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Caldeirão da Bolsa

Novos mínimos a caminho

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por AikyFriu » 13/6/2009 0:35

MArco, claro que os espanhois rapidamente descobriram que não tinham atingido a India. Não foi isso que eu disse.
O que eu disse é que os espanhois estavam convencidos que poderiam atingir a india indo para ocidente, e por isso aceitaram a divisão proposta pelos portugueses. Este convencimento durou bastantes anos. Posteriormente (ou não) acreditaram que podiam atingir a India atravessando o Pacifico. Como referi no post anterior, mais uma vez os seus conhecimentos estavam errado pois o Pacifico é muito mais largo do que pensavam tornando esta rota muito dificil.

Claro que o objectivo dos espanhois no tempo do tratado de tordesilhas nunca poderia ser as terras descobertas. Se o objectivo fossem terras, aí sim os espanhois estavam a ser muito estupidos, pois em Africa haviam muitas terras e mais facilmente acessíveis.
Nessa altura o que fazia mover o mundo eram as especiarias (por alguma coisa Lisboa se tornou o Centro do mundo do sec. XVI), a América só interessava porque era "uma passagem para a India". O ouro só veio posteriormente, aliás nas viagens antes do tratado de tordesilhas os espanhois não poderiam saber da existencia do ouro em abundancia (torno a afirmar que na altura as especiarias eram mais valiosas do que o ouro).



Marco, por não quereres ser exageradante patriota estás desvalorizar a idade de ouro dos portugueses.
Contrariamente ao que afirmas a minha ideia dos descobrimentos não foi adquirida na primária. Enquanto tive história detestei a disciplina, só anos mais tarde me comecei a interessar por alguns periodos. Procurei ler, sobretudo autores estrangeiros, pois em português pouco havia publicado.


Quanto à expansão de Portugal, claro que o mar sempre foi encarado como prioritário, mas D. João II também tinha planos para juntar Portugal com os reinos de Castela e Aragão através do casamento do seu filho Afonso com a princesa Isabel (filha dos reis católicos). Este plano falhou quando Afonso morreu ao cair do cavalo e legitimou, após a morte de D. Sebastião, as aspirações de Filipe de Espanha ao trono de Portugal. Se o plano tivesse dado certo a Espanha seria uma pequena parte do que é hoje (a parte sul).

Muito haveria para dizer sobre este periodo da história, mas não é o local para isso.
Mas o que é indesmentível é que Portugal estave durante muitos anos na vanguarda do mundo (muito à frente da Espanha, basta pensar que Magalhães era português e Colombo não era espanhol - ambos apresentaram os projectos aos reis portugueses, tendo sido recusados), sobretudo devido a um homem que estava muito à frente do seu tempo D. João II. O que provocou a queda foi sobretudo algumas caracteristicas que ainda hoje perduram nos portugueses (ganância, compadrios, "vistas curtas").

Para terminar pensem como é que meia dúzia de portugueses conseguiram defender o império, sobretudo no oriente.

Um abraço
A bolsa é um mundo cheio de oportunidades...
... de perder dinheiro
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por Adam hedge » 13/6/2009 0:29

Adamhedge Escreveu:MarcoAntonio,não leve a mal a forma como demostrei o meu patriotismo,simplesmente acredito (que o homem que não assume o passado não tem futuro)e isto engloba não só as coisas boas como as más.


Eu assumo o meu passado e tento assumi-lo como realmente foi.

No século XV e XVI eu não estava cá. E tento assumir a História como ela foi e não como eu acho que o meu país sai melhor da fotografia e os outros pior...

Viver, criar ou alimentar uma ilusão não vejo em que é que melhore o meu Futuro. Especialmente se se me torna evidente que se trata de uma ilusão!


Adamhedge Escreveu:(...) mas acho que tem de concordar que um país pequeno como portugal teve um importante papel na história universal,coisa que muitos paises maiores e com mais população não o poderão dizer.


Concordo em absoluto. Ou não o tivesse dito logo no primeiro post sobre o tema, muito antes do teu post crítico...

MarcoAntonio Escreveu:Portugal nunca foi a maior potência. Foi uma de várias potências existentes na altura e claramente desempenhou um papel relevante a nível mundial, mas manifestamente não era a maior nem tão pouco desempenhou um papel dominador...


E repeti-o em todos ou quase todos os posts com termos idênticos. Por exemplo, no segundo post escrevi: "Sem dúvida que desempenhamos um papel importante no mundo."

Não vejo contudo motivos para exagerar a dimensão da importância de Portugal e muito menos para denegrir os outros Povos como forma de projectar ainda mais a importância de Portugal.[/quote]

ó Marco quando estava a referiri me ao homem assumir o passado,é claro que não estava a referir ao seu passado,ou se o assume ou não ,não o conheço ,para referir me a si,mas sim a povo português e á sua história.

quanto á ilusão,bem cada um tem a sua,e devemos aprender a pensar contra as nossas duvidas e as nossas certezas.o nada era sem duvida mais comodo.
Volta teu rosto sempre na direção do sol e então as sombras
ficarão para trás.

Lembra-te : se não tivesses lido e ouvido falar em aumento de capital tinhas entrado no bes... portanto...
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comentário

por jotabilo » 13/6/2009 0:25

Caros

Tenho lido o que tem sido escrito sobre a história de Portugal.
Mas nós fomos apenas executores de ordens de outra gente. Bons executores, somente.
Tudo começa com a crise de 1383/85.
Nessa altura as cidades-estado da península itálica ( Verona, Genova. Florença, Veneza...and so on) começaram a ter dificuldades comerciais com os árabes que percorriam e negociavam todo o chamado caminho da sêda até à China. As histórias do Marco Polo e de João Prestes e a massa italiana dá testemunho dessa relação.
Face à dificuldade crescente do mercado com os árabes os comerciantes começaram a pensar numa outra alternativa.
Como sabiam das tecnologias de marear, os mapas de portulano são testemunho disso e porque sabiam já qe havia um caminho que rodeava a África.....optaram por Lisboa a cidade mais propícia para o efeito.
E migraram em grande número para Lisboa ...a futura cidade-estado tal como eram as da Itália.
Estava Portugal no fim do reinado do Rei D fernando e em plena crise dinástica.
Lisboa fervia de comerciantes italianos (judeus negociantes) que aburguesavam o meio.
Dos seis pertendentes ao trono conseguem influênciar o meio (contratam o Dr João das Regras) para colocarem no trono João I, o mais ilegítimo deles.
Financiam a peonagem e conseguem contratar os archeiros do principe negro O Duque de Gloucester, para combater os castelhanos em Valverde e Aljubarrôta e claro, comprando os serviços de Dom Nuno de Álvares Perira.... a nova burguesia de Lisboa começava a jogar as suas cartadas para a intenção inicialmente delineada.....e os burgueses que tinham vindo de Itália e com dinheiro e saber suficientes para empreenderam o caminho rodeando a África são outra gente que não nós.
A história continua...

cumps
Editado pela última vez por jotabilo em 13/6/2009 0:49, num total de 1 vez.
 
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Re: livro bom

por assunoadr » 12/6/2009 23:30

MarcoAntonio Escreveu:
assunoadr Escreveu:rg7803

Parece que o AikyFriu já tinha respondido antes.

Estamos falar da epopeia das descobertas no inicio do sec. XV e não no final do sec. XVI, quando Portugal foi, de facto, a potência dominante.

O dominio dos mares foi consequência da preponderância que Portugal tinha, a nível técnico e cientifico, em relação aos restantes países europeus.

cps,

AA


Eu vejo como a consequência de uma situação geográfica previligiada e terminadas as Guerras de reconquista, como o prolongamento natural (porque não dizê-lo, o único que o país poderia augurar).

Requereu naturalmente visão, estudo e planeamento.

A evolução e vanguarda de que falas foi o meio para atingir um fim.



Totalmente de acordo! A favorável situação geográfica do país aliada à grande visão de alguns dos nossos reis proporcionaram as condições para que tal fosse possível.

Deixo o seguinte link com informação interessante sobre o tema das descobertas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cronologia ... ortugueses


AA
 
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por MarcoAntonio » 12/6/2009 23:21

Peço-vos o favor de não personalizarem as discussões.

Debatam os temas, discutam os argumentos, mas não transformem o debate num ataque pessoal!
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por salvadorveiga » 12/6/2009 23:18

et pluribus unum Escreveu:Caro Midas deixa-me aí o teu contacto ou então manda por PM para ver se eu consigo te arranjar um trabalho aqui ao lado do OBama...afinal eles andam todos enganados e tu é que estas certo. Eles ainda nãoo descobriram o Midas o Homem que pode salvar a América mas eu posso-te ajudar nisso.

Devias seguir o conselho do JAS e deixar de ler tantos artigos anti-america porque pelos vistos so tens olhos para esses. Aqueles que elogiam as politicas tomadas tu deves ignorar porque o teu lado anti-americano começa a funcionar.

Para tua informação a maioria do povo aqui não quer nem saber se o governo está a aplicar boas ou más medidas...o que o Povo quer é que haja trabalho, haja dinheiro e que a economia avance...como??? eles nao estao nem aí. O povo quer é ter dinheiro para consumir e se o tiverem tudo bem.

Não sejas tão rancoroso...há-des recuperar as perdas e ha-des de deixar d ser stopado no dia que os EUA perderem o domínio até lá meu caro amigo até podes dizer que o brasil já sobe 50% e as américas ainda estão no inicio das subidas mas se os novos minimos vierem como tu há 3 meses que andas a dizer, quero ver onde esses 50% do brasil vão parar.


Acho de pessimo tom aquilo que disseste... pelos vistos tas nos EUA e nao queres ver mta coisa que se passa... e olha q eu nao falo de cor... vivi mt tempo ai tambem...
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BLOG: www.mybullmarket.org As mesmas análises, os mesmos gráficos, um novo design... O que era bom, acabou de ficar melhor :D

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Re: livro bom

por MarcoAntonio » 12/6/2009 23:17

assunoadr Escreveu:rg7803

Parece que o AikyFriu já tinha respondido antes.

Estamos falar da epopeia das descobertas no inicio do sec. XV e não no final do sec. XVI, quando Portugal foi, de facto, a potência dominante.

O dominio dos mares foi consequência da preponderância que Portugal tinha, a nível técnico e cientifico, em relação aos restantes países europeus.

cps,

AA


Eu vejo como a consequência de uma situação geográfica previligiada e terminadas as Guerras de reconquista, como o prolongamento natural (porque não dizê-lo, o único que o país poderia augurar).

Requereu naturalmente visão, estudo e planeamento.

A evolução e vanguarda de que falas foi o meio para atingir um fim.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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Re: livro bom

por assunoadr » 12/6/2009 23:11

rg7803 Escreveu:para os iludidos do imperio (sem gozo) recomedo este livro, que talvez por não ser escrito por cronista luso (banõs-garcia), dá-nos uma visão bastante realista do que foi o portugal de finais de 500; lê-se bem, é bastante factual, não é romance, e vale bem o dinheiro que custa; abraço a todos e bom fim semana

http://www.fnac.pt/pt/Catalog/Detail.as ... 9896261061


rg7803

Parece que o AikyFriu já tinha respondido antes.

Estamos falar da epopeia das descobertas no inicio do sec. XV e não no final do sec. XVI, quando Portugal foi, de facto, a potência dominante.

O dominio dos mares foi consequência da preponderância que Portugal tinha, a nível técnico e cientifico, em relação aos restantes países europeus.

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por salvadorveiga » 12/6/2009 23:10

Joao Gonçalves Zarco o meu mais que tetra-tetra-tetra avo :mrgreen:

Que orgulho pah !
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por V99 » 12/6/2009 22:59

:shock:
O que eu fui fazer???
Depois de uma visão extremamente romântica das coisas isto tornou-se num tópico mais cultural do que bolsista.

Vá pessoal deixemo-nos de filosofias e de história e deixemos os ursos tomarem conta do tópico.

Abraço :mrgreen:
 
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por MarcoAntonio » 12/6/2009 22:56

AikyFriu

Essa é outra ilusão que tenho como recorrente. Que Espanhóis viveram iludidos que tinham encontrado a India e que só passado algum tempo é que descobriram o erro (eu creio que nós portugueses sempre tentamos fazer dos Espanhóis um pouco de idiotas, naturalmente para nos valorizar).

Mas isso não é verdade e o objectivo do Tratado é dividir Terras. Terras que os Espanhóis querem ao contrário do que das a entender... e conseguem-nas!


Dois excertos que ilustram bem que essa visão é uma visão distorcida:

Origin

In 1493, Christopher Columbus returned to Spain from his first voyage to the Americas, and on 1 November that year Peter Martyr d'Anghiera referred to Columbus in a letter as the discoverer of "the New World" (novi orbis).[1] In another letter a year later he again referred to "the New World" (orbo novo).[2] In 1516, Martyr published a work whose title began De orbe novo ("On the New World").


http://en.wikipedia.org/wiki/New_World

Cristovão Colombo chegou lá em 1492 como sabemos e em 1493 (ano anterior ao tratado de Tordesilhas) descrevem-no literalmente como "Novo Mundo" (Novi Orbis).

E sobre o Tratado:

http://en.wikipedia.org/wiki/Treaty_of_Tordesillas

The Treaty of Tordesillas (Portuguese: Tratado de Tordesilhas, Spanish: Tratado de Tordesillas), signed at Tordesillas (now in Valladolid province, Spain), June 7, 1494, divided the "newly discovered" lands outside Europe between Spain and Portugal along a north-south meridian 370 leagues west of the Cape Verde islands (off the west coast of Africa). This line of demarcation was about halfway between the Cape Verde Islands (already Portuguese) and the islands discovered by Christopher Columbus on his first voyage (claimed for Spain), named in the treaty as Cipangu and Antilia (Cuba and Hispaniola). The lands to the east would belong to Portugal and the lands to the west to Spain. The treaty was ratified by Spain (at the time, the Crowns of Castile and Aragon), July 2, 1494 and by Portugal, September 5, 1494. The other side of the world would be divided a few decades later by the Treaty of Saragossa or Treaty of Zaragoza, signed on April 22, 1529, which specified the anti-meridian to the line of demarcation specified in the Treaty of Tordesillas. Originals of both treaties are kept at the Archivo General de Indias in Spain and at the Arquivo Nacional da Torre do Tombo in Portugal.[1]



O objectivo do tratado é dividir o Mundo e "garantir" as terras recém descobertas. Não criemos ilusões quanto a isso...

Sim, "tudo" ocorreu em virtude de a Espanha ter procurado um caminho para as Índias pelo Ocidente. Mas exactamente como eu tinha dito, pouco depois de descobrir estas Terras o interessa da Espanha começa a virar porque descobriu ali Terras que lhe interessa deter e onde encontrou Tesouros. Tesouros bem relevantes (como de resto já demonstrei mais atrás).



Estou a fazer estas citações mas a verdade é que já há muito que tenho a opinião de que temos uma visão distorcida da História, por natural patriotismo e ainda por efeitos que ecoam (suponho) do Sistema de Educação e Ideologias do tempo da Ditadura que naturalmente sobrevalorizavam os feitos históricos nacionais. Eu próprio lembro-me de na primária me transmitirem essa imagem (fui para a primária na década de 70, como presumo que bastantes participantes do forum, não muito tempo depois do 25 de Abril e os efeitos vejo hoje ainda se faziam sentir). Não tenho a certeza mas desconfio que hoje já a História já não é ensinada exactamente nos mesmos termos...


Volto a dizer que reconheço perfeita e totalmente o papel importante que Portugal desempenhou na época e que esteve na vanguarda tecnológica durante algum tempo, especialmente no campo da navegação.
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 12/6/2009 23:05, num total de 1 vez.
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por assunoadr » 12/6/2009 22:54

rg7803 Escreveu:
assunoadr Escreveu:
rg7803 Escreveu:...Portugal dominou o Atlântico Sul durante séculos e só muito mais tarde é que os espanhois, ingleses e holandes conseguiram discutir esses dominio com Portugal....

:shock: :shock: :shock:

como? que livros de historia leste? a anita???


Bastou-me estudar história... :wink:

AA


aa, o dominio foi tenue e nem 150 anos durou; no fim do seculo XVI parte da frota afundou-se na aventura espanhola da invasão da inglaterra; por volta de 1600, e em diante, os holandeses primeiro e os piratas "aliados "ingleses depois, desbarataram boa parte do que faltava; falta de treino, tecnologia já não "so up to date", tripulações não profissionais, tropa fandanga, fizeram o resto...
pensa (e já agora lê sobre o assunto) na dificuldade que foi, no periodo da restauração, a recuperação de alguns territorios em angola, brasil e são tome, para entenderes como esse dominio só existiu...na nossa cabeça...
abraço,
rui gonçalves


Caro Rui

150 anos na história de um país é muito tempo. Há quanto tempo é que os EUA são a principal potência Mundial e por quanto tempo vão continuara a ser?

A epopeia dos descobrimentos portugueses iniciou-se em 1415, sendo que o dominio dos mares nessa época, não só se traduzia em poderio naval mas também económico. Com as descobertas portuguesas, tal como a arte da navegação maritima, o Mundo conhecido ganhou novos contornos. Não devemos ignorar o contributo dos portugueses para que os espanhóis também viessem a ser uma potência maritima e não dar a ideia errada de que se tratou de um processo simultâneo, quando a cronologia dos acontecimentos o desmente de forma categorica.

Considerando os conhecimentos e os meios do séc XV, o equivalente à epopeia dos descobrimentos seria hoje a exploração do espaço.

Cumprimentos,

AA
 
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por Opcard » 12/6/2009 22:49

Diário de Antonio Pigafeta o cronista da primeira expedição de volta ao mundo, a de Fernão de Magalhães.E uma boa leitura para ter a noção do nosso domínio nos mares .

Os locais estratégicos eram controlados por Portugal as 27 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo , foi uma boa oportunidade para relembrar o que actualmente não se ensina nas escolas
 
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por AntonioRocha43 » 12/6/2009 22:43

Estes mínimos a caminho vão se tornar em História :mrgreen: ou talvez não :roll:
 
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livro bom

por rg7803 » 12/6/2009 22:41

para os iludidos do imperio (sem gozo) recomedo este livro, que talvez por não ser escrito por cronista luso (banõs-garcia), dá-nos uma visão bastante realista do que foi o portugal de finais de 500; lê-se bem, é bastante factual, não é romance, e vale bem o dinheiro que custa; abraço a todos e bom fim semana

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por AikyFriu » 12/6/2009 22:35

MarcoAntonio Escreveu:
assunoadr Escreveu:A razão porque durante séculos, os espanhois não foram para sul é porque os portugueses não deixaram.... :mrgreen:
Os diferentes rumos deveram-se a um erro de avaliação sobre a dimensão da esfera terrestre. E entretanto esse erro tornou-se irrelevante. Porque se os Espanhóis iam à procura do caminho que julgavam melhor para chegar a uma mina de carvão (imagem para as especiarias e etc) acabaram por encontrar uma mina de ouro. E ficaram a explorara a mina de ouro. Literalmente!


Só para lembrar que na altura o carvão (especiarias) valia mais do que o ouro. Literalmente!
A prova disso são as diversas tentativas dos espanhois para atingir o Oriente indo para Ocidente: inicialmente acreditavam numa passagem, algures na América Central (por isso aceitaram o tratado de Tordesilhas e na tentativa de descobrir essa passagem Colombo descobriu a América), depois, através de Magalhães, tentaram contornar o continente, mas calcularam mal o tamanho do Oceano Pacifico (nessa altura os espanhois pensavam que tinha pouco mais de um terço da largura real). (Porque será que Portugal não apoiou a viagem de Magalhães? é fácil sabiam que o caminho para Ocidente era mais perigoso do que o do Oriente)

Outro pormenor: já repararam onde se encontra o ouro da América? aquando das primeiras viagens a América era uma terra inútil e perigosa.

O apogeu de Portugal não foi (nem poderia ser) no tempo de D. Sebastião. Ainda menos depois de perder a independencia (nessa altura perdeu alguns aliados - Holanda, Inglaterra) e ganhou uma guerra interna.


O apogeu de Portugal foi no tempo de D. João II e de D.Manuel. Nessa altura Portugal era A Potência Dominante, quer a nivel militar, quer cientifico.

Um abraço
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por et pluribus unum » 12/6/2009 22:29

Caro Midas deixa-me aí o teu contacto ou então manda por PM para ver se eu consigo te arranjar um trabalho aqui ao lado do OBama...afinal eles andam todos enganados e tu é que estas certo. Eles ainda nãoo descobriram o Midas o Homem que pode salvar a América mas eu posso-te ajudar nisso.

Devias seguir o conselho do JAS e deixar de ler tantos artigos anti-america porque pelos vistos so tens olhos para esses. Aqueles que elogiam as politicas tomadas tu deves ignorar porque o teu lado anti-americano começa a funcionar.

Para tua informação a maioria do povo aqui não quer nem saber se o governo está a aplicar boas ou más medidas...o que o Povo quer é que haja trabalho, haja dinheiro e que a economia avance...como??? eles nao estao nem aí. O povo quer é ter dinheiro para consumir e se o tiverem tudo bem.

Não sejas tão rancoroso...há-des recuperar as perdas e ha-des de deixar d ser stopado no dia que os EUA perderem o domínio até lá meu caro amigo até podes dizer que o brasil já sobe 50% e as américas ainda estão no inicio das subidas mas se os novos minimos vierem como tu há 3 meses que andas a dizer, quero ver onde esses 50% do brasil vão parar.
 
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por ljbk » 12/6/2009 22:22

MarcoAntonio Escreveu:Esse Mapa data de 1580 ou algo como isso, pouco depois da Batalha de Alcácer-Quibir liderada por D. Sebastião. É o auge dos dois países. Mais ou menos por volta dessa altura dá-se o embate entre a Invencivel Armada (Espanha+Portugal) contra a Armada Inglesa (Inglaterra+Holanda) com os Ingleses a obter uma vitória esmagadora...

A partir daí Inglaterra (e a Holanda tb, estes mais talvez a nível comercial) vão ganhando predominância e os dois países Ibéricos são vistos historicamente em declínio (ainda que tivessem mantido Colónias por vários séculos).


A derrota da Invencivel Armada foi efectivamente um ponto de viragem. No entanto é incorrecto dizer que os ingleses obtiveram uma vitoria esmagadora como se pode ver aqui neste link do lado esquerdo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Spanish_Armada
O percurso de regresso, tambem aí explicado, foi responsavel pela maior parte dos navios afundados o que permitiu aos ingleses e holandeses desenvolver as suas frotas sem oposição da frota espanhola.

BN,
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por MarcoAntonio » 12/6/2009 22:17

Assunoadr, eu não contestei em lado nenhum que Portugal tivesse sido o primeiro a iniciar as Descobertas. Nem tão pouco que fosse em dado momento a maior potência marítica (o que não me parece particularmente relevante em si de resto). Contestei que tivesse sido a maior potência dominadora...

Tu nos 80 anos que falas tens essencialmente feitos de Navegação (sim, com algumas conquistas de Portos mas não mais do que isso e claro com reflexos comerciais).


Adamhedge Escreveu:MarcoAntonio,não leve a mal a forma como demostrei o meu patriotismo,simplesmente acredito (que o homem que não assume o passado não tem futuro)e isto engloba não só as coisas boas como as más.


Eu assumo o meu passado e tento assumi-lo como realmente foi.

No século XV e XVI eu não estava cá. E tento assumir a História como ela foi e não como eu acho que o meu país sai melhor da fotografia e os outros pior...

Viver, criar ou alimentar uma ilusão não vejo em que é que melhore o meu Futuro. Especialmente se se me torna evidente que se trata de uma ilusão!


Adamhedge Escreveu:(...) mas acho que tem de concordar que um país pequeno como portugal teve um importante papel na história universal,coisa que muitos paises maiores e com mais população não o poderão dizer.


Concordo em absoluto. Ou não o tivesse dito logo no primeiro post sobre o tema, muito antes do teu post crítico...

MarcoAntonio Escreveu:Portugal nunca foi a maior potência. Foi uma de várias potências existentes na altura e claramente desempenhou um papel relevante a nível mundial, mas manifestamente não era a maior nem tão pouco desempenhou um papel dominador...


E repeti-o em todos ou quase todos os posts com termos idênticos. Por exemplo, no segundo post escrevi: "Sem dúvida que desempenhamos um papel importante no mundo."

Não vejo contudo motivos para exagerar a dimensão da importância de Portugal e muito menos para denegrir os outros Povos como forma de projectar ainda mais a importância de Portugal.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por rg7803 » 12/6/2009 22:13

assunoadr Escreveu:
rg7803 Escreveu:...Portugal dominou o Atlântico Sul durante séculos e só muito mais tarde é que os espanhois, ingleses e holandes conseguiram discutir esses dominio com Portugal....

:shock: :shock: :shock:

como? que livros de historia leste? a anita???


Bastou-me estudar história... :wink:

AA


aa, o dominio foi tenue e nem 150 anos durou; no fim do seculo XVI parte da frota afundou-se na aventura espanhola da invasão da inglaterra; por volta de 1600, e em diante, os holandeses primeiro e os piratas "aliados "ingleses depois, desbarataram boa parte do que faltava; falta de treino, tecnologia já não "so up to date", tripulações não profissionais, tropa fandanga, fizeram o resto...
pensa (e já agora lê sobre o assunto) na dificuldade que foi, no periodo da restauração, a recuperação de alguns territorios em angola, brasil e são tome, para entenderes como esse dominio só existiu...na nossa cabeça...
abraço,
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por Adam hedge » 12/6/2009 22:06

MarcoAntonio Escreveu:Eu já temi comentar da primeira vez pois já sabia que este tipo de "patriotismo" vinha por aí abaixo e cairiam em cima de mim...

Aparentemente, ser português e ter orgulho em ser português passa por ter de sermos (ou termos sido) os maiores em qualquer coisa.

Ok, são formas de estar na vida e eu respeito.


Contudo, não é a minha forma de estar na vida. Prefiro ter orgulho em ter (ou tentar ter) uma visão objectiva da história e não me deixar guiar por emoções ou patriotismos desmedidos (ou aquilo que eu considero como tal).


Eu acho que Portugal tem coisas boas e coisas más. Como todos os países e todos os povos...



boa noite.

MarcoAntonio,não leve a mal a forma como demostrei o meu patriotismo,simplesmente acredito (que o homem que não assume o passado não tem futuro)e isto engloba não só as coisas boas como as más.

mas acho que tem de concordar que um país pequeno como portugal teve um importante papel na história universal,coisa que muitos paises maiores e com mais população não o poderão dizer.

custa me ouvir,muitos portugueses e não estou a referir me a si,que nós somos uns coitadinhos sempre em ultimo,que somos piores do que os outros,que só temos defeitos em comparação com as outras nações!

tivemos um papel importante no mundo,e sinto que ainda o continuamos a ter embora em em modos diferentes.

vou deixar um proverbio indiano que ilustra bem o como nos vemos a nós próprios:

havia um velho que ia apanhar caranguejos e que nunca tapava o balde,e isso intrigava quem via pois pensavam que não tapando o balde os caranguejos fugiam.mas o velho todos os dias procedia do mesmo modo,apanhava caraguejos e não punha a tampa do balde até ue um dia alguem se aproximou e perguntou:

- então o senhor apanha caraguejos e não tapa o balde,não tem medo que fujam?

respondeu o velho

- não,são caraguejos portuguese quando algum tenta subir á sempre um que o puxa para baixo.!

cumprimentos

adamhedge
Volta teu rosto sempre na direção do sol e então as sombras
ficarão para trás.

Lembra-te : se não tivesses lido e ouvido falar em aumento de capital tinhas entrado no bes... portanto...
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por assunoadr » 12/6/2009 22:03

rg7803 Escreveu:...Portugal dominou o Atlântico Sul durante séculos e só muito mais tarde é que os espanhois, ingleses e holandes conseguiram discutir esses dominio com Portugal....

:shock: :shock: :shock:

como? que livros de historia leste? a anita???


Bastou-me estudar história... :wink:

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por MarcoAntonio » 12/6/2009 22:01

Esse Mapa data de 1580 ou algo como isso, pouco depois da Batalha de Alcácer-Quibir liderada por D. Sebastião. É o auge dos dois países. Mais ou menos por volta dessa altura dá-se o embate entre a Invencivel Armada (Espanha+Portugal) contra a Armada Inglesa (Inglaterra+Holanda) com os Ingleses a obter uma vitória esmagadora...

A partir daí Inglaterra (e a Holanda tb, estes mais talvez a nível comercial) vão ganhando predominância e os dois países Ibéricos são vistos historicamente em declínio (ainda que tivessem mantido Colónias por vários séculos).
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por assunoadr » 12/6/2009 22:01

Quando os espanhois iniciaram a sua epopeia maritima, já os portugueses dominavam os mares há mais de 80 anos. Portugal foi, de facto, a maior potência maritima do século XV, quando navegar sem terra à vista era tão arrojado como seria hoje viajar no espaço.

Fica aqui a cronologia dos acontecimentos.

1- Portugal - Assumiu a vanguarda do expansionismo europeu, seguido pela Espanha.

Os portugueses revolucionaram a arte da navegação ao aperfeiçoar instrumentos náuticos de origem chinesa (bússola) e árabe (astrolábio, quadrante, balestilha e sextante); modernizar a cartografia e inventar a caravela. A caravela latina era uma embarcação robusta para enfrentar mar alto e tempo ruim, pequena para explorar litorais e ágil para navegar com ventos contrários. Uma das preocupações dos navegadores portugueses era a de espalhar a religião cristã no mundo. Por isso, nas velas de suas embarcações, existia a cruz da Ordem de Cristo.

Os estudos desenvolvidos na Escola de Sagres, no sul de Portugal, também contribuíram para a expansão marítima portuguesa. Lá, o infante dom Henrique, filho de dom João I, reuniu os maiores especialistas da época em cartografia, astronomia, geografia e construção naval, e os mais experientes pilotos. Desta escola saíram os primeiros navegadores João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira que em 1418 descobriram a ilha de Porto Santo e em 1419, acompanhados por Bartolomeu Perestrelo, encontraram a ilha da Madeira.

Os portugueses foram pioneiros em calcular com precisão a circunferência da Terra e pioneiros no comércio de escravos negros para a América.

1415 - Primeira expedição portuguesa, comandada pelo rei dom João I, terminou com a conquista de Ceuta, um dos mais importantes portos africanos. Situado ao norte do Marrocos, era um rico centro de comércio de escravos, ouro, marfim e seda, além de região de solo fértil para agricultura de algodão, trigo, linho e cana-de açúcar. Foi um ponto de partida para as descobertas portuguesas na África Ocidental, onde fundaram feitorias, isto é, entrepostos onde comerciavam ouro, marfim, escravos negros e sal.

1434 - O navegador português Gil Eanes, muito estimado pelo infante dom Henrique, foi o primeiro a ir além do cabo Bojador que, na época, marcava o limite da navegação portuguesa para o sul da África.

1482 e 1484 - O navegador português Diogo Cão foi enviado por D. João II em viagem ao sul. Chegou ao porto de São Jorge da Mina onde plantou o primeiro marco feito de granito (Padrão de São Jorge) indo depois ao cabo de Santa Maria. Regressou a Portugal em 1486, com a conclusão de que para chegar a África do Sul, era necessário navegar ao largo da costa.


1487 - O navegador português Bartolomeu Dias (1450-1500) contornou o cabo das Tormentas (nome depois alterado para cabo da Boa Esperança por dom João II), no extremo sul do continente africano, abrindo caminho para o Oriente. Nessa expedição, Bartolomeu Dias ultrapassou os marcos (padrões) plantados por Diogo Cão, atingindo novos portos.

1497 - Quando o rei dom João II morreu em 1495, deixou para dom Manuel I, seu sucessor, o terreno preparado para a próxima viagem. O comando da expedição sucessora do trabalho de Bartolomeu Dias foi dado ao navegador português Vasco da Gama (1469-1524). Ele partiu de Lisboa em 1497, passou pelas ilhas Canárias, dobrou o cabo da Boa Esperança e estabeleceu o domínio português na África oriental. Em abril de 1498 chegou a Calicute, na Índia, fazendo a primeira ligação por mar entre a Europa Ocidental e a Índia. Por causa da rivalidade dos mercadores mouros, encontrou dificuldades em negociar com o samorim, o soberano local, que mandou oito naus para atacá-lo. Em setembro de 1499, Vasco da Gama chegou de volta a Portugal, onde foi acolhido triunfalmente. Sua viagem imortalizou-se no épico Os Lusíadas, de Luís de Camões. Vasco da Gama retornou muitos anos depois a Calicute para conter atos de rebeldia contra exploradores portugueses. Em 1524 tornou-se vice-rei da Índia, mas logo adoeceu, morrendo em Cochin.
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1500 - D. Manuel I (O Venturoso) escolheu o navegador português Pedro Álvares Cabral (1467? - 1520?) para comandar a segunda expedição portuguesa às Índias. A frota mais bem equipada do século XV, com treze embarcações (três caravelas e dez naus) e 1,5 mil homens, chegou à costa brasileira em 22 de abril de 1500. Cabral tomou posse da nova terra em nome da Coroa portuguesa e enviou um de seus navios de volta ao reino para levar as novas. Então, retomou a rota de Vasco da Gama em direção às Índias. Ao cruzar o cabo da Boa Esperança, quatro de seus navios se perderam e o navegador Bartolomeu Dias, que descobrira o cabo em 1488, foi um dos que morreram no acidente. Cabral chega a seu destino em setembro de 1500 e assinou o primeiro acordo comercial entre Portugal e Índia. Ao voltar para Lisboa, em 1501, foi aclamado como herói. Mas, desentendeu-se com o rei sobre o comando da expedição às Índias programada para 1502 e foi substituído por Vasco da Gama. Não recebeu nenhuma outra missão oficial até o fim da vida. Cabral está enterrado na cidade de Santarém.

"O descobrimento do Brasil foi um dos momentos marcantes do processo de expansão marítima e comercial portuguesa nos séculos XV e XVI. A fim de aumentar sua atuação política e comercial, Portugal voltou-se para o oceano Atlântico, explorando primeiramente as ilhas próximas do país e a costa africana. Com o apoio da burguesia mercantil e da nobreza, o Estado desenvolveu uma poderosa estrutura de navegação e comércio, dirigida inicialmente pelo infante dom Henrique. No começo, obteve da África ouro, marfim e escravos. Mais tarde, trouxe da Índia as lucrativas especiarias. Depois de 1492, a crescente disputa dos reinos europeus pelas terras do continente americano impulsionou os descobrimentos e a colonização do Novo Mundo." (Almanaque Abril 2001)

2- Espanha - Foi o segundo país a fazer navegações oceânicas.

1492 - Os reis espanhóis Fernando e Isabel, patrocinaram a viagem do navegador italiano Cristóvão Colombo (1451-1506) ao Oriente. Ele partiu em 3 de agosto de 1492 com as caravelas Santa Maria, Pinta e Niña e em 12 de outubro chegou ao arquipélago das Bahamas. Acreditando que a Terra era redonda, Colombo pensou ter alcançado o Oriente navegando pelo Ocidente. Na verdade, ele descobriu outro continente: a América. Atingiu, a seguir, as ilhas de Cuba e de Hispaniola (local atual do Haiti e da República Dominicana). Um ano depois retornou à Espanha, onde foi acolhido triunfalmente e nomeado vice-rei da nova colônia. Fez mais três viagens à América, em 1493, 1496 e 1498, nas quais descobriu outras ilhas do mar do Caribe. Não mostrou talento como administrador. Destituído do cargo em 1497, resistiu às ordens reais e foi mandado de volta à Espanha sob ferros. Morreu pobre, lutando para reaver o antigo posto.

1500 – Duas expedições espanholas passaram pelo Nordeste brasileiro a caminho da América Central. Não há confirmação de que tenham aportado no território. A primeira, chefiada por Vicente Yañez Pinzón, aproximou-se do Ceará em janeiro; a segunda, chefiada por Diego de Lepe, cruzou o litoral entre o Rio Grande do Norte e Pernambuco no mês seguinte.

1503 a 1513 - Américo Vespúcio (1451-1512), navegador italiano naturalizado espanhol, viajou ao continente americano a serviço da Espanha. Ele foi o responsável pela logística das embarcações de Cristóvão Colombo e pioneiro da navegação na costa americana. Em 1497 embarcou em sua primeira viagem para as Índias, no entanto, chegou na Flórida (América do Norte). Na segunda viagem, entre 1499 e 1500, atingiu a costa da América do Sul, pensando estar navegando no extremo leste da Ásia. Só em 1501, na viagem iniciada em Portugal, convenceu-se de que aquelas terras não faziam parte da costa asiática, mas sim de um continente até então desconhecido - um Novo Mundo, que em sua homenagem recebeu o nome de América. Em 1508 foi nomeado piloto-mor da Espanha. Morreu em Sevilha.

1519 - No início do século XVI, o navegador português Fernão de Magalhães (1454-1521) participou de expedições destinadas a expandir os domínios coloniais de seu país. Em 1515 desentendeu-se com o rei Manuel I e ofereceu seus serviços à Espanha, governada pelo rei Carlos I. Pelo Tratado de Tordesilhas, a Espanha tinha direito às terras localizadas na costa oeste da América. Para descobrir no novo continente uma passagem do Oceano Atlântico para o Pacífico, Magalhães partiu de Cádiz, na Espanha, em setembro de 1519, no comando de cinco naus. Atravessou o Atlântico Sul e em novembro de 1520, ultrapassou, no extremo sul da América, o estreito que hoje tem seu nome. Rumou para a Ásia e chegou no arquipélago das Filipinas em 1521. Dois meses depois, morreu em combate com nativos da região. A primeira viagem de circunavegação da Terra foi completada por um de seus capitães, Juan Sebastián Elcano, na única nau remanescente, que chegou ao porto espanhol de Sevilha em setembro de 1522. A tese sobre a forma esférica da Terra ficou assim comprovada.

3- Inglaterra, França e Holanda (Países Baixos) - "Iniciaram sua expansão marítima mais tarde e, no princípio do século XVI, aportaram em terras já ocupadas por portugueses e espanhóis. Conquistaram algumas áreas na América do Norte e na Ásia e desenvolveram ações de pirataria oficializadas por seus governos contra Portugal e Espanha. No começo do século XVII, ingleses, franceses e holandeses passaram a produzir navios mais baratos, em maior quantidade e de melhor qualidade. Formaram também sociedades credenciadas para exploração, comercialização e administração de terras longínquas, como a Companhia Britânica das Índias Orientais (1600) e a Companhia Holandesa das Índias Orientais (1602)." (Almanaque Abril 2001)

4- Liderança inglesa - "No século XVIII, com enorme poder naval, a Inglaterra liderou as expedições marítimas. As viagens, motivadas pela curiosidade científica e pela expectativa de obter maiores vantagens comerciais, foram organizadas pelo governo e realizadas em navios de guerra comandados por oficiais da Marinha. Os objetivos eram a exploração do sul do Pacífico e a descoberta de um estreito, entre o nordeste da Ásia e noroeste da América, que levasse ao Ártico: acabaram por descobrir várias ilhas, como Sandwich do Sul, a sudeste da América do Sul. Também exploraram a Nova Zelândia, a Austrália e toda a costa americana e asiática do Pacífico Norte." (Almanaque Abril 2001)

Fontes: Biografias de personagens célebres, Carolina Rennó R. De Oliveira, Ed. do Mestre, 1961; História do Brasil - Colônia, Francisco de Assis Silva, Ed. Moderna, 1990; Almanaque Abril 2001; Globinho Pesquisa.


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por rg7803 » 12/6/2009 21:57

...Portugal dominou o Atlântico Sul durante séculos e só muito mais tarde é que os espanhois, ingleses e holandes conseguiram discutir esses dominio com Portugal....

:shock: :shock: :shock:

como? que livros de historia leste? a anita???
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