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Caldeirão da Bolsa

Off Topic- Deolinda - "Parva que sou"

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Automech » 17/2/2011 13:51

Um longuíssimo, mas interessante, artigo sobre os títulos mas que encaixa na perfeição neste tópico:

Eles chegaram ao topo e não são doutores nem engenheiros
16.08.2010 - 16:00 Por Ana Rute Silva

"É doutor ou engenheiro?" Do outro lado da linha telefónica, a assistente de um secretário de Estado dispara a pergunta com naturalidade. "É importante saber para não ofender", justifica. Chamar um engenheiro de doutor é uma ofensa. Não chamar doutor a um doutor também. E, na redacção de um jornal, perdem-se cinco minutos de conversa a explicar que não há títulos, apenas nomes. Insistir em retirar o "Dr." e o "Eng." dá trabalho.


O resto aqui:
http://www.publico.pt/Sociedade/eles-ch ... 1639?all=1
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por Automech » 17/2/2011 13:45

rmachado Escreveu:Com isto não achas menos estranho que se queira ter canudo?


Lol Machado (ou deveria dizer Sr. Eng. Machado :lol: ), infelizmente é tal e qual as historietas que contaste.

E no entanto o Américo Amorim, 'apenas' o homem mais rico de Portugal, não é licenciado.

Não estou a defender que o pessoal fique pela 4a classe, claro, mas apenas a exemplificar que isso não significa que a pessoa seja incapaz ou inferior ao outros (antes pelo contrário). É pena que não se olhe mais para esses exemplos antes de ir para um curso condenado ao desemprego.
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por Lion_Heart » 17/2/2011 13:27

Ora bom , agora vamos ver se é só da boca para fora ou se vamos mesmo ter a contestação que faltava!
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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por Lion_Heart » 17/2/2011 13:21

"Geração à rasca" ganha voz através da Internet
Facebook, blogosfera, YouTube: a Internet foi o veículo encontrado pelos precários para darem voz às suas queixas. Em março prometem sair à rua para o "Protesto da Geração à Rasca".
Paula Cosme Pinto (www.expresso.pt)

A Avenida da Liberdade, em Lisboa, será palco do protesto da «geração à rasca»
O tema "Parva que Sou" , dos Delinda, foi o mote. Agora, a discussão sobre a precariedade voltou a estar em cima da mesa e a Internet parece ser o rastilho usado pela já apelidada de "geração à rasca".

No Facebook primeiro surgiu a página "Parva de Sou" . Os "amigos virtuais" acumularam-se e os comentários a exigir uma revolta começaram a surgir: "Está na hora do Povo vir para a rua conforme fizeram os da Tunísia, Egito e dos que vão aparecendo agora!!! Nós portugueses é que somos parvos e deixamos isto continuar", escreveu um internauta no mural do grupo. E assim foi: quatro jovens acabaram por lançar um blogue com a ideia de um protesto "apartidário, laico e pacífico".

O projeto foi aplaudido por milhares de pessoas no Facebook e, no próximo dia 12 de março, o "Protesto da Geração à Rasca" deverá descer pela avenida da Liberdade, em Lisboa. Em causa estarão "o direito ao emprego e à educação; a melhoria das condições de trabalho e... o fim da precariedade! O reconhecimento das qualificações, competência e experiência, espelhado em salários e contratos dignos!", lê-se no manifesto deixado no Facebook.

O apelo foi lançado a todos os "desempregados, 'quinhentoseuristas' e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal". Em poucos dias cerca de sete mil pessoas aderiram ao protesto e prometem estar presentes na manifestação, que já conta com a autorização do Governo Civil de Lisboa, garantem os organizadores.

No norte do país, um grupo promete estar hoje no Café Avis (Rua de Avis, nº27), pelas 21h, para iniciar a organização do "Protesto no Porto!".


in Expresso
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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por RiscoCalculado » 17/2/2011 12:37

(...)
Strikes and protests are scheduled over the next few months, and among those planning to rally are schoolteachers, who say cuts will further weaken the country's already fragile educational system. Portugal compares poorly with other countries of similar wealth in educating its youth, making these cuts particularly sensitive for a country struggling to grow faster. Among countries in the Organization for Economic Cooperation and Development, Portugal ranks third-lowest for the number of people between 25 and 34 years of age who have completed an upper secondary education.
(...)


As Austerity Cuts Bite in Portugal, Discontent Grows
http://online.wsj.com/article/SB10001424052748704409004576146243007620456.html?mod=WSJEUROPE_hpp_MIDDLEThirdNews
"In my whole life, I have known no wise people over a broad subject matter area who didn't read all the time - none, zero" - Charlie Munger

"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
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por rmachado » 17/2/2011 12:29

AutoMech Escreveu:
mais_um Escreveu:Confesso que me faz confusão alguém escolher um curso sem pensar quais as perspectivas de emprego, provavelmente é defeito meu, ser demasiado racional.


Infelizmente há quem prefira ser o Sr. Dr. de antropologia social desempregado do que o 'simples' carpinteiro a ganhar 1.500 euros ou mais. A mim também me faz confusão.

A dificuldade, por vezes, poderá ser antecipar, com o prazo de 3 a 5 anos, quais as áreas onde vai haver oferta. Mas realmente há cursos onde se começa 'condenado' à partida e a malta insiste.


Faz confusão... mas o estigma social de não ser "Doutor" impele a que se tenha um curso da treta e não uma profissão a séria.

Hoje em dia fazem muito mais falta bons técnicos do que muitos dos licenciados que temos, mas se dizes que és carpinteiro não te ligam nenhuma (a começar nos bancos por exemplo), se dizes que tens licenciatura... é logo Sr. Dr ou Sr. Eng..

Tenho dois pequenos exemplos passados com amigos e um comigo:
Amigo 1 vai abrir conta, funcionário bancário trata-o com alguma indiferença enquanto preenche os papéis, pergunta o grau de ensino, Amigo responde Licenciatura em x.. Empregado fica logo muito mais atencioso e começa log a referir-se por Sr- Eng....

Amiga dois já licenciada e a seguir para mestrado dirige-se a secretária da Universidade por causa duma questão do Mestrado. Empregada vê nela uma reles aluna e trata-a com bastante indiferença e alguma má educação.. Amiga 2 explica o problema e empregada empregada "derrete-se" logo a dizer o Sra Doutora pq não disse logo.. não é aqui que se resolve a sua questão mas eu vou já resolver...

Eu vou com futura sogra e esposa a uma loja pois a sogra que oferecer um faqueiro..
No processo vimos um quadro que nos interessa e decidimos comprar.. quando é para pagar eu assino um cheque meu e dou a esposa para pagar enquanto vou buscar o carro.
Neste entretanto a minha sogra paga pelo mesmo meio e a Senhora da Loja pede o BI, telefone e etc..
Quando a minha esposa vai pagar a senhora aceita o cheque e pronto.. a minha esposa estranha e pergunta se não precisa dos mesmos dados.. deixe lá não são precisos os dados do Sr. Eng... (tava escrito no cheque...)

Com isto não achas menos estranho que se queira ter canudo?
 
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por MiamiBlue » 17/2/2011 9:51

migluso Escreveu:A senhora ainda pensa que é com "argumentação inteligente" que se resolvem os problemas...

Aumentar a mobilidade laboral (no caso jovens qualificados portugueses que ingressam no mercado de trabalho alemão) é uma das condições necessárias para que os ajustamentos se façam numa zona monetária comum. Esta é precisamente uma das vantagens que apontam à união monetária norte-americana em relação à europeia - a maior mobilidade da força de trabalho.


A última vez que eu verifiquei ainda eramos um país soberano, com independencia e uma certa autonomia.
Nos EUA o processo serve para a economia global, já que existem diferenças abismais entre a realidade economica de cada estado que muitas vezes vivem por causa do dinheiro federal que recebem.

Por isso, é verdade que perdemos a independência mas para ter a situação que coloca, então, mude-se a constituiçaõ europeia e portuguesa.
 
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por atomez » 16/2/2011 23:53

A propósito das TI -- está a verificar-se que Portugal é altamente competitivo a nível europeu na área do outsourcing de serviços informáticos!

Os portugueses são inclusivamente mais competitivos que os indianos!

E isto porque:

-- os salários de profissionais em TI portugueses embora mais altos que os da Índia não são muito mais elevados, não chegam ao dobro

-- cá realizam-se as mesmas tarefas com menos pessoal que na Índia, chega-se a metade do pessoal, porque lá cada profissional é muito especializado numa única tarefa e não são polivalentes, cá são muito mais polivalentes

-- os indianos só falam inglês, para empresas alemãs, francesas, etc., os portugueses são mais poliglotas

-- a diferença horária para cá é mínima

É um sector em franca expansão cá em Portugal, em especial porque a própria crise leva muitas empresas, sobretudo as maiores, a recorrerem ao outsourcing de serviços.

Aproveitem, se souberem.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por Automech » 16/2/2011 23:47

Ainda a propósito disto, o que seria útil era ter algo (não sei se cá há) como o que encontrei, numa pesquisa rápida, para os EUA, UK e Canadá:

http://findarticles.com/p/articles/mi_q ... _n9356513/

http://www.bls.gov/emp/

http://www.workbc.ca/labour_market_stat ... ctions.htm

Dá uma perspectiva de longo prazo em termos de mercado de trabalho.

Não há-de ser 100% certo mas sempre é melhor começar uma viagem com um mapa semi actualizado, do que às cegas.
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por migluso » 16/2/2011 23:42

MiamiBlueHeart Escreveu:Posição extremamente interessante de Maria joão Rodrigues.

"Maria João Rodrigues insurgiu-se hoje contra rolo compressor que a Alemanha está a exercer sobre as economias periféricas do euro. Em última análise, avisa, países como Portugal poderão ficar condenados a ser meros fornecedores de mão-de-obra barata e qualificada para alimentar a economia do centro, em especial a alemã."

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=468875

Numa altura em que não temos Governo, tomára que alguém nos defenda.


Li metade da notícia e bastou... Que mentalidade limitada e provinciana.

A senhora ainda pensa que é com "argumentação inteligente" que se resolvem os problemas...

Aumentar a mobilidade laboral (no caso jovens qualificados portugueses que ingressam no mercado de trabalho alemão) é uma das condições necessárias para que os ajustamentos se façam numa zona monetária comum. Esta é precisamente uma das vantagens que apontam à união monetária norte-americana em relação à europeia - a maior mobilidade da força de trabalho.
Editado pela última vez por migluso em 16/2/2011 23:48, num total de 1 vez.
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por Automech » 16/2/2011 23:38

mais_um Escreveu:Confesso que me faz confusão alguém escolher um curso sem pensar quais as perspectivas de emprego, provavelmente é defeito meu, ser demasiado racional.


Infelizmente há quem prefira ser o Sr. Dr. de antropologia social desempregado do que o 'simples' carpinteiro a ganhar 1.500 euros ou mais. A mim também me faz confusão.

A dificuldade, por vezes, poderá ser antecipar, com o prazo de 3 a 5 anos, quais as áreas onde vai haver oferta. Mas realmente há cursos onde se começa 'condenado' à partida e a malta insiste.
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por mais_um » 16/2/2011 23:35

Nem de proposito:


http://tek.sapo.pt/noticias/negocios/o_ ... 30401.html


O desemprego ainda não chegou às TI

Em sentido divergente do actual panorama económico, o mercado das TI parece continuar de boa saúde e o emprego não é excepção. Engenheiros informáticos, programadores de aplicações móveis ou administradores de sistemas são algumas das carreiras onde vale a pena apostar.

O sector das Tecnologias de Informação tem sido apontado como um dos mais poupados pela crise económica, resistindo estoicamente e revelando capacidade para continuar a absorver novos trabalhadores. E o mercado português não parece ser excepção.

As dificuldades que o país atravessa não estão a ter um grande impacto na área das TI, "que continua a crescer em Portugal, claramente em contra ciclo com a economia nacional", afirmou o porta-voz da NBS, uma das maiores empresas de recrutamento e recursos humanos especializados na área a actuar em Portugal, contactada pelo TeK.

A divisão da Randstad dedicada ao recrutamento de profissionais das TI, a trabalhar principalmente com empresas de grande e média dimensão, tanto neste sector como nos das telecomunicações e banca, confirma que "a taxa de desemprego [nesta área] é substancialmente inferior a outras áreas do mercado português".

Um aumento de 10 por cento na procura de profissionais qualificados no mercado nacional das TI, até 2010, é o que prevê a IDC, num estudo elaborado a pedido de outra tecnológica, a TechData, e divulgado no início deste ano.

Quer saber onde investir? Engenheiros informáticos para programação de alto nível, consultores funcionais de ERP, engenheiros informáticos para desenvolvimento de aplicações mobile são alguns dos profissionais mais procurados no nosso país, revela a NBS, sem avançar números.

Na lista de empregos com maior procura estão ainda os administradores e operadores de sistemas, engenheiros e técnicos de telecomunicações, helpdesk e field support.

A procura não se resume a licenciados ou colaboradores com formação superior, formação no ensino técnico profissional também constitui "claramente uma aposta vencedora em termos de futura empregabilidade", esclarecem os especialistas. Esta opção de carreira implica, no entanto, um esforço permanente de evolução e aquisição de conhecimentos, porque as solicitações na área das TI evoluem de forma vertiginosa, acrescentam.

A tecnológica portuguesa Construlink, por exemplo, divulgou recentemente que abre, em média, três vagas por mês para recém-licenciados, dos quais 90 por cento acabam por integrar os quadros da empresa. O ano passado, a empresa aumentou em 66 por cento o número de trabalhadores, face a 2009, passando de 44 para 73 colaboradores, adiantou.

Se sonha com uma carreira internacional, fica a saber que no estrangeiro a tendência se repete. Um estudo publicado em Janeiro pela consultora de recursos humanos CareerCast classificava a engenharia de software como o melhor emprego para 2011.

A análise é relativa a um dos mercados internacionais de referência, os EUA, e avaliou também factores como o salário, a existência de um bom ambiente de trabalho e segurança e saúde no exercício das funções. No Top 10 das melhores profissões para se ter este ano aparecem ainda os analistas de sistemas informáticos.

Há ou não falta de profissionais qualificados para as TI em Portugal?

Em Portugal, a escassez de profissionais qualificados tem sido apontada como um obstáculo ao desenvolvimento das empresas nacionais, mas o presidente da ANETIE - Associação Nacional das Empresas das Tecnologias de Informação e Electrónica, Armindo Monteiro, diz que o problema não é da formação.

Numa entrevista ao TeK, em Junho, a propósito das funções assumidas na associação, o responsável afirmou que "as universidades portuguesas formam engenheiros e gestores com grandes competências (…). Acontece, porém, que o nosso mercado de trabalho nem sempre consegue fixar os quadros mais qualificados".

Muitos jovens são atraídos por melhores condições no estrangeiro, disse Armindo Monteiro, defendendo que "para fixar quadros altamente qualificados, é necessário que as empresas portuguesas ganhem escala suficiente para garantirem melhores salários, boas condições de I&D e expectativas de progressão profissional. Por outro lado, no tecido empresarial português tem de prevalecer a "cultura do mérito" - o que ainda não acontece plenamente, mesmo no sector das TICE."

O mês passado, Pedro França da Direcção Nacional da ANETIE confirmou que continuam a não existir profissionais em número suficiente, afirmando que "em função da globalização dos negócios há um número crescente de licenciados TIC que vai fazer a sua formação pós-licenciatura ao estrangeiro e não volta ao nosso país. É evidente que também temos vários casos de empresas TIC nacionais que recorrem a contratações de profissionais estrangeiros, mas a este nível o gap é-nos claramente desfavorável".

Questionado sobre soluções, apontou a "adaptação das licenciaturas às necessidades do país" e a importância de "incutir nos jovens e nos seus familiares a indispensabilidade da Matemática, do Português e do Inglês", para que estes não "fujam" a certas licenciaturas, como as ligadas à área tecnológica, para evitar a Matemática.

O ensino técnico-profissional foi destacado como "uma (re)aposta do país que muito poderá beneficiar as TIC", advertindo, no entanto, para a necessidade de combater "o estigma dos profissionais de 1ª (licenciados) e profissionais de 2ª (técnico- profissionais).
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por mais_um » 16/2/2011 23:28

Confesso que me faz confusão alguém escolher um curso sem pensar quais as perspectivas de emprego, provavelmente é defeito meu, ser demasiado racional.

Conheço dois casos que ilustram a atitude de alguns jovens de hoje em dia. Um recem licenciado em arquitectura, oferecem-lhe um estagio pago, em que depois de ele pagar os impostos, as refeições e as deslocações de automovel (na provincia nem sempre há transportes publicos) ficava com 200€ limpos. Rejeitou a oferta, assim continua a viver do dinheiro que os pais lhe dão.

Outro caso, uma recem licenciada em ensino da matematica, concorre só para dar aulas na zona onde vive (para não ficar longe do namorado), não fica colocada.

Faz-me confusão estas situações, não tenho forma de saber se é a norma dos jovens hoje em dia, mas a culpa não é só deles, também é dos pais.
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por e-finance » 16/2/2011 22:28

MiamiBlueHeart Escreveu:Posição extremamente interessante de Maria joão Rodrigues.

"Maria João Rodrigues insurgiu-se hoje contra rolo compressor que a Alemanha está a exercer sobre as economias periféricas do euro. Em última análise, avisa, países como Portugal poderão ficar condenados a ser meros fornecedores de mão-de-obra barata e qualificada para alimentar a economia do centro, em especial a alemã."

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Numa altura em que não temos Governo, tomára que alguém nos defenda.


Agora a culpa é da Alemanha, foram eles que desviaram os fundos comunitários, esbanjaram milhões pedidos a crédito, para N obras inúteis que vão continuar a dar prejuízo. São eles que apesar de isto tudo ainda querem fazer o TGV, aeroporto e pontes. Já enjoa ler tantas opiniões e comentários, mas ninguém tem coragem para fazer nada, por este a país a produzir alguma coisa, ao menos comida porque daqui a pouco com os juros que pagamos a comida fica numa fortuna.

Cumps!
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por MiamiBlue » 16/2/2011 19:40

Posição extremamente interessante de Maria joão Rodrigues.

"Maria João Rodrigues insurgiu-se hoje contra rolo compressor que a Alemanha está a exercer sobre as economias periféricas do euro. Em última análise, avisa, países como Portugal poderão ficar condenados a ser meros fornecedores de mão-de-obra barata e qualificada para alimentar a economia do centro, em especial a alemã."

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=468875

Numa altura em que não temos Governo, tomára que alguém nos defenda.
 
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Re: Progressão de carreira porquê

por artista_ » 16/2/2011 19:02

dfviegas Escreveu:
Tambem concordo que tenham de existir diferenças salarais, mas quanto a mim deveria ser por ter incremento de responsabilidades etc...
Não concordo é que se um professor que hoje dá 25 horas mais tarefas administrativas sobre essas 25 horas se daqui a 5 anos estiver a fazer exactamente o mesmo não vejo qualquer motivo para ter progressão na carreira.


Aqui não concordamos, eu acho que alguma diferença deve haver, será uma forma de premiar e incentivar quem permanece na carreira... obviamente que quando se começa há um período de alguns anos de adaptação (no caso dos professores isso é ainda mais notório, conheço algumas pessoas que não se adaptaram e desistiram de leccionar, a maior parte dos casos algumas semanas depois de iniciarem), eu hoje sou não sei quantas vezes melhor professor do que era quando comecei, e daqui a 10 anos espero ser ainda melhor, penso que isso deve ser premiado, funcionando como um incentivo à premanência na carreira, a não ser que logo inicialmente o vencimento já fosse muito bom, o que nem me parece que seja o caso, nem acho que isso fosse justo assim e sairia mais caro para os cofres do estado! :)

Já agora, eu também acho que o assumir de algumas funções de responsabilidade deveria ser premiado no vencimento. Isso beneficiaria-me a mim este ano pois sou director de duas turmas. Não o devia ser porque isso vai contra os regulamentos mas o que é facto é que esta escola funciona assim (mal), dão estes cargos que ninguém quer aos mais novos que são colocados na escola, se esses cargos fossem pagos provavelmente já não me calhariam a mim... de qualquer forma neste caso é claramente a direcção da escola que está a falhar! Eu por acaso custa-me a fazer isso mas ainda estou a ponderar entregar uma queixa na DREL por causa disto!
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Re: Progressão de carreira porquê

por dfviegas » 16/2/2011 18:50

artista Escreveu:
dfviegas Escreveu:


Mas tu és apenas um caso, isso não quer dizer que sejam todos iguais... mas, já que és da área de informática, penso que não será difícil conseguires colocação numa escola pública, podes começar uma carreira de professor e beneficiar dessas regalias! :wink:

Para um informático da minha especialidade o salário de professor é baixo hehe.

dfviegas Escreveu:


Não é bem assim, mas dá mto trabalho explicar-te todas as tarefas que são exigidas a um professor, que estão longe de se restringirem a aulas... de qualquer forma têm de assumir maiores responsabilidades com cargos mais exigentes e importantes para o funcionamento da escola!

Penso que se pode discutir a carreira em si, provavelmente concordaria que as diferenças de vencimentos do início para o final da carreira são demasiado grandes, mas acho que têm de existir algumas!


Tambem concordo que tenham de existir diferenças salarais, mas quanto a mim deveria ser por ter incremento de responsabilidades etc...
Não concordo é que se um professor que hoje dá 25 horas mais tarefas administrativas sobre essas 25 horas se daqui a 5 anos estiver a fazer exactamente o mesmo não vejo qualquer motivo para ter progressão na carreira.
 
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Re: Progressão de carreira porquê

por artista_ » 16/2/2011 18:28

dfviegas Escreveu:Isso aplica-se por exemplo à minha profissão sou Programador informático, com os anos tornei-me muito melhor e estou sempre a aprender novas linguagens de programação e a aplica-las no desenvolvimento de aplicações.
Mas isso não implica evolução de carreira tão pouco aumento de salário.


Mas tu és apenas um caso, isso não quer dizer que sejam todos iguais... mas, já que és da área de informática, penso que não será difícil conseguires colocação numa escola pública, podes começar uma carreira de professor e beneficiar dessas regalias! :wink:

dfviegas Escreveu:Em relação aos professores o facto de eles se tornarem melhores isso na realidade implica menos trabalho, pois são menos aulas que tem de preparar já veem preparadas de anos anteriores.


Não é bem assim, mas dá mto trabalho explicar-te todas as tarefas que são exigidas a um professor, que estão longe de se restringirem a aulas... de qualquer forma têm de assumir maiores responsabilidades com cargos mais exigentes e importantes para o funcionamento da escola!

Penso que se pode discutir a carreira em si, provavelmente concordaria que as diferenças de vencimentos do início para o final da carreira são demasiado grandes, mas acho que têm de existir algumas!
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Re: Progressão de carreira porquê

por dfviegas » 16/2/2011 18:17

artista Escreveu:
dfviegas Escreveu:
dfviegas Escreveu:Durante muitos anos os professores vão continuar a fazer o mesmo ou seja a dar aulas, porque é que fazer o mesmo implica progredir na carreira..


Sim, mas não é bem o mesmo. Em primeiro lugar com os anos os bons professores aprendem muito, evoluem tornam-se muito melhores e podem também dar uma contributo mais válido... depois também lhes vão sendo exigidas maiores responsabilidades, cargos de direcção (turma, grupo, agrupamento, etc), se bem que aqui a escola onde estou este ano faz tudo ao contrário e entrega alguns destes cargos (os mais trabalhosos) ao pessoal mais novo e menos experiente (estão claramente a não cumprir os regulamentos!)

:|


Isso aplica-se por exemplo à minha profissão sou Programador informático, com os anos tornei-me muito melhor e estou sempre a aprender novas linguagens de programação e a aplica-las no desenvolvimento de aplicações.
Mas isso não implica evolução de carreira tão pouco aumento de salário.

Em relação aos professores o facto de eles se tornarem melhores isso na realidade implica menos trabalho, pois são menos aulas que tem de preparar já veem preparadas de anos anteriores.

Em relação a tarefas complementares concordo consigo.
 
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por Mares » 16/2/2011 18:07

mapaman Escreveu:Para quem não sabe ou não se lembra,esta coisa da geração rasca começou com o sr silva,madeirense, que a propósito de umas certas partes postas à mostra numa manifestação de estudantes resolveu escrever um editorial no Publico.

Nessa altura,fui um dos visados e se o apanhava na rua dava-lhe uma caarga de po´rradaa á bboniek que o gajo hoje era outro homem mas como não o apanhei a jeito,perdeu a oportunidade.

Comparado com o que existe hoje,faço parte de uma geração de luxo,essa é que é essa pois bem ou mal, a rua serviu para mostrar,além de certas partes,a indignação de toda uma geração,agora nem mostram nem tem."NEM NEM"

Quanto ao mais,para melhor não vêm e o melhor que fazem é porem-se na alheta,isto se tiverem coragem de ir trabalhar nem que seja nas obras para ganhar o suficiente para se aguentarem longe da casinha dos Pais,dos amigos,do café da esquina e de tudo aquilo que consideram realmente importante os primeiros meses.

Já agora convêm saber inglês,nem que seja da Praia da Rocha que o resto aparece,basta olhar para o passado,somos emigrantes por natureza,para quê negar o destino?


Esse senhor nem rasca é...

Como bom militante da geração "pirolito" indignou-se perante a revolta dos estudantes às propinas.

Esse pertence à geração dos desviadores dos fundos europeus, de escrever para os seus pseudo-intelectuais, pertencentes a uma geração que utilizou a retórica em prol de salários muito acima da sua produtividade.

Hoje, este e outros da sua geração rezam para ainda chegarem a reforma choruda e dizer "ahh no meu tempo as pessoas trabalhavam..."
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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Re: Progressão de carreira porquê

por artista_ » 16/2/2011 18:05

dfviegas Escreveu:Mas Artista, consegues explicar o porquê de ter de haver progressão de carreira?


Não me perguntes a mim, não sou eu que as faço... ainda assim sei que as progressões são agora muito menores do que anteriormente. O acesso à carreira está praticamente fechado desde há 6/8 anos para cá!

dfviegas Escreveu:Durante muitos anos os professores vão continuar a fazer o mesmo ou seja a dar aulas, porque é que fazer o mesmo implica progredir na carreira..


Sim, mas não é bem o mesmo. Em primeiro lugar com os anos os bons professores aprendem muito, evoluem tornam-se muito melhores e podem também dar uma contributo mais válido... depois também lhes vão sendo exigidas maiores responsabilidades, cargos de direcção (turma, grupo, agrupamento, etc), se bem que aqui a escola onde estou este ano faz tudo ao contrário e entrega alguns destes cargos (os mais trabalhosos) ao pessoal mais novo e menos experiente (estão claramente a não cumprir os regulamentos!)

dfviegas Escreveu:Existem n profissões fora do sector estado, em que se fazes o mesmo trabalho não evoluis na carreira. Só no estado é que isto é/era um dado adquirido trabalhas/trabalhavas x anos logo uma progressão, logo um aumento salarial.


E também existem n profissões onde há progressões... a comparação com o sector privado nunca poderá ser generalizada! Mas nem me passa pela cabeça iniciar aqui outro debate publico/privado! :|
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por Valete » 16/2/2011 18:01

rmachado Escreveu:
Valete Escreveu:Já fui professor contratado com habilitação própria e é preciso fazer uma ressalva entre aqueles que tem contratos anuais e os que estão efectivos em escolas. È como comparar água com vinho.

Quanto à avaliação sugiro apenas uma coisa: comparem no secundário as notas que a maior parte dos professores dão no final do ano, com aquelas que os alunos tiram efectivamente nos exames nacionais. Alunos de 14 e 15 e no exame nacional tem negativa. Onde está o problema?


É óbvio...
O exame é dificil... :)


Ou os professores são muito optmistas 8-)
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por Adam hedge » 16/2/2011 17:53

A geração deolinda é composta por uma grande maioria de individuos que nunca lhe faltou nada,o filho pede o papá dá.Entram em cursos sem saida profissional,mas fica bem para o ego dizer que se é formado em qualquer coisa desde que dê um titulo de douturado.

A geração deolinda não dão valor ao esforço de fazer pela vida, ás dificuldades que a propria vida traz ,usam roupinhas de marca,trocam de telemoveis como se troca de camisa,enchem os concertos de musica,passeiam nos centros comercias,e isto tudo á conta do papá e muitas vezes até á custa das reformas dos avós.

Impera a lei do menor esforço,pois basta chorar um bocadinho que o papá vai logo a correr tratar dos problemas,pois o filhinho tem uma formação superior e não quer que ganhem cálos nas mãos.

ps: claro que há exeções...
Volta teu rosto sempre na direção do sol e então as sombras
ficarão para trás.

Lembra-te : se não tivesses lido e ouvido falar em aumento de capital tinhas entrado no bes... portanto...
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por mapaman » 16/2/2011 17:52

Para quem não sabe ou não se lembra,esta coisa da geração rasca começou com o sr silva,madeirense, que a propósito de umas certas partes postas à mostra numa manifestação de estudantes resolveu escrever um editorial no Publico.

Nessa altura,fui um dos visados e se o apanhava na rua dava-lhe uma caarga de po´rradaa á bboniek que o gajo hoje era outro homem mas como não o apanhei a jeito,perdeu a oportunidade.

Comparado com o que existe hoje,faço parte de uma geração de luxo,essa é que é essa pois bem ou mal, a rua serviu para mostrar,além de certas partes,a indignação de toda uma geração,agora nem mostram nem tem."NEM NEM"

Quanto ao mais,para melhor não vêm e o melhor que fazem é porem-se na alheta,isto se tiverem coragem de ir trabalhar nem que seja nas obras para ganhar o suficiente para se aguentarem longe da casinha dos Pais,dos amigos,do café da esquina e de tudo aquilo que consideram realmente importante os primeiros meses.

Já agora convêm saber inglês,nem que seja da Praia da Rocha que o resto aparece,basta olhar para o passado,somos emigrantes por natureza,para quê negar o destino?
"Não perguntes a um escravo se quer ser livre".Samora Machel
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Progressão de carreira porquê

por dfviegas » 16/2/2011 17:32

Mas Artista, consegues explicar o porquê de ter de haver progressão de carreira?

Durante muitos anos os professores vão continuar a fazer o mesmo ou seja a dar aulas, porque é que fazer o mesmo implica progredir na carreira.

Existem n profissões fora do sector estado, em que se fazes o mesmo trabalho não evoluis na carreira. Só no estado é que isto é/era um dado adquirido trabalhas/trabalhavas x anos logo uma progressão, logo um aumento salarial.
 
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