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Caldeirão da Bolsa

"Tempus Fugit"

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Tempo

por Lybra » 14/10/2003 15:43

Caro Voltaire,

O cinzento da nossa vida e meramente nossa culpa, por não aspiramos a mais do que uma existência deste tipo.

Sou uma pessoa simples e só espero da vida coisas simples.

No entanto esta simplicidade e bem dificil de se conseguir

Jokas,
Lybra
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carpe diem

por Razao_Pura » 14/10/2003 12:50

Caro Voltaire, esse é "o" grande dilema da humanidade, a mortalidade, a efemeridade da vida.
Tudo o que foi inventado até agora foi precisamente para minimizar a sensação de perda do Homem, a consciência de que os dias que passamos nesta vida são efectivamente muito poucos e que temos de os viver da forma mais plena possível.

O comodismo é muito prático, é anestesiante como o amigo diz. É mais fácil contentarmo-nos com as soluções que já existem para nos sentirmos confortáveis na nossa vidinha. O carro, a casa, o telóvel ou o computador.... a bicicleta, a mota, a vela, etc... o que é que é realmente básico, e o que é que vai para além disso?
Depende... sabe que há muitos milhões de pessoas que não têm pão prá boca e nós aqui a queixarmonos da rotina.

Bem...
É por isso que eu tento conservar sempre uma réstia de loucura que me mantém consciente e de vez em quando traz alguma cor ao cinzentismo desta vida de trabalho.

A felicidade é um estado interior e não um conjunto de símbolos que ostentamos.
Trade the trend.
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Pois....

por Cinzento » 14/10/2003 12:48

Uma das grades interrogações que se colocam á humanidade, consiste :

- Vivemos parte da noss vida , desgastando-nos, para ganhar dinheiro. E posteriormente passamos o restante da nossa vida, gastando dinheiro para conseguir viver mais.
Vivemos como se não fossemos morrer, e acabamos morrendo sem nunca ter vivido.

Isto está Cinzento :cry:
O dinheiro não é tudo !! Depois existe o ouro, a prata, joias, Ferraris....
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"Tempus Fugit"

por Voltaire » 14/10/2003 12:34

Todas as manhãs saimos de casa de um suburbio qualquer em direcção à cidade,engrossando o caudal de anónimos que rumam para o seu local de trabalho.

Ao chegar fazemos sempre as mesmas coisas, fala-mos com as mesmas pessoas, de uma forma ou de outra enfrenta-mos os mesmos problemas, muitos deles apenas com uma roupagem diferente. Descansamos, fumamos mais um cigarro ou procuramos num café o alento para continuar.

O fim do dia chega, com ele o regresso mais ou menos atribulado a casa, com paragens ou não pelo caminho.

Em casa começamos a preparar o dia seguinte, alguns brincam com os seus filhos, outros apenas vegetam frente a TV ou procuram o conforto na leitura, durante o curto espaço de tempo que se têm entre o jantar e o ir para a cama. Os mais afoitos vão para a noite para espairecer, para esquecer o dia e a vida que levam.

Mas o tempo nada para e com o amanhecer um o ciclo tem o seu recomeço. Vivemos centrados nos nossos problemas, muitas vezes indiferentes ao que se passa em nosso redor, mas sempre sendo lentamente consumidos por uma rotina, que nos vai corroendo a alma.

Vivemos insatisfeitos com o que temos, desejamos sempre mais alguma coisa, muitas vezes não sabendo bem o que, e gastamos o nosso dinehiro em coisas perfeitamente inúteis. Olhamos pela janela do nosso carro ou do escritório e desejando que algo inequivoco aconteça e esperamos.

Muitos de nós iremos esperar uma vida inteira, e nada irá acontecer, sem nos apercebermos, através dos compromissos que fomos fazendo, transformamo-nos em fantasmas cinzentos, anónimos e normalizados numa sociedade em que perdemos o nosso poder de intervenção por comodismo ou por inércia.

Mentimos a nós mesmos a dizer que somos felizes, por termos conseguido comprar a casa X, por guiarmos o carro Y (cinza/Azul escuro/etc.) ou por termos usarmos roupas de marca e ostentarmos o mais recente telemóvel da NOKIA.

Mas no entanto apesarmos de sermos uns priveligiados e de determos tudo isto, a nossa alma e fustigada por aquele sentimento de insatisfação, que normalmente tentamos acalmar através do simples método de gastar dinheiro.

Todavia o tempo se escoa por entre os dedos como areia, "Tempus Fugit" e o nosso corpo começa a resentirsse dos males da alma, e começam os problemas de estomago, os problemas de calvice, os problemas cardiacos, o stress, as rugas, etc..

Vemos a vida passar a nossa frente, adormecidos, anestesiados, envoltos no nosso pequeno mundo e na nossa cobardia, invejando a pseudo-felicidade dos outros.

Mas poucos de nós têm a coragem de despertar, de nem que seja por uma vez na vida e por breves momentos e realizar um dos seus sonhos a sós ou acompanhado por aqueles que ama,e por breves momentos ser realmente feliz.

E voçe tem a coragem? ou já se acomodou a ser um fantasma cinzento e deixar a sua vida se escapar por entre os seus dedos?
Voltaire
 


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