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Caldeirão da Bolsa

A Crise Financeira, o Crash e os Baby Boomers.

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por mais_um » 7/3/2009 2:27

Se for um trilião português dá +/- 31 mil milhões de anos.....
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por mais_um » 7/3/2009 2:22

salvadorveiga Escreveu:mais que 30 mil anos ? a mim deu-me 62 000 e tal anos.... =P


Está correcto, 62 mil é mais que 30 mil.... :mrgreen:
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por atomez » 7/3/2009 2:22

salvadorveiga Escreveu:mais que 30 mil anos ? a mim deu-me 62 000 e tal anos.... =P

1.000.000.000.000 s / 60 / 60 / 24 / 365,25 = 31.688 anos
Editado pela última vez por atomez em 7/3/2009 2:26, num total de 1 vez.
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por salvadorveiga » 7/3/2009 2:17

Atomez Escreveu:
Fogueiro Escreveu:Geithner vai precisar de mais $2 tr para resolver por uma vez a embrulhada financeira.

É espantoso como agora se fala em triliões (milhões de milhões) como se fosse uma ninharia!

Para dar alguma perspectiva à coisa:

- 1 trilião de segundos são mais de 30.000 anos

- 1 trilião de dolares é mais do que custou aos americanos a guerra do Vietname, ou o desenvolvimento da bomba atómica, ou o programa Apolo para levar gente à Lua; a guerra no Iraque são peanuts

- a 2ª Guerra Mundial custou aos americanos 1 trilião e meio, a preços actuais

Isto dá uma ideia da quantidade de dinheiro que está em jogo...


mais que 30 mil anos ? a mim deu-me 62 000 e tal anos.... =P
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por atomez » 7/3/2009 2:17

Fogueiro Escreveu:Obama não ficou atrás, virando analista de bolsa e recomendando a compra de acções… está cada vez mais a desiludir. Os habituais 100 dias de graça… já foram!

Parece bem que sim:

The Wall Street Journal Escreveu:The Obama Economy

As the Dow keeps dropping, the President is running out of people to blame.

As 2009 opened, three weeks before Barack Obama took office, the Dow Jones Industrial Average closed at 9034 on January 2, its highest level since the autumn panic. Yesterday the Dow fell another 4.24% to 6763, for an overall decline of 25% in two months and to its lowest level since 1997. The dismaying message here is that President Obama's policies have become part of the economy's problem.

Americans have welcomed the Obama era in the same spirit of hope the President campaigned on. But after five weeks in office, it's become clear that Mr. Obama's policies are slowing, if not stopping, what would otherwise be the normal process of economic recovery. From punishing business to squandering scarce national public resources, Team Obama is creating more uncertainty and less confidence -- and thus a longer period of recession or subpar growth.

The Democrats who now run Washington don't want to hear this, because they benefit from blaming all bad economic news on President Bush. And Mr. Obama has inherited an unusual recession deepened by credit problems, both of which will take time to climb out of. But it's also true that the economy has fallen far enough, and long enough, that much of the excess that led to recession is being worked off. Already 15 months old, the current recession will soon match the average length -- and average job loss -- of the last three postwar downturns. What goes down will come up -- unless destructive policies interfere with the sources of potential recovery.
...
So what has happened in the last two months? The economy has received no great new outside shock. Exchange rates and other prices have been stable, and there are no security crises of note. The reality of a sharp recession has been known and built into stock prices since last year's fourth quarter.

What is new is the unveiling of Mr. Obama's agenda and his approach to governance. Every new President has a finite stock of capital -- financial and political -- to deploy, and amid recession Mr. Obama has more than most. But one negative revelation has been the way he has chosen to spend his scarce resources on income transfers rather than growth promotion. Most of his "stimulus" spending was devoted to social programs, rather than public works, and nearly all of the tax cuts were devoted to income maintenance rather than to improving incentives to work or invest.

His Treasury has been making a similar mistake with its financial bailout plans. The banking system needs to work through its losses, and one necessary use of public capital is to assist in burning down those bad assets as fast as possible. Yet most of Team Obama's ministrations so far have gone toward triage and life support, rather than repair and recovery.

AIG yesterday received its fourth "rescue," including $70 billion in Troubled Asset Relief Program cash, without any clear business direction. (See here.) Citigroup's restructuring last week added not a dollar of new capital, and also no clear direction. Perhaps the imminent Treasury "stress tests" will clear the decks, but until they do the banks are all living in fear of becoming the next AIG. All of this squanders public money that could better go toward burning down bank debt.

The market has notably plunged since Mr. Obama introduced his budget last week, and that should be no surprise. The document was a declaration of hostility toward capitalists across the economy. Health-care stocks have dived on fears of new government mandates and price controls. Private lenders to students have been told they're no longer wanted. Anyone who uses carbon energy has been warned to expect a huge tax increase from cap and trade. And every risk-taker and investor now knows that another tax increase will slam the economy in 2011, unless Mr. Obama lets Speaker Nancy Pelosi impose one even earlier.


E mais esta:

Business Week Escreveu:A Backlash Against Obama's Budget

Businesses from startups to global giants to drugmakers and farmers are gearing up to fight the President's spending plan with ad campaigns and public protests

Business is marshaling its forces. The target is the aggressive domestic agenda laid out in President Barack Obama's first budget.

Private health insurers are mobilizing to fend off Obama's plans to cut the fees they receive from Uncle Sam and create a government-subsidized rival that, they fear, would undercut them with lower-cost care for the uninsured. Multinationals are up in arms about the prospect of paying higher taxes on foreign earnings. Real estate agents want to quash efforts to lower the mortgage interest deductions for families earning more than $250,000. Small business owners—many of whom pay personal income tax rates on their companies' profits—fear his plans to raise income, capital-gains, and dividend taxes on those same high-end earners. Many industries accept the idea of paying a price for carbon emissions—but not as quickly as Obama envisions. Private equity players and venture capitalists claim that the higher taxes Obama wants them to cough up will drain away innovation and investment.
...
So business is hitting hard on the theme that the budget will squeeze vitality out of the economy. Says Jay Timmons, head of government affairs at the National Association of Manufacturers: "They're taking a tremendous amount of money out of the private sector, which will hamper the ability of business to create and retain jobs."
Editado pela última vez por atomez em 7/3/2009 2:35, num total de 1 vez.
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por mais_um » 7/3/2009 1:56

Atomez Escreveu:
Fogueiro Escreveu:Geithner vai precisar de mais $2 tr para resolver por uma vez a embrulhada financeira.

É espantoso como agora se fala em triliões (milhões de milhões) como se fosse uma ninharia!

Para dar alguma perspectiva à coisa:

- 1 trilião de segundos são mais de 30.000 anos

- 1 trilião de dolares é mais do que custou aos americanos a guerra do Vietname, ou o desenvolvimento da bomba atómica, ou o programa Apolo para levar gente à Lua; a guerra no Iraque são peanuts

- a 2ª Guerra Mundial custou aos americanos 1 trilião e meio, a preços actuais

Isto dá uma ideia da quantidade de dinheiro que está em jogo...


Atenção aos biliões e trilhões....

1 trilhão americano (10 elevado a 12), equivale a 1 bilião europeu

1 trilhão europeu (10 elevado a 18, )equivale a 1 quintilão americano

existem muitas vezes confusões com esta situação e já tenho visto escrito grandes barbaridades por causa desde "detalhe"...
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por EuroVerde » 7/3/2009 1:46

Atomez Escreveu:
Fogueiro Escreveu:Geithner vai precisar de mais $2 tr para resolver por uma vez a embrulhada financeira.

É espantoso como agora se fala em triliões (milhões de milhões) como se fosse uma ninharia!

Para dar alguma perspectiva à coisa:

- 1 trilião de segundos são mais de 30.000 anos

- 1 trilião de dolares é mais do que custou aos americanos a guerra do Vietname, ou o desenvolvimento da bomba atómica, ou o programa Apolo para levar gente à Lua; a guerra no Iraque são peanuts

- a 2ª Guerra Mundial custou aos americanos 1 trilião e meio, a preços actuais

Isto dá uma ideia da quantidade de dinheiro que está em jogo...


Interessant, sehr interesant!!!
Bitte, ich errinere mich das :evil:
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por atomez » 7/3/2009 1:43

Fogueiro Escreveu:Geithner vai precisar de mais $2 tr para resolver por uma vez a embrulhada financeira.

É espantoso como agora se fala em triliões (milhões de milhões) como se fosse uma ninharia!

Para dar alguma perspectiva à coisa:

- 1 trilião de segundos são mais de 30.000 anos

- 1 trilião de dolares é mais do que custou aos americanos a guerra do Vietname, ou o desenvolvimento da bomba atómica, ou o programa Apolo para levar gente à Lua; a guerra no Iraque são peanuts

- a 2ª Guerra Mundial custou aos americanos 1 trilião e meio, a preços actuais

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por artista_ » 7/3/2009 1:07

Só para puxar o tópico para cima e dizer mais uma vez que não perco a tua análise semanal... embora não tenha influência directa nas minhas decisões, é imprescindivel para a formação do meu "sentimento de mercado"... e é um prazer! :wink:

abraço

bom fim de semana
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por Fogueiro » 7/3/2009 0:04

Comentário Semanal


O VIX e o VXN novamente a subirem confirmam a negatividade da Toolbox e antecipam novas quedas. O NYLOW registou leituras superiores a 700 ontem e hoje, coisa que não se via desde o fundo de Novembro passado, quebrado há uma semana. Por enquanto não vejo sinal de final das quedas, embora ralis técnicos sejam de esperar num Mercado muito sobrevendido.
A recuperação da última meia hora de hoje teve algo de déjà vu…

Tão ansiosos estão os investidores por alguma boa notícia, que até aquela de que a China ia lançar um grande programa de estímulos e que estava a crescer acima do previsto (a notícia falava em 13,5% !) provocou um efémero rali (que aproveitei para reforçar Puts). É que eu acredito tanto nas informações (filtradas e cozinhadas) vindas da China como numa Cigana a ler a sina …

O bailout da AIG, com os $30 bn desta semana, já vai em $180 bn. A catástrofe da AIG deve-se aos Credit Default Swap (CDS). As entidades financiadoras cobrem o seu risco em empréstimos com CDS e a AIG é o líder mundial deste instrumento. No fim de 2007 o mercado de CDS valia mais de $62 tr – e ainda há muito disto em aberto que será activado… não se sabe quanto, depende dos incumprimentos que houver.
De notar que muitos financiadores entraram em operações de alto risco, a taxas de juro compensadoras, precisamente porque dispunham desta forma de cobrirem os seus elevadíssimos riscos. Se a AIG falisse, imagine-se o que lhes aconteceria… e são muitos e espalhados pelo Mundo.
Por isso ela é “Too Big To Fail” e os contribuintes americanos continuarão a pagar a factura destes excessos.
Geithner vai precisar de mais $2 tr para resolver por uma vez a embrulhada financeira. Quando encarar o assunto de frente e os pedir ao Congresso, tenho sérias duvidas que receba um sim como resposta. Existe um ambiente demasiado negativo face às gestões perdulárias, algumas mesmo danosas e em proveito próprio.

Do lado da General Motors (GM) os auditores manifestaram ontem dúvida na sua capacidade de sobreviver sem mais ajudas do Governo (contribuintes, mais uma vez).
O presidente Obama tem aqui um dilema: os Sindicatos do Sector Automóvel foram os primeiros grandes financiadores da sua campanha e esperam retribuição; mas se o fizer perde eleitorado nos que pouco ou nada têm a ver com isso, e que são a maioria dos americanos.

As más notícias não têm fim: os grandes países europeus recusaram um plano comum de salvamento dos pequenos países em dificuldades: apenas estudarão apoios caso a caso. Há coisas anedóticas: um banco suíço tem o passivo igual a 4x o PIB do seu país… e a United States Steel (X) desvalorizou mais do que em 1930!
Nos EUA as vendas de casas caíram 7,7%, mais um recorde, e as despesas em construção contraíram 3,3% em Janeiro, bem acima das previsões de 1,5%.

Os fundamentais da economia continuam pois a piorar – e a recuperação a ser empurrada para datas mais distantes.

Buffett falou, Bernanke falou, Geithner falou e o beige book do Fed também.
Obama não ficou atrás, virando analista de bolsa e recomendando a compra de acções… está cada vez mais a desiludir. Os habituais 100 dias de graça… já foram!

Wall Street está agora a assumir a dura realidade, e o Mercado a reagir em conformidade.
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por Fogueiro » 3/3/2009 23:02

0lá Branc0!

Acho aquilo um bocado confuso, se bem que é verdade que a prata tem sido, volta e maia, objecto de manipulações.

A mais célebre é o corner dos Irmãos Hunt, nos anos 70, que levaram a prata, artificialmente, a $54. O FED interveio, o COMEX mudou as regras e a brincadeira acabou com o preço a cair 80% -- mas arruinou muita gente e passou a ser algo a evitar.

http://www.buyandhold.com/bh/en/educati ... _bros.html

A prata ficou com o estigma de ser facilmente manipulável...

Estive a olhar para os futuros até 2013, e a curva está num Contango perfeitamente normal.
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por Branc0 » 3/3/2009 21:39

Olá Fogueiro,

Isto se calhar não te diz nada mas como trabalhaste com futuros tenho alguma esperança que compreendas melhor o que este senhor anda a dizer do que eu.

Link.

A CFTC diz que anda a investigar o caso desde Setembro (já houve pelo menos duas investigações anteriores) sendo que desta vez o departamento que está a liderar a investigação é diferente uma vez que se trata de uma eventual "manipulação em progresso".

Eu o COT não sei se concordo muito bem com as conclusões do Ted Butler, principalmente por desconhecimento que era por aí que esperava a tua ajuda, mas já tinha referido que o relatório da CFTC da bank participation está realmente com uma posição short brutal, na altura ainda trocámos umas ideias sobre esse relatório mas curiosamente a situação mantém-se há largos meses.

Conclusão: queria pedir a tua opinião sobre o Ted Butler e os seus argumentos. Achas que o tipo é maluco ou achas que é provável haver "marosca" maior do que se pensa por parte da JPM & companhia?
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por bolo » 1/3/2009 0:57

bolo Escreveu:This could be the point!
Somando notícias, pontos de vista, e algumas coisas mais, sobretudo o som do coçar da cabeça da malta da pesada das finanças e da política.
Há seis meses falavamos de risco sistémico! Pois bem, dormimos com ele ao lado e não tivemos outro remédio senão apertá-los e dormir de costas viradas, com toda a cagança de uma criança que dorme o seu sono inocente.

Esperamos agora que haja peritos com inspiração e capacidade de encontrar e fazer aplicar as medidas que voltem a dar rotação a este motor que parece estar a acusar depósito vazio. Pelo menos ninguém parece ter gasolina.

Talvez Keynes esteja em boa posição para velar por nós e não esteja fod#§£o demais com os liberalistas que tiveram a loucura de não perceber o erro de pensar que o universo tendia para a organização.

O problema de uma crise destas é que tem origem no centro do sistema.
Ele deverá resistir! E assim ficamos satisfeitos por não ser sistémico! Mas os estragos de uma paralesia e avaria deste tamanho, começam a sentir-se por todo o lado.

Nos Estados Unidos, Obama vai mesmo emprestar dinheiro directamente para financiar a economia privada?

Julgo que isto confirma um cenário um bocado lixado e a necessidade de uma intervenção concertada da malta da pesada da finança e da política, aqueles que mais coçam a cabeça.

Onde está a União Europeia? Há alguma concílio mundial previsto? Não me digam que não há soluções?

Citigroup está em risco?!!!
O sistema financeiro inglês esteve por um triz em Outubro? Realmente vai ser preciso continuar com a cabeça bem fria e acho que até nos estamos a dar bem.

O grave da questão é sem dúvida o desemprego e o facto da história nos mostrar que ela própria não é sempre igual.

Resta viver o belo dia de amanhã.


Ufa, tive um pesadelo! Que horrível!
Os Estados vão afinal tomar medidas adequadas e pouco a pouco regular um sistema financeiro. As medidas serão essencialmente orçamentais e mais ou menos concertadas entre países e vão incidir sobre áreas da economia que poderão dar prosperidade e alavancar o consumo interno e doméstico.
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por Fogueiro » 28/2/2009 19:41

Ninguém consegue imaginar.

Na sua carta aos accionistas da Berkshire Hathaway o veteraníssimo (vai fazer 79 anos em Agosto) e mais rico do Mundo, Warren Buffett, escreveu:

"a series of life-threatening problems within many of the world's great financial institutions was unveiled. Credit markets turned "non-functional,"..."

Pela 1ª vez desde 1935 o S&P500 teve um trimestre negativo em lucros por acção, o 4º de 2008.

"Even in the depths of the Great Depression, S&P companies as a whole managed to eke out positive earnings every quarter."

É realmente de preocupar bastante começarem a aparecer consequências piores do que na Grande Depressão.

O endividamento era maior no inicio desta crise do que na GD e se chegarmos ao ponto de não haver mais ninguém com superavit para emprestar, as convulsões sociais serão dramáticas e as "economias de guerra" (racionamento, redução de salários reais, etc) serão inevitáveis.

Vamos ter esperança que os dirigentes mundiais, que hoje dispõem de instrumentos globalizados e equipas de peritos altamente qualificados, consigam entender-se e evitar esse terrível cenário.
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por bolo » 28/2/2009 18:00

Claro que não é o NYLOW! Até uma criança de 10 anos, saberia que não esstavamos a falar de NYLOW. Deve ter sido da hora!

É duro ver cair um grande grupo, como se fossem torres gémeas. Não pelo seu património, porque desde que haja dinheiro para uma vida de nível médio, ninguém pode dar um tiro na cabeça, mas no meio da propriedade social de um grupo, há sempre quem tenha lá as suas poupanças ou o seu investimento de uma vida inteira, as poupanças e os investimentos que lhe proporcionariam aquele nível de vida médio, muitas vezes merecido.

É óbvio que para a história, passada a tormenta, é indiferente contar milhares de desolados ou uma empresa nacionalizada. Só o texto muda, após o "naquele tempo...".

Mas no presente, it's a tough deal.

O que me suscita mais apreensão neste momento é a aparente avalanche na economia provocada pelo desemprego global. Não tenho a percepção da sua dimensão, grande ou muito grande, nem tenho capacidade de imaginar onde ela vai parar. Era um pouco isso também que questionava.
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por Fogueiro » 28/2/2009 15:58

bolo Escreveu:
1. Quando dizes que a recessão vai ser profunda porque está ancorada ao consumo interno, e nos USA são 70%, como vês a recuperação? Refiro-me à avalanche que parece ter-se desprendido com a tendência de queda no emprego.

2. Outra questão tem a ver com a referida "nacionalização em câmara lenta do Citigroup, do Bank of América, da General Motors…". Podes resumir?
Qual a medida ou medidas que consideras sensatas ou necessárias, e que não deverão acontecer por algum motivo alheio a elas (motivo político essencialmente)?

3. Quanto ao recorde desde que o S&P iniciou o indice NYLOW, há 54 anos...



Obrigado pelas simpáticas palavras.

Respondendo:

1. Não mais profunda: referi " mais duradoura" do que a de 2001-2002. Na Grande depressão o desemprego chegou aos 25% nos EUA.

2. Acho que quando uma empresa está insolvente deve falir. É assim que a economia de mercado tem sempre superado as outras ao longo da história. Todavia, se uma empresa é "too big to fail" deve ser logo nacionalizada, para que não venha a ser "too big to save". Os balões de oxigénio só adiam a solução tornando-a mais cara. A história tem mostrado que, mesmo em economia de mercado, o caminho é nacionalizar, reorganizar com nova gestão, capitalizar e re-privatizar anos depois.

3. Não são os NYLOWS: esses tiveram o recorde em Outubro passado, num dia em que 80% das acções do NYSE fizeram mínimos de 52 semanas. Este novo recorde tem a ver com cortes nos dividendos: "Close to 60% of S&P 500 companies (288) cut or suspended dividends in the fourth quarter of 2008, the most in the 54-year history of the S&P."
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por bolo » 28/2/2009 3:02

da minha parte agradeço mais uma vez estes teus comentários em forma de ponto de situação a esta complexa economia mundial.

é duro confirmarmos, no presente, o futuro de que nos temos vindo a aperceber. refiro-me ao nó-cego dado na economia, mais uma vez.

É muito dificil, dominar as variáveis necessárias para um equilíbrio constante. Vai daí, a desordem instala-se de tempos a tempos. e esta teve uma ajudinha bem boa.

Quando dizes que a recessão vai ser profunda porque está ancorada ao consumo interno, e nos USA são 70%, como vês a recuperação? Refiro-me à avalanche que parece ter-se desprendido com a tendência de queda no emprego.

outra questão tem a ver com a referida "nacionalização em câmara lenta do Citigroup, do Bank of América, da General Motors…". Podes resumir?
Qual a medida ou medidas que consideras sensatas ou necessárias, e que não deverão acontecer por algum motivo alheio a elas (motivo político essencialmente)?

Quanto ao recorde desde que o S&P iniciou o indice NYLOW, há 54 anos, ele é dramático sem dúvida, mas é mais uma prova da dimensão deste nó efectivo, que coloca a actual situação económica na prateleira das grandes crises, como a de 29-32. Cada uma com a sua natureza, gravidade, momentos, características e tratamentos, mas ambas iguais em termos de grandes cambalhotas da moeda e economia mundial. A intervenção estatal pode ter feito a maior diferença.

Para além da economia estar demasiadamente suportada pela dívida, o que para mim é incompreensível, foram fazer graves avarias com essa dívida.
Eu diria: só visto, contado ninguém acreditaria.

Obrigado e boas novas para os resultados do 1º trimestre.
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por Fogueiro » 27/2/2009 22:32

Comentário semanal

Hoje tivemos um fecho negativo, como seria de esperar pelas notícias pouco animadoras.
O NYLOW registou 318 mínimos de 52 semanas no NYSE – e o facto de ser fim de mês mostrou um pouco de window-dressing por parte dos gestores de Fundos, para que os mapas que enviam aos clientes não fossem tão negativos.
Estivaram quase a conseguir pelas 2 PM, mas o Mercado foi mais forte e não aguentaram as 2 últimas horas…

Começo por um regresso ao passado…

de 1 de Novembro de 2008, pg 47

Tentando satisfazer os insistentes pedidos de futurologia, vou tentar um exercício para 2009.

Na semana passada escrevi:

“Wall Street continua com uma postura optimista em relação à economia e aos resultados das empresas.

Vejamos: há alguns meses previa ganhos do S&P500 de $90 para 2009. Agora já só prevê $70 e não me admirava que acabasse o ano nos $50.”

De facto não demorou muito e o consenso já está no intervalo $50-$55 – com base no qual podemos fazer algumas contas, considerando, por exemplo, 5 cenários para PERs:

1 – Elevado (18) associado a uma economia muito forte: S&P500 nos 900-990
2 – Médio (15) associado a uma economia em crescimento: S&P500 nos 750-825
3 – Baixo (12) associado a uma economia estagnada: S&P500 nos 600-660
4 – Muito Baixo (9,5) associado a recessão séria: S&P500 nos 500-550
5 – Mínimo histórico (7) associado a depressão grave: S&P500 nos 350-385

Neste momento, e invocando todos os Disclaimers do Mundo, apontaria para o cenário 4.



Quatro meses passados, a probabilidade do cenário 4 aumentou. Os $50 do S&P500 já são pacíficos. Já alguns analistas admitem que ele vá aos 500-550 pontos.

A ajudar está o PIB dos EUA, revisto em baixa. A queda anualizada do PIB dos EUA relativo ao 4º trimestre de 2008 foi fortemente revisto em baixa: de -3,8% para -6,2%.

Mas, entretanto, uma lateralização durante algum tempo (eventualmente até meados de Março, quando aparecerem os primeiros resultados do 1º trimestre) é o pior que pode acontecer a uma carteira de opções – que precisa de tendências sólidas que absorvam os prémios.

O Indicador contrário do AAII está com uma percentagem bearish (55,14%) ligeiramente menor do que estava há 1 semana (56,72%) e os bullish subiram de 21,64% para 24,30. Ainda é cedo, mas se a tendência continuar (mais bulls e menos bear) aproximamo-nos, provavelmente, de um novo canal descendente.

Os fundamentais apontam para isso: esta recessão será muito mais duradoura do que a de 2001-2002 porque envolve fortemente o consumo interno, ao contrário daquela. E o consumo interno representa 70% da economia americana.

A agravar a situação, as medidas Obama têm sido meros paliativos que adiam as soluções, prolongando a recessão. Por exemplo, a nacionalização em câmara lenta do Citigroup, do Bank of América, da General Motors…

Enfim… não basta ter uma boa retórica.

Quanto ao Mercado de Capitais, os grandes investidores só entrarão quando as estimativas de lucros das empresas, actualmente em queda, estabilizarem, o que está longe de acontecer: os dividendos estão a ser diminuídos e continuarão a ser num futuro previsível. Nada menos do que 288 empresas reduziram ou suspenderam dividendos no último trimestre – o recorde, desde que o S&P iniciou esta estatística há 54 anos.
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por Fogueiro » 23/2/2009 1:34

U.A.E. Central Bank Steps In to Support Dubai Debt, Spending

By Camilla Hall and Haris Anwar

Feb. 23 (Bloomberg) -- The United Arab Emirates’ central bank stepped in to support Dubai after concern increased the emirate will struggle to repay its debt as global financial turmoil pushed up credit costs and burst a real-estate bubble.

The central bank bought half of an unsecured, $20 billion, 5-year notes issue at an annual interest rate of 4 percent, Dubai’s Department of Finance said in an e-mailed statement yesterday.

Home to the world’s tallest building, most expensive hotel suite and largest manmade islands, Dubai borrowed $80 billion to turn itself into a regional financial and tourism hub. Moody’s Investors Service said in October that Dubai may need help from Abu Dhabi to pay for its debt. The emirate may have to refinance $15 billion this year in maturing loans and bonds, Moody’s said.

“A lot of people will change the way they’re looking at Dubai,” Giyas Gokkent, an economist at the National Bank of Abu Dhabi PJSC, said. “We finally have concrete evidence that Dubai is supported and this should give a vote of confidence.”

The cost to protect Dubai debt against default jumped to 976 basis points, the highest this year, on Feb. 17, according to traders of credit-default swaps. Investors sold bonds linked to Dubai World companies on concerns that Abu Dhabi wouldn’t aid Dubai-based banks and companies.

Real-Estate Slump

“Credit-default swap prices offered for Dubai Inc. companies suggest that the free market wouldn’t have a comparable appetite for Dubai government bonds at the proposed pricing,” said Eckart Woertz, economist at the Gulf Research Center.

Real-estate prices have fallen 25 percent in Dubai from September’s peak and 20 percent in Abu Dhabi, Morgan Stanley said in a Feb. 2 report. The decline comes as a 74 percent slump in oil prices since July and scarce global credit pushed investors to dump assets in the emirate.

Financial institutions worldwide have amassed $1.1 trillion of credit losses and writedowns and raised $991 billion of capital since the U.S. subprime mortgage market collapsed, data compiled by Bloomberg show. The U.S., Britain, France and Germany are among nations that have injected billions into banks to prevent a wider financial calamity.

“This mess globally is so big only governments can tackle it, in my opinion, because they have to restore confidence,” said Sultan Ahmed bin Sulayem, chairman of the state-owned Dubai World, in a Feb. 17 interview.

Dubai World owns DP World Ltd., the third-largest international port operator, Istithmar World, a private equity firm that acquired Barney’s New York Inc. in 2007, and Nakheel PJSC, builder of palm-shaped islands in the Persian Gulf.

Abu Dhabi Helps Banks

Abu Dhabi, the biggest of the U.A.E.’s seven emirates and holder of the world’s largest sovereign wealth fund, said earlier this month it will inject $4.4 billion into five of its own banks, sparking concern Dubai won’t get the same treatment.

The U.A.E. in September set up a $13.6 billion fund for the countries’ banks to boost liquidity. In October, it guaranteed bank deposits and said it would add another $19 billion into the banking system. Abu Dhabi’s wealth fund had $328 billion in assets at the end of 2008, according to a study by economists at the Council on Foreign Relations.

“The program should cover the obligations and provide some extra for the continuation of the expansionary budget spending plan,” Monica Malik, an economist at EFG-Hermes SAE, the largest Arab investment bank by market value, said.

Dubai said it will run a budget deficit of 4.2 billion dirhams this year as it boosts government spending by 42 percent to stoke economic growth.

To contact the reporter on this story: Haris Anwar in Dubai on Hanwar2@bloomberg.netCamilla Hall in Dubai at chall24@bloomberg.net
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por sargotrons » 23/2/2009 0:32

Fogueiro Escreveu:Os bancos espanhóis tiveram 0,3% de crédito mal parado em 2007; 3% em 2008; já prevêem, para 2009 entre 8% e 10%.

As provisões serão brutais.

Vamos para uma "economia de guerra", diz-me um espanhol gestor de fundos, que tem ganho muito a shortar o B Popular.


A Islândia rendeu-se ao ultimato britanico e agora segue-se a Suiça sobre ameaça Americana. A guerra está em marcha.
Não faz mal!...
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por Fogueiro » 22/2/2009 17:22

Os bancos espanhóis tiveram 0,3% de crédito mal parado em 2007; 3% em 2008; já prevêem, para 2009 entre 8% e 10%.

As provisões serão brutais.

Vamos para uma "economia de guerra", diz-me um espanhol gestor de fundos, que tem ganho muito a shortar o B Popular.
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por Branc0 » 22/2/2009 16:54

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por atomez » 22/2/2009 2:10

Fogueiro Escreveu:-- A Falência de um Banco Central europeu, fora ou dentro da Zona Euro (cruzes canhoto, que não seja o BdP…) atingirá o Fed.

Irlanda.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por salvadorveiga » 21/2/2009 15:22

Fogueiro Escreveu:O Rick Santelli no seu melhor...

(não sei se já foi colocado noutro tópico - na dúvida aqui fica)


http://www.youtube.com/v/bEZB4taSEoA


La humor teem eles :mrgreen:
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por Fogueiro » 21/2/2009 14:51

O Rick Santelli no seu melhor...

(não sei se já foi colocado noutro tópico - na dúvida aqui fica)


http://www.youtube.com/v/bEZB4taSEoA
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