a 0!!!

Interessante é ver que todos os comentadores políticos que apoiaram PPC, agora venham dizer que é melhor não haver ajuda externa! Daqui a uns dias vamos ver PPC defender o mesmo... Mais uma contradição...

Como disse o Mares, se houver melhor que fique JS, se não já vai tarde...
 
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por Mares » 4/4/2011 13:42

E este pessoal está aqui a dar ideias ao PPC, de como ele poderá reduzír o défice.... :lol:

Realmente, aqui já apresentaram-se mais medidas do que aquelas que ele apresentou...

Pode ser que ele não se queira comprometer com nada...

E até mesmo, nem vír a ganhar as eleições...
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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por JMHP » 4/4/2011 12:44

MarcoAntonio Escreveu:
JMHP Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:Agora, esta esperança que como que transforma já o FMI numa espécie de novo D. Sebastião é totalmente mal dirigida!

É olhar para os "PECs" gregos e irlandeses impostos pelo FMI (ver acima!) para perceber que a esperança é totalmente mal dirigida.

O FMI vem implementar mais do mesmo que temos tido... só que mais à bruta!


Não me parece que alguém esteja á espera de um D. Sebastião, vejo antes uma parte significativa dos portugueses subjugados e dependentes do Estado na esperança de que a vida não piore sem que seja preciso mudar quase nada.

Na minha opinião isso é o que pior comportamento que podemos ter dada a situação grave em que vivemos, devíamos estar já a discutir as mudanças e reformas necessárias a implementar de modo a corrigir o mais rápido possível a situação em vez de não fazer nada e insistir no mesmo sistema e modelo que nos trouxe até aqui.

O FMI provavelmente virá ajudar a implementar e impor rapidamente medidas duras e objectivas que nós sozinhos levamos vários meses ou anos com sucessivos PECs que ás "pinguinhas" não resultam em quase nada.

É pena porque damos ao mundo a imagem e a demonstração que sozinhos não somos capazes nem temos coragem de fazer o que só a nós nos cabe fazer em defesa do nosso interesse e da nossa soberania.

Assim sendo a preocupação dos credores aumenta e a paciência naturalmente esgota-se...


Por medidas duras e objectivas, queres dizer medidas duras, cegas e sem qualquer estratégia. Do mesmo tipo das que temos tido mas para pior!

Certo?

A solução do FMI é aumentar impostos, despedir, aumentar impostos, baixar salários e aumentar impostos!



Não é nada disto que precisamos...

Precisamos de medidas que reestruturem o estado, que o aligerem de forma racional e estratégica; precisamos de rever a bandalheira de institutos e fundações (que nem se sabe quantos são) e rever o seu enquadramento legal e fiscal; precisamos de rever as idades de reforma (como já faz a maior parte da europa, especialmente a da frente de que nos insistimos de afastar); precisamos de rever os nossos feriados e pontes, tranformando a maior parte dos feriados em feriados móveis (como se faz na europa da frente, aquela de que nós insistimos de nos afastar); precisamos de rever os investimentos públicos, os TGVs e afins, as parcerias publico privadas e por aí fora; precisamos de acabar com as sangrias de empresas públicas sistematicamente deficitárias (nem que tenha de passar por fechar canais de televisão de interesse público duvidoso).

Etc, etc, etc!

Enfim, há um montão de coisas ainda para fazer. Os problemas estruturais, de fundo, os que nos trouxeram até aqui, estão praticamente todos ainda por resolver!

Mas é tudo medidas que o FMI não irá tomar. Aquilo não tem qualquer estratégia, é do mesmo género do que temos tido... mas para pior.


Entretanto alguns, totalmente descontentes com a nossa classe política, vão alimentando uma visão romântica de que o FMI vem moralizar o país. Vão ter uma desilusão porque o que vai acontecer mesmo é passarem a deixar ainda mais dinheiro no posto de gasolina quando forem meter uns litros de "gasóil"...


Tu estás a contradizer-te... Aquilo que defendes que é necessário (eu concordo) fazer para mudar o rumo do país, só será possível realizar com as medidas que tu acreditas que o FMI irá impor e obrigar em Portugal.

O FMI não governa nem decide o nosso rumo, as decisões serão da nossa responsabilidade, cabe a nós escolher o nosso caminho que queremos percorrer no futuro de forma a recuperar o país.

Claro que os impostos vão aumentar, o desemprego vai subir ainda mais, os salários vão baixar e o poder de compra diminuir... Quem julgar que o caminho poderá ser feito de forma diferente, só poderá ainda viver na ilusão que nos tem acompanhado há décadas.

Os gregos e irlandeses ainda não descobriram nem inventaram formulas mágicas, nem ninguém espera por milagres... Porque razão haveremos de acreditar que somos diferentes do resto do mundo?!
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por Quico » 4/4/2011 12:36

MarcoAntonio Escreveu:A solução do FMI é aumentar impostos, despedir, aumentar impostos, baixar salários e aumentar impostos!

Não é nada disto que precisamos...

Precisamos de medidas que reestruturem o estado, que o aligerem de forma racional e estratégica; precisamos de rever a bandalheira de institutos e fundações (que nem se sabe quantos são) e rever o seu enquadramento legal e fiscal; precisamos de rever as idades de reforma (como já faz a maior parte da europa, especialmente a da frente de que nos insistimos de afastar); precisamos de rever os nossos feriados e pontes, tranformando a maior parte dos feriados em feriados móveis (como se faz na europa da frente, aquela de que nós insistimos de nos afastar); precisamos de rever os investimentos públicos, os TGVs e afins, as parcerias publico privadas e por aí fora; precisamos de acabar com as sangrias de empresas públicas sistematicamente deficitárias (nem que tenha de passar por fechar canais de televisão de interesse público duvidoso).

Etc, etc, etc!


Vais-me desculpar Marco, mas embora concorde que qualquer credor está-se a marimbar para o estilo de vida de quem deve - quer é que ele trate de arranjar rapidamente forma de lhe pagar, com tudo o que isso implique - também hás-de convir que o grosso do que tu dizes que "precisamos" corresponde àquilo que tu dizes que "não precisamos":

- "medidas que reestruturem o estado, que o aligerem de forma racional e estratégica" = despedir, baixar salários.
- "precisamos de rever a bandalheira de institutos e fundações (que nem se sabe quantos são) e rever o seu enquadramento legal e fiscal" = despedir, baixar salários.
- "precisamos de rever os investimentos públicos, os TGVs e afins, as parcerias publico privadas e por aí fora; precisamos de acabar com as sangrias de empresas públicas sistematicamente deficitárias" = despedir, baixar salários.
- "precisamos de rever as idades de reforma" = baixar salários (i.e., trabalhar mais para ganhar o mesmo).

Fica o aumento de impostos de fora, e em condições normais concordo que seria o que nenhuma economia precisa para crescer (aliás, quem como eu defende a diminuição do tamanho do estado na economia, acha que eles deveriam era diminuir drasticamente).

Mas francamente: neste aperto financeiro a que nos deixamos chegar (por termos andado a empurrar os problemas para a frente com a barriga), duvido que alguém sério possa excluir essa possibilidade. É que a fatura está já aí para pagar...

Abraço.
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por MarcoAntonio » 4/4/2011 12:16

E podem aproveitar e devolver os submarinos à proveniência também. Já era tempo de nos deixarmos de brinquedos...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 4/4/2011 12:10

JMHP Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:Agora, esta esperança que como que transforma já o FMI numa espécie de novo D. Sebastião é totalmente mal dirigida!

É olhar para os "PECs" gregos e irlandeses impostos pelo FMI (ver acima!) para perceber que a esperança é totalmente mal dirigida.

O FMI vem implementar mais do mesmo que temos tido... só que mais à bruta!


Não me parece que alguém esteja á espera de um D. Sebastião, vejo antes uma parte significativa dos portugueses subjugados e dependentes do Estado na esperança de que a vida não piore sem que seja preciso mudar quase nada.

Na minha opinião isso é o que pior comportamento que podemos ter dada a situação grave em que vivemos, devíamos estar já a discutir as mudanças e reformas necessárias a implementar de modo a corrigir o mais rápido possível a situação em vez de não fazer nada e insistir no mesmo sistema e modelo que nos trouxe até aqui.

O FMI provavelmente virá ajudar a implementar e impor rapidamente medidas duras e objectivas que nós sozinhos levamos vários meses ou anos com sucessivos PECs que ás "pinguinhas" não resultam em quase nada.

É pena porque damos ao mundo a imagem e a demonstração que sozinhos não somos capazes nem temos coragem de fazer o que só a nós nos cabe fazer em defesa do nosso interesse e da nossa soberania.

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A solução do FMI é aumentar impostos, despedir, aumentar impostos, baixar salários e aumentar impostos!



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Etc, etc, etc!

Enfim, há um montão de coisas ainda para fazer. Os problemas estruturais, de fundo, os que nos trouxeram até aqui, estão praticamente todos ainda por resolver!

Mas é tudo medidas que o FMI não irá tomar. Aquilo não tem qualquer estratégia, é do mesmo género do que temos tido... mas para pior.


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por JMHP » 4/4/2011 11:19

MarcoAntonio Escreveu:Agora, esta esperança que como que transforma já o FMI numa espécie de novo D. Sebastião é totalmente mal dirigida!

É olhar para os "PECs" gregos e irlandeses impostos pelo FMI (ver acima!) para perceber que a esperança é totalmente mal dirigida.

O FMI vem implementar mais do mesmo que temos tido... só que mais à bruta!


Não me parece que alguém esteja á espera de um D. Sebastião, vejo antes uma parte significativa dos portugueses subjugados e dependentes do Estado na esperança de que a vida não piore sem que seja preciso mudar quase nada.

Na minha opinião isso é o que pior comportamento que podemos ter dada a situação grave em que vivemos, devíamos estar já a discutir as mudanças e reformas necessárias a implementar de modo a corrigir o mais rápido possível a situação em vez de não fazer nada e insistir no mesmo sistema e modelo que nos trouxe até aqui.

O FMI provavelmente virá ajudar a implementar e impor rapidamente medidas duras e objectivas que nós sozinhos levamos vários meses ou anos com sucessivos PECs que ás "pinguinhas" não resultam em quase nada.

É pena porque damos ao mundo a imagem e a demonstração que sozinhos não somos capazes nem temos coragem de fazer o que só a nós nos cabe fazer em defesa do nosso interesse e da nossa soberania.

Assim sendo a preocupação dos credores aumenta e a paciência naturalmente esgota-se...
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por MarcoAntonio » 4/4/2011 3:58

JMHP Escreveu:Alguns anseiam porque se calhar não encontram mais esperança na capacidade e na coragem dos nossos lideres políticos em mudar a sociedade.... Não será assim?!


Claro. Isso é exacta e precisamente o que eu acho...

Na verdade, já tinha resumido a questão aqui:

MarcoAntonio Escreveu:(...)

Eu percebo que as pessoas, descontentes com a classe política, tendam a ver à priori a vinda do FMI como boa (porque supostamente vem tirar poder da mão dos políticos). Mas é uma visão romântica que provavelmente não tem qualquer relação com a realidade!

Temo que venham a ter (grande parte das pessoas, em particular: as que trabalham, as que actualmente já não têm capacidade de poupança, etc) uma bem desagradável surpresa...



Agora, esta esperança que como que transforma já o FMI numa espécie de novo D. Sebastião é totalmente mal dirigida!

É olhar para os "PECs" gregos e irlandeses impostos pelo FMI (ver acima!) para perceber que a esperança é totalmente mal dirigida.

O FMI vem implementar mais do mesmo que temos tido... só que mais à bruta!
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por JMHP » 4/4/2011 3:36

MarcoAntonio Escreveu:Eu não sei se há alternativa ou se o vamos conseguir evitar, possivelmente não.

O que eu estou a dizer é que o FMI não é a solução milagrosa que alguns anseiam e que não vem fazer aquilo que alguns esperam, é isso que eu tenho estado a escrever...


Alguns anseiam porque se calhar não encontram mais esperança na capacidade e na coragem dos nossos lideres políticos em mudar a sociedade.... Não será assim?!

Com ou sem FMI não existe solução milagrosa que nos livre de passar pelo sofrimento e o destino que nós próprios escolhemos.

Milagre verdadeiro, aconteceria quando nós portugueses decidirmos sem medo, sem receio e com determinação lutar e construir uma nova sociedade e um novo sistema de desenvolvimento para o país de forma a promover a liberdade individual, o mérito e empreendorismo em que as pessoas fossem quanto possível independentes do Estado.

Isso sim, seria um verdadeiro milagre neste Portugal actual... 37 anos de democracia e liberdade foram suficientes para atirar o país á ruína... E mesmo assim não parecem serem suficientes para gerar uma mudança.

O FMI simboliza a esperança que não encontramos entre nós e será seguramente a nossa ultima garantia que não perdemos a liberdade e democracia que ainda nos resta, porque sem ajuda tudo aquilo que temos e ainda somos como sociedade... Desaparece!


MarcoAntonio Escreveu:Lê-se: impostos, impostos, despedimentos, impostos, impostos, cortes de salários, impostos, impostos, cortes de pensões.


Sim claro, mas existem duvidas que será esse o nosso destino?!
Há anos que fomos alertados por várias individualidades e organizações para o "abismo" que agora vemos pela frente.

Acreditar que será possível sair desta situação em que nos encontramos de forma ligeira e com pouco sofrimento ou não pior do que já passamos hoje, isso sim é acreditar em milagres.
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por MarcoAntonio » 4/4/2011 3:01

MarcoAntonio Escreveu:
(...)

Agora, vindo o FMI, este vai martelar em cima dos mesmos que já foram martelados na maior parte dos casos. Este tenderá a actuar onde é mais fácil, onde existem menos obstáculos: cortar salários, aumentar impostos, etc.

O FMI, por muito que se goste da ideia, não vem moralizar o sistema político ou repor a justiça social. Isso está completamente fora do âmbito do que é a actuação do FMI!

Era doce mas o FMI não vem resolver nenhum dos problemas de fundo...

(...)




Retirado de uma notícia citada noutro tópico, com resumo das medidas após a intervenção do FMI:


Grécia

110 mil milhões de euros

Contribuição 80 mil milhões de euros (UE) + 30 mil milhões (FMI).

Impacto Medidas de austeridade para 2010-2013 visam poupar 25 mil milhões (11% do PIB).

Objectivo Reduzir défice orçamental de 7,4% em 2011 para menos de 3% em 2014.

IVA Taxa mínima sobiu de 10% para 11% e a máxima de 21% para 23%.

Impostos Subida das taxas sobre combustíveis, álcool e jogo.

Função Pública Salários reduzidos em 7%.

Pensões Congelamento e redução de pensões.

Salários Corte de 30% no subsídios de férias e de 60% no subsídio de Natal.

Empresas Imposto extraordinário sobre lucros.

---------------------------

Irlanda

85 mil milhões de euros

Contribuição 45 mil milhões de euros (UE) + 22,5 mil milhões (FMI) + 17,5 mil milhões (Tesouro).

Impacto Medidas de austeridade para 2011-2014 pretendem poupar 12,7 mil milhões de euros (8% do PIB).

Objectivo Reduzir défice de 9,1% em 2011 para 2,8% em 2014

Função Pública Despedimento de 10% dos funcionários: 21 mil até 2014 e mais quatro mil em 2015.

IVA Taxa mínima do imposto sobe de 11% para 13,5% e a máxima para 23%.

Família Corte de 10% nos abonos.

Privatizações Vendas no valor de dois mil milhões de euros.

Pensões Redução de 4%.


Lê-se: impostos, impostos, despedimentos, impostos, impostos, cortes de salários, impostos, impostos, cortes de pensões.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por MarcoAntonio » 4/4/2011 1:33

Eu não sei se há alternativa ou se o vamos conseguir evitar, possivelmente não.

O que eu estou a dizer é que o FMI não é a solução milagrosa que alguns anseiam e que não vem fazer aquilo que alguns esperam, é isso que eu tenho estado a escrever...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
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por JMHP » 4/4/2011 1:15

MarcoAntonio Escreveu:
Sr_SNiper Escreveu:Porque é que o FMI é o bicho papão??
´

Uma vinda do FMI, genericamente, é mal vista porque:

> O FMI não vem resolver problema nenhum, não vem governar e não vai substituir-se ao governo e ao papel que compete ao governo;

> O FMI vem apenas garantir que recebe de volta o que empresta e para isto tende a implementar medidas que prejudicam a economia do país que foram socorrer, hipotecando a recuperação económica.

As medidas ou condições que o FMI vai impor não terão qualquer consideração de justiça social ou de estratégia económica. Por conseguinte, como tenderão a ser medidas cegas, não só não resolvem nada do que são os problemas estruturais como os pode agravar mesmo.

Retrospectivamente, os socorros do FMI não parecem ter trazido grandes benefícios aos países socorridos. Antes pelo contrário...



Qual é a alternativa que temos ao FMI?!

Se recusarmos o FMI, quem nos empresta dinheiro?!

... e o que fazemos sem o dinheiro dos outros?!... Dado que não temos mais do nosso?!

Depois do PEC IV.... como seria o PEC V?!..... e será que ficávamos pelo PEC VI ou ainda íamos ao PEC VII?!

De PEC em PEC aonde queremos levar o país?!....4... 4 PEC em 1 ano não serão suficientes para um país inteiro perceber que não existe alternativa em pedir ajuda e mudar de rumo tendo que passar por grandes sacrifícios?!... Ou existe soluções mágicas?!
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por Automech » 4/4/2011 0:30

Mares Escreveu:Esses funcionários que estão em fundações, institutos, etc, etc, ... sempre pertençeram ao aparelho do Estado. Então o Estado foi dividído, para tentarem criar eficiência e mais autonomia.

Criou-se eficiência ou ganhos?...é uma boa pergunta...Possivelmente não.


Em empresas municipais, publicas e institutos não raras vezes o que aconteceu foi uma duplicação para meter gente conhecida. Eu conheço vários casos e é apenas a minha experiência pessoal. O que é que não haverá por esse país fora...
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por Mares » 4/4/2011 0:12

AutoMech Escreveu:O problema não é o número dos FPs mas sim a sua fraca produção em termos de serviços públicos, por força da duplicação e triplicação de estruturas, entre direções gerais, regionais, empresas publicas, institutos e empresas municipais.

Quanto ao que dizes sobre os FPs reformados é realmente verdade Mares, daí a necessidade de limitar a pensões mais altas, coisa que pelos vistos ninguém tem coragem de fazer e em que o guarda chuva FMI pode dar muito jeito.

Eu penso que tu ainda acreditas que os políticos terão coragem coragem de fazer, por eles próprios, o que é necessário. Eu não acredito (nem o PS, nem o PSD, note-se).

E, já agora, longe de mim pensar que o problema de Portugal está exclusivamente nesse desequilíbrio dos FPs...


Acho que anda-se a vender muita coisa que pode não ser verdade...

Esses funcionários que estão em fundações, institutos, etc, etc, ... sempre pertençeram ao aparelho do Estado. Então o Estado foi dividído, para tentarem criar eficiência e mais autonomia.

Criou-se eficiência ou ganhos?...é uma boa pergunta...Possivelmente não.

Para tentar mantêr os FP na activa, criaram-se penalizações às aposentações antecipadas... mas como está-se a vêr, não tem dado resultado. Os FP preferem perder alguns porcento do que ficar a levar cortes no salário.
Cortando-se nos salários dos que estão na activa, desincentiva-os e os força a írem para a reforma.

A queda do governo foi quando tentou aplicar o mesmo corte, que tinha feita nos FP, nos aposentados... a oposição vota toda contra o governo e o derruba (até mesmo dentro do PS, tem muitos que são contra essa medida).

Temos de aceitar que o JS teve até muita coragem em tentar cortar nos aposentados (como já o tinha feito nos FP). Então ele até tem tentado reformar o Estado... Mas apenas o faz porque entende que não dá para adiar mais as reformas do Estado.

Mas ele devería ter sído o primeiro-ministro de todos os portuguêses e não só do Estado. Então tem muita gente que não tem nada a agradeçer-lhe pois a vida dessas pessoas piorou muito com a governação dele (precarização no trabalho, desprezo pelos reformados com as reformas miseráveis, desconsideração pelas famílias com crianças, etc, etc).

Então, o JS fique se não houver melhor...se houver, então já vai tarde...
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por Automech » 3/4/2011 23:36

O problema não é o número dos FPs mas sim a sua fraca produção em termos de serviços públicos, por força da duplicação e triplicação de estruturas, entre direções gerais, regionais, empresas publicas, institutos e empresas municipais.

Quanto ao que dizes sobre os FPs reformados é realmente verdade Mares, daí a necessidade de limitar a pensões mais altas, coisa que pelos vistos ninguém tem coragem de fazer e em que o guarda chuva FMI pode dar muito jeito.

Eu penso que tu ainda acreditas que os políticos terão coragem coragem de fazer, por eles próprios, o que é necessário. Eu não acredito (nem o PS, nem o PSD, note-se).

E, já agora, longe de mim pensar que o problema de Portugal está exclusivamente nesse desequilíbrio dos FPs...
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por Mares » 3/4/2011 23:26

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:
AutoMech Escreveu:Mas para alterações delicadas e impopulares, como mudanças na legislação laboral ou redução de organismos públicos (entre outros), o guarda chuva do FMI dá um grande jeito.

Pode não ser o objetivo do FMI, mas o governo em funções só não aproveita a boleia se for burro. Os políticos adoram ter a quem atirar as culpas e nada melhor do que alguém que ninguém conhece.



Estás a falar como o PPC!!

Acho que políticas dessas não vai dar nenhum futuro a Portugal.

Ele é uma pessoa que defende que "quanto pior, melhor".

As medidas que o FMI irá querer impôr em Portugal serão muito piores que o PEC4.

Então não entendo que lógica têve o parlamento para recusar o PEC. Poder apenas pelo poder? Derrubar o JS? Fazerem aquilo que não tem coragem para o fazer? Defenderem as reformas douradas?

Lamentável....


Se eu estou a falar como o PPC presumo que tanto a legislação laboral, como o peso do estado (dois dos meus exemplos) estão OK para ti. Óptimo Mares. Nesse caso o melhor é deixar estar tudo como está.


Podes achar que o problema ainda está no FP, mas podes vêr que o Estado está "emagrecendo" muito rapidamente. Quem pode está aposentando-se e o número de FP está caíndo rapidamente. Isso já é possível de se vêr nos dados e a lista de aposentados da CGA é enorme todos os meses.

O problema é que todo esse peso está sendo transferído para a CGA. Então o desequilíbrio será cada vez maior (entre quem desconta no Estado e quem está recebendo também do Estado), pois o Estado precisará injectar mais dinheiro para mantêr um sistema já falido.

A convergência entre os dois sistemas de reformas está sendo feito, mas por este andar terá de ser feito de forma mito mais rápida.

Aceito que as mudanças terão de ser feitas, para que seja sustentável. Agora fazer de uma forma radical, sem se saber quais as consequências disso, é que acho muito grave.
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por Automech » 3/4/2011 23:16

MarcoAntonio Escreveu:Mas as medidas que faltam são medidas que afectam grandemente os próprios interesses da classe política, uma classe política que é composta por uma geração de políticos que nunca viveu no "país real" e que vive voltada para si própria!


Há uma parte das medidas que eu (ingénuo) ainda acredito que possam ser mais facilmente tomadas ao abrigo (ou por força) do FMI e que não seriam levadas a cabo por iniciativa própria.

A redução das reformas mais altas em que ninguém quer mexer, a flexibilização da legislação laboral, a redução das prestações sociais e até o próprio emagrecimento do estado (fusão de organismos internos / empresas públicas).

A minha opinião é que não ficaríamos pior, em função do que vi dos políticos nos últimos anos. Mas admito que possa estar errado Marco.
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por Automech » 3/4/2011 23:02

Mares Escreveu:
AutoMech Escreveu:Mas para alterações delicadas e impopulares, como mudanças na legislação laboral ou redução de organismos públicos (entre outros), o guarda chuva do FMI dá um grande jeito.

Pode não ser o objetivo do FMI, mas o governo em funções só não aproveita a boleia se for burro. Os políticos adoram ter a quem atirar as culpas e nada melhor do que alguém que ninguém conhece.



Estás a falar como o PPC!!

Acho que políticas dessas não vai dar nenhum futuro a Portugal.

Ele é uma pessoa que defende que "quanto pior, melhor".

As medidas que o FMI irá querer impôr em Portugal serão muito piores que o PEC4.

Então não entendo que lógica têve o parlamento para recusar o PEC. Poder apenas pelo poder? Derrubar o JS? Fazerem aquilo que não tem coragem para o fazer? Defenderem as reformas douradas?

Lamentável....


Se eu estou a falar como o PPC presumo que tanto a legislação laboral, como o peso do estado (dois dos meus exemplos) estão OK para ti. Óptimo Mares. Nesse caso o melhor é deixar estar tudo como está.
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