Novo artigo: Trichet de mãos atadas ao pé de Bernanke
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Merkel Rejects Obama's Call to Spend
BERLIN—Chancellor Angela Merkel roundly rebuffed U.S. President Barack Obama's call for Germans to aid the global recovery by spending more and relying less on exports, even as she warned that Europe's own financial crisis is far from over.
She took aim at an idea voiced by France, the U.S. and others that Germany should help global producers by spurring its persistently weak consumer demand and ending its dependence on unsustainable spending elsewhere. The latest call came in a letter last Friday from Mr. Obama to the G-20, in which he asked big exporters—Germany, China and Japan—to rebalance global demand by boosting consumer spending.
Ms. Merkel countered that Germany's growth and employment are rising—and therefore the world's fourth-largest economy has no reason to rethink its dependence on its powerhouse industrial sector and large trade surplus. "German export successes reflect the high competitiveness and innovation strength of our companies," she said. "Artificially reducing Germany's competitiveness would be of no use to anyone."
The U.S. reiterated its stance Wednesday. "It is important for European growth in particular, and the world more generally, that advanced surplus economies in Europe strengthen the contribution of internal demand to growth," a senior administration official said.
Ms. Merkel's defense of Germany's export-heavy model marks Berlin's second rebuff to international demands in recent days. Early this week, Ms. Merkel rejected calls for Germany to prolong fiscal-stimulus measures in the short term.
Germany's position threatens to isolate it within the G-20, likely making it difficult for it to win support for tougher financial-market regulation and its other priorities.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
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Ulisses como pretendes que o BCE esteja preocupado com o crescimento económico e desemprego se não tem poder orçamental estando estes ainda no controlo dos governos? torna-se um pouco dificil....outro ponto extremamente importante é que sem estabilidade de preços é quase impossivel manter uma União Monetária...percebe-se o porque do BCE dar primazia à estabilidade de preços
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O ensinamento que tirei do livro de Gustave Flaubertn é que as dívidas podem ser mortais
Tornar estatutos do BCE, mais flexíveis é exactamente o contrario ,dar vida a quem se indevida, ficando indeterminadamente ligado a maquina .
E sabendo que a má moeda expulsa a boa ,os alemães serão vitimas da "Lei de Gresham" .Quem irá comprar a boa dívida ?
Cumprimentos
Ul
Tornar estatutos do BCE, mais flexíveis é exactamente o contrario ,dar vida a quem se indevida, ficando indeterminadamente ligado a maquina .
E sabendo que a má moeda expulsa a boa ,os alemães serão vitimas da "Lei de Gresham" .Quem irá comprar a boa dívida ?
Cumprimentos
Ul
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ul, é verdade que a crise não tem a ver com estatutos e apontaste uma série de factores importantes que contribuiram para ela. O que eu defendo é que os estatutos do BCE, devem ser mais flexíveis, para dar resposta a momentos como este.
Isso não invalida que se deva repensar o actual paradigma económico que está na base desta crise.
Um abraço,
Ulisses
Isso não invalida que se deva repensar o actual paradigma económico que está na base desta crise.
Um abraço,
Ulisses
Se me permite uma confidência o Ulisses e eu sabemos que a actual crise nada tem a ver com os estatutos do BCE.
O diagnostico a muito que esta feito o mundo ocidental desde de a vários anos que consome mais que produz, dito de uma forma simples.
Todo o crescimento económico dos últimos anos foi fruto da valorização dos activos. Se na Espanha ela só construía mais casas que a França, Alemanha e Inglaterra juntas, na Grécia o número de efectivos na função pública aumentou em 50% e o seu ordenado 100% na última década, assim se foi escondendo a realidade.
Os políticos continuarem a prometer mais estado social , sabendo que não havia dinheiro para o manter .
Toda esta festa incluído as bebidas foram pagas a credito , para já os credores estão a bater a porta dos mais fracos , estes vão ficar a dieta e dai não vão sair.
Li a muitos anos um livro de Gustave Flaubert , em que uma das suas personagem muito endividado, por uma questão de honra resolveu sacrificar-se e pagar as sua dividas após ter pago a ultima morreu .
O diagnostico a muito que esta feito o mundo ocidental desde de a vários anos que consome mais que produz, dito de uma forma simples.
Todo o crescimento económico dos últimos anos foi fruto da valorização dos activos. Se na Espanha ela só construía mais casas que a França, Alemanha e Inglaterra juntas, na Grécia o número de efectivos na função pública aumentou em 50% e o seu ordenado 100% na última década, assim se foi escondendo a realidade.
Os políticos continuarem a prometer mais estado social , sabendo que não havia dinheiro para o manter .
Toda esta festa incluído as bebidas foram pagas a credito , para já os credores estão a bater a porta dos mais fracos , estes vão ficar a dieta e dai não vão sair.
Li a muitos anos um livro de Gustave Flaubert , em que uma das suas personagem muito endividado, por uma questão de honra resolveu sacrificar-se e pagar as sua dividas após ter pago a ultima morreu .
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Cá por mim acho bem. Se os nossos políticos são incompetentes, que sejam outros lá de fora a mandar.
ECB Head Urges European Fiscal Federation
BRUSSELS—European Central Bank President Jean-Claude Trichet on Monday called for a big increase in the powers of the European Commission to restrict the ability of member states to destabilize the union.
Mr. Trichet told the European Parliament's economic and monetary-affairs committee that he was calling for "the equivalent of a fiscal federation" that would substantially broaden the powers of the commission and member states to correct harmful developments in each country's budget position and overall competitiveness.
However, he acknowledged the impossibility of transferring full budgetary responsibility to any centralized institution, and repeated that the ECB is opposed to any system that open-endedly transfers liabilities from one state to another through the issuance of bonds under a "joint and several" guarantee.
Mr. Trichet's comments, delivered in his routine quarterly testimony to the European Parliament, are the ECB's contribution to fierce and divisive debate over how to reform the governance of the euro area in order to avoid future debt crises such as Greece's.
The ECB is trying to balance the interests of Germany, which has emphasized the need for fiscal discipline and sanctions on deficit sinners, and much of the euro area's southern and western periphery, which is aggrieved at what it sees as German reluctance to stimulate national demand for their goods and services.
Mr. Trichet fleshed out the call for a "quantum leap" in governance of the euro zone that he has been making since markets started to fear for the long-term ability of member states such as Greece and Spain to service their debts in future. So far, countries that share the euro submit to a common monetary policy but manage their own fiscal affairs.
He said an independent agency, preferably to be housed within the European Commission, should have the powers to hand down a broad range of sanctions on countries whose budgetary and macroeconomic policies would lead to a sharp loss of competitiveness, whether or not those policies actually violated existing guidelines on excessive debt and deficits.
"Sanctions need to be applied earlier and must be broader in scope," Mr. Trichet said, noting that the power of sanction could extend to suspending member states' voting rights in financial affairs. However, he made no direct reference to the possibility of denying members access to the EU's structural and regional funds, as some have mooted.
"The commission should have greater responsibility by making proposals which can only be modified with unanimity in the council rather than mere recommendations under the stability and growth pact," Mr. Trichet said.
He said that the EU should first try to implement these reforms using "secondary legislation," that is, without resorting to a wholesale renegotiation of the EU treaty. Most EU governments are resistant to the idea of yet another round of treaty negotiations so soon after the contentious ratification process of the Lisbon Treaty.
Mr. Trichet's comments come as the sharp volatility in euro-zone financial markets has appeared to ease somewhat. He said he saw a "progressive return to a normal functioning of the money market," after the turmoil in early May that forced it to start buying the bonds of some euro-zone governments on the open market. He repeated his pledge to withdraw "euro for euro" all the money injected through the so-called Securities Market Program, thus ensuring that it didn't lead to inflation.
He stressed that the ECB isn't embarking on a program of "quantitative easing" aimed at preventing a contraction of the money supply, and repeated that both this and all the other "nonstandard" policy measures used by the ECB over the past two years will be temporary.
However, he declined to say when he thought it will be possible to stop the buying of government bonds, a practice that has drawn heavy criticism from German officials, including those on the ECB's governing council.
In response to a question unrelated to the governance of the euro zone, Mr. Trichet said he welcomed the decision of the Chinese government to restore more flexibility to its currency regime. He said the decision "goes in the direction of more stability" and would benefit both China and its trading partners.
In response to another question, Mr. Trichet also acknowledged that the new framework for capital and liquidity in the banking sector, currently under development, "must not harm the economy" by making it more difficult for banks to lend. At the same time, however, he repeated his criticism of banks who he said had failed to take on appreciate how much risk the taxpayer had assumed in the bailouts that followed the 2008 financial crisis.
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Qual Fed qual que...
A política do BCE É idêntica ao do FED! Enquanto FED promove o crescimento e competitividade artificialmente via inflação do consumo interno e com uma política cambial pela desvalorização do dólar, pressionando a Europa devido à sua dependência petrólifera e os danos que esta lhe pode causar. Em 2007 assistimos uma política do BCE com subidas das taxas de referência para travar a inflação que pudesse vir do petróleo tendo consequências drásticas no Euro com a sua valorização. (Os states encostaram os Europeus). Os europeus só poderiam responder com a diminuição dos rendimentos e gastos nos cidadãos, obrigando que o consumo se mantivesse mais controlado, exportações competitivas (mão de obra mais barata) e pela desvalorização da moeda injectando liquidez apenas nos bancos comerciais.
Hoje assistimos pela primeira vez a china deixar a sua moeda valorizar, como é evidente, isto tem um pau de dois bicos. A China quer expandir mercados e valoriza a sua moeda para conseguir comprar mercados mais baratos, no entanto correm o risco de perder competitividade ao nível das suas exportações. Portanto o BCE está no bom caminho, em termos de política monetária, porque tenta ganhar competitividade de forma real. A duvida continua, está a economia mundial em expansão ou em contracção? Se estiver em contracção cuidado que os Chinas vão atacar e vão , se ainda estiver em expansão, a europa ganha pela competividade! E os States a não conseguirem pagar o que devem!!!
Hoje assistimos pela primeira vez a china deixar a sua moeda valorizar, como é evidente, isto tem um pau de dois bicos. A China quer expandir mercados e valoriza a sua moeda para conseguir comprar mercados mais baratos, no entanto correm o risco de perder competitividade ao nível das suas exportações. Portanto o BCE está no bom caminho, em termos de política monetária, porque tenta ganhar competitividade de forma real. A duvida continua, está a economia mundial em expansão ou em contracção? Se estiver em contracção cuidado que os Chinas vão atacar e vão , se ainda estiver em expansão, a europa ganha pela competividade! E os States a não conseguirem pagar o que devem!!!
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Jolly, só uma pequena correcção
As taxas de juro são consequência do panorama depressivo: para estimular a economia e o investimento, é necessário que o crédito seja tão barato quando possivel. Daí as taxas baixas (claro está que os spreads aumentaram porque o risco percepcionado também aumento).
Normalmente o que faz com que as pessoas antecipem consumo é o fenomeno contrário ao que referes. A inflação faz com que o dinheiro hoje valha mais do que amanhã, logo, consome-se hoje e não se poupa.
Para mim as coisas começam com as taxas de juro demasiado baixas e por demasiado tempo.
Nesse cenário toda a gente gasta porque o dinheiro é barato e não existe estímulo para poupar.
Como não existe estímulo para poupar, passa a existir estímulo para especular.
As taxas de juro são consequência do panorama depressivo: para estimular a economia e o investimento, é necessário que o crédito seja tão barato quando possivel. Daí as taxas baixas (claro está que os spreads aumentaram porque o risco percepcionado também aumento).
Normalmente o que faz com que as pessoas antecipem consumo é o fenomeno contrário ao que referes. A inflação faz com que o dinheiro hoje valha mais do que amanhã, logo, consome-se hoje e não se poupa.
Caro Sr. Ulisses,
Compreendo o seu ponto de vista, mas desconheço as consequências que teria o alargamento dos objectivos do BCE. Fazer do crescimento económico um primado do BCE seria o equivalente a politizá-lo, com todos os perigos daí inerentes.
Dado que a inflação tem-se mantido reduzida e o processo de desalavancagem ainda vai a meio, o BCE ainda tem margem de manobra ao nível da política monetária, e esta é, do meu ponto de vista, a falha do Sr. Trichet - manter a taxa directora em 1%.
Honestamente, à excepção de uma maior exuberância nos mercados financeiros norte-americanos, não vislumbro evidência na economia real de que a recuperação esteja a ser mais rápida do que a europeia, antes pelo contrário (atente que os dados do emprego têm saído bastante positivos devido ao emprego público e provisório criado no seguimento dos censos que estão a ser levados a cabo). O crescimento nos EUA está a ser sustentado num elevado nível de investimento público que, por sua vez, não está a ser bem sucedido na criação de postos de trabalho no sector privado. Para tristeza minha, que tinha e tenho uma grande esperança no Sr. Obama.
Compreendo o seu ponto de vista, mas desconheço as consequências que teria o alargamento dos objectivos do BCE. Fazer do crescimento económico um primado do BCE seria o equivalente a politizá-lo, com todos os perigos daí inerentes.
Dado que a inflação tem-se mantido reduzida e o processo de desalavancagem ainda vai a meio, o BCE ainda tem margem de manobra ao nível da política monetária, e esta é, do meu ponto de vista, a falha do Sr. Trichet - manter a taxa directora em 1%.
Honestamente, à excepção de uma maior exuberância nos mercados financeiros norte-americanos, não vislumbro evidência na economia real de que a recuperação esteja a ser mais rápida do que a europeia, antes pelo contrário (atente que os dados do emprego têm saído bastante positivos devido ao emprego público e provisório criado no seguimento dos censos que estão a ser levados a cabo). O crescimento nos EUA está a ser sustentado num elevado nível de investimento público que, por sua vez, não está a ser bem sucedido na criação de postos de trabalho no sector privado. Para tristeza minha, que tinha e tenho uma grande esperança no Sr. Obama.
Aqui há uns tempos, creio que o ano passado, a Helena Garrido escrevia uma artigo no Negócios em que dizia que o que nos fazia falta era uma boa inflacção. Procurei-o, mas parece que já não está online.
Traçava um paralelismo com a crise do Japão dos anos 80 e dizia que esta não se resolveu a contento porque os japoneses não inflaccionaram como ela achava que teria sido conveniente.
Mais ou menos na mesma altura, o Pedro Guerreiro escrevia também ele um artigo em que acusava os portugueses de serem "uma cambada de poupadinhos" e que seria patriótico desatar a gastar. Também já não consegui encontrar este artigo.
Também mais ou menos na mesma altura o primeiro ministro, e não só, acusava os bancos de não estarem a ajudar por não estarem a disponibilizar crédito às empresas.
Nessa altura, quase de imediato, o presidente do BCP apresentou números com os quais pretendia provar que o banco tinha aumentado o crédito relativamente ao ano anterior e portanto o primeiro ministro não tinha razão no que dizia, nem aqueles que se colavam à mensagem.
Ultimamente todos dizem que afinal o problema é que Estado, familias e empresas estão sobre endividados e isso é mau.
A conclusão a tirar é que as opiniões variam e não prevêem muitas vezes as consequências que provocam quando são postas em prática.
Para mim as coisas começam com as taxas de juro demasiado baixas e por demasiado tempo.
Nesse cenário toda a gente gasta porque o dinheiro é barato e não existe estímulo para poupar.
Como não existe estímulo para poupar, passa a existir estímulo para especular.
Com a especulação há sempre quem corra demasiados riscos e há sempre quem espalhe esses riscos para outros.
Quando as coisas começam a correr mal porque se criaram bolhas e estas rebentam, alguns entram em dificuldade e deixam de poder cumprir.
Como o risco está espalhado, inventou-se o "too big to fail" a propósito do risco poder virar sistémico e afectar quem está financeiramente saudável.
Nessa altura os Estados acham que têm de intervir. Em vez de deixar falir quem fez asneira, começam a usar o dinheiro de quem se portou bem para safar quem se portou mal. Ganha-se um bocadinho de tempo.
Depois como o dinheiro não nasce nas árvores, ele acaba e quando se olha para o lado nao há Estado que não tenha défice. Acabamos todos mal.
Agora volta a haver quem ache que a inflacção pode resolver o problema.
Se criamos inflacção temos de subir os juros, caso contrário ela não pára. Se subimos os juros criamos problemas de incumprimento aos endividados a começar pelos próprios Estados, e temos uma pescadinha de rabo na boca. Volta tudo ao ínicio.
Atirar com dinheiro para os problemas, não os resolve, só os adia e vai criar mais um problema. Infelizmente o que a Europa e os EUA têm feito tem sido isso, atirar com dinheiro para os problemas e seguir uma política económica baseada na expansão do crédito.
Temporariamente funciona desde que haja crescimento económico.
Quando o modelo contrai deixa de funcionar e põe toda a gente em dificuldades.
É sabido que regra geral em economias com inflacção alta as pessoas vivem pior.
É sabido que pelo contrário quando a inflacção é proxima de zero as pessoas vivem melhor.
Não vejo por isso vantagem em resolver um problema de crédito com mais crédito, (não acredito na solução, basta transportá-la para nossa casa), nem em ligar as impressoras.
Só vai servir para fazer de conta.
Traçava um paralelismo com a crise do Japão dos anos 80 e dizia que esta não se resolveu a contento porque os japoneses não inflaccionaram como ela achava que teria sido conveniente.
Mais ou menos na mesma altura, o Pedro Guerreiro escrevia também ele um artigo em que acusava os portugueses de serem "uma cambada de poupadinhos" e que seria patriótico desatar a gastar. Também já não consegui encontrar este artigo.
Também mais ou menos na mesma altura o primeiro ministro, e não só, acusava os bancos de não estarem a ajudar por não estarem a disponibilizar crédito às empresas.
Nessa altura, quase de imediato, o presidente do BCP apresentou números com os quais pretendia provar que o banco tinha aumentado o crédito relativamente ao ano anterior e portanto o primeiro ministro não tinha razão no que dizia, nem aqueles que se colavam à mensagem.
Ultimamente todos dizem que afinal o problema é que Estado, familias e empresas estão sobre endividados e isso é mau.
A conclusão a tirar é que as opiniões variam e não prevêem muitas vezes as consequências que provocam quando são postas em prática.
Para mim as coisas começam com as taxas de juro demasiado baixas e por demasiado tempo.
Nesse cenário toda a gente gasta porque o dinheiro é barato e não existe estímulo para poupar.
Como não existe estímulo para poupar, passa a existir estímulo para especular.
Com a especulação há sempre quem corra demasiados riscos e há sempre quem espalhe esses riscos para outros.
Quando as coisas começam a correr mal porque se criaram bolhas e estas rebentam, alguns entram em dificuldade e deixam de poder cumprir.
Como o risco está espalhado, inventou-se o "too big to fail" a propósito do risco poder virar sistémico e afectar quem está financeiramente saudável.
Nessa altura os Estados acham que têm de intervir. Em vez de deixar falir quem fez asneira, começam a usar o dinheiro de quem se portou bem para safar quem se portou mal. Ganha-se um bocadinho de tempo.
Depois como o dinheiro não nasce nas árvores, ele acaba e quando se olha para o lado nao há Estado que não tenha défice. Acabamos todos mal.
Agora volta a haver quem ache que a inflacção pode resolver o problema.
Se criamos inflacção temos de subir os juros, caso contrário ela não pára. Se subimos os juros criamos problemas de incumprimento aos endividados a começar pelos próprios Estados, e temos uma pescadinha de rabo na boca. Volta tudo ao ínicio.
Atirar com dinheiro para os problemas, não os resolve, só os adia e vai criar mais um problema. Infelizmente o que a Europa e os EUA têm feito tem sido isso, atirar com dinheiro para os problemas e seguir uma política económica baseada na expansão do crédito.
Temporariamente funciona desde que haja crescimento económico.
Quando o modelo contrai deixa de funcionar e põe toda a gente em dificuldades.
É sabido que regra geral em economias com inflacção alta as pessoas vivem pior.
É sabido que pelo contrário quando a inflacção é proxima de zero as pessoas vivem melhor.
Não vejo por isso vantagem em resolver um problema de crédito com mais crédito, (não acredito na solução, basta transportá-la para nossa casa), nem em ligar as impressoras.
Só vai servir para fazer de conta.
pocoyo Escreveu:Está encontrada a solução para todas as crises.
Imprimir dinheiro até não se poder mais!!!
Se isso fosse verdade, então o Zimbabwe era o país mais rico do mundo...

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Ulisses Pereira Escreveu:Decisivo para a recuperação económica. Quando usado com parcimónia e na altura certa pode ser o tempero certo.
Mas claro que são opiniões e cada um tem a sua. Pareces um bocado revoltado a escrever sobre isso...
Um abraço,
Ulisses
A minha revolta, não está no teu artigo e muito menos na tua opinião.
O que revolta é uma decisão desta, irrefletida (digo eu) ser considerada a solução para o problema.
O que revolta é saber que é esta gente que gere os países.
Se fosse esta a solução, nunca teria havido uma unica crise, nem nunca mais haverá nenhuma.
A linguagem cibernauta por vezes é mal compreendida.

Ulisses Pereira Escreveu:pocoyo,
Não é a solução mágica, certamente. Mas quando usada na altura certa pode ser decisivo.
A chave do artigo não era essa. A ideia fundamental é por que razão a inflação deve ser prioridade relativamente ao crescimento económico.
Um abraço,
Ulisses
Decisivo! Para quê?
Deves-te lembrar que toda gente acusou o Alan greenspan por esta crise, por ter mantido as taxas de juro, baixas, por muito tempo.
É certo que o dinheiro de graça estimula qualquer economia, o problema é quando o crescimento começa a trazer a inflação para valores mais altos.
As pessoas endividam-se com pouco esforço, mas depois quando o dinheiro fica caro, surgem os problemas.
Não é por nada que o Ouro bate maximos históricos, alguém vai pagar esta brincadeira.
Daqui a pouco vai haver 2 moedas europeias -- o NEURO e o SEURO.
Um Euro para o Norte da Europa e outro para o Sul da Europa...
Para nós, ficamos pela NEURA
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Ulisses, que heresia





"In my whole life, I have known no wise people over a broad subject matter area who didn't read all the time - none, zero" - Charlie Munger
"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
Ulisses Pereira, no que escreveu esquece um pequeno pormenor que é determinante para o presente e futuro do euro ,os alemães vêem o BCE como a continuação Bundesbank. E mesmo assim mais de 50% tem saudades do Deutsche Mark .
Haja coragem para manter os estatutos.
Foi baseado nesta independência que a economia alemã prosperou, em 1957 havia paridade franco francês /marco .
Banque de France esteve a disposição das ambições dos políticos que governaram a França .
Já o Deutsche Mark era independente comparem o resultado.
Haja coragem para manter os estatutos.
Foi baseado nesta independência que a economia alemã prosperou, em 1957 havia paridade franco francês /marco .
Banque de France esteve a disposição das ambições dos políticos que governaram a França .
Já o Deutsche Mark era independente comparem o resultado.
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Hmmmm... Não sei não.
A dinâmica da economia americana e o espírito empreendedor são muito diferentes da Europa.
Nos States a economia vive do consumo e do empreendedorismo, na altura da crise sub-prime a "economia real" estava de boa saúde e em crescimento, a crise foi financeira e afectou a capacidade de financiamento. O "helicóptero Bernanke" desatou a largar dinheiro para desbloquear a crise e repor a máquina económica em andamento. Resultou e bem, o crescimento retomou sem a inflação disparar.
Na Europa a economia já antes estava anémica, o desemprego é muito maior e persistente, o motor da economia europeia são as exportações, os Estados consomem uma fatia muito maior do bolo económico. Se por cá arranjassem um "helicóptero Trichet" a largar toneladas de dinheiro a maior parte ia ser absorvida pelos Estados para pagar as suas dívidas e não em criar crescimento económico, a inflação ia disparar.
O BCE foi feito à imagem e semelhança do BundesBank e eles têm boas razões para temer a inflação.
A dinâmica da economia americana e o espírito empreendedor são muito diferentes da Europa.
Nos States a economia vive do consumo e do empreendedorismo, na altura da crise sub-prime a "economia real" estava de boa saúde e em crescimento, a crise foi financeira e afectou a capacidade de financiamento. O "helicóptero Bernanke" desatou a largar dinheiro para desbloquear a crise e repor a máquina económica em andamento. Resultou e bem, o crescimento retomou sem a inflação disparar.
Na Europa a economia já antes estava anémica, o desemprego é muito maior e persistente, o motor da economia europeia são as exportações, os Estados consomem uma fatia muito maior do bolo económico. Se por cá arranjassem um "helicóptero Trichet" a largar toneladas de dinheiro a maior parte ia ser absorvida pelos Estados para pagar as suas dívidas e não em criar crescimento económico, a inflação ia disparar.
O BCE foi feito à imagem e semelhança do BundesBank e eles têm boas razões para temer a inflação.
Editado pela última vez por atomez em 21/6/2010 16:49, num total de 1 vez.
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Novo artigo: Trichet de mãos atadas ao pé de Bernanke
Foi hoje publicado o meu artigo com o título: "Trichet de mãos atadas ao pé de Bernanke"
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