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Caldeirão da Bolsa

Afinal o homem percebia da poda

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por migluso » 23/7/2010 0:11

Vou tentar centrar-me na questão puramente económica.

Ter todo este ouro, vale a pena?

Na minha opinião sim, e Portugal não deveria vender nem mais uma barra.

O mundo vive num sistema monetário fiduciário, isto é, as pessoas acreditam que o papel que têm no bolso tem valor intrínseco. O mundo vive neste sistema desde 1971, com o fim do chamado padrão ouro.

Na história há diversas experiências de "fiat currency" que, em último caso, acabam por ruir. Portanto, como diz no texto e bem, o ouro é a verdadeira reserva que um país pode ter. As reservas devem servir para serem usadas em casos extremos e, para isso, nada melhor que ouro. Num caso destes, por exemplo, numa crise de escassez de alimentos, nenhum país que tenha alimentos em excesso recusará trocá-los por ouro, mas nada garante que o mesmo país aceitasse dólares ou euros como moeda de troca, caso a desconfiança imperasse no sistema monetário internacional. Portanto, na minha opinião, este ouro é o melhor seguro contra catástrofes que o país pode ter, para além de stocks de alimentos, obviamente.

Outro aspecto, este mais da economia "real".
Uma das razões apontadas para a revolução industrial ter chegado a Portugal com quase 100 anos de atraso, para além da nossa filosofia e educação católica (os países onde a revolução industrial foi mais intensa, com excepção da França, eram e são protestantes - para evitar desde já conflitos neste campo, declaro-me agnóstico), foi o facto de Portugal ter excesso de produção de ouro do Brasil. As cortes governavam-se e viviam luxuosamente à custa das importações de bens e tecnologias desenvolvidas e produzidas especialmente no Reino Unido e que eram pagas com esse ouro. Ao Estado de então, nunca interessou produzir nada porque o ouro comprava tudo o que as elites precisavam para o seu conforto.
A ser verdade, afinal o uso do ouro é positivo ou negativo para o desenvolvimento sustentado no longo prazo?

A África do Sul é o maior produtor mundial de ouro e é pobre. A Suiça tem mais de 1000 ton. de reservas de ouro e é rica.

Será que o ouro tem algum papel nisto?
Será que o ouro é factor de desenvolvimento? Duvido. Mas que é um bom seguro, a história diz que sim.

Cumprimentos
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por LTCM » 22/7/2010 23:04

Luciano Amaral, Economia Portuguesa, As Últimas Décadas:

“Em 1974, o Estado português despendia em gastos militares o equivalente a 6% do PIB. (…) Hoje, os gastos com a Defesa andam próximo de 1% do PIB. Já aqueles que, nos orçamentos, recebem a designação de sociais (incluindo, portanto, a Segurança Social e parte dos financiamentos dos sistemas educativo e de Saúde) atingem cerca de 20% do PIB.”

“O crescimento do sistema público de saúde tem sido outra componente importante das despesas sociais. À altura do 25 de Abril, os gastos orçamentais nesta rubrica rondavam os 2% do PIB. Hoje, chegam quase a 7% (…).”

“Também na Educação o crescimento das despesas públicas tem sido constante, com os gastos neste domínio a passarem de mais ou menos 1% do PIB em 1974 para próximo de 7% actualmente.”
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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por mancargon » 22/7/2010 23:00

Portugal devia o seu produto a Inglaterra e termina com os cofres cheios de Ouro! Há dúvidas? Portugal não tinha uma estrada, telefones, parque sindustriais, nada! Inflação em 1920 425% !!!!! Em 1919 1 Libra =7$50 em 1924 1 Libra= 127$40.

1.ª Orçamento de salazar- Supravit de 275.000 contos

1.º Período- Estagnação Programada (1928-30 a 45)
-Princípio do equilibrio orçamental
-Substituição de generais por professores universitários
-Intervencionismo
-menos importações agrícolas
-mais exportações de volfrâmio
-Estabilidade do escudo
-Reconversão da dívida externa
-Crescimento em tempo de guerra médio superior a 5%


2.º Periodo- (1945 final da década de 50)
3.º Periodo(1960-68)- Abertura ao exterior e promoção das exportações.
Industrialização por substituiçaõ de Exportações.
-Planos de flomento
-Adesão à EFTA
Emigração permite redizir o desemprego e o sub emprego
-Remessas dos imigrantes
-Atracção de Capita estrangeiro (Inglaterra, RFA,Espanha, Suiça;paises Baixos;EUA.
Industrias transformadores crescem 47,2%
Serviços- 37,1%
Crescimento das exportações 11,1%
Industrialização
Rodovias
Telecomunicações
Electrificação
Modelo exportador-Ascenção do capital Industrial e financeiro»» modelo exportador exogenamente imposto- Industrialização para exportação (internacionalização da economia portuguesa)
-Desenvolvimento de grupos financeiros
-Crescimento do Turismo com a abertura ao exterior
-Crescimento de 2 digitos.

4.º Periodo(1968 a 1974)- Modelo Exportador associado ao capital estrangeiro.

O modelo marcelista- Modelo exportador associadoa ao capital extrangeiro.
Todos é que sabemos tudo!!!! www.tradingearbitragemdesportiva.com (brevemente no ar).
 
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por Sr_SNiper » 22/7/2010 22:52

carf2007 Escreveu:
TheTraveler Escreveu:
carf2007 Escreveu:Para quem é adepto do regime de Salazar, uma sugestão :


Juntem-se, fretem um avião e vão viver para a Coreia do Norte !!


Coreia do Norte, República Socialista. Podes mandar pra lá os Socialistas, vão-se sentir em casa.


Também podem ir TODOS !!


Para esse lados é que a malta do PCP devia ir... não vamos confundir com os salazaristas... uma coisa é uma coisa... outra coisa é outra coisa...
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por carf2007 » 22/7/2010 22:33

TheTraveler Escreveu:
carf2007 Escreveu:Para quem é adepto do regime de Salazar, uma sugestão :


Juntem-se, fretem um avião e vão viver para a Coreia do Norte !!


Coreia do Norte, República Socialista. Podes mandar pra lá os Socialistas, vão-se sentir em casa.


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por TheTraveler » 22/7/2010 22:31

carf2007 Escreveu:Para quem é adepto do regime de Salazar, uma sugestão :


Juntem-se, fretem um avião e vão viver para a Coreia do Norte !!


Coreia do Norte, República Socialista. Podes mandar pra lá os Socialistas, vão-se sentir em casa.
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por carf2007 » 22/7/2010 22:19

Para quem é adepto do regime de Salazar, uma sugestão :


Juntem-se, fretem um avião e vão viver para a Coreia do Norte !!

A vossa terra de sonho, sem assaltos, sem desrespeito pelas autoridades, sem obscenidades na TV e na internet (se é que há internet), com um governo estável ...

Vão e sejam felizes !
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por carf2007 » 22/7/2010 22:04

TheTraveler Escreveu:
carf2007 Escreveu:É verdade que há muitas escolas contruidas no tempo do Salazar...

Mas também ,num pais onde não havia nada e TANTOS ANOS no poder, é natural que tenha deixado alguma coisa. A questão é Será que não podia ter deixado muito mais trabalho feito, em vez de ouro?


Então afinal, o Salazar que era mau, passou a ser bom, mas podia ter sido melhor. É isto? :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

carf2007 Escreveu:Isto é real...

O meu pai nasceu em 1943 numa aldeia de Arcos de Valdevez(400km de Lisboa, naquela Altura, imaginem), até aos 12 anos ia a pé para a escola descalço, aos 12 os pais dele compraram-lhe os primeiros sapatos para manda-lo trabalhar para Lisboa,


Fora de brincadeiras, para comparação ao antes de Salazar era curioso saber com que idade avô e bisavô compraram os primeiros sapatos. E se tinham escola para frequentar.


Não passou a ser bom só porque construiu escolas.

O avo e bisavo viviam melhor porque nasceram antes da 2º guerra mundial.

Voçês estão a desconversar, este tópico começou pela questão do Ouro que ele acumulou, e em relação a isso acho que deveria ter utilizado algum desse ouro para matar a fome a muitos necessitados e depois para fazer evoluir o país e as condições de vida das pessoas.
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por PPalma » 22/7/2010 21:02

Tópico giro, dá para ver a História que se ensina hoje em dia.

Eu não tenho memória do Tempo de Salazar mas tenho a partir de 1971.

Também me lembro de ir a Espanha e ver Espanha mais atrasada que Portugal.

Também vejo que muitos aqui nunca perceberam que os ditos cujos presos políticos famosos, Álvaro Cunhal, Mário Soares, etc, pertenciam às classes altas do antigo Portugal, de povo não tinham nada.

E já que estudaram tanto poderiam ver as origens da maioria dos políticos que nos regem hoje.

Havia professores nos finais da década de 70 que se alguém dizia que era PSD ou pior era logo posto a parte , também me lembro disso. Agora chamam-se Bloquistas e democratas ou coisa assim, na altura era UDP, MRPP, LUAR, MES, etc.

Vi aqui a descrição do que se passava e que é verdade do antigamente e só faço uma pergunta.

Quem podia tirar cursos, estar anos em Hoteis, viajar para meio mundo?

Não estou contra ninguém nem quero atingir ninguém , só queria que o pessoal pensasse um pouco sobre as coisas antes de falar.
 
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por Sr_SNiper » 22/7/2010 20:46

PAZ À SUA ALMA...
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por Fenicio » 22/7/2010 20:44

TheTraveler Escreveu:
Fenicio Escreveu:És um fascista, TheTraveler?


Isto é a acusação normal a quem não diga que Salazar foi a pior coisa de sempre que aconteceu a Portugal.
Quem mostrar indicadores em que havia evolução económica e social numa determinada época é com certeza fascista.

Fenicio Escreveu:Com o teu discurso, estás a defender o fim das liberdades individuais em pról de um poder central exercido por um ditador (um indivíduo qualquer, "não escolhido por ti" e sobre o qual não tens poder para afastá-lo do poder absoluto)?


Onde é que eu defendi isso? Que me lembre limitei-me a mostrar os tais indicadores contrários ao que alguns tentam fazer ver. Esses indicadores mostram que havia evolução e não regressão em vários factores, ao contrário do que por aí se ouve.

Não sabia que se passava a ser fascista só por mostrar valores que muitos não querem ver. Será que esses dados favoráveis ao antigo regime devem ser apagados ou censurados agora que estamos em época de liberdade?

Se encontrares na minhas mensagens deste tópico a parte em que disse que concordo com "o fim das liberdades individuais em pról de um poder central exercido por um ditador" relembra-me onde está, não me lembro de ter escrito isso. Nem sequer de ter pensado isso...

Fenicio Escreveu:Se não és um fascista, então peço desculpas mas tens que repensar o teu discurso.


E repensar o discurso porquê? Se eu não concordar com um regime sou obrigado a só falar mal dele? Isso é falta de inteligência.

Até o Sócrates já fez uma coisinha ou outra boa :mrgreen: , nem tudo são desgraças.

Em tudo neste mundo há um lado bom e um lado mau. Há muita gente que quer fazer ver que o antigo regime só tinha um lado mau. Os indicadores mostram que nem tudo era mau. Sou obrigado a não ver o lado positivo? Até a antiga URSS tinha lados positivos, a educação era um deles. Sou obrigado a só falar mal deles porque eram um regime repressivo? Claro que não, em tudo há um lado positivo. E se perguntares se quero que o antigo regime volte, a resposta é: Claro que não!


Respondeste a minha pergunta. :) Agradecido. ;)
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por TheTraveler » 22/7/2010 20:42

Fenicio Escreveu:És um fascista, TheTraveler?


Isto é a acusação normal a quem não diga que Salazar foi a pior coisa de sempre que aconteceu a Portugal.
Quem mostrar indicadores em que havia evolução económica e social numa determinada época é com certeza fascista.

Fenicio Escreveu:Com o teu discurso, estás a defender o fim das liberdades individuais em pról de um poder central exercido por um ditador (um indivíduo qualquer, "não escolhido por ti" e sobre o qual não tens poder para afastá-lo do poder absoluto)?


Onde é que eu defendi isso? Que me lembre limitei-me a mostrar os tais indicadores contrários ao que alguns tentam fazer ver. Esses indicadores mostram que havia evolução e não regressão em vários factores, ao contrário do que por aí se ouve.

Não sabia que se passava a ser fascista só por mostrar valores que muitos não querem ver. Será que esses dados favoráveis ao antigo regime devem ser apagados ou censurados agora que estamos em época de liberdade?

Se encontrares na minhas mensagens deste tópico a parte em que disse que concordo com "o fim das liberdades individuais em pról de um poder central exercido por um ditador" relembra-me onde está, não me lembro de ter escrito isso. Nem sequer de ter pensado isso...

Fenicio Escreveu:Se não és um fascista, então peço desculpas mas tens que repensar o teu discurso.


E repensar o discurso porquê? Se eu não concordar com um regime sou obrigado a só falar mal dele? Isso é falta de inteligência.

Até o Sócrates já fez uma coisinha ou outra boa :mrgreen: , nem tudo são desgraças.

Em tudo neste mundo há um lado bom e um lado mau. Há muita gente que quer fazer ver que o antigo regime só tinha um lado mau. Os indicadores mostram que nem tudo era mau. Sou obrigado a não ver o lado positivo? Até a antiga URSS tinha lados positivos, a educação era um deles. Sou obrigado a só falar mal deles porque eram um regime repressivo? Claro que não, em tudo há um lado positivo. E se perguntares se quero que o antigo regime volte, a resposta é: Claro que não!
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Re:The traveler

por ferreira10 » 22/7/2010 20:23

Na minha perspectiva há aqui alguma confusão relativamente a este tema da alfabetização. Salazar chegou ao poder, suponho, não sei precisar, em 1927 ou entre 1927 e 1930.Em 1950, volvidos cerca de 20 anos, começa-se a perceber de uma forma muito séria a falta de industrialização do país. Cerca de 20 anos, repito cerca de 20 anos depois, de uma célebre entrevista dada pelo presidente do conselho (Salazar) ao então Jornal “Século”.Na qual ele enfatizava a ideia de que Portugal necessitava unicamente de uma classe dirigente letrada, que governasse o pais. Na década de 50, mais ou menos de 1950 a 1960 apareceram figuras que predicavam a industrialização de Portugal. E cujo trabalho meritório nesse aspecto, hoje é reconhecido. Realmente, nos anos 50, houve a abertura de muitas escolas primárias. Tentava-se arrepiar caminho. Aliás, a arquitectura dessas escolas, dita arquitectura do Estado Novo, é por nós bem conhecida. Só que é aqui que está o calcanhar de Aquiles; se por um lado todo este processo começou tarde demais e isso é um factor critico; por outro, toda a política do estado novo era dirigida de modo a que fossem passadas para as populações os rudimentos básicos. Como saber escrever e contar. Aliás há frases célebres ligadas à PIDE, que apontavam no sentido de que se o povo fosse muito educado, conseguia perceber a literatura subverssiva.Agora pergunto eu:Quando falamos hoje de empresários mesquinhos, com falta de visão, os rudimentos de escrita e contagem são ou foram suficientes para criar um verdadeiro tecido empresarial?
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por pdcarrico » 22/7/2010 20:19

Jolly Roger Escreveu:
O Brasil já tinha passado à história há imenso tempo.
Companhia Nacional de Navegação, Lisnave, Mabor, Tractores de Portugal, Tramagal, Companhia União Fabril, estou a citar de memória mas havia muito mais.

Ou não percebeste, ou não queres perceber o que eu disse. O que eu disse é que o modelo de enriquecimento quando no tempo do Brasil era o mesmo. Só que em vez de ser do Brasil, era das ex-colónias africanas para onde boa da nossa mão-de-obra podia ser escoada e de onde se podiam colher riquezas que para a dimensão económica do País eram extraordinárias.
Jolly Roger Escreveu:
No campo na indústria ou nos serviços, onde quer que estivessem não é importante. Estavam nalgum lado.
Hoje estão em casa sem nada para fazer ou no café a contar as horas que passam.

Hoje podem ir para o campo se quiserem. Só não vão porque não querem, ainda para mais com os preços baixos dos terrenos agrícolas. A menos que estejas a sugerir alguma forma de requisição civil para a agricultura. :roll:
pdcarrico Escreveu:O problema é que ninguém colocaria em causa a competência dos dirigentes quando se vive sem liberdade de expressão. Hoje podemos falar mal de todos por causa da democracia e não apesar da democracia.

Jolly Roger Escreveu:
Fraca compensação essa.
Hoje podes falar, mas em muita coisa tens mais razão hoje para o fazer do que tinhas nessa altura.


Para mim é uma óptima forma de compensação. Criticar é uma boa forma de fazer a democracia funcionar e mudar alguma coisa. Antes tivemos de gramar 40 anos do mesmo sem dizer nada.
pdcarrico Escreveu:Parece-me que este quadro sempre foi o nosso. Só que antes, ninguem denunciava quem se colava ao Estado.

Jolly Roger Escreveu:
Nessa altura havia um pouquinho mais de vergonha e de ética.
Hoje até há comissões de ética mas é só para fazer de conta.
Se a ética fosse espontânea não era preciso uma comissão da dita.


Eu acho exactamente o contrário. Falar de ética e Estado Novo na mesma frase é para mim quase surreal. Mas enfim, a liberdade dá-te o direito de dizer o que eu acho uma autêntica barbaridade.
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por Fenicio » 22/7/2010 20:14

TheTraveler Escreveu:E em que estado estaríamos hoje se não tivesse entrado o fascista? Os que lá estavam antes deles estavam a fazer um bom trabalho?


Não respondeste a minha pergunta. Serei mais directo e incisivo:

És um fascista, TheTraveler? Com o teu discurso, estás a defender o fim das liberdades individuais em pról de um poder central exercido por um ditador (um indivíduo qualquer, "não escolhido por ti" e sobre o qual não tens poder para afastá-lo do poder absoluto)?

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por TheTraveler » 22/7/2010 20:08

E em que estado estaríamos hoje se não tivesse entrado o fascista? Os que lá estavam antes deles estavam a fazer um bom trabalho?
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por Fenicio » 22/7/2010 20:01

TheTraveler Escreveu:
Fenicio Escreveu:Salazar não tinha a UE, mas tinha um território vastíssimo em África, incríveis extensões de terras ricas em matérias-primas valiosíssimas, tudo o que tinha a fazer era esticar o braço, afastar uns quantos nativos e apanhar aquilo que quisesse.


Tal como tinham os seus antecessores. Esses fizeram melhor que Salazar?


Não! E agora me responda: isto justifica a defesa de um regime fascista? :|
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por Jolly Roger » 22/7/2010 19:59

pdcarrico Escreveu:
Crescimento de reservas, como aliás aconteceu quando fomos buscar ouro ao Brasil há 200 anos atrás. A fonte não era nossa. Desenvolvimento que é bom, não se via.



O Brasil já tinha passado à história há imenso tempo.
Companhia Nacional de Navegação, Lisnave, Mabor, Tractores de Portugal, Tramagal, Companhia União Fabril, estou a citar de memória mas havia muito mais.

pdcarrico Escreveu:Com 1/3 da população no campo, era mais fácil acomodar o desemprego potencial!


No campo na indústria ou nos serviços, onde quer que estivessem não é importante. Estavam nalgum lado.
Hoje estão em casa sem nada para fazer ou no café a contar as horas que passam.

pdcarrico Escreveu:O problema é que ninguém colocaria em causa a competência dos dirigentes quando se vive sem liberdade de expressão. Hoje podemos falar mal de todos por causa da democracia e não apesar da democracia.



Fraca compensação essa.
Hoje podes falar, mas em muita coisa tens mais razão hoje para o fazer do que tinhas nessa altura.

pdcarrico Escreveu:Parece-me que este quadro sempre foi o nosso. Só que antes, ninguem denunciava quem se colava ao Estado.


Nessa altura havia um pouquinho mais de vergonha e de ética.
Hoje até há comissões de ética mas é só para fazer de conta.
Se a ética fosse espontânea não era preciso uma comissão da dita.
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por TheTraveler » 22/7/2010 19:59

Fenicio Escreveu:Salazar não tinha a UE, mas tinha um território vastíssimo em África, incríveis extensões de terras ricas em matérias-primas valiosíssimas, tudo o que tinha a fazer era esticar o braço, afastar uns quantos nativos e apanhar aquilo que quisesse.


Tal como tinham os seus antecessores. Esses fizeram melhor que Salazar?
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por pdcarrico » 22/7/2010 19:58

A nossa indústria no tempo de Salazar sempre foi precária justamente porque era protegida pelo Estado Novo.

Digo isso de experiência familiar. A minha família era rica e industrial no tempo de Salazar, e protegida da concorrência porque tinha um alvará que era preciso para tudo. Depois acabou falida por outras razões.

No fundo os ricos viviam protegidos e os pobres que continuassem assim. O modelo resultou no Portugal atrasado e deprimido de 74.

Depois não melhoramos muito em produtividade e em outros serviços. Criticar o Portugal de hoje faz sentido, mas nunca à custa da defesa do indefensável. Ainda bem que o Estado Novo acabou.
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por keijas » 22/7/2010 19:53

mfsr1980 Escreveu:Mas olha que os presos politicos da altura respiravam saúde! Olha só para o Mário Soares como anda ali fresquinho(e se o gajo não merecia estar preso), o Alegre está fresco também, só o Cunhal é que morreu mas de nenhuma maleita da prisão.


desculpa dizer isto,, quando na discussão deste tema se desce a este tipo de argumentação, não há mais nada a dizer.

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por Fenicio » 22/7/2010 19:49

mfsr1980 Escreveu:Ó carf2007,
A evolução só foi possível com a adesão a UE e com os fundos desta! Não foi má vontade, Salazar não tinha esses fundos e o Pais não criava riqueza assim.


Salazar não tinha a UE, mas tinha um território vastíssimo em África, incríveis extensões de terras ricas em matérias-primas valiosíssimas, tudo o que tinha a fazer era esticar o braço, afastar uns quantos nativos e apanhar aquilo que quisesse.

Portugal sempre viveu à base de fundos estrangeiros. Numa altura os "fundos" vinham do Brasil e colónias africanas, hoje em dia vem de Bruxelas.

Na altura do "pai" Salazar não fizeram nada, tal e qual hoje em dia, e mesmo assim insistem em dizer que "naquela época" era melhor? :roll:
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por mfsr1980 » 22/7/2010 19:44

Ó carf2007,
A evolução só foi possível com a adesão a UE e com os fundos desta! Não foi má vontade, Salazar não tinha esses fundos e o Pais não criava riqueza assim.
 
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por pdcarrico » 22/7/2010 19:43

Jolly Roger Escreveu:Se quisermos olhar para as coisas com alguma objectividade e isenção, há 2 coisas que são fortemente criticáveis no Estado Novo.

Uma foi as colónias e a outra foi ser um regime de partido único com a existência de presos políticos.

Tirando isso, e com particular incidência a partir do início da década de 60, a economia crescia, o Estado era levezinho, a carga fiscal era uma brincadeira comparada com a de hoje, o tecido empresarial era forte e consistente e com tendência para continuar a crescer e o desemprego era mínimo.

Crescimento de reservas, como aliás aconteceu quando fomos buscar ouro ao Brasil há 200 anos atrás. A fonte não era nossa. Desenvolvimento que é bom, não se via.
Com 1/3 da população no campo, era mais fácil acomodar o desemprego potencial!
Jolly Roger Escreveu:O Estado tinha os melhores cérebros que as universidades produziam na altura e esses serviam a coisa pública em vez de se servirem dela.

O problema é que ninguém colocaria em causa a competência dos dirigentes quando se vive sem liberdade de expressão. Hoje podemos falar mal de todos por causa da democracia e não apesar da democracia.
Jolly Roger Escreveu:Hoje já não há colónias o que é bom, já não há presos políticos o que também é bom, mas:

A economia não cresce ou se cresce tem um crescimento ridículo, o Estado é um comboio imenso que não pára de engordar, a carga fiscal é intensa e com tendência para se tornar cada vez mais asfixiante, o tecido empresarial é raquítico e o que é pujante vive encostado ao regime, o desemprego está instalado em cada esquina e está a tornar-se moda, o Estado está cheio de cérebros medíocres e... como cereja em cima do bolo, estes servem-se da coisa pública enquanto apregoam que a estão a servir, mas estão cada vez mais gordos e anafados.

Em resumo, para corrigir duas coisas que estavam mal e eram indesejáveis estragou-se tudo o resto.

A partir daqui pode-se compôr o ramalhete como se quiser que o resultado está à vista.

Parece-me que este quadro sempre foi o nosso. Só que antes, ninguem denunciava quem se colava ao Estado.
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por carf2007 » 22/7/2010 19:40

mfsr1980 Escreveu:Caro Carf2007,
Salazar não desenvolveu Arcos de Valdevez, porque na altura Lisboa era Portugal e o resto... era paisagem!


Isso foi o que eu disse no inicio. E achas que isso foi boa politica ? Deixar ao abandono milhares de Portugueses enquanto acumulava tanto ouro? Sim, porque não é apenas Português quem nasce em Lisboa.
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