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Caldeirão da Bolsa

O cantinho do Champignon

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Champignon » 18/3/2010 2:12

Resolvi hoje analisar uma empresa que já tinha entrado no meu radar, mas que nunca a tinha analisado como “deve ser”, por achar que tinha perdido o comboio. Hoje, após uma queda de 35% ganhei coragem para analisar. Estou a falar da FUQI.

E tendo em conta os mercados estarem imparáveis, e a carteira estar exposta aos shorts neste momento, quis encontrar posições longas para abrir. E realmente encontrei uma para fazer companhia à futura compra da JMT. Passemos á análise.

Tipo de negócio

Fundada em 2001, Shenzhen Fuqi Jewelry Co., Ltd é uma empresa líder na criação de jóias preciosas de alta qualidade na China,. Faz o desenvolvimento, design, promoção e venda de uma vasta gama de produtos para o mercado de luxo chinês.
Os seus produtos são feitos a partir de metais preciosos, como platina, ouro e ouro Karat (K-ouro), bem como os diamantes e outras pedras preciosas.

O seu target é a classe média/alta chinesa com uma faixa etária entre os 20 e os 50 anos.

Até 2007 a empresa actuava apenas na produção e distribuição. Hoje em dia além dessa actividade tem vindo a desenvolver a área do retalho. Conta hoje com mais de 70 lojas de marca própria na China. Tem mais de 900 empregados, 800 deles ligados á sua unidade de produção.


Comentários ao modelo de negócio:

Pessoalmente, é um sector que me atrai bastante.
Estamos a falar de uma empresa que dirige os seus produtos ao consumidor de classe média/alta chinês. Se há alguém no mundo que está a aumentar o poder de compra per capita, são os chineses.
Reparem:

:arrow: Grande mercado de retalho – O mercado Chinês é um dos maiores do mundo, com potencial para se tornar o maior.

:arrow: Mercado dos artigos de luxo – Com o aumento do poder de compra, será dos mais beneficiados

:arrow: Potenciais Clientes - Estamos, em minha opinião, no mercado com mais potenciais clientes do mundo inteiro. Ainda para mais, o target deles são os que estão agora a começar ou a viver ,pela primeira vez, o capitalismo.
A taxa de poupança dos chineses sempre foi elevadíssima, mas neste momento está a haver uma inversão. As famílias já começam a gastar e, inclusive, recorrer ao crédito para usufruir dos mais variados bens. Isso é bom para o tipo de negócio da FUQI.

:arrow: Alterações de preferências – Está cada vez mais a existir uma ocidentalização do cidadão Chinês. E assim sendo, as jóias vão entrar nas suas preferências.

:arrow: Favoráveis mudanças regulatórias - Como membro da Organização Mundial do Comércio a China está a eliminar uma série de restrições à propriedade estrangeira e operação de lojas de retalho.
. As tarifas sobre pedras preciosas, ouro, prata e pérolas foram reduzidos nos últimos anos, baixando assim o preço de venda ao público.

:arrow: A expansão do modelo negócio para o retalho, ao invés da concentração exclusiva na distribuição. A empresa está a apostar forte nos últimos tempos, na expansão do mercado de retalho com aberturas de lojas com marca própria.

Aqui está os site da empresa
http://www.fuqi.com.cn/Index2.Html

No entanto, em também alguns factores negativos:

:arrow: As vendas no retalho são ainda marginais, comparando com os da distribuição.

:arrow: O Bull Market que o ouro vive, faz aumentar o preço do produto final. Isto leva a duas hipóteses para a Fuqi:

-Ou vende o produto mais caro, e tem um decréscimo de vendas. Mesmo que com o aumento do poder de compra, isso possa não ter um impacto significativo. Vai depender muito do valor do ouro. Isto porque a empresa não faz grandes stockagens.

-Ou baixa as suas margens para vender mais barato. E não tem muita margem para fazer isso. Por isso, acho que não irá passar por aí a solução.

Imagem


Bem vamos então para a fase seguinte. A análise individual da empresa.


Análise Fundamental

A Fuqi tem uma Marketcap de 328.8 M USD e apenas 35% está no poder de institucionais e 43% ainda está na posse dos responsáveis da empresa. Gosto desse tipo de empresas.

Tem o seguinte histórico:

Imagem

Estamos a falar de uma empresa de crescimento exponencial, como podem ver nesta tabela.

Imagem
As variações são comparando sempre com o ano transacto.

Vemos uma empresa que está a aumentar em média, nos últimos 6 anos o seu EPS em 65%. Incrível!

Não será expectável manter este ritmo, pois a empresa está maior. E quanto maior, mais difícil é crescer ao mesmo ritmo. Mas vamos analisar então as perspectivas de crescimento da empresa.

Mas primeiro que tudo… o que terá provocado esta queda de 37% de hoje?

Parece que houve uma conjugação de factores que levaram a esta queda, tudo no mesmo dia.
O mais grave do todos parece ter sido uma “falsificação” das contas nos relatórios deste ano. Empresas de advogados já ameaçaram com processos etc.
Aliado a isso foram revistas em baixa as expectativas de vendas para o 4º trimestre, que costuma ser o mais forte da empresa.

Que dia negro! Mas será que se justifica uma queda destas?

Em minha opinião é mais o pânico do que os motivos fundamentais para esta queda.

Passo a explicar:

O erro no EPS, segundo foi noticiado, foi de 0.15 a 0.19 USD.
As revisões em baixa do 4º trimestre apontam para vendas de 175M. Isto daria na casa dos 14M de lucro e 0.50 de EPS. Estes cálculos foram feitos utilizando a mesma margem liquida do ano passado.
Juntando ao EPS até Setembro que foi de 1.38 os 0.50 estimados do 4º trimestre, dará 1.88 USD de EPS. Retirando os tais 0.19 USD, ficaríamos com 1.69 USD de EPS. Isto á cotação actual dá um PER de 7.
Mesmo com este erro das contas, o EPS vai crescer quase 50%. E relembro que temos um PER de 7 e que a empresa tem crescido sempre na casa das dezenas nos últimos 6 anos.

Por isso parece-me que isto foi mais uma onda de pânico, mas sem grandes motivos de sustentação.

Isto dos erros nas contas abre um precedente grave. Mas também não é o fim do mundo. Muitas empresas chinesas sofrem deste problema de credibilidade.

Quais são então os produtos que a Fuqi vende e com que distribuição:

Imagem

Vemos que o Ouro está a assumir um papel de relevo. Isto pode ser negativo, devido á situação que referi na situação macro económica.
Vejo também o sector dos diamantes a crescer. Eles só fazem por encomenda, logo nunca têm stocks. Parece-me positivo.

Desta distribuição não se podem tirar muitas mais conclusões.


Vamos agora a uma parte que considero importante. Como são vendidos o produtos?
Como já disse anteriormente, a empresa tem investido no sector do retalho. Até 2007 eles eram apenas fabricantes.
Normalmente eles aplicavam uma margem de lucro de 10-14% sobre o preço da matéria prima, referentes ao design e produção. Depois vendiam aos seus distribuidores. . Esses distribuidores depois aplicavam uma margem de 30%.


Então a gestão da Fuqi pensou:
Porque estamos nós a dar 30% aos distribuidores? Porque não abrir as nossas próprias lojas?
É nisso que estão, a meu ver bem, a apostar. Estão a conseguir margens superiores. Isso vai se traduzir em lucros maiores.

As suas lojas têm também um modelo interessante. O valor das rendas varia consoante o volume de vendas. Isto é muito positivo caso haja algum decréscimo de vendas. Digamos que a empresa está a jogar pelo seguro. Assim não dá um passo maior que a perna.
Das mais de 70 lojas, só 7 não estão neste sistema.

Pena ser ainda um valor residual. Em 2008 só representou 5%.
Em 2009 segundo as previsões da empresa irá crescer bastante neste sector. As vendas, neste sector, comparando o 4º trimestre de 2008 com o 4º de 2009 são 3 vezes maiores.

Como podem ver pela tabela as margens são muito mais interessante se a empresa continuar com as próprias lojas. Os custos de exploração compensam largamente a margem que os distribuidores levam.

Imagem

Continuo então optimista na expansão deste modelo.

Outro factor positivo que reparei é que mesmo dentro do sector da distribuição, não há nenhum cliente que represente mais de 10% das vendas. Isso é extremamente positivo, porque não leva a dependência de ninguém em particular.


Falta o balanço. Será esta uma empresa saudável?

Imagem

Parece que é super saudável. Não encontro nenhuma empresa portuguesa com rácios destes. Provavelmente vem da cultura chinesa que ainda não entrou no hábito de se endividar em demasia. O capitalismo ainda é uma coisa “recente”.

Todos os passivos que tem são de curto prazo (motivados maioritariamente pelas compras de matéria prima), e geralmente os capitais próprios são superiores aos seus passivos.

Neste teste também passa.


Tecnicamente

Com este Gapdown a empresa está completamente oversold e próxima do suporte na casa dos 11.5. Essa foi durante 2008 uma resistência muito importante para a FUQI.

De qualquer forma toda a motivação de compra é estritamente fundamental.

Imagem

Comentários finais

Penso que esta queda é uma excelente oportunidade de compra. Uma empresa com um crescimento destes tem que apresentar um PER condizente com esse mesmo crescimento. Em tese o PER deve ser parecido á sua taxa de crescimento.

Não acredito que vá continuar a crescer 50% ao ano, devido ao custo das matérias primas. Mas com esta aposta no mercado retalhista e com o aumento de margens, acredito perfeitamente que pode crescer a um ritmo de 20-25% ao ano.

Adoro o tipo de negócio.Que os chineses estão a aumentar o seu poder de compra, acho que ninguém duvida. E estamos no sector certo para reflectir esse mesmo aumento. Os produtos de luxo.

Esta empresa tinha que ter, pelo menos um PER de 20.

Isto daria uma cotação de 34 euros. São 280% de potencial de valorização.

Acho que o mercado ainda tem uma desconfiança geral em relação ás empresas chinesas por situações como as que aconteceram ontem com a FUQI. São situações recorrentes, infelizmente. Mas é mais o alarido do que propriamente o impacto neste caso.

Ainda há também muita margem para os grandes fundos poderem investir nela. Os instuticionais apenas têm 35%. Acho que ainda não o fazem por uma questão de credibilidade.

E quando esse investimento institucional acontecer, e deixarem de pairar estas nuvens negras, a acção vai ter múltiplos mais condizentes com o seu valor.
É óbvio que também a mim me pode estar a escapar qualquer coisa. Espero que não

A carteira de investimentos vai então adquirir 10% em acções da Fuqi ao preço de abertura de amanhã.

Relembro também que isto é apenas a opinião do autor, não podendo ser confundido como uma recomendação de investimento.
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por Ulisses Pereira » 17/3/2010 15:57

E fizeste muito bem. :)

Um abraço,
Ulisses
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Ulisses Pereira

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por Champignon » 17/3/2010 15:41

Bem resolvi aqui partilhar alguns artigos que tenho escrito no meu blog sobre conceitos de Análise Fundamental.

Acho importante partilhar aqui também, pois reparo que mesmo os conceitos mais básicos são desconhecidos para muitos.

Espero ter um contributo útil.

Cumprimentos,
Champignon
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por Champignon » 17/3/2010 15:40

EPS ( Earnigs per Share) - O que significa? Como se calcula?


O EPS é talvez o dado mais importante quando se utiliza Análise Fundamental. Este rácio representa a parte do lucro de uma empresa atribuída a cada acção. É calculado da seguinte forma:

EPS = Resultado Líquido / Nº de acções emitidas

O EPS é talvez o melhor indicador para perceber a rentabilidade de uma empresa.

Quanto maior for o EPS maior será o valor de cada acção. É este valor que na realidade faz crescer o valor da acção. Geralmente uma empresa "comum" com um EPS de 1 euro por ano andará na casa dos 10 euros por acção, enquanto que uma empresa que tenha um EPS anual de 10, dificilmente valerá menos de 100 euros por acção. Isto é uma ideia bastante simplista, mas serve apenas para dar uma noção básica.

Por exemplo uma empresa que embora mantenha lucros grandes, mas que vai emitindo sempre novas acções, está a diluir o valor do acionista. Por cada acção o accionista está a receber menos valor. O EPS não deixa escapar esse facto. Nos USA todas as empresas são obrigadas a divulgar este valor. Em Portugal, muitas empresas não o apresentam, tendo que ser nós próprios a calcular. A CMVM deveria obrigar as empresas Portuguesas a fazê-lo.

É portanto expectável, que uma empresa que duplique anualmente o seu EPS veja todos os anos a sua cotação duplicar. O contrário também será verdade.

Tendo o EPS, é então fácil encontrar o PER de uma empresa . Falei deste rácio no artigo passado.
Relembro também que em tese, a taxa de crescimento do EPS deverá deve ter números parecidos ao PER.
Comparando estes 2 simples rácios já podemos fazer uma avaliação, se bem que muito simplista, de uma empresa.

Há muitos mais factores a considerar, que irei abordar ao longo do tempo.
Qualquer rácio financeiro não é,nem nunca será, a formula mágica para encontrar o valor de uma empresa.

Um facto que o cálculo do EPS não consegue descortinar é perceber com que capital foi realizado determinados resultados líquidos. Duas empresas que apresentem o mesmo EPS será mais competitiva a que utilizar menos recursos para apresentar o mesmo lucro.

Outro factor, talvez o mais importante, é o facto de haver habilidades contabilisticas. É bastante comum não haver distinção entre resultados recorrentes de não recorrentes. Os resultados não recorrentes são proveninetes de receitas extraordinárias, ao contrários dos recorrentes que resultam da actividade normal da empresa. São esses que nos interessam. Muitas vezes as empresas tentam disfarçar isso, ao apresentar resultados que de facto não correspondem á actividade da empresa. Mais tarde escreverei um artigo elaborado sobre isso.


Voltando ao EPS, volto a lembrar que é um rácio de extrema importância, se não o mais importante. Mas tal como outros, sozinho de nada vale.
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por Champignon » 17/3/2010 15:38

PER (Price Earning Ratio) - O que é, e para que serve?
O PER é um dos principais instrumentos que se utilizam de modo a tentar avalia uma empresa.

O que significa afinal?

É um rácio financeiro, que relaciona os lucros líquidos da empresa com a sua capitalização bolsista, ou os resultados por acção (EPS) com a sua cotação.
Na teoria, será quantas vezes o investidor paga pelos lucros da empresa. Se estes fossem totalmente distribuídos e não existisse crescimento, seria o número de anos que o investidor demoraria a recuperar o seu investimento na empresa à cotação presente.
Pode ser calculado das seguintes maneiras:

PER=Preço da acção/EPS

Ou

PER=Capitalização Bolsista/Resultados líquidos

Em qualquer um dos casos devem ser contabilizados para o cálculo do EPS ou dos Resultados Líquidos, apenas os lucros relativos a actividades recorrentes da empresa,excluindo tudo o que sejam resultados extraordinarios, também conhecidos como não recorrentes.
Por exemplo a EDP o ano passado recebeu um valor extraordinario relativo à alienação parcial da EDP Renovaveis. Esse valor não se vai repetir no futuro, logo não deve ser contabilizado. Nós com a Análise Fundamental queremos é saber os lucros futuros.

Sendo o PER um rácio muito útil, por se só não serve de nada. Embora seja comum ouvir dizer que um PER abaixo de 10 significa que uma acção está barata e mais de 20 que está cara não passa de uma generalização errada.

A melhor maneira de avaliar com recurso ao PER em minha opinião é a seguinte:
- O PER deve acompanhar a taxa de crescimento dos lucros dos lucros por acção.

Ou seja, se uma empresa aumenta o seu EPS em 35% ao ano é normal essa empresa transaccionar com um PER de 30 sem significar que esteja cara.
Já uma empresa com lucros constantes e sem grandes possibilidades de crescimento não deverá transaccionar com um PER superior a 15.
Porque investiria eu numa empresa que não aumenta os seus lucros e só daqui a 15 anos é que rentabilizaria o meu investimento?
Uma empresa com um PER muito baixo costuma ser até um mau sinal. Significa que a empresa está com problema financeiros e/ou de lucros que podem virar prejuízos.

Outra factor a realçar com o uso do PER, é quando queremos comparar duas empresas com base nesse indicador.
Atenção, que essa comparação só se poderá fazer com empresas do mesmo sector! Não tem lógica eu comparar o BCP com a PT por exemplo. Só poderei comparar o BCP com o BPI ou o BES por exemplo.
Já a PT só o poderei fazer com a France Telecom ou outra empresa do ramo.

Alerto ainda para outro facto. O PER apenas relaciona lucros com preços da acção. Qualquer situação menos favorável no balanço não é directamente apresentada no PER. Imaginem uma empresa que até tem estado a dar lucros mas que tem uma dívida que será incomparável no futuro. Poderá apresentar um PER muito aliciante, mas não a torna num bom investimento.
Por último, mais importante que o PER passado é o PER futuro. É isso que vai reflectir o valor da acção. Para tal temos que conseguir estimar qual vai ser o Resultado Líquido no futuro. E essa é a parte mais difícil e interessante da Análise Fundamental.

Em suma, o PER é um rácio de grande utilidade, mas que deve ser sempre utilizado em conjunto com outros dados.
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por Champignon » 17/3/2010 15:35

Análise Fundamental - O que é afinal?

Hoje será colocado o primeiro artigo no www.fundamentalmentebolsa.com. Vou tentar explicar sumariamente o que é Análise Fundamental.

Quando se fala de acções, a Análise Fundamental é uma técnica que tenta determinar o seu valor intrínseco, centrando-se sobre os factores que afectam o negócio real de uma empresa bem como as suas perspectivas futuras.

Pode-se também, num âmbito mais amplo, executar a análise fundamental apenas num determinado sector ou na economia como um todo.

Este tipo de análise da foca-se apenas na situação económica de uma entidade, em oposição ao estudo dos movimentos do seu preço. Esta última técnica chama-se Análise Técnica.


A Análise Fundamental serve para responder a perguntas, tais como:

A receita está a crescer?

É realmente lucrativa?

Está melhor que os seus concorrentes?

É capaz de pagar suas dívidas?

É a gestão transparente?



Tudo realmente se resume a uma questão: Será esta empresa um bom investimento?


Pense em análise fundamental como instrumento para ajudá-lo a responder esta pergunta.

No entanto temos que conseguir distinguir a parte quantitativa da parte qualitativa.Os vários factores fundamentais podem ser agrupados nessas duas categorias.


Quantitativa - capaz de ser medido ou expressa numericamente.

Qualitativa - relacionados ou com base na qualidade, independentemente, oe seu tamanho ou quantidade.

Sendo os fundamentos quantitativos numéricos, é relativamente fácil ver esses mesmos dados quantitativos nas demonstrações financeiras. Aí podem-se observar as vendas,os lucros,activos, passivos, etc com alguma facilidade.

Quanto aos fundamentais qualitativos, são mais complicados de analisar. Não estão nos balanços e compete ao analista saber avaliar os mesmos. Daí a Análise Fundamental não ser uma ciência exacta.

Aqui estão incluídos coisas como o valor dos seus gestores, capacidade tecnológica face á concorrência, valor comercial da marca, patentes etc. Aqui é preciso uma grande sensibilidade por parte de quem analisa. Ao contrário do que muita gente pensa Análise Fundamental não se trata apenas de estatísticas.

Só conjugando estes dois valores podemos chegar ao valor íntrinseco da acção.


Afinal, o que é o valor intrínseco?

Não é mais do que o valor “real” da acção.


Mas a acção o preço de mercado não é o valor “real”?

Não necessariamente. As acções andam ao sabor do momentum do mercados, embora no longo prazo tendem a reflectir o seu valor fundamental. O papel do analista fundamental é tentar abstrair-se do momentum e tender perceber falhas de avaliação do mercado em determinada empresa, de modo a tentar aproveitar uma potencial subvalorização e comprar uma acção com preços de “saldo”.


No entanto isto leva a duas perguntas:


-Estará a meu valor intrínseco correcto?

-Quanto tempo levará o mercado a dar-me razão?



Por isso defendo que a Análise Fundamental deve ser conjugada com Análise Técnica. Se o mercado não nos der razão, não adianta ir contra ele.

Isto foi apenas uma pequena introdução á Análise Fundamental. É complicado num post apenas tentar explicar o que é Análise Fundamental, Muitas mais coisas podiam ser ditas, e concerteza abordarei mais em detalhe futuramente aqui no blog.

Espero que este artigo tenha sido útil.
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por Champignon » 17/3/2010 1:27

Os shorts nestas empresas em específico foram feitas apenas com uma avaliação fundamental.

Só utilizei a AT para a Big Picture, ou seja, uma visão mais macro.

Acredito que se o mercado no geral cair, as empresas com piores fundamentais são as mais penalizadas.

Mas quando o mercado sobe, até as empresas com piores fundamentais sobem. Aí não vale a pena contrariar o mercado com shorts.
No caso da Brisa não acho que seja tanto uma questão de maus fundamentais, mas sim uma sobreavaliação.

Se na Zon não tenho a menor dúvida sobre o valor da acção, na Brisa quero fazer uma avaliação completa como fiz na JMT e na SONI. Quero estar 100% seguro dos meus movimentos.

Até porque, em shorts, o máximo que se pode ganhar são 100% (caso a empresa vá à falência, e que tenho a certeza que não acontecerá em nenhuma destas duas), e o potencial de perda é ilimitado.

Por isso prefiro posições longas, sobretudo para horizontes mais largos.

Caso o mercado suba a JMT entrará na carteira. Vou aguardar e analisar mais empresas para tentar oportunidades do lado longo para esta carteira. Não quero entrar nesta carteira em posições que não tenha justificado previamente aqui.
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por JonhyRico » 17/3/2010 1:17

Tenho adorado os posts deste tópico e a ideia de simular uma carteira é fabulosa para quem, como eu, está agora a dar os primeiros passos nestas coisas.

Contudo, confesso que não compreendi os 2 shorts que abriste. Mas estou a falar apenas do lado técnico, pois no fundamental ainda sou mais aprendiz.

Se puderes dar aí uma explicação dos shorts agradecia.

Um abraço.
Só para ter uma assinatura que não tem nada a ver com bolsa...

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por Champignon » 17/3/2010 1:07

Dia mau para a carteira de Investimentos by Champignon.

Aliado ao dia positivo generalizado, saiu um daqueles famosos price targets para a Brisa pelo Citigroup. Resultado...Euforia!

O sinal amarelo foi dado aos shorts hoje pela passagem dos 1150 do SP500. Se este movimento for confirmado nos próximos dias será caso de reformular os shorts, tal como havia referido logo no início destes negócios. Vamos aguardar.

Não vale a pena ir contra o mercado, sobretudo com shorts. O risco é muito superior ao prémio.


Quero abrir posições longas que são as minhas favoritas. Mas não o queria fazer sem antes fazer aqui uma análise completa dessas mesmas escolhas. Veremos se o tempo o permite.

Fica aqui a carteira actualizada



Imagem
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por Champignon » 16/3/2010 1:11

kknd Escreveu:Esse gráfico do valor inicial carteira vs valor actual carteira não está muito proporcional :lol:


Infelizmente não.:mrgreen:

O excel não se deve dar muito bem com proporcionalidades. Vou ver se consigo corrigir.
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por kknd » 16/3/2010 0:19

Esse gráfico do valor inicial carteira vs valor actual carteira não está muito proporcional :lol:
 
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por Champignon » 15/3/2010 22:48

Foi hoje o dia de estreia da Carteira de Investimentos by Champignon.

Fica aqui a primeira actualização.

Imagem


Cumprimentos,
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por Champignon » 15/3/2010 17:43

Woodhare Escreveu:
Champignon Escreveu:
Ou seja o EPS subiu no total 200% desde 2003 até 2009.


Obrigado Champignon.



De nada :P .


Concordas comigo nesta parte, certo?
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por Woodhare » 15/3/2010 17:33

Champignon Escreveu:
Ou seja o EPS subiu no total 200% desde 2003 até 2009.


Obrigado Champignon.
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por Champignon » 15/3/2010 13:20

helderjsm Escreveu:Bom dia,

Embora não querendo entrar no quadro fundamental do qual nem me posso pronunciar por pouco ou nada perceber, gostaria só de salientar o seguinte.

Em relação à ZON e uma vez que o plano de investimento é a curto prazo não achas que, do ponto de vista técnico, e para o lado curto, a relação ganho/perda não te favorece muito?

Se não vejamos a ZON está ali com uma lta que vem desde 2009 que ainda não foi rompida:

Imagem

O que daria um target de apenas 3,70 a meu ver. Ora suponho que fosses shortar hoje a 3,80. Isso dá um potencial de menos de 3% (pelo menos a curto prazo). Isto numa altura de optimismo dos mercados parece-me um trade demasiado arriscado e sem potencial de ganhos.

Cumprimentos



Helder não sei bem qual vai ser o horizonte temporal do trade. Eu disse previamente as condições de saída. Vamos ver quanto tempo dura.

Tecnicamente não acho que seja assim tão desfavorável. Vejo suportes consistentes por volta dos 3.5 e resistências na casa dos 4. Estamos a meio caminho. Tecnicamente não seria o melhor trade do mundo, mas também não seria um disparate tão grande assim. Digamos que tecnicamente o risco não compensa o potencial lucro. Está 50/50.

Já fundamentalmente, e acreditando eu numa correcção, acho que são as acções com piores fundamentais que descem. Por isso uma das minhas escolhas recaiu na Zon.
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por Champignon » 15/3/2010 13:16

Woodhare Escreveu:Espera aí, o eps de 2003 não é 0,6037 e o de 2009 0,2597?


O do 2009 foi 0.32.

Em termos absolutos isso é verdade. Mas há aqui um factor chave que te estás a esquecer, e que é de crucial importância. Repara quando eu escrevo isto:

Este número tem se mantido constante desde 2004. Em 2007 embora haja um aumento em 5 vezes do número de acções essa alteração acontece apenas devido á alteração do valor nominal. Sendo assim o accionista não vê o seu valor diluído.



Houve um Stock Split em 2006, ou seja por cada acção que o investidor tinha na altura recebeu 5. Naturalmente o EPS por acção diminui, mas o investidor tem 5 vezes mais acções do que tinha. Logo para compararmos os valores que apresentaste terias que comparar 0.6 com 0.32*5.
Ou seja 1.6 com 0.6. Isto dá um aumento de 266%.

Mas como em 2004 houve um aumento de 28% de acções, o valor certo a comparar seria:

1.25 com 0.6.

Ou seja o EPS subiu no total 200% desde 2003 até 2009.
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por helderjsm » 15/3/2010 12:23

Bom dia,

Embora não querendo entrar no quadro fundamental do qual nem me posso pronunciar por pouco ou nada perceber, gostaria só de salientar o seguinte.

Em relação à ZON e uma vez que o plano de investimento é a curto prazo não achas que, do ponto de vista técnico, e para o lado curto, a relação ganho/perda não te favorece muito?

Se não vejamos a ZON está ali com uma lta que vem desde 2009 que ainda não foi rompida:

Imagem

O que daria um target de apenas 3,70 a meu ver. Ora suponho que fosses shortar hoje a 3,80. Isso dá um potencial de menos de 3% (pelo menos a curto prazo). Isto numa altura de optimismo dos mercados parece-me um trade demasiado arriscado e sem potencial de ganhos.

Cumprimentos
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por Woodhare » 15/3/2010 12:02

Espera aí, o eps de 2003 não é 0,6037 e o de 2009 0,2597?
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por Champignon » 15/3/2010 11:46

Woodhare Escreveu:
Champignon Escreveu:Depois quando dizes que não há acções portuguesas para a vida, acredito.



Esse é o ponto em que eu sou tentado a discordar. Olho para a evolução dos eps desde 2003 e vejo uma desvalorização substancial até 2009; não descardo a hipótese da emissão de acções.



Esta não percebi. Tens visto uma desvalorização do EPS?

O EPS tem crescido em média 24% desde 2003.

Os resultados têm crescido até mais que as vendas. Desde a reestruturação financeira de 2003 que não houve emissões novas de acções.

É por isso que a cotação tem subido constantemente. Se o EPS tivesse a desvalorizar a cotação desceria...e não o contrário!


E não havendo nenhum grande investimento para fazer nos próximos tempos e tendo a empresa um balanço relativamente saudável, não vejo porquê uma emissão de acções nos próximos anos....
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por Woodhare » 15/3/2010 11:35

Champignon Escreveu:Depois quando dizes que não há acções portuguesas para a vida, acredito.



Esse é o ponto em que eu sou tentado a discordar. Olho para a evolução dos eps desde 2003 e vejo uma desvalorização substancial até 2009; não descardo a hipótese da emissão de acções.
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por bEMdISPOSTO » 15/3/2010 3:05

Champignon Escreveu:Caro Bemdisposto,

Parece que nunca estamos de acordo.

Eu acho que estamos, tu é que dizes que não, mas depois os teus actos demonstram que concordas comigo.


Champignon Escreveu:De facto, por vezes não tenho tempo para acompanhar o mercado com a devida atenção. Este mês tenho tido mais tempo. Haverá alturas com mais e outras menos tempo naturalmente.


Ou seja, estás a contradizer a citação que fiz no post anterior do que disseste antes (que não tens disponibilidade para entrar num mês e sair noutro e que te baseias sempre num horizonte de 3-5 anos.

Só estou a focar isto, porque de facto acho notória a tua contradicção nos argumentos dados. Se não quiseres admiti-la, tu é que sabes. Fica apenas o registo.
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por Champignon » 15/3/2010 2:52

Caro Bemdisposto,

Parece que nunca estamos de acordo.

De facto, por vezes não tenho tempo para acompanhar o mercado com a devida atenção. Este mês tenho tido mais tempo. Haverá alturas com mais e outras menos tempo naturalmente.

Não sei quanto tempo estes negócios vão durar. Só disse, previamente, quais seriam os factores que me fariam mudar de ideias. Podem ser dias, como largos meses.

Relembro também que a minha postura quanto a shorts é a que citei anteriormente:

Os shorts não os vejo bem como investimentos, mas sim como negócios de curto/médio prazo que permitem ganhar algum dinheiro. São igualmente muito úteis para hedging. Neste caso vou estar 100% exposto a eles. Situação que não gosto, mas que penso que seja de pouca duração.


Aproveito também para relembrar que em altura de quedas são as acções com piores fundamentais as que caiem mais.

Cumprimentos,
Champignon
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Re: Primeiros movimentos da Carteira by Champignon

por bEMdISPOSTO » 15/3/2010 1:53

Champignon Escreveu:Bem vai amanhã iniciar-se o primeiro movimento na Carteira de Investimentos by Champignon.

Ao contrário da minha filosofia primordial, vai abrir com 2 shorts. Isto porque antevejo uma queda no mercado na(s) próxima(s) semanas. O sp500 está sobre a resistência dos 1150 e o PSI dos 8000/8100. Será normal uma reacção para baixo. Veremos se será apenas uma correcção ou algi mais. Embora goste muito da AF, reconheço a utilidade da AT.

Os shorts não os vejo bem como investimentos, mas sim como negócios de curto/médio prazo que permitem ganhar algum dinheiro. São igualmente muito úteis para hedging. Neste caso vou estar 100% exposto a eles. Situação que não gosto, mas que penso que seja de pouca duração,

O que me faria mudar de ideias? Uma ruptura dessas resistências nesses índices. Se isso acontecer a JMT ,que caso essa ruptura aconteça levará possivelmente a uma valorização do Zloty, entrará para a Carteira.
Qual o horizonte temporal destes shorts? Bem dependerá muito da reacção do mercado. Se o SP500 passar com muita força a zona dos 1150 e o PSI o 8100, reconsiderarei as posições. Se o PSI passar consistentemente os 8900 será o último sinal de saída. Mas por essa altura conto também já ter algumas posições longas.

Sendo assim o plano será comprar 10% da carteira em CFD short da ZON e 10% em CFD Brisa short. Ficam assim 80% de liquidez.

Como sabem estou pessimista nestas empresas e os motivos estão explicados em posts anteriores.

Além disso todos os movimentos, terão que respeitar as regras da carteira. Logo uma perda superior a 4% do valor global da carteira levará igualmente ao fecho de posição. O preço será o da abertura de amanhã.


Champignom, agora não te entendi. Nos nossos diálogos anteriores, além de discordar das tuas opiniões sobre o potencial de valorização da BRI e ZON (que insististe serem baseadas unicamente em análise fundamental porque não tinhas disponibilidade para acompanhar o mercado) aconselhei-te ainda assim a encarares investimentos em prazos menores, onde poderias rentabilizar razoavelmente mes sem necessidade de acompanhar os mercados dia a dia). Ainda assim mantiveste a tua argumentação de que é a análise fundamental num horizonte de 3 a 5 anos que te interessa (cito abaixo o diálogo para melhor percebes a que me refiro).
Mas o que estás agora a fazer é precisamente um carteira onde vais acompanhar o mercado no curto prazo e fazeres trades em função da sua evolução no curto prazo. Assim, parece que:
* Afinal tens diponibilidade para acompanhar o mercado no curto prazo e até crias uma carteira (virtual, é certo) com trades decurto prazo;
* Os investimentos baseados em análise fundamental não atendem às flutuações do mercado no curto prazo (tu próprio já antes expressaste esta ideia), logo, não se baseiam em trades de curto prazo, como estás a propor-te fazer na tua carteira virtual;

Assim sendo, isto é a negação do que argumentaste nos nossos diálogos. Não estou a criticar o que estás a fazer aqui no teu cantinho (quanto isso, nada a dizer), mas apenas a constatar que estás a contradizer os argumentos que me deste nas nossas conversas.

bEMdISPOSTO Escreveu:
Champignon Escreveu:Eu, infelizmente, não tenho tempo para movimentos em tão curto de espaço de tempo, como tu, em que entras num mês e sais noutro por exemplo. Isso exige disponibilidade maior.
Eu não posso acompanhar o mercado de forma constante, de modo que tenho que dar preferência a uma abordagem mais fundamental, e sempre com horizonte de 3 a 5 anos.


Repara no seguinte: num ano (ou melhor, em dois anos) o PSI20 já fo de bestial a besta, voltou a bestial e agora está a tornar-se de novo uma besta... ou seja, em menos de 3 anos, podes ganhar muito, entrando e saindo num espaço de semanas ou meses... assim é que ganhas dinheiro na bolsa.

Sendo assim, basta que vejas que anda tudo em pãnico e investes, e quando vires, passados uns, digamos, 3 ou 4 ou 6 ou 9 meses (o que for) a bolsa numa toada mais bull, vendes... Não precisas de "tradar" com frequencia, mas também não tens que passar 3 anos a ver tudo subir e descer...


Abraço!
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Primeiros movimentos da Carteira by Champignon

por Champignon » 14/3/2010 17:10

Bem vai amanhã iniciar-se o primeiro movimento na Carteira de Investimentos by Champignon.

Ao contrário da minha filosofia primordial, vai abrir com 2 shorts. Isto porque antevejo uma queda no mercado na(s) próxima(s) semanas. O sp500 está sobre a resistência dos 1150 e o PSI dos 8000/8100. Será normal uma reacção para baixo. Veremos se será apenas uma correcção ou algi mais. Embora goste muito da AF, reconheço a utilidade da AT.

Os shorts não os vejo bem como investimentos, mas sim como negócios de curto/médio prazo que permitem ganhar algum dinheiro. São igualmente muito úteis para hedging. Neste caso vou estar 100% exposto a eles. Situação que não gosto, mas que penso que seja de pouca duração,

O que me faria mudar de ideias? Uma ruptura dessas resistências nesses índices. Se isso acontecer a JMT ,que caso essa ruptura aconteça levará possivelmente a uma valorização do Zloty, entrará para a Carteira.
Qual o horizonte temporal destes shorts? Bem dependerá muito da reacção do mercado. Se o SP500 passar com muita força a zona dos 1150 e o PSI o 8100, reconsiderarei as posições. Se o PSI passar consistentemente os 8900 será o último sinal de saída. Mas por essa altura conto também já ter algumas posições longas.

Sendo assim o plano será comprar 10% da carteira em CFD short da ZON e 10% em CFD Brisa short. Ficam assim 80% de liquidez.

Como sabem estou pessimista nestas empresas e os motivos estão explicados em posts anteriores.

Além disso todos os movimentos, terão que respeitar as regras da carteira. Logo uma perda superior a 4% do valor global da carteira levará igualmente ao fecho de posição. O preço será o da abertura de amanhã.

Amanha colocarei as actualizações.

Continuação de bom fim de semana,
Champignon
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por joao bravo » 13/3/2010 21:44

Identifico-me bastante com a tua maneira de investir em bolsa Champignon, combinando AF e AT. Força aí e contínua com as tuas (pessoalmente) excelente análises.
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