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Caldeirão da Bolsa

BCP - Tópico Geral

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por JCS » 8/1/2011 2:34

O Ulrich bem dizia que estavamos prestes a bater no muro. Não acreditaram no homem...
---Tudo o que for por mim escrito expressa apenas a minha opinião pessoal e não é uma recomendação de investimento de qualquer tipo---
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por pdcarrico » 7/1/2011 23:50

djovarius Escreveu:Nao senhor,

Em 2002, o FMI não entrou na Argentina, este deu um calote voluntário...

Na sequência, o Brasil obteve uma garantia de até 50 mil milhões de dólares para evitar o contágio da crise Argentina.

Abraço

dj


Mas segundo julgo saber o FMI também era credor da Argentina na altura do calote. O próprio Presidente Fernando de la Rua negociou uma linha de crédito de 7 mil milhões de dólares em 2000.

Mais tarde em 2001, e já com uma nova negociação feita com o FMI, houve uma operação de swap debt, em relação às OT's Argentinas, que terá sido interpretada pelo mercado como insuficiência de liquidez. Nessa altura as bonds argentinas terão sido vendidas fortemente incluindo muitas operações de short selling.

Não havendo capacidade para refinanciar dívida, O governo congelou depósitos, o que naturalmente criou caos e fez cair o Presidente. Mais tarde, em Dezembro de 2001, o Presidente interino Adolfo Sá decretou a moratória na dívida das OT's denominadas em dólar.

O curioso é que antes da moratória e antes do panic selling das obrigações o Governo ainda ensaiou medidas de aumento de impostos e cortes na despesa pública ... parece ter sido esforço inglório.
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por pdcarrico » 7/1/2011 23:28

djovarius Escreveu:Nao senhor,

Em 2002, o FMI não entrou na Argentina, este deu um calote voluntário...

Na sequência, o Brasil obteve uma garantia de até 50 mil milhões de dólares para evitar o contágio da crise Argentina.

Abraço

dj


E oito anos depois, o Brasil torna-se credor líquido externo (com reservas maiores que a dívida pública), com taxas de crescimento quase Chinesas (sem ter que atrelar a moeda ao dolar), com desemprego em mínimos históricos, e apenas com o problema de taxas de juro altas por conta de uma procura muito aquecida que força tensões inflacionárias.

... em tão pouco tempo, como o mundo muda.

Quem sabe o Brasil não se torna ainda mais rico e nós nos tornamos a porta de entrada de futuros investimentos na Europa. Um pouco como foi a Irlanda para os EUA.
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por mais_um » 7/1/2011 23:19

ferreira10 Escreveu:
djovarius Escreveu:Nao senhor,

Em 2002, o FMI não entrou na Argentina, este deu um calote voluntário...

Na sequência, o Brasil obteve uma garantia de até 50 mil milhões de dólares para evitar o contágio da crise Argentina.

Abraço

dj


Estamos sempre a aprender.
Mas o ex-presidente, recentemente falecido, que foi considerado como um herói, mas afinal foi considerado como herói por ter dado um calote voluntario? Ou o "tal", presidente, veio depois?Suponho que não estou para aqui a fazer nenhuma confusão!


humm... a história do calote da Argentina pode ainda não ter acabado. O FMI patrocinou um acordo entre os credores e a Argentina, mas nem todos os credores aceitaram.

http://en.wikipedia.org/wiki/Argentine_ ... tructuring

http://www.reuters.com/article/idUSN2514862320100825

http://online.wsj.com/article/SB1000142 ... 05422.html
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por patacas » 7/1/2011 23:18

eliminada ( amensagem claro) :mrgreen:
Editado pela última vez por patacas em 7/1/2011 23:20, num total de 1 vez.
 
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por Lion_Heart » 7/1/2011 23:17

djovarius Escreveu:O Presidente Kirchner, falecido em 2010, governou a Argentina após o calote de 178 mil milhões de USD, o maior calote soberano da humanidade.
Recuperou o país com os próprios meios, até porque acabou por seguir a política do Presidente Duhalde, que tinha declarado a quebra dos contratos de dívida pública.
O que houve em comum foi a manutenção do Ministro Roberto Lavagna que era um seguidor dos críticos das intervenções do FMI como o famoso Stigltiz.

A verdade é que Kirchner conseguiu convencer muitos dos credores a aceitar trocar parte dos títulos de dívida por outros num terço do valor nominal anterior, algo que seria impossível para países e instituiçoes da UE.

Daí que os nossos Bancos, como o Estado, ou aceitam o valor de mercado, ou terão de pedir ajuda.

Abraço

dj


Exacto, mas isso é aplicado a Estados submissos (aceitar o que lhes dão) eu aposto que os EUA quando chegar a vez deles vão fazer o mesmo.
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por djovarius » 7/1/2011 23:10

O Presidente Kirchner, falecido em 2010, governou a Argentina após o calote de 178 mil milhões de USD, o maior calote soberano da humanidade.
Recuperou o país com os próprios meios, até porque acabou por seguir a política do Presidente Duhalde, que tinha declarado a quebra dos contratos de dívida pública.
O que houve em comum foi a manutenção do Ministro Roberto Lavagna que era um seguidor dos críticos das intervenções do FMI como o famoso Stigltiz.

A verdade é que Kirchner conseguiu convencer muitos dos credores a aceitar trocar parte dos títulos de dívida por outros num terço do valor nominal anterior, algo que seria impossível para países e instituiçoes da UE.

Daí que os nossos Bancos, como o Estado, ou aceitam o valor de mercado, ou terão de pedir ajuda.

Abraço

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por ferreira10 » 7/1/2011 22:58

djovarius Escreveu:Nao senhor,

Em 2002, o FMI não entrou na Argentina, este deu um calote voluntário...

Na sequência, o Brasil obteve uma garantia de até 50 mil milhões de dólares para evitar o contágio da crise Argentina.

Abraço

dj


Estamos sempre a aprender.
Mas o ex-presidente, recentemente falecido, que foi considerado como um herói, mas afinal foi considerado como herói por ter dado um calote voluntario? Ou o "tal", presidente, veio depois?Suponho que não estou para aqui a fazer nenhuma confusão!
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por moppie85 » 7/1/2011 22:54

mais_um Escreveu:
pdcarrico Escreveu:
artista Escreveu:
Pois, ultimamente os ciclos recessivos têm sido extremamente violentos e os expansivos moderados! :|

abraço

artista

abra


Amigo artista,

Não sejas tão pessimista. Sem dúvida alguma estamos muito melhor do que há 30 anos atrás. E não falo só de estradas. Temos que ser muito críticos com o que faz de errado mas temos de abrir os olhos a coisas extraordinárias que também se fazem no País. Há algumas excelentes empresas, há produtos que têm boa qualidade. E temos um País bonito e gente que apesar de ranzinza tem muitas qualidades.

Há que ter optimismo!! Se há coisa que não precisamos agora é de pessimismo e baixa auto-estima.


Ufa! Finalmente alguém que é optimista em relação a nós (os portugueses) neste forum, já não estou sozinho! :mrgreen:


Acho que nunca tiveste sozinho mais_um!
Há muita coisa boa em Portugal, mas não chega para "compensar" o bem.

Quanto ao "péssimismo e baixa auto-estima" (sim eu sei q n foste tu q disseste :P ), não sei até que ponto as pessoas tendem a chamar "péssimismo" à "realidade"...
 
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por Iwantmymoneyback » 7/1/2011 22:53

Bem, onde irá parar o BCP? Será que tem estado assim tão mal como instituição? Banco de referência em Portugal, 7º maior banco na Polónia, boa participação na Grécia, boa representação em Moçambique e Angola.

A única razão que vejo, para os investidores estarem a castigar a banca é o facto de portugal não dar uma imagem de credibilidade para o exterior, tornando um País, logo banca, volátil. O medo está instalado.

Isto porque o BCP não está pior do que há um ano onde passou o 1€. Ou seja, como empresa, como instituição, os dados fundamentais devem andar próximos, mas o seu valor está a cerca de metade.

Apostar no BCP no longo prazo poderá ser uma roleta russa dada a resposta que os mercados têm dado ultimamente, mas quem sabe se também não poderá ser uma boa aposta? Eu estou dentro e com ideias de reforçar num futuro próximo.

Caso chegue aos 0,40€

Ora, comprando 10.000 acções totaliza 4.000€. Em termos de dividendos, e especulando um valor por baixo de acordo com o último ano(0,02€), teriamos um valor a rondar os 200€ com um investimento relativamente baixo. Torna-se das acções mais apeteciveis do PSI20.
 
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por djovarius » 7/1/2011 22:51

Nao senhor,

Em 2002, o FMI não entrou na Argentina, este deu um calote voluntário...

Na sequência, o Brasil obteve uma garantia de até 50 mil milhões de dólares para evitar o contágio da crise Argentina.

Abraço

dj
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por ferreira10 » 7/1/2011 22:47

pdcarrico Escreveu:

Caro Ferreira,

A entrada do FMI dispensaria emissões de refinanciamento de dívida. Hoje as obrigações do tesouro Gregas que existem são de emissões anteriores ao estalar da crise. Mas podem, as yields dessas obrigações ainda servir como referencial para avaliação de activos, apesar do juros que a Grécia paga ao FMI serem de taxa menor - 5,5%. Significa que os esforço financeiro para pagar juros é agora menor do que seria se não houvesse FMI.

Naturalmente que a capacidade de conter a possibilidade de haver um default melhora a avaliação de todos os activos num País, mas o facto de o FMI estar presente não é por si só garantia de coisa alguma. Supõe por exemplo que o FMI obriga a um plano de contenção de dívida que reduz a despesa bruta, mas o choque é tão forte que a economia cai muito. Aí a arrecadação também cai, a capacidade de diminuir o endividamento não melhora e a mesma dívida fica mais pesada porque se refere a um PIB menor, piorando o rácio Dívida/PIB. Nesse caso a capacidade pagadora continua deficiente e os bancos não têm uma avaliação melhorada.

Eu não sou catastrofista e acho que a economia funciona por ciclos (infelizmente parecem cada vez mais violentos), e depois de uma tempestade virá a prosperidade. A perda de poder de compra diminuirá provavelmente a nossa balança comercial deficitária, a redução do crédito tornará o rácio crédito concedido/recursos próprios melhor e em alguma altura os bancos devem melhorar a sua situação.

Mas parece-me que não faz muito sentido dizer que é na entrada do FMI que o problema se resolve. Demorará infelizmente mais tempo.

Penso eu de que ... :wink:


Realmente, a tua explicação foi elucidativa, pdcarriço.
Acrescento, um exemplo, a ilustrar o que disseste; agora, depois da tua explicação, ocorreu-me que o FMI também entrou na Argentina e suponho que acabou por desistir, e largou o pais à sua sorte.O problema acabou por ser resolvido, à custa de muito sacrifício dos Argentinos. Pelo caminho, foram idolatrados alguns heróis, um deles, recentemente falecido, se não me falha a memória.
No entanto,Portugal, está numa outra posição; não pode desvalorizar a moeda.Pelo que haver vamos!
Mas a tua explicação foi muito elucidativa.

Abraço!

Ferreira
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por mais_um » 7/1/2011 22:46

pdcarrico Escreveu:
artista Escreveu:
Pois, ultimamente os ciclos recessivos têm sido extremamente violentos e os expansivos moderados! :|

abraço

artista

abra


Amigo artista,

Não sejas tão pessimista. Sem dúvida alguma estamos muito melhor do que há 30 anos atrás. E não falo só de estradas. Temos que ser muito críticos com o que faz de errado mas temos de abrir os olhos a coisas extraordinárias que também se fazem no País. Há algumas excelentes empresas, há produtos que têm boa qualidade. E temos um País bonito e gente que apesar de ranzinza tem muitas qualidades.

Há que ter optimismo!! Se há coisa que não precisamos agora é de pessimismo e baixa auto-estima.


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por pdcarrico » 7/1/2011 22:43

artista Escreveu:
Pois, ultimamente os ciclos recessivos têm sido extremamente violentos e os expansivos moderados! :|

abraço

artista

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Amigo artista,

Não sejas tão pessimista. Sem dúvida alguma estamos muito melhor do que há 30 anos atrás. E não falo só de estradas. Temos que ser muito críticos com o que faz de errado mas temos de abrir os olhos a coisas extraordinárias que também se fazem no País. Há algumas excelentes empresas, há produtos que têm boa qualidade. E temos um País bonito e gente que apesar de ranzinza tem muitas qualidades.

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por artista_ » 7/1/2011 22:32

pdcarrico Escreveu:
Eu não sou catastrofista e acho que a economia funciona por ciclos (infelizmente parecem cada vez mais violentos), e depois de uma tempestade virá a prosperidade. A perda de poder de compra diminuirá provavelmente a nossa balança comercial deficitária, a redução do crédito tornará o rácio crédito concedido/recursos próprios melhor e em alguma altura os bancos devem melhorar a sua situação.


Pois, ultimamente os ciclos recessivos têm sido extremamente violentos e os expansivos moderados! :|

abraço

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por pdcarrico » 7/1/2011 22:24

ferreira10 Escreveu:Mas pdcarriço; Caso entre por aqui adentro o FMI suponho que a pressão sobre o BCP e demais bancos se esvazia?Ou abranda?Não acompanhei a crise da Grécia.Em concreto alguém sabe o que se passou com com a cotação dos bancos Gregos antes e depois da entrada do FMI? Eu considero como muito provável a entrada do FMI em Portugal; os juros estão a um nível muito elevado, e não dão mostras de que queiram descer.Penso que já é um facto consumado!
Além do mais, uma coisa é aquilo que o governo deseja que aconteça, outra é aquilo que os parceiros europeus acham que deve ser feito.Caso, para a semana, Portugal tenha que se financiar a estes preços elevados, acho que numa reunião de ministros europeia, Portugal será obrigado a pedir ajuda.É a capitulação; quer o governo queira quer não!Já que a estas taxas, acaba por ser também um risco para o euro; trata-se de adiar o impacto!


Suponho que logo a seguir à entrada do FMI, o rating da republica cai.Ou seja, mais difícil é o financiamento dos bancos?É natural, que a bolsa sofra um impacto valente!Mas e depois, já que têm acesso a juros mais baixos, do que os pedidos pelo mercado, suponho que acaba por ser benéfico?

Não tenho acções do BCP.Nem nunca tive! Nem entro em nenhum titulo enquanto a cotação não der mostras de vitalidade.Até porque agora, o BCP não tem fundo!Mas a estes níveis,estou curioso; e estarei de olho numa possível inversão!


Caro Ferreira,

A entrada do FMI dispensaria emissões de refinanciamento de dívida. Hoje as obrigações do tesouro Gregas que existem são de emissões anteriores ao estalar da crise. Mas podem, as yields dessas obrigações ainda servir como referencial para avaliação de activos, apesar do juros que a Grécia paga ao FMI serem de taxa menor - 5,5%. Significa que os esforço financeiro para pagar juros é agora menor do que seria se não houvesse FMI.

Naturalmente que a capacidade de conter a possibilidade de haver um default melhora a avaliação de todos os activos num País, mas o facto de o FMI estar presente não é por si só garantia de coisa alguma. Supõe por exemplo que o FMI obriga a um plano de contenção de dívida que reduz a despesa bruta, mas o choque é tão forte que a economia cai muito. Aí a arrecadação também cai, a capacidade de diminuir o endividamento não melhora e a mesma dívida fica mais pesada porque se refere a um PIB menor, piorando o rácio Dívida/PIB. Nesse caso a capacidade pagadora continua deficiente e os bancos não têm uma avaliação melhorada.

Eu não sou catastrofista e acho que a economia funciona por ciclos (infelizmente parecem cada vez mais violentos), e depois de uma tempestade virá a prosperidade. A perda de poder de compra diminuirá provavelmente a nossa balança comercial deficitária, a redução do crédito tornará o rácio crédito concedido/recursos próprios melhor e em alguma altura os bancos devem melhorar a sua situação.

Mas parece-me que não faz muito sentido dizer que é na entrada do FMI que o problema se resolve. Demorará infelizmente mais tempo.

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por mapaman » 7/1/2011 21:41

Durante anos o bcp usou estratégias agressivas para angariar accionistas que são por todos conhecidas.

É pena que uma instituicão de referência chegue a isto.

Durante anos aquela casa sempre pagou muito bem a quadros intermédios e de topo,sendo que muito excesso foi cometido e nisto "os mercados" não perdoam.

Ainda me lembro de me telefonarem para vender acções a 6 contos e eu comprei.Depois de aumentos de capital,split´s,dividendos e mais não sei o quê,vendi a perder.

bendito dia
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Re: BCP

por ferreira10 » 7/1/2011 21:39

MIGUELV73 Escreveu:Fica o grafico!


Miguel; essa ltd é um bocado forçada, na minha opinião.De qualquer forma, supondo que ela é válida; a cotação, como pode ser verificado pelo teu gráfico, ficou a dormir por baixo da dita ltd.O que significa que ela já não é valida; já que foi furada em baixa!
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BCP

por MIGUELV73 » 7/1/2011 21:15

Fica o grafico!
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por ferreira10 » 7/1/2011 20:57

pdcarrico Escreveu:
Memento Mori Escreveu:antes de mais, bom ano! (apesar de neste momento não estar a ser muito bom)

Dêem-me a vossa opinião aqui numas coisas (com respostas sérias) :)

1 - Acham plausível/possível/provável um banco como o BCP ir à falência?

2 - Acham que este clima vai melhorar brevemente ou só quando o FMI entrar? (tendo em conta que os investidores não confiam em PT)

3 - O que poderá acontecer se a cotação continuar a baixar (imaginemos >0,40€ / acção)?


P.S. eu sou noob nestes assuntos.. :) daí as questões para tentar perceber melhor o que poderá vir aí.


Um bom ano para ti tb!

1 - Possível é. Imparidades a crescer desde 2008 não é exclusivo do BPN. Para além disso a margem financeira está pressionada porque a captação de recursos, exceptuando os do banco central, está mais cara. Ora à medida que o interbancário vá abrindo, a margem financeira deverá cair, mesmo com taxas activas mais altas. Mas não me parece que vá acontecer uma falência, pelo que vi do balanço, e se as imparidades de hoje fossem todas transformadas em mal-parado não se teria ainda situação líquida negativa.

2 - Para esta é melhor perguntar a um Pai de Santo ou um oráculo. Fica difícil para nós, comuns mortais, exercícios de adivinhação :roll:

3 - Se descer ... apetece-me responder o óbvio ... fica mais barato comprar acções e fica maior o prejuízo de quem as tem actualmente.


Mas pdcarriço; Caso entre por aqui adentro o FMI suponho que a pressão sobre o BCP e demais bancos se esvazia?Ou abranda?Não acompanhei a crise da Grécia.Em concreto alguém sabe o que se passou com com a cotação dos bancos Gregos antes e depois da entrada do FMI? Eu considero como muito provável a entrada do FMI em Portugal; os juros estão a um nível muito elevado, e não dão mostras de que queiram descer.Penso que já é um facto consumado!
Além do mais, uma coisa é aquilo que o governo deseja que aconteça, outra é aquilo que os parceiros europeus acham que deve ser feito.Caso, para a semana, Portugal tenha que se financiar a estes preços elevados, acho que numa reunião de ministros europeia, Portugal será obrigado a pedir ajuda.É a capitulação; quer o governo queira quer não!Já que a estas taxas, acaba por ser também um risco para o euro; trata-se de adiar o impacto!


Suponho que logo a seguir à entrada do FMI, o rating da republica cai.Ou seja, mais difícil é o financiamento dos bancos?É natural, que a bolsa sofra um impacto valente!Mas e depois, já que têm acesso a juros mais baixos, do que os pedidos pelo mercado, suponho que acaba por ser benéfico?

Não tenho acções do BCP.Nem nunca tive! Nem entro em nenhum titulo enquanto a cotação não der mostras de vitalidade.Até porque agora, o BCP não tem fundo!Mas a estes níveis,estou curioso; e estarei de olho numa possível inversão!
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por bEMdISPOSTO » 7/1/2011 20:49

jcldsm Escreveu:
bEMdISPOSTO Escreveu:
jcldsm Escreveu:Até podem subir mais rapidamente que se espera se se tornar apetecível para uma OPA estrangeira. Com o valor a descer estrondosamente o BCP pode vir a ser um banco cada vez mais interessante. Só esta semana perdeu 200 milhões de valor. Se chegar 0,4 ctos/acção então terá ma capitalização bolsista de 2.000 milhões. :mrgreen:


De cada vez que o BCP afunda, ao longo dos tempos, lá vem os argumentos de que assim fica bom para ser OPAdo! :roll: Mesmo que de cada vez sejam ditos por caldeireiros diferentes, revela no fundo o "wishful thinking" de quem procura ver uma luz no meio de tamanhas quedas, uma salvação que inverta fortemente a trajectória...

Um pensamento:
1) Se há quem queira opar o banco é porque acha que a esse preço tá bom; mas será que a situação do banco está mesmo melhor do que a cotação reflecte? (um banco é das empresas mais fáceis de falir, se as coisas derem para o torto ou meter o pé na argola - no contexto actual, quem garante que o real risco do banco não está reflectido na cotação?);

2) Mas, admitindo que a situação do banco até justificasse um valor justo bem superior: Se quem quer comprar acha que tá bom para comprar, por que motivo os actuais ccionistas iriam vendê-lo A PERDER TANTO GUITO, aos valores próximos dos actuais (mesmo que a OPA oferecesse 0,65 ou 0,70? :shock:
É que o wishful thinking de um pequeno trader de recuperar um punhado de cêntimos perdidos não é a situaçao de um accionista institucional, que investiu no longo prazo e não está para dar de bandeja a estes preços algo que pelos vistos alguém acha que está bom para comprar... É que uma OPA necessitaria da venda (aceitação da oferta) por parte de institucionais de boas fatiotas do capital do banco, certo?

Daí que esperar por uma OPA é, a meu ver, apenas uma esperança, sem grandes fundamentos (ainda que não impossível, claro... a Deus tudo é possível - ver oráculo).

Abraço

P.S. O Sinhor Inginheiro no oráculo:
"Opus, dei tanto da minha vida a esta instituição, não deixes que venham estranjas levar-nos a criança que vi nascer... eu pelo menos, não vendo as minhas acções!"


bEMdISPOSTO,

Há muito que não estou dentro nos bancos. Sempre acreditei que a coisa seria negra tarde ou cedo. Digamos que tenho acompanhado desde então o BCP com vista a uma reentrada. Acredito também que a acção cotará num futuro próximo por vlta dos 0,4. É um feeling porque estamos em terreno virgem.A minha questão é quando e quanto. Não se trata portanto, no meu caso de um wishful thinking para ganhar uns cêntimos. :)


Ainda bem que não estás dentro, mal é de quem esteja.
Embora não seja o teu caso, o que eu disse passa-se com muita gente. O mais importante, a meu ver, no que eu disse, não é propriamente quem está dentro ou não, mas a razão pela qual considero que essa expectativa não tem fundamento (sendo que há muito quem se escude nela como "wishful thinking").

Abraço e BN
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por jcldsm » 7/1/2011 20:38

bEMdISPOSTO Escreveu:
jcldsm Escreveu:Até podem subir mais rapidamente que se espera se se tornar apetecível para uma OPA estrangeira. Com o valor a descer estrondosamente o BCP pode vir a ser um banco cada vez mais interessante. Só esta semana perdeu 200 milhões de valor. Se chegar 0,4 ctos/acção então terá ma capitalização bolsista de 2.000 milhões. :mrgreen:


De cada vez que o BCP afunda, ao longo dos tempos, lá vem os argumentos de que assim fica bom para ser OPAdo! :roll: Mesmo que de cada vez sejam ditos por caldeireiros diferentes, revela no fundo o "wishful thinking" de quem procura ver uma luz no meio de tamanhas quedas, uma salvação que inverta fortemente a trajectória...

Um pensamento:
1) Se há quem queira opar o banco é porque acha que a esse preço tá bom; mas será que a situação do banco está mesmo melhor do que a cotação reflecte? (um banco é das empresas mais fáceis de falir, se as coisas derem para o torto ou meter o pé na argola - no contexto actual, quem garante que o real risco do banco não está reflectido na cotação?);

2) Mas, admitindo que a situação do banco até justificasse um valor justo bem superior: Se quem quer comprar acha que tá bom para comprar, por que motivo os actuais ccionistas iriam vendê-lo A PERDER TANTO GUITO, aos valores próximos dos actuais (mesmo que a OPA oferecesse 0,65 ou 0,70? :shock:
É que o wishful thinking de um pequeno trader de recuperar um punhado de cêntimos perdidos não é a situaçao de um accionista institucional, que investiu no longo prazo e não está para dar de bandeja a estes preços algo que pelos vistos alguém acha que está bom para comprar... É que uma OPA necessitaria da venda (aceitação da oferta) por parte de institucionais de boas fatiotas do capital do banco, certo?

Daí que esperar por uma OPA é, a meu ver, apenas uma esperança, sem grandes fundamentos (ainda que não impossível, claro... a Deus tudo é possível - ver oráculo).

Abraço

P.S. O Sinhor Inginheiro no oráculo:
"Opus, dei tanto da minha vida a esta instituição, não deixes que venham estranjas levar-nos a criança que vi nascer... eu pelo menos, não vendo as minhas acções!"


bEMdISPOSTO,

Há muito que não estou dentro nos bancos. Sempre acreditei que a coisa seria negra tarde ou cedo. Digamos que tenho acompanhado desde então o BCP com vista a uma reentrada. Acredito também que a acção cotará num futuro próximo por vlta dos 0,4. É um feeling porque estamos em terreno virgem.A minha questão é quando e quanto. Não se trata portanto, no meu caso de um wishful thinking para ganhar uns cêntimos. :)
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por Adam hedge » 7/1/2011 20:33

Boa noite.

´Já foi chamado o Warren Buffett portugues...

O comendador deve estar mesmo aflito.

Sinalizei a data e o preço.
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Volta teu rosto sempre na direção do sol e então as sombras
ficarão para trás.

Lembra-te : se não tivesses lido e ouvido falar em aumento de capital tinhas entrado no bes... portanto...
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por bEMdISPOSTO » 7/1/2011 19:59

jcldsm Escreveu:Até podem subir mais rapidamente que se espera se se tornar apetecível para uma OPA estrangeira. Com o valor a descer estrondosamente o BCP pode vir a ser um banco cada vez mais interessante. Só esta semana perdeu 200 milhões de valor. Se chegar 0,4 ctos/acção então terá ma capitalização bolsista de 2.000 milhões. :mrgreen:


De cada vez que o BCP afunda, ao longo dos tempos, lá vem os argumentos de que assim fica bom para ser OPAdo! :roll: Mesmo que de cada vez sejam ditos por caldeireiros diferentes, revela no fundo o "wishful thinking" de quem procura ver uma luz no meio de tamanhas quedas, uma salvação que inverta fortemente a trajectória...

Um pensamento:
1) Se há quem queira opar o banco é porque acha que a esse preço tá bom; mas será que a situação do banco está mesmo melhor do que a cotação reflecte? (um banco é das empresas mais fáceis de falir, se as coisas derem para o torto ou meter o pé na argola - no contexto actual, quem garante que o real risco do banco não está reflectido na cotação?);

2) Mas, admitindo que a situação do banco até justificasse um valor justo bem superior: Se quem quer comprar acha que tá bom para comprar, por que motivo os actuais ccionistas iriam vendê-lo A PERDER TANTO GUITO, aos valores próximos dos actuais (mesmo que a OPA oferecesse 0,65 ou 0,70? :shock:
É que o wishful thinking de um pequeno trader de recuperar um punhado de cêntimos perdidos não é a situaçao de um accionista institucional, que investiu no longo prazo e não está para dar de bandeja a estes preços algo que pelos vistos alguém acha que está bom para comprar... É que uma OPA necessitaria da venda (aceitação da oferta) por parte de institucionais de boas fatiotas do capital do banco, certo?

Daí que esperar por uma OPA é, a meu ver, apenas uma esperança, sem grandes fundamentos (ainda que não impossível, claro... a Deus tudo é possível - ver oráculo).

Abraço

P.S. O Sinhor Inginheiro no oráculo:
"Opus, dei tanto da minha vida a esta instituição, não deixes que venham estranjas levar-nos a criança que vi nascer... eu pelo menos, não vendo as minhas acções!"
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por JS123 » 7/1/2011 19:56

jcldsm Escreveu:Até podem subir mais rapidamente que se espera se se tornar apetecível para uma OPA estrangeira. Com o valor a descer estrondosamente o BCP pode vir a ser um banco cada vez mais interessante. Só esta semana perdeu 200 milhões de valor. Se chegar 0,4 ctos/acção então terá ma capitalização bolsista de 2.000 milhões. :mrgreen:



OPA ou Fusão com outro banco nacional para salvar a pele a uma OPA estrageira, não?
Com quem é mais provavel?
 
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