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Caldeirão da Bolsa

Impressão de Dinheiro

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Coconuts

por C.N. » 22/1/2010 3:03

InversuS Escreveu:...mas o dinheiro só tem valor, porque todos nós acreditamos nisso. Se todos deixarmos de acreditar que o euro tem valor ele deixa de ter valor...


Nao e estranho o que escreves. E exactamente assim. O mesmo se passa com o ouro, a prata, conchas, berlindes, coconuts, ou cigarros e tantas outras coisas que ja foram utilizadas como dinheiro.

CN

PS - link para um money talk que fiz em Saigao onde falo dos tais coconuts: http://www.auschamvn.org/Images/TWM%20T ... v%2009.pdf
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Re: Disaster Recovery

por cannot » 22/1/2010 2:03

MarcoAntonio Escreveu:(...)

Bom, imagina que cai aqui um meteorito de 500Km de diametro. Vão-se os dois servidores e depois é o caneco!
(...)


Até se vão mais do que os servidores :mrgreen: era um grande "caneco"!

a não ser o que ouro (ou seja o que for) se consiga trocar sozinho, acho que nada teria grande valor neste caso.

mas pode ser que exista um "caldeirão" lá no além e um gajo inventa qqr coisa para negociar :lol:

Abraço
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por RiscoCalculado » 22/1/2010 1:55

Uma relação importante a ter em conta:

M * V = P * Y

M -> moeda
v -> velocidade de circulação da moeda (no financiamento do produto)
P -> nível geral de preços
y -> produto

Se a velocidade de circulação fosse constante a relação entre o crescimento da massa monetária e do produto nominal seria linear. No entanto no mundo real a velocidade
de circulação não é constante e tende a variar tanto mais quanto mais os BCs tentem utilizar um target para o crescimento dos agregados monetários.

Sendo assim, há já algum tempo que vários países deixaram de utilizar um target para o crescimento da massa monetária e passaram a adoptar um target para a inflação utilizando como instrumento as taxas de juro.
As taxas de juro (ou o crescimento da massa monetária) não são estabelecidas "à toa".
Os BCs têm estatutos, os estatutos são para serem cumpridos, e nalguns casos, como por exemplo na Nova Zelândia, o falhanço no cumprimento dos mesmos (por exemplo a taxa de inflação exceder um determinado limite) implica a destituição da direcção.


O "quantitative easing" (compra de activos problemáticos e dívida pública) que se assistiu no ano passado foi consequência de as taxas de juro já estarem próximas de zero e portanto não haver muito mais a fazer utilizando apenas as mesmas. De qualquer forma apenas foi utilizado pois o risco claro era o de deflação.
A sua utilização em nada pôs em causa a taxa de inflação máxima desejada.


Em relação a controle da quantidade de dinheiro criada pelos BCs, na maior parte dos países (ou zonas económicas) são publicados semanalmente os balanços dos BCs onde do lado do passivo se pode consultar: notas e moedas em circulação, reservas dos bancos, depósitos da Administração Pública....
exemplos:
http://www.federalreserve.gov/Releases/H41/Current/

http://www.ecb.int/press/pr/wfs/2010/html/fs100119.pt.html
"In my whole life, I have known no wise people over a broad subject matter area who didn't read all the time - none, zero" - Charlie Munger

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Re: Disaster Recovery

por MarcoAntonio » 22/1/2010 0:22

xico Xico Escreveu:No caso de Portugal, sendo este um pais com alguma dimensão em termos de tamanho, mas no caso do Haiti e outros países pequenos pode acontecer que todos os servidores sejam danificados


Bom, imagina que cai aqui um meteorito de 500Km de diametro. Vão-se os dois servidores e depois é o caneco!






Mais do que a brincar, estou a sério: se acontece uma catástrofe tão grande que anula as seguranças previstas, então provavelmente esse vai ser o menor dos problemas e a menor das preocupações....
:wink:
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por EuroVerde » 21/1/2010 23:47

Penso que o dinheiro só tem valor porque é garantido pelos Bancos Centrais como meio de troca de bens e serviços.


Jim Rogers disse em 2007 que daqui a 15 ou 20 anos o euro vai entrar em colapso. Vão ter que "inventar" outra divisa, devido ao euro fazerem dele uma moeda não monetária, mas sim politica. Daí a base de conflito e não de união!

Porque isto vai acontecer?
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por kpt » 21/1/2010 22:18

InversuS Escreveu:Pode parecer estranho o que eu vou escrever, mas o dinheiro só tem valor, porque todos nós acreditamos nisso. Se todos deixarmos de acreditar que o euro tem valor ele deixa de ter valor.
Por exemplo, aquelas pessoas que estão com fome e sede no Haiti se lhes dermos dinheiro ou uma barra de ouro para eles nada vale, mas a comida e a água já tem grande importância.

Existe no youtube uma animação que retrata como o dinheiro é criado http://www.youtube.com/view_play_list?p ... t&rclk=pti.

Bons negócios


Não se trata de uma questão de meramente acreditar.

No Haiti o dinheiro ou o ouro não tem valor porque simplesmente não há nada que se possa comprar com isso, ou seja, não há produção, não há bens, não há serviços, concluindo não há economia, logo o dinheiro nada vale.

Contudo, se lhes deres uma barra de ouro para eles importarem bens, se calhar já vais ver que lhes vale de alguma coisa mas aí só vale porque existe economia além fronteiras. De qualquer modo, a barra de ouro que lhes darias não passaria de um empréstimo que te seria eventualmente pago no futuro após eles, com esse financiamento e tantos outros, serem capazes de produzir algo/riqueza.

A lei mais básica é mesmo essa, a moeda existente deverá reflectir a produção de bens e serviços e vice-versa. Não é uma questão de acreditar mas uma questão concreta de haver algo real para trocar por dinheiro.
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por InversuS » 21/1/2010 21:38

Pode parecer estranho o que eu vou escrever, mas o dinheiro só tem valor, porque todos nós acreditamos nisso. Se todos deixarmos de acreditar que o euro tem valor ele deixa de ter valor.
Por exemplo, aquelas pessoas que estão com fome e sede no Haiti se lhes dermos dinheiro ou uma barra de ouro para eles nada vale, mas a comida e a água já tem grande importância.

Existe no youtube uma animação que retrata como o dinheiro é criado http://www.youtube.com/view_play_list?p ... t&rclk=pti.

Bons negócios
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por kpt » 21/1/2010 18:14

EuroVerde Escreveu:Repara que eu falei em caso de catástrofe em que um sismo leva tudo a baixo, o ouro é sempre garantia seja para o que for e independentemente da quantidade de papel em circulação. E não o tens de ter necessáriamente num cofre no banco.

Aliás, não sei se há mecanismos de segurança, mas no caso de se perder toda a informação dum banco, quem tem 2 ou 3 milhoes em papel depositados fica sem nada, fica a apitar. Nem mesmo o fundo de garantia de depositos que é 100000 euros. Simplesmente tudo ou quase tudo é apagado. Nessas circunstâncias, quem tem uma reserva de ouro, está sempre melhor e é nesse momento em que o ouro é mais apetecivel.

Provávelmente tudo o que disse atrás hoje em dia já não se põe, porque hoje maior parte dos bancos são globalizados. Mesmo que haja um sismo numa zona, o banco deverá ter registado toda informação em outra zona, havendo assim guarda e cruzamento de informações.
Este problema colocava-se aqui há uns 20 ou 30 anos a trás, mas hoje em dia penso que não.


Bom, ter grandes quantidades de ouro em casa não seria o mais seguro, tal como não tens grandes quantidades de dinheiro em casa. Muito dificilmente o terias em casa em grandes quantidades.

Portanto, qual é a diferença? Mas já nos estamos a desviar o tópico. Isto já nada tem a ver com impressão de moeda e os seus efeitos.
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por dfviegas » 21/1/2010 18:03

EuroVerde Escreveu:
kpt Escreveu:
EuroVerde Escreveu:Diga-se o que disser, um país que tem ouro é sempre mais avantajado do que outro que não o tem, independentemente da moeda. Ouro é sempre ouro!!!

Não sei, mas em caso de sismo que leve tudo a baixo, não sei o que é que acontece aos nosso depósitos a prazo e à ordem, às nossas acções, e outros activos que negociamos através de bancos. Se o sistema informático falir, tudo desaparecerá num ápice, ou existem sistemas automáticos super protegidos para evitar perda de informações e tudo o que está registado num banco em alturas de apocalipse?

Portanto, o que está sempre em primeiro lugar é tentar sair São e salvo dum Sismo, e em segundo lugar, uma vez vivos, ter umas reservas de ouro num sitio secreto e bem escondido, para que não fiquemos a apitar.


Não vejo como é que possuir ouro nessa circunstância podia ser garantia de alguma coisa. Para já, nunca possuirias ouro em proporção igual ao volume de moeda em circulação (este seria sempre maior que o primeiro), ou então, estarias a falar num país sem economia e que apenas se trocava ouro por papel, papel por ouro, e assim suscessivamente sem se produzir nada mais.

Quanto muito, o que tu poderias sofrer no caso que referiste, era deixares de saber quanto tinhas na conta, tal como o fulano X ou Y, mas o dinheiro em papel em si (supostamente não queimado no sismo) continuaria a existir tal como o ouro. O teu problema seria apenas desagregar o dinheiro vivo pelas várias pessoas (tarefa até então desempenhada pelos sistemas informáticos) mas isso supostamente também poderia acontecer com o ouro, pois não acredito que cada pessoa tivesse ouro guardado em casa (haveria um género de banco para guardar ouro também), pelo que terias o mesmo problema, o de saber a quem pertencia o ouro e em que quantidade.


Repara que eu falei em caso de catástrofe em que um sismo leva tudo a baixo, o ouro é sempre garantia seja para o que for e independentemente da quantidade de papel em circulação. E não o tens de ter necessáriamente num cofre no banco.

Aliás, não sei se há mecanismos de segurança, mas no caso de se perder toda a informação dum banco, quem tem 2 ou 3 milhoes em papel depositados fica sem nada, fica a apitar. Nem mesmo o fundo de garantia de depositos que é 100000 euros. Simplesmente tudo ou quase tudo é apagado. Nessas circunstâncias, quem tem uma reserva de ouro, está sempre melhor e é nesse momento em que o ouro é mais apetecivel.

Provávelmente tudo o que disse atrás hoje em dia já não se põe, porque hoje maior parte dos bancos são globalizados. Mesmo que haja um sismo numa zona, o banco deverá ter registado toda informação em outra zona, havendo assim guarda e cruzamento de informações.
Este problema colocava-se aqui há uns 20 ou 30 anos a trás, mas hoje em dia penso que não.


Lê o que escrevi uns posts atrás
 
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por EuroVerde » 21/1/2010 16:49

kpt Escreveu:
EuroVerde Escreveu:Diga-se o que disser, um país que tem ouro é sempre mais avantajado do que outro que não o tem, independentemente da moeda. Ouro é sempre ouro!!!

Não sei, mas em caso de sismo que leve tudo a baixo, não sei o que é que acontece aos nosso depósitos a prazo e à ordem, às nossas acções, e outros activos que negociamos através de bancos. Se o sistema informático falir, tudo desaparecerá num ápice, ou existem sistemas automáticos super protegidos para evitar perda de informações e tudo o que está registado num banco em alturas de apocalipse?

Portanto, o que está sempre em primeiro lugar é tentar sair São e salvo dum Sismo, e em segundo lugar, uma vez vivos, ter umas reservas de ouro num sitio secreto e bem escondido, para que não fiquemos a apitar.


Não vejo como é que possuir ouro nessa circunstância podia ser garantia de alguma coisa. Para já, nunca possuirias ouro em proporção igual ao volume de moeda em circulação (este seria sempre maior que o primeiro), ou então, estarias a falar num país sem economia e que apenas se trocava ouro por papel, papel por ouro, e assim suscessivamente sem se produzir nada mais.

Quanto muito, o que tu poderias sofrer no caso que referiste, era deixares de saber quanto tinhas na conta, tal como o fulano X ou Y, mas o dinheiro em papel em si (supostamente não queimado no sismo) continuaria a existir tal como o ouro. O teu problema seria apenas desagregar o dinheiro vivo pelas várias pessoas (tarefa até então desempenhada pelos sistemas informáticos) mas isso supostamente também poderia acontecer com o ouro, pois não acredito que cada pessoa tivesse ouro guardado em casa (haveria um género de banco para guardar ouro também), pelo que terias o mesmo problema, o de saber a quem pertencia o ouro e em que quantidade.


Repara que eu falei em caso de catástrofe em que um sismo leva tudo a baixo, o ouro é sempre garantia seja para o que for e independentemente da quantidade de papel em circulação. E não o tens de ter necessáriamente num cofre no banco.

Aliás, não sei se há mecanismos de segurança, mas no caso de se perder toda a informação dum banco, quem tem 2 ou 3 milhoes em papel depositados fica sem nada, fica a apitar. Nem mesmo o fundo de garantia de depositos que é 100000 euros. Simplesmente tudo ou quase tudo é apagado. Nessas circunstâncias, quem tem uma reserva de ouro, está sempre melhor e é nesse momento em que o ouro é mais apetecivel.

Provávelmente tudo o que disse atrás hoje em dia já não se põe, porque hoje maior parte dos bancos são globalizados. Mesmo que haja um sismo numa zona, o banco deverá ter registado toda informação em outra zona, havendo assim guarda e cruzamento de informações.
Este problema colocava-se aqui há uns 20 ou 30 anos a trás, mas hoje em dia penso que não.
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por cannot » 21/1/2010 16:30

Branc0 Escreveu:
xico Xico Escreveu:Qual foi o ultimo caso conhecido pela impressão indevida de notas e quais as consequências que esse pais teve.

Sei que há mas já não me lembro de um pais que tem uma nota de 1000000000.... Julgo ser um pais africano com uma inflação super brutal


Estás a falar do Zimbabwe mas a impressão de notas não é ilegal se for feita pelo Banco Central, apenas se for feita por ti ou por mim é que é cometido crime de contrafacção.

O Banco Central Europeu tem todo o poder para imprimir notas que lhe foi delegado pelos governos dos países da zona euro.

É um roubo mas é legal :P


Fica aqui uma nota de 10M, embora (na altura, início de 2008) não desse para comprar muito. A desvalorização era praticamente diária.
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por PJBM2 » 21/1/2010 16:21

EuroVerde Escreveu:Diga-se o que disser, um país que tem ouro é sempre mais avantajado do que outro que não o tem, independentemente da moeda. Ouro é sempre ouro!!!

Não sei, mas em caso de sismo que leve tudo a baixo, não sei o que é que acontece aos nosso depósitos a prazo e à ordem, às nossas acções, e outros activos que negociamos através de bancos. Se o sistema informático falir, tudo desaparecerá num ápice, ou existem sistemas automáticos super protegidos para evitar perda de informações e tudo o que está registado num banco em alturas de apocalipse?

Portanto, o que está sempre em primeiro lugar é tentar sair São e salvo dum Sismo, e em segundo lugar, uma vez vivos, ter umas reservas de ouro num sitio secreto e bem escondido, para que não fiquemos a apitar.


Eu antes diria...um país com petróleo é sempre mais avantajado do que outro que não tem.
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por Branc0 » 21/1/2010 16:15

xico Xico Escreveu:Qual foi o ultimo caso conhecido pela impressão indevida de notas e quais as consequências que esse pais teve.

Sei que há mas já não me lembro de um pais que tem uma nota de 1000000000.... Julgo ser um pais africano com uma inflação super brutal


Estás a falar do Zimbabwe mas a impressão de notas não é ilegal se for feita pelo Banco Central, apenas se for feita por ti ou por mim é que é cometido crime de contrafacção.

O Banco Central Europeu tem todo o poder para imprimir notas que lhe foi delegado pelos governos dos países da zona euro.

É um roubo mas é legal :P
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por xico Xico » 21/1/2010 16:05

kpt Escreveu:
xico Xico Escreveu:Obrigado pelas diversas respostas.

C.N. A questão é essa não se deixou de fazer a tarefa, o tal bilhete funcionava como moeda de troca para as execução dos trabalhos.
Mas a questão é se o mais velho fizesse berlindes falsos e só ele é que sabia da mesma existencia.
Ora um pais que precisa de financiar um projecto qualquer ou mesmo um pagamento de uma divida emite as notas necessárias para esse objectivo. Eu não estou a falar de grandes quantidades mas sim uma pequena mas suficiente para executar tal objectivo


Um país emitir moeda de forma ilegal parece-me algo muito utópico e mesmo desnecessário (e discutir a legalidade da moeda emitida por um país, bem, se calhar concluímos é que não há ilegalidade nenhuma lol), até porque, sendo legal ou ilegal (e mesmo sem que ninguém o saiba) esse dinheiro circularia na economia com o mesmo efeito, ou seja, provocando aumento da inflação, já que o dinheiro ilegal seria utilizado na mesma para efectuar as transacções actuando da mesma forma que o dinheiro legal. A partir do momento em que tal dinheiro fosse retirado da economia terias o efeito contrário.


Qual foi o ultimo caso conhecido pela impressão indevida de notas e quais as consequências que esse pais teve.

Sei que há mas já não me lembro de um pais que tem uma nota de 1000000000.... Julgo ser um pais africano com uma inflação super brutal
 
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Re: Disaster Recovery

por xico Xico » 21/1/2010 16:03

dfviegas Escreveu:Existe uma coisa chamada Disaster Recovery, que significa que em caso de catastrofe os bancos devem conseguir entrar em funcionamento passado algumas horas.

Como é que isso é feito, os bancos pelo menos aquele em que eu trabalho, tem uma imagem dos dados em servidores em Lisboa e Porto, caso haja um terramoto ou um incêndio brutal ou outra coisa que o valha, em um dos sitios temos sempre o outro como reserva.

Bom se acontecer um 2012 ai não temos hipóteses.


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por kpt » 21/1/2010 15:59

xico Xico Escreveu:Obrigado pelas diversas respostas.

C.N. A questão é essa não se deixou de fazer a tarefa, o tal bilhete funcionava como moeda de troca para as execução dos trabalhos.
Mas a questão é se o mais velho fizesse berlindes falsos e só ele é que sabia da mesma existencia.
Ora um pais que precisa de financiar um projecto qualquer ou mesmo um pagamento de uma divida emite as notas necessárias para esse objectivo. Eu não estou a falar de grandes quantidades mas sim uma pequena mas suficiente para executar tal objectivo


Um país emitir moeda de forma ilegal parece-me algo muito utópico e mesmo desnecessário (e discutir a legalidade da moeda emitida por um país, bem, se calhar concluímos é que não há ilegalidade nenhuma lol), até porque, sendo legal ou ilegal (e mesmo sem que ninguém o saiba) esse dinheiro circularia na economia com o mesmo efeito, ou seja, provocando aumento da inflação, já que o dinheiro ilegal seria utilizado na mesma para efectuar as transacções actuando da mesma forma que o dinheiro legal. A partir do momento em que tal dinheiro fosse retirado da economia terias o efeito contrário.
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Disaster Recovery

por dfviegas » 21/1/2010 15:59

Existe uma coisa chamada Disaster Recovery, que significa que em caso de catastrofe os bancos devem conseguir entrar em funcionamento passado algumas horas.

Como é que isso é feito, os bancos pelo menos aquele em que eu trabalho, tem uma imagem dos dados em servidores em Lisboa e Porto, caso haja um terramoto ou um incêndio brutal ou outra coisa que o valha, em um dos sitios temos sempre o outro como reserva.

Bom se acontecer um 2012 ai não temos hipóteses.
 
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por kpt » 21/1/2010 15:54

EuroVerde Escreveu:Diga-se o que disser, um país que tem ouro é sempre mais avantajado do que outro que não o tem, independentemente da moeda. Ouro é sempre ouro!!!

Não sei, mas em caso de sismo que leve tudo a baixo, não sei o que é que acontece aos nosso depósitos a prazo e à ordem, às nossas acções, e outros activos que negociamos através de bancos. Se o sistema informático falir, tudo desaparecerá num ápice, ou existem sistemas automáticos super protegidos para evitar perda de informações e tudo o que está registado num banco em alturas de apocalipse?

Portanto, o que está sempre em primeiro lugar é tentar sair São e salvo dum Sismo, e em segundo lugar, uma vez vivos, ter umas reservas de ouro num sitio secreto e bem escondido, para que não fiquemos a apitar.


Não vejo como é que possuir ouro nessa circunstância podia ser garantia de alguma coisa. Para já, nunca possuirias ouro em proporção igual ao volume de moeda em circulação (este seria sempre maior que o primeiro), ou então, estarias a falar num país sem economia e que apenas se trocava ouro por papel, papel por ouro, e assim suscessivamente sem se produzir nada mais.

Quanto muito, o que tu poderias sofrer no caso que referiste, era deixares de saber quanto tinhas na conta, tal como o fulano X ou Y, mas o dinheiro em papel em si (supostamente não queimado no sismo) continuaria a existir tal como o ouro. O teu problema seria apenas desagregar o dinheiro vivo pelas várias pessoas (tarefa até então desempenhada pelos sistemas informáticos) mas isso supostamente também poderia acontecer com o ouro, pois não acredito que cada pessoa tivesse ouro guardado em casa (haveria um género de banco para guardar ouro também), pelo que terias o mesmo problema, o de saber a quem pertencia o ouro e em que quantidade.
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por xico Xico » 21/1/2010 15:39

Obrigado pelas diversas respostas.

C.N. A questão é essa não se deixou de fazer a tarefa, o tal bilhete funcionava como moeda de troca para as execução dos trabalhos.
Mas a questão é se o mais velho fizesse berlindes falsos e só ele é que sabia da mesma existencia.
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Berlindes

por C.N. » 21/1/2010 15:31

Xico xico,

Bela questao a tua. Ja aqui tens algum material para desenvolveres os teus conhecimentos. Eu gostava de partilhar esta estoria.

Era uma vez tres irmaos pequenitos. Todos gostavam de berlindes. Cada um tinha 10 berlindes. Havia entao 30 no total. As segundas e tercas a noite o mais velho lava-va a loica, as quartas e quintas o irmao do meio, sextas e sabados ou mais novito. Ao domingo os pais levavam os putos comer fora. Havia outras tarefas, como arrumar o quarto, lavar a casa-de-banho, etc. que tambem eram divididas igualmente entre os tres. O irmao mais velho nao gostava de lavar a loica e as vezes pagava com um berlinde ao do meio para ele lavar a loica em vez dele. O mais novito nao gostava de arrumar o quarto e pagava um berlinde a quem fizesse o trabalho por ele. Enfim, havia comercio entre eles, e havia cambios (1 berlinde = 1 lavar a loica; 2 berlindes = 1 lavar a casa de banho) e os cambios as vezes mudavam consoante a oferta e procura e a disposicao dos pequenos. Ainda estas a ler?

Ok, entao agora imagina que passado algum tempo o irmao mais velho ja nao tinha berlindes e o do meio tinha 12, e o mais novo 18. Imagina tambem que o mais velho pedia ao mais novo para lavar a loica ao preco de 1 berlinde. Que fazer? O mais velho ja nao tem berlindes... Mas ai aparece a impressao papel, papel esse que diz "vale 1 berlinde", escrito pelo mais velho. O mais novito aceita. No dia a seguir o mais velho pede ao irmao do meio para lavar a loica. O do meio diz "tu ja nao tens berlindes, mas eu lavo a loica se me deres dois (2) papeis a dizer vale um berlinde" (inflacao). Agora ha 33 berlindes (30 + 3 papeis). Podes continuar.

Abraco

CN

PS - Antes de 1971 (1973 para ser exacto, pois em 1971 era uma medida "temporaria") o ouro constituia uma percentagem muito baixa da totalidade de dinheiro existente. Mas era possivel sem duvida dar o papel e receber ouro de volta sem duvida. Agora ja so temos papel, ja na ha berlindes :)
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por EuroVerde » 21/1/2010 14:20

Diga-se o que disser, um país que tem ouro é sempre mais avantajado do que outro que não o tem, independentemente da moeda. Ouro é sempre ouro!!!

Não sei, mas em caso de sismo que leve tudo a baixo, não sei o que é que acontece aos nosso depósitos a prazo e à ordem, às nossas acções, e outros activos que negociamos através de bancos. Se o sistema informático falir, tudo desaparecerá num ápice, ou existem sistemas automáticos super protegidos para evitar perda de informações e tudo o que está registado num banco em alturas de apocalipse?

Portanto, o que está sempre em primeiro lugar é tentar sair São e salvo dum Sismo, e em segundo lugar, uma vez vivos, ter umas reservas de ouro num sitio secreto e bem escondido, para que não fiquemos a apitar.
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Re: Impressão de Dinheiro

por kpt » 21/1/2010 11:48

xico Xico Escreveu:Há muito que oiço a resposta que a impressão indevida de dinheiro para pagar a divida publica criaria uma aumento significativo da inflação, mas a minha duvida reside com que critérios um pais pode imprimir até que valor a suas notas. Será de acordo com o seu PIB? Um amigo meu falou que tinha haver com o ouro que o pais possuía, não fiquei nada convencido.
E qual o organismo que controla todas as impressões dos diferentes países, e então fiquei com esta duvida, então se esse pais não digo uma grande quantia mas sim uma pequena quantia de impressão de dinheiro indevida, quais as consequências que poderia resultar dessa impressão no caso fosse mais tarde descoberto e no caso se nunca fosse descoberto.
Agradeço comentários


Antigamente o critério utilizado para impressão de moeda era realmente o padrão ouro. Os países emitiam moeda com base nas suas reservas de ouro. Contudo, hoje em dia tal cenário já não tem mais lógica, pois a riqueza de um país não pode nem deve ser medida apenas com base nas suas reservas de ouro. Os restantes bens e serviços era como se não valessem nada.

Hoje em dia, o critério para a impressão de moeda, segundo entendo, pode variar bastante. Desde o controlo da inflação, desde o controlo da taxa de câmbio etc etc.

Basicamente, nos dias de hoje, imprime-se moeda quando se quiser (tudo depende do objectivo). No entanto, tais acções poderão ter consequências adversas. Por exemplo, uma forte impressão de moeda, desacompanhada de crescimento económico, faria aumentar a inflação e depreciar essa mesma moeda face a outras (esta última até pode nem ser adversa, caso o objectivo seja o aumento das exportações). Poderia também criar bolhas ao nível de vários activos com todos os péssimos efeitos que o estoiro dessa bolha teria.

A impressão de moeda é também uma forma de baixar a taxa de juro indirectamente, ou seja, inunda-se o mercado até ao ponto em que a oferta de moeda seja superior à procura, provocando a queda das taxas.

Bom, é um tema bastante vasto.

Note-se que a impressão de moeda em tempos sem crescimento económico pode não ser mais do que adiar ou até aumentar um grave problema.
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por axman » 21/1/2010 11:41

O teu amigo teve razão até 1971 quando foi abolido esse princípio, pela mão do Presidente Nixon.

Na verdade não há qualquer limitação em relação à quantidade de moeda que um determinado banco central pode imprimir, apenas o bom-senso. Nota que actualmente apenas uma pequena percentagem de moeda acaba impressa.

A credibilidade de um pedaço de papel é directamente proporcional à quantidade de bens e serviços que poderás adquirir com ele. Esse valor é determinado por uma enorme quantidade de factores: a credibilidade do País/Países emissores, as leis da procura/oferta nos mercados cambiais, o poder político/militar do emissor, a quantidade de ouro armazenada, os recursos naturais, o endividamento, etc,etc.

Por essas razões o Escudo valia tão pouco e o Euro vale tanto. Por essas mesmas razões o dolár já foi uma moeda fortíssima e hoje nem tanto. E o dinheiro do monopólio ainda não dá para comprar nada..

O dono da moeda é o banco emissor. Na maior parte dos casos existe alguma transparência relativamente à quantidade dessa moeda em circulação ou emitida. No entanto não existe qualquer obrigatoriedade na divulgação desses números. Procura no google por M1, M2 M3 e M4.
Editado pela última vez por axman em 21/1/2010 11:49, num total de 1 vez.
 
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Impressão de Dinheiro

por xico Xico » 21/1/2010 10:53

Há muito que oiço a resposta que a impressão indevida de dinheiro para pagar a divida publica criaria uma aumento significativo da inflação, mas a minha duvida reside com que critérios um pais pode imprimir até que valor a suas notas. Será de acordo com o seu PIB? Um amigo meu falou que tinha haver com o ouro que o pais possuía, não fiquei nada convencido.
E qual o organismo que controla todas as impressões dos diferentes países, e então fiquei com esta duvida, então se esse pais não digo uma grande quantia mas sim uma pequena quantia de impressão de dinheiro indevida, quais as consequências que poderia resultar dessa impressão no caso fosse mais tarde descoberto e no caso se nunca fosse descoberto.
Agradeço comentários
 
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