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Caldeirão da Bolsa

Subsidiação de energia eléctrica

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por BMCarmona » 25/1/2011 21:00

Nota: Todos os valores de potência usados para fazer as contas são valores oficiais.

O programa nacional de barragens (PNB) tem previsto ter em funcionamento em 2018 um conjunto de 8 novas barragens reversíveis (adjudicadas à EDP, Iberdrola e Endesa) a que se juntam 5 reforços de potência em barragens existentes com turbinas reversíveis.

http://www.a-nossa-energia.edp.pt/mais_melhor_energia/programa_nacional_barragens.php

Por essa altura, e como se pode ler no link anterior Portugal terá uma produção anual bruta de 17,9TWh/ano dos quais 13,3 TWh/ano livres de bombagem. Ou seja 4,6 TWh/ano resulta de turbinar água bombada com energia eólica. Se dividirmos pelas 8760 horas anuais chegamos a um valor de 525MW de potência turbinada com água anteriormente bombada. Como a bombagem tem uma eficiência de 75% resulta que para turbinar 525MW com água bombada é necessário bombar 4/3 desse valor ou seja 700MW.

Isto significa que a perda total por bombagem vai ascender a uma potência de 700 - 525 = 175MW

Agora vamos às barragens

Para uma das barragens que já está a ser construída pela EDP, a de Baixo Sabor a produção média líquida (sem bombagem) anual vai ser de 230GWh ou seja (dividindo pelas 8760horas) resulta numa potência média de 26,26MW

http://www.a-nossa-energia.edp.pt/centros_produtores/info_tecnica.php?item_id=1&cp_type=he§ion_type=info_tecnica

Fazendo as contas para as restants barragens temos:

Foz Tua (EDP): 31,39 MW
Fridão (EDP): 12,1 MW
Alvito (EDP): 7,1 MW
Ribeiradio (EDP): 15,3 MW
Girabolhos (Endesa): 11,30 MW
Vigado (Iberdrola): 13,01 MW
Daivões (Iberdrola): 16,89 MW
Padroselo (Iberdrola): 11,64 MW
Gouvães (Iberdrola): 17,47 MW

a que se soma os reforços de potência concedidos à EDP

Picote II: 2,07MW
Bemposta II: 2,11MW
Alqueva II: 3,54MW
Venda Nova III: 2MW
Salamonde I: 2,4MW
Paradela II: 2,32MW

Tudo somado dá cerca de 175MW, precisamente a perda na ineficiência da bombagem.

O que se conclui? Que todo este investimento não vai produzir energia eléctrica.

E custo total? €5 mil milhões

€5 mil milhões de euros despejados literalmente rios abaixo.
 
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por BMCarmona » 25/1/2011 19:40

barnabe619 Escreveu:
pocoyo Escreveu:
Carregas as pilhas à noite no bi-horário para usares de dia. :)

O carro eletrico vai ter essa função.


Dessa maneira se calhar até sai mais barato que gasolina :)


O carro eléctrico é outro devaneio com consequências desastrosas.

Antes de impostos o custo do consumo de um carro eléctrico é semelhante a um diesel.

Mas primeiro vou justificar com números a ruína que é o programa nacional de barragens.
 
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por barnabe619 » 25/1/2011 19:16

pocoyo Escreveu:
Carregas as pilhas à noite no bi-horário para usares de dia. :)

O carro eletrico vai ter essa função.


Dessa maneira se calhar até sai mais barato que gasolina :)
 
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por pocoyo » 25/1/2011 18:43

AutoMech Escreveu:E já que estamos em perguntas de leigos, a energia não pode ser armazenada (assim como nas pilhas, lol) ?


Pode.
Tens é que comprar um carregador de pilhas. :mrgreen:
Carregas as pilhas à noite no bi-horário para usares de dia. :)

O carro eletrico vai ter essa função.
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por mais_um » 25/1/2011 18:41

AutoMech Escreveu:E já que estamos em perguntas de leigos, a energia não pode ser armazenada (assim como nas pilhas, lol) ?

Pode, só que o custo de armazenamento (baterias) é muito superior ao de produção.
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por pdcarrico » 25/1/2011 18:40

AutoMech Escreveu:E já que estamos em perguntas de leigos, a energia não pode ser armazenada (assim como nas pilhas, lol) ?


Claro que sim - a água em albufeira armazena energia, energia em estado potencial. A água caindo é que gera a energia.

Pode haver outras formas de armazenagem como em pilhas ou em vapor, mas provavelmente o problema são os custos de armazenagem serem maiores que os custos de geração de energia.
Editado pela última vez por pdcarrico em 25/1/2011 18:42, num total de 2 vezes.
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por Automech » 25/1/2011 18:33

E já que estamos em perguntas de leigos, a energia não pode ser armazenada (assim como nas pilhas, lol) ?
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por pdcarrico » 25/1/2011 18:32

mais_um Escreveu:Pois, estás a ser muito pedinchão... :mrgreen:

Como esta discussão não é nova, deixo-te um link para um blog.

http://ambio.blogspot.com/2010/04/as-co ... utras.html


:roll: fui pedinchão e pelos vistos tive resposta :roll:

Vou ler!! ahhh, e obrigado!! ;)
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por pdcarrico » 25/1/2011 18:28

Uma pergunta que pode parecer meio idiota, mas é de um leigo, por isso ....

... se tivéssemos chuva continuamente, ou se tivéssemos sempre produção hídrica disponível à capacidade instalada, seríamos auto-suficientes em energia pelas hídricas? Ou seja seríamos auto-suficientes se fossem anulados os anos de maior seca e tivéssemos produção plena?

Eu pergunto isto pelo seguinte - um dos problemas das hídricas é não termos sempre a água que queremos - umas vezes há demais e "deitamos água fora" e outras ao contrário e a capacidade instalada não funciona no pleno.

Ora se tivéssemos uma outra fonte de energia que permitisse realimentar de água a hídrica (como por exemplo a eólica a alimentar as turbinas reversíveis) isso não seria equivalente a poder ter alguma eólica mais a capacidade plena das hídricas? Corrigindo-se assim um problema de imprevisibilidade dos leitos de água.
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por mais_um » 25/1/2011 18:28

pdcarrico Escreveu:Basicamente os números que eu acharia interessantes seriam (se estiver a ser muito pedinchão ... ignorem):

1- qual o preço médio do MW dia e de noite? Quais os consumos e daí qual o ganho em acumular por umas horas a energia?
sabendo isso podemos saber a utilidade financeira da turbina reversível.

2- Quais os investimentos de construcção por MW para cada tipo de central - eólica, nuclear, hídrica, carvão, etc... Quais os tempos de vida e custos de manutenção. Quanto custaria uma central hídrica só para funcionar com turbina reversível.

3- Quais os custos por MW de cada energia e qual a elasticidade de custo com incrementos no preço da matéria prima, ie, 10% no preço petróleo quanto influencia no custo de produção da energia a combustíveis fósseis, ou 10% no preço do combustível nuclear quanto inflacionaria o custo de produção da energia nuclear,


Pois, estás a ser muito pedinchão... :mrgreen:

Como esta discussão não é nova, deixo-te um link para um blog.

http://ambio.blogspot.com/2010/04/as-co ... utras.html
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por mais_um » 25/1/2011 18:08

Lista de barragens com turbinas reversiveis:

Worldwide list of pumped storage plants
Argentina
Rio Grande-Cerro Pelado Hydroelectric Complex (1986), 750 MW
Australia
Bendeela (1977), 80 MW
Kangaroo Valley (1977), 160 MW
Tumut Three, (1973), 1,500 MW
Wivenhoe Power Station, 510 MW
Austria
Häusling (1988), 360 MW
Lünerseewerk (1958), 232 MW
Kraftwerksgruppe Fragant, 100 MW
Kühtai (1981), 250 MW
Malta-Hauptstufe (1979), 730 MW
Rodundwerk I (1952), 198 MW
Rodundwerk II (1976), 276 MW
Roßhag (1972), 231 MW
Silz (1981), 500 MW
Belgium
Coo, (1979), 1100 MW
Bulgaria
PAVEC Chaira, (1998), 864 MW
PAVEC Belmeken (197?), 375 MW
PAVEC Orfey, (1975), 160 MW
PAVEC Peshtera, (1959), 128 MW
PAVEC Batak, (1958), 48 MW
PABEC Vacha, (1973), 20 MW
Canada
Sir Adam Beck Hydroelectric Power Stations, (1957) near Niagara Falls, reversible Deriaz turbines, 174 MW
China
Guangzhou, (2000), 2,400 MW - (World's largest)[3]
Tianhuangping (2001), 1,800 MW
Croatia
CHE Fužine (1957) 4.6 MW
RHE Lepenica (1985), 1.14/1.25 MW[4]
RHE Velebit (1984), 276/240MW[5]
Czech Republic
Dalešice, (1978), 480 MW
Dlouhé Stráně, (1996), 650 MW
Štěchovice, (1947), 45 MW
France
Grand Maison (1997), 1,070 MW
La Coche (1976), 285 MW
Le Cheylas (1979), 485 MW
Montézic (1983), 920 MW
Rance (1966), 240 MW hybrid pumped water-tidal plant
Revin (1976), 800 MW
Super Bissorte (1978), 720 MW
Germany
Erzhausen (1964), 220 MW
Geesthacht (Hamburg) (1958), 120 MW
Goldisthal (2002), 1,060 MW
Happurg (1958), 160 MW
Hohenwarte II (1966), 320 MW
Koepchenwerk (1989), 153 MW
Langenprozelten (1976), 160 MW
Markersbach (1981), 1,050 MW
Niederwartha, Dresden (1958), 120 MW
Waldeck II (1973), 440 MW
India
Bhira(Maharashtra) pump storage unit 150 MW
Kadamparai, Near Coimbatore, Tamil Nadu,(4*100)MW
Nagarjuna Sagar PH, Andhra Pradesh, 810 MW (1 x 110 MW + 7 x 100 MW)
Purulia Pumped Storage Project, Ayodhya Hills, Purulia, West Bengal, 900 MW
Srisailam Left Bank PH, Andhra Pradesh, 900 MW (6 x 150 MW)
Tehri dam, Uttranchal, 1000 MW (under construction)
Iran
Siah Bisheh, Iran, (1996), 1,140 MW
Ireland
Turlough Hill (1974), 292 MW
Italy
Chiotas (1981), 1,184 MW
Lago Delio (1971), 1,040 MW
Piastra Edolo (1982), 1,020 MW
Presenzano (1992), 1,000 MW
Japan
Imaichi (1991), 1,050 MW
Kannagawa (2005), 2,700 MW
Kazunogawa (2001), 1,600 MW
Kisenyama, 466 MW
Matanoagawa (1999), 1,200 MW
Midono, 122 MW
Niikappu, 200 MW
Okawachi (1995), 1,280 MW
Okutataragi (1998), 1,932 MW
Okuyoshino, 1,206 MW
Shin-Takasegawa, 1,280 MW
Shiobara, 900 MW
Takami, 200 MW
Tamahara (1986), 1,200 MW
Yagisawa, 240 MW
Yanbaru, Okinawa (1999), 30 MW (First high-head seawater pumped storage in the world) Hitachi
Lithuania
Kruonis Pumped Storage Plant, (1993) Designed - 1,600 MW, installed - 900 MW
Luxembourg
Vianden, (1964), 1,100 MW
Norway
Note that Norway has a high density of hydroelectric power generation, so some of the following locations are simply pumps that never generate power themselves, but transfer water to reservoirs where it can be re-used by existing hydroelectric power stations. This information comes from [1], [2], and [3]

Aurland III, Hordaland, (1979), 270 MW
Breive, Bykle, Aust-Agder
Duge, Rogaland
Hjorteland, Rogaland
Hunnevatn, Rogaland
Jukla, Hordaland, 40 MW
Kastdalen, Hordaland
Mardal, Møre og Romsdal
Monge, Møre og Romsdal
Nygard, Modalen, Hordaland
Saurdal, Rogaland, 640 MW
Skarje, Bykle, Aust-Agder
Skjeggedal, Hordaland
Stølsdal, Rogaland, 17 MW
Tverrvatn, Nordland
Philippines
CBK, 700MW
Poland
Dychów, 79.5 MW
Niedzica, 92.6 MW
Porąbka-Żar, 500 MW
Solina, 200 MW
Żarnowiec, 716 MW
Żydowo, 150 MW
Portugal
Aguieira, 270MW
Alqueva, 260MW
Alto Rabagão, 72MW
Torrão, 144MW
Vilarinho II, 74MW
Russia
Kuban (1968) 15.9/19.2 MW
Zagorsk (1994) 1,200/1,320 MW
Zelenchuk (under construction) 140/150.6 MW
Serbia
Bajina Basta (1982) 614 MW
Slovakia [4]
Čierny Váh 735.16 MW
Liptovská Mara 198 MW
Ružín 60MW
Dobšiná 24 MW
Slovenija
Avče 600 MW
South Africa
Drakensberg, South Africa, (1983) 1,000 MW
Palmiet 400 MW
Ingula 1332KW (Under Construction)
Spain
Aguayo (Cantabria) 339 MW
Aldeadavila (Salamanca) 422 MW (2 X 211 MW) [5]
Moralets-Llauset (Lleida/Huesca) 210 MW [6]
La Muela (Valencia) 628 MW
Sallente-Estany Gento (Lleida) 451 MW [7]
Tajo de la Encantada (Málaga) 360 MW
Tavascan-Montmara (Lleida) 52 MW
Villarino (Salamanca) 810 MW (6 X 135 MW) [8]
Sweden
Juktan, 334 MW [6]
Taiwan
Minghu (1985) 1,000 MW
Mingtan (1994) 1,620 MW
Ukraine
Dniestr HPSP (1st construction phase completed and now provides 972 MW, next phases will give up to 2,268 MW)photo
Kaniv HPSP (design stage) 1800 MW [9]
Kyiv HPSP 235.5 MW [10]
Tashlyk HPSP 905 MW/-1325 MW [11]
United Kingdom
Ben Cruachan, Scotland (1965), 440 MW (2 × 120 MW + 2 × 100 MW units)
Dinorwig, Wales (1984), 1728 MW (6 × 288 MW units)
Foyers, Scotland (1975), 305 MW
Ffestiniog, Wales (1963), 360 MW (4 × 90 MW units)
United States
California
Castaic Dam, (1978) 1,566 MW
John S. Eastwood, (1988) 200 MW
San Luis Dam (William R. Gianelli), (1968) 424 MW
Pyramid Lake, (1973) 1,495 MW
Helms, (1984) 1,200 MW
Iowa Hill, (Proposed 2010) 400 MW [12]
Edward C. Hyatt, (1968) 780 MW
Colorado
Cabin Creek (1967), 324 MW
Mount Elbert 200 MW, 1,212 MW
Connecticut
Rocky River, (1929) 31 MW
Georgia
Rocky Mountain Pumped Storage Station 848 MW
Wallace Dam (operated by GA. Power) Lake Oconee/Lake Sinclair 4 x 52 MW reversible units
Hawaii
Koko Crater, Oahu, Hawaii (Proposed)
Massachusetts
Bear Swamp, (1972) 600 MW
Northfield Mountain, (1972) 1,080 MW
Michigan
Ludington, (1973) 1,872 MW
Missouri
Clarence Cannon dam, (1983) 58 MW (pump-back capability tested twice in 1984 and not used since.[13])
Taum Sauk, pure pump-back 450 MW (out of operation as of December, 2005)
New Jersey
Mt. Hope 2,000 MW[7]
Yards Creek Generating Station (1965) 400MW [14]
New York
Blenheim-Gilboa, (1973) 1,200 MW
Lewiston Pump-Generating Plant (Niagara), (1961) 240 MW
Oklahoma
Salina Pumped Storage (Grand River Dam Authority)(1971) 260MW
Pennsylvania
Muddy Run 1,071 MW
Seneca 435 MW
South Carolina
Bad Creek, (1991) 1,065 MW, fed by Lake Jocassee.
Lake Jocassee, (1973) 610 MW
Tennessee
Raccoon Mountain, (1978) 1,530 MW
Virginia
Bath County 2,100 MW[8]
Smith Mountain Lake and Leesville Lake
Washington
Grand Coulee Dam, (1981) 314 MW[9]

http://www.worldlingo.com/ma/enwiki/en/ ... lectricity

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por pdcarrico » 25/1/2011 17:49

Basicamente os números que eu acharia interessantes seriam (se estiver a ser muito pedinchão ... ignorem):

1- qual o preço médio do MW dia e de noite? Quais os consumos e daí qual o ganho em acumular por umas horas a energia?
sabendo isso podemos saber a utilidade financeira da turbina reversível.

2- Quais os investimentos de construcção por MW para cada tipo de central - eólica, nuclear, hídrica, carvão, etc... Quais os tempos de vida e custos de manutenção. Quanto custaria uma central hídrica só para funcionar com turbina reversível.

3- Quais os custos por MW de cada energia e qual a elasticidade de custo com incrementos no preço da matéria prima, ie, 10% no preço petróleo quanto influencia no custo de produção da energia a combustíveis fósseis, ou 10% no preço do combustível nuclear quanto inflacionaria o custo de produção da energia nuclear,
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por mais_um » 25/1/2011 17:40

O principio é muito simples, enquanto numa barragem é possivel controlar a produção de energia, na energia eolica não é, assim há horas de vazio, em que a energia eolica produzida não é utilizada pelos consumidores e como tal perde-se (se não for exportada, como já tem acontecido). Uma forma de aproveitar esta energia que não é consumida é usa-la para voltar a colocar agua previamente utilizada a produzir energia, novamente na albufeira.

Assim aproveita-se a energia eolica não utilizada para "recarregar" as albufeiras.

Durante as horas de pico a agua utilizada a produzir energia electrica é armazenada em reservatórios em vez de ser lançada aos rios. Nas horas de vazio, quando a energia eolica produzida não tem consumo, aproveita-se essa energia para voltar a colocar a agua na albufeira. Isto é optimização e não desperdicio.
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por pdcarrico » 25/1/2011 17:38

BMCarmona Escreveu:
Logo coloco aqui os números, preto no branco.

Números divulgado pela EDP e acessíveis para consulta no seu sítio.


Da minha parte agradeço, particularmente se os conseguir entender ;)
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por BMCarmona » 25/1/2011 17:32

mais_um Escreveu:
BMCarmona Escreveu:Uma barragem para armazenar energia eólica, como são as que se estão a construir actualmente em Portugal, é uma tentativa faraónica de contronar a incontornável intermitência das eólicas.


Não sei como consegues fazer uma afirmação destas! Ou não sabes nada do que estás a escrever ou então estás deliberadamente a desinformar quem lê os comentários.


Logo coloco aqui os números, preto no branco.

Números divulgado pela EDP e acessíveis para consulta no seu sítio.
 
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por pdcarrico » 25/1/2011 17:32

Esta discussão está bastante interessante.

No essencial entendeu-se que o problema é o desenquadramento entre produção máxima e preço mais adequado e também se entendeu sobre a utilidade das turbinas reversíveis.

Falta entender o essencial que são os números. Infelizmente não sabemos (nós os leigos .. os entendidos saberão) os números. Quanto a rigor custa uma estrutura industrial aproveitada para produção residual de energia e com aplicabilidade essencial para armazenagem. Quanto se ganha em acumular energia por algumas horas até ao pico de consumo, etc...

O problema é que os entendidos raramente partilham os números, e estes obviamente deverão ser mais ou menos favoráveis se os combustíveis nucleares ou os fósseis subirem ou descerem de preço.
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por mais_um » 25/1/2011 17:30

BMCarmona Escreveu:Uma barragem para armazenar energia eólica, como são as que se estão a construir actualmente em Portugal, é uma tentativa faraónica de contronar a incontornável intermitência das eólicas.


Não sei como consegues fazer uma afirmação destas! Ou não sabes nada do que estás a escrever ou então estás deliberadamente a desinformar quem lê os comentários.
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por BMCarmona » 25/1/2011 17:27

mais_um Escreveu:Para evitar que se continuem a escrever barbaridades sobre as turbinas reversiveis.... :shock: :shock:


Barbaridade, como disse, é produzir energia eólica sbusidiada e a custo muito superior ao do mais bom senso num mercado livre e concorrencial para depois a armazenar

Gastar dinheiro a equipar barragens com sistemas reversíveis para o efeito

Despejar no lixo 25% da cara energia eólica graças ao atrito do processo de bombagem.

E nas alturas em que chove e faz muito vento despejar essa água bombada sem a turbinar como já aconteceu no Alqueva.

Quem paga tudo isto? Nós consumidores finais evidentemente
 
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por mais_um » 25/1/2011 17:19

Para evitar que continuem a escrever barbaridades sobre as turbinas reversiveis.... :shock: :shock:


Água e vento combinam-se para produzirem energia limpa, que pode ser armazenada em grande quantidade. Este é o conceito subjacente à central hidroeléctrica do Alqueva, que tem uma capacidade de 260 megawatts.

O reservatório superior é o maior da Europa, com uma área de 250 quilómetros quadrados.

A EDP está a construir uma segunda central hidroeléctrica em Alqueva, que vai permitir duplicar a capacidade instalada, transformando-a na segunda maior hídrica em Portugal.

Durante o dia, a água é libertada do reservatório superior para o inferior, movendo as turbinas reversíveis e produzindo electricidade.

Durante a noite, quando o consumo de electricidade é baixo, as turbinas usam a energia produzida pelos parques eólicos e enviada para a rede eléctrica, para girarem no sentido contrário, bombeando a água para o reservatório superior. Desta forma, a água é reutilizada e o ciclo pode repetir-se.


“Estamos a produzir energia. A água circula do reservatório superior para o reservatório inferior. Não se trata simplesmente de produção durante o dia e bombagem à noite, mas a produção pode ser adaptada em função da procura, quase minuto a minuto. No Verão, podemos responder às necessidades de arrefecimento, no Inverno, em caso de fortes descidas de temperatura, podemos adaptá-la também para responder às necessidades de aquecimento”, explica Christian Pellerin da empresa Alstom, a fornecedora da tecnologia.

A grande vantagem é que a energia pode ser armazenada no grande reservatório sob a forma de água. De outra forma, a energia produzida em excesso perder-se-ia.

O Parque Éolico da Serra D’El Rei é uma das fontes de energia que permite o funcionamento da hidroeléctrica do Alqueva. As turbinas têm 80 metros de altura. Cada lâmina tem um comprimento de 37 metros.

A tecnologia eólica tem vindo a construir turbinas cada vez maiores, para optimizar o uso da terra disponível, que é escassa na Europa.

“Como podem constatar, hoje as turbinas não estão a girar e isto é o que acontece em cerca de 30% do tempo. A energia eólica é uma fonte intermitente de electricidade, que é importante equilibrar com outras fontes de electricidade. É o caso da hidroeléctrica, nomeadamente da central do Alqueva, que permite, em quaisquer segundos, alimentar a rede eléctrica, quando as necessidades se fazem sentir”, sublinha Pellerin.

A água e o vento são fontes de energia limpas, que permitem reduzir a dependência do petróleo. A Comissão Europeia quer que os Estados-membros produzam 20% da energia a partir de fontes renováveis, até 2020.

Fonte euro news
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por BMCarmona » 25/1/2011 17:12

barnabe619 Escreveu:Penso que ele quis dizer que uma barragem (não so as turbinas) requer grandes investimentos, grandes demais para serem rentáveis. O que eu não concordo.


Uma barragem construída para produzir energia eléctrica pode e deve ser rentável.

Uma barragem para armazenar energia eólica, como são as que se estão a construir actualmente em Portugal, é uma tentativa faraónica de contronar a incontornável intermitência das eólicas.
 
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por BMCarmona » 25/1/2011 17:08

AutoMech Escreveu:Mas porque é que o Carmona diz que as turbinas reversíveis são ruinosas ?


É um investimento de milhares de milhões de euros que serve apenas, para com uma eficiência de 75%, armazenar energia eólica.

Ou seja, estamos a subsidiar energia eólica que depois armazenamos em barragens deitando para o lixo 25%. E claro, as empresas que ivestem esses milhares de milhões de euros têm de ver o seu investimento rentablizado. Ou seja, esse dinheiro vai ter de sair dos bolsos de todos nós, seja mascarado no CIEG ou noutra alínea qualquer.
 
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por BMCarmona » 25/1/2011 17:04

AutoMech Escreveu:Mas isto acontece em quase todos os sectores. Olhando, por exemplo, para a pasta do papel foi necessária importar toda a tecnologia (maquinaria) para podermos produzir e sermos um grande exportador mundial. É como qualquer investimento.

Além disso o argumento de que a Dinamarca é o maior produtor de turbinas (para justificar a aposta em eólica) não parece correcta porque senão os países produtores de máquinas (seja em que sector for) seriam também os lideres desse sector.


A produção e exportação de turbinas eólicas podia ajudar a mitigar os elevados custos da sua subsidiação e tornar, de alguma forma, mais comprensível essa aposta. Mas obviamente não suficiente para a justificar.

A sustentabilidade e a competitividade é que devem nortear as políticas energéticas.


AutoMech Escreveu:O argumento pode ser, sim, os melhores ventos na Dinamarca (com aliás referiste). Mas o ser líder de turbinas não me parece relevante.


A que se soma a melhor interligação da rede eléctrica dinamarquesa com os seus vizinhos que permite escoar mais facilmente excessos. Em termos de rede eléctrica a península ibérica está isolada pois as ligações de alta tensão com França são poucas. Entendidos defendem que isso poderá provocar no futuro apagões na península em virtude dos picos da intermitência da eólica.

AutoMech Escreveu:E não vamos ter progressos da capacidade que entretanto foi instalada no passado ?


Não entendo a questão. Mas posso acrescentar que a potência média das turbinas eólicas é de 25%, ou seja, os 5700MW de potência instalada correspondem a uma produção média que não chega a 1.500MW. E como já mostrei a maior parte desta produção é à noite e no inverno quando menos precisamos dela.


AutoMech Escreveu:Isto talvez seja uma pergunta muito estúpida mas não se pode 'programar' as barragens para produzirem ás horas que minimizem este défice ?


Pode tendo em conta as condicionantes da intermitência própria da chuva e do vento:

- a quantidade de água nas albufeiras de acordo com períodos de chuva e seca.

- a quantidade de tempo que é preciso bombar energia eólica e que inviabiliza, nesses períodos, a produção de energia nas barragens com bombagem.

- a impossibilidade de estabelecer preços com antecedência por causa da impossibilidade de prever produção de energia eléctrica pelo que é impossível prever com antecedência quais vão ser os períodos mais baratos.

AutoMech Escreveu:Já agora, o que são turbinas reversíveis ?


São turbinas que tanto podem rodar no sentido da descarga e produzir electricidade como no sentido da bombagem da barragem e consumir energia eólica.

São produtores de energia hídrica e armazéns de energia eólica. Mas como há atrito a eficiência deste processo é de 75% o que significa que 25% da energia eólica que se armazena em barragens é automaticamente perdido.

E como os dias em que chove mais são os dias em que faz mais vento as barragens tendem bombar mais nos dias em que os rios correm mais fotes o que significa, que como já tem acontecido no alqueva seja necessário abrir portas para despejar excesso de água.

Ou seja, muita da produção de energia eólica portuguesa é mandada para espanha a custo zero, outra é perdida em atrito na bombagem das barragens e outra ainda é despejada rio abaixo.

O resultado disto tudo é que estão a ser construídas em Portugal barragens que servem apenas para armazenamento de energia eólica. Estamos a falar de cerca de €5 mil milhões de equipamento que nunca produzirá um único MW de energia eléctrica.
 
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por barnabe619 » 25/1/2011 16:56

Penso que ele quis dizer que uma barragem (não so as turbinas) requer grandes investimentos, grandes demais para serem rentáveis. O que eu não concordo.
 
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por Automech » 25/1/2011 16:51

Mas porque é que o Carmona diz que as turbinas reversíveis são ruinosas ?

Pelo menos menos foi isso que percebi daqui:

BMCarmona Escreveu:As turbinas reversíveis são uma das soluções mirabolantes do nosso governo para tentar contornar a incontornável questão da intermitência das eólicas mas que se analisadas minimamente se vê que será uma mdeida de custos astronómicos e ruinosos para o país.
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Re: Opinião

por barnabe619 » 25/1/2011 16:46

BMCarmona Escreveu:Não existem horários baratos para a produção de energia eólica ou solar. O preço pago é sempre o mesmo e bem acima do preço cobrado aos consumidores. A diferença é introduzida no preço da tarifa de distribuição com a pomposa designação CIEG.

E é impossível definir horários relativamente a energias eólicas pois como se sabe não somos nós mas o vento e o sol que manda.

Num mercado livre e não subsidiado ninguém comprava energia eléctrica obtida de fontes eólicas ou solar.


Quando escrevi, estava a pensar em global e não só no caso das energias renováveis. Se é possivel ter energia barata é pena não se aproveitar. :wink:
 
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