Stiglitz adverte que a Europa arrisca nova recessão devido a
Re: O alcance das palavras de Krugman... em 2002
migluso Escreveu:
O artigo desta semana no NY Times é surreal... Sucintamente, Krugman defende que a dívida americana chegue aos 30 triliões, se tal for necessário para revitalizar a economia.
http://www.nytimes.com/2010/09/06/opini ... ef=general
O autor apenas constata que na II Guerra mundial foi isso que aconteceu:
"From an economic point of view World War II was, above all, a burst of deficit-financed government spending, on a scale that would never have been approved otherwise. Over the course of the war the federal government borrowed an amount equal to roughly twice the value of G.D.P. in 1940 — the equivalent of roughly $30 trillion today."
migluso Escreveu:Em Portugal, os nossos economistas e políticos são TODOS desta linha. Sócrates, então, farta-se de citar Krugman. Se não fosse a Alemanha estaríamos definitivamente perdidos.
E o que diz Krugman que esteja errado?
Que a taxa de juro deveria ser negativa?!
Que estamos numa armadilha de liquidez?!
Que os déficits se resolvem com crescimento?
Que é um erro numa economia estagnada e com elevado desemprego cortar o déficit?!
No artigo que nomeia como "surreal" observo uma análise de dados históricos que servem de base a um argumento, podendo-se concordar ou não com ele, ao contrário de si, que apenas critica e não apresenta nenhum em contrário.
"But guess what? Deficit spending created an economic boom — and the boom laid the foundation for long-run prosperity. Overall debt in the economy — public plus private — actually fell as a percentage of G.D.P., thanks to economic growth and, yes, some inflation, which reduced the real value of outstanding debts. And after the war, thanks to the improved financial position of the private sector, the economy was able to thrive without continuing deficits.
The economic moral is clear: when the economy is deeply depressed, the usual rules don’t apply. Austerity is self-defeating: when everyone tries to pay down debt at the same time, the result is depression and deflation, and debt problems grow even worse. And conversely, it is possible — indeed, necessary — for the nation as a whole to spend its way out of debt: a temporary surge of deficit spending, on a sufficient scale, can cure problems brought on by past excesses."
excertos do artigo "surreal".
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O alcance das palavras de Krugman... em 2002
Krugman, em 2002:
" To fight this recession the Fed needs more than a snapback; it needs soaring household spending to offset moribund business investment. And to do that, as Paul McCulley of Pimco put it, Alan Greenspan needs to create a housing bubble to replace the Nasdaq bubble."
http://www.nytimes.com/2002/08/02/opini ... ble&st=cse
O artigo desta semana no NY Times é surreal... Sucintamente, Krugman defende que a dívida americana chegue aos 30 triliões, se tal for necessário para revitalizar a economia.
http://www.nytimes.com/2010/09/06/opini ... ef=general
Em Portugal, os nossos economistas e políticos são TODOS desta linha. Sócrates, então, farta-se de citar Krugman. Se não fosse a Alemanha estaríamos definitivamente perdidos.
" To fight this recession the Fed needs more than a snapback; it needs soaring household spending to offset moribund business investment. And to do that, as Paul McCulley of Pimco put it, Alan Greenspan needs to create a housing bubble to replace the Nasdaq bubble."
http://www.nytimes.com/2002/08/02/opini ... ble&st=cse
O artigo desta semana no NY Times é surreal... Sucintamente, Krugman defende que a dívida americana chegue aos 30 triliões, se tal for necessário para revitalizar a economia.
http://www.nytimes.com/2010/09/06/opini ... ef=general
Em Portugal, os nossos economistas e políticos são TODOS desta linha. Sócrates, então, farta-se de citar Krugman. Se não fosse a Alemanha estaríamos definitivamente perdidos.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Bom, isto dava para grande conversa porque tinha primeiro de se definir o que é investimento e o que é alta rentabilidade...
A minha interpretação do ele disse é que este frenesim no corte das despesas e investimentos publicos tornam-se completamente cegos.
Vamos dar um exemplo do mais básico que pode haver: congelar as aquisições de frota na função pública. Aplaudido pela generalidade.
No entanto aqui e ali isso pode significar manter em funcionamento viaturas demasiado velhas cujos custos com manutenção são financeiramente incorrectos quando comparados com o valor da viatura e com a prestação / manutenção de uma nova. No entanto como não se pode deixar ao critério do bom senso (inexistente) corta-se a direito.
Os investimentos de alta rentabilidade não precisam de ser grandes investimentos. Um banco que pague 20% em depósitos até 1.000 euros está a proporcionar alta rentabilidade...
E além disso há áreas onde os investimentos até podem não ser avultados (por exemplo restruturações de serviços públicos com investimento mínimo) mas onde os beneficios são elevados. Assim de repente até me lembro de sistemas de informação que permitissem cruzar mais rapido dados patrimoniais por exemplo...
O que nós estamos habituados, infelizmente, é a investimentos estatais catastróficos ou para os quais ninguém faz previsões ou se as faz são desfazadas da realidade.
A minha interpretação do ele disse é que este frenesim no corte das despesas e investimentos publicos tornam-se completamente cegos.
Vamos dar um exemplo do mais básico que pode haver: congelar as aquisições de frota na função pública. Aplaudido pela generalidade.
No entanto aqui e ali isso pode significar manter em funcionamento viaturas demasiado velhas cujos custos com manutenção são financeiramente incorrectos quando comparados com o valor da viatura e com a prestação / manutenção de uma nova. No entanto como não se pode deixar ao critério do bom senso (inexistente) corta-se a direito.
Os investimentos de alta rentabilidade não precisam de ser grandes investimentos. Um banco que pague 20% em depósitos até 1.000 euros está a proporcionar alta rentabilidade...
E além disso há áreas onde os investimentos até podem não ser avultados (por exemplo restruturações de serviços públicos com investimento mínimo) mas onde os beneficios são elevados. Assim de repente até me lembro de sistemas de informação que permitissem cruzar mais rapido dados patrimoniais por exemplo...
O que nós estamos habituados, infelizmente, é a investimentos estatais catastróficos ou para os quais ninguém faz previsões ou se as faz são desfazadas da realidade.
Quico Escreveu:Investimentos estatais de alta rentabilidade?!
Deve estar a gozar com a nossa cara...
Repara que ele não diz para quem é que vai a rentabilidade...

Há aqui comentários que me parecem precipitados sobre o alcance das afirmações dos Stiglitz, Krugman e afins.
Dizer que "não se deve prescindir dos investimentos de elevada rentabilidade" parece-me tão elementar como as avozinhas dizerem "tens que comer para chegares a ser um homenzinho!". Aplica-se ao Estado, como se aplicaria a toda a gente.
Só tenho pena que não se continue o raciocínio um pouco mais para ver se eu percebo onde querem chegar. A pergunta que faço é só uma: investir como?! se já ninguém nos quer emprestar?!
"In God we trust. Everyone else, bring data" - M Bloomberg
Moço de recados
Este tipo, Stiglitzy ou Spaghety, ou raio como o gajo se chama, deram-lhe um prémio Nóbel, como quem diz, agora, "tens licença para matar".
Os europeus vão fazendo o seu trabalhinho de casa, com alguma(embora soft)politica de austeridade enquanto os EUA vão empurrando os problemas com a barriga.
Os europeus vão fazendo o seu trabalhinho de casa, com alguma(embora soft)politica de austeridade enquanto os EUA vão empurrando os problemas com a barriga.
Editado pela última vez por agany em 26/8/2010 8:30, num total de 2 vezes.
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Esse Senhor fala em investimentos de alta rentabilidade,
ele deve pensar que está na China ou na antiga USSR, porque que eu tenha conhecimento os governos
ocidentais não são empresas que investem em industrias, petróleo , etc.
Mas na volta sou eu que percebo tudo ao contrário , LOL.
ele deve pensar que está na China ou na antiga USSR, porque que eu tenha conhecimento os governos
ocidentais não são empresas que investem em industrias, petróleo , etc.
Mas na volta sou eu que percebo tudo ao contrário , LOL.
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Re: Stiglitz adverte que a Europa arrisca nova recessão devi
Pata-Hari Escreveu:“Cortar, com ou sem vontade, nos investimentos de alta rendibilidade apenas para fazer com que os números do défice pareçam melhores é realmente um disparate”
O gajo tem toda a razão no que diz mas infelizmente os nossos políticos sofrem de miopia finaceira e acham que investimento de alta rentabilidade são TGVs deficitários ou, a nível autárquico, estátuas a compor rotundas, que ninguém conseque descortinar o que representam.
Sendo assim, resta a solução radical de não deixar a coisa ao bom senso desses rapazinhos que nos governam e cortar logo a direito, acabando por eliminar coisas que até seriam boas.
A solução que os neo keynesianos apontam é só uma: mais estímulos públicos à economia, através da monetização dos défices orçamentais, logo através da desvalorização da moeda.
O problema é que os níveis de dívida chegaram a um tal ponto que é uma questão de tempo até os mercados perceberem que os Estados não conseguirão pagar as suas obrigações, sem imprimirem triliões de moeda.
A dúvida é só uma: default ou hiperinflação.
Em qualquer dos casos, estamos fritos.
O problema é que os níveis de dívida chegaram a um tal ponto que é uma questão de tempo até os mercados perceberem que os Estados não conseguirão pagar as suas obrigações, sem imprimirem triliões de moeda.
A dúvida é só uma: default ou hiperinflação.
Em qualquer dos casos, estamos fritos.
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Stiglitz, como socialista que é, defende medidas de acordo com a sua ideologia porque acredita que esta é a melhor via para sair da crise.
Infelizmente, parece não concluir que os EUA, apesar dos elevados estímulos à economia continuam com a corda na garganta. Por outro lado, a Alemanha, que não cedeu a pressões para aumentar o procura interna, especialmente através do consumo público (que por sua vez arrastaria o privado), é a economia mais pujante do mundo ocidental.
São factos, que os neo keynesianos como Stiglitz, Krugman e Galbraith parecem não querer ver.
A dívida é uma questão menor para estes economistas, o que interessa é evitar uma espiral deflacionista através da monetização dos défices orçamentais.
Na minha opinião, a emenda vai sair pior que o soneto e ainda bem que a Europa não embarca nesta política.
Infelizmente, parece não concluir que os EUA, apesar dos elevados estímulos à economia continuam com a corda na garganta. Por outro lado, a Alemanha, que não cedeu a pressões para aumentar o procura interna, especialmente através do consumo público (que por sua vez arrastaria o privado), é a economia mais pujante do mundo ocidental.
São factos, que os neo keynesianos como Stiglitz, Krugman e Galbraith parecem não querer ver.
A dívida é uma questão menor para estes economistas, o que interessa é evitar uma espiral deflacionista através da monetização dos défices orçamentais.
Na minha opinião, a emenda vai sair pior que o soneto e ainda bem que a Europa não embarca nesta política.
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Sinceramente cada vez mais tenho menos respeito por estes senhores,
A Europa chegou onde está, endividada pela via do excesso do Estado Social,
depois vieram os ditos apoios ao sector financeiro devido a uma golpada com origem em Wall Street.
Agora vem dizer aos que devem cem que só podem recuperar se pedirem mais emprestado, Senhores isto é de loucos.
A parte gira é que este Senhor que eu saiba não aponta um caminho com soluções práticas para o seu próprio País, acho muito estranho.
Porque estar sentado numa secretária a olhar para papéis que lhe dizem que o dinheiro é bem ou mal investido, dá-me vontade de rir.
Sinceramente estou farto de teóricos.
Gostava de ver estes Senhores montarem uma empresa e terem sucesso, o que pessoalmente não acredito.
A Europa chegou onde está, endividada pela via do excesso do Estado Social,
depois vieram os ditos apoios ao sector financeiro devido a uma golpada com origem em Wall Street.
Agora vem dizer aos que devem cem que só podem recuperar se pedirem mais emprestado, Senhores isto é de loucos.
A parte gira é que este Senhor que eu saiba não aponta um caminho com soluções práticas para o seu próprio País, acho muito estranho.
Porque estar sentado numa secretária a olhar para papéis que lhe dizem que o dinheiro é bem ou mal investido, dá-me vontade de rir.
Sinceramente estou farto de teóricos.
Gostava de ver estes Senhores montarem uma empresa e terem sucesso, o que pessoalmente não acredito.
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Esta malta sabe fazer muito bem aquilo que é fácil, ou seja, criticar e mandar abaixo. Apresentar soluções está quieto.
A Europa ora é presa por ter cão ora por não ter! Se não corta o défice tem uma crise de dívida e então aí a economia morre mesmo, se corta no défice “estrangula” a economia… venha o diabo e escolha! Nestes momentos não há soluções boas, há soluções menos más!
A Europa ora é presa por ter cão ora por não ter! Se não corta o défice tem uma crise de dívida e então aí a economia morre mesmo, se corta no défice “estrangula” a economia… venha o diabo e escolha! Nestes momentos não há soluções boas, há soluções menos más!
Re: Stiglitz adverte que a Europa arrisca nova recessão devi
Pata-Hari Escreveu:“Cortar, com ou sem vontade, nos investimentos de alta rendibilidade apenas para fazer com que os números do défice pareçam melhores é realmente um disparate”
Olá Pata "dança com mantas"!
Há um filme com o Peter Sellers (que recomendo - "Being There" , 1979) que conta a história de um jardineiro, que só vê televisão, e que chega a conselheiro do Presidente dos EUA sem ninguém perceber que lhe faltam é fusíveis...
Não será certamente o caso deste... Mas estas citações são girar, põem o pessoal a tenir e tal, mas dão para muita coisa.
O meu problema com os "gurus" é a interpretação destas tiradas. Normalmente não concretizam muito, o que até se compreende. Só que resulta facílimo descontextualizar uma frase destas e concluir: "bora lá encher isto tudo de autoestradas, pontes e rotundas!" (medo...)
A mim, por exemplo, parece-me claro que é fácil aplicar a frase que cito à anunciada privatização do que falta na GALP, EDP, ... Mas se puderes pergunta lá ao teu amigo Stiglitz a ver se concorda...

"In God we trust. Everyone else, bring data" - M Bloomberg
Stiglitz adverte que a Europa arrisca nova recessão devido a
Crise está para durar
Stiglitz adverte que a Europa arrisca nova recessão devido a vaga de austeridade
24.08.2010 - 11:24 Por Lusa, PÚBLICO
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O Prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz considera que a economia europeia se arrisca a entrar de novo em recessão devido aos cortes na despesa que os governos estão a realizar para reduzir os seus défices orçamentais.
Joseph Stiglitz
(Nuno Ferreira Santos/ arquivo)
“Cortar, com ou sem vontade, nos investimentos de alta rendibilidade apenas para fazer com que os números do défice pareçam melhores é realmente um disparate”, afirmou o norte-americano Joseph Stiglitz, professor na Universidade de Columbia, numa entrevista à rádio irlandesa RTE, citada pela agência Bloomberg.
“Porque tantos na Europa estão concentrados no número artificial de três por cento [de défice], que não tem qualquer realismo e só olha para um lado da balança, a Europa está em risco de entrar em nova recessão”, acrescentou o Nobel da Economia.
Os governos da zona euro estão a aumentar os seus esforços, com mais medidas, para cortar os défices para menos de três por cento do PIB, depois de a crise grega ter afectado de forma grave a confiança dos investidores nos países da moeda única.
Apesar de no segundo trimestre a economia se ter expandido ao ritmo mais elevado dos últimos quatro anos, a retoma começa a mostrar sinais de abrandamento.
Stiglitz, que falava àquela rádio irlandesa, considerou que, por si só, a Irlanda era demasiado pequena para determinar o que acontece à Europa no seu todo, alertando no entanto que se “a Alemanha, o Reino Unido e outros dos maiores países seguirem esta abordagem de austeridade excessiva, a Irlanda irá sofrer”, à semelhança do que acontecerá nesse caso aos países mais pequenos e dependentes das maiores economias.
“O problema é que não estamos a sair muito depressa desta crise”, alertou ainda. “O que estamos a fazer é a prepararmo-nos para um período prolongado ao estilo japonês de doença de baixo crescimento durante muito tempo. É muito perturbador que as pessoas estejam a falar de uma nova normal”, com o desemprego nos dez por cento, “o que seria devastador”.
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