Caldeirão da Bolsa

Será que os portugueses aguentam isto???

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por mfsr1980 » 25/5/2009 18:47

É preciso entender que, o problema da Europa não é falta de dinheiro para investir mas sim, de saber quais as àreas onde investir o dinheiro sem o perder?
Ou seja, hoje o problema que se põe é que mesmo a Quimonda que supostamente opéra com tecnologia avançada não têm hipotese de sobrevivência face a preços imbatíveis do mercado asiático. Ora, para nos tornarmos rentáveis, teremos que produzir melhor, com inovação e a preços competitivos. Com a energia a preços elevados devido aos impostos, com ordenados princípescos e completamente distorcidos da nova realidade só resta uma solução.
É esperar que todos sigam para o desemprego, para depois readmití-los com belíssimo ordenado chinês, agora sim agradeçidos por terem trabalho.

Um abraço de
Miguel Rodorigues
 
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por rmachado » 25/5/2009 18:41

Uma excelente fonte de informação:

http://dre.pt/pdf2sdip/2009/05/088000000/1800218023.pdf

(não diz a idade mas dá para ter uma noção)
 
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por Elias » 25/5/2009 18:32

Pata, o objectivo principal de quem está no poder é manter-se no poder. Aqui ou em qualquer parte do mundo.
 
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por CerealKiler » 25/5/2009 18:30

Elias Escreveu:não pode ser, Cereal... da manutenção dessas medidas dependem muitos votos :twisted:


os ciganos não votam, era acabar com essa da reinserção...eles sem fazer nada e com os 300 filhos na escola a passar tempo para "Henginheiro" ver ganham mais que muita gente a trabalhar das 9 às 17h.
 
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por Pata-Hari » 25/5/2009 18:29

Exacto, cereal e muito acertado Elias... o que achas que é mais importante para os nossos politicos? os votos ou a porcaria de um problema que não há de ser deles porque se concretiza no futuro? esse sempre foi um dos problemas da politica: o conflito de interesses entre ser eleito e re-eleito e o que se faz.

(obviamente estou a ser irónica com a cena do virus mas é a pura realidade).
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por Elias » 25/5/2009 18:22

não pode ser, Cereal... da manutenção dessas medidas dependem muitos votos :twisted:
 
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por CerealKiler » 25/5/2009 18:20

..."um virus para dar cabo"... esta bruxinha não pára de nos surpreender...LOL


e que tal: acabar com o rendimento de reinserção, diminuir o tempo do subsidio de desemprego, diminuir as contribuições para as empresas que mantenham ou aumentem os trabalhadores, etc.etc.
 
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por Pata-Hari » 25/5/2009 18:10

O grave problema é que simplesmente o bolo não chega para todos e aquilo que os que descontam descontam, não chega para pagar aos que recebem e sobrar para eles próprios. E tanto mais grave é quanto maior o número de "beneficiados" relativos. Ou se arranja um vírus e para dar cabo de todos os velhos e o pessoal em pré-reforma, ou o milagre não vai mesmo acontecer. E isso parece-me injusto. Não há razão para que as pessoas que trabalham actualmente e descontam, estejam a sponsorizar um sistema que sabemos matematicamente não ser sustentável. Estão a descontar para uma espécie de fundo perdido do qual irão beneficiar bem pouco.

Adicionalmente, acho extremamente grave que gente que contribuiu a vida toda e fez descontos, tenha pensões inferiores a quem não trabalha e não tem descontos.
Editado pela última vez por Pata-Hari em 26/5/2009 7:50, num total de 2 vezes.
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por mais_um » 25/5/2009 16:53

mfsr1980 Escreveu:Não é inveja! É triste constactar que a justiça não funciona. Os casos importantes prescrevem ou dão em chocantes absolvições!
Se no tribunal em vez de julgar, lançassem uma moeda ao ar, teriam 50% de hipóteses de aplicar a medida justa, o que neste momento não sucede.
E nem quero falar de conhecidos casos de juizes acima da lei(isso então mata-me mesmo). Ao que nós chegámos!!!!!


Não concordo contigo, nos juizes como em todas as profissões há de tudo, bons, maus, assim-assim, etc... A questão é sempre a mesma, o facto dos funcionários publicos terem emprego garantido, faz com que muitos não se preocupem com a qualidade do seu trabalho, fica dependente do seu brio profissional. Se juntares os interesses corporativos, advogados, medicos, professores, juizes, etc...então nem se fala.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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por mfsr1980 » 25/5/2009 15:58

Não é inveja! É triste constactar que a justiça não funciona. Os casos importantes prescrevem ou dão em chocantes absolvições!
Se no tribunal em vez de julgar, lançassem uma moeda ao ar, teriam 50% de hipóteses de aplicar a medida justa, o que neste momento não sucede.
E nem quero falar de conhecidos casos de juizes acima da lei(isso então mata-me mesmo). Ao que nós chegámos!!!!!
 
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por mais_um » 25/5/2009 15:41

Ena! Não se pode ir de fim-de-semana que de imediato abrem tópicos polemicos…ehehehe

Os dados do post inicial, tal como muitos outros emails que diariamente aparecem na nossa caixa de correio electrónico, são apresentados de uma forma demagógica e com uma visão distorcida da realidade, quando não são também uma mistura de factos falsos e verdadeiros.


A pergunta inicial é: Será que os portugueses aguentam isto??? Claro que não, os números apresentados são de 2005 (já estamos em 2009) e se bem se lembram este governo alterou a forma de cálculo das reformas da administração pública de modo a tentar garantir a sustentabilidade do sistema, por isso o governo actual já deu a resposta à pergunta feita, não aguentamos!

É curioso que só tenham colocado as reformas dos juízes que se reformaram no topo da carreira, podiam ter colocado a lista de médicos que ocupam cargos de chefia nos hospitais públicos, que andam na casa dos 5000 € e por ai fora…

Sobre as reformas dos professores podem consultar o mesmo site e facilmente verificam que os professores, em 2005, na sua grande maioria, reformaram-se com valores entre os 2200€ e 2600€.

É engraçado como rapidamente perde-se a objectividade nestas discussões, misturando alhos com bugalhos.

Qualquer um pode seguir a carreira de juiz, como a de medico ou outra profissão qualquer desde que tenha capacidade para tal.

A inveja é uma coisa muito feia..... :mrgreen:


Um abraço,

Alexandre Santos
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por mfsr1980 » 25/5/2009 14:04

Caro Afonso,
Lamento decepcioná-lo, mas estou certo que não merece o que ganha. Por diversas razões, uma delas e a mais importante é porque o País não produz riqueza suficiente para lhe proporcionar esse ordenado, pelo menos enquanto não produzirmos bens de consumo capazes de suplantar os produtos chineses.
A segunda razão, não menos importante é que a trabalhar assim tantas horas, o senhor decerteza não estará a desempenhar o trabalho correctamente.

Um abraço de
Miguel Rodrigues
 
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por rmachado » 25/5/2009 12:11

Caro Afonso

Não duvido que mereça o que ganha, nem sequer ponho isso em causa.

Mas quando por exemplo, apela a questão responsabilidade, perde logo uns pontos e mais perde quando apela ao número de anos que estudou e nos sacrificios que os seus pais fizeram para que estudasse.

Os dois últimos não são nem devem ser a razão pelo qual se aufere mais, a grande razão para se auferir mais ou menos deve ser a competência de cada um naquilo que faz e na capacidade que terá para resolver problemas que se deparem na sua profissão.

Quanto a responsabilidade, aqui estou como o Elias, e se fosse assim diga-me lá quantos colegas seus foram responsabilizados por decisões que tomaram? E pq razão a justiça continua tão mal? (e não vale culpara os politicos...)

Quanto as reformas, no geral, está mais que provado que Portugal é um pais de injustiças e que o fosso entre os mais bem pagos e os mais mal pagos é dos maiores da Europa.
Um estudo recente referia que os gestores são pagos ao nivel da Europa, mas o resto não. E uma medida tão simples como aumentar o ordenado minimo para digamos 600-700 Euros devia ser mais catalisador da economia que qq outro factor. Por alguma razão quase todos os paises Europeus do nosso campeonato tem o mesmo mais alto.
O nosso grande problema é que como indexamos tudo ao mesmo era o descalabro fazer subir o mesmo para esse valor.
Era a ruina das nossas finanças públicas.
 
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por Elias » 25/5/2009 11:08

Afonso80 Escreveu:Quando falo de responsabilidade falo da responsabilidade da administração diária da Justiça, algo fundamental a qualquer Estado de Direito Democrático.

Um piloto ou um controlador aéreo têm grandes responsabilidades? ENORMES. Por isso merecem ser bem pagos, como são.

Quanto acho que devia ganhar um engenheiro? Não faço ideia.
A diferença é que o EALM, em abstracto, pode ter quantas profissões quiser. Se tiver vontade, possibilidade e tempo pode ser engenheiro de segunda a sexta, ter um emprego em horário pós-laboral e outro ao sábado. Pode ser sócio de uma empresa de construção ou arquitectura. Pode ser sócio em quatro ou cinco.
Eu não posso fazer nada para além da minha profissão.


Caro Afonso,

Penso que estar a definir vencimentos com base no mérito ou nas responsabilidades (relativas) de cada um é tremendamente subjectivo e abre lugar a muitas injustiças sociais, devido às disparidades que são criadas.

Consideras que deves ser bem pago devido às responsabilidades que tens, mas admites não fazer ideia quanto deve ganhar um engenheiro. Ou seja, basicamente consideras que deves ganhar bem. Este "bem" deve ser entendido em termos comparativos (aliás é o facto de tudo funcionar na base da comparação que torna o sistema tão perverso quando estamos a falar de vencimentos).

Contudo, a importância e a responsabilidade relativa das várias funções pode ser vista sob diferentes perspectivas.

Dou um exemplo: os funcionários da Câmara Municipal de Lisboa que fazem a limpeza do lixo não são certamente muito bem pagos, talvez porque a função deles é encarada como "não qualificada" (isto é, qualquer pessoa poderia, em teoria, desempenhá-la, sem necessitar de habilitações especiais). No entanto, se estes funcionários fizerem greve durante uma semana (já aconteceu), o caos que se instala na cidade é muito maior do que se os juízes fizerem greve um ou dois ou três meses. O país pode funcionar durante bastante tempo sem juízes (na prática isso já acontece em muitas comarcas), mas não pode funcionar muito tempo sem limpeza do lixo, porque as consequências para a saúde pública são gravíssimas.

Os funcionários de limpeza do lixo têm assim a enorme responsabilidade de manter as ruas limpas, a bem da saúde de todos nós (inluindo a tua e a da tua família).

Será esta responabilidade maior que a de um magistrado? Não sei, não faço ideia, não sei se isso pode ser determinado, nem sequer me parece relevante (não pretendo definir aqui nenhuma escala quantitativa).

Por favor nota que eu não pretendo de modo algum denegrir nem retirar mérito à função do magistrado, mas apenas questionar o conceito de responsabilidade relativa, que me parece muito subjectivo.

1 abraço,
Elias
 
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por Opcard » 25/5/2009 10:53

Caro "Afonso80"

Acredito no sua dedicação ,o problema são os outros .

Mas no conjunto os resultados da justiça em Portugal são miseráveis.

Não há desculpa possível, estamos acima da media europeia no numero de funcionários no sector da justiça , com salários a nível europeu e com pensões acima da media europeia

Sobre a justiça de alguma das nossas reformas , vejam o que se passa a nível europeu e comparem , nas reformas de topo Portugal, excluindo o Luxemburgo é o melhor nas pequenas é o pior .
 
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por SirPatrickBateman » 25/5/2009 10:00

Afonso80 Escreveu:Fique sabendo que chego ao tribunal entre as 9 e as 10, almoço em 45 minutos, trabalho até às 20, venho jantar a casa e volto para o tribunal onde fico muitas vezes até às 1, 2, 3 da manhã.
Por isso não lhe admito, nem admito a ninguém neste mundo que me acuse de não trabalhar ou que diga que não mereço o que ganho.


1º Não há regra sem excepção. O autor "Afonso80" até pode ser o único trabalhador a sério, dentro da sua classe.

2º "Não lhe admito", não lhe fica bem. Estamos num fórum de discussão de ideias, o post foi uma critica genérica... e não especifica à sua pessoa.

3º Em relação ao merecer o que ganha, há sempre um pormenor muito importante que as pessoas se esquecem. SE é funcionário publico, são todos os outros que lhe pagam o que ganha, pelos descontos que fazem, e daí terem todos um "pouquinho" de patrões! Já ao contrário, o que é privado, não é passível de ter o mesmo nível de "interessados" na discussão.

Já agora pergunto-lhe... sabe o que é chegar ao fim do mês, e não saber quando recebe? ou SE recebe?
Ao Exmo. Sr. Magistrado, pagam-lhe sempre.... nunca falha... ora aí está uma bela mordomia! :mrgreen:

Acima de tudo, é uma galhofa como as pessoas se irritam e deixam irritar com posts de um fórum de discussão de ideias... :mrgreen:
 
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por Afonso80 » 25/5/2009 3:10

EALM,

Quando falo de responsabilidade falo da responsabilidade da administração diária da Justiça, algo fundamental a qualquer Estado de Direito Democrático.

Um piloto ou um controlador aéreo têm grandes responsabilidades? ENORMES. Por isso merecem ser bem pagos, como são.

Quanto acho que devia ganhar um engenheiro? Não faço ideia.
A diferença é que o EALM, em abstracto, pode ter quantas profissões quiser. Se tiver vontade, possibilidade e tempo pode ser engenheiro de segunda a sexta, ter um emprego em horário pós-laboral e outro ao sábado. Pode ser sócio de uma empresa de construção ou arquitectura. Pode ser sócio em quatro ou cinco.
Eu não posso fazer nada para além da minha profissão.
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por EALM » 25/5/2009 2:40

Muito bem Afonso.

Eu sou Engenheiro. Estudei 7 anos no Ensino Superior, mais 4 de Investigação Científica.

Porventura você já utilizou pontes, avioes, comboios em cujos sistemas eu intervim. Um erro meu podia ter-lhe custado a vida.

Quanto é que eu mereço ganhar de ordenado ?

Afonso, a sua última frase mostra que está longe de entender que muito pouca gente aufere o que merece!!
 
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por Afonso80 » 25/5/2009 2:27

Não costumo colocar posts nem responder, mas desta vez vi-me forçado a dizer algo.

É impressionante como tanta gente fala do que não sabe. A sanha e a inveja que demonstram contra uma classe profissional na qual me incluo, a dos magistrados, é especialmente doentia. É fácil, a justiça está mal, logo os culpados só podem ser os juízes e os procuradores.

Escrevo especialmente para o autor deste tema, que se limitou a fazer link do mail que recebeu de um amigo e que o colocou aqui acriticamente, indignado, revoltado com os privilegiados do regime.
É tão fácil fazer forward de tudo o que nos enche a caixa do correio, não é? Tentar saber um pouco mais sobre os assuntos e pensar sobre eles custa, não custa?

Fique sabendo que chego ao tribunal entre as 9 e as 10, almoço em 45 minutos, trabalho até às 20, venho jantar a casa e volto para o tribunal onde fico muitas vezes até às 1, 2, 3 da manhã.
Por isso não lhe admito, nem admito a ninguém neste mundo que me acuse de não trabalhar ou que diga que não mereço o que ganho.

Faz ideia do que os meus pais tiveram de trabalhar para me pôr na faculdade?
Faz ideia do quanto tive de estudar?
Faz ideia do que custa entrar no Centro de Estudos Judiciários?
Faz ideia do que é ter de estudar constantemente e trabalhar com Códigos e legislação que estão continuamente em alteração?

Faz ideia da responsabilidade que significa deduzir uma acusação, arquivar um processo, colocar alguém em prisão preventiva, julgar uma pessoa, condená-la a uma pena de prisão, decidir processos de milhares de euros que podem representar as poupanças de toda a vida de uma pessoa ou retirar uma criança à família e decretar uma adopção?

Faz ideia da pressão constante ou o que é ter arguidos e familiares de arguidos que nos ameaçam e ameaçam as nossas famílias?
Sabe quais são as condições da maioria dos tribunais portugueses? Sabe que há tribunais onde chove, tribunais que são frigoríficos no Inverno e saunas no Verão?

Sabe o que é levar o trabalho para casa, na pasta e na cabeça? Sabe como é a angústia de decidir? Sabe o que é mexer com a liberdade de uma pessoa, com o seu património?
Sabe o que é sofrer com os dramas da vida dos outros? Sabe o que é ter à nossa frente uma criança que foi vítima de abuso sexual ou uma mulher que foi violada?

Sabe o que é só poder gozar os 25 dias de férias a que tenho direito no período de férias judiciais?
Sabe o que é andar durante 3, 4, 5, 10 anos fora de casa, longe da família?
Sabe que estou proibido pelo meu Estatuto de ter qualquer outra profissão? Sim, proibido.

Artigo 13.º do Estatuto dos Magistrados Judiciais
"Incompatibilidades
1 - Os magistrados judiciais, excepto os aposentados e os que se encontrem na situação de licença sem vencimento de longa duração, não podem desempenhar qualquer outra função pública ou privada de natureza profissional, salvo as funções docentes ou de investigação científica de natureza jurídica, não remuneradas, e ainda funções directivas em organizações sindicais da magistratura judicial.
2 - O exercício de funções docentes ou de investigação científica de natureza jurídica carece de autorização do Conselho Superior da Magistratura e não pode envolver prejuízo para o serviço".


Artigo 81.º do Estatuto do Ministério Público
"Incompatibilidades
1 - É incompatível com o desempenho do cargo de magistrado do Ministério Público o exercício de qualquer outra função pública ou privada de índole profissional, salvo funções docentes ou de investigação científica de natureza jurídica ou funções directivas em organizações representativas da magistratura do Ministério Público.
2 - O exercício de funções docentes ou de investigação científica de natureza jurídica pode ser autorizado, desde que não remunerado e sem prejuízo para o serviço".

A nossa profissão tem o mesmo mérito que as outras, mas a responsabilidade é muito maior.

Sim, tenho um bom ordenado. Mas mereço-o.
E pelo que desconto todos os meses (não imagina quanto) espero ter uma boa reforma.



[/i]
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por Sestercio » 25/5/2009 0:33

O link que deixaram ali atrás para a CGA é uma jóia. É incrível analisar as diferenças. Há portugueses com reformas de 200 euros e depois há estes (pesquei apenas os de Maio de 2009, acima de 5.000):

ANTÓNIO RODRIGUES SIMÃO - CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA - 5 607,84
JOSÉ EDUARDO REINO PIRES - CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA - 5 632,45
MANUEL MARIA DUARTE SOARES - CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA - 6 129,97
MARIA FERNANDA RODRIGUES MOREIRA - CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA - 5 609,80
VASCO RUI RODRIGUES NORONHA TRANCOSO - CENTRO HOSPITALAR CALDAS RAINHA - 5 130,99

Será que o trabalho de um juiz conselheiro vale trinta vezes mais do que o de um jardineiro de uma autarquia? É possível medir isso?
Eu, por mim, preciso mais do trabalho de um jardineiro do que de um juiz...
Paulatim sed firmiter.
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por MERCW125 » 24/5/2009 23:40

Ok, Elias, mas eu não sugeri baixar os ordenados dos privados, e como diz, o topico,

Será que os Portugueses auguentam isto???


Esta é que é realmente a questão até quando é que nós contribuintes conseguimos aguentar, estes encargos, vendemos o resto do ouro que está no Banco de Portugal, ora bem para quantos anos dará, certamente não dará para mais 35 anos. Pois desde que ficamos em democracia, os politicos o que fizeram foi só delapidar o que lá havia, ou seja da democracia, apenas sobrou uma coisa que já é bom.
è por exemplo podermos estar neste forum a falar livremente, pois no resto talvez fossemos mais felizes.
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por Elias » 24/5/2009 23:35

BULIM123 Escreveu:Elias resalvo, o mail fala sobre reformas, ou seja provalvelmente os ordenados ainda seriam mais altos.
Já agora gostaraia também de saber a opinião sobre este tipo de reformas ou ordenados, sejam elas na CGD,TAP,ANA, ou Banco de Portugal.


Aminha opinião sobre ordenados é esta: as empresas públicas deviam seguir a mesma regra do Estado em geral.

Sobre as reformas não há nada a fazer, por isso é igual ao litro.

BULIM123 Escreveu:Não seria bom agora também o Estado seguir o exemplo, olha por exemplo do que o JOE, fez no BCP, acabou como disse ele com a pouca vergonha que havia(palavras são dele que deve saber o que lá se passava e cortou; repitou cortou em 50% os ordenados).


Aqui discordo completamente. As empresas privadas devem ter total legitimidade para decidir como querem remunerar os seus quadros. Nem o Estado nem os cidadãos devem "meter o bedelho". Só os accionistas é que devem poder pronunciar-se sobre os vencimentos dos gestores. Se eu for accionista de uma empresa eu não me importo de remunerar bem um bom gestor se ele me garantir um bom retorno de capital, porqueo objectivo é esse.
 
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por MERCW125 » 24/5/2009 23:31

Elias resalvo, o mail fala sobre reformas, ou seja provalvelmente os ordenados ainda seriam mais altos.
Já agora gostaraia também de saber a opinião sobre este tipo de reformas ou ordenados, sejam elas na CGD,TAP,ANA, ou Banco de Portugal.

Não seria bom agora também o Estado seguir o exemplo, olha por exemplo do que o JOE, fez no BCP, acabou como disse ele com a pouca vergonha que havia(palavras são dele que deve saber o que lá se passava e cortou; repitou cortou em 50% os ordenados).

Porque não já agora em periodo de eleições até vinha a calhar, pois amigos existe muito boa gente que fazia melhor e por muito menos ou vão dizer-me o contrario com a historia de os bons gestores têm de ser pagos a peso de ouro. Apresentem resultados e levam uma percentagem dos lucros e do bolo(mas resultados sem maquilhagem, agora reformas e ordenados é diferente).
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por Elias » 24/5/2009 23:25

Bulim, o link que enviaste é da Caixa geral de Aposentações, mas no teu último post falas em ordenados e não em reformas.

O Banco de Portugal penso que é mais tipo "empresa pública" (como a CGD, TAP, CP, etc) e não está abrangido por essa regra.

Marco, essa polémica com o DGCI foi real. Quando a lei saiu obviamente que quem tinha mandatos a decorrer cumpriu-os até ao fim. Por isso é que ele saiu quando chegou ao fim do mandato ou comissão ou lá o que é.
 
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por MERCW125 » 24/5/2009 23:21

Elias está publicado em Diário da republica.

http://www.cga.pt/publicacoes.asp?O=3

E já agora vai ver quanto ganha o Governador do Banco de Portugal, ou o Banco de Portugal não é Estado, bem se calhar não né. As tantas só serve para ajudar BPN, e BPP.
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