Situação técnica dos principais índices mundiais
rsacramento Escreveu:já agora deixa-me meter uma colherada (um tudo nada despropositada):
dos ínides europeus que sigo (cac, stoxx 600 e psi), é este último o que est+a mais perto de dar um sinal(zinho) de inversão:



Já estou a ver todos os fundos e outros tubarões do SPX a gritarem: "Compra! Compra! O PSI deu o sinal que faltava!"



FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
rsacramento Escreveu:bom, então só pode ser assim:
É isso mesmo, obrigado

Fica ali sempre uma hesitação entre tocar em Janeiro, "cortando" um pouco em Abril, ou tocar em Abril, passando apenas uma rasante em Janeiro. Mas acho que dá para considerar como tendo 3 toques como quer que se desenhe

FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Flying Turtle Escreveu:rsacramento Escreveu:a minha ideia não era melhorar a tua, mas simplesmente mostrar aquilo que o prorealtime não te deixou; contudo, já no fim, reparei que tinha o grafico em log; apenas isso, nada mais
Exacto, eu tinha percebido assim e agradeci também por isso mesmo, só que de facto não reproduziste realmente a minha linha![]()
O meu gráfico também está em escala logarítmica, aliás estão-no todos![]()
FT
A minha inicia-se no máximo da vela de Agosto, toca no máximo da do início do ano e toca de novo nos topos das velas do início de Abril
bom, então só pode ser assim:

- Anexos
-
- pelos máx.png (10 KiB) Visualizado 7344 vezes
rsacramento Escreveu:a minha ideia não era melhorar a tua, mas simplesmente mostrar aquilo que o prorealtime não te deixou; contudo, já no fim, reparei que tinha o grafico em log; apenas isso, nada mais
Exacto, eu tinha percebido assim e agradeci também por isso mesmo, só que de facto não reproduziste realmente a minha linha

O meu gráfico também está em escala logarítmica, aliás estão-no todos

FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Flying Turtle Escreveu:rsacramento Escreveu:já agora deixo aqui o boneco do ftse, em escala log, tentando reproduzir as linhas principais do FT:
Olá rsacramento,
Obrigado pela apreciação. Como disse, hoje tive alguma disponibilidade para dedicar várias horas a este assunto![]()
Obrigado também pela ajuda. Se me permites, a LTD que traçaste não corresponde à que eu desenhei e, na MHO, tem menos validade: A minha inicia-se no máximo da vela de Agosto, toca no máximo da do início do ano e toca de novo nos topos das velas do início de Abril. A tua linha, em contrapartida, apenas apresenta na verdade dois toques![]()
Obrigado também ao clínico pelas suas palavras![]()
FT
a minha ideia não era melhorar a tua, mas simplesmente mostrar aquilo que o prorealtime não te deixou; contudo, já no fim, reparei que tinha o grafico em log; apenas isso, nada mais

Flying Turtle Escreveu:pinto d'oiro Escreveu:Quando for grande, quero ser como tu.
Não digas isso pá.. a menos que consigas menos uns 10 quilitos e uns centímetros no estômago...![]()
Obrigado!![]()
FT
Não me digas que esta é a tua barriginha, deve de ser da SUPER BOCK.
Pinto D'Oiro
- Anexos
-
- barrigudo[2].jpg (28.28 KiB) Visualizado 7427 vezes
rsacramento Escreveu:já agora deixo aqui o boneco do ftse, em escala log, tentando reproduzir as linhas principais do FT:
Olá rsacramento,
Obrigado pela apreciação. Como disse, hoje tive alguma disponibilidade para dedicar várias horas a este assunto

Obrigado também pela ajuda. Se me permites, a LTD que traçaste não corresponde à que eu desenhei e, na MHO, tem menos validade: A minha inicia-se no máximo da vela de Agosto, toca no máximo da do início do ano e toca de novo nos topos das velas do início de Abril. A tua linha, em contrapartida, apenas apresenta na verdade dois toques

Obrigado também ao clínico pelas suas palavras

FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
indíces
Desta vez, Caro FT, sou eu o primeiro a agradecer a brilhante aula de análise aos índices e um agradecimento pela inclusão do DAX.
Perante a situação actual não tenho tido nada a acrescentar a qualquer comentário que tenha sido feito e resolvi imitar o JAS e estar investido apenas com metade da liquidez. Aproveitei a subida dos 3 bancos do Psi (que ainda tenho). Mas tenho o raio do w put dax w216z há que tempos, que não consigo livrar-me dele (maturidade 9 de Junho)!!
Enfim, mais uma vez, os meus mais sinceros agradecimentos pelo tempo, amabilidade e disponibilidade
Abraço
Clinico
Perante a situação actual não tenho tido nada a acrescentar a qualquer comentário que tenha sido feito e resolvi imitar o JAS e estar investido apenas com metade da liquidez. Aproveitei a subida dos 3 bancos do Psi (que ainda tenho). Mas tenho o raio do w put dax w216z há que tempos, que não consigo livrar-me dele (maturidade 9 de Junho)!!
Enfim, mais uma vez, os meus mais sinceros agradecimentos pelo tempo, amabilidade e disponibilidade
Abraço
Clinico
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- Registado: 1/6/2003 0:13
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Análise ao SPX:
Horizonte diário

O upswing completou-se com uma extensão de 9 dias e uma amplitude de 10,84%, tendo-se-lhe seguido um downswing de 2 dias e uma descida de 3,32%. Um novo upswing foi entretanto niciado e já leva 2 dias.
O índice enfrenta agora a importante resistência dos 875 pontos. A curva envolvente deste rally de que falei no passado fim-de-semana é agora menos evidente. Poderá falar-se de uma cunha ascendente mas ela está já tão “esticada” (não existiu quebra nos primeiros 2/3 da sua extensão) que eu já não lhe dou grande importância.
Horizonte semanal
O upswing ganhou mais uma semana e afirma-se já como mais extenso do que o anterior downswing. Durante esta última semana, podemos dizer que conseguiu trazer ao índice a recuperação integral, em valor absoluto, da última queda. No demais, haveria que pura e simplesmente reproduzir o último parágrafo da citação acima, pelo que vos poupo o trabalho de repetirem a sua leitura.
Conclusão
O facto de o SPX e o Nikkei terem vindo a andar verdadeiramente de mãos dadas neste rally confere um conforto adicional ao SPX, já que o Nikkei se apresenta bastante bullish, em boa parte talvez devido à fraqueza do Iene. Por outro lado, o NDX está, como vimos, com particularmente bom aspecto e, dentro das commodities, são os metais industriais que estão verdadeiramente a puxar pelo CRB. Tudo aspectos que ajudam a fazer acreditar que, mesmo com uma possível correcção pela frente, existem fortes argumentos a favor de uma continuação das subidas. Em contrapartida, inversões nestes factores deverão colocar-nos seriamente de sobreaviso quanto a uma provável inversão também no SPX. Não considero que a divergência entre os mercados accionistas e outros mercados assuma por enquanto um carácter alarmante.
Como afirmei anteriormente, entrámos na zona neutra do SPX e os próximos tempos serão fundamentais para saber se o Bull market está afinal já aí ou não. Momentos muito interessantes do ponto de vista da análise, mas recomendando “olho vivo e pé ligeiro” no que respeita ao trading. Prudência e curtas alavancagens nas posições assumidas, e muita atenção aos sinais, são as atitudes que me parecem mais adequadas neste momento, quaisquer que sejam as convicções e expectativas de cada um.
Tenham um bom resto de Domingo e uma excelente semana,
FT
EDITADO: Pequenas correcções de digitação (sem garantia de que outras não tenham escapado); correcção das referências a triângulos, passando a referir mais correctamente cunhas (obrigado ao rsacramento); Numeração sequencial dos posts
Análise ao SPX:
Horizonte diário
Flying Turtle, no passado fim-de-semana, Escreveu:A sequência de inside bars foi ontem resolvida para cima com bastante vigor: Temos assim já garantidos 8 dias de upswing (e não 9, como erradamente afirmei), com um novo higher high. So far so good para o prosseguimento do rally.
Entrámos decididamente na zona que eu considero de indecisão, ou neutralidade. Não espero "vida fácil" para o índice, agora que aqui chegou.
O upswing completou-se com uma extensão de 9 dias e uma amplitude de 10,84%, tendo-se-lhe seguido um downswing de 2 dias e uma descida de 3,32%. Um novo upswing foi entretanto niciado e já leva 2 dias.
O índice enfrenta agora a importante resistência dos 875 pontos. A curva envolvente deste rally de que falei no passado fim-de-semana é agora menos evidente. Poderá falar-se de uma cunha ascendente mas ela está já tão “esticada” (não existiu quebra nos primeiros 2/3 da sua extensão) que eu já não lhe dou grande importância.
Horizonte semanal
Flying Turtle, no passado fim-de-semana, Escreveu: Ao ter conquistado a sua 5ª. semana, o actual swing de alta no semanal igualou em extensão o anterior swing de baixa, o que é uma importante conquista para a afirmação de um rally mais duradouro. Não tendo ainda recuperado toda a perda desse anterior swing em valor absoluto, já o fez no entanto em termos percentuais, ao ter já assegurado uma valorização (entre extremos) de 28,5%, contra uma quebra de 24,0% no downswing precedente.
Vemos neste gráfico como é importante para a manutenção do rally a ultrapassagem dos 875 pontos, altura em que será - se lá chegarmos - quebrado o anterior ponto de inversão e lograda a integral recuperação de toda a perda anterior. Como afirmei na passada semana, ultrapassado que venha a estar este valor, existe um "espaço vazio" até quase aos 1100-1150 pontos sem grandes resistências pelo caminho. A zona que chamo de neutralidade apresenta-se assim bem mais limpa no horizonte semanal do que no diário.
O upswing ganhou mais uma semana e afirma-se já como mais extenso do que o anterior downswing. Durante esta última semana, podemos dizer que conseguiu trazer ao índice a recuperação integral, em valor absoluto, da última queda. No demais, haveria que pura e simplesmente reproduzir o último parágrafo da citação acima, pelo que vos poupo o trabalho de repetirem a sua leitura.
Conclusão
O facto de o SPX e o Nikkei terem vindo a andar verdadeiramente de mãos dadas neste rally confere um conforto adicional ao SPX, já que o Nikkei se apresenta bastante bullish, em boa parte talvez devido à fraqueza do Iene. Por outro lado, o NDX está, como vimos, com particularmente bom aspecto e, dentro das commodities, são os metais industriais que estão verdadeiramente a puxar pelo CRB. Tudo aspectos que ajudam a fazer acreditar que, mesmo com uma possível correcção pela frente, existem fortes argumentos a favor de uma continuação das subidas. Em contrapartida, inversões nestes factores deverão colocar-nos seriamente de sobreaviso quanto a uma provável inversão também no SPX. Não considero que a divergência entre os mercados accionistas e outros mercados assuma por enquanto um carácter alarmante.
Como afirmei anteriormente, entrámos na zona neutra do SPX e os próximos tempos serão fundamentais para saber se o Bull market está afinal já aí ou não. Momentos muito interessantes do ponto de vista da análise, mas recomendando “olho vivo e pé ligeiro” no que respeita ao trading. Prudência e curtas alavancagens nas posições assumidas, e muita atenção aos sinais, são as atitudes que me parecem mais adequadas neste momento, quaisquer que sejam as convicções e expectativas de cada um.
Tenham um bom resto de Domingo e uma excelente semana,
FT
EDITADO: Pequenas correcções de digitação (sem garantia de que outras não tenham escapado); correcção das referências a triângulos, passando a referir mais correctamente cunhas (obrigado ao rsacramento); Numeração sequencial dos posts
Editado pela última vez por Flying Turtle em 19/4/2009 22:36, num total de 2 vezes.
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
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Análise aos índices accionistas:
Bull market ou Bear market rally
Cada vez mais se discute se o Bull market já se iniciou ou se este rally não é mais do que um Bear market rally, a que se seguirão novos – e eventualmente mais profundos – mínimos. Uma vez que não podemos adivinhar o futuro e, como já vários têm afirmado, o Bull market, a ocorrer, só será detectado, aliás, confirmado, algum tempo depois de se ter iniciado, vamos tentar compreender como os principais índices se têm comportado nos últimos 10 meses e como, e quando, eles poderão dar-nos tão preciosa indicação.
Vemos no gráfico acima que os vários índices têm tido comportamentos relativamente coerentes entre si, não sem alguns aspectos interessantes:
- De todos os índices analisados, o Dow Jones Transportation Index (DJTI) é aquele que apresentou a queda mais acentuada. No entanto, tal apenas aconteceu a partir de meados de Fevereiro, ou seja, cerca de um mês antes do início do rally, após uma tentativa frustrada de iniciar uma subida. Esta forte queda tem todo o aspecto de um movimento de pânico, tendo-se formado um acentuado “V”. Dois aspectos interessantes acerca desta evolução do DJTI são:
* O paralelismo com o FTSE (Footsie): Sinceramente, desconheço se existe alguma ligação fundamental entre os dois índices (por exemplo, um peso substantivo de empresas de transporte na composição do FTSE, ou outra qualquer forma de influência do sector dos transportes neste índice);
* A coincidência do início do desvio entre o DJTI e os demais índices com o momento chave de alteração ocorrido nas várias commodities em meados de Fevereiro (ver post acima, onde abordamos as commodities).
Não sei que ilações poderão ser retiradas destes aspectos identificados acima. Caso alguém queira opinar, agradeço.
O facto é que o DJTI acompanha os demais índices no actual rally, não podendo na verdade falar-se de algum indicador que possa arrogar-se o estatuto de “leading indicator”, ao contrário do que muitas vezes é sugerido. Tendo dito isto, devo apesar de tudo notar que:
- O Nikkei fez um duplo fundo perfeito, com um primeiro mínimo logo em Outubro de 2008, portanto um mês antes dos demais índices;
- O Nasdaq 100 (NDX) também apresenta um duplo fundo, embora o primeiro mínimo coincida temporalmente com os dos demais índices;
Um outro aspecto interessante respeita às datas em que os vários índices fizeram máximos relativos que, sendo futuramente ultrapassados, têm potencial para assinalar uma possível confirmação de um Bull Market. Assim:
- O mesmo NDX apresenta um único máximo relativo logo no início de Novembro de 2008;
- Todos os demais índices atingiram os seus máximos relativos apenas em Janeiro de 2009, ou seja, 2 meses depois do NDX. No entanto, os padrões formados são distintos:
* O Nikkei apresenta dois máximos não coincidentes em valor, o primeiro quase em simultâneo com o FTSE (primeiro máximo) e o NDX, sendo o primeiro máximo superior ao segundo (coincidente com os dos demais índices), o que cria uma zona mais difusa no que respeita à definição de uma fronteira para um eventual Bull market;
* Todos os demais índices formaram duplos topos, cujos segundos máximos são coincidentes em Janeiro de 2009. O FTSE teve o seu primeiro máximo coincidentemente com o NDX; o SPX e o DAX um pouco depois; e o DJTI só lá mais para o fim de Novembro.
Quer isto dizer que, de alguma forma, o NDX foi num determinado momento um precursor. No entanto, tal antecipação não é uma constante ao longo do tempo, pelo que continuamos sem encontrar um único e constante “leading indicator”.
Outro aspecto interessante que o gráfico acima nos mostra é o caminho que ainda falta percorrer aos índices para tingirem aqueles pontos que poderão marcar uma viragem mais profunda:
- O NDX encontra-se já junto a esse nível – e nisto poderá de novo vir a ser um precursor – o que justifica que estejamos muito atentos a este índice nos próximos tempos;
- O Nikkei, possivelmente alimentado pela fraqueza do Iene, como vimos no post anterior, encontra-se próximo do nível de viragem mas o facto, acima indicado, de apresentar dois máximos leva-nos a ter de aguardar pela confirmação da quebra do máximo superior para podermos verdadeiramente falar de uma inversão;
- O SPX e o DAX seguem-se na aproximação aos seus níveis de resistência, com uma posição um pouco mais favorável para o primeiro. Tanto o DAX como o SPX estão actualmente em cima das resistências correspondentes aos máximos relativos de Fevereiro último;
- Finalmente, o FTSE e, sobretudo, o DJTI são os índices que mais longe se encontram de poderem vir a ostentar uma confirmação de um novo Bull. O FTSE tem mesmo ainda de enfrentar a resistência formada no final de Março último, em cujo nível se encontra actualmente.
Dois outros aspectos me chamaram a atenção no gráfico acima:
- Uma divergência inabitual entre o NDX e o DAX entre o início de Novembro e meados de Fevereiro, com o DAX a ostentar durante esse período uma melhor performance relativa do que a do índice tecnológico norte-americano;
- Apesar de por vezes algo distantes no passado, o SPX e o NIKKEI surgem completamente colados durante o actual rally.
As conclusões a tirar deste gráfico são, a meu ver, as seguintes:
- Nenhum dos indicadores analisados ostenta um estatuto seguro de “leading indicator”;
- O NDX encontra-se já junto à “zona da verdade”, podendo vir a ser o primeiro a anunciar a chegada do Bull Market caso vença com sucesso o actual nível de resistência. Se o fizer, será de novo um precursor como o foi ao assinalar este nível antes dos demais;
- Caso o movimento ascendente tenha continuação, o NIkkei, o SPX e o DAX constituem um segundo grupo de indicadores que poderão vir proximamente a confirmar que o Bull Market está aí;
- Prosseguindo eventualmente as subidas, o FTSE e o DJTI fecharão, se um dia ali chegarem, as confirmações. Nessa altura já ninguém duvidará de que os touros voltaram a dominar a arena.
Passemos então agora a uma breve análise individual a estes e outros índices:
Dow Jones Transportation Index
Como vimos atrás, verificou-se no DJTI um fundo em “V” vincado, típico de um aparente movimento de pânico. Esta semana o índice conseguiu pela primeira vez afirmar-se acima da importante resistência nos 3.000 pontos, sendo ainda necessário que tal quebra seja confirmada nos próximos dias. Acima da cotação actual, o índice enfrenta uma série de resistências (não marcadas ainda no gráfico), nos 3200, 3700 e 4100 pontos.
DAX
Depois da quebra da LTD e da resistência nos 4320, o DAX tem mostrado um vigor assinalável, encontrando-se agora junto a uma nova resistência. Tem pela frente mais duas resistências até chegar ao nível chave dos 6000 pontos (se e quando, evidentemente). Mas isso representaria uma subida de 39% pelo que, apesar do vigor actual, não antevejo que esse nível venha a ser testado nas próximas semanas
FTSE 100
O gráfico do FTSE ainda não inspira confiança do lado bull: Tem ainda de vencer e libertar-se da sua LTD, após o que terá pela frente uma resistência nos 4300 pontos e, depois (se e quando...) o grande teste acima dos 4600 pontos. Uma nota para o irritante facto de o ProRealTime ter introduzido duas falsas velas diárias, tripetindo a vela do dia 9 de Abril. Isto desvirtua a análise, sobretudo ao nível do desenho de linhas de tendência. Em consequência, levantei ligeiramente a LTD para descontar estas barras e essa é a razão pela qual a linha não toca no máximo da 3ª. vela de Janeiro e nos topos das velas do início de Abril Nota posterior: Ver mais à frente, na próxima página do tópico, gráfico colocado pelo rsacramento – o segundo! – com a linha de que eu falo, sem as tais velas virtuais.
NDX
Aqui temos um gráfico francamente interessante, com um duplo fundo perfeito e um triplo topo (setinhas vermelhas) já ultrapassado. Temos ainda um possível Head & Shoulders invertido (à Oscar, já sei...), com projecção para os 1550 pontos. O índice enfrenta uma resistência nos 1378 que, se for vencida, deixa todo um enorme espaço de subida para ser percorrido. Se ao aspecto claramente positivo deste gráfico associarmos o facto de o NDX estar prestes a vencer a sua resistência chave, como vimos mais acima, não há dúvida de que é a este índice que teremos de estar atentos para detectarmos uma primeira confirmação – ou uma confirmação avançada – de que o Bear market terá os dias contados. De notar que existe a possibilidade de formação de uma cunha ascendente, o que poderá não ser bullish, mas por outro lado não se observa no NDX um tão forte atenuar do ritmo das subidas como por exemplo no SPX, conforme notei no final da passada semana (ver post e gráfico do dia 10 de Abril).
Nikkei
Este é outro gráfico bullish, embora não tanto com o do NDX: Esta boa performance do Nikkei pode, como já referi, estar a ser também alimentada pela fraqueza do Iene, que detectámos no post anterior. Para confirmar as subidas, o índice terá de vencer em definitivo a LTD e as duas resistências correspondentes aos dois primeiros pontos de toque dessa linha. No entanto, passados que estejam estes pontos e, portanto, ultrapassado que seja o nível dos 9500 pontos mais ou menos, o caminho de subida que se encontra livre é enorme. O duplo fundo que referimos mais acima, nos 7000 pontos, está também bem visível e constitui uma boa base para as subidas.
Olhemos agora para as duas commodities que temos também vindo a acompanhar.
Ouro
Para um acompanhamento mais detalhado do Ouro existe um tópico específico, que o Dwer e outros vão alimentando com adequada sapiência.
Como vimos anteriormente, os metais preciosos estão em queda desde Fevereiro, e o ouro aqui está para o mostrar. O gráfico é claramente bearish e o target do Head & Sholders ensombra ainda mais o panorama. Existe um suporte nos 850 mas, dado que não tem pontos de confirmação recentes, não sei se não terá já perdido boa parte da sua validade.
Crude
Como vimos, a energia está a subir moderadamente. Dentro deste grupo, o crude ocupa naturalmente um lugar de destaque. O MarcoAntonio referiu recentemente que está um pouco “desapontado” com a evolução recente desta commodity, mas eu acho que o cenário é bastante bullish, já que a formação de uma bandeira, como podemos ver no gráfico, costuma ser um importante sinal de continuação. Tecnicamente, portanto, o crude aponta para um prosseguimento das subidas, sendo de atentar na resistência dos 55/56 USD como a próxima referência a vencer, após o que se abre espaço para subidas mais importantes, designadamente até aos 70 USD.
Em resumo
Temos vários índices em pontos-chave, sendo possível determinar uma sequência de confirmações para ir cimentando uma crescente convicção de que o Bull market está mesmo aí. Muita atenção para já ao NDX que, possivelmente, irá funcionar como a “lebre” caso este processo venha a desencadear-se. Um eventual Bull market deveria ser acompanhado de uma continuação das subidas no crude e das quedas no ouro. Será ainda bom irmos espreitando os outros índices, tal como o CRB, bem como aos principais crosses do FOREX para irmos tomando o pulso aos vários factores que se jogam neste momento tão importante nos mercados.
No próximo post – e último por agora – vamos então fazer a nossa habitual análise ao SPX. Já não era sem tempo!
FT
EDITADO: Pequenas correcções de digitação (sem garantia de que outras não tenham escapado); correcção das referências a triângulos, passando a referir mais correctamente cunhas (obrigado ao rsacramento); Numeração sequencial dos posts
Análise aos índices accionistas:
Bull market ou Bear market rally
Cada vez mais se discute se o Bull market já se iniciou ou se este rally não é mais do que um Bear market rally, a que se seguirão novos – e eventualmente mais profundos – mínimos. Uma vez que não podemos adivinhar o futuro e, como já vários têm afirmado, o Bull market, a ocorrer, só será detectado, aliás, confirmado, algum tempo depois de se ter iniciado, vamos tentar compreender como os principais índices se têm comportado nos últimos 10 meses e como, e quando, eles poderão dar-nos tão preciosa indicação.
Vemos no gráfico acima que os vários índices têm tido comportamentos relativamente coerentes entre si, não sem alguns aspectos interessantes:
- De todos os índices analisados, o Dow Jones Transportation Index (DJTI) é aquele que apresentou a queda mais acentuada. No entanto, tal apenas aconteceu a partir de meados de Fevereiro, ou seja, cerca de um mês antes do início do rally, após uma tentativa frustrada de iniciar uma subida. Esta forte queda tem todo o aspecto de um movimento de pânico, tendo-se formado um acentuado “V”. Dois aspectos interessantes acerca desta evolução do DJTI são:
* O paralelismo com o FTSE (Footsie): Sinceramente, desconheço se existe alguma ligação fundamental entre os dois índices (por exemplo, um peso substantivo de empresas de transporte na composição do FTSE, ou outra qualquer forma de influência do sector dos transportes neste índice);
* A coincidência do início do desvio entre o DJTI e os demais índices com o momento chave de alteração ocorrido nas várias commodities em meados de Fevereiro (ver post acima, onde abordamos as commodities).
Não sei que ilações poderão ser retiradas destes aspectos identificados acima. Caso alguém queira opinar, agradeço.
O facto é que o DJTI acompanha os demais índices no actual rally, não podendo na verdade falar-se de algum indicador que possa arrogar-se o estatuto de “leading indicator”, ao contrário do que muitas vezes é sugerido. Tendo dito isto, devo apesar de tudo notar que:
- O Nikkei fez um duplo fundo perfeito, com um primeiro mínimo logo em Outubro de 2008, portanto um mês antes dos demais índices;
- O Nasdaq 100 (NDX) também apresenta um duplo fundo, embora o primeiro mínimo coincida temporalmente com os dos demais índices;
Um outro aspecto interessante respeita às datas em que os vários índices fizeram máximos relativos que, sendo futuramente ultrapassados, têm potencial para assinalar uma possível confirmação de um Bull Market. Assim:
- O mesmo NDX apresenta um único máximo relativo logo no início de Novembro de 2008;
- Todos os demais índices atingiram os seus máximos relativos apenas em Janeiro de 2009, ou seja, 2 meses depois do NDX. No entanto, os padrões formados são distintos:
* O Nikkei apresenta dois máximos não coincidentes em valor, o primeiro quase em simultâneo com o FTSE (primeiro máximo) e o NDX, sendo o primeiro máximo superior ao segundo (coincidente com os dos demais índices), o que cria uma zona mais difusa no que respeita à definição de uma fronteira para um eventual Bull market;
* Todos os demais índices formaram duplos topos, cujos segundos máximos são coincidentes em Janeiro de 2009. O FTSE teve o seu primeiro máximo coincidentemente com o NDX; o SPX e o DAX um pouco depois; e o DJTI só lá mais para o fim de Novembro.
Quer isto dizer que, de alguma forma, o NDX foi num determinado momento um precursor. No entanto, tal antecipação não é uma constante ao longo do tempo, pelo que continuamos sem encontrar um único e constante “leading indicator”.
Outro aspecto interessante que o gráfico acima nos mostra é o caminho que ainda falta percorrer aos índices para tingirem aqueles pontos que poderão marcar uma viragem mais profunda:
- O NDX encontra-se já junto a esse nível – e nisto poderá de novo vir a ser um precursor – o que justifica que estejamos muito atentos a este índice nos próximos tempos;
- O Nikkei, possivelmente alimentado pela fraqueza do Iene, como vimos no post anterior, encontra-se próximo do nível de viragem mas o facto, acima indicado, de apresentar dois máximos leva-nos a ter de aguardar pela confirmação da quebra do máximo superior para podermos verdadeiramente falar de uma inversão;
- O SPX e o DAX seguem-se na aproximação aos seus níveis de resistência, com uma posição um pouco mais favorável para o primeiro. Tanto o DAX como o SPX estão actualmente em cima das resistências correspondentes aos máximos relativos de Fevereiro último;
- Finalmente, o FTSE e, sobretudo, o DJTI são os índices que mais longe se encontram de poderem vir a ostentar uma confirmação de um novo Bull. O FTSE tem mesmo ainda de enfrentar a resistência formada no final de Março último, em cujo nível se encontra actualmente.
Dois outros aspectos me chamaram a atenção no gráfico acima:
- Uma divergência inabitual entre o NDX e o DAX entre o início de Novembro e meados de Fevereiro, com o DAX a ostentar durante esse período uma melhor performance relativa do que a do índice tecnológico norte-americano;
- Apesar de por vezes algo distantes no passado, o SPX e o NIKKEI surgem completamente colados durante o actual rally.
As conclusões a tirar deste gráfico são, a meu ver, as seguintes:
- Nenhum dos indicadores analisados ostenta um estatuto seguro de “leading indicator”;
- O NDX encontra-se já junto à “zona da verdade”, podendo vir a ser o primeiro a anunciar a chegada do Bull Market caso vença com sucesso o actual nível de resistência. Se o fizer, será de novo um precursor como o foi ao assinalar este nível antes dos demais;
- Caso o movimento ascendente tenha continuação, o NIkkei, o SPX e o DAX constituem um segundo grupo de indicadores que poderão vir proximamente a confirmar que o Bull Market está aí;
- Prosseguindo eventualmente as subidas, o FTSE e o DJTI fecharão, se um dia ali chegarem, as confirmações. Nessa altura já ninguém duvidará de que os touros voltaram a dominar a arena.
Passemos então agora a uma breve análise individual a estes e outros índices:
Dow Jones Transportation Index
Flying Turtle, no dia 10 de Abril, Escreveu:O DJ Transportation regressou ao teste às importante resistência nos 3000 pontos. Penso que será necessário que este nível seja ultrapassado de forma segura, o mesmo tendo provavelmente de acontecer aos 3200 pontos, para que o SPX se aventure, também de modo sustentado, num ataque consistente às faixas superiores da sua zona de neutralidade.
Como vimos atrás, verificou-se no DJTI um fundo em “V” vincado, típico de um aparente movimento de pânico. Esta semana o índice conseguiu pela primeira vez afirmar-se acima da importante resistência nos 3.000 pontos, sendo ainda necessário que tal quebra seja confirmada nos próximos dias. Acima da cotação actual, o índice enfrenta uma série de resistências (não marcadas ainda no gráfico), nos 3200, 3700 e 4100 pontos.
DAX
Depois da quebra da LTD e da resistência nos 4320, o DAX tem mostrado um vigor assinalável, encontrando-se agora junto a uma nova resistência. Tem pela frente mais duas resistências até chegar ao nível chave dos 6000 pontos (se e quando, evidentemente). Mas isso representaria uma subida de 39% pelo que, apesar do vigor actual, não antevejo que esse nível venha a ser testado nas próximas semanas
FTSE 100
O gráfico do FTSE ainda não inspira confiança do lado bull: Tem ainda de vencer e libertar-se da sua LTD, após o que terá pela frente uma resistência nos 4300 pontos e, depois (se e quando...) o grande teste acima dos 4600 pontos. Uma nota para o irritante facto de o ProRealTime ter introduzido duas falsas velas diárias, tripetindo a vela do dia 9 de Abril. Isto desvirtua a análise, sobretudo ao nível do desenho de linhas de tendência. Em consequência, levantei ligeiramente a LTD para descontar estas barras e essa é a razão pela qual a linha não toca no máximo da 3ª. vela de Janeiro e nos topos das velas do início de Abril Nota posterior: Ver mais à frente, na próxima página do tópico, gráfico colocado pelo rsacramento – o segundo! – com a linha de que eu falo, sem as tais velas virtuais.
NDX
Aqui temos um gráfico francamente interessante, com um duplo fundo perfeito e um triplo topo (setinhas vermelhas) já ultrapassado. Temos ainda um possível Head & Shoulders invertido (à Oscar, já sei...), com projecção para os 1550 pontos. O índice enfrenta uma resistência nos 1378 que, se for vencida, deixa todo um enorme espaço de subida para ser percorrido. Se ao aspecto claramente positivo deste gráfico associarmos o facto de o NDX estar prestes a vencer a sua resistência chave, como vimos mais acima, não há dúvida de que é a este índice que teremos de estar atentos para detectarmos uma primeira confirmação – ou uma confirmação avançada – de que o Bear market terá os dias contados. De notar que existe a possibilidade de formação de uma cunha ascendente, o que poderá não ser bullish, mas por outro lado não se observa no NDX um tão forte atenuar do ritmo das subidas como por exemplo no SPX, conforme notei no final da passada semana (ver post e gráfico do dia 10 de Abril).
Nikkei
Este é outro gráfico bullish, embora não tanto com o do NDX: Esta boa performance do Nikkei pode, como já referi, estar a ser também alimentada pela fraqueza do Iene, que detectámos no post anterior. Para confirmar as subidas, o índice terá de vencer em definitivo a LTD e as duas resistências correspondentes aos dois primeiros pontos de toque dessa linha. No entanto, passados que estejam estes pontos e, portanto, ultrapassado que seja o nível dos 9500 pontos mais ou menos, o caminho de subida que se encontra livre é enorme. O duplo fundo que referimos mais acima, nos 7000 pontos, está também bem visível e constitui uma boa base para as subidas.
Olhemos agora para as duas commodities que temos também vindo a acompanhar.
Ouro
Para um acompanhamento mais detalhado do Ouro existe um tópico específico, que o Dwer e outros vão alimentando com adequada sapiência.
Como vimos anteriormente, os metais preciosos estão em queda desde Fevereiro, e o ouro aqui está para o mostrar. O gráfico é claramente bearish e o target do Head & Sholders ensombra ainda mais o panorama. Existe um suporte nos 850 mas, dado que não tem pontos de confirmação recentes, não sei se não terá já perdido boa parte da sua validade.
Crude
Como vimos, a energia está a subir moderadamente. Dentro deste grupo, o crude ocupa naturalmente um lugar de destaque. O MarcoAntonio referiu recentemente que está um pouco “desapontado” com a evolução recente desta commodity, mas eu acho que o cenário é bastante bullish, já que a formação de uma bandeira, como podemos ver no gráfico, costuma ser um importante sinal de continuação. Tecnicamente, portanto, o crude aponta para um prosseguimento das subidas, sendo de atentar na resistência dos 55/56 USD como a próxima referência a vencer, após o que se abre espaço para subidas mais importantes, designadamente até aos 70 USD.
Em resumo
Temos vários índices em pontos-chave, sendo possível determinar uma sequência de confirmações para ir cimentando uma crescente convicção de que o Bull market está mesmo aí. Muita atenção para já ao NDX que, possivelmente, irá funcionar como a “lebre” caso este processo venha a desencadear-se. Um eventual Bull market deveria ser acompanhado de uma continuação das subidas no crude e das quedas no ouro. Será ainda bom irmos espreitando os outros índices, tal como o CRB, bem como aos principais crosses do FOREX para irmos tomando o pulso aos vários factores que se jogam neste momento tão importante nos mercados.
No próximo post – e último por agora – vamos então fazer a nossa habitual análise ao SPX. Já não era sem tempo!
FT
EDITADO: Pequenas correcções de digitação (sem garantia de que outras não tenham escapado); correcção das referências a triângulos, passando a referir mais correctamente cunhas (obrigado ao rsacramento); Numeração sequencial dos posts
Editado pela última vez por Flying Turtle em 19/4/2009 22:35, num total de 2 vezes.
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
Post 1 de 3
Olá a todos,
Hoje temos ementa alargada, devido por um lado à actual situação de dúvida quanto a uma eventual inversão de tendência de médio/longo prazo e, por outro, ao facto de ter um pouco mais de disponibilidade de tempo. Aproveitemos – espero – então.
Antes de mais, os meus reiterados agradecimentos a todos quantos me saudaram no passado fim-de-semana: Saber que há quem nos leia, espero eu com acentuado espírito crítico, é bom para alimentar a nossa vontade de prosseguir e de procurar fazer sempre melhor.
Contrariamente ao habitual, e porque vou levar-vos a passear por várias áreas de análise, vou deixar para o final a minha análise específica ao SPX, começando por abordar outros aspectos que poderão ajudar-nos a compreender melhor o estádio actual dos mercados e as possibilidades de evolução futura.
Dada a extensão da(s) análise(s), resolvi desta vez dividir esta minha “aventura” em vários posts, para tornar a leitura mais fácil.
Vamos lá então:
”certo” e “errado”
No tópico sobre o EUR/USD iniciámos uma interessante troca de impressões sobre o facto de os mercados accionistas se estarem actualmente a comportar de uma forma não esperada face a outros mercados, designadamente o cambial e o das commodities. Aí alinhámos algumas ideias sobre a possibilidade de o mercado accionista estar eventualmente “errado”, estando os demais “certos”, o que nos levaria a admitir um próximo realinhamento, com uma consequente e provavelmente forte correcção nos mercados accionistas.
O comportamento “normal”, ou esperado, é uma evolução do SPX contrária ao do USD e em linha com o CRB. Vejamos então qual o comportamento comparado do SPX com o USD, o Euro e o CRB (o índice geral das commodities) nos últimos tempos:
No gráfico acima podemos ver que, no início do actual rally, o SPX e o USD se comportaram como o esperado. No entanto, desde há cerca de um mês que esta situação se alterou, estando o USD a subir mais ou menos em paralelo com o SPX. Esta subida do USD não se tem feito, no entanto, à custa do Euro, já que a coincidência entre este e o SPX é impressionante – para mim foi uma surpresa, confesso-o, a constância desta identidade ao longo do tempo – e se mantém inalterada. Quer isto dizer que “algo se passa” entre o SPX e o USD, mas não entre aquele e o Euro. Dito de outra forma, o USD está a fortalecer-se contra outras divisas que não o Euro.
Apesar desta “normalidade” no comportamento do Euro, a “dissonância “na evolução do USD tem feito mossa no par EURUSD, como se pode ver no respectivo gráfico:
Este par é regular, e muito mais completamente, acompanhado no tópico respectivo. Noto que a LTD que vem desde Julho de 2008, de declive bem acentuado por sinal, tem vindo a guiar o par nas suas descidas, tendo falhado o teste ao meio da cabeça do “Head & Shoulders à Oscar” que em tempos sugeri. Existe mesmo a possibilidade de estar em formação um segundo H&S, mas é muito cedo para o afirmar. A cotação de fecho da passada semana situa-se sobre um ténue suporte. Em termos técnicos, este par apresenta-se portanto com um bias de baixa, existindo uma larga e importante zona de suporte entre os 1,27 e algo abaixo dos 1,25, ou mesmo o mínimo anterior nos 1,23x.
Veja-se que o EUR/USD teve um importante rally prenunciando, por poucos dias é de certo, o rally nos mercados accionistas. Apesar das últimas quedas e de uma tendência fortemente descendente de médio/longo prazo, o EUR está apesar de tudo ainda mais forte do que o USD face à situação no início do rally nos mercados accionistas.
Vejamos agora o comportamento do USD face a outras importantes divisas:
O par USD/JPY apresenta um aspecto bull bem sustentado, estando neste momento para confirmar a rotura da resistência nos 99,1x. Vencida que esteja esta resistência, existe largo espaço de subida para o par. Pode estar em formação uma cunha ascendente, à qual poderá convir prestar atenção nos próximos tempos.
Como se disse acima, existe amplo espaço de subida acima do nível dos 99,1x, como o gráfico semanal ainda melhor evidencia. Falamos de cerca de 10% o que, em termos de divisas, é bastante significativo.
Olhando agora para o par GBP/USD, é muito curioso notar que o USD está a perder terreno precisamente desde o início do actual rally nos mercados accionistas. Temos uma cunha ascendente a considerar, existindo ainda uma importante resistência na zona dos 1,55x.
Olhemos agora para commodities:
No primeiro gráfico deste tópico podemos notar que, desde Julho do ano passado, as commodities desceram bastante mais do que o SPX. Enquanto que este índice fez um fundo em “V” em Março, o CRB fez um fundo mais extenso, com cerca de um mês de duração. Apesar de alguma recuperação, o CRB não tem sido capaz de acompanhar o SPX nas recentes subidas, estando assim a divergir deste desde há cerca de um mês.
Uma vez que o CRB é composto de muitas commodities diferentes, importa espreitar os comportamentos específicos dos vários tipos de commodities:
Existe um ponto-chave no comportamento dos vários tipos de commodities, o qual se situou sensivelmente um mês antes do rally nos mercados accionistas: De facto, várias commodities alteraram os seus comportamentos a partir de meados de Fevereiro. Em termos gerais, e desde essa altura:
- Os metais preciosos entraram em queda;
- O sector primário (livestock e produtos agrícolas, estes um pouco mais tarde) iniciou uma subida moderada, o mesmo sucedendo com a energia;
- Os metais industriais encetaram um movimento de forte alta.
Em resumo
A dissonância que motivou esta análise existe, está bem à vista. O que importa tentar perceber é se será indutora de uma correcção nos mercados accionistas ou não. Dos gráficos que vimos acima, penso podermos concluir que:
- Ao nível da dissonância com as divisas, é sobretudo o USD e, ainda mais, a GBP, do lado positivo, e o JPY, do lado negativo, que alimentam a divergência: O Euro mantém o seu comportamento habitual, sustentando um alinhamento assinalável com o SPX. A subida no Dollar Index tem assim sido conseguida sobretudo à custa do JPY, que aparece como o grande perdedor neste processo. Veremos no próximo post que isso tem um interessante reflexo no comportamento do Nikkei.
- Ao nível das commodities, existem subidas moderadas no sector primário e na energia, verificando-se uma subida acentuada nos metais industriais. Os metais preciosos estão em queda.
- Metais industriais em subida e energia em subida (embora menos) parecem ser bons indicadores de saúde para os mercados financeiros. Não esqueçamos que estas subidas se iniciaram cerca de um mês antes do início do rally no SPX, o que mostra que se tratou de um movimento indutor, e não induzido. O desalinhamento do Dollar Index é em boa parte explicado por uma forte quebra no Iene, mais do que por uma fraqueza do Euro ou, ainda menos, da Libra Esterlina.
Neste quadro, e aceitando naturalmente opiniões contrárias, penso que as divergências que se verificam não são reveladoras de que os mercados accionistas estão “errados”, já que os factores essenciais estão em convergência, existindo mesmo um avanço ao nível dos indicadores mais directamente ligados à criação de riqueza.
Será, então, que esta divergência irá prosseguir? Não posso adivinhá-lo. Admitindo, como já na passada semana referi, que poderá vir a existir uma próxima correcção nos mercados accionistas, poderá parte desta divergência esbater-se. No entanto, será preciso que o Iene trave a sua queda, e o Euro pelo menos estabilize face ao USD, para que o Dollar Index atenue a sua subida. Ou então iremos continuar a assistir a esta divergência até que o USD comece a sucumbir por via do excesso de liquidez e de uma eventual atenuação do movimento de desalavancagem o qual, em boa parte, pode aliás explicar a existência destas divergências.
Prosseguiremos no próximo post com uma análise aos vários mercados accionistas.
FT
EDITADO: Pequenas correcções de digitação (sem garantia de que outras não tenham escapado); correcção das referências a triângulos, passando a referir mais correctamente cunhas (obrigado ao rsacramento); Numeração sequencial dos posts
Olá a todos,
Hoje temos ementa alargada, devido por um lado à actual situação de dúvida quanto a uma eventual inversão de tendência de médio/longo prazo e, por outro, ao facto de ter um pouco mais de disponibilidade de tempo. Aproveitemos – espero – então.
Antes de mais, os meus reiterados agradecimentos a todos quantos me saudaram no passado fim-de-semana: Saber que há quem nos leia, espero eu com acentuado espírito crítico, é bom para alimentar a nossa vontade de prosseguir e de procurar fazer sempre melhor.
Contrariamente ao habitual, e porque vou levar-vos a passear por várias áreas de análise, vou deixar para o final a minha análise específica ao SPX, começando por abordar outros aspectos que poderão ajudar-nos a compreender melhor o estádio actual dos mercados e as possibilidades de evolução futura.
Dada a extensão da(s) análise(s), resolvi desta vez dividir esta minha “aventura” em vários posts, para tornar a leitura mais fácil.
Vamos lá então:
”certo” e “errado”
No tópico sobre o EUR/USD iniciámos uma interessante troca de impressões sobre o facto de os mercados accionistas se estarem actualmente a comportar de uma forma não esperada face a outros mercados, designadamente o cambial e o das commodities. Aí alinhámos algumas ideias sobre a possibilidade de o mercado accionista estar eventualmente “errado”, estando os demais “certos”, o que nos levaria a admitir um próximo realinhamento, com uma consequente e provavelmente forte correcção nos mercados accionistas.
O comportamento “normal”, ou esperado, é uma evolução do SPX contrária ao do USD e em linha com o CRB. Vejamos então qual o comportamento comparado do SPX com o USD, o Euro e o CRB (o índice geral das commodities) nos últimos tempos:
No gráfico acima podemos ver que, no início do actual rally, o SPX e o USD se comportaram como o esperado. No entanto, desde há cerca de um mês que esta situação se alterou, estando o USD a subir mais ou menos em paralelo com o SPX. Esta subida do USD não se tem feito, no entanto, à custa do Euro, já que a coincidência entre este e o SPX é impressionante – para mim foi uma surpresa, confesso-o, a constância desta identidade ao longo do tempo – e se mantém inalterada. Quer isto dizer que “algo se passa” entre o SPX e o USD, mas não entre aquele e o Euro. Dito de outra forma, o USD está a fortalecer-se contra outras divisas que não o Euro.
Apesar desta “normalidade” no comportamento do Euro, a “dissonância “na evolução do USD tem feito mossa no par EURUSD, como se pode ver no respectivo gráfico:
Este par é regular, e muito mais completamente, acompanhado no tópico respectivo. Noto que a LTD que vem desde Julho de 2008, de declive bem acentuado por sinal, tem vindo a guiar o par nas suas descidas, tendo falhado o teste ao meio da cabeça do “Head & Shoulders à Oscar” que em tempos sugeri. Existe mesmo a possibilidade de estar em formação um segundo H&S, mas é muito cedo para o afirmar. A cotação de fecho da passada semana situa-se sobre um ténue suporte. Em termos técnicos, este par apresenta-se portanto com um bias de baixa, existindo uma larga e importante zona de suporte entre os 1,27 e algo abaixo dos 1,25, ou mesmo o mínimo anterior nos 1,23x.
Veja-se que o EUR/USD teve um importante rally prenunciando, por poucos dias é de certo, o rally nos mercados accionistas. Apesar das últimas quedas e de uma tendência fortemente descendente de médio/longo prazo, o EUR está apesar de tudo ainda mais forte do que o USD face à situação no início do rally nos mercados accionistas.
Vejamos agora o comportamento do USD face a outras importantes divisas:
O par USD/JPY apresenta um aspecto bull bem sustentado, estando neste momento para confirmar a rotura da resistência nos 99,1x. Vencida que esteja esta resistência, existe largo espaço de subida para o par. Pode estar em formação uma cunha ascendente, à qual poderá convir prestar atenção nos próximos tempos.
Como se disse acima, existe amplo espaço de subida acima do nível dos 99,1x, como o gráfico semanal ainda melhor evidencia. Falamos de cerca de 10% o que, em termos de divisas, é bastante significativo.
Olhando agora para o par GBP/USD, é muito curioso notar que o USD está a perder terreno precisamente desde o início do actual rally nos mercados accionistas. Temos uma cunha ascendente a considerar, existindo ainda uma importante resistência na zona dos 1,55x.
Olhemos agora para commodities:
No primeiro gráfico deste tópico podemos notar que, desde Julho do ano passado, as commodities desceram bastante mais do que o SPX. Enquanto que este índice fez um fundo em “V” em Março, o CRB fez um fundo mais extenso, com cerca de um mês de duração. Apesar de alguma recuperação, o CRB não tem sido capaz de acompanhar o SPX nas recentes subidas, estando assim a divergir deste desde há cerca de um mês.
Uma vez que o CRB é composto de muitas commodities diferentes, importa espreitar os comportamentos específicos dos vários tipos de commodities:
Existe um ponto-chave no comportamento dos vários tipos de commodities, o qual se situou sensivelmente um mês antes do rally nos mercados accionistas: De facto, várias commodities alteraram os seus comportamentos a partir de meados de Fevereiro. Em termos gerais, e desde essa altura:
- Os metais preciosos entraram em queda;
- O sector primário (livestock e produtos agrícolas, estes um pouco mais tarde) iniciou uma subida moderada, o mesmo sucedendo com a energia;
- Os metais industriais encetaram um movimento de forte alta.
Em resumo
A dissonância que motivou esta análise existe, está bem à vista. O que importa tentar perceber é se será indutora de uma correcção nos mercados accionistas ou não. Dos gráficos que vimos acima, penso podermos concluir que:
- Ao nível da dissonância com as divisas, é sobretudo o USD e, ainda mais, a GBP, do lado positivo, e o JPY, do lado negativo, que alimentam a divergência: O Euro mantém o seu comportamento habitual, sustentando um alinhamento assinalável com o SPX. A subida no Dollar Index tem assim sido conseguida sobretudo à custa do JPY, que aparece como o grande perdedor neste processo. Veremos no próximo post que isso tem um interessante reflexo no comportamento do Nikkei.
- Ao nível das commodities, existem subidas moderadas no sector primário e na energia, verificando-se uma subida acentuada nos metais industriais. Os metais preciosos estão em queda.
- Metais industriais em subida e energia em subida (embora menos) parecem ser bons indicadores de saúde para os mercados financeiros. Não esqueçamos que estas subidas se iniciaram cerca de um mês antes do início do rally no SPX, o que mostra que se tratou de um movimento indutor, e não induzido. O desalinhamento do Dollar Index é em boa parte explicado por uma forte quebra no Iene, mais do que por uma fraqueza do Euro ou, ainda menos, da Libra Esterlina.
Neste quadro, e aceitando naturalmente opiniões contrárias, penso que as divergências que se verificam não são reveladoras de que os mercados accionistas estão “errados”, já que os factores essenciais estão em convergência, existindo mesmo um avanço ao nível dos indicadores mais directamente ligados à criação de riqueza.
Será, então, que esta divergência irá prosseguir? Não posso adivinhá-lo. Admitindo, como já na passada semana referi, que poderá vir a existir uma próxima correcção nos mercados accionistas, poderá parte desta divergência esbater-se. No entanto, será preciso que o Iene trave a sua queda, e o Euro pelo menos estabilize face ao USD, para que o Dollar Index atenue a sua subida. Ou então iremos continuar a assistir a esta divergência até que o USD comece a sucumbir por via do excesso de liquidez e de uma eventual atenuação do movimento de desalavancagem o qual, em boa parte, pode aliás explicar a existência destas divergências.
Prosseguiremos no próximo post com uma análise aos vários mercados accionistas.
FT
EDITADO: Pequenas correcções de digitação (sem garantia de que outras não tenham escapado); correcção das referências a triângulos, passando a referir mais correctamente cunhas (obrigado ao rsacramento); Numeração sequencial dos posts
Editado pela última vez por Flying Turtle em 19/4/2009 22:34, num total de 3 vezes.
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