A Crise Financeira, o Crash e os Baby Boomers.
Excelente como sempre os teus comentários Fogueiro.
Como sabemos foi o estouro do imobiliário nos states,que gerou esta crise,mas os americanos ainda tiveram,e têm ainda os Bailouts para tentar "SALVAR" a sua economia.Agora o problema é a BOLHA nos BOND´s,Se esta arrebentar, a América não terá mais nada que a salve.Por favor leiam este mais recente artigo publicado por Peter Schiff,principalmente o último paragrafo.
http://www.europac.net/externalframeset ... e&id=15132
Como sabemos foi o estouro do imobiliário nos states,que gerou esta crise,mas os americanos ainda tiveram,e têm ainda os Bailouts para tentar "SALVAR" a sua economia.Agora o problema é a BOLHA nos BOND´s,Se esta arrebentar, a América não terá mais nada que a salve.Por favor leiam este mais recente artigo publicado por Peter Schiff,principalmente o último paragrafo.
http://www.europac.net/externalframeset ... e&id=15132
Editado pela última vez por trader de elite em 10/1/2009 15:00, num total de 1 vez.
Iurp, embora tenda a concordar com a generalidade do que escreveste, há uma coisa que é importante perceber. Quando os mercados inverterem de vez vai haver muitos a pensar como tu, não vislumbrando qualquer saída para a crise... e quem diz tu, diz eu
Por isso é que eu não invisto com base no que penso sobre as economias, estaria a entrar numa área que não domino minimamente... mesmo para aqueles que são bons nesta área tenho algumas dúvidas que este tipo de informação, por si só, seja operacionalizável em temos de construção de uma estratégia de trading!
abraços
artista

Por isso é que eu não invisto com base no que penso sobre as economias, estaria a entrar numa área que não domino minimamente... mesmo para aqueles que são bons nesta área tenho algumas dúvidas que este tipo de informação, por si só, seja operacionalizável em temos de construção de uma estratégia de trading!
abraços
artista
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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Midas
Embora fora dos mercados, continuo a acompanhar este forum face à riqueza que ele encerra.Riqueza essa que advém do contraditório e fundamentalmente da qualidade de alguns foristas.
O Fogueiro tem dado provas inequívocas da sua qualidade, mostando sempre uma clarividência enorme associado a uma simplicidade que faz com que a sua mensagem seja percebida até pelos maiores ileterácicos na área dos mercados, tal como eu me considero.
Tenho poucas dúvidas que os seus pensamentos estão no caminho certo.Há tempos falava-se nos finais de 2008 o início da recuperação. Depois...1º semestre de 2009. Mas olhem que não há varinhas mágicas e isto é bem mais grave do que o senso comum pensa. Nem os próprios políticos percebem a dimensão disto.Aliás...acho que ninguém. A teia é tamanha e só aos poucos se virá a perceber onde estão e a dimensão dos "cancros". É que as "metásteses" parecem ser imensas e não haverá "quimio" que as cure na totalidade. É que elas...infelizmente...se vão reproduzindo e ninguém sabe onde elas se metem.
Desculpem esta figura de estilo, mas apenas pretendo mostrar que a gravidade é semelhante. Sempre haverá o medo e ganância. Neste momento parece ser preferível ter medo e ganância nenhuma.
Abraço
Sobe sobe balão sobe
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Até estoirar, o que deverá estar próximo. A falta de liquidez, faz acontecer o que aconteceu em Agosto, um aliviar da pressão vendedora e uma subida dos índices...
Embora fora dos mercados, continuo a acompanhar este forum face à riqueza que ele encerra.Riqueza essa que advém do contraditório e fundamentalmente da qualidade de alguns foristas.
O Fogueiro tem dado provas inequívocas da sua qualidade, mostando sempre uma clarividência enorme associado a uma simplicidade que faz com que a sua mensagem seja percebida até pelos maiores ileterácicos na área dos mercados, tal como eu me considero.
Tenho poucas dúvidas que os seus pensamentos estão no caminho certo.Há tempos falava-se nos finais de 2008 o início da recuperação. Depois...1º semestre de 2009. Mas olhem que não há varinhas mágicas e isto é bem mais grave do que o senso comum pensa. Nem os próprios políticos percebem a dimensão disto.Aliás...acho que ninguém. A teia é tamanha e só aos poucos se virá a perceber onde estão e a dimensão dos "cancros". É que as "metásteses" parecem ser imensas e não haverá "quimio" que as cure na totalidade. É que elas...infelizmente...se vão reproduzindo e ninguém sabe onde elas se metem.
Desculpem esta figura de estilo, mas apenas pretendo mostrar que a gravidade é semelhante. Sempre haverá o medo e ganância. Neste momento parece ser preferível ter medo e ganância nenhuma.
Abraço
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- Registado: 23/1/2006 23:54
- Localização: Vila do Conde
Não queria deixar também de saudar o Fogueiro pelas suas excelentes análises... raramente intervenho neste tópico, mas acompanho-o com atenção!
Um abraço e bom fim-de-semana
artista

Um abraço e bom fim-de-semana
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Comentário Semanal
Tem sido um Mercado de traders a comprar e a vender, sem que o dinheiro fresco dos grandes investidores dê um ar da sua graça.
Isso é evidenciado pelo pouco volume das últimas semanas, pela enorme liquidez que se mantém fora (em DO, DP, BT, etc.) e pelos pouquíssimos máximos e mínimos de 52 semanas, tanto no NYSE como no Nasdaq.
Enfim, um mau ambiente para uma carteira de opções com predominância de Puts, dado o canal ascendente que se formou após os mínimos de 20-21 de Novembro, há já 7 semanas.
O veterano da AT, Sam Collins, comentava hoje:
Eis as minhas perspectivas para os próximos tempos, que complementam as que expus no último comentário de 2008:
O Mercado está a assumir, quanto a mim erroneamente, que o pacote de estímulos do novo presidente Obama vai levar a economia americana a recuperar lá para meados de 2009.
Penso que essa convicção se deve a que quase todos os analistas que aparecem nas TVs especializadas e nos restantes Media, fazem parte dos departamentos comerciais das financeiras – são os “Sell side Analists” cuja missão, como a de qualquer vendedor, é de convencer os clientes a comprar, não a resgatar.
Vai levar algum tempo até que esse Wishful Think induzido, que acha que as más notícias estão no retrovisor, vá esmorecendo.
Arrisco um timing para isso: meados de Março, quando começarem a cair os “earnings warnings” do 1º trimestre de 2009.
O consumo interno, motor da economia americana, não será tão cedo o que foi no passado recente. Tal como o Lark, não me parece que meter peanuts nos bolsos das pessoas (um dos pontos do plano Obama) altere a actual tendência para o não-consumismo.
No mês passado, pela primeira vez desde 1952 (!) o índice de poupança dos americanos subiu! E bem sabemos que quando um hábito se altera ele tende a perdurar muito para além de meros 6 meses…
Não esquecer também o que tenho escrito sobre os Baby Boomers que, ao reformarem-se, passaram de grandes investidores (nomeadamente no imobiliário) e consumidores, a aforradores preocupados: uma parte importante dos $10 triliões que a economia americana destruiu nos últimos 18 meses, era deles.
Um indicador: os melhores restaurantes de NY e Washington, em que era preciso marcar mesa com semanas de antecedência, aceitam agora reservas no próprio dia. E, dizem-me amigos, que se aparecerem sem reserva há mesas vagas.
Penso que estamos numa fase em que não há dinheiro fresco que se veja a investir no Mercado, apenas a ausência de vendedores o está a sustentar.
Quando estes realizarem que a economia americana demorará mais tempo a recuperar do que 6 meses (até porque a recessão no resto do Mundo contribuirá para isso), reaparecem.
Tem sido um Mercado de traders a comprar e a vender, sem que o dinheiro fresco dos grandes investidores dê um ar da sua graça.
Isso é evidenciado pelo pouco volume das últimas semanas, pela enorme liquidez que se mantém fora (em DO, DP, BT, etc.) e pelos pouquíssimos máximos e mínimos de 52 semanas, tanto no NYSE como no Nasdaq.
Enfim, um mau ambiente para uma carteira de opções com predominância de Puts, dado o canal ascendente que se formou após os mínimos de 20-21 de Novembro, há já 7 semanas.
O veterano da AT, Sam Collins, comentava hoje:
Trading has taken the form of a channel up consolidation. To the novice chart reader, this may look like a bullish formation, but veteran technicians know that a “channel up” following a new low is a bearish formation, with a high percentage of these patterns breaking to new lows.
There is another indicator, the stochastic, that tells us that stocks will probably head lower. It issued its third sell signal since mid-December.
How much more bad news can the markets take before they break?
Eis as minhas perspectivas para os próximos tempos, que complementam as que expus no último comentário de 2008:
O Mercado está a assumir, quanto a mim erroneamente, que o pacote de estímulos do novo presidente Obama vai levar a economia americana a recuperar lá para meados de 2009.
Penso que essa convicção se deve a que quase todos os analistas que aparecem nas TVs especializadas e nos restantes Media, fazem parte dos departamentos comerciais das financeiras – são os “Sell side Analists” cuja missão, como a de qualquer vendedor, é de convencer os clientes a comprar, não a resgatar.
Vai levar algum tempo até que esse Wishful Think induzido, que acha que as más notícias estão no retrovisor, vá esmorecendo.
Arrisco um timing para isso: meados de Março, quando começarem a cair os “earnings warnings” do 1º trimestre de 2009.
O consumo interno, motor da economia americana, não será tão cedo o que foi no passado recente. Tal como o Lark, não me parece que meter peanuts nos bolsos das pessoas (um dos pontos do plano Obama) altere a actual tendência para o não-consumismo.
No mês passado, pela primeira vez desde 1952 (!) o índice de poupança dos americanos subiu! E bem sabemos que quando um hábito se altera ele tende a perdurar muito para além de meros 6 meses…
Não esquecer também o que tenho escrito sobre os Baby Boomers que, ao reformarem-se, passaram de grandes investidores (nomeadamente no imobiliário) e consumidores, a aforradores preocupados: uma parte importante dos $10 triliões que a economia americana destruiu nos últimos 18 meses, era deles.
Um indicador: os melhores restaurantes de NY e Washington, em que era preciso marcar mesa com semanas de antecedência, aceitam agora reservas no próprio dia. E, dizem-me amigos, que se aparecerem sem reserva há mesas vagas.
Penso que estamos numa fase em que não há dinheiro fresco que se veja a investir no Mercado, apenas a ausência de vendedores o está a sustentar.
Quando estes realizarem que a economia americana demorará mais tempo a recuperar do que 6 meses (até porque a recessão no resto do Mundo contribuirá para isso), reaparecem.
Editado pela última vez por Fogueiro em 9/1/2009 22:57, num total de 1 vez.
Rockerduck, há que ter em conta os volumes anémicos próprios da época festiva. Os grandes investidores regressam na semana que começa amanhã e poderão confirmar ou não uma tendência intermédia positiva.
O Indicador de LP está negativo ainda, e serão necessárias, pelo menos, mais 2 semanas para ficar positivo.
Recomendo cuidado...
O Indicador de LP está negativo ainda, e serão necessárias, pelo menos, mais 2 semanas para ficar positivo.
Recomendo cuidado...
Fogueiro, belo post, grande entrada em 2009
Vale sempre a pena ler os teus comentários...mesmo sabendo que desde a uns meses para cá anda tudo a "nadar" na incerteza e no meio de tantas postas de pescada...
A incerteza cash out vai dominando, retiro também a ideia que fica de 2008, a subida "assustadora" desse capital fora do mercado...[/i]

Vale sempre a pena ler os teus comentários...mesmo sabendo que desde a uns meses para cá anda tudo a "nadar" na incerteza e no meio de tantas postas de pescada...
A incerteza cash out vai dominando, retiro também a ideia que fica de 2008, a subida "assustadora" desse capital fora do mercado...[/i]
Na bolsa como na vida, tudo é possível...
Excelente como sempre, Fog. Obrigado pela partilha de sabedoria. Ouvir quem sabe do que fala, é outra coisa.
Se tivesse de votar no post mais influente deste site, seria este sem dúvida alguma.
Atrevo-me a apresentar alguns comentários sobre tecnológicas americanas que é o sector que minimamente sigo.
O sector tecnológico tem 2 grandes mercados -- o empresarial e o de consumo. E como se sabe, ambos estão a ser duramente atingidos pela actual crise/recessão, o que tem enormes impactos negativos neste sector.
Ainda assim há algumas empresas que apresentam boas perspectivas. São as que têm domínio de um sector de mercado, uma excelente gestão, ausência de dívida de longo prazo e montanhas de cash disponível.
Entre elas destaco: Apple, Cisco, IBM, Microsoft, Oracle.
Estas empresas têm muitos biliões em cash disponível que lhes permite não só aguentar 1 ou 2 anos de maus resultados, como também comprar outras empresas ou parte delas que tenham produtos ou tecnologias que lhes sejam úteis. Por exemplo, a Cisco deverá adquirir alguns sectores da Northern Telecom que está em vias de falência.
Estas empresas serão sem dúvida não só sobreviventes à recessão como sairão dela mais reforçadas e com um mercado com menos concorrência. São stocks defensivos e de investimento a médio prazo.
Ainda assim a Apple tem o problema de estar demasiado dependente da imagem e personalidade do Steve Jobs e as dúvidas sobre o estado de saúde e portanto a sua continuação à frente da empresa têm afectado negativamente o stock.
A SUN é uma empresa dominante num nicho de mercado altamente lucrativo -- servidores de alta performance e alta fiabilidade -- mas tem o problema de grande parte do seu mercado ser o sector financeiro em que o investimento capex está a zero. Não me admirava que viesse a ser comprada por uma HP ou IBM.
Uma outra área com boas perspectivas dentro do sector TIC é o do outsourcing. Numa situação de recessão as empresas em geral terão desesperadamente de reduzir custos e uma das melhores formas de o fazer é o outsourcing de serviços TIC e até mesmo de divisões interias da empresa não fundamentais para o core business. EDS, HP, IBM, Logica deverão lucrar com isso.
A Amazon está em boa situação, o volume de vendas e resultados da época de Natal foram os melhores de sempre. Quando o dinheiro e o crédito diminuem, os consumidores vão comprar ao mais barato - retalhistas on-line e lojas discount.
Finalmente, Google.
Disclaimer: Isto é só uma opinião. Nesta altura estou 100% fora do mercado.
Se tivesse de votar no post mais influente deste site, seria este sem dúvida alguma.
Atrevo-me a apresentar alguns comentários sobre tecnológicas americanas que é o sector que minimamente sigo.
O sector tecnológico tem 2 grandes mercados -- o empresarial e o de consumo. E como se sabe, ambos estão a ser duramente atingidos pela actual crise/recessão, o que tem enormes impactos negativos neste sector.
Ainda assim há algumas empresas que apresentam boas perspectivas. São as que têm domínio de um sector de mercado, uma excelente gestão, ausência de dívida de longo prazo e montanhas de cash disponível.
Entre elas destaco: Apple, Cisco, IBM, Microsoft, Oracle.
Estas empresas têm muitos biliões em cash disponível que lhes permite não só aguentar 1 ou 2 anos de maus resultados, como também comprar outras empresas ou parte delas que tenham produtos ou tecnologias que lhes sejam úteis. Por exemplo, a Cisco deverá adquirir alguns sectores da Northern Telecom que está em vias de falência.
Estas empresas serão sem dúvida não só sobreviventes à recessão como sairão dela mais reforçadas e com um mercado com menos concorrência. São stocks defensivos e de investimento a médio prazo.
Ainda assim a Apple tem o problema de estar demasiado dependente da imagem e personalidade do Steve Jobs e as dúvidas sobre o estado de saúde e portanto a sua continuação à frente da empresa têm afectado negativamente o stock.
A SUN é uma empresa dominante num nicho de mercado altamente lucrativo -- servidores de alta performance e alta fiabilidade -- mas tem o problema de grande parte do seu mercado ser o sector financeiro em que o investimento capex está a zero. Não me admirava que viesse a ser comprada por uma HP ou IBM.
Uma outra área com boas perspectivas dentro do sector TIC é o do outsourcing. Numa situação de recessão as empresas em geral terão desesperadamente de reduzir custos e uma das melhores formas de o fazer é o outsourcing de serviços TIC e até mesmo de divisões interias da empresa não fundamentais para o core business. EDS, HP, IBM, Logica deverão lucrar com isso.
A Amazon está em boa situação, o volume de vendas e resultados da época de Natal foram os melhores de sempre. Quando o dinheiro e o crédito diminuem, os consumidores vão comprar ao mais barato - retalhistas on-line e lojas discount.
Finalmente, Google.
Disclaimer: Isto é só uma opinião. Nesta altura estou 100% fora do mercado.
Editado pela última vez por atomez em 1/1/2009 20:20, num total de 1 vez.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
Niccolò Machiavelli
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Fogueiro muito obrigado pelos teus post's pois sigo-os com muita atenção e são um forte indicador para a forma como interpreto os mercados e a forma como me posiciono e invisto o meu dinheiro.
Este tópico é fundamental no Caldeirão e quero desejar-te feliz ano de 2009 e que possas continuar a colocar aqui as ideias.
Este tópico é fundamental no Caldeirão e quero desejar-te feliz ano de 2009 e que possas continuar a colocar aqui as ideias.
Cumprimentos,
Cap. Nemo
Cap. Nemo
Comentário 2008 e 2009
Em 2008 o motor Mundial do crescimento económico perdeu repentinamente potência por falta do seu combustível – crédito e consumo.
Nos EEUU, 70% da economia vem do consumo interno. Alguns dos consumidores por necessidade e os restantes por opção, passaram de grandes consumidores, endividando-se durante anos, a uma atitude de muita contenção.
Ainda anteontem, os números revelaram mais uma grande queda tanto no preço das casas bem como na confiança do consumidor.
As tendências, uma vez estabelecidas, tendem a prolongar-se muito para além do que a maior parte das pessoas pensa.
Por isso esta mudança de atitude, do consumismo para a poupança, ainda está no seu início.
O novo governo Obama, com o seu programa de estímulos, tentará diminuir este efeito e talvez o consiga, pelo menos temporariamente. Muitos acreditam que tenha a Varinha Mágica.
Mas para mudar a atitude dos consumidores e restantes agentes económicos, talvez seja mais necessário um Freud do que uma panóplia de economistas, por mais competentes que sejam.
Sabemos agora que os EEUU entraram em recessão há um ano, mas a palavra começada por “R” era tabu na boca dos principais responsáveis.
Agora, timidamente, já se fala das palavras começadas por “D”: Depressão, Deflação…
Em deflação ninguém compra, pois algum tempo depois o mesmo dinheiro compra mais bens: é a paralisação do consumo, excepto para o essencial. E mesmo no essencial se poupa – o conceito de essencial também encurta…
Neste contexto, a Carteira NY teve o seu maior ganho de sempre.
Isso foi por concentrar-me nos fundamentais – e devo um agradecimento à Meredith Whitney da Oppenheimer quando, contrariando a opinião publicada, em Outubro de 2007 escandalizou muitos ao declarar que os Bancos eram uma bagunça. Acrescentou vários nomes, com relevo para o Citigroup. Como consequência teve ameaças de morte.
Mas a Carteira NY tomou por várias vezes grandes lucros nos Puts sobre o Citigoup.
Actualmente ela prevê outra queda de 20% no preço das casas em 2009 e mais problemas com os Bancos.
Por essa altura, e quando apenas se falava nos Subprime, o Incognitus alertou para o verdadeiro problema que estava para vir (e veio!): a não tomada de dívida. Para ele também o meu agradecimento.
2009 – Antevisão:
A Economia e o efeito-Obama – o pacote de estímulo económico será aprovado mas o TARP não será renovado no modelo actual. Então o que virá aí? O benefício da dúvida poderá conduzir a um 1º trimestre com pequenos rallies e dips, ao sabor do que for constando.
Mas no 2º trimestre e seguintes antevejo uma deterioração da economia, já com dados dos resultados das empresas do 1º trimestre. Entretanto o PIB do 4º trimestre de 2008 deverá ser revisto em forte baixa mas o seu efeito no Mercado poderá ser esbatido por cair dentro do período de graça do novo Presidente.
Bancos – continuarão os problemas, entre os quais, mais uma vez, o Citigroup que deverá recorrer a injecção de capital do Governo. As más surpresas continuarão vindas de vários lados: cartões de crédito, financiamento das empresas descapitalizadas, hipotecas residenciais, empréstimos para compra de carros, etc
Imobiliário – Segundo a previsão acima (da Meredith) os preços continuarão a cair, e mesmo com taxas de juros da ordem dos 5% ou menos, dificilmente a procura aumenta. O facto de muitos promotores continuarem a construir para manter vivos os seus contratos com as entidades financiadoras, atrasa o equilíbrio entre a oferta e a procura sem o qual este mercado não estabilizará, para depois recuperar.
É possível (até provável) a falência de um ou dois grandes construtores.
Consumo – na sequência do que escrevi acima, os 1º e 2º trimestres de 2009 serão muito piores do que os analistas actualmente prevêem. Até os grandes “retail discounters” ficarão abaixo das expectativas. Para tal contribuirão as novas exigências na concessão de crédito e o desemprego que deverá passar para cima dos 8%.
Farmacêuticas – penso que serão afectadas negativamente pela menor influencia dos lobistas na presidência Obama, bem como os planos deste para reformar o sistema Medicare.
Tecnológicas – actualmente a previsão para a queda da venda de chips é de 16%, mas no ambiente económico que se antevê, não me admirava que este valor vá aos 25%.
Penso que tanto a Sun (JAVA) como a Palm (PALM) serão muito penalizadas.
Pensamentos Finais – no cenário traçado, é provável que a Carteira NY tenha alguma volatilidade no 1º trimestre de 2009.
Por isso apenas 13% do capital está a “trabalhar”. Nunca tive tanta liquidez e, se o que acima escrevi se manifestar correcto, será oportunamente aplicada mais do lado curto do que do lado longo.
Todavia o enorme volume de cash, que apenas aguarda um sinal para reentrar no Mercado de Capitais (ler o post abaixo, transcrito do Louis Navellier) torna qualquer decisão, se tomada fora do seu tempo, muito arriscada.
A paciência será muito importante nos próximos tempos.
Durante este ano, tal como nos anteriores, escrevi sempre o que penso a partir da análise dos dados disponíveis.
Nunca tive outra intenção do que ajudar quem me lê a formular o seu próprio juízo.
Termino com uma citação de Mark Twain, pouco antes da sua morte, a propósito da dificuldade e perigo de escrever o que realmente se vê e se pensa:
"Free speech is granted in form but not in fact ... murder is sometimes punished, free speech always, when committed."
Disclaimer: Este comentário é a minha opinião e nunca uma recomendação de compra ou venda. As compras e as vendas são da responsabilidade do Investidor, bem como os lucros ou as perdas resultantes. O Autor pode ter, e provavelmente tem, posições nos títulos referidos. Em caso de dúvida, deverá o Investidor procurar um intermediário financeiro, a SEC, a Euronext, ou a CMVM.
Em 2008 o motor Mundial do crescimento económico perdeu repentinamente potência por falta do seu combustível – crédito e consumo.
Nos EEUU, 70% da economia vem do consumo interno. Alguns dos consumidores por necessidade e os restantes por opção, passaram de grandes consumidores, endividando-se durante anos, a uma atitude de muita contenção.
Ainda anteontem, os números revelaram mais uma grande queda tanto no preço das casas bem como na confiança do consumidor.
As tendências, uma vez estabelecidas, tendem a prolongar-se muito para além do que a maior parte das pessoas pensa.
Por isso esta mudança de atitude, do consumismo para a poupança, ainda está no seu início.
O novo governo Obama, com o seu programa de estímulos, tentará diminuir este efeito e talvez o consiga, pelo menos temporariamente. Muitos acreditam que tenha a Varinha Mágica.
Mas para mudar a atitude dos consumidores e restantes agentes económicos, talvez seja mais necessário um Freud do que uma panóplia de economistas, por mais competentes que sejam.
Sabemos agora que os EEUU entraram em recessão há um ano, mas a palavra começada por “R” era tabu na boca dos principais responsáveis.
Agora, timidamente, já se fala das palavras começadas por “D”: Depressão, Deflação…
Em deflação ninguém compra, pois algum tempo depois o mesmo dinheiro compra mais bens: é a paralisação do consumo, excepto para o essencial. E mesmo no essencial se poupa – o conceito de essencial também encurta…
Neste contexto, a Carteira NY teve o seu maior ganho de sempre.
Isso foi por concentrar-me nos fundamentais – e devo um agradecimento à Meredith Whitney da Oppenheimer quando, contrariando a opinião publicada, em Outubro de 2007 escandalizou muitos ao declarar que os Bancos eram uma bagunça. Acrescentou vários nomes, com relevo para o Citigroup. Como consequência teve ameaças de morte.
Mas a Carteira NY tomou por várias vezes grandes lucros nos Puts sobre o Citigoup.
Actualmente ela prevê outra queda de 20% no preço das casas em 2009 e mais problemas com os Bancos.
Por essa altura, e quando apenas se falava nos Subprime, o Incognitus alertou para o verdadeiro problema que estava para vir (e veio!): a não tomada de dívida. Para ele também o meu agradecimento.
2009 – Antevisão:
A Economia e o efeito-Obama – o pacote de estímulo económico será aprovado mas o TARP não será renovado no modelo actual. Então o que virá aí? O benefício da dúvida poderá conduzir a um 1º trimestre com pequenos rallies e dips, ao sabor do que for constando.
Mas no 2º trimestre e seguintes antevejo uma deterioração da economia, já com dados dos resultados das empresas do 1º trimestre. Entretanto o PIB do 4º trimestre de 2008 deverá ser revisto em forte baixa mas o seu efeito no Mercado poderá ser esbatido por cair dentro do período de graça do novo Presidente.
Bancos – continuarão os problemas, entre os quais, mais uma vez, o Citigroup que deverá recorrer a injecção de capital do Governo. As más surpresas continuarão vindas de vários lados: cartões de crédito, financiamento das empresas descapitalizadas, hipotecas residenciais, empréstimos para compra de carros, etc
Imobiliário – Segundo a previsão acima (da Meredith) os preços continuarão a cair, e mesmo com taxas de juros da ordem dos 5% ou menos, dificilmente a procura aumenta. O facto de muitos promotores continuarem a construir para manter vivos os seus contratos com as entidades financiadoras, atrasa o equilíbrio entre a oferta e a procura sem o qual este mercado não estabilizará, para depois recuperar.
É possível (até provável) a falência de um ou dois grandes construtores.
Consumo – na sequência do que escrevi acima, os 1º e 2º trimestres de 2009 serão muito piores do que os analistas actualmente prevêem. Até os grandes “retail discounters” ficarão abaixo das expectativas. Para tal contribuirão as novas exigências na concessão de crédito e o desemprego que deverá passar para cima dos 8%.
Farmacêuticas – penso que serão afectadas negativamente pela menor influencia dos lobistas na presidência Obama, bem como os planos deste para reformar o sistema Medicare.
Tecnológicas – actualmente a previsão para a queda da venda de chips é de 16%, mas no ambiente económico que se antevê, não me admirava que este valor vá aos 25%.
Penso que tanto a Sun (JAVA) como a Palm (PALM) serão muito penalizadas.
Pensamentos Finais – no cenário traçado, é provável que a Carteira NY tenha alguma volatilidade no 1º trimestre de 2009.
Por isso apenas 13% do capital está a “trabalhar”. Nunca tive tanta liquidez e, se o que acima escrevi se manifestar correcto, será oportunamente aplicada mais do lado curto do que do lado longo.
Todavia o enorme volume de cash, que apenas aguarda um sinal para reentrar no Mercado de Capitais (ler o post abaixo, transcrito do Louis Navellier) torna qualquer decisão, se tomada fora do seu tempo, muito arriscada.
A paciência será muito importante nos próximos tempos.
Durante este ano, tal como nos anteriores, escrevi sempre o que penso a partir da análise dos dados disponíveis.
Nunca tive outra intenção do que ajudar quem me lê a formular o seu próprio juízo.
Termino com uma citação de Mark Twain, pouco antes da sua morte, a propósito da dificuldade e perigo de escrever o que realmente se vê e se pensa:
"Free speech is granted in form but not in fact ... murder is sometimes punished, free speech always, when committed."
The Cash on the Sidelines Story
The media has finally discovered the big story that I've been talking about for several weeks--the huge amount of cash sitting on the sidelines:
There's more cash available to buy shares than at any time in almost two decades, a sign to some of the most successful investors that equities will rebound after the worst year for U.S. stocks since the Great Depression.
The $8.85 trillion held in cash, bank deposits and money- market funds is equal to 74 percent of the market value of U.S. companies, the highest ratio since 1990, according to Federal Reserve data compiled by Leuthold Group and Bloomberg.
My analysts and I have the number pegged lowered but we could be using a different methodology. Still, the fact remains that stock prices are low and once a rally starts, there's plenty of fuel to carry it for a long time.
Posted by Louis Navellier on December 31
Disclaimer: Este comentário é a minha opinião e nunca uma recomendação de compra ou venda. As compras e as vendas são da responsabilidade do Investidor, bem como os lucros ou as perdas resultantes. O Autor pode ter, e provavelmente tem, posições nos títulos referidos. Em caso de dúvida, deverá o Investidor procurar um intermediário financeiro, a SEC, a Euronext, ou a CMVM.
Editado pela última vez por Fogueiro em 1/1/2009 21:23, num total de 1 vez.
Comentário Semanal
Hoje, 6ª feira, foi o 3º dia consecutivo com o Indicador 2” ou NYLOW abaixo de 40 e o Indicador de MP está na linha de água. Todavia, o sinal de inversão da tendência intermédia, ainda não foi dado.
O Mercado tem lateralizado desde a última semana de Novembro após recuperar dos mínimos de 20 e 21, o que é mau para uma carteira de opções (o prémio de tempo vai diminuindo).
O que tem acontecido é uma luta, ainda não ganha por nenhuma das partes, entre as péssimas notícias económicas e as boas escolhas de Obama para o seu governo, bem como o seu discurso coerente inspirador de confiança.
No meio desta indecisão, que pode durar ainda algumas semanas após a tomada de posse, pode acontecer que a natureza humana faça os bears só ouvirem os bears e os bulls só ouvirem os bulls. Como se uns e outros estivessem presos em dois labirintos de espelhos – muito próximos um do outro mas incomunicáveis.
Estarei eu demasiado bear?
Essa preocupação levou-me a rever os fundamentais para 2009 e o que encontrei foi ainda pior do que tinha visto na última revisão.
A economia só deverá ver um fundo em 2010 e, se o Mercado antecipar em 6-9 meses, não deverá ter o seu fundo antes da Primavera – Verão de 2009.
Ou seja, o meu cenário é uma visita (e talvez quebra) dos mínimos de Novembro algumas semanas após a tomada de posse. Se for antes, tanto melhor.
Assim sendo, reforcei e rolei Puts e vendi posições longas – e assim continuarei, salvo se a Toolbox indicar o contrário, pois movimento-me num cenário que, obviamente, pode estar errado.
Pelo sim pelo não, aumentei a liquidez para 80%.
A maior parte dos analistas acha que o fundo já foi feito e que as acções estão baratas – e têm muita audiência nos Media. Mas há que ter em conta o seu histórico enviesamento para o lado bull – já várias vezes expliquei a razão de ser dessa postura recorrente.
Dois acontecimentos de hoje:
Expiraram os contratos de crude para Janeiro fechando a $33.87 e os próximos (Fevereiro) fecharam a $42.36. Um salto destes era impensável ainda há pouco tempo e mostra como os operadores andam desorientados, tendo deixado muitos contratos por vender para a última hora. Saiu-lhes caro!
O Hank Paulson que tinha anunciado deixar metade dos fundos TARP para a administração Obama, veio hoje dar o dito por não dito, advertido que a 1ª metade já foi praticamente gasta e não pode esperar, pois mais apoios ao Sector Financeiro são necessários já.
A atribuição anunciada hoje por Bush de $13,4 bn, do TARP, para ajuda imediata a dois dos três de Detroit, deve ter ajudado à festa…
Hoje, 6ª feira, foi o 3º dia consecutivo com o Indicador 2” ou NYLOW abaixo de 40 e o Indicador de MP está na linha de água. Todavia, o sinal de inversão da tendência intermédia, ainda não foi dado.
O Mercado tem lateralizado desde a última semana de Novembro após recuperar dos mínimos de 20 e 21, o que é mau para uma carteira de opções (o prémio de tempo vai diminuindo).
O que tem acontecido é uma luta, ainda não ganha por nenhuma das partes, entre as péssimas notícias económicas e as boas escolhas de Obama para o seu governo, bem como o seu discurso coerente inspirador de confiança.
No meio desta indecisão, que pode durar ainda algumas semanas após a tomada de posse, pode acontecer que a natureza humana faça os bears só ouvirem os bears e os bulls só ouvirem os bulls. Como se uns e outros estivessem presos em dois labirintos de espelhos – muito próximos um do outro mas incomunicáveis.
Estarei eu demasiado bear?
Essa preocupação levou-me a rever os fundamentais para 2009 e o que encontrei foi ainda pior do que tinha visto na última revisão.
A economia só deverá ver um fundo em 2010 e, se o Mercado antecipar em 6-9 meses, não deverá ter o seu fundo antes da Primavera – Verão de 2009.
Ou seja, o meu cenário é uma visita (e talvez quebra) dos mínimos de Novembro algumas semanas após a tomada de posse. Se for antes, tanto melhor.
Assim sendo, reforcei e rolei Puts e vendi posições longas – e assim continuarei, salvo se a Toolbox indicar o contrário, pois movimento-me num cenário que, obviamente, pode estar errado.
Pelo sim pelo não, aumentei a liquidez para 80%.
A maior parte dos analistas acha que o fundo já foi feito e que as acções estão baratas – e têm muita audiência nos Media. Mas há que ter em conta o seu histórico enviesamento para o lado bull – já várias vezes expliquei a razão de ser dessa postura recorrente.
Dois acontecimentos de hoje:
Expiraram os contratos de crude para Janeiro fechando a $33.87 e os próximos (Fevereiro) fecharam a $42.36. Um salto destes era impensável ainda há pouco tempo e mostra como os operadores andam desorientados, tendo deixado muitos contratos por vender para a última hora. Saiu-lhes caro!
O Hank Paulson que tinha anunciado deixar metade dos fundos TARP para a administração Obama, veio hoje dar o dito por não dito, advertido que a 1ª metade já foi praticamente gasta e não pode esperar, pois mais apoios ao Sector Financeiro são necessários já.
A atribuição anunciada hoje por Bush de $13,4 bn, do TARP, para ajuda imediata a dois dos três de Detroit, deve ter ajudado à festa…
Gosto deste ultimo comentário, fogueiro. Está a fazer-me imensa confusão nas ultimas semanas ter a noção de quanto dinheiro está de fora do mercado e da incrível aversão ao risco das pessoas.
(curiosamente o nosso fórum não é representativo disso, vejo ainda muita vontade de correr muitos riscos)
(curiosamente o nosso fórum não é representativo disso, vejo ainda muita vontade de correr muitos riscos)
Editado pela última vez por Pata-Hari em 20/12/2008 13:35, num total de 1 vez.
Comentário Semanal
Perante as exigências republicanas de um entendimento, não conseguido, com os Sindicatos, para aproximar os custos de MO dos 3 Bigs de Detroit ($70/h) aos das fabricas Toyota e Honda ($40/h) – o pacote do $14 bn ficou adiado para depois do regresso dos Senadores a 6 de Janeiro.
A GM avisou que parava já este mês, se não fosse ajudada, e o Mercado começou a cair na 5ª feira e continuou hoje 6ª – até que os lobistas convenceram o Pentágono a avisar Bush da gravidade para a segurança nacional se este fornecedor fechasse.
Bush resolveu autorizar o TARP a desviar fundos, que se destinavam ao Sector Financeiro, para salvar as construtoras automóveis.
O Mercado reagiu, invertendo a queda.
Todavia é muito confuso que condições serão impostas. Recordo que o TARP já abandonara os leilões de activos tóxicos e agora estava a salvar as financeiras mediante injecções de capital via acções preferenciais com alto dividendo, e impondo estritas regras de gestão e supervisão bem como várias outras condições. Como irá adaptar estas regras a um Sector com modelos de negócio tão diferentes?
É coisa interessante para acompanhar nos próximos dias.
A propósito de “salvamentos”: 58% das hipotecas reestruturadas há 8 meses, para que os proprietários pudessem continuar nas “suas” casas, já entraram em incumprimento…
Todavia o Plano Obama está a criar uma lógica económica por detrás deste rally técnico, o que levou, nos últimos dias, o Mercado a ignorar a economia real, como os números recorde do desemprego e as revisões em baixa das previsões dos resultados (acompanhadas de mais despedimentos) da maior parte das empresas, para 2009.
Isto tem penalizado a Carteira NY, que está muito do lado curto, mas também está a dar oportunidades muito boas para reforçar Puts para prazos a partir de Março, quando o desencanto já se contamine ao Mercado, ou entrar em novas empresas que foram arrastadas neste rally.
Sendo assim, é provável que este ambiente se mantenha até algumas semanas depois da tomada de posse (20 de Janeiro) e nos dê tempo para efectuar essas compras calmamente.
Todavia já fiz algumas compras de Puts em empresas que subiram e estão sobreavaliadas, pois poderá ser sol de pouca dura. Se subirem mais, óptimo: teremos mais oportunidades para reforçar as posições.
Para Janeiro só temos um Put: RTH Jan 75 Put (RTH MO). Este e o TIF Feb 20 Put (TIF ND) ainda estarão dentro do rally-Obama e estou a acompanhá-los de forma a aproveitar uma queda eventual dos subjacentes para vender ou rolar. Todos os outros são entre Março e Janeiro de 2010.
O que mais me convinha era agora uma continuação das subidas para despachar os Calls para Janeiro e reforçar os Puts para prazos mais longos – mas isso já é pedir muito.
A minha opinião é que o Plano Obama poderá diminuir a profundidade da recessão mas não evitá-la e transformar o Bear Market num Bull Market, como Wall Street parece acreditar.
Mas, apesar de ser este o meu cenário, que de momento explica os meus trades, o que conta é o que o Mercado nos diz, por exemplo via a minha Toolbox.
Actualmente todos os seus Indicadores estão negativos mas um dia virá o sinal de compra.
Teremos de estar preparados para mudança rápida no posicionamento, ou seja, passar de Bear a Bull depressa, mas só após uma confirmação consistente da inversão da actual tendência principal, que é negativa.
Quando o Bull Market se iniciar, pode ser explosivo, se a liquidez que se encontra fora do Mercado de Capitais, e que tem subido muito nos últimos meses, continuar a ser cada vez pior remunerada, devido à grande procura pelos refúgios em DPs, Overnight e TBs.
No gráfico abaixo a linha verde representa o cash como % do S&P 500 e lê-se na escala esquerda. A linha preta lê-se na escala da direita e representa o Yield dos TBs a 6 meses.
Em 2002, quando se iniciou o último Bull Market de 5 anos, o afastamento das 2 curvas era muito inferior ao actual.
Fonte: http://blog.navelliergrowth.com
Perante as exigências republicanas de um entendimento, não conseguido, com os Sindicatos, para aproximar os custos de MO dos 3 Bigs de Detroit ($70/h) aos das fabricas Toyota e Honda ($40/h) – o pacote do $14 bn ficou adiado para depois do regresso dos Senadores a 6 de Janeiro.
A GM avisou que parava já este mês, se não fosse ajudada, e o Mercado começou a cair na 5ª feira e continuou hoje 6ª – até que os lobistas convenceram o Pentágono a avisar Bush da gravidade para a segurança nacional se este fornecedor fechasse.
Bush resolveu autorizar o TARP a desviar fundos, que se destinavam ao Sector Financeiro, para salvar as construtoras automóveis.
O Mercado reagiu, invertendo a queda.
Todavia é muito confuso que condições serão impostas. Recordo que o TARP já abandonara os leilões de activos tóxicos e agora estava a salvar as financeiras mediante injecções de capital via acções preferenciais com alto dividendo, e impondo estritas regras de gestão e supervisão bem como várias outras condições. Como irá adaptar estas regras a um Sector com modelos de negócio tão diferentes?
É coisa interessante para acompanhar nos próximos dias.
A propósito de “salvamentos”: 58% das hipotecas reestruturadas há 8 meses, para que os proprietários pudessem continuar nas “suas” casas, já entraram em incumprimento…
Todavia o Plano Obama está a criar uma lógica económica por detrás deste rally técnico, o que levou, nos últimos dias, o Mercado a ignorar a economia real, como os números recorde do desemprego e as revisões em baixa das previsões dos resultados (acompanhadas de mais despedimentos) da maior parte das empresas, para 2009.
Isto tem penalizado a Carteira NY, que está muito do lado curto, mas também está a dar oportunidades muito boas para reforçar Puts para prazos a partir de Março, quando o desencanto já se contamine ao Mercado, ou entrar em novas empresas que foram arrastadas neste rally.
Sendo assim, é provável que este ambiente se mantenha até algumas semanas depois da tomada de posse (20 de Janeiro) e nos dê tempo para efectuar essas compras calmamente.
Todavia já fiz algumas compras de Puts em empresas que subiram e estão sobreavaliadas, pois poderá ser sol de pouca dura. Se subirem mais, óptimo: teremos mais oportunidades para reforçar as posições.
Para Janeiro só temos um Put: RTH Jan 75 Put (RTH MO). Este e o TIF Feb 20 Put (TIF ND) ainda estarão dentro do rally-Obama e estou a acompanhá-los de forma a aproveitar uma queda eventual dos subjacentes para vender ou rolar. Todos os outros são entre Março e Janeiro de 2010.
O que mais me convinha era agora uma continuação das subidas para despachar os Calls para Janeiro e reforçar os Puts para prazos mais longos – mas isso já é pedir muito.
A minha opinião é que o Plano Obama poderá diminuir a profundidade da recessão mas não evitá-la e transformar o Bear Market num Bull Market, como Wall Street parece acreditar.
Mas, apesar de ser este o meu cenário, que de momento explica os meus trades, o que conta é o que o Mercado nos diz, por exemplo via a minha Toolbox.
Actualmente todos os seus Indicadores estão negativos mas um dia virá o sinal de compra.
Teremos de estar preparados para mudança rápida no posicionamento, ou seja, passar de Bear a Bull depressa, mas só após uma confirmação consistente da inversão da actual tendência principal, que é negativa.
Quando o Bull Market se iniciar, pode ser explosivo, se a liquidez que se encontra fora do Mercado de Capitais, e que tem subido muito nos últimos meses, continuar a ser cada vez pior remunerada, devido à grande procura pelos refúgios em DPs, Overnight e TBs.
No gráfico abaixo a linha verde representa o cash como % do S&P 500 e lê-se na escala esquerda. A linha preta lê-se na escala da direita e representa o Yield dos TBs a 6 meses.
Em 2002, quando se iniciou o último Bull Market de 5 anos, o afastamento das 2 curvas era muito inferior ao actual.

Fonte: http://blog.navelliergrowth.com
Recebi um email com um comentário do Bill Gross, CEO da PIMCO e um dos mais respeitados gestores de obrigações, mas que faz uma incursão no Stock Market e na valorização das acções.
Também acha que há um novo paradigma e acrescenta três argumentos, de que não me lembrei quando escrevi o último comentário semanal: a) os impostos muito baixos a que o Mercado se habituou e que terão de subir (gráfico abaixo), b) a aversão ao risco dos empresários durante e após esta crise e c) a incursão do Estado no Sector Privado que irá reduzir a produtividade.
É um longo texto, de que deixo aqui um extracto:
Também acha que há um novo paradigma e acrescenta três argumentos, de que não me lembrei quando escrevi o último comentário semanal: a) os impostos muito baixos a que o Mercado se habituou e que terão de subir (gráfico abaixo), b) a aversão ao risco dos empresários durante e após esta crise e c) a incursão do Estado no Sector Privado que irá reduzir a produtividade.
É um longo texto, de que deixo aqui um extracto:
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We are now morphing towards a world where the government fist is being substituted for the invisible hand, where regulation trumps Wild West capitalism, and where corporate profits are no longer a function of leverage, cheap financing and the rather mindless ability to make a deal with other people's money. Welcome to a new universe stock market investors! In this rather "sheepish" as opposed to "brave" new world, here are some considerations that may affect Q ratios, P/E's, and ultimately stock prices for years to come:
1 Corporate profits have been positively affected for at least the past several decades by several trends that appear to be reversing. Leverage and gearing ratios – the ability of companies to make money by making paper – are coming down, not going up. In addition, the availability of cheap financing – absent government's checkbook – will likely not return. Narrow yield spreads and low real corporate interest rates are gone. Last, but not least, the historical declines of corporate tax rates, shown graphically in Chart 3, will not likely continue downward in a Democratically-dominated Washington.
2.Globalization's salutary growth rate of recent years may now be stunted. While public pronouncements from almost all major economies affirm the necessity for increased trade and policy coordination, and avoiding the destructive tendencies of one-off currency devaluations as a local remedy for global problems, investors should not bank on the free trade mentality of recent years to support historic growth rates. Already we are seeing separate ad hoc policy responses with very little cooperation. Not only does the EU's approach differ from that of the U.S., but France is in many ways an odd man out within its own community. Asia is legitimately suspicious of any U.S. endorsed approach given the failure of America's capitalistic model.
3.Animal spirits, and with them the entrepreneurial dynamism of risk-taking has likely experienced a body blow. Not only have dancers on the financed-based dance floor been shown the exit à la Chuck Prince, but those that remain have been publicly chastened and handcuffed. Golden parachutes, options, executive compensation and bonuses themselves are now at risk. Care to climb to the throne of this new world? Well, yes, egos will always dominate, but the rules will be changed and hormone levels lowered.
4.The benevolent fist of government is imperative and inevitable, but it will come at a cost. The champion of free enterprise, Ronald Reagan, knew that growth of the private sector was in no small way dependent on deregulation and the lowering of tax rates. Now that those trends have necessarily come to an end, no rational investors should expect innovation and productivity to be unaffected. Profit and earnings per share growth will suffer.
My transgenerational stock market outlook is this: stocks are cheap when valued within the context of a financed-based economy once dominated by leverage, cheap financing, and even lower corporate tax rates. That world, however, is in our past not our future. More regulation, lower leverage, higher taxes, and a lack of entrepreneurial testosterone are what we must get used to – that and a government checkbook that allows for healing, but crowds the private sector into an awkward and less productive corner.
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Curiosidade:
Desde que a minha Toolbox indicou Bear Market (tendência principal negativa), há mais de 1 ano, fui marcando no meu gráfico semanal do S&P500 os vários Fundos/inícios de Bull que os mais conhecidos Gurus (aqueles que aparecem nas TVs especializadas, Bloomberg etc) iam indicando, opiniões largamente fundamentados em análises de AF ou/e AT.
São as linhas horizontais brancas, que o meu sistema vai prolongando no tempo, há medida que este passa.
Olhando para o boneco, não admira que eu desconfie tanto dos anunciadores de Fundos e Bull Markets...
Desde que a minha Toolbox indicou Bear Market (tendência principal negativa), há mais de 1 ano, fui marcando no meu gráfico semanal do S&P500 os vários Fundos/inícios de Bull que os mais conhecidos Gurus (aqueles que aparecem nas TVs especializadas, Bloomberg etc) iam indicando, opiniões largamente fundamentados em análises de AF ou/e AT.
São as linhas horizontais brancas, que o meu sistema vai prolongando no tempo, há medida que este passa.
Olhando para o boneco, não admira que eu desconfie tanto dos anunciadores de Fundos e Bull Markets...
- Anexos
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- S&P 500 - Fundos e Bulls.png (17.15 KiB) Visualizado 9842 vezes
Boa noite Fogueiro
Obrigado pela resposta. Não tinha reparado no seu comentário anterior. E o consenso ainda se mantém nos 50-55 ou entretanto já houve alterações?
Aproveito para lhe agradecer todos os conteúdos que aqui coloca regularmente.
Obrigado
Obrigado pela resposta. Não tinha reparado no seu comentário anterior. E o consenso ainda se mantém nos 50-55 ou entretanto já houve alterações?
Aproveito para lhe agradecer todos os conteúdos que aqui coloca regularmente.
Obrigado
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- Registado: 15/11/2007 0:47
- Localização: Lisboa
Em finais de Outubro escrevi:
Por enquanto, e até ver o resultado do plano Obama agora divulgado, não vejo razões para alterar o que escrevi.
Na semana passada escrevi:
“Wall Street continua com uma postura optimista em relação à economia e aos resultados das empresas.
Vejamos: há alguns meses previa ganhos do S&P500 de $90 para 2009. Agora já só prevê $70 e não me admirava que acabasse o ano nos $50.”
De facto não demorou muito e o consenso já está no intervalo $50-$55 – com base no qual podemos fazer algumas contas, considerando, por exemplo, 5 cenários para PERs:
1 – Elevado (18) associado a uma economia muito forte: S&P500 nos 900-990
2 – Médio (15) associado a uma economia em crescimento: S&P500 nos 750-825
3 – Baixo (12) associado a uma economia estagnada: S&P500 nos 600-660
4 – Muito Baixo (9,5) associado a recessão séria: S&P500 nos 500-550
5 – Mínimo histórico (7) associado a depressão grave: S&P500 nos 350-385
Neste momento, e invocando todos os Disclaimers do Mundo, apontaria para o cenário 4.
Não esquecer, todavia, que o Mercado antecipa a economia em 6-9 meses.
Por enquanto, e até ver o resultado do plano Obama agora divulgado, não vejo razões para alterar o que escrevi.
Bom dia
Acabei d ver no Bloomberg as previsõs da JPMorgan para os lucros do SP500 de 2008 e 2009 que são 71,50 e 65,00 respectivamente.
Assumindo os 65 USD então:
PER 15: 975
PER 12: 780
PER 10: 650
Alguém tem acesso a previsões de outras casas de investimento?
Pelos vistos os dados do Fogueiro assumem cerca de 90 USD para 2008
Será que estou a fazer mal as contas? Fogueiro, podes dar uma ajuda?
Abraço
Acabei d ver no Bloomberg as previsõs da JPMorgan para os lucros do SP500 de 2008 e 2009 que são 71,50 e 65,00 respectivamente.
Assumindo os 65 USD então:
PER 15: 975
PER 12: 780
PER 10: 650
Alguém tem acesso a previsões de outras casas de investimento?
Pelos vistos os dados do Fogueiro assumem cerca de 90 USD para 2008

Será que estou a fazer mal as contas? Fogueiro, podes dar uma ajuda?
Abraço
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Sigo os métodos de cálculo do Zacks, divulgados no site pago www.zackselite.com
que actualiza diariamente o PER do S&P 500.
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- PER S&P - 5.12.2008.png (5.09 KiB) Visualizado 10382 vezes
rpsantos Escreveu:Também penso que o fogueiro se enganou os PERs estão em cerca de 15.Podemos ir ainda um pouco mais acima, porém ainda estamos longe do final desta crise.
Este assunto do PER e muito relevante a 2 níveis:
1º A "teoria" refere (e bem a meu ver) que a análise fundamental e tão importante como a análise técnica. Portanto temos de dar a máxima importância a este e outros indicadores com a mesma filosofia.
2º Mas o interessante nesta troca de opiniões é a DIVERGÊNCIA DE OPINIÕES quanto ao valor do PER médio de um dos mercados americanos.
Portanto deixo aqui a questão: ALGUÉM SABE QUAL O VALOR DO PER CORRECTO? ou melhor ainda:
1º valor do PER médio em 2008
2º valor do PER actual (previsto)
3º valor do PER num futuro próximo (previsto)
Devo navegar nos sites errados pois encontro sempre muita informação relacionada com análise técnica mas muito pouca relacionada com análise fundamental. Portanto caso alguém tenha a simpatia e o interesse em responder a esta questão do PER, por favor agradecia que fundamentasse com a origem da fonte.
Muito obrigado.
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- Registado: 20/5/2008 21:01