Inflação homóloga negativa pela 1ª vez em mais de 40 anos
Elias Escreveu:Hum... e já agora o que se entende por "período suficientemente longo e consistente de descida dos preços"?
Fica ao critério das conveniências políticas do momento?
1 abraço,
Elias
O período deflacionário dos anos 30 ou a década perdida do Japão, são exemplos.
Os governantes não gostam da palavra deflação. Dá-lhes calafrios. Então, usam eufemismos como inflação negativa.
A diferença estará entre o que é considerado recessão e o que é considerado depressão.
Mas é um bocadinho à vontade do freguês.
Abraço,
Dwer
There is a difference between knowing the path and walking the path
Dwer
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Elias Escreveu:Hum... e já agora o que se entende por "período suficientemente longo e consistente de descida dos preços"?
Fica ao critério das conveniências políticas do momento?
1 abraço,
Elias
O horizonte de referência normal é 1 ano. Na situação actual apenas tivemos 1 mês de inflação negativa. Em termos anuais (últimos 12 meses) continuamos com inflação positiva, ou seja, aumento de preços. Neste contexto seria manifestamente exagerado dizer que estamos em deflação.
É a mesma coisa que ter um mês positivo nos mercados e dizer que já estamos em Bull market.

"I'm not normally a religious man, but if you're up there, save me, Superman!" (Homer Simpson)
Hum... e já agora o que se entende por "período suficientemente longo e consistente de descida dos preços"?
Fica ao critério das conveniências políticas do momento?
1 abraço,
Elias
Acho que esse período é de 2 ou 3 trimestres consecutivos, para ser considerada deflação, mas requer confirmação. Vou pesquisar um pouco para ver se encontro alguma coisa.
Até já
Bocci
Re: Inflação homóloga negativa pela 1ª vez em mais de 40 ano
Elias Escreveu:Inflação homóloga com valor negativo pela primeira vez em mais de 40 anos
13.04.2009 - 10h06
Por Vítor Costa
David Clifford (arquivo)
Os preços dos combustíveis contribuíram para a queda acentuada dos preços em Março
A taxa de inflação homóloga em Portugal no mês de Março atingiu pela primeira vez em mais de 40 anos um valor negativo, ao fixar-se em menos 0,4 por cento, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Já ontem, analistas contactados pela Lusa apontava para uma quebra dos preços entre Março do ano passado e Março de 2009, um valor que o instituto agora veio confirmar. “Conforme se pode inferir a partir do gráfico, resultados similares em Portugal remontam ao início da década de sessenta”, salienta o Instituto que, ao contrário do que é habitual, disponibilizou uma série da inflação com início em 1914.
O governador do Banco de Portugal, tal como vários analistas, já tinha avisado que Portugal teria durante alguns meses inflação negativa, afastando, contudo, uma situação de deflação. Este cenário, de descida generalizada dos preços, é, aliás, um dos grandes receios dos economistas já que, face à actual crise, os consumidores diminuem substancialmente os seus gastos.
Por outro lado, mesmo os que conservam a sua capacidade de consumo tendem a adiar as suas compras uma vez que têm a expectativa de que os preços irão continuar a descer. Com a quebra do consumo, as empresas, ao não conseguirem vender, são levadas a reduzir a produção e a baixar ainda mais os preços na tentativa de escoar os seus produtos. Mas com menos necessidade de produção são levadas a não aumentar os salários dos seus funcionários ou mesmo a recorrerem a despedimentos. Sem aumentos salariais e com mais desemprego, a tendência é para que haja novos cortes no consumo, criando-se assim um ciclo vicioso de descida continuada dos preços e de abrandamento económico.
Os dados divulgados pelo INE mostram que a descida de preços verificada entre Março do ano passado e o mesmo mês deste ano se ficou a dever essencialmente à variação verificada “na classe dos transportes, reflectindo sobretudo a redução significativa dos preços dos combustíveis”. De facto, segundo a nota enviada pelo INE, esta classe de preços registou uma queda próxima de um por cento.
Do lado contrário, aparece a classe de preços relativa à habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis que apresentou uma subida face a Março de 2008.
Salários ganham poder de compra
Apesar da descida de preços verificada em Março face a igual mês do ano passado, em termos mensais a variação de preços apresentou um valor de 0,8 por cento.
Estes valores representam, ainda assim, desacelerações face aos resultados registados em Fevereiro. “Em Março de 2009, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação mensal de 0,8 por cento, 0,7 pontos percentuais inferior à observada em Março do ano anterior”, salienta o INE, adiantando que “para este resultado contribuiu de forma determinante a variação mensal observada na classe do vestuário e calçado (...) reflectindo o fim da época de saldos e promoções e o efeito da entrada da nova colecção de Primavera-Verão”.
Em termos de taxa de inflação média anual – a que serve de referência às negociações salariais -, o valor de Março fixou-se em 1,9 por cento. Também aqui se tem vindo a registar uma forte desaceleração. Sublinhe-se, aliás, que para o conjunto de 2009, as últimas previsões do governo (no orçamento suplementar) apontam para uma taxa de inflação de 1,2 por cento. Ora, a confirmar-se este resultado, os trabalhadores que obtiveram um aumento salarial acima de 1,2 por cento registarão em 2009 um ganho de poder de compra. Estão nesta situação os funcionários públicos, cujo aumento para 2009 foi fixado em 2,9 por cento.
Portugal lidera na Europa
Os dados apresentados hoje pelo INE mostram ainda qual a variação de preços verificada em Março quando medidos pelo HIPC – o índice que permite comparar a evolução dos preços entre os vários países da União Europeia.
Segundo o INE, em termos homólogos o HIPC registou uma queda de 0,6 por cento, a taxa mensal foi de 0,8 por cento e a média anual de 1,9 por cento.
O Instituto destaca que “de acordo com a última informação disponível para os países membros da área do euro relativa a Fevereiro de 2009, o IHPC português registou a taxa de variação homóloga (0,1 por cento) mais baixa, a par com a Irlanda, 1,1 pontos percentuais inferior ao valor médio do grupo (1,2 por cento). Este diferencial terá aumentado uma décima de ponto percentual em Março de 2009, tendo por base uma estimativa do Eurostat” que aponta para uma taxa de variação homóloga positiva de 0,6 por cento.
in publico.pt
Surgiu-me a seguinte dúvida:
"O governador do Banco de Portugal, tal como vários analistas, já tinha avisado que Portugal teria durante alguns meses inflação negativa, afastando, contudo, uma situação de deflação"
Qual é a diferença entre inflação negativa e deflação?
Para termos deflação tem de haver um período suficientemente longo e consistente de descida dos preços. Ainda estamos longe disso e espero que esse cenário não aconteça.
"I'm not normally a religious man, but if you're up there, save me, Superman!" (Homer Simpson)
se não estou em erro a peça transcrita refere-se a "inflacção negativa" no sentido de descida do índice de preços ao consumidor. Do mesmo modo chama "inflacção" ao aumento do indice de preços ao consumidor.
Na realidade os economistas usam o termo inflacção quando existe um aumento da quantidade de dinheiro existente e deflacção quando existe uma redução da quantidade de dinheiro existente (sendo dinheiro = fiat currency).
Na realidade os economistas usam o termo inflacção quando existe um aumento da quantidade de dinheiro existente e deflacção quando existe uma redução da quantidade de dinheiro existente (sendo dinheiro = fiat currency).
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Inflação homóloga negativa pela 1ª vez em mais de 40 anos
Inflação homóloga com valor negativo pela primeira vez em mais de 40 anos
13.04.2009 - 10h06
Por Vítor Costa
David Clifford (arquivo)
Os preços dos combustíveis contribuíram para a queda acentuada dos preços em Março
A taxa de inflação homóloga em Portugal no mês de Março atingiu pela primeira vez em mais de 40 anos um valor negativo, ao fixar-se em menos 0,4 por cento, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Já ontem, analistas contactados pela Lusa apontava para uma quebra dos preços entre Março do ano passado e Março de 2009, um valor que o instituto agora veio confirmar. “Conforme se pode inferir a partir do gráfico, resultados similares em Portugal remontam ao início da década de sessenta”, salienta o Instituto que, ao contrário do que é habitual, disponibilizou uma série da inflação com início em 1914.
O governador do Banco de Portugal, tal como vários analistas, já tinha avisado que Portugal teria durante alguns meses inflação negativa, afastando, contudo, uma situação de deflação. Este cenário, de descida generalizada dos preços, é, aliás, um dos grandes receios dos economistas já que, face à actual crise, os consumidores diminuem substancialmente os seus gastos.
Por outro lado, mesmo os que conservam a sua capacidade de consumo tendem a adiar as suas compras uma vez que têm a expectativa de que os preços irão continuar a descer. Com a quebra do consumo, as empresas, ao não conseguirem vender, são levadas a reduzir a produção e a baixar ainda mais os preços na tentativa de escoar os seus produtos. Mas com menos necessidade de produção são levadas a não aumentar os salários dos seus funcionários ou mesmo a recorrerem a despedimentos. Sem aumentos salariais e com mais desemprego, a tendência é para que haja novos cortes no consumo, criando-se assim um ciclo vicioso de descida continuada dos preços e de abrandamento económico.
Os dados divulgados pelo INE mostram que a descida de preços verificada entre Março do ano passado e o mesmo mês deste ano se ficou a dever essencialmente à variação verificada “na classe dos transportes, reflectindo sobretudo a redução significativa dos preços dos combustíveis”. De facto, segundo a nota enviada pelo INE, esta classe de preços registou uma queda próxima de um por cento.
Do lado contrário, aparece a classe de preços relativa à habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis que apresentou uma subida face a Março de 2008.
Salários ganham poder de compra
Apesar da descida de preços verificada em Março face a igual mês do ano passado, em termos mensais a variação de preços apresentou um valor de 0,8 por cento.
Estes valores representam, ainda assim, desacelerações face aos resultados registados em Fevereiro. “Em Março de 2009, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação mensal de 0,8 por cento, 0,7 pontos percentuais inferior à observada em Março do ano anterior”, salienta o INE, adiantando que “para este resultado contribuiu de forma determinante a variação mensal observada na classe do vestuário e calçado (...) reflectindo o fim da época de saldos e promoções e o efeito da entrada da nova colecção de Primavera-Verão”.
Em termos de taxa de inflação média anual – a que serve de referência às negociações salariais -, o valor de Março fixou-se em 1,9 por cento. Também aqui se tem vindo a registar uma forte desaceleração. Sublinhe-se, aliás, que para o conjunto de 2009, as últimas previsões do governo (no orçamento suplementar) apontam para uma taxa de inflação de 1,2 por cento. Ora, a confirmar-se este resultado, os trabalhadores que obtiveram um aumento salarial acima de 1,2 por cento registarão em 2009 um ganho de poder de compra. Estão nesta situação os funcionários públicos, cujo aumento para 2009 foi fixado em 2,9 por cento.
Portugal lidera na Europa
Os dados apresentados hoje pelo INE mostram ainda qual a variação de preços verificada em Março quando medidos pelo HIPC – o índice que permite comparar a evolução dos preços entre os vários países da União Europeia.
Segundo o INE, em termos homólogos o HIPC registou uma queda de 0,6 por cento, a taxa mensal foi de 0,8 por cento e a média anual de 1,9 por cento.
O Instituto destaca que “de acordo com a última informação disponível para os países membros da área do euro relativa a Fevereiro de 2009, o IHPC português registou a taxa de variação homóloga (0,1 por cento) mais baixa, a par com a Irlanda, 1,1 pontos percentuais inferior ao valor médio do grupo (1,2 por cento). Este diferencial terá aumentado uma décima de ponto percentual em Março de 2009, tendo por base uma estimativa do Eurostat” que aponta para uma taxa de variação homóloga positiva de 0,6 por cento.
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