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Caldeirão da Bolsa

A Crise Financeira, o Crash e os Baby Boomers.

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Fogueiro » 21/2/2009 14:39

Explicação do Alex Kolb do Zacks Elite para o comportamento de ontem do Mercado:

Sparking the morning sell off was Senate Banking Committee Chairman Chris Dodd saying certain banks might have to be nationalized on a "short term" basis to help them survive their tattered standing. The comments were mostly directed towards two goliath banking institutions rumored to be most vulnerable, Bank of America Corp. (BAC) and Citigroup, Inc. (C).
...
...mild rally after the White House released a statement, saying it believed it was in the country's best interest for the banking sector to remain private.
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por rsacramento » 21/2/2009 11:31

vídeo com Louise Yamada
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por Sulla » 21/2/2009 10:59

Mais uma compilação de facto que dá que pensar...
Por mais rallies técnicos que tragam euforia, só deverão servir para aliviar as tais situações de sobrevenda, permitindo ganhar força necessária para mais quedas. A coisa está como está...obrigado Fogueiro.
Só espero que os "States" não instituam o "lapís azul"...isso sim seria racismo... :?

Cumprimentos
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por Fogueiro » 21/2/2009 0:16

Comentário Semanal

Hoje, depois de forte queda, o Mercado tentou fechar neutro, mantendo a tradição dos dias de fecho de contratos. Ainda foi lá mas o DJ e o S&P não conseguiram aguentar completamente…

Continuamos com a Toolbox negativa, tendo hoje o Indicador 2” registado o maior número (549) de mínimos de 52 semanas no NYSE desde o fundo do Mercado de Novembro.
O VIX subiu hoje 5% para mais de 49, bem acima da sua MM 40 semanas (zona de conforto) que está nos 41,5.
Apesar disso um rally técnico é possível, como comentarei abaixo.

A navegação à vista do presidente Obama está a criar grande incerteza no Mercado, e bem sabemos como a incerteza é o pior cenário.
A frase, proferida quando assinou esta semana o Pacote de Estímulos de $787 bn, mostra as dúvidas que vão na sua cabeça: "Today does not mark the end of our economic troubles. Nor does it constitute all of what we must do to turn our economy around."

A Carteira NY agradece!

Desculpem-me uma pequena incursão na política: quando da tomada de posse deste presidente, comentei aqui que fiquei preocupado com o racismo sempre presente nos vários eventos e discursos.
Hoje soube-se que o New York Post teve de pedir desculpa por ter publicado uma caricatura com um chimpanzé, que foi associado ao Obama pela comunidade negra – que se manifestou à porta do jornal, durante dois dias, até este se desculpar.
Além de que essa associação não é explícita, a verdade é que, durante 8 anos, Bush foi o alvo de toda a espécie de caricaturas (incluindo com expressões e corpo de chimpanzé e outras muito mais agressivas) sem que nenhum jornal tenha tido que pedir desculpa, que me lembre.
A partir deste precedente, a criatividade dos humoristas fica limitada.
Faz-me lembrar o que aconteceu com as caricaturas do Maomé com os muçulmanos!
Aquela preocupação que exprimi em Janeiro, agravou-se com este triste episódio.

Bem, depois deste desabafo off-topic, vamos ao que interessa a um Fórum financeiro…

Aquela hipótese 4 que antecipei como a mais provável está-o a ser cada vez mais, e a AT Louise Yamada, que já tenho citado, agora vê o S&P 500 entre 400 e 600 em Novembro – um grande intervalo onde cabe o meu cenário 4 que era 500-550 algures em 2009.

Mas, eu que não sou especialista em AT, sei o suficiente para saber o que é um mercado sobrevendido, olhar para os gráficos e ver zonas de suporte.
A zona onde estamos agora, próxima dos mínimos de Novembro, é potencialmente propiciadora de um short-covering e rally técnico.
Pode nascer um novo canal ascendente como aquele a seguir aos mínimos de Novembro.
Isso daria novas oportunidades para reforçar Puts, por isso tenho estado parado na compra, aguardando…
A seguir devem reiniciarem-se as quedas e uma nova tendência descendente que poderia ir até aos valores do S&P 500 acima referidos.

Isto porque, salvo algum coelho que o dream team económico do presidente Obama tire da cartola, não vejo catalizadores para upside, salvo os técnicos.

Para downside vejo vários, meros cenários, mas possíveis. Um é certo e envolve todos: a incerteza, incluindo a geopolítica dos proteccionismos e das ameaças dos mais fortes sobre os mais fracos, enfim, das decisões dos políticos pressionados pelos eleitores a quem tentam agradar.

Vejo muitas possibilidades de que um ou mais desses catalizadores negativos ocorram, dos quais destaco:

-- O “too big to fail” ser substituida por “too big to save”.

-- A falência da General Motors (GM), que levaria a Chrysler e a Ford (F) a recorrer ao Chapter 11 como tábua de salvação para trazer os custos se MO para níveis competitivos com os outros fabricantes estrangeiros.

-- Surpresas negativas dos bancos: possível nacionalização do Citi (C) e do Bank of America (BAC). As quedas das suas acções têm acelerado, já assumindo isso. Mas podem vir surpresas negativas também do JP Morgan Chase (JPM) que está muito mais entalado do que consta devido aos activos tóxicos que assumiu quando da compra do Washington Mutual. E há outros a afogarem-se…

-- A crise na China ser maior que a revelada. O desemprego é galopante e os números não são divulgados com o mínimo de fiabilidade, tal como nos países ocidentais. Os regimes totalitários são especialistas em esconder as más notícias. Segue-se a contaminação à Índia e de ambos ao Japão que será o maior prejudicado dada a sua importante ligação à indústria e serviços nestes países, bem como aos outros asiáticos.

-- A Falência de um Banco Central europeu, fora ou dentro da Zona Euro (cruzes canhoto, que não seja o BdP…) atingirá o Fed. Pouco se fala, até porque ninguém sabe se é legal, mas o Fed já cedeu $500 bn de liquidez a alguns, via acordos Swap. Este valor já pode ser maior, tem uma semana.

Os próximos tempos serão muito interessantes, mas continuo a pensar que há que ter a maior precaução em novas posições, por isso fiz apenas uma compra esta semana, só hoje, aproveitando o ressalto depois dos mínimos, próximos dos de Novembro.

Já falta menos de 1 mês para o início do confessionário relativo ao 1º trimestre, e o Mercado voltará a dar mais atenção à realidade das empresas do que ás decisões dos políticos.

Entretanto a comissão do Dow Jones deve ter mesmo que substituir algumas das 30 magníficas do seu DJIA…
O que mais será preciso para terem a coragem de tomar a decisão? As nacionalizações do Citigroup e do Bank of América?
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por atomez » 14/2/2009 5:09

Washington está a ficar cada vez mais parecida com Hollywood:

"everyone knows nothing about anything"
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
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por Fogueiro » 14/2/2009 4:56

Caro Warrant,

O Mercado está a ser sustentado pelas expectativas dos pequenos e médios investidores no Plano Obama, alimentadas pelos analistas sell-side.

Os fundamentais actuais só suportam o S&P500 nos 700-750.

Os grandes investidores estão com os seus triliões nas sidelines aguardando a ida aos mínimos de Novembro e a sua provável quebra. Havendo quebra, um panic-sell pode levar aos valores que referes.

A razão da diminuição da volatilidade, medida pelo VIX, é principalmente devida à drenagem da liquidez provocada pela menor presença dos hedge funds e de muitos grandes investidores.
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por Warrant » 14/2/2009 0:33

Boa noite Fogueiro

Mais uma vez obrigado pelo seu comentário semanal. Já não consigo viver sem ele :)

Desculpe perguntar novamente mas pela análise fundamental qual o valor máximo que acha que o SP pode atingir este ano, por exemplo com base nos earnings? Sei que ainda o fez à pouco tempo, mas se puder voltar a fazer seria muito útil. A mim basta-me o melhor dos cenários e o pior.

Pela AT vejo os 965 como intransponíveis para os próximos 2 anos. Será isto coerente com a análise Fundamental?

Acha que os 400/500 continuam a ser possiveis,e em caso afirmativo se este valor é assim tão desajustado da realidade de 2009/2010.

Obrigado mais uma vez

Grande Abraço
 
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por Fogueiro » 13/2/2009 22:27

Comentário Semanal

Esta semana só se falou da Casa Branca e do Capitólio: então vamos a isso…

Embora o desastre da primeira apresentação das medidas do Tim Geithner para o Sector Financeiro tenha contribuído para a semana positiva da Carteira NY, eu preferia um Mercado normal, em que as boas empresas sobem e as más caiem. É muito mais fácil tomar decisões de investimento para quem se baseia na AF.

Por exemplo, ontem, meia hora antes do fecho, a Carteira NY estava com um ganho semanal superior a 1,5%. Bastou uma notícia na Reuters de que o Governo estava a trabalhar num plano para subsidiar donos de casas em dificuldades no pagamento de hipotecas, para que aquele ganho viesse para 0,9%!
Mesmo assim o acumulado do ano é de +3,7%, muito bom atendendo ao que vejo por aí… até a BRK do Oráculo de Omaha Warren Buffett, leva uma perda de quase 12%.

Estas notícias vindas de Washington, se travam as quedas também travam as subidas – e estão a provocar uma lateralização até que sejam concretizadas as novas regras do jogo e uma nova tendência seja estabelecida.

Há tempos previ que isso só aconteceria em meados de Março, quando começarem a ser conhecidos os resultados do 1º trimestre e os Investidores passarem a dar mais importância aos números reais das empresas e da economia, em vez das decisões dos políticos – que, até agora têm sido bastante decepcionantes face à expectativa criada.

O Plano Obama, aprovado com alterações, já baixou o objectivo de empregos (criados e salvos) de 4 para 3 milhões.
O seu objectivo de um esforço conjunto de Democratas e Republicanos levou ontem um golpe com a demissão do Republicano ministro do Comércio – só esteve 10 dias no cargo…

Tim Geithner, de quem se esperava medidas concretas e quantificadas, veio expor conceitos e não teve a coragem de dizer o que já toda a gente sabe: que há bancos americanos, alguns grandes, que estão insolventes – e desviou a conversa quando o entrevistador do Bloomberg lhe perguntou, repetidamente, como serão avaliados os activos tóxicos. A velho problema do market value. Em resumo: ainda não sabe! Falou numa parceria publico-privada, atribuindo para isso $50 bn do que resta do TARP ($320 bn).
É o Bad Bank a que já chamam agora de Zombie Bank…

Do que agora se sabe pensa distribuir os $320 bn assim:
- cerca de $50 bn para evitar execuções de hipotecas e incentivar os bancos a renegociar os empréstimos com os devedores.
- cerca de $50 bn para o Bad Bank acima referido.
- cerca de $100 bn para reactivar os empréstimos ao consumo, incluído cartões de crédito e empréstimos a estudantes.
Fazendo a conta, restam $120 bn para re-capitalizar todo o Sistema Financeiro. Só o Citi deve precisar desse montante…

A ideia com que fico é que, após tantas expectativas, por agora a Montanha pariu um Rato.
Mas com tantos economistas e cientistas (alguns Nobel) na equipe Obama, esperemos que venha aí algo de genial. Alguns já inventaram coisas que, obviamente, não existiam antes…

Os 100 dias de graça estão a correr – e parece-me que estão a encurtar rapidamente, se é que não acabaram já.

Lembro que 2ª feira 16 é feriado nos EEUU.
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por Fogueiro » 6/2/2009 22:24

Comentário Semanal

Tal como previsto, o Mercado está a dar mais valor às promessas políticas e a ignorar as más notícias da economia real, tal como os números do desemprego, a subir para 7,6% e a contar, e várias grandes empresas a prever queda nos resultados.

Tenho-me dado bem a olhar mais para as notícias económicas (que são muito más) do que para as notícias políticas, ainda não confirmadas, mas que estão a gerar um clima optimista, bem reflectido ontem e hoje nos principais Índices de NY.
Mesmo assim, o VIX fechou hoje acima, embora apenas 1 ponto, do seu nível de conforto, a MM de 40 semanas.

Por isso, esta semana, não vou comentar o que se está a passar no Mercado.
A próxima poderá ser a semana mais importante do ano e espero ter muito material para analisar.

Não consigo prever como os grandes Investidores reagirão ao Plano Obama depois de aprovado pelo Senado e ser conhecida a versão final. Isso pode acontecer ainda hoje entre as 5 e as 7 pm ET (22-24 h nossas).
Também falta saber as medidas a anunciar 2ª feira pelo Secretário do Tesouro Geithner para o Sistema Financeiro.

Por precaução saí do Sector Financeiro com ganhos, e comprei alguns Calls. A excepção foi o reforço dos Puts sobre a Harley-Davidson (HOG) aproveitando o efeito que o nome “Buffett” teve sobre a cotação da empresa, numa operação que, creio, Wall Street não analisou em profundidade. Parece-me uma benesse a não desaproveitar.

Quanto às restantes posições curtas, apesar de muitos dos seus subjacentes estarem, pelas minhas contas, sobrevalorizados, resisti a reforçar: este rally pode prolongar-se e proporcionar melhores oportunidades – e até pode ser que, como muitos dizem, o fundo principal já tenha sido aquele de Novembro.

Na dúvida, o melhor é equilibrar um pouco a Carteira NY, com mais alguns Calls e manter o ETF duplo SSO – mas, sobretudo, guardar bem guardada muita liquidez (que até aumentei um pouco esta semana), para apanhar o comboio que aí vier, quer vá para norte ou para sul.

Disclaimer: Este comentário é a minha opinião e nunca uma recomendação de compra ou venda. As compras e as vendas são da responsabilidade do Investidor, bem como os lucros ou as perdas resultantes. O Autor pode ter, e provavelmente tem, posições nos títulos referidos. Em caso de dúvida, deverá o Investidor procurar um intermediário financeiro, a SEC, a Euronext, ou a CMVM.
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por Fogueiro » 31/1/2009 1:06

Meus caros, obrigado pelos comentários.

De facto o DJI é o 2º mais antigo, depois do Dow Jones Transportation Average, também criado por Charles Dow e que, inicialmente, apenas incluía Caminhos de Ferro.
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por carcanhol » 31/1/2009 0:42

Boas!

Neste tópico que na minha opinião é residente no "top five" deste forum, todos os textos são interessantes!

Mas confesso que gostei bastante deste último, com a explicação sobre o DOW, muito interessante! Particularmentre porque no meu caso pessoal, tenho bastante curiosidade no método de variação dos indices en função dos títulos.

Esta explicação simples, explica muita coisa! Cinco estrelas! 5*****

Assim se explica que actualmente quem acompanha e negoceia os mercados americanos não tenha este DOW como referência, o que me causava bastante confusão pois é um dos indices mais antigos se não mesmo o mais antigo!

Obrigado "Fogueiro"
"I love the semel of Dax in the morning,...semel´s like victory" frase famosa da autoria de um militar americano no Vietenam :mrgreen:
 
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por Dilson Costa » 31/1/2009 0:39

Obrigado fogueiro, imperdível crónica semanal :wink:
Na bolsa como na vida, tudo é possível...
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por Sulla » 31/1/2009 0:08

Uma excelente explicação para uma frase que já li várias vezes: "O DJIA não é um índice, é uma média como o próprio nome indica".

Obrigado Fogueiro
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por Fogueiro » 30/1/2009 23:54

Comentário Semanal

O Indicador de 2”, depois de uma rápida incursão abaixo de 40 mínimos de 52 semanas do NYSE, voltou para cima com uma leitura de 83 hoje, em linha com os restantes Indicadores da Toolbox que se mantiveram negativos. Esperemos, pois, mais quedas.

Mas não posso deixar de notar que há uma diminuição no número de mínimos do Indicador de 2”, nas 3 últimas quedas do Mercado.
Em Outubro tivemos o recorde de sempre com 2.901. Depois, em Novembro quando o Mercado fez um fundo bastante abaixo do de Outubro, a leitura foi de 1.894, mais de mil pontos menor. E este mês de Janeiro tivemos uma leitura máxima de 125.

Em situações anteriores esta diminuição da pressão vendedora configurou a formação de um fundo; vamos ver o que acontece desta vez.

Estamos numa crise como nunca vivemos (penso que nenhum de nós viveu a Grande Depressão do sec. passado) e as comparações são muito problemáticas…

Como venho referindo, está muito difícil antecipar o comportamento do Mercado. Por isso vou mantendo a liquidez a nível muito alto.

Por um lado, continuo a pensar que os resultados do 1º tri serão piores do que os Analistas estão a prever – o que daria um sell-off lá para meados de Março quando aparecerem os earning-warnings.
Mas, por outro, tem havido despedimentos em massa, e as empresas Americanas, onde este custo é inferior à Europa, costumam melhorar os resultados em menos de 1 semestre.

Hoje vou escrever sobre uma coisa de que talvez muitos não se dêem conta: o cálculo do Dow Jones Industrials (DJI) e a sua composição.

Sobretudo para os que negoceiam Índices, chamo a atenção para a distorção que está a acontecer no DJI, que é baseado nos preços das acções das suas 30 empresas componentes (simplesmente somados e multiplicados pelo coeficiente, actualmente 7,964782) em vez de ponderar pelas capitalizações, como fazem os outros Índices. Isso significa que quando qualquer uma das suas acções perde $1 o DJI perde 7,96 pontos.

O coeficiente referido tem a ver com os muitos stock-splits que ocorreram desde 1871.

Se a tradição se manteve no cálculo, já o mesmo não acontece, agora, com uma regra não escrita mas sempre respeitada: não ter acções cujo preço fosse inferior a $10.

Provavelmente por falta de coragem para expulsar o Citi (C) e a Genaral Motors (GM), estão lá 4 empresas com os preços das suas acções inferiores a $10: além das referidas, o Bank of America (BAC) e a Alcoa (AA).

Mas mesmo que não tenha acções abaixo de $10, as discrepâncias continuam grandes: Exemplo ( a preços do fecho de ontem): uma variação de 5% na IBM ($92,51* 7,964782*0,05) produz uma variação no DJI de 37 pontos enquanto que a mesma variação na Microsoft, com capitalização quase 30% maior, produzirá ($17,59*7,964782*0,05) uma variação no DJI de apenas 7 pontos!
E se fizermos as contas para outra com capitalização semelhante á IBM, a General Electric (GE), teremos ($12,72*7,964782*0,05) uma alteração no DJI de 5 pontinhos!

Se todas as 4 Financeiras do DJI (AXP, BAC, C e JPM) mais GM, GE e AA (7 componentes) caíssem para zero, o Índice desvalorizaria menos cerca de 120 pontos do que se tal ocorresse na IBM: aproximadamente 530 pontos para as 7 contra 650 apenas para uma.

Enquanto os responsáveis pelo Dow Jones mantiverem as acções de baixo preço no seu Índice principal, estas evitam maiores quedas no DJI, acentuando a divergência para os Índices ponderados pela capitalização bolsista, como o S&P500.

É por isso que raramente comento o DJI – e tanto estranho a importância que os Analistas e os Media continuam a atribuir-lhe.
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por Fogueiro » 30/1/2009 19:41

A CDE é uma penny-stock, desaconselho.

Além disso, teve inundações em minas, má gestão, acidentes vários, hedging desastroso, etc.

Se queres investir em Mineiras de Ouro e Prata, a forma mais simples é um ETF como o GDX, que inclui 33.

Podes ver a constituição e outros pormenores aqui:

http://www.vaneck.com/sld/vaneck/offeri ... tSheet.pdf

Como podes ver no link acima, a CDE só pesa 0,76%.
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por Vencer na Bolsa » 30/1/2009 18:52

Fogueiro Escreveu:Quanto às restantes, são muitas para opinar agora, mas tentarei ver no fim-de-semana e voltarei.


OK, Obrigado.
Se desejar mencionar outras empresas que siga - desses sectores, para eu puder analisar, agradeço.

Nota:
Tinha essas acções anotadas como "você as seguia" (por posts que no li passado, pelas notas que fui tomando).
Pensei que como o Fogueiro as seguia, teria opinião sobre as mesmas, sem as analisar.

Fogueiro Escreveu:Em relação aos Sectores, ainda não se evidenciaram os próximos ganhadores. Talvez Mineiras de Ouro e Prata (comprei Calls sobre GDX).


PRATA: COEUR D ALENE CP (NYQ: CDE)
Tem opinião?

Se desejar mencionar "Mineiras de Ouro e Prata" para eu puder analisar, agradeço.

Abraço,
AMR
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por Fogueiro » 30/1/2009 18:22

Afinal foi mais rápido do que pensei, pois (tirando a MED) são coisas com as quais não vale a pena perder tempo em análises fundamentais.

Quando, e se, chegarem próximo dos $5 então, vale a pena olhar para elas.

Quase todos os Fundos e Investidores "à séria" têm como limite o preço de $5.

A maior parte dos Corretores só alavancam, considerando-as colateral válido, acções acima de $5.

Por estas razões, uma passagem para cima dos $5 tem um efeito acelerador do momentum.

Fiquei com curiosidade, meu caro AMR-bolsa, como elaboraste a lista.
Foi algum desses email-spam que andam a "vender" por encomenda, ou era a carteira do Bernie Madoff? eheheh (não leves a mal :shock: )

Um abraço
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por Fogueiro » 30/1/2009 1:11

Caro AMR-bolsa, de toda a lista só tenho MED.

Quanto às restantes, são muitas para opinar agora, mas tentarei ver no fim-de-semana e voltarei.

Em relação aos Sectores, ainda não se evidenciaram os próximos ganhadores. Talvez Mineiras de Ouro e Prata (comprei Calls sobre GDX).

Cuidado com as Energias Alternativas: já se criaram muitas Obama-expectativas, a meu ver demasiadas. Talvez ainda valha a pena a FSLR (que tenho), dada a sua massa crítica, e poucas mais.
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por Vencer na Bolsa » 29/1/2009 22:53

Fogueiro,
Poderia dar a sua opinião sobre o que mencionei neste post?
http://tinyurl.com/dyalda

Obrigado.
Abraço,
AMR
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por Fogueiro » 23/1/2009 22:48

Comentário Semanal

Quer se queira quer não, a tomada de posse do Presidente Obama monopolizou todas as atenções e anestesiou os Investidores…
Não sou comentador político, mas não gostei do que vi: o racismo esteve presente de uma forma preocupante, tanto nos artistas participantes nos festejos que antecederam a posse, como nos vários discursos de ocasião.

Quando o apartheith foi abolido na Africa do Sul, conta-se que uma menina branca, que teve o seu primeiro dia numa escola mista, ao chegar a casa a mãe perguntou: “Gostaste? Como correu na escola?” a menina respondeu “Sim, gostei muito, tenho uma nova amiga!”; a mãe perguntou: “ branca ou preta?” ao que a menina respondeu “não reparei…”

O mulato Obama assumiu-se negro por razões políticas e evocou Lincoln, já não me lembro quantas vezes, até utilizando a sua Bíblia para o juramento.

De facto Lincoln, a meio da Guerra Civil, proclamou a liberdade dos escravos dos Estados Confederados, seus inimigos. O acto não foi por razões humanitárias mas sim para 1) unir os Estados que permaneceram na Federação, e que já antes disso não usavam mão de obra escrava nos seus colonatos, em torno de um ideal e 2) enfraquecer o poder militar da Confederação, cujo exército era financiado pelos fazendeiros esclavagistas.
O objectivo foi conseguido, as revoltas dos escravos sucederam-se, e terá sido o ponto de viragem da guerra a favor da Federação.

Quando será que, nos EEUU, digam “não reparei…” ?

E, no resto do Mundo, em relação a todas as raças e credos ?

Bem, mas no que os meus amigos já repararam é que hoje não estou virado para comentar os Mercados. Estão demasiado irracionais, na minha opinião, e prefiro abster-me a escrever banalidades.

Já não me parece banal, antes pelo contrário, o novo livro de George Freidman “The Next 100 Years” de que tive acesso a um resumo.

Eis algumas previsões:

-- Em meados do século, a Polónia e a Turquia serão grandes players internacionais.
-- A Rússia será uma potência regional, após terminar uma 2ª Guerra-fria.
-- Centrais de energia solar em órbita mudarão completamente a dinâmica do sector.
-- A falta de mão-de-obra nos países desenvolvidos vai leva-los a competir ferozmente pela melhor imigração.

Alguns excertos:

At a certain level, when it comes to the future, the only thing one can be sure of is that common sense will be wrong. There is no magic twenty-year cycle; there is no simplistic force governing this pattern. It is simply that the things that appear to be so permanent and dominant at any given moment in history can change with stunning rapidity. Eras come and go. In international relations, the way the world looks right now is not at all how it will look in twenty years . . . or even less. The fall of the Soviet Union was hard to imagine, and that is exactly the point. Conventional political analysis suffers from a profound failure of imagination. It imagines passing clouds to be permanent and is blind to powerful, long- term shifts taking place in full view of the world.

If the forecasting on technology had been combined with the forecasting on geopolitics, the shattering of Europe might well have been predicted.

After the debris of the European empire is cleared away, as well as what's left of the Soviet Union, one power remains standing and overwhelmingly powerful. That power is the United States. Certainly, as is usually the case, the United States currently appears to be making a mess of things around the world. But it's important not to be confused by the passing chaos. The United States is economically, militarily, and politically the most powerful country in the world, and there is no real challenger to that power.

Then, in the early 1980s, something remarkable happened. For the first time in history, transpacific trade equaled transatlantic trade. With Europe reduced to a collection of secondary powers after World War II, and the shift in trade patterns, the North Atlantic was no longer the single key to anything. Now whatever country controlled both the North Atlantic and the Pacific could control, if it wished, the world's trading system, and therefore the global economy. In the twenty-first century, any nation located on both oceans has a tremendous advantage.
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por Fogueiro » 17/1/2009 1:22

Atomez, para estar curto só compro Puts.

Nesta semana comprei:

DELL May 10 Put (DLY QB) a $1.20
JWN Apr 10 Put (JWN PB) a $1.20
SYY May 20 Put (SYY QD) a $1.10

Todos os pormenores e muitas outras posições compradas, no link abaixo: "Carteira", no fumo da locomotiva colorida.

Disclaimer: Este comentário é a minha opinião e nunca uma recomendação de compra ou venda. As compras e as vendas são da responsabilidade do Investidor, bem como os lucros ou as perdas resultantes. O Autor pode ter, e provavelmente tem, posições nos títulos referidos. Em caso de dúvida, deverá o Investidor procurar um intermediário financeiro, a SEC, a Euronext, ou a CMVM.[/b]
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por atomez » 17/1/2009 0:02

Fogueiro Escreveu:Continuo, pois, a achar que o lado curto é o correcto, por enquanto.

110% de acordo.

Mas a questão é -- como tirar partido disso?

Puts? Shorts?

E de quê? Sector financeiro?

Uma a shortar é a AAPL... e é uma pena. As notícias sobre a saúde do Steve Jobs são muito negativas e isso é terrível, principalmente para ele próprio. É um daqueles casos em que parece verdade aquele ditado "os melhores são os primeiros a ir"...
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por Fogueiro » 16/1/2009 22:44

Comentário semanal

Na Toolbox, os Indicadores de Curto e Médio Prazo voltaram a ficar negativos, juntando-se ao Indicador de Longo Prazo. A sua conjugação aponta para mais quedas.

Esta semana ficou a saber-se a distribuição de dinheiros ($825 bn) do Plano de Estímulos Obama: $550 bn terão como destino a Saúde, a Educação e as Obras Públicas. Os restantes $275 serão para redução de impostos tanto individuais como a empresas.

Ora isto é um problema para o Sector Financeiro: para “endireitar” os bancos americanos, além dos restantes $350 bn do TARP seriam precisos, pelo menos, mais $650 bn do Plano de Estímulos Obama – e estou a calcular que seja necessário mais $1 tr, por baixo.
O valor de lixo tóxico de que falei, antes da 1ª fatia do TARP, foi de $1,5 - $2 tr.

Mais tarde ou mais cedo vão precisar de injectar esse (ou mais) dinheiro nos bancos, até que atinjam o patamar de funcionamento normal. Tal injecção será de dinheiro Público e de Privados.
Mas, quando esse refinanciamento for atingido, não significa que seja bom para a cotação das acções dos bancos: as diluições serão enormes e os lucros por acção muito fracos durante um longo período.

Quanto ao Mercado em geral, ele segue sempre o Sector Financeiro. Veja-se o rally de Novembro na sequência da aprovação do TARP.


A capital Financeira americana mudou-se de Nova York para Washington – e, por arrastamento, Wall Stret para a Pennsylvania Avenue…
E diria que as restantes capitais Financeiras Mundiais também: todas as palavras ditas por Obama, Pelosi, Reid, Bernanke e Geithner serão avidamente acompanhadas e interpretadas permanentemente.

Resumindo: não me parece que as realidades, vindas dos vários Sectores da Economia, possam ser melhores do que os analistas projectam, antes pelo contrário – enquanto o Sector Financeiro não estabilizar. E espero novas surpresas negativas vindas daqui, o que adiará as datas que a maioria prevê para a recuperação.

Continuo, pois, a achar que o lado curto é o correcto, por enquanto.
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por artista_ » 10/1/2009 15:02

Iurp, não percebeste o que eu escrevi, obviamente que eu não pretendo encontrar fundos, o que disse foi que quando o mercado estiver a dar sinais de inversão (no meu caso falo sobretudo de sinais técnicos) haverá muitas dúvidas e problemas na economia real, haverá muita gente a pensar da mesma forma que tu...

Neste momento até já há alguns sinais técnicos de inversão, é óbvio que podem não querer dizer nada, são apenas de curto prazo e acorreram muitos no meio do anterior Bear Market. De qualquer forma servem para por-me alerta e olhar com mais atenção para os mercados... ou seja, olho para esses sinais independentemente do que se fala sobre as economias!

abraço

artista
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por iurp » 10/1/2009 13:01

artista Escreveu:Iurp, embora tenda a concordar com a generalidade do que escreveste, há uma coisa que é importante perceber. Quando os mercados inverterem de vez vai haver muitos a pensar como tu, não vislumbrando qualquer saída para a crise... e quem diz tu, diz eu :)

Por isso é que eu não invisto com base no que penso sobre as economias, estaria a entrar numa área que não domino minimamente... mesmo para aqueles que são bons nesta área tenho algumas dúvidas que este tipo de informação, por si só, seja operacionalizável em temos de construção de uma estratégia de trading!

abraços

artista


Pois eu prefiro não perceber os primeiros momentos de viragem nos mercados do que procurar incessantemente o fundo. É aí que se "derrete" o capital...e como diz o Fogueiro, os vendedores de "sonhos" dos mercados de capitais estão no seu expoente máximo. É que alguém tem que comprar aquilo que eles têm para vender...e ainda haverá muito lixo por esse mundo fora.

Títulos baratos?!!!Há muitos...só que poderão ficar muito caros se passarem a valer zero.

Há um cheiro intenso a falências... :(

Abraço
 
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