Energia Nuclear
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"Não há espaço para que o nuclear entre no país"
27 Outubro 2010 | 16:19
Miguel Prado - miguelprado@negocios.pt
O presidente da Apren acredita que é impossível Portugal vir a acolher energia nuclear até 2020... tal como Cristiano Ronaldo vir a jogar no Futebol Clube da Picheleira no próximo ano.
O presidente da Apren, a associação portuguesa de energias renováveis, é categórico: “Não há espaço para que o nuclear entre no país”, afirma António Sá da Costa, assinalando que os planos governamentais traçados até 2020 contemplam apenas renováveis e centrais térmicas a gás natural.
António Sá da Costa recorreu a uma curiosa analogia futebolística para reafirmar a sua convicção. “Podemos discutir o que quisermos sobre o nuclear, mas até 2020 não há espaço nenhum. Da mesma maneira que podemos dizer que Cristiano Ronaldo vai jogar no próximo ano no Futebol Clube da Picheleira. Não vai jogar”, apontou o presidente da Apren.
Falando na conferência que a Apren está a realizar em Lisboa sobre “Electricidade renovável”, em parceria com o Negócios, António Sá da Costa voltou a criticar a falta de ambição do Governo nas suas metas para a potência solar a alcançar em 2020. A estratégia do Governo estima uma capacidade solar de 1.500 megawatts (MW), mas o sector privado acredita num potencial para 2.500 MW.
“A Alemanha prevê para 2020 que 7,6% da sua electricidade tenha origem solar e a Alemanha tem muito menos insolação que Portugal [que propõe pouco mais de 2% de contributo da energia solar para a geração eléctrica em 2020]”, referiu António Sá da Costa.
Na mesma conferência, o director geral de Energia e Geologia, José Perdigoto, já havia afirmado que “Portugal terá de fazer um esforço grande para cumprir as metas”, mas que “muito do trabalho já está feito”, dado que boa parte da potência prevista para 2020 já foi licenciada ou está em fase de concurso.
Por outro lado, José Perdigoto, afirmou que “o sistema energético tem de contribuir para a economia, mas também tem de ser sustentável por si só”.
Eduardo Oliveira Fernandes, outro dos oradores da conferência da Apren, aproveitou a sua intervenção para sublinhar a importância da aposta do país nas renováveis, referindo que “seria um erro de lesa pátria se alguém pusesse areia nesta engrenagem”.
27 Outubro 2010 | 16:19
Miguel Prado - miguelprado@negocios.pt
O presidente da Apren acredita que é impossível Portugal vir a acolher energia nuclear até 2020... tal como Cristiano Ronaldo vir a jogar no Futebol Clube da Picheleira no próximo ano.
O presidente da Apren, a associação portuguesa de energias renováveis, é categórico: “Não há espaço para que o nuclear entre no país”, afirma António Sá da Costa, assinalando que os planos governamentais traçados até 2020 contemplam apenas renováveis e centrais térmicas a gás natural.
António Sá da Costa recorreu a uma curiosa analogia futebolística para reafirmar a sua convicção. “Podemos discutir o que quisermos sobre o nuclear, mas até 2020 não há espaço nenhum. Da mesma maneira que podemos dizer que Cristiano Ronaldo vai jogar no próximo ano no Futebol Clube da Picheleira. Não vai jogar”, apontou o presidente da Apren.
Falando na conferência que a Apren está a realizar em Lisboa sobre “Electricidade renovável”, em parceria com o Negócios, António Sá da Costa voltou a criticar a falta de ambição do Governo nas suas metas para a potência solar a alcançar em 2020. A estratégia do Governo estima uma capacidade solar de 1.500 megawatts (MW), mas o sector privado acredita num potencial para 2.500 MW.
“A Alemanha prevê para 2020 que 7,6% da sua electricidade tenha origem solar e a Alemanha tem muito menos insolação que Portugal [que propõe pouco mais de 2% de contributo da energia solar para a geração eléctrica em 2020]”, referiu António Sá da Costa.
Na mesma conferência, o director geral de Energia e Geologia, José Perdigoto, já havia afirmado que “Portugal terá de fazer um esforço grande para cumprir as metas”, mas que “muito do trabalho já está feito”, dado que boa parte da potência prevista para 2020 já foi licenciada ou está em fase de concurso.
Por outro lado, José Perdigoto, afirmou que “o sistema energético tem de contribuir para a economia, mas também tem de ser sustentável por si só”.
Eduardo Oliveira Fernandes, outro dos oradores da conferência da Apren, aproveitou a sua intervenção para sublinhar a importância da aposta do país nas renováveis, referindo que “seria um erro de lesa pátria se alguém pusesse areia nesta engrenagem”.
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Portugal e Espanha realizam simulacro para testar resposta a acidente nuclear
02.10.2010 - 14:59 Por Lusa
Portugal e Espanha vão realizar dias 2 e 3 de Novembro um exercício de simulacro para testar a resposta da Protecção Civil no caso de um acidente nuclear na Central de Almaraz (província de Cáceres).
Segundo Rui Esteves, comandante distrital de operações de socorro, trata-se de um primeiro exercício transfronteiriço conjunto que, do lado português, se centrará sobretudo no concelho de Vila Velha de Ródão.
Falando à margem da Conferência Internacional de Protecção Civil -- Risco Tecnológico e Nuclear, que decorre este sábado na Escola Superior Agrária de Castelo Branco, responsável explicou que o simulacro terá por base a ocorrência de um hipotético terramoto que motivará a implementação dos respectivos sistemas de alerta, segurança e emergência de ambos os lados da fronteira.
Do lado espanhol, o simulacro vai obrigar à interrupção da laboração na própria central nuclear de Almaraz, explicaram à Lusa Luis Martinez, Chefe da Protecção Radiológica e Meio Ambiente, e Miguel Angél, responsável pelo Centro de Emergência 112 de Mérida.
“Já colaboramos com os serviços distritais da Protecção Civil de Castelo Branco há vários anos e queremos agora comprovar não apenas os procedimentos de comunicação e alerta com Portugal, como inclusivamente a operacionalidade no terreno em caso de uma situação de catástrofe”, explicou Miguel Angél.
Em Espanha, a própria população da localidade de Almaraz (actualmente com cerca de dois mil habitantes) participará activamente no exercício.
Do lado português, Rui Esteves explicou que o objectivo é “começar a preparar a população para esta problemática e vamos testar uma vasta equipa de agentes no terreno, desde os mergulhadores de que dispomos para atuar no Rio Tejo, assim como os meios aéreos (helicópteros) e terrestres (GNR, Bombeiros e profissionais de Saúde) por forma a testar uma eventual necessidade de evacuar populações, acudindo às pessoas”.
O “risco não tem fronteiras”, recordou Rui Esteves, salientando que, neste caso concreto, “a comunicação com o lado espanhol é constante, existindo inclusivamente uma ligação rádio permanente através de uma frequência própria, para salvaguarda de uma eventual deterioração ou congestionamento dos meios de comunicação convencionais”.
A central nuclear de Almaraz na Província de Cáceres é uma das oito existentes no país vizinho, existindo actualmente 740 em todo o Mundo.
“Em caso de uma emergência, o essencial é que esteja tudo bem definido, planificado e devidamente testado em termos de operacionalidade, pelo que exercícios deste género são fundamentais que ocorram ciclicamente entre os dois países”, sublinhou ainda Luis Martinez, da Central de Almaraz.
02.10.2010 - 14:59 Por Lusa
Portugal e Espanha vão realizar dias 2 e 3 de Novembro um exercício de simulacro para testar a resposta da Protecção Civil no caso de um acidente nuclear na Central de Almaraz (província de Cáceres).
Segundo Rui Esteves, comandante distrital de operações de socorro, trata-se de um primeiro exercício transfronteiriço conjunto que, do lado português, se centrará sobretudo no concelho de Vila Velha de Ródão.
Falando à margem da Conferência Internacional de Protecção Civil -- Risco Tecnológico e Nuclear, que decorre este sábado na Escola Superior Agrária de Castelo Branco, responsável explicou que o simulacro terá por base a ocorrência de um hipotético terramoto que motivará a implementação dos respectivos sistemas de alerta, segurança e emergência de ambos os lados da fronteira.
Do lado espanhol, o simulacro vai obrigar à interrupção da laboração na própria central nuclear de Almaraz, explicaram à Lusa Luis Martinez, Chefe da Protecção Radiológica e Meio Ambiente, e Miguel Angél, responsável pelo Centro de Emergência 112 de Mérida.
“Já colaboramos com os serviços distritais da Protecção Civil de Castelo Branco há vários anos e queremos agora comprovar não apenas os procedimentos de comunicação e alerta com Portugal, como inclusivamente a operacionalidade no terreno em caso de uma situação de catástrofe”, explicou Miguel Angél.
Em Espanha, a própria população da localidade de Almaraz (actualmente com cerca de dois mil habitantes) participará activamente no exercício.
Do lado português, Rui Esteves explicou que o objectivo é “começar a preparar a população para esta problemática e vamos testar uma vasta equipa de agentes no terreno, desde os mergulhadores de que dispomos para atuar no Rio Tejo, assim como os meios aéreos (helicópteros) e terrestres (GNR, Bombeiros e profissionais de Saúde) por forma a testar uma eventual necessidade de evacuar populações, acudindo às pessoas”.
O “risco não tem fronteiras”, recordou Rui Esteves, salientando que, neste caso concreto, “a comunicação com o lado espanhol é constante, existindo inclusivamente uma ligação rádio permanente através de uma frequência própria, para salvaguarda de uma eventual deterioração ou congestionamento dos meios de comunicação convencionais”.
A central nuclear de Almaraz na Província de Cáceres é uma das oito existentes no país vizinho, existindo actualmente 740 em todo o Mundo.
“Em caso de uma emergência, o essencial é que esteja tudo bem definido, planificado e devidamente testado em termos de operacionalidade, pelo que exercícios deste género são fundamentais que ocorram ciclicamente entre os dois países”, sublinhou ainda Luis Martinez, da Central de Almaraz.
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Sobre uma das pretensas críticas ao conteúdo do Manifesto.
Ecotretas
in http://ecotretas.blogspot.com/2010/04/preco-nulo-na-exportacao-de-energia.html
Ecotretas
in http://ecotretas.blogspot.com/2010/04/preco-nulo-na-exportacao-de-energia.html
Uma das críticas que se ouve ao teor do Manifesto recentemente divulgado, é relativa ao seu ponto 3, onde se refere que estamos a "exportar a preço nulo (!) a produção renovável em excesso". As críticas são várias, desde este ser um fenómeno muito pontual, até não serem só as renováveis as envolvidas nesta vergonha.
Já aqui tínhamos observado no início do ano tal fenómeno, com imagens retiradas do site da REN e OMEL a deixarem clara tal evidência. Mas para aqueles que pensam que isto são fenómenos isolados, não deixem de visitar os referidos sites, pesquisando várias datas. Abaixo dou um exemplo recente de apenas quatro dias. Podia encher aqui o blogue com centenas de imagens equivalentes, mas a amostra recente é mais do que suficiente.
Na primeira coluna observamos como em quatro dias consecutivos recentes, largos períódos tiveram um custo de energia nulo. Nos períodos em que esse custo é nulo, assiste-se a uma forte exportação de energia a partir de Portugal. Quando o custo sobe, Portugal tende a importar? E quando se exporta verifica-se que a produção de energia eólica é maior. E então quando o vento sopra ao fim de semana, como é o caso dos dois primeiros dias, relativos ao fim de semana da Páscoa, então o saque ao bolso dos consumidores/contribuintes é redobrado! Há dúvidas ainda sobre o que é dito no Manifesto?
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Este tipo de mini reactores que a TerraPower procura construir com a Toshiba pode trabalhar durante décadas sem ser reabastecida ou gerar qualquer resíduo.
O objectivo de Gates é começar a construção em 2014 e ter o reactor a funcionar antes do fim da década.
O objectivo de Gates é começar a construção em 2014 e ter o reactor a funcionar antes do fim da década.
A Simpler, Safer Fuel Cycle
Traveling-Wave Reactors
Unlike light water reactors, the TWR can theoretically run forever without ever needing any additional enriched uranium after its startup period, provided sufficient depleted uranium is supplied. Given currently known uranium reserves, this fleet could supply the world’s needs for energy for thousands of years without any need for chemical reprocessing of the used fuel. Since enrichment and reprocessing are the two most significant sources of proliferation risk in the nuclear fuel cycle,
this ability is a major advance in reducing the inherent risks of weapons material proliferation.
http://www.intellectualventures.com/doc ... 202010.pdf
"In God we trust. Everyone else, bring data" - M Bloomberg
elbmurcs Escreveu:Ainda não existe solução para os resíduos nucleares. A solução actual é construir espaços subterraneos, que armazenam com segurança até 70 anos, e talvez no futuro se descubra o que fazer com eles.
Não é bem verdade... São é soluções mais caras...
Japan
With 55 nuclear reactors producing about 29% of its electricity,[36] the Japanese policy is to reprocess its nuclear waste. Originally spent fuel was reprocessed under contract in England and France, but after public outcry a major reprocessing plant was built in Rokkasho, with operations expected to commence in 2007.[41] The policy to use recovered plutonium as mixed oxide (MOX) reactor fuel was questioned on economic grounds because there are few reactors capable of using it, and in 2004 it was revealed the Ministry of Economy, Trade and Industry had covered up a 1994 report indicating reprocessing spent fuel would cost four times as much as burying it.[42]
http://en.wikipedia.org/wiki/High-level ... management
E há mais vias a serem estudadas. Como referi atrás, Bill Gates investiu numa empresa com o propósito mirífico:
TerraPower Reactors Approach the Nuclear Ideal
Advanced Traveling-wave reactors offer a path to zero-emissions, proliferation-resistant energy that would reduce nuclear waste volumes. Exploiting new physics that has only recently been fully explored with 21st-century computational tools, traveling-wave reactors run on depleted uranium, a waste byproduct of the enrichment process.
Huge amounts of depleted uranium already exist in stockpiles around the world, with more being made each year as the fleet of conventional reactors is refueled. Burned in traveling-wave reactors, this inexpensive but energy-rich fuel source could provide a global electricity supply that is, for all practical purposes, inexhaustible.
http://intellectualventureslab.com/?page_id=532
Numa reportagem que li este fim de semana, o mesmo Bill Gates era citado a dizer algo como: "se pudesse escolher concretizar um só sonho, escolhia o de obter uma forma de energia segura e limpa"
"In God we trust. Everyone else, bring data" - M Bloomberg
Elias Escreveu:
O que sugeri foi que se retirasse a parcela "subsidiação" da equação, para percebermos bem de que custos estamos a falar na situação actual. Quais as fontes mais caras e as mais baratas?
Por outras palavras, esquecendo por um momento o futuro, seria interessante saber o seguinte: quanto custa um kWh de energia térmica, eólica, hídrica, etc. - sem impostos nem subsídios nem outras distorções. Idealmente cada consumidor poderia optar pelo tipo de fornecimento que pretendia, em função daquilo que estava disposto a pagar, e a oferta adaptar-se-ia a essas opções. Escusado será dizer que algumas opções iam pelo cano...
Dados agregados do meu blog, por sua vez retirados do WSJ, respeitantes aos subsídios EUA: http://online.wsj.com/article/SB121055427930584069.html:
Produção de Energia Eléctrica:
Carvão Limpo: $29.81 por MWh
Energia Solar: $24.34 por MWh
Eólica: $23.37 por MWh
Nuclear: $1.59 por MWh
Hidroeléctrica: $0.67 por MWh
Carvão "Normal": $0.44 por MWh
Gás Natural: $0.25 por MWh
Combustíveis:
Biocombustíveis: $5.72 por BTU
Energia Solar: $2.82 por BTU
Carvão Refinado: $1.35 por BTU
Gás Natural e Petróleo: $0.03 por BTU
Ecotretas
http://ecotretas.blogspot.com/2008/05/por-qu-no-te-callas.html
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elbmurcs Escreveu:Ainda não existe solução para os resíduos nucleares. A solução actual é construir espaços subterraneos, que armazenam com segurança até 70 anos, e talvez no futuro se descubra o que fazer com eles.
O problema é que essa solução, na realidade não é uma solução mas sim um "empurrar com a barriga". É adiar um problema para que outros o resolvam (e se não resolverem, o problema deixa de ser meu, até porque daqui 70 anos já cá não estarei...)
E por isso, mais do que ser contra ou a favor de determinada forma de produção, sou a favor do debate e da informação, e de tentar perceber muito bem quais são todos os custos (não apenas os financeiros) e todos os benefícios das diversas formas.
Cumprimentos,
Elgenedy
"When you have eliminated the impossible, whatever remains, however improbable, must be the truth." [Sherlock Holmes]
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QuimPorta,
Alguns comentários...
Ninguém sabe, é certo, tal como ninguém sabe quanto vai custar o carvão, a mão-de-obra e tudo o resto. São hipóteses e como tal têm de ser consideradas (por exemplo tratando esses valores como variáveis e comparando os vários cenários).
De acordo, mas vamos juntar a isso os custos humanos, ambientais e materiais de se continuarem a construir barragens, delapidando o nosso património natural.
Eu não lhe chamaria "o modo de vida que hoje conhecemos" mas sim "o modelo de desenvolvimento adoptado pela sociedade em que vivemos".
Como referi acima, há variáveis que não são quantificáveis e quando muito consegues calcular diferentes cenários.
O que sugeri foi que se retirasse a parcela "subsidiação" da equação, para percebermos bem de que custos estamos a falar na situação actual. Quais as fontes mais caras e as mais baratas?
Por outras palavras, esquecendo por um momento o futuro, seria interessante saber o seguinte: quanto custa um kWh de energia térmica, eólica, hídrica, etc. - sem impostos nem subsídios nem outras distorções. Idealmente cada consumidor poderia optar pelo tipo de fornecimento que pretendia, em função daquilo que estava disposto a pagar, e a oferta adaptar-se-ia a essas opções. Escusado será dizer que algumas opções iam pelo cano...
Alguns comentários...
QuimPorta Escreveu:Não estou a ver que seja simples esta avaliação Elias:
1. No longo prazo (conta aí o tempo de vida de uma central nuclear) quanto vai chegar a custar o petróleo?!
Ninguém sabe, é certo, tal como ninguém sabe quanto vai custar o carvão, a mão-de-obra e tudo o resto. São hipóteses e como tal têm de ser consideradas (por exemplo tratando esses valores como variáveis e comparando os vários cenários).
QuimPorta Escreveu:2. Quais os custos (humanos, ambientais e materiais) de atrasar a substituição dos combustíveis emissores de CO2? Quanto vai custar o tempo que temos gasto em hesitações?
De acordo, mas vamos juntar a isso os custos humanos, ambientais e materiais de se continuarem a construir barragens, delapidando o nosso património natural.
QuimPorta Escreveu:3. Estamos a falar no maior negócio do mundo (o da energia) e o pilar mais fundamental do modo de vida que hoje conhecemos.
Eu não lhe chamaria "o modo de vida que hoje conhecemos" mas sim "o modelo de desenvolvimento adoptado pela sociedade em que vivemos".
QuimPorta Escreveu:Todas as decisões neste âmbito têm uma forte componente estratégica (vide. a citação do Obama que fiz atrás). Como quantificas isso?
Como referi acima, há variáveis que não são quantificáveis e quando muito consegues calcular diferentes cenários.
O que sugeri foi que se retirasse a parcela "subsidiação" da equação, para percebermos bem de que custos estamos a falar na situação actual. Quais as fontes mais caras e as mais baratas?
Por outras palavras, esquecendo por um momento o futuro, seria interessante saber o seguinte: quanto custa um kWh de energia térmica, eólica, hídrica, etc. - sem impostos nem subsídios nem outras distorções. Idealmente cada consumidor poderia optar pelo tipo de fornecimento que pretendia, em função daquilo que estava disposto a pagar, e a oferta adaptar-se-ia a essas opções. Escusado será dizer que algumas opções iam pelo cano...
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JLMF Escreveu:alem da localização da(s) central(ais), que segundo parece até já decidiram,
Há propostas razoáveis tecnicamente?! Onde é?! Será aqui para norte provavelmente

JLMF Escreveu:indiquem tambem os locais onde serão depositados os resíduos e em que condições.
Quanto a isso vale a pena ouvir a intervenção do Bill Gates no video posto pelo Atomez (excelente). A empresa onde ele investe dezenas de milhões de dólares propõe-se utilizar urânio não enriquecido (e Portugal tem disso), e, com vários tipos de central nuclear em cadeia, reutilizar até ao fim os resíduos .
Elias Escreveu:Penso que qualquer discussão sobre o nuclear vs. outras fontes de energia tem de levar em conta o custo de produção sem subsídios, isto é, seria interessante saber quando é que as pessoas estão dispostas a pagar para ter ou não ter o nuclear.
Não estou a ver que seja simples esta avaliação Elias:
1. No longo prazo (conta aí o tempo de vida de uma central nuclear) quanto vai chegar a custar o petróleo?!
2. Quais os custos (humanos, ambientais e materiais) de atrasar a substituição dos combustíveis emissores de CO2? Quanto vai custar o tempo que temos gasto em hesitações?
3. Estamos a falar no maior negócio do mundo (o da energia) e o pilar mais fundamental do modo de vida que hoje conhecemos. Todas as decisões neste âmbito têm uma forte componente estratégica (vide. a citação do Obama que fiz atrás). Como quantificas isso?
Se estas questões se colocam à escala global, à escala Portuguesa ainda imagino mais complicado, por estar dependente de tudo à volta.
Quem decidir aqui têm o seu lugar na história assegurado. Seja pelas boas ou pelas más razões. Pessoalmente não acredito nas capacidades da nossa democracia para decidir bem neste assunto.
Editado pela última vez por Quimporta em 7/4/2010 14:57, num total de 1 vez.
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JLMF Escreveu:QuimPorta Escreveu:
Tem um ponto ao qual sou sensível: não vejo os defensores do Nuclear a serem claros relativamente a um aspecto fundamental:
"Nuclear em Portugal? Ok... eee... Onde?!"
Eu acrescentaria outra questão. Que a maioria dos senhores que estão contra o desenvolvimento das renovaveis e alguns são manifestamente promotores do nuclear para Portugal, alem da localização da(s) central(ais), que segundo parece até já decidiram, indiquem tambem os locais onde serão depositados os resíduos e em que condições.
Como já disse em alguns sítios, sou absolutamente contra esta ideia do actual nuclear em Portugal. Sobretudo por via do risco e dos resíduos, que até pode vir a ser resolvido no futuro. Mas só aí poderia considerar essa opção.
Mas o problema maior é o do efeito desta opção na economia. Para além da brincadeira que existe em Sacavém (ITN), Portugal não tem conhecimentos neste domínio. Teria que vir tudo de fora! Só temos competência porventura para fazer os muros de betão... Seria um enorme elefante!
Qual é a solução? Muito simples: acabar com esta subsidio-dependencia das renováveis: ou são competitivas, ou nao! A nível mundial, investir na investigação da maior eficiência do solar, mas só fazer instalações depois de serem competitivas. Para uma ideia, as células fotovoltaicas actuais só aproveitam cerca de 12% a 15% da energia que recebem do Sol. Em laborátório já se chegou a valores ligeiramente superiores a 40%.
Agora, imaginem se elas chegassem a 80% (5x mais que o actual). Ou então que custavam um décimo do preço actual para a mesma quantidade de energia produzida. Para mim, em vez de se subsidiar a produção, devia-se subsidiar a investigação.
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QuimPorta Escreveu:
Tem um ponto ao qual sou sensível: não vejo os defensores do Nuclear a serem claros relativamente a um aspecto fundamental:
"Nuclear em Portugal? Ok... eee... Onde?!"
Eu acrescentaria outra questão. Que a maioria dos senhores que estão contra o desenvolvimento das renovaveis e alguns são manifestamente promotores do nuclear para Portugal, alem da localização da(s) central(ais), que segundo parece até já decidiram, indiquem tambem os locais onde serão depositados os resíduos e em que condições.
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Penso que qualquer discussão sobre o nuclear vs. outras fontes de energia tem de levar em conta o custo de produção sem subsídios, isto é, seria interessante saber quando é que as pessoas estão dispostas a pagar para ter ou não ter o nuclear.
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StochasticOscilator Escreveu:"Nuclear em Portugal? Ok... eee... Onde?!"
Acho engraçado quando falamos na localização, com medo que fique ao pé da nossa porta, quando os espanhóis tem uma ao lado da fronteira. Por isso se acontecer alguma coisa seremos afectados, ou seja corremos riscos iguais...
Não é esse o meu ponto... Não gosto da ideia de ter mais uma central à porta, mas nunca "há bela sem senão".
Há 2 questões:
* pelos vistos não há locais onde seja claro que se possa construir uma central nuclear em Portugal
* Mesmo que houvesse esse local, o seu anuncio seria um enorme problema político (e.g. aeroporto, linhas tgv, incineradoras...).
A abordagem séria por parte dos defensores do nuclear para Portugal (os do "manifesto", para começar) envolveria "atravessarem-se" neste ponto da localização.
Neste aspecto o Secretário de Estado tem razão.
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"Nuclear em Portugal? Ok... eee... Onde?!"
Acho engraçado quando falamos na localização, com medo que fique ao pé da nossa porta, quando os espanhóis tem uma ao lado da fronteira. Por isso se acontecer alguma coisa seremos afectados, ou seja corremos riscos iguais...
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Carlos Zorrinho
"Não entraremos na aventura de adquirir uma central nuclear"
O secretário de Estado da Energia rejeitou hoje frontalmente a opção nuclear em Portugal. "Não entraremos na aventura de adquirir uma central nuclear chave-na-mão".
Publicado 06 Abril 2010 13:18
miguelprado@negocios.pt
http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=418311
O secretário de Estado da Energia rejeitou hoje frontalmente a opção nuclear em Portugal. “Não entraremos na aventura de adquirir uma central nuclear chave-na-mão”.
Carlos Zorrinho falava em Évora na véspera de um grupo de 33 empresários e economistas apresentar publicamente um manifesto contra a política energética do Governo, sugerindo que se reequacione a utilização desta tecnologia energética.
“Essa tomada de posição mobilizou alguns responsáveis que fizeram com que Portugal chegasse ao início deste século com maior incorporação de combustíveis fósseis e com menor utilização dos recursos endógenos”, acusou Zorrinho, sem referir nomes.
Entre os signatários do manifesto estão Mira Amaral e Miguel Cadilhe, ex-ministros de Governos sociais-democratas, Luís Campos e Cunha, primeiro (e efémero) ministro das Finanças de José Sócrates, e o empresário Henrique Neto.
“Não voltaremos atrás na dependência energética total de combustíveis importados. Estaríamos a matar um ‘cluster’ industrial pujante”, afirmou Zorrinho, referindo-se à aposta que tem sido feita nas energias renováveis.
O governante sublinhou ainda que “quem defender a opção nuclear deve explicar os seus custos, deve explicar os riscos tecnológicos e deve dizer onde a central será feita. Só depois disso poderemos ter um debate sério”.
Carlos Zorrinho falava na apresentação da primeira InovCity que criará uma rede eléctrica inteligente na cidade alentejana. O projecto da EDP, que levou também o primeiro-ministro José Sócrates a Évora, é um exemplo a seguir, defendeu Zorrinho, frisando que este “combina tecnologia de ponta e empresas actuando em Portugal com um forte envolvimento da comunidade”.
Esta resposta do Sec. de Estado é sobretudo demagógica. Ninguém está a propor voltar aos tempos da "dependência total dos combustíveis importados", e mesmo é falacioso dizer-se que o nuclear é "uma opção do passado", porque basta repassar este tópico para perceber o contrário.
Tem um ponto ao qual sou sensível: não vejo os defensores do Nuclear a serem claros relativamente a um aspecto fundamental:
"Nuclear em Portugal? Ok... eee... Onde?!"
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MarcoAntonio Escreveu:
Pode-se perfeitamente apostar nas duas coisas ao mesmo tempo, é provavelmente a solução mais inteligente com base no conhecimento actual e é o que a maior parte do mundo desenvolvido está a fazer.
...acho que estamos de acordo...
O Obama, no discurso de ontem que citei, também se juntou a nós Marco

So moving towards clean energy is about our security. It's also about our economy. And it's about the future of our planet.
And what I hope is, is the policies that we've laid out -- from hybrid fleets to offshore drilling, from nuclear energy to wind energy -- underscores the seriousness with which my administration takes this challenge.
http://www.nytimes.com/2010/04/01/scien ... wanted=all
Este parágrafo é lapidar. O que Obama diz em relação aos EUA poder-se-ia aplicar tal qual em relação ao resto do mundo.
O meu ponto é que é ilusão em Portugal os "ovos" estarem postos todos no cestinho das renováveis... Na minha opinião isso resulta de o investimento ser menor e politicamente faltarem "aquelas duas condições biológicas"

Só apostar nas renováveis é um sonho bonito (eu pelo menos gosto...) donde podemos acordar mal dispostos...
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QuimPorta Escreveu:A questão é se, num prazo alargado, se encontra uma alternativa às energias fósseis mais rapidamente (convém que seja em tempo útil) investindo nas renováveis ou aplicando o mesmo investimento no nuclear...
A resposta para isso (se alargarmos o prazo) reside no aspecto económico e esse é de resposta incerta porque não podemos garantir como vão evoluir cada uma das energias a nível económico num prazo alargado (em função de como vão evoluir as respectivas tecnologias de desenvolvimento, implementação e manutenção).
Não podemos assumir que a decisão tomada neste momento com base no conhecimento actual será a decisão correcta. Essa é de resto uma das razões para eu e outros defenderem que se deve continuar a investir nos vários campos (para além de outras razões que posso sintetizar também: a complementaridade de características entre as renováveis e a nuclear; as limitações de recursos das renováveis que - à partida - impedem que satisfaçam as prováveis necessidades de longo-prazo só por si).
E isto é, parece-me, o que tem concluído a generalidade do mundo desenvolvido. Essa conclusão está patente naquele mapa "quase todo a azul" que já coloquei mais atrás...
Pode-se perfeitamente apostar nas duas coisas ao mesmo tempo, é provavelmente a solução mais inteligente com base no conhecimento actual e é o que a maior parte do mundo desenvolvido está a fazer.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
noticia expresso Escreveu:A maior parte da electricidade gerada nos dois primeiros meses do ano (e também praticamente durante todo o mês de Março, para o qual ainda não há dados definitivos), teve origem em fontes renováveis.
http://aeiou.expresso.pt/portugal-nao-q ... na=f574329
Isto é verdade desde sempre, não é nenhuma novidade.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
QuimPorta Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:
A Energia Nuclear é muito mais lenta de implementar que as Renováveis.
até aí já tinha chegado, oh Marquinhos...Por isso digo que o retorno no nuclear é descontínuo...
A questão é se, num prazo alargado, se encontra uma alternativa às energias fósseis mais rapidamente (convém que seja em tempo útil) investindo nas renováveis ou aplicando o mesmo investimento no nuclear...Fingerspitzengefuhl Escreveu:Acreditas mesmo que daqui a 30 anos alguém vai estar preocupado com o CO2?
Acredito. Eu e aí uns 190 países da ONU estamos preocupados com o que o CO2 pode vir a provocar daqui a uns anitos...

"In God we trust. Everyone else, bring data" - M Bloomberg
Pelo contrario, se não importamos, só ganhamos e em termos de balança comercial não podia ser melhor.
Apesar de ser "cara", a eolica não é das mais caras se combinada com a hidraulica constitui até um dos melhores rácios, se não houver excessiva bombagem.
O peso do deficite tarifario terá de descer, está previsto, mas antes descer por custos gerados em Portugal que por agravamento da balança com compra de combustivel, por exemplo.
Apesar de ser "cara", a eolica não é das mais caras se combinada com a hidraulica constitui até um dos melhores rácios, se não houver excessiva bombagem.
O peso do deficite tarifario terá de descer, está previsto, mas antes descer por custos gerados em Portugal que por agravamento da balança com compra de combustivel, por exemplo.
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JLMF Escreveu:O sistema electroprodutor baseou-se sobretudo nas energias renováveis, com destaque para a eólica e para a hídrica. Ou seja, foi das semanas mais limpas e mais amigas do ambiente em termos de produção de electricidade.
Mas segunda julgo saber, a eólica é também das mais caras.
Ou seja, dado que a electricidade é fortemente subsidiada, foi uma semana pouco amiga do défice

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Portugal não queima carvão há uma semana
Entre 24 e 29 de Março de 2010 Portugal não usou carvão para produzir electricidade.
Vítor Andrade (www.expresso.pt)
17:30 Quinta-feira, 1 de Abril de 2010 Última actualização há 27 minutos
Durante seis dias consecutivos Portugal não recorreu às centrais térmicas a carvão nem ás centrais de fuel para produzir electricidade.
O sistema electroprodutor baseou-se sobretudo nas energias renováveis, com destaque para a eólica e para a hídrica. Ou seja, foi das semanas mais limpas e mais amigas do ambiente em termos de produção de electricidade.
Os dados, apurados pela REN - Redes Energéticas Nacionais, apontam ainda para uma quebra no uso do carvão entre Janeiro e Fevereiro de 2010, de 8 pra 7%, no total da produção eléctrica.
A maior parte da electricidade gerada nos dois primeiros meses do ano (e também praticamente durante todo o mês de Março, para o qual ainda não há dados definitivos), teve origem em fontes renováveis.
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Entre 24 e 29 de Março de 2010 Portugal não usou carvão para produzir electricidade.
Vítor Andrade (www.expresso.pt)
17:30 Quinta-feira, 1 de Abril de 2010 Última actualização há 27 minutos
Durante seis dias consecutivos Portugal não recorreu às centrais térmicas a carvão nem ás centrais de fuel para produzir electricidade.
O sistema electroprodutor baseou-se sobretudo nas energias renováveis, com destaque para a eólica e para a hídrica. Ou seja, foi das semanas mais limpas e mais amigas do ambiente em termos de produção de electricidade.
Os dados, apurados pela REN - Redes Energéticas Nacionais, apontam ainda para uma quebra no uso do carvão entre Janeiro e Fevereiro de 2010, de 8 pra 7%, no total da produção eléctrica.
A maior parte da electricidade gerada nos dois primeiros meses do ano (e também praticamente durante todo o mês de Março, para o qual ainda não há dados definitivos), teve origem em fontes renováveis.
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