Chove em Nova York
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FED & Cia
É isso exactamente. Embora haja ainda outras forças a ajudar esta acção do FED, nomeadamente os media. Outro dia a CNBC levou lá 5 analistas profissionais e todos previram grandes crescimentos na economia para o 2º Semestre deste ano e boas subidas da Bolsa americana no mesmo período.
Agora que o FED vai precisar de descansar, isso vai. Acho que vai fazer umas férias intercaladas até Abril ou Maio do próximo ano, e depois é sempre a pôr lenha na fogueira. Vai daí ainda ficamos todos convencidos que isto é o verdadeiro bull market, e a nova bolha quem vier atrás que a rebente.
Abraços
Comentador
Agora que o FED vai precisar de descansar, isso vai. Acho que vai fazer umas férias intercaladas até Abril ou Maio do próximo ano, e depois é sempre a pôr lenha na fogueira. Vai daí ainda ficamos todos convencidos que isto é o verdadeiro bull market, e a nova bolha quem vier atrás que a rebente.
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Comentador
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Parafraseando o José Cid
Chove em Nova York
Está sol no meu país
preciso do Caldeirão
para me sentir feliz
Está sol no meu país
preciso do Caldeirão
para me sentir feliz
A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original – Albert Einstein
Mais uma vez em grande Sr. Comentador
Só quero dar uma achega que acho importante. Como bem disseste a ajuda dos bancos de investimento não é desinteressada. O principal interesse dos bancos nesta subida é que volte a haver negócio de Corporate (IPO's , M&A, aumentos de capital, etc), visto ser este o negócio que realmente contribui com boas margens para a sua actividade. Ora, na minha opinião, os últimos meses têm sido um sucesso (basta ver o número de convertíveis que foram colocadas) e isso traduz-se num aumento exponencial da oferta de papel existente no mercado. Ora se o sell side aumenta é necessário muito mais dinheiro para o levar para cima. E se esta coisa se mantém mais uns meses o Fed vai ter mesmo de parar para descansar porque lhe vão cair todos nas costas (basta ver a quantidade de papel vendida pelos insiders).
Agora uma coisa o Fed consegiu: todas as tecnológicas que se conseguiram financiar agora ficaram com mais uns anos de vida antes de irem à falência.
Um abraço
Só quero dar uma achega que acho importante. Como bem disseste a ajuda dos bancos de investimento não é desinteressada. O principal interesse dos bancos nesta subida é que volte a haver negócio de Corporate (IPO's , M&A, aumentos de capital, etc), visto ser este o negócio que realmente contribui com boas margens para a sua actividade. Ora, na minha opinião, os últimos meses têm sido um sucesso (basta ver o número de convertíveis que foram colocadas) e isso traduz-se num aumento exponencial da oferta de papel existente no mercado. Ora se o sell side aumenta é necessário muito mais dinheiro para o levar para cima. E se esta coisa se mantém mais uns meses o Fed vai ter mesmo de parar para descansar porque lhe vão cair todos nas costas (basta ver a quantidade de papel vendida pelos insiders).
Agora uma coisa o Fed consegiu: todas as tecnológicas que se conseguiram financiar agora ficaram com mais uns anos de vida antes de irem à falência.
Um abraço
Existe um mundo melhor... mas é caríssimo!
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Chove em Nova York
Os comentários dos políticos ou altos responsáveis de um país sobre a evolução da Bolsa são muito raros. Isso é compreensível, pois o mercado de capitais é extraordinariamente sensível às opiniões dos que têm o próprio poder de tomar medidas sobre a economia.
Deste modo, uma qualquer referência sobre o mercado, mesmo que ligeira ou não deliberada, pode ter, e normalmente tem, uma influência enorme na evolução das cotações, umas vezes só no curto prazo, outras mesmo no médio prazo.
Vem a propósito referir um comentário não intencional proferido pelo Chairman do FED, Alan Greenspan, quando ainda estava nos seus primeiros tempos naquela função. Penso que na sua primeira aparição numa das cadeias de televisão americana, e estando a ser entrevistado em estilo mesa redonda por três ou quatro jornalistas, foi-lhe perguntado se as Bolsas constituíam uma das suas preocupações. Como ele respondeu que sim, que a evolução diária dos mercados o preocupava, teve a desagradável surpresa de ver os mercados a descerem significativamente no dia seguinte. Pois se ele estava preocupado! Neste caso a situação foi passageira, pois ele pôde esclarecer logo a seguir que tinha querido dizer que acompanhava diariamente com o maior cuidado toda e qualquer evolução das bolsas. Este episódio no entanto, bastou para que ele nunca mais fizesse entrevistas deste tipo, privilegiando em todas as situações os textos escritos.
Aliás, em termos de comunicação, o objectivo confessado de Greenspan, passou a ser o de dizer frases tão complexas e opacas quanto possível, de forma que o seu significado nunca seja claro, ou até que o inverso do que se perceba possa ser a tradução mais ajustada do seu pensamento.
Claro que nos dias de hoje, e nunca é demais dizê-lo, são as bolsas americanas que influenciam directamente todos os outros mercados, importantes ou não. Mas longe vão os tempos, em meados do bull market dos anos 90, em que Greenspan ainda tinha coragem para falar em exuberância irracional dos mercados. Hoje, que a sua influência directa nos mercados é determinante, o seu discurso é naturalmente mais hermético.
Fontes fidedignas estão a indicar-nos que os mercados accionistas americanos estão a ser puxados pelo FED através do Exchange Stabilization Fund (ESF) e com a ajuda preciosas e não desinteressada dos maiores bancos de investimentos americanos. Tudo secreto mas tudo legal. Quer dizer, não tão secreto como isso, pois sabemos que o FED já disse que podia intervir quer comprando obrigações do Estado quer comprando acções. E legal, pois a instituição que há várias décadas pode legalmente cumprir essa tarefa é o ESF, que depende directamente do Secretário do Tesouro (mas numa área em que só há um estratega – Greenspan).
Mas podem-me dizer que um mercado accionista com a dimensão do americano “só pode ser manipulado com sucesso na direcção em que ele quer ir”. Claro que sim, mas com alguma restrições importantes:
1. Se o mercado até quiser subir, com esta “ajuda” sobe sustentadamente e o curso do jogo muda desde logo, já nada passa a ser como era.
2. Se o mercado quiser descer, então realmente o FED pode ter um grave problema. Mas uma coisa é certa, com uma intervenção no sentido da compra, o mercado irá descer menos ou até muito menos, sendo possível que qualquer facto inesperado possa contribuir para virar de novo a corrente para a subida.
3. E o “mercado” realmente o que é, ou melhor, quem é o “mercado”? Não andaremos longe da verdade se dissermos que os seus principais agentes são precisamente aqueles que estão decididos a fazer com que ele se aguente e suba.
Realmente, o mundo já não é o que era, as leis do mercado estão subvertidas e não sabemos bem às quantas andamos. Se calhar, em vez de temermos que o capitalismo esteja em grave crise, deveremos antes pensar que este é o mercado que temos, o mercado possível.
Devemos também considerar que a referida intervenção do FED está sujeita a grandes riscos, pois pode perfeitamente falhar. E como os intervenientes do mercado sabem isto, o mercado tenderá a descontar esta situação.
Parece que, afinal, a chamada “mão invisível” está agora a trabalhar mais às claras. Deus queira é que, um dia destes, a situação não se torne negra!…
Um abraço e bons negócios
Comentador
Deste modo, uma qualquer referência sobre o mercado, mesmo que ligeira ou não deliberada, pode ter, e normalmente tem, uma influência enorme na evolução das cotações, umas vezes só no curto prazo, outras mesmo no médio prazo.
Vem a propósito referir um comentário não intencional proferido pelo Chairman do FED, Alan Greenspan, quando ainda estava nos seus primeiros tempos naquela função. Penso que na sua primeira aparição numa das cadeias de televisão americana, e estando a ser entrevistado em estilo mesa redonda por três ou quatro jornalistas, foi-lhe perguntado se as Bolsas constituíam uma das suas preocupações. Como ele respondeu que sim, que a evolução diária dos mercados o preocupava, teve a desagradável surpresa de ver os mercados a descerem significativamente no dia seguinte. Pois se ele estava preocupado! Neste caso a situação foi passageira, pois ele pôde esclarecer logo a seguir que tinha querido dizer que acompanhava diariamente com o maior cuidado toda e qualquer evolução das bolsas. Este episódio no entanto, bastou para que ele nunca mais fizesse entrevistas deste tipo, privilegiando em todas as situações os textos escritos.
Aliás, em termos de comunicação, o objectivo confessado de Greenspan, passou a ser o de dizer frases tão complexas e opacas quanto possível, de forma que o seu significado nunca seja claro, ou até que o inverso do que se perceba possa ser a tradução mais ajustada do seu pensamento.
Claro que nos dias de hoje, e nunca é demais dizê-lo, são as bolsas americanas que influenciam directamente todos os outros mercados, importantes ou não. Mas longe vão os tempos, em meados do bull market dos anos 90, em que Greenspan ainda tinha coragem para falar em exuberância irracional dos mercados. Hoje, que a sua influência directa nos mercados é determinante, o seu discurso é naturalmente mais hermético.
Fontes fidedignas estão a indicar-nos que os mercados accionistas americanos estão a ser puxados pelo FED através do Exchange Stabilization Fund (ESF) e com a ajuda preciosas e não desinteressada dos maiores bancos de investimentos americanos. Tudo secreto mas tudo legal. Quer dizer, não tão secreto como isso, pois sabemos que o FED já disse que podia intervir quer comprando obrigações do Estado quer comprando acções. E legal, pois a instituição que há várias décadas pode legalmente cumprir essa tarefa é o ESF, que depende directamente do Secretário do Tesouro (mas numa área em que só há um estratega – Greenspan).
Mas podem-me dizer que um mercado accionista com a dimensão do americano “só pode ser manipulado com sucesso na direcção em que ele quer ir”. Claro que sim, mas com alguma restrições importantes:
1. Se o mercado até quiser subir, com esta “ajuda” sobe sustentadamente e o curso do jogo muda desde logo, já nada passa a ser como era.
2. Se o mercado quiser descer, então realmente o FED pode ter um grave problema. Mas uma coisa é certa, com uma intervenção no sentido da compra, o mercado irá descer menos ou até muito menos, sendo possível que qualquer facto inesperado possa contribuir para virar de novo a corrente para a subida.
3. E o “mercado” realmente o que é, ou melhor, quem é o “mercado”? Não andaremos longe da verdade se dissermos que os seus principais agentes são precisamente aqueles que estão decididos a fazer com que ele se aguente e suba.
Realmente, o mundo já não é o que era, as leis do mercado estão subvertidas e não sabemos bem às quantas andamos. Se calhar, em vez de temermos que o capitalismo esteja em grave crise, deveremos antes pensar que este é o mercado que temos, o mercado possível.
Devemos também considerar que a referida intervenção do FED está sujeita a grandes riscos, pois pode perfeitamente falhar. E como os intervenientes do mercado sabem isto, o mercado tenderá a descontar esta situação.
Parece que, afinal, a chamada “mão invisível” está agora a trabalhar mais às claras. Deus queira é que, um dia destes, a situação não se torne negra!…
Um abraço e bons negócios
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