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Caldeirão da Bolsa

Divida publica portuguesa - resultado dos leilões

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por pepi » 15/1/2011 20:32

SIC Notícias - Expresso da Meia Noite (14/1)

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por pepi » 14/1/2011 15:36

RiscoCalculado Escreveu:Still scary

Portugal has looked increasingly in need of a bail-out. Firm demand for a bond auction this week cannot mask deep problems with its public finances


Ao publicares essas notícias ainda és convidado a emigrar... Mas aproveito para colocar o editorial do PSG no Negócios, pois não quero que emigres sozinho: :wink:

Tolerância zero
14 Janeiro2011 | 11:00
Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt

Tudo tem de correr bem à Europa para que talvez não corra mal a Portugal. Mas estaremos nós de sucesso em sucesso até à derrota final?
Depois do sucesso da colocação directa de mil milhões de dívida na sexta-feira (mas pagando mais caro que nos mercados), tivemos na terça-feira o sucesso de ficar com um défice em 2010 abaixo de 7,3% (mas só por causa do fundo de pensões da PT) e na quarta-feira o sucesso da emissão de dívida pública (mas a um preço ruinoso, como lhe chamou Krugman). Três sucessos que, contudo, só valem porque a Europa está a ajudar, por enquanto, através do Banco Central Europeu. Mas estamos a correr uma maratona à velocidade de um sprint e saltando barreiras.

Portugal tem tolerância zero. É por isso que José Sócrates anda a percorrer o mundo com uma "valise en carton", ora vendendo t-shirts portuguesas, ora pedindo empréstimos a estrangeiros. É por isso que o Ministério das Finanças tem a obrigação de usar os poderes que lhe foram dados e não deixar a despesa derrapar um cêntimo, mês após mês. Este tem de ser o ano da execução orçamental perfeita.

Mas não chega. Portugal tem de ter uma agenda para o crescimento sustentado, como explicou há dias o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. O problema financeiro regressará enquanto não resolvermos o problema económico: o crescimento. "Reformas estruturais" não é um chavão - é uma chave.

O crescimento que temos pela frente é baixo ou recessivo. E os juros que temos pela frente são, de uma forma ou de outra, altos. Esta semana, arrepiámo-nos com a taxa de juro que pagámos no mercado. Mas qual é a alternativa? O FMI? Não: o recurso ao fundo europeu é muito mais caro do que se supunha. A Irlanda está a pagar ao FMI taxas mais caras (5,8% a três anos) do que Portugal esta semana pagou aos mercados (5,4% a quatro anos). No contexto actual, pagaremos o financiamento externo sempre caro, seja à China, seja ao BCE, seja aos mercados, seja ao FMI.

Com juros sempre altos e crescimento sempre baixo, a equação não cubica. E corremos o risco de entrar numa espiral negativa e o risco de execução orçamental passar da despesa para a receita: é o paradoxo dos processos de consolidação brutais, como o que enfrentamos. A acção de política financeira corta despesa de forma abrupta, o que provoca recessão; com recessão, as estimativas de receitas fiscais não são cumpridas e o défice aumenta; a reacção é voltar a cortar despesa, o que volta a prejudicar a economia. É o que se está a passar na Grécia. É o que pode acontecer em Portugal.

É por tudo isto que já não dependemos de nós. O pedido de ajuda ao FMI será feito se e quando os actores europeus decidirem. Mesmo sem essa ajuda, estamos num percurso de juros altos e crescimentos baixos, o que provoca um definhamento vicioso.

O enigma só tem solução ou na multiplicação das exportações que nos faça inesperadamente crescer; ou na reestruturação da dívida (perdões ou prorrogações); ou se a Europa decidir ajudar os europeus como se ajudou os sul-americanos: com taxas de juro muito baixas.

Barroso tem razão em defender o alargamento do fundo (para mostrar que ele basta para Espanha), a sua flexibilização (para que se possa ajudar bancos sem o estigma de salvar os Estados, como na Irlanda) e o seu custo (para emprestar a países que não crescem, como Portugal). Neste momento, Portugal não tem escolhas, tem escolhos.
 
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por RiscoCalculado » 14/1/2011 14:06

Still scary

Portugal has looked increasingly in need of a bail-out. Firm demand for a bond auction this week cannot mask deep problems with its public finances

Jan 13th 2011 | LISBON AND LONDON | from PRINT EDITION

http://www.economist.com/node/17902815?fsrc=scn/fb/wl/ar/portugal

FILM-INDUSTRY lore has it that small-budget movies have a better chance of commercial success if they avoid clashing with the release of big-studio blockbusters and if they can generate lots of initial audience interest. A similar principle applies to small and indebted countries that need to raise a lot of money in a crowded bond market. A successful first auction of the year reassures investors; and early fund-raising is advised to avoid the rush of bigger countries to the market.

The buzz about Portugal’s first bond auction of the year, on January 12th, had been so bad that even a sale at steep interest rates could be hailed as a triumph. Portugal met its target of €1.25 billion ($1.62 billion) by selling bonds maturing in 2014 and 2020. Both offerings were oversubscribed. Fernando Teixeira dos Santos, the finance minister, spoke afterwards with the relief of a director whose new film had opened well. “The success of today’s issue shows that Portugal has the necessary conditions to finance itself in the market at prices that are not only acceptable, but favourable in the current climate,” he gushed. About 80% of the bonds were bought by foreign investors, he said, putting paid to suspicion that the issues had been sold to local banks.

But Portugal paid dearly for its success: the yield on the June 2020 bond was a whopping 6.7%. Granted, that was lower than the 7% at which ten-year bonds had traded earlier in the week (see chart 1), before reports of heavy purchases by the European Central Bank (ECB) pushed the yield down. But it is unsustainable for a country whose public debt is high and rising. Unless its borrowing costs plummet, Portugal will eventually have to seek rescue funds from its euro-zone partners and the IMF, as Greece and Ireland have already been obliged to do.

Portugal insists it does not share those countries’ weaknesses, even if it too is small, sits at the fringe of the euro zone and has rickety public finances. Greece’s main sin was fiscal laxity, Ireland’s an almighty property binge. Both countries enjoyed fast GDP growth when credit was cheap. Portugal was different. It had a brief growth spurt in the run-up to joining the euro in 1999, as its borrowing costs fell.
Its main frailty has been a steady loss of wage competitiveness, which began in the 1990s. This is reflected in a stubbornly large current-account deficit and a lost decade for the economy (see chart 2). Feeble GDP growth has made it hard to keep public finances on track. The budget deficit has averaged 4.6% of GDP in the past decade.

The country has also had some bad luck. In the 1990s the Uruguay round of world trade talks lowered tariffs on cheap textile imports from Asia. That hurt Portugal, then the European Union’s sweatshop. China’s entry to the World Trade Organisation in 2001 put further pressure on Portuguese firms. Attempts to move up the export value chain have been frustrated. A big Volkswagen car factory that opened near Lisbon in 1995 is said to be one of the company’s most productive. But the expansion of the EU in 2004 diverted that sort of foreign direct investment away from Portugal towards eastern countries closer to Europe’s industrial heartland.

All the while a steady inflow of cheap credit has pushed the country’s net foreign debts to more than 100% of GDP. Much of the foreign borrowing is funnelled through Portugal’s banks, whose credit lines depend on the standing of the state. The banks have been all but frozen out of capital markets since Portugal’s sovereign debt was downgraded last spring, and are now heavily reliant on the ECB.


The national central bank has said that Portugal’s banks are “resilient and well capitalised”. Even so, there is a nagging fear that a country that has seen such huge capital inflows may not have used all the money wisely. One source of concern is Portugal’s fetish for infrastructure. Urban rail systems have been built. New toll roads and ports were deemed necessary to address a weakness in the economy—its distance from Europe’s main markets. Low rates of traffic suggest that some of these projects are unprofitable.

Some local analysts believe radical economic surgery to put exporters first is needed, so that Portugal can service its overseas debts. That would require a faster relaxation of stringent rules on hiring and firing, as well as dismantling of the sector-wide pay deals that keep labour costs high. It would also mean deregulation of service industries, whose elevated charges raise exporters’ costs. The government has made some reforms but at a leisurely pace.

Modest achievements are talked up. José Sócrates, the prime minister, said this week that Portugal’s 2010 budget deficit would fall “clearly below” the government’s target of 7.3% of GDP. Portugal was one of the few EU countries to cut its deficit by more than two percentage points in 2010, he said. Yet revenues booked from the transfer of Portugal Telecom’s pension funds to the state explain much of the improvement. The dilatory pace of fiscal consolidation is unlikely to assuage investors for long. The auction’s success may offer only temporary respite. Investors in the euro zone’s bond markets have seen the film before.

"In my whole life, I have known no wise people over a broad subject matter area who didn't read all the time - none, zero" - Charlie Munger

"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
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por Automech » 14/1/2011 9:22

mais_um Escreveu:Por vezes vou ver jogos de futebol e se há algo que me irrita, é ver os adeptos a assobiarem a sua equipa, algo que não acontece em outros paises, é algo muito nosso


Isso está longe de ser verdade mais_um. Veja-se como exemplo Espanha.

Real Madrid:
O futebolista internacional português Cristiano Ronaldo pediu hoje aos adeptos do Real Madrid para modificarem o seu comportamento, depois dos assobios ouvidos sábado, na estreia do clube na Liga, no Santiago Bernabéu.
http://www.ionline.pt/conteudo/78144-ro ... eal-madrid

Barcelona:
Jogadores do Barcelona assobiados no treino
http://www.rr.pt/bolabranca_detalhe.asp ... &did=29217


E já agora no pais basco nem os reis se safam:
Basquetebol: Reis de Espanha assobiados na final da Taça do Rei no País Basco

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Interio ... id=1500890

Já nem quero ir buscar os sérvios:
Considerado culpado pela derrota com a Estónia, o futebolista foi alvo de tentativa de agressão - terá mesmo sido agredido com pedras, de acordo com a imprensa sérvia - e de ameaças por parte dos ultras, e pediu para não jogar.

http://www.maisfutebol.iol.pt/italia/it ... -1489.html

Não é, nem por sombras, um exclusivo português.


Mas como o tópico não é de futebol, se calhar o criticar ou não também tem a ver com a decência dos politicos:

Conselheiro de Cameron demite-se por causa de despesas "inaceitáveis"
http://www.publico.pt/Mundo/conselheiro ... is_1380628

Presidente do Parlamento britânico anuncia demissão
http://jornaldigital.com/noticias.php?noticia=18292

mais_um Escreveu:Mas lamento, sinceramente lamento, que as pessoas que passam o tempo a apontar o dedo não tenham "tomates" para se chegarem à "frente" e defender soluções, deixarem de ser apenas teoricos mal dizentes e passaram à practica, só vejo dizerem que o doente vai morrer e que os medicos não prestam, mas irem tentar curar o doente , está quieto, e sabes porquê? Porque sabem que são tão maus ou piores do que os lá estão e se o fizessem, iriam rapidamente provar exactamente isso.


Portanto, se uma pessoa não for politica, o que inviabiliza quaisquer aspirações a ir para o sistema, deve calar-se e não criticar ?

É que essa dos "mal dizentes" é a propaganda à la Sócrates (e de todos os outros que lá passaram antes) quando não gostam de ouvir criticas.
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por Pata-Hari » 14/1/2011 8:24

Mais um, não te percebi:


O que me leva a pensar o seguinte, se não estão satisfeitos vão se embora! Só são precisos os que querem lutar e trabalhar para tentar dar a volta à situação.


Satisfeitos com o quê? aparentemente eu estou insatisfeita que o país esteja de pantanas e tu radiante com a situação actual? ou estás a referir-te aos comentadores espanhóis? não percebi.

Dizer que está tudo bem e não criticar e exigir é parte do problema, Mais_um. Deixar mentir, roubar, abusar e deturpar nunca fez parte de nenhuma solução.
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por nandorm » 14/1/2011 2:15

mais_um Escreveu:
nandorm Escreveu:--- --- Depois de verificar que a grande parte do leilão foi comprado pelo BCE e depois por chineses e japoneses, chego a pensar que a zona euro mudou de estratégia e passou ao ataque, passo a explicar.


Como é que chegaste a estas conclusões?


--- foi ontem a noite na bloomberg, e agora estão a dizer que os chineses estão a investir forte na europa como forma de diversificar o investimento, tal como os japoneses.
--- devem estar cansados de comprar divida americana hehe.
 
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por pepi » 14/1/2011 1:49

mais_um Escreveu:
pepi Escreveu:Mas como é evidente há quem o tenha feito!


Humm..não consigo descortinar contas feitas pelo senhor em questão, ele cita estudos feitos por outras pessoas/entidades, dos quais eu desconheço as permissas.



Aqui tens os estudos de forma a avaliares as premissas: :wink:

- http://pascal.iseg.utl.pt/~depeco/wp/wp012007.pdf
(pag. 17)

- http://www.imf.org/external/pubs/ft/fm/2010/fm1001.pdf (pag. 28)
 
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por Lion_Heart » 14/1/2011 0:42

mais_um Escreveu:
pepi Escreveu:
mais_um Escreveu:Faz-nos um favor, coloca aqui o meu comentário onde afirmo que quem critica o Socrates ou o Teixeira dos Santos deve ir embora?



mais_um Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:É isso, mech!! E apesar do maior comprador ter sido o BCE já vieram dizer que o resultado revela confiança. Não há limites ao descaramento.


Cara Pata,

Se bem me lembro, o BCE não pode comprar directamente divida publica.

Já agora mais um aparte, tenho seguido os sites internacionais de finanças, economia, etc.. e verifico algo que me deixa triste, é que enquanto as noticias sobre a divida publica portuguesa estão cheias de referencias pela negativa a comentadores portugueses, as noticias sobre a divida publica espanhola estão cheias de referencias positivas dos comentadores espanhois.

O que me leva a pensar o seguinte, se não estão satisfeitos vão se embora! Só são precisos os que querem lutar e trabalhar para tentar dar a volta à situação.


Definitivamente tens um problema com o português! :lol: :lol:



Mais_um duvido que os politicos queiram dar a volta a situação.
Alias estou convencido que eles vão espremer ao maximo enquanto lhes emprestarem e depois vão sair de fininho. Ja se nota pelos discursos sobre o FMI.

Os politicos não querem dar a volta porque não podem e porque quem os colocou la não quer.

Quanto ao Nacionalismo tens razão , mas também pensa nisto Espanha paga 4,5 Portugal 6,7 existe alguma diferença.

Qualquer analista/comentador se disser que foi um sucesso é apelidado de louco , Portugal não pode pagar esta taxa , mas Espanha até pode pagar a dele , logo um analista/comentador estara mais contente.
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por mais_um » 13/1/2011 23:29

pepi Escreveu:
mais_um Escreveu:Faz-nos um favor, coloca aqui o meu comentário onde afirmo que quem critica o Socrates ou o Teixeira dos Santos deve ir embora?



mais_um Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:É isso, mech!! E apesar do maior comprador ter sido o BCE já vieram dizer que o resultado revela confiança. Não há limites ao descaramento.


Cara Pata,

Se bem me lembro, o BCE não pode comprar directamente divida publica.

Já agora mais um aparte, tenho seguido os sites internacionais de finanças, economia, etc.. e verifico algo que me deixa triste, é que enquanto as noticias sobre a divida publica portuguesa estão cheias de referencias pela negativa a comentadores portugueses, as noticias sobre a divida publica espanhola estão cheias de referencias positivas dos comentadores espanhois.

O que me leva a pensar o seguinte, se não estão satisfeitos vão se embora! Só são precisos os que querem lutar e trabalhar para tentar dar a volta à situação.


Definitivamente tens um problema com o português! :lol: :lol:
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por pepi » 13/1/2011 23:25

mais_um Escreveu:Faz-nos um favor, coloca aqui o meu comentário onde afirmo que quem critica o Socrates ou o Teixeira dos Santos deve ir embora?



mais_um Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:É isso, mech!! E apesar do maior comprador ter sido o BCE já vieram dizer que o resultado revela confiança. Não há limites ao descaramento.


Cara Pata,

Se bem me lembro, o BCE não pode comprar directamente divida publica.

Já agora mais um aparte, tenho seguido os sites internacionais de finanças, economia, etc.. e verifico algo que me deixa triste, é que enquanto as noticias sobre a divida publica portuguesa estão cheias de referencias pela negativa a comentadores portugueses, as noticias sobre a divida publica espanhola estão cheias de referencias positivas dos comentadores espanhois.

O que me leva a pensar o seguinte, se não estão satisfeitos vão se embora! Só são precisos os que querem lutar e trabalhar para tentar dar a volta à situação.
 
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por mais_um » 13/1/2011 23:15

pepi Escreveu:Se me enganei na pessoa ou não, n sei... não te conheço. Mas quando dizes que quem critica o Sr. Pinto de Sousa ou o Prof. Teixeira dos Santos (obviamente objecto de crítica porque estão lá desde 2005 com os resultados que se conhecem), deve sair do país, é porque apenas queres conviver com quem partilha as mesmas ideias que tu...


Humm..deves ter algum problema com a interpretação do português ou então mais uma vez estás a confundir-me com outra pessoa.

Faz-nos um favor, coloca aqui o meu comentário onde afirmo que quem critica o Socrates ou o Teixeira dos Santos deve ir embora?

Por vezes vou ver jogos de futebol e se há algo que me irrita, é ver os adeptos a assobiarem a sua equipa, algo que não acontece em outros paises, é algo muito nosso, seja por inveja, seja pelo prazer de ver os outros mal, há um grande numero de pessoas em Portugal que tem esse costume, dizer mal da empresa onde trabalha, dos colegas, do chefe, do vizinho, etc...

Assim estão os comentários de muitos jornalistas/analistas e pessoas anonimas sobre a emissão da nossa divida que ao contrario do que se passa em Espanha, passam o tempo a dizer que isto é um fiasco, que devemos chamar a UE/FMI, etc... (isto sim eu critico, para o caso de não me teres confundido com outra pessoa, espero que tenha ficado claro o que eu critico).


Mas como é evidente há quem o tenha feito!


Humm..não consigo descortinar contas feitas pelo senhor em questão, ele cita estudos feitos por outras pessoas/entidades, dos quais eu desconheço as permissas.

Mas lamento, sinceramente lamento, que as pessoas que passam o tempo a apontar o dedo não tenham "tomates" para se chegarem à "frente" e defender soluções, deixarem de ser apenas teoricos mal dizentes e passaram à practica, só vejo dizerem que o doente vai morrer e que os medicos não prestam, mas irem tentar curar o doente , está quieto, e sabes porquê? Porque sabem que são tão maus ou piores do que os lá estão e se o fizessem, iriam rapidamente provar exactamente isso.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por pepi » 13/1/2011 21:57

mais_um Escreveu:
pepi Escreveu:

Queres ficar cá sozinho com os teus camaradas do partido??


Enganaste-te na pessoa.

pepi Escreveu:

Já fizeste as contas para quanto terá que ser o superavit primário para fazer face a um serviço da dívida com OTs a pagar taxas a este valor?! Achas que os mercados não fazem esta contas?!


Eu não e tu já?


Se me enganei na pessoa ou não, n sei... não te conheço. Mas quando dizes que quem critica o Sr. Pinto de Sousa ou o Prof. Teixeira dos Santos (obviamente objecto de crítica porque estão lá desde 2005 com os resultados que se conhecem), deve sair do país, é porque apenas queres conviver com quem partilha as mesmas ideias que tu...

Eu não fiz as contas, até pq sou formado em Gestão e não tive qualquer cadeira de Finanças Publicas, mas considero que tenho 2 dedos de testa e penso pela minha cabeça.

Mas como é evidente há quem o tenha feito!
Para poupares trabalho podes ler apenas o que está sublinhado:

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=451589

Juno e a nuvem
02 Novembro 2010 | 11:32
Rui Alpalhão

O Tratado de Maastricht foi assinado, na cidade que lhe deu o nome, no longínquo ano de 1992.
Entrou em vigor em 1993, transformou a CEE em UE e lançou as bases da futura moeda europeia, imaginativamente designada euro. Continha uma série de regras, ditas "critérios de convergência", a que os subscritores se obrigavam voluntariamente com o objectivo, que viria a ser atingido em 1999, de juntar à União Económica uma União Monetária. No âmbito das finanças públicas, estes critérios impunham dois singelos limites superiores: um para os défices orçamentais anuais - 3% do PIB - e outro para o "stock" de dívida pública - 60% do PIB. Portugal, membro da CEE desde 1986, assinou o Tratado. No ano da respectiva entrada em vigor, o défice orçamental português era de 8,9% do PIB, e a dívida pública representava 59,1% deste. Portugal estava assim bem acima do limite fixado no que ao défice anual diz respeito, e verificava à tangente a restrição relativa ao "stock" de dívida pública.

O "stock" de dívida pública e o défice orçamental estão indissociavelmente ligados, não sendo por acaso que convivem nos critérios de convergência. De facto, o défice não é mais do que a parte das despesas públicas que os impostos não cobrem. Quando há défice, o deficitário Estado gasta mais do que os impostos que cobra, e, como tem, ainda assim, de liquidar as suas contas, vê-se compelido a, alternativamente, emitir moeda ou dívida pública ou vender activos. A República dedicou-se a esta tarefa - as privatizações - com intensidade desde 1989, e sacrificou a sua capacidade autónoma de emissão monetária em 1999 com a União Económica e Monetária. Desde então, podemos considerar a dívida pública portuguesa directa consequência dos défices orçamentais, com a excepção única do efeito compensatório das receitas das privatizações. Em 1993, Portugal, encostado ao limite superior admissível no que ao "stock" de dívida pública dizia respeito, só tinha duas boas soluções para preencher ambos os critérios de convergência: equilibrar o seu saldo orçamental ou continuar a privatizar com republicana gana. Os défices baixaram paulatinamente até atingirem os miríficos 3% do PIB (o que aconteceu em 1997, com Guterres ao leme e Sousa Franco na casa das máquinas), sem nunca deixarem de contribuir para a acumulação de dívida pública, a qual se manteve, graças às privatizações, razoavelmente estável em percentagem do PIB, ainda que fixando-se pontualmente acima do limite de 60% em 1995 (o ano da transição, de Cavaco Silva e Catroga para Guterres e Sousa Franco), barreira que viria a furar, de baixo para cima e com vigor, de 2005 (já com Sócrates na chefia do Governo e Teixeira dos Santos em funções nas Finanças) em diante. O limite de 3% foi furado mais cedo, em 2001, após quatro anos de cumprimento, e ainda com Guterres em São Bento (e Oliveira Martins na Infante D. Henrique), conferindo à República Portuguesa a honra de ser o primeiro país membro da União a ser sujeito a um EDP (excessive deficit procedure). Em 2005 Portugal, presumivelmente exausto após dois anos de cumprimento à tangente, juntou a essa honra a de ser o primeiro Estado-membro a averbar um segundo EDP.

Por esta altura alguns economistas não obliterados pelo (insustentável?) peso da governação iam apontando, descomplexadamente, o singelo problema da sustentabilidade. O Prof. António Afonso, do ISEG, publicou em 2007 um "stress test" ("Public Finances in Portugal: a brief long-run view") onde demonstrava que, com uma taxa de juro para a dívida portuguesa de 4,5% e taxas de crescimento nominais anuais de 3,5% para o PIB, 0% para as receitas e -0,5% para a despesa pública primária (ambas em percentagem do PIB), a dívida pública portuguesa continuaria a subir, em percentagem do PIB, fixando-se em 70% deste em 2010. Como nem o PIB cresceu, nem a despesa primária diminuiu, nem a taxa de juro se conteve educadamente em 4,5%, a previsão falhou ligeiramente, e o rácio deverá ficar em 86%. No "Fiscal Monitor" de Maio deste ano, editado pelos" homens sem rosto" do FMI, realiza-se igualmente um testes de stress, desta vez (sinal dos tempos…) virado para a quantificação dos requisitos para a redução dos níveis de dívida pública para níveis "prudentes" ao longo das próximas duas décadas. Para Portugal, os resultados indicam que a recuperação do maastrichiano nível de 60% em 2030 requer uma melhoria do saldo orçamental primário de 7,8 pontos percentuais entre 2010 e 2020, e a manutenção deste em +3,7% entre 2020 e 2030. Tarefa exigente, para quem parte de um saldo primário de -4%.

Muitos comentadores oporão a estes números a ideia de que os requisitos de Maastricht não são um objectivo relevante na conjuntura recessiva que atravessamos, e que podemos e devemos viver com níveis de dívida pública mais altos. Talvez possamos, mas não será a mesma coisa, como está amplamente documentado. Recentemente, Reinhart e Rogoff, no seu monumental "This Time is Different" reportaram uma diferença de 4,2 pontos percentuais nas taxas médias de crescimento do PIB entre economias avançadas com níveis de dívida pública altos (>90% PIB) e baixos (<30% do PIB), diferença essa a favor dos países com níveis baixos de dívida pública. Já em 1982, o americano Martin Feldstein havia introduzido a ideia dos efeitos não-keynesianos dos défices orçamentais, argumentando que reduções permanentes da despesa pública podem ser expansionistas se forem percebidas como indicativas de uma redução futura de impostos, e logo de maior rendimento permanente.

É certo que em Maastricht se encontram as ruínas de um templo de Juno e Júpiter, e que este terá criado uma nuvem à semelhança daquela para confundir - e castigar - o crédulo criador de cavalos Ixião, culpado de paixão assolapada pela deusa. Mas não consta que Ixião, que tomou a nuvem por Juno, escrevesse orçamentos.


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por Opcard » 13/1/2011 19:10

Alguém sabe explicar este salto de 19 mil milhões de euros.

Estava convencido que aos 132,7 mil milhões de €. De 31/12/2009 basta somar o défice deste ano aproximadamente 10 mil milhões de €.




mais_um Escreveu:A divida directa do Estado a 31 de Dezembro de 2010 atingiu o valor de 151,7 mil milhões de €.

A 31 de Dezembro de 2009 tinha o valor de 132,7 mil milhões de €.

Fonte: http://www.igcp.pt/
 
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por mais_um » 13/1/2011 18:49

Estado precisa de mais 38 mil milhões este ano
Portugal venceu uma batalha mas não afastou necessidade de recorrer à ajuda externa
13.01.2011 - 07:26 Por Ana Rita Faria

O Estado português conseguiu saltar uma barreira sem tropeçar, mas tem toda uma corrida de obstáculos pela frente.
Apesar da primeira emissão de dívida de médio e longo prazo do ano ter sido bem sucedida, registando maior procura e uma descida dos juros nas obrigações do Tesouro a dez anos, os analistas não acreditam que a pressão dos mercados fique por aqui ou que o recurso à ajuda externa esteja fora de questão.

A emissão de ontem "foi uma barreira que foi ultrapassada de um conjunto de barreiras que se vão deparar à economia portuguesa nos próximos meses", salienta Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI. De acordo com o Orçamento do Estado para 2011, o Estado precisa de emitir mais 38 mil milhões de euros de dívida até ao final do ano, não só para satisfazer as novas necessidades de financiamento, mas sobretudo para amortizar a dívida que vence este ano.

Para os analistas contactados pelo PÚBLICO, a performance da dívida portuguesa estará dependente de um conjunto de ingredientes que, nesta primeira emissão de obrigações do Tesouro, se conjugaram favoravelmente.

Um deles foi o anúncio do Governo de que o défice orçamental seria, afinal, inferior ao previsto (7,3 por cento) em 2010 e de que há uma folga orçamental de 800 milhões de euros no Orçamento do ano passado. Outro é o consenso entre os líderes europeus em torno da necessidade de salvaguardar a união da zona euro.

"O que fez com que Portugal estivesse muito próximo do abismo foi a falta de perspectivas de entendimento na zona euro para salvar Portugal e as desconfianças quanto à execução orçamental do Governo", considera Diogo Teixeira, administrador da Optimize. O responsável da gestora de activos acrescenta que o facto de os líderes europeus terem demonstrado que iriam ajudar Portugal se fosse necessário e a notícia de que o Governo "fez o trabalho de casa" ao reduzir o défice suavizaram a pressão dos mercados e afastaram o risco de o país ter de pedir ajuda imediatamente. "Ganhámos algum tempo, mas isso não quer dizer que estamos fora da zona de risco", conclui, salientando que os maiores testes à capacidade de Portugal se financiar surgirão em Março, mês em que o país terá de fazer "reembolsos significativos de dívida de médio e longo prazo".

BCE sustenta procura

Já Filipe Silva, gestor do mercado da dívida no Banco Carregosa, considera que, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) continuar a comprar dívida dos países periféricos, Portugal tem alguma margem de manobra. "Uma emissão mal-sucedida seria aquela em que não conseguíssemos emitir dívida por não termos a quem vender, como aconteceu na Grécia", salienta o analista.

Mas, além de a ajuda do BCE não ser eterna, as taxas de juro cobradas no leilão de ontem permanecem a níveis muito elevados e são, no médio prazo, insustentáveis. "Portugal continua a pagar muito para se endividar e, por isso, uma possível intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) não está afastada. Aliás, acho mesmo que continuamos mais perto de recorrer à ajuda externa do que o contrário", defende o gestor do Banco Carregosa. A única escapatória possível é "mostrar que o PEC III está a funcionar e provarmos que vamos dar a volta às contas públicas, contendo as despesas e reduzindo o défice" para os 4,6 por cento do PIB este ano.

A pressão aumentou sobretudo no passado fim-de-semana, depois de a imprensa internacional ter noticiado que a França e a Alemanha estariam a pressionar Portugal a seguir o mesmo caminho da Grécia e da Irlanda, ou seja, pedir ajuda a Bruxelas e ao FMI, desde logo para evitar um contágio à Bélgica e à Espanha.

A ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, voltou ontem a negar que haja alguma "conspiração da França e Alemanha para forçar Portugal" a pedir ajuda do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Já a chanceler alemã, Ângela Merkel, aproveitou para voltar a tranquilizar os mercados, ao garantir que "a Alemanha vai fazer o que for necessário para que o euro permaneça estável".

http://economia.publico.pt/Noticia/port ... na_1475004

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por mais_um » 13/1/2011 18:47

Portugal passou no primeiro grande teste do ano
Aposta do Governo na China, marketing e BCE garantem venda da dívida
13.01.2011 - 07:21 Por Rosa Soares

Nunca o resultado de uma emissão de dívida portuguesa, como o de ontem, foi aguardado com tanta expectativa e recebido com tanto entusiasmo por responsáveis políticos nacionais e europeus.
Mercados reagiram positivamente à emissão de dívida portuguesa


E nunca uma emissão de dívida exigiu tanto empenho do Governo e tanto apoio do Banco Central Europeu (BCE), numa aliança que foi fundamental para o êxito da operação.

A acção do Governo foi feita em várias frentes, umas mais directas e públicas e outras só perceptíveis pelo mercado ou pelos investidores. Nas acções mais directas estiveram as visitas do primeiro-ministro à China e ao Brasil, tentando captar novos compradores para dívida portuguesa, e esteve ainda o anúncio, num momento crucial, de que o défice orçamental de 2010 ficaria abaixo dos 7,3 por cento inicialmente previstos. Para o mercado, esta foi a primeira informação concreta de que o país iria cumprir metas e foi importante, defendem vários analistas contactados pelo PÚBLICO.

De forma menos visível, mas não menos importante, o Governo fez durante o último mês duas operações de venda directa de dívida, de mil milhões de euros cada uma, criando no mercado a convicção de que há compradores para a dívida portuguesa, e que há outras alternativas à colocação de dívida nacional. O Governo continua sem divulgar quem foram os compradores nestas colocações de dívida, mas ontem, a agência noticiosa Dow Jones noticiou a aquisição por parte da China de 1100 milhões de euros de dívida pública portuguesa através de uma colocação privada.

Efectivamente, confirmou o PÚBLICO, dos encontros com as autoridades chinesas, realizados em Lisboa e Pequim, o que resultou foi um compromisso do detentor das maiores reservas mundiais de divisas de realizar aquisições de dívida pública no mercado primário, ou seja, participando em leilões como os de ontem ou aproveitando colocações privadas de títulos. O mesmo tipo de acordo foi estabelecido com o Brasil. Não ficou definido, em qualquer dos casos, em que emissões seriam realizadas compras, mas operadores do mercado consideram muito provável ter-se assistido ontem a uma forte participação chinesa, não só na colocação privada, como também no leilão de dívida.

De qualquer forma, só a ideia de que investidores chineses, japoneses e brasileiros estão dispostos a comprar dívida soberana europeia terá atraído outros investidores mais receosos.

Paralelamente, o Governo conseguiu ainda fazer aquilo que fonte de um banco definiu como o pré-marketing da colocação, ou seja, fez contactos junto de investidores, no sentido de "garantir" que viriam à operação. Na definição dessa mesma fonte, o Governo fez "muito trabalho de casa" nesta operação e não teria os resultados que teve, se o BCE não tivesse aumentado o nível de compras de obrigações do tesouro no mercado secundário.

Procura recorde

Num cenário de expectativas negativas e de grande nervosismo, alimentado pelo mau resultado da emissão de bilhetes do tesouro realizado há uma semana e pelas notícias de que a ajuda financeira a Portugal está a ser preparada a nível comunitário, a emissão acabou por correr bem a vários níveis. É verdade que a taxa de juro continua a ser muito alta, mas ficou abaixo da temida barreira dos sete por cento e abaixo do valor da última emissão. E, mais importante que tudo, a procura foi significativa.

No prazo mais longo, a 10 anos, a colocação de 599 milhões de euros de obrigações do tesouro foi feita a 6,716 por cento, abaixo dos 6,806 da última emissão comparável (10 de Novembro). A procura superou 3,2 vezes a oferta, um recorde segundo o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. Ao PÚBLICO o administrador da gestora de activos Optimize destacou que a taxa de procura neste segmento ficou acima das recentes emissões, para os mesmos prazos, realizadas por países como a Alemanha e a França, o que é relevante.

Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, destaca que o nível de procura de Portugal contrasta com o que aconteceu na Grécia, antes do resgate, em que a taxa de juro das emissões subia, mas a procura não.

Na emissão a quatro anos, os resultados não foram tão positivos, o que se justifica pelo maior nervosismo do que pode acontecer no curto prazo. Aí foram colocados 650 milhões de euros, com uma taxa média ponderada de 5,396 por cento, com os juros a subirem 33,5 por cento face à emissão mais recente com a mesma maturidade (27 de Novembro). A procura, sendo um pouco menor, ainda ficou no nível confortável de 2,6 vezes a oferta. Portugal propunha-se colocar o máximo de 1250 milhões de euros e colocou 1249 milhões.

"Sucesso" foram expressões utilizadas pelo ministro das Finanças, que destacou ainda a forte percentagem de colocação junto de investidores estrangeiros: 80 por cento, segundo Teixeira dos Santos.

Para o primeiro-ministro e para o ministro das Finanças o êxito da operação afasta a necessidade de um pedido de ajuda externa. Menos entusiásticas foram as reacções de alguns analistas internacionais, que alertam para as taxas elevadas que o país está a suportar. Paul Krugman escrevia ontem no seu blogue que mais alguns sucessos como este "e a periferia da Europa ficará destruída".

com P.M.M. e S.A


http://economia.publico.pt/Noticia/apos ... da_1475003

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por aaugustobb_69 » 13/1/2011 18:41

Ministro das Finanças alemão afirmou que na próxima semana os ministros da União Europeia vão discutir detalhes para um programa "ambicioso", mas uma decisão efectiva só em Março.
“Estamos a trabalhar num pacote global para que não nos encontremos numa situação” em que num espaço de tempo reduzido “termos de começar novamente discussões” sobre esta matéria, afirmou Wolfgang Schaeuble, ministro das Finanças alemão aos jornalistas, em Berlim.

Segundo a Bloomberg, o responsável adiantou que “uma decisão importante será tomada em Março”.

Em causa está o aumento do Fundo Europeu de Estabilização Financeira, cujo montante actual é de 440 mil milhões de euros.

Nos últimos dias tem aumentado a expectativa de que os estados-membros vão efectuar um aumento do FEEF, para se precaverem da necessidade de mais países precisarem de ajuda.

Ontem, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que “a Alemanha vai fazer o que for necessário para que o euro permaneça estável”, “mesmo no que respeita ao pacote de ajuda”, deixando a mensagem de estar disponível a conversar sobre um aumento do montante que compõe este fundo.

Hoje foi a vez de Jean-Claude Trichet a apelar para que as autoridades europeias melhorem “quantitativa e qualitativamente”, “nomeadamente, através da flexibilidade da intervenção deste fundo”.

Os países “têm nas suas mãos o fundo de estabilização” e a possibilidade de “melhorar a eficácia deste instrumento”.

Questionado se esta questão é urgente, Trichet afirmou: “Tudo é urgente na actual situação. Estamos a pedir às autoridades e aos governos europeus para estarem à altura das responsabilidades”. “Há um sentido de urgência” no actual contexto, sublinhou.


A UE quer acabar com o auxilio do FMI na ajuda aos paises europeus...
 
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still scary

por jumpinho » 13/1/2011 17:50

Portugal has looked increasingly in need of a bail-out. Firm demand for a bond auction this week cannot mask deep problems with its public finances

artigo inteiro:
http://www.economist.com/node/17902815? ... 5&fsrc=rss
 
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por The Mechanic » 13/1/2011 16:49

Não. Até digo mais !O Zé Povinho é! o "carro sem travões" . Leva os outros às costas e é sempre o primeiro a bater . Antes de os que leva às costas sofrerem um arranhão , tem ainda muita "chapa-zé-povinho" pra entortar .


( Há que alimentar o melodrama...
... o pessoal é tão melodramático. Somos um país de Fadistas . Só que a maior parte, canta sem ser sequer preciso guitarra a acompanhar. )


E digo mais !!! Pra mim..!!!...era voltar pra cá o Salazar !!

( ... mesmo sem chicha e tudo ..!... assim... em pózinho de tijolo ... )


Um abraço ,

The Mechanic
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Re: Tens dúvidas ?

por jrnabolsa » 13/1/2011 16:40

cinco kapa Escreveu:São os gajos do banco de trás ...
Ou seja, o Zé Povinho
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Tens dúvidas ?

por cinco kapa » 13/1/2011 16:35

São os gajos do banco de trás ...
 
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por jcldsm » 13/1/2011 16:29

mais_um Escreveu:A divida directa do Estado a 31 de Dezembro de 2010 atingiu o valor de 151,7 mil milhões de €.

A 31 de Dezembro de 2009 tinha o valor de 132,7 mil milhões de €.

Fonte: http://www.igcp.pt/


Cresceu a um ritmo de +/- 14% em 2010. A continuar assim é como um carro sem travões que vai direito à um muro. Uma certez existe: Lá que vai bater isso vai. Resta saber quem vai ficar pior: O condutor, o pendura ou os do banco de trás. :)

A ver quem é o quê neste caso
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por rmachado » 13/1/2011 16:21

Essa questão das legalizações de certos negócios tem pano para mangas...

E que tal antes desse das drogas que dá cabo de muita gente, começarem pela prostituição?

É tanto dinheiro que roda nesse ramo...
 
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por mais_um » 13/1/2011 16:15

A divida directa do Estado a 31 de Dezembro de 2010 atingiu o valor de 151,7 mil milhões de €.

A 31 de Dezembro de 2009 tinha o valor de 132,7 mil milhões de €.

Fonte: http://www.igcp.pt/
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por migluso » 13/1/2011 16:13

mais_um Escreveu:Já agora, já alguém fez essa pergunta ao governo? Tipo a oposição?

E se vier a UE /FMI, eles tem uma solução na manga?


O governo responderia algo do género: iremos reduzir a despesa e manter o nível de impostos. Com crescimento robusto da economia as receitas subirão e passaremos a ter um superavit do saldo primário.

Esperança e fé são as palavras de ordem, subentende-se.
Os economistas e os governantes gostam da palavra confiança, pois parece dar uma ideia mais "científica" e sustentada ao que dizem, mas a mim já não me enganam.

Para os atentos:
- em 2013 estaremos a pagar as PPP;
- até 2013 o buraco do BPN deverá entrar nas contas públicas;
- até 2013 haverão mais reformados;
- a taxa de juro a que nos financiamos actualmente tem um diferencial superior a 5% em relação à nossa taxa de crescimento média anual dos últimos 10 anos.
- com uma carga fiscal desta magnitude, e de acordo com princípios económicos básicos (capital produtivo não deve ser desviado para práticas improdutivas, isto é, impostos desviados para despesa e investimento público), não vejo como poderemos crescer a um ritmo que nos permita cumprir com as nossas obrigações.

O FMI poderia ajudar a implementar mais rapidamente as reformas estruturais que são necessárias.

Honestamente, entramos numa espiral que ninguém sabe como iremos sair dela. Mas não estamos sozinhos, uma boa parte da Europa, os EUA e o Japão fazem-nos companhia.

cumps

EDIT - onde se lê "impostos desviados para despesa e investimento público" deverá ler-se "capital privado desviado para despesa e investimento público".
Editado pela última vez por migluso em 13/1/2011 16:24, num total de 1 vez.
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por mais_um » 13/1/2011 14:01

migluso Escreveu:Com o saldo primário das contas públicas (antes de juros) negativo há uma data de anos e previsto assim se manter até 2013, também não faço ideia como iremos pagar a dívida.


Já agora, já alguém fez essa pergunta ao governo? Tipo a oposição?

E se vier a UE /FMI, eles tem uma solução na manga?
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