Divida publica portuguesa - resultado dos leilões
Trisquel Escreveu:09 Mar 2011 at 10:41:00 (GMT)
*PORTUGAL SELLS EU1 BLN OF SEPT. 2013 BONDS.
*PORTUGAL 2013 BOND BID-TO-COVER 1.6 TIMES VS 1.9 ON SEPT. 8.
*PORTUGAL 2013 BOND SALE AVG. YIELD 5.993% VS. 4.086% ON SEPT. 8.
*PORTUGAL SELLS EUR1 BLN 5.45% 2013 BONDS; YLD 5.993%.
Portugal paga juro próximo de 6% para emitir dívida a dois anos
09 Março 2011 | 10:47
Edgar Caetano - edgarcaetano@negocios.ptPartilhar4
O Estado português aceitou pagar um juro implícito de 5,993% para colocar mil milhões de euros em dívida a dois anos (maturidade em Setembro de 2013). A procura superou em 1,6 vezes a oferta, menos do que no último leilão comparável.
O IGCP colocou esta manhã mil milhões de euros em dívida de longo prazo, a totalidade do montante indicativo. A emissão saiu cara, com o Estado a pagar um juro médio de 5,993% para “vender” os títulos.
A última vez que Portugal utilizou esta linha que vence em 2013 foi em Setembro do ano passado (na altura tratava-se de dívida a três anos). Na altura pagou um juro a rondar os 4%.
A procura superou em 1,6 vezes a oferta, contra o rácio de 1,9 do último leilão comparável (Setembro de 2010) e abaixo da média recente nos leilões de Obrigações do Tesouro.
A deterioração da posição de crédito de Portugal nos mercados de dívida levaram a que os juros atingissem, hoje mesmo, máximos desde a entrada na Zona Euro.
No prazo a cinco anos, as “yields” atingiram esta manhã os 7,8%, uma taxa superior até ao prazo a 10 anos, que estava nos 7,6%
Cumpts.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
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09 Mar 2011 at 10:41:00 (GMT)
*PORTUGAL SELLS EU1 BLN OF SEPT. 2013 BONDS.
*PORTUGAL 2013 BOND BID-TO-COVER 1.6 TIMES VS 1.9 ON SEPT. 8.
*PORTUGAL 2013 BOND SALE AVG. YIELD 5.993% VS. 4.086% ON SEPT. 8.
*PORTUGAL SELLS EUR1 BLN 5.45% 2013 BONDS; YLD 5.993%.
*PORTUGAL SELLS EU1 BLN OF SEPT. 2013 BONDS.
*PORTUGAL 2013 BOND BID-TO-COVER 1.6 TIMES VS 1.9 ON SEPT. 8.
*PORTUGAL 2013 BOND SALE AVG. YIELD 5.993% VS. 4.086% ON SEPT. 8.
*PORTUGAL SELLS EUR1 BLN 5.45% 2013 BONDS; YLD 5.993%.
Cumpts.
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Bom dia,
Quem poder relatar os acontecimentos, fará um grande favor à comunidade, pois estarei ausente na próxima hora.
O que se pode dizer é que a coisa está preta:
OT 10 anos "paga" - 7.70%
OT 5 anos "paga" - 7,83%
Vamos lá ver...
Abraço
dj
Quem poder relatar os acontecimentos, fará um grande favor à comunidade, pois estarei ausente na próxima hora.
O que se pode dizer é que a coisa está preta:
OT 10 anos "paga" - 7.70%
OT 5 anos "paga" - 7,83%
Vamos lá ver...
Abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Trisquel Escreveu:jcldsm Escreveu:Será que o BCE hoje não vai ao mercado comprar dívida para forçar Portugal a pedir ajuda na sexta ? O BCE parece cada vez mais sob controlo alemão cujo vice-presidente se permitiu contradizer Trichet sobre o ritmo do aumento dos juros em 2011.
Qual o interesse?
Encaro melhor a possibilidade de obrigar a tomar novas medidas que deixar cair Portugal, Já a pressão do FMI é outra. O deixar cair Portugal é perigoso pelo contágio a Espanha e essa ninguém está disposto a ter nas mãos!
A minha questão é porque o BCE não interveio no mercado nestes últimos dias tendo deixado os juros chegar ao máximo no exacto dia de Portugal ir ao mercado.
No vejo hoje correlação entre Espanha e Portugal. Acredito que o obrigar Portugal a recorrer ao FEEF/FMI poderia acalmar o mercado e libertar a Espanha da pressão. No fundo é isso que os alemães querem de Portugal: que peça ajuda rapidamente. E a razão que vejo para isso é exactamente a que apontei. Não consigo hoje encontrar outra.
jcldsm Escreveu:Será que o BCE hoje não vai ao mercado comprar dívida para forçar Portugal a pedir ajuda na sexta ? O BCE parece cada vez mais sob controlo alemão cujo vice-presidente se permitiu contradizer Trichet sobre o ritmo do aumento dos juros em 2011.
Qual o interesse?
Encaro melhor a possibilidade de obrigar a tomar novas medidas que deixar cair Portugal, Já a pressão do FMI é outra. O deixar cair Portugal é perigoso pelo contágio a Espanha e essa ninguém está disposto a ter nas mãos!
Cumpts.
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Lion_Heart Escreveu:A duvida académica que se pode colocar é:
Se Portugal tivesses pedido ajuda a seguir a Grécia quando ainda tinha uma taxa de juro "aceitavel" e um rating da Republica alguns furos acima não teria sido melhor que andar a aguentar um barco cheio de furos com ameaças constantes de downgrades e taxas de juros a disparar?
Se Portugal vier a pedir ajuda agora ira ser muito pior, pois vai levar ainda mais downgrades e subida nas taxas.
Eu por experiência própia hoje em dia sei que é melhor cortar os prejuizos logo no inicio antes que a coisa descambe.
Saliento ainda que hoje a taxa das OT a 5 anos superou a dos 10 anos!
Duvido muito. Os mercados ainda estão nervosos. Depois do que se passou com muitos outros países já ninguém confia em ninguém.
Mas a minha pergunta é a seguinte. Se Portugal já tivesse pedido ajuda, essa ajuda vinha com que custo, com que taxas de juro, com que cortes na despesa impostos pelo FMI? É que se essa ajuda impusesse alguns radicalismos, talvez os Portugueses não tivessem ficados tão impassivos o que podia dar origem a situações como temos visto na Grécia.
Para além disso o mais provável era ser visto como mais um sinal de desconfiança pelos mercados que neste momento não poupam ninguém e as yields provavelmente estariam tão altas como as da Irlanda pois pedir ajuda significa que há efectivamente problemas enquanto não pedir ainda há o beneficio da dúvida.
Melhores cumprimentos,
Helder Magalhães
Helder Magalhães
A duvida académica que se pode colocar é:
Se Portugal tivesses pedido ajuda a seguir a Grécia quando ainda tinha uma taxa de juro "aceitavel" e um rating da Republica alguns furos acima não teria sido melhor que andar a aguentar um barco cheio de furos com ameaças constantes de downgrades e taxas de juros a disparar?
Se Portugal vier a pedir ajuda agora ira ser muito pior, pois vai levar ainda mais downgrades e subida nas taxas.
Eu por experiência própia hoje em dia sei que é melhor cortar os prejuizos logo no inicio antes que a coisa descambe.
Saliento ainda que hoje a taxa das OT a 5 anos superou a dos 10 anos!
Se Portugal tivesses pedido ajuda a seguir a Grécia quando ainda tinha uma taxa de juro "aceitavel" e um rating da Republica alguns furos acima não teria sido melhor que andar a aguentar um barco cheio de furos com ameaças constantes de downgrades e taxas de juros a disparar?
Se Portugal vier a pedir ajuda agora ira ser muito pior, pois vai levar ainda mais downgrades e subida nas taxas.
Eu por experiência própia hoje em dia sei que é melhor cortar os prejuizos logo no inicio antes que a coisa descambe.
Saliento ainda que hoje a taxa das OT a 5 anos superou a dos 10 anos!
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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Juro de Portugal a 5 anos bate novo máximo acima de 7,5%
Mafalda Aguilar
07/03/11 09:01
economico.pt
Esta é a primeira reacção do mercado ao corte do 'rating' da Grécia pela Moody's.
O índice que mede a taxa cobrada pelos investidores para comprar obrigações do Tesouro (OT) português a 5 anos sobe hoje para 7,552%.
Também a 'yield' genérica dos títulos de dívida a 10 anos avançam, nesta altura, para 7,567%, contra os 7,475% registados na sexta-feira.
No mesmo sentido, o juro da linha viva da dívida portuguesa da mesma maturidade mais negociada no mercado avança para 7,451% (na última sessão fechou nos 7,383%).
Tudo isto depois de a Moody's ter anunciado que baixou em três níveis o 'rating' da Grécia, para B1.
Contas feitas, há 22 sessões que os títulos a 10 anos permanecem acima dos 7%, a barreira invocada pelo ministro das Finanças para Portugal começar a ponderar recorrer à ajuda externa. Este cenário é hoje defendido por Simon Johnson, antigo economista chefe do FMI.
Também o Financial Times escreve hoje no seu editorial que se o Governo português considerar necessário recorrer ao fundo de resgate europeu, deve fazê-lo "preventivamente", em vez de adiar a decisão até ao ponto onde a opinião pública encare o pedido como uma "humilhação nacional".
O agravamento dos juros de Portugal surge também numa altura em que o calendário para Portugal pagar os juros e a dívida que atinge a maturidade está a apertar e os economistas das casas de investimento internacionais fazem as contas à liquidez que Portugal tem para amortizar esses empréstimos. Os cálculos apontam para dificuldades em refinanciar os cerca de 15 mil milhões de euros de dívida e juros que vencem até Junho.
A subida dos juros da dívida acontece ainda depois de a Fitch ter alertado, na sexta-feira, que poderá descer o 'rating' de Espanha, actualmente em 'AA+'.
Preços dos seguros contra incumprimento de Portugal e da Grécia disparam
A cotação dos ‘credit-default swaps' (CDS) sobre obrigações do Tesouro a cinco anos, instrumentos que servem para proteger as posições detidas em dívida portuguesa, está hoje a subir para 8,3 pontos base para os 491 pontos, a segunda subida mais expressiva em todo o mundo. Quanto mais alta a cotação do CDS, maior a percepção de risco.
Isto significa que os investidores estão a pagar 491 mil euros por ano para proteger uma posição de 10 milhões de euros de dívida a cinco anos. O valor máximo dos CDS sobre dívida nacional foi atingido a 10 de Janeiro, altura em que negociaram nos 546 pontos.
Pior que Portugal só mesmo a Grécia. É que o preço dos CDS helénicos disparam 21,2 pontos base para 1008,13 pontos.
Dúvida minha: o que é a "linha viva da dívida portuguesa"?
Mafalda Aguilar
07/03/11 09:01
economico.pt
Esta é a primeira reacção do mercado ao corte do 'rating' da Grécia pela Moody's.
O índice que mede a taxa cobrada pelos investidores para comprar obrigações do Tesouro (OT) português a 5 anos sobe hoje para 7,552%.
Também a 'yield' genérica dos títulos de dívida a 10 anos avançam, nesta altura, para 7,567%, contra os 7,475% registados na sexta-feira.
No mesmo sentido, o juro da linha viva da dívida portuguesa da mesma maturidade mais negociada no mercado avança para 7,451% (na última sessão fechou nos 7,383%).
Tudo isto depois de a Moody's ter anunciado que baixou em três níveis o 'rating' da Grécia, para B1.
Contas feitas, há 22 sessões que os títulos a 10 anos permanecem acima dos 7%, a barreira invocada pelo ministro das Finanças para Portugal começar a ponderar recorrer à ajuda externa. Este cenário é hoje defendido por Simon Johnson, antigo economista chefe do FMI.
Também o Financial Times escreve hoje no seu editorial que se o Governo português considerar necessário recorrer ao fundo de resgate europeu, deve fazê-lo "preventivamente", em vez de adiar a decisão até ao ponto onde a opinião pública encare o pedido como uma "humilhação nacional".
O agravamento dos juros de Portugal surge também numa altura em que o calendário para Portugal pagar os juros e a dívida que atinge a maturidade está a apertar e os economistas das casas de investimento internacionais fazem as contas à liquidez que Portugal tem para amortizar esses empréstimos. Os cálculos apontam para dificuldades em refinanciar os cerca de 15 mil milhões de euros de dívida e juros que vencem até Junho.
A subida dos juros da dívida acontece ainda depois de a Fitch ter alertado, na sexta-feira, que poderá descer o 'rating' de Espanha, actualmente em 'AA+'.
Preços dos seguros contra incumprimento de Portugal e da Grécia disparam
A cotação dos ‘credit-default swaps' (CDS) sobre obrigações do Tesouro a cinco anos, instrumentos que servem para proteger as posições detidas em dívida portuguesa, está hoje a subir para 8,3 pontos base para os 491 pontos, a segunda subida mais expressiva em todo o mundo. Quanto mais alta a cotação do CDS, maior a percepção de risco.
Isto significa que os investidores estão a pagar 491 mil euros por ano para proteger uma posição de 10 milhões de euros de dívida a cinco anos. O valor máximo dos CDS sobre dívida nacional foi atingido a 10 de Janeiro, altura em que negociaram nos 546 pontos.
Pior que Portugal só mesmo a Grécia. É que o preço dos CDS helénicos disparam 21,2 pontos base para 1008,13 pontos.
Dúvida minha: o que é a "linha viva da dívida portuguesa"?
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Pata-Hari Escreveu:Bom Bom seria se o wall street journal traduzisse este artigo....
O dowgrade da parpublica e da refer, hoje, faz crer e prever que a seguir virá mais um gigantesco soluço para o nosso estado quando fizerem o correspondente downgrade da dívida soberana.
Em principio levará também a banca por tabela. Pode ser que me engane...
JCS
---Tudo o que for por mim escrito expressa apenas a minha opinião pessoal e não é uma recomendação de investimento de qualquer tipo---
https://twitter.com/JCSTrendTrading
"We can confidently predict yesterdays price. Everything else is unknown."
"Every trade is a test"
"Price is the aggregation of everyone's expectations"
"I don't define a good trade as a trade that makes money. I define a good trade as a trade where I did the right thing". (Trend Follower Kevin Bruce, $5000 to $100.000.000 in 25 years).
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Aqui está alguém que gosto muito de ler e de ouvir (para quem não sabe é economista chefe do BPI):
Breves notas sobre dívida pública
04 Março2011 | 10:31
Cristina Casalinho
Reinhart e Rogoff, no seu livro "This Time Is Diferent: Eight Centuries of Financial Folly" onde traçam a História de crises de dívida ao longo de oito séculos, começam por afirmar que, ao contrário das empresas, os estados não vão à falência.
Reinhart e Rogoff, no seu livro "This Time Is Diferent: Eight Centuries of Financial Folly" onde traçam a História de crises de dívida ao longo de oito séculos, começam por afirmar que, ao contrário das empresas, os estados não vão à falência. Não da mesma forma que uma empresa, porque os Estados têm uma capacidade virtual de aumentar ilimitadamente as suas receitas e existe pouco controlo efectivo sobre a qualidade e quantidade de serviços prestados.
Estas características favorecem Estados de grandes dimensões, que, por sua vez, as acentuam. Na medida em que as tradicionais funções públicas, predominantemente serviços, proporcionam baixas produtividades, uma grandeza desproporcionada tende a penalizar a produtividade global da economia. Os países não fecham as portas, sendo o incumprimento soberano frequentemente o resultado de uma complexa avaliação custo-benefício envolvendo tanto considerações políticas e sociais quanto económicas e financeiras. A maioria dos países entra em incumprimento antes de deixar de ter possibilidade de pagar. Em muitos casos, com suficiente dor e sofrimento, determinado país pode reembolsar os seus credores, sendo a principal questão: até que ponto se pode infligir dor e sofrimento?
Num discurso recente, Lorenzo Bini Smaghi, da Comissão Executiva do Banco Central Europeu (BCE), ao comparar a crise asiática da década de 90 com a actual crise da dívida soberana na Europa e a crise da América Latina nos anos 80, reconhece que existe maior tolerância à dívida nas economias desenvolvidas, porque o seu patamar de rendimento "per capita" é superior, as instituições são mais fortes, a dívida tem maturidades mais longas, e a base fiscal é mais estável e alargada. Resumidamente, a capacidade de suportar a dor e o sofrimento de processos de redução de dívida é superior.
No caso dos Estados, os credores dependem da vontade do devedor em pagar as suas dívidas e não simplesmente na capacidade de pagamento, porque a possibilidade de execução do devedor, embora formalmente seja considerável, na prática é reduzida. Por isso, as crises de dívida soberana são, sobretudo, desencadeadas pela perda de confiança subjectiva dos credores e não por critérios objectivos inequívocos (vidé alguns argumentos das agências de "rating" para sustentar acções de alteração de avaliação de risco).
Desde o pós-guerra, não há exemplo de nenhuma economia desenvolvida que tenha reestruturado a sua dívida. Não só pelas razões avançadas, mas igualmente pela interconectividade entre Estados e entre sistemas bancários. Segundo Bini Smaghi, a reestruturação da dívida por um Estado da área do euro é um grande salto no desconhecido, pelas suas implicações. A dívida pública desempenha vários papéis: as suas taxas são a base de determinação de preços para o crédito aos restantes sectores da economia; os títulos são largamente usados como garantia para operações de crédito, designadamente de bancos; tem presença importante nos balanços de instituições financeiras e famílias. Assim, de acordo com este responsável do BCE, países da área do euro não podem incumprir; pois, tal acto acarretaria rupturas na sua estrutura financeira, económica e social, contagiando os seus principais parceiros. Deste modo, descarta a possibilidade de incumprimento ou reestruturação por um país-membro do euro e reitera o desígnio europeu comum. Não sem salientar a necessidade de cada país, individualmente, adoptar medidas correctivas dos seus desequilíbrios.
Ao longo da História, provou-se que existem oito formas de lidar com a dívida soberana excessiva: aumento de impostos; redução de despesa: crescimento económico; queda das taxas de juro; inflação; auxílio externo; suspensão de pagamentos; guerra. Em Portugal, as presentes circunstâncias impõem mais impostos e menor despesa, conjugadas com reformas que, se acredita, serão promotoras de crescimento. No curto prazo, a procura interna terá de reduzir-se por aumento da poupança: indispensável mas insuficiente para um modelo de crescimento mais saudável. Por outro lado, é igualmente imperioso que as instâncias europeias, a despeito de avanços e recuos, actuem em conformidade com a consciência da regra: "os devedores sustentam os credores tanto quanto estes os sustentam a eles"
1Attali, J. (2010) , "Estaremos todos falidos dentro de 10 anos?", Aletheia.
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Ainda há mais baixo que "junk"?! 

Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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S&P corta "rating" da Parpública e Refer para "junk" e admite voltar a reduzir
A agência de notação financeira cortou o "rating" da dívida da Parpública, Refer, CP e da Metropolitano de Lisboa para "junk", mantendo as previsões "negativas", o que indica que poderão ocorrer novos cortes.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=471729
A agência de notação financeira cortou o "rating" da dívida da Parpública, Refer, CP e da Metropolitano de Lisboa para "junk", mantendo as previsões "negativas", o que indica que poderão ocorrer novos cortes.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=471729
[/quote]Até tu, Brutus?
04 Março2011 | 10:21
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt
Há muito que sabíamos que os juros haveriam de subir, só não sabíamos quando. Sabemos agora: é já. Jean-Claude Trichet foi, ontem, um amigo da onça para Portugal. Mas, bem vistas as coisas, cá se fazem, cá se pagam.
Há muito que sabíamos que os juros haveriam de subir, só não sabíamos quando. Sabemos agora: é já. Jean-Claude Trichet foi, ontem, um amigo da onça para Portugal. Mas, bem vistas as coisas, cá se fazem, cá se pagam.
A declaração do presidente do Banco Central Europeu surpreendeu todos: a instituição admite subir já em Abril as taxas de juro directoras, ou seja, aquelas a que empresta dinheiro aos bancos. Foi um rastilho: imediatamente, as taxas de juro dos mercados para as dívidas públicas subiram, anulando, no caso português, o efeito tonificante que as declarações de Angela Merkel haviam tido na véspera.
Com a subida das taxas de juro directoras, sobem todas as outras: as dos Estados, as dos bancos, as Euribor que servem de referência aos créditos dos particulares e das empresas. Era mesmo o que nos faltava. E porquê isto? Por causa da inflação.
O aumento vertiginoso das matérias--primas em todo o mundo, incluindo do petróleo e da alimentação, está a provocar subidas dos preços que podem degenerar em aumentos da inflação que violem o sagrado limite de 2% do Banco Central Europeu. Há alguns dias, Trichet afirmara que não havia riscos desde que não houvesse "contágio" da inflação aos salários - o que é uma curiosa forma de dizer "se os salários não começarem a aumentar" -, o que retira competitividade às economias europeias. Foi por isso que o anúncio de ontem de que as taxas podem subir já em Abril apanhou toda a gente de surpresa.
Em 2008, à beira da falência e nacionalização de bancos, o Banco Central Europeu cometeu o erro histórico de aumentar taxas de juro para 4,25%. Meses depois, dar-se-ia uma acção concertada inédita de corte de taxas de juro entre vários bancos centrais, numa manobra de emergência para acudir a uma economia que se via subitamente pendurada num galho sobre um abismo.
Nos meses seguintes, assistir-se-ia a uma política de corte radical das taxas de juro, para os actuais 1% na Europa e até 0% nos Estados Unidos, tendo os bancos centrais das duas regiões despejado, de forma diferente, dinheiro para cima da economia como quem atira desesperadamente água sobre um incêndio à beira de se descontrolar.
Esta política de baixas taxas de juro aliviou os agentes económicos. Em Portugal, em 2009, ela produziu mesmo um aumento do poder de compra. Mas esse período está a chegar ao fim. Está na hora do fim desta ilusão do dinheiro que parece grátis (o que, na verdade, nunca aconteceu).
Essa será outra razão para este anúncio: não foram apenas os detentores de créditos à habitação que se habituaram a prestações mais baixas e que agora pasmarão mesmo se as taxas continuarem baixas, mas apenas menos. Foram também os bancos e alguns países, como Portugal, que se acomodaram no colo do BCE, que tem financiado as emissões de uns e dos outros. É preciso iniciar este desmame. Malditos juros.
PS: Definição na Wikipedia: "Um 'Argumentum ad hominem' (latim, 'argumento contra a pessoa') é uma falácia, ou erro de raciocínio, identificada quando alguém responde a algum argumento com uma crítica a quem fez o argumento, e não ao argumento em si."
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mais_um Escreveu:Mais uma situação em que se é preso por ter cão e preso por não ter cão (segundo o FT)...se a divida é comprada por estrangeiros é mau, se é comprada por nacionais é mau...enfim, haja paciencia.
De um lado temos dados oficias, do outro temos estimativas, escolhe a versão que te agrada mais.
Agora não percebi. Onde se diz que dívida comprada por nacionais é mau? A sério que não encontrei.
Os dados oficiais mencionam os compradores?
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
mais_um Escreveu:Sim, já consegui perceber, o Estado paga um juro inferior ao que pagaria se as OT fossem até à maturidade, a ideia é pagar menos juros. Com as duas ultimas emissões de recompra o Estado poupou 1 milhão de €, é um valor insignificante mas é uma poupança, alem da componente "psicologica" que transmite para o mercado.
Não percebi mais_um.
Se há recompra não deveria haver quaisquer pagamentos de juros até à maturidade, nesses lotes comprado, não é ? Por aí percebo que tenha, obviamente, havido a poupança
Mas o que não percebo é o que significam as taxas de juro que são mencionadas nessas recompras.
Já agora, só para relembrar, a notícia de 16.2.2011 era esta:
mais_um Escreveu:Série/Series OT 3.2 Apr 2011 OT 5.15 Jun 2011
Montante de Procura 529 429
Montante Recomprado 190 25
Taxa Média Ponderada(%) 1,746 2,136
Saldo Vivo após Leilão 4.342 4.933
http://www.igcp.pt/gca/?id=82
o que me deixa confuso são as taxas a bold.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
mais_um Escreveu:Mais uma situação em que se é preso por ter cão e preso por não ter cão (segundo o FT)...se a divida é comprada por estrangeiros é mau, se é comprada por nacionais é mau...enfim, haja paciencia.
É tudo uma questão de perspetiva... parece-me que esta é daquelas complicadas que exigem rebatimentos e outros métodos de apoio para apanhar o exercício!!

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http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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AutoMech Escreveu:Mais_um, conseguiste descobrir o que significa o resultado dos leilões das recompras, nomeadamente a "Taxa Média Ponderada(%) 1,746 2,136" ?
Eu da outra vez, depois de postares os resultados, ainda andei aqui a fazer umas contas mas não consegui perceber.
Sim, já consegui perceber, o Estado paga um juro inferior ao que pagaria se as OT fossem até à maturidade, a ideia é pagar menos juros. Com as duas ultimas emissões de recompra o Estado poupou 1 milhão de €, é um valor insignificante mas é uma poupança, alem da componente "psicologica" que transmite para o mercado.
Estado poupa um milhão com leilões de recompra
03 Março 2011 | 00:01
Edgar Caetano - edgarcaetano@negocios.pt
O Estado português poupou cerca de um milhão de euros através dos leilões de recompra de obrigações do Tesouro conduzidos ontem e há duas semanas.
É uma "gota no oceano", como explica Filipe Silva, o gestor do mercado de dívida do Banco Carregosa responsável pelos cálculos, mas estas não deixam de ser operações vantajosas para o Estado.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=471347
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
migluso Escreveu:mais_um,
tive para postar os gráficos que o Zundy acabou por postar, mas não o fiz por "temer um ataque teu"...![]()
Estou a brincar, obviamente...
Mas, já agora, digo eu então, não sei como é que o Barclays consegue chegar àqueles dados...
Abraço
Eu sei, estimativas do GS:
http://ftalphaville.ft.com/blog/2011/01 ... s-du-jour/
A emissão da nova linha de OT, 31% foram colocados em Portugal.
Tens aqui outra:
Dos 1.255 milhões de euros obtidos por Portugal no leilão duplo de bilhetes do Tesouro (BT) realizado pelo IGCP, mais de 1.000 milhões foram colocados junto de investidores estrangeiros. Ficaram mesmo com a totalidade das BT a 6 meses.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=466441
2/03/11, 13:22
OJE/Lusa
Mais de metade da dívida hoje colocada por Portugal foi junto de investidores internacionais, indicou o Ministério das Finanças, que destaca a "procura elevada" e um comportamento positivo na dívida a 12 meses, apesar do aumento da taxa de juro.
http://www.oje.pt/EnviarAmigo.aspx?chan ... c063f43748
No último leilão, qual foi o peso das compras realizadas pelos investidores estrangeiros?No conjunto dos leilões realizados este ano, a procura por parte de investidores internacionais é superior a 80 por cento. Tem-se felizmente verificado um aumento do peso dos investidores domésticos. O que é bom. No entanto, contariamente ao que se tem dito, nunca houve uma operação que tenha sido exclusivamente colocada em investidores domésticos. Nunca houve.
Mas também se pode ver isto como um sinal de que os investidores estrangeiros estão a fugir…Com a crise da dívida soberana, um dos factores a que se tem dado mais importância é o peso da participação doméstica na dívida de cada país. Uma maior participação doméstica é vista como um bom indicador pelos investidores internacionais. Portugal ainda é dos países com uma participação doméstica mais baixa.
http://economia.publico.pt/Noticia/pres ... os_1466812
Mais uma situação em que se é preso por ter cão e preso por não ter cão (segundo o FT)...se a divida é comprada por estrangeiros é mau, se é comprada por nacionais é mau...enfim, haja paciencia.
De um lado temos dados oficias, do outro temos estimativas, escolhe a versão que te agrada mais.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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Mais_um, conseguiste descobrir o que significa o resultado dos leilões das recompras, nomeadamente a "Taxa Média Ponderada(%) 1,746 2,136" ?
Eu da outra vez, depois de postares os resultados, ainda andei aqui a fazer umas contas mas não consegui perceber.
Eu da outra vez, depois de postares os resultados, ainda andei aqui a fazer umas contas mas não consegui perceber.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Leilão de recompra para o dia 9 de Março
O IGCP irá realizar um leilão de recompra da OT 3,20% Abril 2011 e OT 5,15% Junho 2011 no próximo dia 9 de Março pelas 9:30 horas, com um montante a determinar em função das condições de mercado.
O saldo vivo destas Obrigações do Tesouro é de EUR 4,525 mil milhões e EUR 4,913 mil milhões respectivamente.
IGCP,3 de Março 2011
http://www.igcp.pt/gca/index.php?id=1070
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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mais_um,
tive para postar os gráficos que o Zundy acabou por postar, mas não o fiz por "temer um ataque teu"...
Estou a brincar, obviamente...
Mas, já agora, digo eu então, não sei como é que o Barclays consegue chegar àqueles dados...
Abraço
tive para postar os gráficos que o Zundy acabou por postar, mas não o fiz por "temer um ataque teu"...

Estou a brincar, obviamente...
Mas, já agora, digo eu então, não sei como é que o Barclays consegue chegar àqueles dados...
Abraço
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Portugal volta a testar mercados a 9 de Março
Luís Leitão
03/03/11 18:05
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Portugal vai voltar ao mercado de dívida na próxima quarta-feira, por via da realização de um leilão da obrigação do Tesouro com maturidade em Setembro de 2013, num montante indicativo entre 750 milhões de 1.000 milhões de euros, revela hoje o IGCP no seu sítio.
Este será o segundo leilão de obrigações do Tesouro realizado este ano e o primeiro leilão de obrigações a dois anos desde 14 de Julho de 2010, quando Portugal colocou no mercado 877 milhões de euros anos ao preço médio de 3,159%.
Desde essa data, a ‘yield' média dos títulos de dívida a dois anos disparou 124,7 pontos base, estando actualmente a cotar no mercado secundário nos 4,406%.
Recorde-se ainda que, segundo o Orçamento do Estado para 2011, Portugal pretende emitir 19.533 milhões de euros em obrigações do Tesouro este ano.
Até ao momento foram colocados no mercado, por via de leilões, 1.338,5 milhões de euros de obrigações do Tesouro, que somam aos 3.500 milhões de euros obtidos na operação sindicada da OT 6,4% 15 de Fevereiro de 2016, realizada a 7 de Fevereiro.
http://economico.sapo.pt/noticias/portu ... 12575.html
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