Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Energia Nuclear

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Crómio » 15/6/2009 20:55

Sempre ouvi referências nas exposições que pude ouvir sobre esse assunto, de que existem condicionantes de carácter geoestratégico que orientam os procedimentos económicos para a exploração das reservas em causa.


Olá jotabilo,

E que condicionantes são essas?

Cumprimentos
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.

William Bernstein
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2745
Registado: 2/11/2007 16:52

comentário

por jotabilo » 15/6/2009 20:51

Caros

Todos sabemos que em Portugal estão boas reservas de urânio, designadamente, em Uranite. Julga-se mesmo que constituem as mais extensas da Europa.
Existem, contudo, razões de ordem geoestratégica que condicionam a sua exploração.
O mesmo se passará com as reservas de ferro de Moncorvo(hematite - um trióxido de ferro) e Limonite - um sesquióxido de ferro) e de certo modo com as magnetites do Marão.
Nem tudo se pode explorar por razões imediatas para o seu aproveitamento económico.
Sempre ouvi referências nas exposições que pude ouvir sobre esse assunto, de que existem condicionantes de carácter geoestratégico que orientam os procedimentos económicos para a exploração das reservas em causa.

cumps
 
Mensagens: 940
Registado: 3/12/2007 20:31
Localização: 14

por tava3 » 15/6/2009 19:25

"Os estudos de impacto ambiental, social, económico, logísticos, orçamentais e técnicos têm de ser feitos para qualquer tipo de produção energética..."

Sim mas não são bem os mesmos estudos para todas elas, uma central nuclear deve requer muitos mais cuidados.
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por tava3 » 15/6/2009 19:16

"Combustível até temos. E já existiu uma empresa de exploração de Urânio em Portugal..."

Apesar de ser urânio não dá para consumir directamente. E aí é que começa o problema.
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por Crómio » 15/6/2009 19:10

Calcular o custo de uma central nuclear é muito mais complexo do que somar o preço de todos os seus componentes.


Eu diria:

Calcular o custo de qualquer central energética é muito mais complexo do que somar o preço de todos os seus componentes.


Os estudos de impacto ambiental, social, económico, logísticos, orçamentais e técnicos têm de ser feitos para qualquer tipo de produção energética...


Abraço
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.

William Bernstein
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2745
Registado: 2/11/2007 16:52

por MarcoAntonio » 15/6/2009 19:02

Mais alguma informação aqui:

http://www.igeo.pt/atlas/Cap3/Cap3b_8.html


Aparentemente deixou de ser explorado em 1993 ou 1994. Contudo existem importantes jazidas por explorar e até empresas estrangeiras interessadas em fazê-lo...
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 40919
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por MarcoAntonio » 15/6/2009 18:55

tavaverquenao2 Escreveu:(...) não temos o combustível, (...)


Combustível até temos. E já existiu uma empresa de exploração de Urânio em Portugal...

http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx? ... _id=634555


A Iberian Resources, o Grupo Rio Narcea e duas outras empresas estrangeiras querem explorar urânio em Portugal. A subida acentuada, desde o final de 2004, das cotações do minério justifica o interesse. Para muitos, o ressuscitar da exploração é uma boa notícia para a economia nacional.

Portugal deixou oficialmente de produzir urânio em 2001. Em Abril de 2005, a Iberian Resources apresentou uma proposta ao Ministério da Economia para fazer prospecção e pesquisa no jazigo de Nisa, Portalegre. O Estado ainda não respondeu à solicitação da empresa de capitais australianos, que, segundo o DN apurou, poderá ver o seu pedido recusado.

(...)

O maior jazigo inexplorado

Esta mina (que equivale a cerca de 60% do potencial do Alto Alentejo) foi, em tempos, a menina dos olhos da ENU. Nisa tem o maior jazigo inexplorado alguma vez descoberto em território nacional, estando o seu potencial estimado em quase 6,3 milhões de toneladas de minério não sujeito a qualquer tratamento, 760 mil toneladas de minério seco e cerca de 650 mil quilos de óxido de urânio. O Empreendimento Mineiro de Nisa, como era designado, ocuparia uma área de 70 hectares e empregaria mais de 70 pessoas. A laboração estender-se-ia por seis anos, ao longo dos quais exploraria cerca de um milhão de toneladas por ano. O investimento necessário previsto era, então, de cinco milhões de euros (1,5 milhões para a lavra mineira, perto de três milhões para o tratamento do minério e cerca de um milhão para infra-estruturas e ambiente). Valores que não estarão totalmente desactualizados.

(...)
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 40919
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Porto

por Fenicio » 15/6/2009 18:49

tavaverquenao2 Escreveu:Uma discussão também acho que deva haver, sem dúvida. Mas desenvolver tecnologia nuclear não é como fazer painéis solares ou geradores eólicos. Quem a tem não está disposto a ceder o conhecimento, prefere prestar os serviços. Até nem sei se, qualquer país pode desenvolver essa tecnologia, isto aos olhos da agência de energia atómica.


Até podem, o que não há é transferência de tecnologia entre os países, como referiste bem no teu post. Quem tem a tecnologia não a fornece a ninguém!

Há alguns anos atrás o Brasil anunciou o desenvolvimento de uma tecnologia nova para o enriquecimento de urânio. Os norte-americanos pressionaram o governo brasileiro para que as inspeções fossem feitas directamente às centrifugadoras. O Brasil negou-se e alegou que a tecnologia era muito nova e, de certa forma, superior às actuais.

Aquele país arriscou uma "reprimenda" séria da comunidade internacional para proteger uma tecnologia que lhe custou imenso dinheiro e décadas de desenvolvimento, o que dá uma medida do quão zelosos são os países quando o assunto é tecnologia nuclear.

Se Portugal decidir avançar com o Nuclear, quanto custará o reator? Quem o construirá? Quem fará a sua gestão e a que preço? Para onde irão os resíduos e que custa terá para Portugal?

Se somarmos tudo, poderemos chegar à conclusão de que pagaremos demais para produzir a mesma energia que produziríamos à uma fracção do preço com turbinas eólicas, por exemplo! Mas até lá, gostaria de ver um estudo a provar-me isso.
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian

Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"

Cartago Technical Analysis - Blog
 
Mensagens: 3056
Registado: 20/1/2008 20:32
Localização: Lisboa

por tava3 » 15/6/2009 18:42

Uma discussão também acho que deva haver, sem dúvida. Mas desenvolver tecnologia nuclear não é como fazer painéis solares ou geradores eólicos. Quem a tem não está disposto a ceder o conhecimento, prefere prestar os serviços. Até nem sei se, qualquer país pode desenvolver essa tecnologia, isto aos olhos da agência de energia atómica.
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por Fenicio » 15/6/2009 18:35

tavaverquenao2 Escreveu:Não percebo esta quase obsessão pelo nuclear, não acho um bom argumento o facto de os outros terem nós também deveríamos ter. Lá por os outros fazerem lixo no quintal deles, não quer dizer que vamos sujar o nosso. O argumento principal é, enquanto funcionar sem problemas, ser uma energia "limpa", isto é que importa. Porque tudo o resto é negativo, não temos a tecnologia, não temos o combustível, não temos onde depositar os resíduos radioactivos e não nos dá muito jeito começar a produzir só daqui a dez anos, no mínimo.


Pois, mas eu, como cidadão minimamente informado que sou, não sei até que ponto pode ser ou não lucrativo para Portugal o desenvolvimento e a implantação desta tecnologia, estás a ver?

O que quero dizer é que falta uma discussão mais ampla e séria sobre o tema, sem preconceitos ou estereótipos ignorantes.

Se o resultado desta discussão for que, de facto, não é interessante para Portugal pq a tecnologia é muito "cara", então pronto, avança-se para outra qualquer.

Calcular o custo de uma central nuclear é muito mais complexo do que somar o preço de todos os seus componentes. Este texto é longo, mas dá uma ideia de como este cálculo deve ser feito:

Comparisons with other power sources
Generally, a nuclear power plant is significantly more expensive to build than an equivalent coal-fueled or gas-fueled plant. However, coal is significantly more expensive than nuclear fuel, and natural gas significantly more expensive than coal — thus, capital costs aside, natural gas-generated power is the most expensive. Most forms of electricity generation produce some form of negative externality — costs imposed on third parties that are not directly paid by the producer — such as pollution which negatively affects the health of those near and downwind of the power plant, and generation costs often do not reflect these external costs.

A comparison of the "real" cost of various energy sources is complicated by several uncertainties:

The cost of climate change through emissions of greenhouse gases is hard to estimate. Carbon taxes may be enacted, or carbon capture and storage may become mandatory.
The cost of environmental damage caused by (fossil or renewable) energy sources, both through land use (whether for mining fuels or for power generation) and through air and water pollution and solid waste.
Outside the U.S., the cost or political feasibility of disposal of the waste from reprocessed spent nuclear fuel is still not fully resolved. Disposal of U.S. spent nuclear fuel, which currently is not reprocessed, is funded by a fixed surcharge on generation which funds the U.S. government taking possession of and title to the fuel.
Operating reserve requirements are different for different generation methods. When nuclear units shut down unexpectedly they tend to do so independently, so the "hot spinning reserve" must be at least the size of the largest unit (this partly makes nuclear power more suitable for large grids). On the other hand, many renewables are intermittent power sources and may shut down together if they depend on weather conditions, so the grid will require either back-up generation capability or large-scale storage if the portion of generation from these renewables is significant. (Some renewables such as hydroelectricity have a storage reservoir and can be used as reliable back-up power for other power sources.)
Governmental instabilities in the next plant lifetime. New nuclear power plants are designed for a minimum of 60 years (50 for VVER-1200), and may be able to be refurbished. Likewise, the waste from reprocessed fuel remains dangerous for about this period.
Actual plant lifetime (to date, no plant has been shut down due to maximum licensed lifetime being reached, or been refurbished).
Due to the dominant role of initial construction cost and the multi-year construction time and planned lifetime, the interest rate for the capital required is of particularly high importance for estimating the total cost.
Several recent comparisons of the costs of plants are available (see below); however, commodity prices have shot up since they were completed, and so all types of plants will be more expensive than shown[12]

A UK Royal Academy of Engineering report in 2004 looked at electricity generation costs from new plants in the UK. In particular it aimed to develop "a robust approach to compare directly the costs of intermittent generation with more dependable sources of generation". This meant adding the cost of standby capacity for wind, as well as carbon values up to £30 (€45.44) per tonne CO2 for coal and gas. Wind power was calculated to be more than twice as expensive as nuclear power. Without a carbon tax, the cost of production through coal, nuclear and gas ranged £0.022–0.026/kW·h and coal gasification was £0.032/kW·h. When carbon tax was added (up to £0.025) coal came close to onshore wind (including back-up power) at £0.054/kW·h — offshore wind is £0.072/kW·h — nuclear power remained at £0.023/kW·h either way, as it produces negligible amounts of CO2. (Nuclear figures included estimated decommissioning costs.)[39][1][14]

However a much more detailed review of over 200 papers on the issue of intermittency came to much lower costs about the cost of wind energy compared to nuclear energy.[40] A recent study shows the current generating costs of wind, nuclear and coal plant in the UK which stills shows nuclear the cheapest, but not by so great a margin.[41]

The lifetime cost of new generating capacity in the United States was estimated in 2006 by the U.S. government: wind cost was estimated at $55.80 per MW·h, coal (cheap in the U.S.) at $53.10, natural gas at $52.50 and nuclear at $59.30. However, the "total overnight cost" for new nuclear was assumed to be $1,984 per kWe[35] — as seen above in Capital Costs, this figure is subject to debate, as much higher cost was found for recent projects.[citation needed] Also, carbon taxes and backup power costs were not considered.[42]

Costs for Clean coal and Carbon capture and storage can be found in those articles.

Estimates of total lifetime energy returned on energy invested vary greatly depending on the study. An overview can be found here (Table 2):[43]

The effect of subsidies is difficult to gauge, as some are indirect (such as research and development). A May 12, 2008 editorial in the Wall Street Journal stated, "For electricity generation, the EIA concludes that solar energy is subsidized to the tune of $24.34 per megawatt hour, wind $23.37 and 'clean coal' $29.81. By contrast, normal coal receives 44 cents, natural gas a mere quarter, hydroelectric about 67 cents and nuclear power $1.59."[44]


Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Economics_ ... _kW.C2.B7h
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian

Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"

Cartago Technical Analysis - Blog
 
Mensagens: 3056
Registado: 20/1/2008 20:32
Localização: Lisboa

por pasil74 » 15/6/2009 18:33

tavaverquenao2 Escreveu:Não percebo esta quase obsessão pelo nuclear, não acho um bom argumento o facto de os outros terem nós também deveríamos ter. Lá por os outros fazerem lixo no quintal deles, não quer dizer que vamos sujar o nosso. O argumento principal é, enquanto funcionar sem problemas, ser uma energia "limpa", isto é que importa. Porque tudo o resto é negativo, não temos a tecnologia, não temos o combustível, não temos onde depositar os resíduos radioactivos e não nos dá muito jeito começar a produzir só daqui a dez anos, no mínimo.


Infelizmente o portugues só pensa para hoje e ontem em vez de pensar para daqui a 20 ou 30 anos, por isso mal acabaram a IP5 começaram a alargar para A25, a IP4 só há coisa de 2 anos está "concluida" e já vamos fazer a A4, a A1 acho que desde que abriu ainda não passei lá em que não haja obras de alargamento, etc etc.

E mais o lixo que nós produzimos ainda temos de pagar aos "burros" dos Espanhois que façam a incineração porque cá é muito perigoso.

Deixe-mo-nos de estar sentados á sombra das especiarias que vinham das partes do globo que nós descobrimos, Nós descobrimos o Continente americano á 500 anos e eles deixaram de ser Homo Erectus em 500 anos e Nós eramos os Homo sapiens sapiens e acho que já estamos em homo Habilis, mas não estando contentes parece que queremos descer mais.
 
Mensagens: 331
Registado: 7/12/2007 0:29

por tava3 » 15/6/2009 18:19

Não percebo esta quase obsessão pelo nuclear, não acho um bom argumento o facto de os outros terem nós também deveríamos ter. Lá por os outros fazerem lixo no quintal deles, não quer dizer que vamos sujar o nosso. O argumento principal é, enquanto funcionar sem problemas, ser uma energia "limpa", isto é que importa. Porque tudo o resto é negativo, não temos a tecnologia, não temos o combustível, não temos onde depositar os resíduos radioactivos e não nos dá muito jeito começar a produzir só daqui a dez anos, no mínimo.
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por Elias » 15/6/2009 17:34

Fenicio Escreveu:E já agora, e quanto às centrais espanholas? Estão aqui mesmo ao pé! Um acidente afectará também Portugal.


Totalmente de acordo, já que temos os riscos, ao menos que tenhamos os benefícios.

Nota que o link que enviei é uma espécie de documentário sobre o estado actual da cidade e não se debruça tanto sobre o acidente em si.

1 abraço,
Elias
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por Fenicio » 15/6/2009 17:31

Elias Escreveu:De qualquer forma, repito, eu não fiz quaisquer considerações sobre o nuclear nem sequer tomei qualquer posição sobre esse assunto. Apenas enviei uma página que considerei interessante, só isso.


Calma, homem, não estou a atacar-te a ti! :) O que estou a atacar é "bandeira Chernobyl" que as pessoas costumam levantar sempre que vem a baila a questão do nuclear.

É uma tecnologia com algum risco, como é óbvio, mas a tecnologia de hoje é outra e não há de facto comparação possível.

E já agora, e quanto às centrais espanholas? Estão aqui mesmo ao pé! Um acidente afectará também Portugal.

Imagem

O que falta é um debate sério e sem preconceitos. É preciso esclarecer a população para os riscos e os benefícios que a opção do nuclear oferece.
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian

Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"

Cartago Technical Analysis - Blog
 
Mensagens: 3056
Registado: 20/1/2008 20:32
Localização: Lisboa

por Elias » 15/6/2009 14:48

Fenicio Escreveu:As centrais de hoje são construídas com uma tecnologia 30 anos à frente daquela. Muita coisa se aprendeu neste meio tempo.


Sim, os aviões de hoje também são construídos com tecnologia ultramoderna e no entanto o Air France, um moderno A330, também caiu e ainda ninguém sabe porquê.

De qualquer forma, repito, eu não fiz quaisquer considerações sobre o nuclear nem sequer tomei qualquer posição sobre esse assunto. Apenas enviei uma página que considerei interessante, só isso.
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por tava3 » 15/6/2009 14:04

"Daqui a 100 ou 200 anos já deverá haver solução para os resíduos nucleares ou até mesmo outra fonte de energia mais rentável."

Então nessa altura poderemos pensar em construir uma central nuclear, se até lá ainda não houver as de fusão, caso contrário, eu não quero aqui perto uma dessas centrais.
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por Fenicio » 15/6/2009 13:34

Elias Escreveu:O facto de ser tecnologia antiga não deve tornar o assunto tabu, certo?


Não é um tabu, mas descontextualiza completamente a discussão.

Discutir a segurança das centrais nucleares actuais com o fantasma de Chernobyl a assombrar é, na minha opinião, descontextualizar o tema. As centrais de hoje são construídas com uma tecnologia 30 anos à frente daquela. Muita coisa se aprendeu neste meio tempo.

Chernobyl não deve ser esquecida, mas a questão da segurança tem que ser discutida com um mínimo de bom senso.
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian

Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"

Cartago Technical Analysis - Blog
 
Mensagens: 3056
Registado: 20/1/2008 20:32
Localização: Lisboa

por Elias » 15/6/2009 11:53

Epá passa-se aqui uma cena qualquer com o link.

O sistema substitui angelfire.com por caldeiraodebolsa.com. Experimenta mudar de "caldeiraodebolsa.com" para "angelfire.com", mantendo o resto (isto é uma questão para a administração analisar - porque raio é substituída esta expressão?)


Quanto à outra questão que levantas:

Eu não estou a ressuscitar fantasma nenhum. Nem sequer me manifestei contra o nuclear. Acho que é um tema que deve ser debatido.

Enviei o link porque achei interessante partilhar esta foto-reportagem, nada mais. Não fiz quaisquer considerações sobre o uso do nuclear.

Tenho consciência que a tecnologia de Chernobyl era obsoleta e nada tem a ver com as centrais actuais.
O facto de ser tecnologia antiga não deve tornar o assunto tabu, certo?
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por Fenicio » 15/6/2009 11:44

Elias Escreveu:Aqui está uma reportagem interessante sobre a cidade-fantasma de Chernobyl.

http://www.caldeiraodebolsa.com/extreme ... pter1.html


Elias, o link não funciona.

Mas já agora, não achas um bocado forçoso ressuscitar o fantasma de Chernobyl?

Há um mundo de diferença entre a central de Chernobyl e as centrais actuais.

A tecnologia de Chernobyl era uma tecnologia proprietária da União Soviética e obsoleta já na altura da construção da fábrica.

Naquela altura a União Soviética estava em fase de desintegração e com recursos escassos, o que explica o estado de conservação da fábrica aquando do acidente.

E o acidente em si poderia ter sido evitado se os funcionários fossem mais bem treinados, já que o núcleo esteve literalmente exposto durante antes antes da explosão (a água do núcleo foi drenada e ninguém deu por nada).

Sim, sou a favor do nuclear. Os que são contra o nuclear e levantam questões de segurança como principal argumento, deviam olhar 200 km para leste.
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian

Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"

Cartago Technical Analysis - Blog
 
Mensagens: 3056
Registado: 20/1/2008 20:32
Localização: Lisboa

por Elias » 15/6/2009 11:00

Aqui está uma reportagem interessante sobre a cidade-fantasma de Chernobyl.

http://www.burla.com/extreme4/kiddo ... pter1.html
 
Mensagens: 35428
Registado: 5/11/2002 12:21
Localização: Barlavento

por Keyser Soze » 10/1/2008 15:03

Governo britânico autoriza regresso do nuclear

10.01.2008 - 12h25 AFP, Reuters, PUBLICO.PT

O Governo britânico autorizou hoje a construção de novas centrais nucleares no Reino Unido, anunciou o secretário de Estado para as Empresas, John Hutton, no Parlamento.

“O Governo considera que é do interesse geral que novas centrais nucleares tenham um papel na oferta energética futura do país, ao lado de outras energias com baixas emissões de dióxido de carbono, e que é do interesse geral permitir às empresas investir em novas centrais nucleares”, declarou aos deputados.

A nova geração de centrais nucleares, que o Governo garante serem construídas nos locais onde já existam centrais mais antigas, vai ajudar o Reino Unido a responder “ao duplo desafio de assegurar o seu abastecimento futuro de energia e lutar contra as alterações climáticas”, acrescentou Hutton.

Tudo porque, nas palavras de Hutton, a energia nuclear é uma "tecnologia baixa em carbono testada e segura".

Hutton espera que a primeira central nuclear esteja concluída "muito antes de 2020", segundo a BBC online. No seu discurso, disse ainda que não pretende "definir limites à proporção de electricidade que as centrais nucleares britânicas venham a gerar".

Os industriais deverão financiar a construção, exploração e desmantelamento destas novas centrais.

A maioria das actuais centrais nucleares britânicas deverá encerrar até 2023.

"São boas notícias que, finalmente, estejam a ser tomadas decisões. O Reino Unido precisa de reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa e garantir o abastecimento eléctrico todos os dias", comentou Peter Williams, vice presidente da Royal Society, academia britânica de Ciências independente.

Greenpeace fala em "mentira"
O director-executivo da organização ecologista internacional Greenpeace, John Sauven, denunciou uma "mentira no anúncio do Governo", citado pelo "The Guardian".

"Foi a própria investigação dos ministros que concluiu que nem mesmo com dez novos reactores o país conseguirá reduções de emissões superiores a quatro por cento algures depois de 2025", comentou.

"Optar pelo nuclear permite a políticos como Gordon Brown (primeiro-ministro britânico) projectar a impressão de que estão a tomar decisões difíceis para resolver problemas difíceis quando, na verdade, não estão a fazer nada disso".

Em 2003, o Governo britânico declarou o nuclear como uma opção muito pouco atractiva. Mas desde então, os preços do petróleo têm aumentado e tornou-se mais intensa a campanha pela redução das emissões de gases com efeito de estufa.

Países como a França e a Finlândia estão a construir novas centrais nucleares e nos Estados Unidos são várias as empresas que começaram a apresentar propostas para a obtenção de licenças.

O mundo tem actualmente 442 reactores em funcionamento em 201 centrais nucleares, distribuídas por 31 países. Metade destes reactores estão nos Estados Unidos (104), França (58) e Japão (55). Segundo a empresa Areva, líder mundial do sector, deverão ser construídos entre cem e 300 novos reactores em todo o mundo até 2030.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3299
Registado: 8/2/2006 17:32

por Keyser Soze » 6/11/2007 11:26

Efacec fornece central nuclear norte-americana

A Efacec, o maior grupo electromecânico português, inicia hoje o projecto de instalação de uma unidade industrial de transformadores na Geórgia, Estados Unidos.

Luís Filipe Pereira, CEO da electromecânica, assina o contrato de investimento com o governador local, com vista à construção da fábrica em Effin-gham, num investimento de 80 milhões de euros, que deverá estar operacional no segundo semestre de 2009. A unidade fabril irá criar 400 postos de trabalho.

Esta decisão estratégica do grupo deve-se ao crescente volume de encomendas obtidas no mercado norte-americano que, até agora, tem sido gerido através da unidade fabril da Arroteia. Apesar da fábrica portuguesa ter capacidade de resposta, as dificuldades de transporte e os custos associados são um entrave à exportação para os EUA.

Transportar um transformador entre a unidade portuguesa e o porto de Leixões, que dista a menos de 10 quilómetros, demora quase sete horas. A esta longa manobra soma-se uma logística complexa e dispendiosa, com a obrigatoriedade da obtenção de licenças especiais de transporte. E, não de somenos importância, o custo para um transformador atravessar o Atlântico atinge os 200 mil euros.

A maior dificuldade da empresa, frisa fonte oficial da Efacec, “é a desvalorização do dólar face ao euro. Os custos da Efacec na produção de equipamentos são em euros, o que leva a uma considerável perda de competitividade no preço de venda quando convertido em dólares”.

Tendo na carteira de clientes as principais “utilities” norte-americanas (empresas tipo EDP), a electromecânica precisava de encontrar uma resposta adequada. A Efacec, detida pelos grupos José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves, tomou então uma decisão estratégica: uma investida industrial nos EUA. Investida essa que irá servir empresas como a Nevada Power Company, Florida Power & Light, Texas Utilities, Pacific Gás & Electric, Southern Company, entre outras.

Mas a presença da Efacec nos EUA ganhou outra dimensão neste fim de ano. Luís Filipe Pereira concluiu, no passado mês, a compra da ACS-Advanced Control System, empresa norte-americana da área da engenharia, instalada em Atlanta. Com esta compra, que implicou um investimento de 14,1 milhões de euros, a Efacec complementa a área de automação e controlo para o sector da energia, podendo explorar um mercado com mais de 200 empresas de produção de electricidade.

Estes investimentos nos EUA devem-se a uma reorganização da estratégia do grupo, desenhada até 2012, e que prevê atingir até esse ano um volume de negócios superior a 1000 milhões , 70% do qual obtido nos mercados externos. Para isso, a Efacec seleccionou seis geografias prioritárias de acção: Espanha; Roménia (que engloba Bulgária, República Checa, Eslováquia e Hungria); Brasil (Argentina e Chile); África Austral (África do Sul, Angola e Moçambique); Magreb; e EUA. O grupo facturou 370 milhões de euros no ano passado e obteve lucros de 17,1 milhões.

Central nuclear como cliente
Uma das encomendas mais emblemáticas da Efacec para os Estados Unidos foi o fornecimento de cinco transformadores de potência para a central nuclear Turkey Point#5, situada em Homestead, Florida, explorada pela Florida Power & Light. O grupo electromecânico obteve esta encomenda, no valor de sete milhões de euros, num concurso com empresas europeias e japonesas onde o factor distintivo foi a solução técnica.

Mas na sua carteira, a Efacec orgulha-se de fornecer equipamentos para a produção, transmissão e distribuição de energia que se materializam em situações como a iluminação da cidade de Las Vegas. Considerado um dos melhores fabricantes de subestações móveis do mundo, o grupo português tem sido bastante solicitado para o fabrico destes equipamentos nos EUA. Em situações de emergência, as subestações móveis permitem substituir falhas nos transformadores de energia, garantindo a funcionalidade da rede eléctrica.

Outra das mais valias da Efacec nos EUA é a produção de autotransformadores monofásicos e trifásicos, tipos Core e Shell.

[05-11-2007] [ Sónia Santos Pereira, Diário Económico ]
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3299
Registado: 8/2/2006 17:32

por Mariachi » 22/10/2007 21:02

Em relaçao as torres que estavam a falar, nao entrem em pânico, pois sao as torres de refrigeraçao de uma central termoelectrica. Uma central termoelectrica funciona com uma turbina movida a vapor de agua, tal como uma central nuclear. A grande diferença é a fonte de calor! Numa central termoelectrica a fonte de calor é o carvao, que é queimado nos queimadores e aquece a agua. Na central nuclear a fonte de calor é o radio, que atraves de reacçoes aquece a agua, ate a transformar em vapor.
Em Portugal nao ha nenhuma central que utilize o uranio como fonte de calor, embora haja muitas torres destas por Portugal fora.
 
Mensagens: 444
Registado: 25/6/2007 11:05

por Keyser Soze » 22/10/2007 20:02

mas a proliferação de centrais nucleares pelo mundo, vai fazer com que todos queiram ter e pensam na segurança mais tarde


nem por isso....a indútria tem evoluido ao longo dos anos, as novas centrais a serem construidas serão as mais seguras de sempre...o aumento do interesse nesta energia leva a uniformizar procedimentos e projectos que permitem reduzir os custos e aumentar a segurança

Isto para não falar no enriquecimento de uranio para armas nucleares


é um passo mais à frente no ciclo, chegar a esse nivel implicaria sujeitar-se a sanções económicas internacionais...é onde está o Irão actualmente...nem toda a gente tem interesse em hostilizar o Mundo...paises como a Africa do Sul renunciaram ás suas armas nucleares tal como várias ex-republicas da URSS..


Quanto a haver solução para os detritos daqui a 100 ou 200 anos...Nem faço comentários, só pergunto. Então e os Vossos filhos?


daqui a 100 estamos a mandar os residuos em cargueiros espaciais em direcção ao Sol ... ehehe

basta recordar onde estavamos em 1907, para pensar nas possibilidade de evolução tecnológica em apenas 100 anos

PS: eu não faço lobbie para a energia nuclear, mas tendo em conta as alternativas é a que parece fazer mais sentido para substituir os fósseis na produção de electricidade ( carvão e gás natural) e para os automoveis elctricos ( em vez de oil) se estes vierem a ser mainstream
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3299
Registado: 8/2/2006 17:32

por acintra » 22/10/2007 17:08

Keyser Soze Escreveu:
The group, which generates a fifth of the UK’s electricity, said “an issue with wire winding” had been discovered at Reactor 1 in Hartlepool during a routine inspection.

The latest problem will delay the restart of production at the reactor and British Energy said two more units would have to be taken out of service and checked for the same issue. It added that the resumption of production of Heysham’s Reactor 2 would also now have to be delayed.


podemos tb olhar pelo lado positivo e verificar que as inspecções de segurança funcionam e permitem detectar qq anomalia antes que este se transforme um probema grave

a verdade é que a energia nuclear civil no ocidente nas últimas décadas tem um track record de segurança muito positivo

(não considero Chernobyl pq é consenso geral que tal acidente seria altamente improvavel acontecer no ocidente pq houve um total desrespeito pelas regras de segurança)


Tb estou de acordo que as inspecções de segurança tem o seu lado positivo,mas a proliferação de centrais nucleares pelo mundo, vai fazer com que todos queiram ter e pensam na segurança mais tarde. Isto para não falar no enriquecimento de uranio para armas nucleares.

Quanto a haver solução para os detritos daqui a 100 ou 200 anos...Nem faço comentários, só pergunto. Então e os Vossos filhos?
Um abraço e bons negócios.

Artur Cintra
 
Mensagens: 3137
Registado: 17/7/2006 16:09
Localização: Cascais

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Denário, Google [Bot], Google Adsense [Bot], latbal, nbms2012, PacoNasssa, PAULOJOAO, peterteam2, Phil2014, Shimazaki_2 e 365 visitantes