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Caldeirão da Bolsa

Subsidiação de energia eléctrica

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por barnabe619 » 25/1/2011 16:41

Isto talvez seja uma pergunta muito estúpida mas não se pode 'programar' as barragens para produzirem ás horas que minimizem este défice ?


Já agora, o que são turbinas reversíveis ?


Sim é possível, para aumentar a produção das barragens "basta" aumentar o debito de agua. Pode ser feito sem dificuldade e com um tempo de resposta relativamente baixo.

As turbinas reversiveis são um sistema utilizado em (quase) todas as barragens. Quando quer-se produzir energia basta deixar a agua correr nas turbinas. Mas quando há energia a mais pode-se injectar energia para bombear a agua (que esta em baixo) de novo para a barragem para voltar a produzi-la mais tarde. No final há uma perda de energia, mas pode haver uma mais-valia em termos de valor visto que o bombeamento é feito durante horas de pouca utilização.
 
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por mais_um » 25/1/2011 16:25

Pedidos equivalem a quase cinco vezes a energia exportada em Dezembro
Há encomendas firmes de energia renovável por parte de países da UE
24.01.2011 - 07:29 Por Lurdes Ferreira

1 de 25 notícias em Economia
seguinte »Os tempos aconselham a adiar a liberalização total das tarifas dos consumidores domésticos, que estava prevista para o próximo ano, admite Carlos Zorrinho, secretário de Estado da Energia e Inovação.
Carlos Zorrinho

(Daniel Rocha)

Espera, por outro lado, que a cimeira do próximo dia 4 dê um passo decisivo na capacidade de interligação da Península Ibérica com o resto da Europa, ao incluir Portugal e Espanha nos eixos prioritários da rede de energia da UE. Caso contrário, o país continuará sem conseguir exportar energia.

O antigo ministro Mira Amaral acusa-o de irrealismo energético na questão dos subsídios às energias renováveis, por estar a suboptimizar as centrais eléctricas abrangidas por outros subsídios e com isso agravar estes mesmos subsídios. O que diz a isso?
Estou muito confortável com a política energética do Governo. O eng.º Mira Amaral, que foi um excelente ministro da Indústria, não se perdoa a ele próprio não ter tido a visão da oportunidade para Portugal que era a aposta nas energias renováveis. Mas ele fez parte do trabalho que era necessário. Foi ele que celebrou os contratos de abastecimento energético que nos permitem hoje fazer uma transição sustentável para um mix energético baseado em energias renováveis. Portugal não está a gerar novo défice tarifário e estamos hoje mais preparados para fazer face a um eventual choque das energias fósseis. Em energia, não podemos cortar com um sistema e pôr outro a funcionar. Temos de garantir a sua transição e os custos relativos aos chamados CMEC e CAE são custos de transição.

O que vai fazer na renegociação que já anunciou para estes contratos?
A nossa intenção não é fazer nenhuma decisão unilateral, não vamos denunciar nenhum contrato. Vamos discutir com os vários intervenientes de energia em Portugal os mecanismos de optimização da gestão de energia: optimização do despacho, da distribuição. Estamos convencidos de que reduziremos o impacto dos CMEC e dos CAE nas tarifas e isso será bom para os produtores de energia, que terão maior sustentabilidade, não ficarão tão dependentes de contratos de equilíbrio. Tudo isto tem decorrido num quadro em que os custos energéticos em Portugal - nos combustíveis sem impostos e na electricidade - estão abaixo da média europeia e da Espanha.

Que reacção já teve das empresas? Estão interessadas?
A questão de fundo é o interesse que todos temos - empresas, consumidores, e Estado - em adaptar o modelo à sua própria evolução. Tenho total abertura das empresas para avaliar a forma de reforçar a sustentabilidade, um papel que também é do regulador. Estou profundamente convencido de que é um caminho em que todos podem ganhar, para não acontecer o mesmo que em outros países.

Que centrais é que vão ser objecto de renegociação? Tanto as térmicas como as hídricas ou só as térmicas?
Neste momento, estou a falar ainda de optimização do sistema, temos de falar, desde logo, de forma muito aberta com os produtores e os reguladores. A partir dessa optimização, verificaremos o que pode e deve ser eventualmente por consenso renegociado. É um trabalho para fazer no primeiro semestre. O tempo útil é até o regulador apresentar as tarifas para o próximo ano.

O sector das renováveis queixa-se de a discussão em torno dos seus custos ser sempre sobre previsões e não sobre anos executados. Concorda?
O ponto de partida da discussão está errado, sobretudo porque todas as projecções são feitas com base em referenciais de custo dos primeiros contratos destas tecnologias mas que ainda têm um grande peso. Mas se considerássemos os últimos concursos da eólica e projectássemos os resultados com esses preços, os diferenciais, se calhar, já seriam negativos. Se queremos desenvolver incentivos ao consumo no vazio e a mobilidade eléctrica para o carregamento de veículos à noite, a eólica constitui a muito breve prazo um factor de baixa do preço da energia em Portugal. Muito do alarmismo que surge em relação a uma eventual derrapagem de custos é porque não tem em conta esse facto: os contratos mais antigos vão chegando ao fim e os mais recentes são muito mais favoráveis. As energias renováveis só têm vantagens - são recursos endógenos, não-poluentes, geram emprego - e uma única desvantagem - não são armazenáveis, na forma como conhecemos hoje, excepto o bombeamento reversível. Por exemplo, o investimento hídrico em Portugal permite que 70 por cento da ponta dos nossos consumos pode ser garantida por essa reserva e é isso que fez com que o país não precise de qualquer tipo de central nuclear. E as eólicas são um meio de produção competitivo quotidiano.

A pensar também no carro eléctrico.
Portugal tem alguma liderança internacional no sistema de carregamento dos carros eléctricos, processamento de fluxos de energia associados aos carros eléctricos. E o que está a acontecer é uma transição de um modelo industrial para outro, de um baseado nos combustíveis fósseis para outro baseado na inovação limpa. É uma questão essencial e a liderança portuguesa neste domínio é um dos grandes factores de esperança: o facto de Portugal ser líder na transição. Temos sido escolhidos como país-modelo em vários fóruns internacionais, como no Clean Energy Forum, em Londres, e na cimeira mundial da energia do futuro, em Abu Dhabi.

Às vezes os modelos caem...
Na nossa história, Portugal tem momentos de sucesso e de insucesso. Todos os de sucesso ocorreram quando fomos pioneiros. E o que está a acontecer já não é só pioneirismo experimentalista. Há uma aposta dos EUA e da UE. O sector que está a canalizar mais investimento à escala mundial é o das baterias, para armazenamento energético, e isto já foi muito para além da fase experimental. Em Portugal, no último ano, foram investidos 500 milhões de euros em investigação científica na área da energia - foi o sector que mais aumentou o investimento, segundo o inquérito ao potencial científico e tecnológico de 2009.

Quais as previsões para o salto a dar para um novo modelo energético, agora que o petróleo está praticamente a regressar aos 100 dólares?
O salto será dado nesta década, a única questão é saber se será já em 2014/2016, mas os analistas prevêem que a paridade de rede das renováveis [custo igual às redes convencionais] vai ocorrer ainda esta década. Há muitos factores que contribuem para isso: em primeiro lugar, o aumento do preço do petróleo e o aumento do consumo e também a dificuldade em fazer grandes investimentos em redes, face à reacção das populações, e o perfil das renováveis ser mais descentralizado com uma necessidade de investimento muito menor em redes, muito menos perdas e muito menos focado no transporte.

Outro facto é a Europa ter percebido finalmente uma coisa óbvia - não é possível haver mercado interno a sério se a chave, o Mercado Interno da Energia (MIE), não estiver garantida. A Europa não desenvolveu durante muitos anos o MIE. Felizmente, a 4 de Fevereiro tomará decisões que permitirão fazer uma rede de infra-estruturas que criará o verdadeiro mercado.

E resolve-se finalmente um buraco no plano das redes transeuropeias, desde os tempos de Jacques Delors?
Que agora estão decididas e financiadas. Se eu tivesse que salientar o grande falhanço, salientava o MIE. Já temos encomendas firmes de países da UE de dois gigawatts/hora de energia renovável para poderem cumprir o seu mix energético e não conseguimos vender.

Como podem os países encomendar o que não podem receber, por falta de capacidade de interligação?
Não têm, mas Portugal será dentro de dez anos exportador de energia eléctrica.

O presidente da ERSE disse recentemente no Parlamento que o país vai ter um problema tarifário por vários anos. Até quando?
Tudo depende da evolução dos factores imponderáveis. Os cálculos que fez para 2010, por exemplo, prevêem um sobrecusto de 500 milhões de euros das energias renováveis, mas o aumento do preço do petróleo pode fazer até que haja um sobreganho. A diferença do preço do petróleo e do gás pode alterar completamente as previsões e o aumento desses preços também vem alterar a base das concessões e o que vai decorrer da aplicação dos contratos em vigor. O que estamos a fazer é, em articulação com o regulador e com independência, uma monitorização fina de todos esses processos.

Tem condições para dizer que a renegociação dos CAE e CMEC não vai resultar em novos custos, que os benefícios da referida optimização serão superiores aos 60 milhões de euros de custos máximos previstos com o processo?

O que interessa é o custo final. Ninguém vai optimizar um sistema cujo resultado final seja a energia ficar mais cara. Sei que o preço da energia é elevado para todos os cidadãos, mas também temos de dizer aos portugueses que antes de mais somos cidadãos de um país e faz parte da nossa cidadania apoiarmos políticas pré-competitivas, ajudando a que se mantenham muitos postos de trabalho, a exportar mais, a importar menos e a fazer com que a economia funcione melhor. Para além de pagarem uma electricidade que não é mais cara do que pagam os outros cidadãos da UE, contribuem ainda para fazer de Portugal um dos países com menos emissões de CO2.

O fim da tarifa regulada para os domésticos ainda está sobre a mesa?
O nosso objectivo é que o mercado progressivamente vá funcionando, mas também percebemos que este momento é mais turbulento do que imaginávamos há cerca de um ano, por razões externas, face à volatilidade dos preços energéticos nos mercados externos. Temos que ter isso em atenção no momento da liberalização. Percebemos que num momento de grande volatilidade de preços pode não ser o momento mais indicado para os domésticos. Os tempos aconselham a alguma prudência

http://economia.publico.pt/Noticia/ha-e ... conomia%29
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por Automech » 25/1/2011 16:19

Bons posts Carmona e Barnabe.

Como estou por fora do assunto aqui vão algumas perguntas:

BMCarmona Escreveu: Portugal importou quase todas as turbinas eólicas que tem instaladas em Portugal pelo que se o vento é de borla as turbinas que captam a sua energia foram importadas e pesaram na balança comercial.


Mas isto acontece em quase todos os sectores. Olhando, por exemplo, para a pasta do papel foi necessária importar toda a tecnologia (maquinaria) para podermos produzir e sermos um grande exportador mundial. É como qualquer investimento.

Além disso o argumento de que a Dinamarca é o maior produtor de turbinas (para justificar a aposta em eólica) não parece correcta porque senão os países produtores de máquinas (seja em que sector for) seriam também os lideres desse sector.

Uma coisa é a tecnologia. Outra é a sua exploração.

O argumento pode ser, sim, os melhores ventos na Dinamarca (com aliás referiste). Mas o ser líder de turbinas não me parece relevante.


BMCarmona Escreveu:Deixo um gráfico da ERSE com a previsão dos tais €2,5 mil milhões de CIEG para 2011.

Dos €2 mil milhões em 2010 cerca de €800 milhões dizem respeito a sobrecusto PRE, ou traduzindo,subsídio a eólica, solar e microgeração.

Ora, se no final de 2010 o parque eólico nacional não chegava a 4.000MW e a intenção é ter 5.700MW em 2012 não é difícil de perceber que em 2013 o CIEG pode aproximar-se dos €3 mil milhões.


E não vamos ter progressos da capacidade que entretanto foi instalada no passado ?


BMCarmona Escreveu:Esta forte variação gera o segundo gráfico em que se vê que durante esse dia exportámos para Espanha energia eléctrica até às 16h e importámos no resto do dia.


Isto talvez seja uma pergunta muito estúpida mas não se pode 'programar' as barragens para produzirem ás horas que minimizem este défice ?


Já agora, o que são turbinas reversíveis ?
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Re: Opinião

por BMCarmona » 25/1/2011 15:51

Sargotronss Escreveu:
mais_um Escreveu:Sim, sim ...o que não falta em Portugal é tecnologia nuclear e uma industria prospera e desenvolvida na construção de centrais nucleares..... era tudo produção nacional :lol: :lol: :lol:


Ai está o cerne da questão, a tecnologia paga-se e bem, para não falar de toda a industria satélite e serviços de manutenção envolvidos, ora quem domina e tem estes serviços são os franceses e os ingleses. Pode sair barata para eles, mas para nós será cara de certeza, e de certeza também que é mais barato comprar a energia produzida via nuclear do que produzir (para não falar de implementar).

Eu concordo com a subsidiação da energias renováveis, das poucas estratégias de longo prazo que Portugal tem. Isto irá permitir ganhar massa critica para ser líder na tecnologia, tal como a França nos dias de hoje com o nuclear.


Porque não temos energia nuclear é que se devia começar a investir em formar portugueses com esse know-how para podermos integrar o máximo de massa crítica nacional num projecto dessa envergadura.

E também concordo que a explçoração de energia nuclear em Portugal teria de ser feita em parceria com os espanhóis ou os franceses para atingirmos suficientes economias de escala.

Ainda assim a construção de uma central nuclear tem uma forte componente de construção civil que pode ser atribuída a empresas nacionais.

A estratégia de longo prazo das eólicas em Portugal é ruinosa para o país como tenho vindo a demonstrar nestes posts. É péssima política e vai ser corrigida a médio prazo, seja por decisão política seja por pressão do preço da electricidade, seja por pressão popular.

Portugal não tem massa crítica em eólicas nem nunca terá com grande probabilidade. A capacidade de Portugal absorver parques eólicos estará esgotado dentro em breve o que limitará a nossa indútria das eólicas à renovação de parques. E pensar que um país como o nosso poderá competir com os dinamarqueses, chineses e alemães na exportação de turbinas eólicas parece-me completamente irreal.

Portugal não investigação ou massa crítica em turbinas eólicas. Monta tecnologia alemã em resultado duma pequena contrapartida negociada com a Enercom para que esta empresa alemã pudesse instalar turbinas eólicas em Portugal.
 
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Re: Opinião

por BMCarmona » 25/1/2011 15:37

barnabe619 Escreveu::arrow: Eu acho pelo contrario que as barragens deveriam ser uma parte importante da politica energética de um pais. O investimento é enorme, mas essas centrais tem um ciclo de vida muito longo (algumas podem durar mais de 100 anos) portanto a longo prazo penso que poderá ser rentável.


E é. Portugal tem a sorte de que muitos rios da península ibérica têm a sua foz em Portugal pelo que temos excelentes condições para a obtenção de produção eléctrica com fonte hídrica. E durante largos anos foi a fonte quase exclusiva de produção eléctrica em Portugal. Mas as necessidades actuais impossibilitam a dependência desta fonte pois, ainda que de forma menos grave do que em relação ao vento, a quantidade de chuva que cai e o caudal dos rios é incontrolável. Em anos de pouca chuva teríamos de importar muita energia de espanha e em anos de muita chuva teríamos de despejar água não turbinada.

barnabe619 Escreveu:Mas não te enganes, tambem penso que Portugal deveria autorizar a produção de energia nuclear. Mas visto que não é o caso deveríamos aproveitar o excesso espanhol.


Nós já usamos importamos energia nuclear de espanha e frança. Apesar do discurso demagógico de países como Portugal, Alemanha ou Austria em relação ao nuclear quando um destes países se vê apertado com falta de energia importa-a das centrais nucleares francesas.

barnabe619 Escreveu:Senão uma das soluções seria de reorganizar o consumo de energia, incentivar a industria energivora a produzir durante horários mais baratos.


Não existem horários baratos para a produção de energia eólica ou solar. O preço pago é sempre o mesmo e bem acima do preço cobrado aos consumidores. A diferença é introduzida no preço da tarifa de distribuição com a pomposa designação CIEG.

E é impossível definir horários relativamente a energias eólicas pois como se sabe não somos nós mas o vento e o sol que manda.

Num mercado livre e não subsidiado ninguém comprava energia eléctrica obtida de fontes eólicas ou solar.
 
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Re: Opinião

por sargotrons » 25/1/2011 14:25

mais_um Escreveu:
BMCarmona Escreveu:
joao bravo Escreveu:Eu sou da opinião que se deve pagar o valor real por princípio.
Não quer dizer que não se possa haver subsídios com uma estratégia concreta de aceleração da proliferação das energias renováveis. A questão é será que compensa acelerar essa implementação ? Outra questão é esses subsídios devem ou não ser sustentáveis. Eu acho que sim !
O produto deveria ser 100% português (ou o mais possível) o que justificaria a criação de subsídios garantidos pelos próprios impostos dessa produção e construção ainda com vantagens do ponto de vista de importação energética e exportação dessa tecnologia.
O problema que se coloca é a viabilidade actual das energias renováveis do ponto de vista económico. Acho que faz sentido fazer parte da estratégia nacional, mas não me parece adequado desenvolvimento desenfreado. Não seria preferível esperar que a tecnologia ficasse mais madura, mais eficiente e mais barata e com condições para a produzir a 100% a nível nacional para assim o €/kwh ser mais competitivo ? É que estas opções devem estar associadas à evolução do preço da electricidade produzido pelas hídricas e pelo gás natural/carvão. Caso contrário estaremos a pagar cedo demais um preço demasiado elevado. Já agora a nuclear a nível de custos é imbatível o que me faz pensar se não será uma boa opção económica e estratégica.


Completamente de acordo.

O que tem a ganhar Portugal, um país pobre e sem know-how em ser líder na implementação de energia eólica? Nós devíamos estar na cauda deste desenvolvimento só avançando quando fosse economicamente viável ou quando tivéssemos capacidade produtiva e exportadora.

Actualmente a produção de energia eólica é destruidora de riqueza e insustentável sem subsídios. E como é insustentável subsidiar a energia eólica enternamente chegará o dia em que empresas sairão de Portugal em resultado de proibitivos custos energéticos.

Entretanto a Polónia e a Turquia, concorrentes directos de Portugal, estão a avançar para a construção de centrais nucleares.


Sim, sim ...o que não falta em Portugal é tecnologia nuclear e uma industria prospera e desenvolvida na construção de centrais nucleares..... era tudo produção nacional :lol: :lol: :lol:


Ai está o cerne da questão, a tecnologia paga-se e bem, para não falar de toda a industria satélite e serviços de manutenção envolvidos, ora quem domina e tem estes serviços são os franceses e os ingleses. Pode sair barata para eles, mas para nós será cara de certeza, e de certeza também que é mais barato comprar a energia produzida via nuclear do que produzir (para não falar de implementar).

Eu concordo com a subsidiação da energias renováveis, das poucas estratégias de longo prazo que Portugal tem. Isto irá permitir ganhar massa critica para ser líder na tecnologia, tal como a França nos dias de hoje com o nuclear.
Não faz mal!...
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Re: Opinião

por mais_um » 25/1/2011 13:55

BMCarmona Escreveu:
joao bravo Escreveu:Eu sou da opinião que se deve pagar o valor real por princípio.
Não quer dizer que não se possa haver subsídios com uma estratégia concreta de aceleração da proliferação das energias renováveis. A questão é será que compensa acelerar essa implementação ? Outra questão é esses subsídios devem ou não ser sustentáveis. Eu acho que sim !
O produto deveria ser 100% português (ou o mais possível) o que justificaria a criação de subsídios garantidos pelos próprios impostos dessa produção e construção ainda com vantagens do ponto de vista de importação energética e exportação dessa tecnologia.
O problema que se coloca é a viabilidade actual das energias renováveis do ponto de vista económico. Acho que faz sentido fazer parte da estratégia nacional, mas não me parece adequado desenvolvimento desenfreado. Não seria preferível esperar que a tecnologia ficasse mais madura, mais eficiente e mais barata e com condições para a produzir a 100% a nível nacional para assim o €/kwh ser mais competitivo ? É que estas opções devem estar associadas à evolução do preço da electricidade produzido pelas hídricas e pelo gás natural/carvão. Caso contrário estaremos a pagar cedo demais um preço demasiado elevado. Já agora a nuclear a nível de custos é imbatível o que me faz pensar se não será uma boa opção económica e estratégica.


Completamente de acordo.

O que tem a ganhar Portugal, um país pobre e sem know-how em ser líder na implementação de energia eólica? Nós devíamos estar na cauda deste desenvolvimento só avançando quando fosse economicamente viável ou quando tivéssemos capacidade produtiva e exportadora.

Actualmente a produção de energia eólica é destruidora de riqueza e insustentável sem subsídios. E como é insustentável subsidiar a energia eólica enternamente chegará o dia em que empresas sairão de Portugal em resultado de proibitivos custos energéticos.

Entretanto a Polónia e a Turquia, concorrentes directos de Portugal, estão a avançar para a construção de centrais nucleares.


Sim, sim ...o que não falta em Portugal é tecnologia nuclear e uma industria prospera e desenvolvida na construção de centrais nucleares..... era tudo produção nacional :lol: :lol: :lol:
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por barnabe619 » 25/1/2011 13:16

:arrow: Eu acho pelo contrario que as barragens deveriam ser uma parte importante da politica energética de um pais. O investimento é enorme, mas essas centrais tem um ciclo de vida muito longo (algumas podem durar mais de 100 anos) portanto a longo prazo penso que poderá ser rentável.

Mas não te enganes, tambem penso que Portugal deveria autorizar a produção de energia nuclear. Mas visto que não é o caso deveríamos aproveitar o excesso espanhol.

Senão uma das soluções seria de reorganizar o consumo de energia, incentivar a industria energivora a produzir durante horários mais baratos.
 
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Re: Opinião

por BMCarmona » 25/1/2011 3:04

joao bravo Escreveu:Eu sou da opinião que se deve pagar o valor real por princípio.
Não quer dizer que não se possa haver subsídios com uma estratégia concreta de aceleração da proliferação das energias renováveis. A questão é será que compensa acelerar essa implementação ? Outra questão é esses subsídios devem ou não ser sustentáveis. Eu acho que sim !
O produto deveria ser 100% português (ou o mais possível) o que justificaria a criação de subsídios garantidos pelos próprios impostos dessa produção e construção ainda com vantagens do ponto de vista de importação energética e exportação dessa tecnologia.
O problema que se coloca é a viabilidade actual das energias renováveis do ponto de vista económico. Acho que faz sentido fazer parte da estratégia nacional, mas não me parece adequado desenvolvimento desenfreado. Não seria preferível esperar que a tecnologia ficasse mais madura, mais eficiente e mais barata e com condições para a produzir a 100% a nível nacional para assim o €/kwh ser mais competitivo ? É que estas opções devem estar associadas à evolução do preço da electricidade produzido pelas hídricas e pelo gás natural/carvão. Caso contrário estaremos a pagar cedo demais um preço demasiado elevado. Já agora a nuclear a nível de custos é imbatível o que me faz pensar se não será uma boa opção económica e estratégica.


Completamente de acordo.

O que tem a ganhar Portugal, um país pobre e sem know-how em ser líder na implementação de energia eólica? Nós devíamos estar na cauda deste desenvolvimento só avançando quando fosse economicamente viável ou quando tivéssemos capacidade produtiva e exportadora.

Actualmente a produção de energia eólica é destruidora de riqueza e insustentável sem subsídios. E como é insustentável subsidiar a energia eólica enternamente chegará o dia em que empresas sairão de Portugal em resultado de proibitivos custos energéticos.

Entretanto a Polónia e a Turquia, concorrentes directos de Portugal, estão a avançar para a construção de centrais nucleares.
 
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por BMCarmona » 25/1/2011 2:43

barnabe619 Escreveu:Não concordo, quando produzirmos energia a mais basta vende-la ou armazena-la (inverter as turbinas das barragens).


As turbinas reversíveis são uma das soluções mirabolantes do nosso governo para tentar contornar a incontornável questão da intermitência das eólicas mas que se analisadas minimamente se vê que será uma mdeida de custos astronómicos e ruinosos para o país.

barnabe619 Escreveu:E quando houver necessidade basta importar. O mais importante é que o total das importações/exportações seja positivo.


Uma balança positiva nesta matéria é impossível tal como mostrei no exemplo do post anterior. Nós exportamos nas horas mais baratas e importamos nas horas mais caras.

barnabe619 Escreveu:Uma base solida não é necessária, a Espanha já nos fornece essa base com a energia nuclear. Basta adaptar-nos a utilização deles.


Claro que podemos transferir toda a nossa indústria para Espanha a começar pela mais vital para a soberania de um país como é a energética.

Nessa altura bastará apenas uns paineis solares para alimentar as nossas barracas de praia que serão a única coisa que restará em Portugal como actividade económica.

barnabe619 Escreveu:A única vantagem que as centrais de energia fosseis é a flexibilidade delas, quando ha uma grande procura é possível aumentar facilmente a produção.


A única vantagem é que sem centrais fósseis não podias ver televisão ao jantar, usar o metro durante o dia e uma série de outras coisas que tomas por garantido.

barnabe619 Escreveu:O melhor seria de construir mais barragens para aproveitar a energia nuclear de noite (que é mais barata) e a produção excessiva das fontes renováveis e vende-la de dia durante os piques de utilização.


Se tivéssemos energia nuclear não precisávamos de barragens reversíveis para armazenar energia eléctrica. Não só porque é a energia mais barata que existe mas também porque a sua produção é completamente programável.
 
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por BMCarmona » 25/1/2011 2:27

A produção de energia eólica não é só incontrolável e imprevísivel. Também anda em contra-ciclo com o consumo. É que apesar de se consumir mais energia eléctrica durante o dia e no verão o vento sopra mais forte durante a noite e no inverno.

E esta inevitabilidade cria gráficos tão interessantes quanto os que coloco abaixo (estes são de dia 08/01 mas este panorama é quase diário).

No primeiro pode ver-se os 1.000MW de base produzidos ao longo do dia pelas centrais térmicas com auxílio das barragens e a forte produção de energia eólica que é bastante elevada durante a noite e que cai ao longo do dia.

Esta forte variação gera o segundo gráfico em que se vê que durante esse dia exportámos para Espanha energia eléctrica até às 16h e importámos no resto do dia.

Até aqui tudo bem, até o nosso PM já se regojizou várias vezes com esta nossa capacidade exportadora.

Mas se olharmos para o terceiro gráfico podemos ver que nós estamos a enviar excesso de produção eléctrica eólica a horas em que também em Espanha (outro forte investidor em eólicas) também tem excesso de produção de energia e por isso temos de o fazer praticamente a custo zero.

E nas horas de pico de consumo temos de comprar energia a Espanha ou a França (que por ter 80% de produção de energia eléctrica em centrais nucleares não só tem a energia mais barata da Europa como assiste muitos países europeus quando estes têm falta de energia) a um preço muito superior.

Ou seja, a tal questão de a anergia eólica resolver a balança comercial e a dependência energética é uma miragem que facilmente se desmonta com a evidência dos factos.
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por barnabe619 » 25/1/2011 2:12

BMCarmona Escreveu:As energias renováveis usadas em Portugal têm fontes intermitentes, incontroláveis e imprevisíveis. Isso impede a sua utilização para a produção de energia de base (a energia produzida de forma constante, controlada e estável e que, por isso, é a base da produção eléctrica de qualquer país minimamente desenvolvido). Apesar do nosso país ter em marcha programas únicos a nível mundial para contornar esta evidência (projectos esses a que me me poderei referir noutro post e que custarão ao nosso país uma fortuna impressionante) a verdade é que a energia de base em Portugal continuará a ser obtida por queima de carvão, gás natural ou nuclear, por mais que o nosso governo deseje ou diga o contrário.



Não concordo, quando produzirmos energia a mais basta vende-la ou armazena-la (inverter as turbinas das barragens). E quando houver necessidade basta importar. O mais importante é que o total das importações/exportações seja positivo.

Uma base solida não é necessária, a Espanha já nos fornece essa base com a energia nuclear. Basta adaptar-nos a utilização deles. A única vantagem que as centrais de energia fosseis é a flexibilidade delas, quando ha uma grande procura é possível aumentar facilmente a produção.

O melhor seria de construir mais barragens para aproveitar a energia nuclear de noite (que é mais barata) e a produção excessiva das fontes renováveis e vende-la de dia durante os piques de utilização.
 
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por artista_ » 25/1/2011 1:55

Mares Escreveu:As 169 474 assinaturas de consumidores recolhidas em apenas 15 dias...


Um comentário marginal, é estranho que a Deco tenha conseguido reunir mais de 150 mil assinaturas em 15 dias para esta petição e o Correio da Manhã não tenha conseguido sequer 20 mil, em igual período, para a petição que visa criminalizar o enriquecimento ilícito!? :shock:
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Previsão CIEG

por BMCarmona » 25/1/2011 1:29

Deixo um gráfico da ERSE com a previsão dos tais €2,5 mil milhões de CIEG para 2011.

Dos €2 mil milhões em 2010 cerca de €800 milhões dizem respeito a sobrecusto PRE, ou traduzindo,subsídio a eólica, solar e microgeração.

Ora, se no final de 2010 o parque eólico nacional não chegava a 4.000MW e a intenção é ter 5.700MW em 2012 não é difícil de perceber que em 2013 o CIEG pode aproximar-se dos €3 mil milhões.
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por BMCarmona » 25/1/2011 1:15

Primvs Escreveu:
2- apoios à energia eólica e solar

A favor da segunda (grande parte da balança comercial portuguesa vem das importações de energia.Não tenho as contas presentes, mas se produzir-nos energia limpa e não baixarmos o diferencial da balança comercial, penso ser bom para o país)


Este argumento de que as energias renováveis podem melhorar a nossa balança comercial tem sido repetidamente usado pelo nosso governo e lobby das renováveis de tal forma que se tornou um facto aceite pela sociedade mas, se analisada, vê-se que é falaciosa.

Em relação aos combustíveis:

As energias renováveis usadas em Portugal têm fontes intermitentes, incontroláveis e imprevisíveis. Isso impede a sua utilização para a produção de energia de base (a energia produzida de forma constante, controlada e estável e que, por isso, é a base da produção eléctrica de qualquer país minimamente desenvolvido). Apesar do nosso país ter em marcha programas únicos a nível mundial para contornar esta evidência (projectos esses a que me me poderei referir noutro post e que custarão ao nosso país uma fortuna impressionante) a verdade é que a energia de base em Portugal continuará a ser obtida por queima de carvão, gás natural ou nuclear, por mais que o nosso governo deseje ou diga o contrário.

É possível prever com relativa exactidão se vai chover daqui a 3 dias mas é inviável planear a produção de energia eólica daqui a 3 horas pelo que, por mais parques eólicos e barragens que se construam em Portugal, terá de haver sempre centrais eléctricas que sejam capazes de responder à procura. E se nós não as tivermos em Portugal temos de comprar electricidade em Espanha como já é normal diariamente.

Em relação à tecnologia e equipamento

O governo gosta muito de dizer que está na vanguarda das energias renováveis, em particular da eólica. Mas SÓ estamos na vanguarda do consumo da cara energia eólica não da sua tecnologia. E era interessante perceber que os outros países da Europa que têm um mix de produção de energia eólica elevado são a Dinamarca, Alemanha e Espanha.

E a grande diferença é que a Dinamarca tem o maior fabricante de turbinas eólicas (Vestas), a Alemanha o terceiro (Enercon) e a Espanha o quinto (Gamesa). Ou seja, estes países podem-se dar ao luxo de subsidiar energia eólica porque têm uma indústria importante que vive dela, e que exporta para todo o mundo. Portugal não. Portugal importou quase todas as turbinas eólicas que tem instaladas em Portugal pelo que se o vento é de borla as turbinas que captam a sua energia foram importadas e pesaram na balança comercial.

Contudo a Dinamarca, que tem dos melhores ventos do mundo, assenta a produção da sua energia de base nas poluentes centrais a carvão e a Alemanha já admitiu que vai prolongar a vida últil das suas centrais nucleares e mesmo a energia eléctrica que se consome em Portugal tem em 7% origem em centrais nucleares espanholas.
 
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por Mares » 21/1/2011 11:29

Eletricidade sem extras na agenda politica

fonte: http://www.deco.proteste.pt/servicos-ba ... 628711.htm
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por Elias » 14/1/2011 19:58

Presidente da REN defende eliminação gradual do apoio à produção de renováveis
14 de Janeiro, 2011

O presidente do conselho de administração da REN, Rui Cartaxo, defendeu hoje uma «transição gradual» para o fim dos apoios estatais à produção de energias renováveis, de forma a integrá-las no mercado.

«Não estou a criticar os apoios às renováveis, mas não faz sentido mantê-los num horizonte muito estendido, isolando estas energias do jogo do mercado», disse Rui Cartaxo num encontro organizado pelo Jornal de Negócios e denominado 'Europa 2011 - Regulação e Competitividade', que hoje decorre em Lisboa.

Na sua opinião, «é preciso que a produção de energia esteja a participar no mercado».

Segundo o presidente do conselho de administração da REN, a empresa está «a contar com a privatização», tal como estava previsto no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), e está já a trabalhar «no pressuposto de que a privatização ocorra em 2011, embora o Governo não tenha dito quando».

Lusa / SOL
 
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por Elias » 22/12/2010 18:06

ERSE quer "custos políticos" claramente discriminados na factura da electricidade
22 Dezembro 2010 | 16:44
Lusa

O regulador da energia, a ERSE, quer que a factura de electricidade apresente, de "forma clara", os custos de interesse económico geral, os chamados custos de decisão política que afectem o preço final.

"A ERSE vai proceder no primeiro semestre de 2011 a uma reformulação dos regulamentos quanto à forma de cálculo do custo da electricidade", disse Vítor Santos aos deputados da Comissão de Assuntos Económicos e Energia.

Nesse âmbito, acrescentou o regulador da energia, a ERSE terá "especial atenção" à factura dos domésticos e vai "sugerir para discussão pública uma forma clara de divulgar na factura a informação relativos aos Custos de Interesse Económico Geral (CIEG)".

Os Custos de Interesse Económico Geral (CIEG, ou custos de decisão política) poderão ascender em 2011 a 2,5 mil milhões e incluem o sobrecusto da PRE (Produção em Regime Especial), as rendas pagas aos municípios, os contratos de longa duração (CMEC e CAE) e a subsidiação às regiões autónomas da Madeira e Açores, entre outros.

Os CIEG previstos para 2011 são sensivelmente o dobro dos que se verificaram em 2008 e são pagos de forma diferente pelos vários consumidores de electricidade. O peso dos CIEG na factura dos clientes domésticos é de 44% em 2011, enquanto para as empresas é abaixo dos 30%.

A audição de Vítor Santos foi solicitada pelo CDS-PP. Ao longo da tarde serão ainda ouvidos na Comissão o presidente da EDP, António Mexia, e o secretário de Estado da Energia, Carlos Zorrinho.
 
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por Elias » 7/12/2010 21:22

"Sem tarifas o preço da electricidade seria muito mais alto"
07 Dezembro 2010 | 18:22
Miguel Prado - miguelprado@negocios.pt

O presidente da EDP, António Mexia, chamou a atenção para o papel que as tarifas reguladas de electricidade têm em Portugal, afirmando que "se não houvesse tarifas hoje o preço para o consumidor doméstico seria muito mais altos".
Mexia diz que tarifas reguladas protegeram consumidores.

O presidente da EDP, António Mexia, chamou a atenção para o papel que as tarifas reguladas de electricidade têm em Portugal, afirmando que “se não houvesse tarifas hoje o preço para o consumidor doméstico seria muito mais altos”.

O CEO da EDP sublinhou num encontro com a imprensa que a existência de tarifas tem permitido manter preços mais baixos do que se a electricidade fosse comercializada totalmente a preços de mercado.

António Mexia afirmou que “a concorrência aliada à liberalização das tarifas tinha tido como resultado uma subida enorme dos preços”, para justificar a atractividade, do ponto de vista do consumidor, das tarifas reguladas.

Questionada sobre o porquê de uma fraca concorrência na venda de electricidade a clientes residenciais (a quota de operadores espanhóis, como a Iberdrola, Endesa e Unión Fenosa, é maior no segmento de consumo empresarial), a administração da EDP justificou essa situação com a competitividade que as tarifas reguladas ainda apresentam.

“A grande concorrência no [segmento] doméstico é a tarifa regulada”, afirmou João Manso Neto, administrador da EDP.

A gestão da EDP já no mês passado havia indicado que em 2011 haverá uma reduzida margem de manobra para que sejam oferecidos no mercado liberalizado descontos substanciais face à tarifa regulada de venda a clientes finais que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) está a propor.

O presidente da EDP, António Mexia, não quis comentar o impacto que a proposta da ERSE terá para as empresas nem se é justa ou não a forma como os consumidores, em especial os particulares, estão a pagar os custos de interesse económico geral (que assumem um peso de 42% na factura eléctrica).

“A tarifa é a ERSE [que define], a política energética foram os últimos governos que a fizeram”, afirmou o CEO da EDP.

“A EDP não pode ser confundida com o sistema”

O presidente da eléctrica nacional procurou, em conferência de imprensa, desvincular a EDP das polémicas associadas às facturas de electricidade. “A EDP não pode ser confundida com o sistema e há muitas actividades em que somos apenas cobradores”, sublinhou António Mexia.

O gestor referiu que a EDP apenas fica com 48% daquilo que factura aos seus clientes, já que o restante, segundo António Mexia, são custos que o grupo está a facturar por determinação da regulação, mas cujas receitas são depois distribuídas por outros operadores.

É conhecido, pelos dados já divulgados pela ERSE, que na factura da electricidade aplicável à baixa tensão normal (BTN, onde está a maioria dos consumidores residenciais) uma fatia de 42% diz respeito a custos de interesse económico geral (relativos a decisões políticas), estando 27% relacionados com o pagamento do acesso às infra-estruturas e 31% afectos à componente energética.

Como a EDP apenas é responsável por uma parte do sistema eléctrico nacional, o seu peso nas facturas que cobra aos clientes é apenas parcial.

A EDP diz ser responsável por 24% dos custos de interesse económico geral (o restante desses custos é atribuível a outras empresas que actuam nas renováveis, à REN e à Endesa, aos custos de apoio à Madeira e Açores, às rendas pagas aos municípios, entre outras componentes). A eléctrica presidida por António Mexia refere ainda que lhe cabem 81% dos encargos do uso das redes (o remanescente é devido à REN). E na componente de energia a EDP destaca que a sua quota na produção eléctrica em Portugal não vai além dos 52%.

A combinação desses factores significará que numa factura cobrada no valor de 100 euros, somente 48 euros serão atribuíveis ao grupo EDP (11 euros de custos ligados à política energética, mais 22 euros de receitas reguladas da infra-estrutura e 16 euros pelo custo da energia). Os outros 52 euros dessa factura de 100 euros serão receitas atribuíveis a outros “players” (quer produtores de electricidade, como Endesa e Iberdrola, quer municípios que recebem rendas, quer outras entidades).

Quanto à iniciativa da associação DECO, que lançou uma petição para o corte de custos na factura de electricidade (nomeadamente os custos de interesse económico geral), António Mexia apenas comentou que “a DECO tem feito um bom trabalho”, mas realçou que “é preciso uma política energética porque a electricidade não pode ser guardada em garrafas”.
 
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por Elias » 11/11/2010 19:49

EDP vê como "praticamente impossível" dar maiores descontos no EDP 5D
11 Novembro 2010 | 15:00
Miguel Prado - miguelprado@negocios.pt

"A nossa perspectiva das tarifas para 2011 faz-nos pensar que as condições de competitividade se reduzirão e será praticamente impossível oferecermos condições melhores que as actuais", afirma Jorge Cruz Morais, administrador da EDP.

Os consumidores domésticos de electricidade em Portugal dificilmente contarão no próximo ano com ofertas mais atractivas que as actuais por parte da EDP Comercial, empresa do grupo EDP que actua no mercado liberalizado, tendo entre as suas ofertas o pacote EDP 5D.

"A nossa perspectiva das tarifas para 2011 faz-nos pensar que as condições de competitividade se reduzirão e será praticamente impossível oferecermos condições melhores que as actuais", esclareceu Jorge Cruz Morais, administrador da EDP, numa apresentação sobre a comercialização liberalizada do grupo.

Este ano na oferta 5D a EDP Comercial está a praticar descontos de 2% na potência e de 2% na energia face às tarifas reguladas. Esse tipo de estratégia tem permitido ao grupo desviar milhares de clientes da EDP Serviço Universal para a EDP Comercial.

Em Dezembro do ano passado o grupo tinha 252 mil clientes no mercado liberalizado, estimando terminar este ano com 310 mil.

"Temos a máquina montada para conquistar 50 mil clientes por ano", afirmou Jorge Cruz Morais, notando, porém, que só quando forem publicadas as tarifas definitivas para 2011 da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) é que a EDP estará em condições de fixar um objectivo para 2011.

A ERSE apresentou a sua proposta de tarifas eléctricas para 2011 a 15 de Outubro, traduzindo-se num aumento médio de 3,8% da factura da electricidade. Os tarifários definitivos serão publicados a 15 de Dezembro, após análise do parecer do conselho tarifário.

Segundo Jorge Cruz Morais, os dados preliminares da proposta de tarifas para 2011 deixam aos operadores do mercado liberalizado uma reduzida margem para a oferta de descontos face às tarifas reguladas no segmento residencial. Por outro lado, no segmento industrial, a obrigatoriedade de passagem de todos os consumidores ao mercado liberalizado é bem recebida pela EDP.
 
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por Lion_Heart » 21/10/2010 20:27

mais_um Escreveu:Boas!

Hoje recebi a factura/recibo da EDP e de electricidade paguei 107,21€ , reparei que o total tem um * que remete para a parte de baixo do documento e que informa o seguinte:
O valor indicado inclui os custos relativos ao uso das redes e os custos de interesse economico geral que decorrem de medidas de politica energética, no valor de 68,27€ (valor independente do comercializador de energia electrica)

Resumindo, 63,7% do que eu paguei é para a REN e os subsidios que o Estado dá para as energias renovaveis.


Eu numa conta de 70,61€ paguei para esse * 41,09€ e de audio-visual 3,48 mais 6% IVA.
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por mais_um » 21/10/2010 20:17

Boas!

Hoje recebi a factura/recibo da EDP e de electricidade paguei 107,21€ , reparei que o total tem um * que remete para a parte de baixo do documento e que informa o seguinte:
O valor indicado inclui os custos relativos ao uso das redes e os custos de interesse economico geral que decorrem de medidas de politica energética, no valor de 68,27€ (valor independente do comercializador de energia electrica)

Resumindo, 63,7% do que eu paguei é para a REN e os subsidios que o Estado dá para as energias renovaveis.
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por Xitonhane » 20/10/2010 19:33

Não estou muito por dentro do assunto, mas o Estado meio que obrigou a EDP a comprar a energia produzida pelos "privados", estou certo?é esse o subsidio que estao a falar ne?
 
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Opinião

por joao bravo » 20/10/2010 18:49

Eu sou da opinião que se deve pagar o valor real por princípio.
Não quer dizer que não se possa haver subsídios com uma estratégia concreta de aceleração da proliferação das energias renováveis. A questão é será que compensa acelerar essa implementação ? Outra questão é esses subsídios devem ou não ser sustentáveis. Eu acho que sim !
O produto deveria ser 100% português (ou o mais possível) o que justificaria a criação de subsídios garantidos pelos próprios impostos dessa produção e construção ainda com vantagens do ponto de vista de importação energética e exportação dessa tecnologia.
O problema que se coloca é a viabilidade actual das energias renováveis do ponto de vista económico. Acho que faz sentido fazer parte da estratégia nacional, mas não me parece adequado desenvolvimento desenfreado. Não seria preferível esperar que a tecnologia ficasse mais madura, mais eficiente e mais barata e com condições para a produzir a 100% a nível nacional para assim o €/kwh ser mais competitivo ? É que estas opções devem estar associadas à evolução do preço da electricidade produzido pelas hídricas e pelo gás natural/carvão. Caso contrário estaremos a pagar cedo demais um preço demasiado elevado. Já agora a nuclear a nível de custos é imbatível o que me faz pensar se não será uma boa opção económica e estratégica.
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por Lion_Heart » 20/10/2010 17:29

pocoyo Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Sou contra.

Andar a subsidiar um negocio para alguns terem lucro não é a minha ideia.

Sou a favor de se subsidiar pessoas pobres para terem um pouco de dignidade.

Se querem subsidiar outras coisas que subsidiem a exportação , mas nao como o fazem. Deviam era ajudar a estabelecer lojas e comercio em outros Países, como faz a China e a Espanha por ex.


Estás a ver a coisa de maneira errada, o estado não está a subsidiar a EDP, mas sim os consumidores da EDP.
Se o negocio fosse livre a EDP aumentava o preço e mais nada.

Caso não fosse possivel aumentar o preço por parte da EDP (estado contra) e não recebesse o tal subsidio, esta deixava de investir em Portugal.

A EDP é MAIORITÁRIAMENTE privada.


Confundi, pensei que estavamos a falar de subsidiar as eolicas e os paineis solares.
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