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Caldeirão da Bolsa

:!: :!: :!: Atenção : Muito Importante !

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Europa sim ou Europa não?

por mata cães » 11/6/2003 12:49

Este é o caminho da unificação Europeia, 1º a unificação económica, depois a monetária, e a agora a inevitável união política.

Os portugueses têm que decidir,se queremos pertencer à UE de facto ou se apenas queremos pertencer de nome.

O facto de poder haver uma constituição europeia não me agride, desde que sejam salvaguardadas os direitos e garantias dos cidadãos e dos povos Europeus.

A noção de pátria é uma falácia, quando os nossos jovens não sabem a letra do hino (nem nos jogos da selecção acertam).

Todos nós somos guardiões da história de um povo venturoso e corajoso. Está nas nossas mãos enaçtecer fora de portas essas memórias, e difundir e defender orgulhosamente tanto a nossa língua como a nossa cultura.

Só assim seremos Portugueses numa Europa Unida.

O que se fala no Post original é da antiga ideia de uma certa pessoa que dizia "Orgulhosamente Sós"
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A PAC, um empecilho à liberalização das trocas comerciais ..

por Patacôncio » 11/6/2003 11:25

Com outros parceiros comerciais.

Deixo aqui um artigo para os meus confrades terem uma ideia do que andamos a s engandos pelo novo Napoleão, Jacques Chirac !

Simpatia

Por Francisco Sarsfield Cabral

Lula foi à reunião do G8, em Évian, propor um fundo para combater a fome nos países pobres, financiado através de um imposto sobre a venda de armas _ um negócio, aliás, nada transparente. Mas o Presidente brasileiro sabe que a melhor ajuda ao desenvolvimento seria abrir os mercados dos países ricos às exportações dos pobres, desde logo às agrícolas. Talvez por cortesia para com Chirac, que o convidou para Évian, Lula não insistiu ali nesse ponto. Ao Corriere della Sera, no entanto, Lula queixou-se dos obstáculos que os EUA e a Europa colocam às importações agrícolas. O Brasil é um dos grandes prejudicados pelo proteccionismo dos ricos.

Neste momento, a agricultura bloqueia as negociações do comércio internacional. Ora a UE e sobretudo a França têm aqui uma especial responsabilidade, na sua recusa de reformar a ultraproteccionista Política Agrícola Comum (PAC). Os americanos também subiram escandalosamente os subsídios aos seus agricultores, mas ao menos propõem que se discuta o desmantelamento dessas ajudas. Mas Chirac opõe-se a mudar a PAC, o que começa a estragar a sua imagem de amigo dos países pobres, que ele tanto cultiva _ em palavras.

Entretanto, Bush tem avançado com algumas iniciativas de ajuda ao Terceiro Mundo no campo da saúde e não só quanto ao combate à sida. Ora o auxílio em matéria sanitária é hoje essencial. O cantor pop Bob Geldof, um activista da ajuda ao desenvolvimento, disse mesmo que George W. Bush tem a melhor política africana desde Kennedy. A Europa, por vezes tão crítica de Washington _ e com especiais responsabilidades em relação às nações pobres que em tempos colonizou _, a Europa está em vias de perder mais essa batalha, a da simpatia dos países pobres.

In http://www.dn.sapo.pt/cronica/mostra_cr ... Edicao=712

PS Eu não desejo que Portugal saia da UE. Eu desejo é que a UE continue a funcionar nos mesmos moldes, que desde há 50 anos tem funcionado e bem. Mas eu a falar e os "macaquinhos" a baterem-me !

PS O primeiro partido político Ecologistas nasceu e foi eleito na europa. Porque se formos mais "papistas" ... a econologia nasceu na Suméria ou no Antigo Egipto.

PS III Quando falo de Portugal sair da UE, quero referir que qualquer país não deve ser obrigado a aderir ou a se manter na UE. Só isso. Se alguém encontrar um artigo na proposta da Constituição que prevê a saída de algum Estado-Membro da UE, por sua livre e espontánea vontade ... eu agrdaeço que me esclareçam ...
Um xoxo da minha Patroa ! :mrgreen:
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por Gil » 11/6/2003 5:44

Tantos a quererem entrar e nós agora queríamos sair!?
Isto há com cada teoria...
É tão fácil cuspir no prato em que se comeu e dizer
agora, que devíamos era ter tomado outro caminho... o caminho do suicídio colectivo. Viver à margem da Europa e viver para quê? Para mercado interno? Ou armarmos-nos em novos colonizadores e desenvolvermos sozinhos os mercados em Àfrica e América do Sul?

Juntarmos-nos aos EUA? Quer dizer, com a Europa aqui a 300Km e nós não temos qualquer hipótese de concorrencia, e íamos-nos aliar aos EUA que só estão a 5000Km, 100 anos à nossa frente e que vivem para ajudar países pobres, pequenos e sem petróleo...

Será que ainda não perceberam que o pouco que Portugal "arranha" por esse mundo fora é pq pertence à CE... e tivemos a sua presidencia, e temos lá a nossa bandeira, os nossos políticos, aparecemos no mapa, temos o Euro, adoptamos as suas normas e por isso tivemos a Expo, o Euro2004, os Masters, etc... (para bem ou para mal...)

Será que não percebem que se tivéssemos fora da CE ninguém sequer tinha ouvido falar de nós? Eramos um país completamente marginalizado... Tipo albânia, alguém conhece? Fica ao lado da grécia e da Itália, tal como nós ficamos ao lado de Espanha e é simplesmente o país mais pobre da europa... Querem outro exemplo? Cuba vs Havai...
Já viajaram pela Europa central e de Leste? A única coisa que sabem de Portugal é quem é o Figo... nem a localização no mapa sabem apontar!
Na holanda, um professor universitário perguntou-me onde é que nós íamos buscar àgua no verão!!!! E eu tive que lhe explicar: "Fácil, abrimos a torneira. Sabe porquê? Portugal não fica em Àfrica..."

Essa de nós estarmos no centro do mapa mundo só deu para rir... Então se a terra é redonda... isso depende de quem faz o mapa! Não sei se sabia mas o mapa mundo que viu durante anos na escola difere dependendo da zona do mundo em que estiver...

Acho que nos devemos reduzir à nossa insignificância, parar de achar que somos mais do que aquilo que somos, pq só quando chegarmos à conclusão que realmente não somos ninguém é que vamos poder fazer algo por isso. É esse orgulho de defender o Portugal dos pequeninos que nos está a matar...

E um dos mais graves problemas é a classe política. Eu penso que nesse aspecto, nós estamos para a Europa como Angola está para nós...
Aliás, os relatórios que afirmam que em portugal houve um desenvolvimento miraculoso nos últimos 50 anos, dizem que o milagre não foi o desenvolvimento em si, mas a capacidade de desenvolvimento do país apesar de uma liderança completamente desastrosa, jamais vista na Europa.

A política em Portugal é ridícula. È tipo futebol, cada um tem o seu clube e depois é ver quem ganha... independentemente da competência das pessoas em quem se vota...
Depois de eleitos é ver quem mais esconde os problemas pra baixo do tapete, porque o que importa é que voltem a ser eleitos, que prossigam a carreira deles, que sejam bem vistos pelos seus pares, mesmo que tenham que hipotecar o futuro de 10 milhões de pessoas, que enganadas voltam a votar nos mesmos que votaram. Caso corra mal, demitem-se, dizem que os problemas foram criados por quem lá esteve antes, sacodem as culpas do capote e saiem pela porta grande, com reformas chorudas e sem qualquer responsabilidade imputável. Acham mesmo que alguém que está sentado no parlamento está a pensar no país?
A política é uma carreira e se é uma carreira por si, eles nunca deram provas de saberem fazer mais nada... Quem é que disse ao Durão que ele tinha capacidade para governar um país? Ou ao Guterres?
Quem devia estar à frente do país eram gestores e engenheiros com provas dadas, pagos a peso de ouro para porem o país nos eixos...

Constituição Europeia? Venha ela! Não é mais do que a uniformização das constituições individuais de cada país.
Federação? Esta é mais complicada de engolir... mas achar que para se sair de uma federação é preciso uma guerra, é uma visão muito retrograda do conceito de federação...
Só há um movimento que consigo prever todos os dias nos gráficos da bolsa... prá frente!
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por bboniek33 » 11/6/2003 1:57

(Talvez) por ter vivido mais de 1/2 da minha vida fora de Portugal e em mais de 10 paises diferentes, por me ter tornado um exilado "intelectual" mais do que economico do pais-Portugal, e, durante muitos e muitos anos ter encontrado outros portugueses exilados, formei de Portugal uma ideia soh possivel de quem se tornou um outsider depois de ter sido um insider, ter feito a Guerra Colonial estando conta ela mas fazendo-a sem "nacionalismos" nem "patrioteirismo" bacoco, paradigmatico como a historia dos cinco macacos de JAS.
Talvez porque Portugal nada jah me deve nem eu devo a Portugal.
Assim estou Livre de Obrigacoes e Independente de influencias e partideirites. Sou o "observador" menos envolvido, estou ah vontade, estou-me a Kagar.
Aceito todas as opinioes, todas sao boas, querem a Europa, bebam-na, nao querem, vomitem-na.
Mas nao comam a carne e rejeitem os ossos.

A questao eh pouco literaria, fica rasa e plana, acessivel a qualquer parolo. Parabolas e hiperboles, idealismos mais ou menos trotskistas, intelecualoidismos e discursos patriotico-verde-rubros sao produtos de muita confusao e pouca certeza.
Sejamos BASICOS: Portugal estah atrasado, tem sido regido por corruptos e aproveitado por oportunistas e uma classe media pouco instruida e socialmente parasita.
Nao se desenvolveu ah altura das ajudas que lhe foram concedidas.
Que se pague o preco dessa calanzice e se cale o bico.
Amen. 8-)
 
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por Just Remember » 11/6/2003 1:46

e até o ecologismo nasceram na europa


Errado!

O Ecologismo nasceu nos Estados Unidos!
Informe-se melhor!
:lol:
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Fazemos uma guerra ? Ou fazemos como os Bascos e criamos uma

por Patacôncio » 10/6/2003 23:30

Fazemos uma guerra ? Ou fazemos como os Bascos e criamos uma ETA lusitana ???

Voltando aos condicionamentos mentais e aos “macaquinhos” é de realçar o seguinte. A Construção europeia é um processo “sui generis” e uma nova forma de construir um Império. Como sempre, é na europa que nascem as mais inovadoras “construções políticas e sociais”. O socialismo, o liberalismo, a social-democracia, o nazismo, a própria Democracia e até o ecologismo nasceram na europa. Na verdade, nós, os europeus, somos dados a “inovar” ideias e conceitos, realidades polítcas e até sociais. Desde sempre.

Como tal, a União Europeia é uma espécie de império, diferente dos anteriores, onde desde o fim da 2ª Guerra Mundial estamos a construir uma forma nova de relacionar povos, culturas e até ideias.

Voltemos atrás no tempo. Com o fim da 2ª Grande Guerra também foi o fim da ideia que a europa alguma vez teria paz sem uma verdadeira aliança de interesses, vontades e sonhos comuns. Os nacional-socialistas foram derrotados pelos dois impérios mais fortes de então : o império comunista e o império democrata ou capitalista. O Liberalismo que tinha sofrido imenso com o advento das diversas ditaduras, renovou a sua esperança de reconquistar as formas de governo político. De facto o Liberalismo venceu, mas sobretudo no campo político, social e das ideias. Porque no campo económico, as políticas liberais afrouxaram com a forte intervenção do Estado na economia. Desde as nacionalizações de diversos sectores económicos, como a energia, até ao forte pendor intervencionista e “keynesiano” do Estado, para regulamentar e incentivar o crescimento económico.

O Mundo ficou divido numa espécie de blocos, ou impérios. De um lado os americanos que puganavam sobretudo pelo liberalismo político em contra-posição ao comunismo do bloco soviético. Por fim, restou o “resto do mundo” ou “não-alinhados”, cuja maior expressão política aconteceu com a Conferência de Bandung.

Por outro lado, havia um incentivo enorme ao fim do colonialismo, sobretudo por parte dos comunistas. Estes, almejando coleccionar peças ao seu dominó, incentivavam o fim dos colonialismos europeus para os “meter” no seu império comunista. Que era o império russo travestido do comunismo !!! E Praga e a Hungria foram a prova que o colonialismo russo comunista iria continuar a sua política de conquista, que frutificou pelo mundo inteiro. Desde África até à Ásia, passando pela América Latina.

Mas na europa, havia um enorme receio que, ou caíamso nas garras tentaculares comunistas ou … voltassemos ás guerras fracticidas, tão curiais na nossa especial europa. Nessa altura houve força política e condições propícias para criar um velho sonho de alguns europeus : uma União Política ! Os americanos não se opunha, muito pelo contrário, desde que a europa, politicamente, se tornasse liberal e democrática. Assim poderiam garantir que continham os maluquinhos comunistas que tinham declarado a guerra ao capitalismo e ao seu símbolo maior : USA.

Ao fim de várias peripécias, três visões de uma europa unida nasceram. E estas três visões dariam lugar à União Europeia actual. Enumeremos as três visões de uma união europeia.

Entre os vários europeus que pugnavam pela união da europa ( os comunistas é claro que se opunha terminantemente, como é óbvio. A sua “luz” irradiava de Moscovo !!! hehehhheh ) havia os que estavam convencidos de que só através de um sistema federal, aos estilo Estados Unidos da Europa, com especial enfase numa política de defesa comum e, ainda, numa política externa comum. Tal como hoje os federalistas defendem, dizendo ser a única forma de combater os … americanos ! ehehehehhh

Outros acreditavam, como hoje, que não deve haver uma centralidade europeia para tão graves funções de Soberania Nacional. Acreditam antes numa partilha de funções e de concertação estratégica de governos e Estados !

Depois há uma terceira corrente, aquela que vingou em 1957, com o Tratado de Roma, onde a europa tivesse laivos de federalismo, sobretudo em matéricas económicas e sociais, mas numa abordagem neofuncional ou neofuncionalista.

Estas são as três principais visões que ao longo destes anos todos da Construção Europeia se digladiaram e combateram. Para melhor esclarecimento, ver Guia do Mercado Comum, das Edições 70, de Hugh Arbuthnott e Geoffrey Edwards.

Enquanto que a visão “neofuncional” era uma abordagem da Alemanha, da França, da Bélgica e outros “ex-hagsburgos”, a visão mais “concertação de governos” ou Europa Das Nações, era sobretudo defendida pelos ingleses, pelos escandinavos, pelos helvéticos e … pelos portugueses e austríacos ! Estes, desconfiando da visão federalista e mais baseados na cooperação económica criaram um bloco comercial de comércio livre, concorrente da CEE : a EFTA.

Assim, a construção europeia, mais federalista e mais exigente, exigia determinados postulados políticos para a sua prossecução : Respeito pelos Direitos Humanos, Liberdade Política e … Democracia. Por outro lado, já havia um federalismo neofuncional, com especial tónica dominante … a PAC, Política Agrícola Comum, tão importante como o Aço e a Energia ! Dessa forma, ao longo dos anos, a CEE criou o “acquis comunnitaire”, que eram uma série de condições que todos os países deveriam cumprir, quer os Estados-Membros, quer potenciais candidatos ! Eram regras objectivas que cobriam normas políticas, sociais e económicas. A CEE foi inicialmente fundada pela França, Alemanha, Holanda, Luxemburgo, Bélgica e a … Itália. Para a sua segurança externa alguns destes Estados-Membros aderiram ao Pacto da Defesa Atlântica, NATO, com os americanos.

Pelo contrário, a construção europeia menos exigente em determinados postulados políticos e sociais, era sobretudo um bloco económico concorrente ao “mercado comum” da CEE, que era a EFTA, criada em 1960. Da EFTA seriam fundadores Portugal, Reino Unido, Áustria, Suiça, Dinamarca, Noruega e a Suécia. Alguns destes países aderiram à NATO, sendo Portugal o único membro-fundador da Nato que vivia sob uma ditadura anti-liberal, devido à sua importante posição geoestratégica.

Como vemos, a construção europeia teve dois caminhso iniciais. Mas ao longo destes anos, a CEE foi a principal vencedora na compita pela União Europeia. Pouco a pouco, membros da EFTA foram abandonando a EFTA e aderiram à CEE. E quando o Reino Unido aderiu à CEE, a EFTA estava perdida como concorrente pela vitória na construção europeia. Actualmente só dois membros da EFTA continuam ausentes da EU, a Noruega e a Suiça, embora pertença ao Espaço Económico Europeu, EEE, onde podem comerciar com relativa liberdade os seus produtos e serviços.
Como vimos, a visão “neofuncional” da EU venceu, mas hoje as teses federalistas centralistas estão a lutar para impor à EU uma Constituição, elemento primordial de uma União Política Federal.

Desde 1995 que a França e a Alemanha acordaram para o Alargamento, tudo fazem para criar a Europa Federal sob o comando do Eixo, acordo “secreto” por eles definido. E criaram a ideia falsa que a EU a 25 seria ingovernável. Porquê ? Porque com o Alargamento, os Grandes, sobretudo a Alemanha e a França descobriram que … podem deixar de mandar na EU e serem mandados por uma maioria de Estados-Membros.

Ora, desde a CEE de 1957, que havia um postulado importante, Um Estado-Membro, Um Voto. E na evolução da CEE haviam Instituições comunitárias que foram criadas, que faziam a ponte entre a comunhão de Soberania entre os Estados-Membros e a Soberania plena dos Estados. Das principais Instituições destaque-se o Tribunal de Justiça, O Parlamento Europeu, a Comissão Europeia e … o Conselho de Ministros.

Esta União tinha por príncipio basilar o respeito pela Soberania de cada Estado. E eram os Estados-Membros que ratificavam os Tratados, após longas, duras e intensas negociações entre os Estados-Membros entre si e com alguns Orgãos da EU, nomeadamente a Comissão Europeia. Ou seja, a transposição das Leis Comunitárias eram transpostas para o Direito Nacional pela livre e espontânea vontade dos diversos Estados-Membros. E os Tratados sempre serviram como uma espécie de Constituição diferente de uma União Europeia, “império” sui generis e diferente até agora conhecido.

Todavia, há uma enorme campanha de intoxicação da opinião pública por parte dos federalistas, que subreptciamente enganam os cidadãos europeus. Porque querem fazer crer que uma Europa Federal é inevitável. Quando isso é completamente falso e mentira. A EU tem sobrevido a importantes crises ao longo da sua História. Mas soube sempre, através de complexas negociações entre todos os Estados-Membros, resolver os seus vários problemas ao longo dos anos. Erradicou a fome ( a PAC teve aqui o seu papel, mas agora é um atraso à modernização das estruturas económicas e um óbice perigoso para as relações exteriores ), fez um “milagre económico”, garantiu a PAZ através da NATO, soube colmatar graves tensões internas e até criou a Moeda Única, onde os europeus partilham a sua soberania com o BCE, para garantir a estabilidade de preços, tão importante para erradicar a pobreza.

Ora, até agora o sistema funcionou bem. Com problemas é certo. Mas tem funcionado bem. Consegue reunir um conjunto importantes de países em objectivos comuns. Tem a flexibilidade suficiente para compreender as especifidades de cada Estado-Membro. Relembremos que só aderiu ao €uro os países que desejaram e cumpriram determinados critérios económicos. Esta EU até hoje soube reunir à volta de uma Ideia Comum um conjunto alargado de países, sabendo tolerar aqueles que não desejam, por sua e livre vontade, adeiri a determiandos projectos comuns, como a Moeda Única.

Mas com as teses federalistas é impossível que os países europeus não vivam sob importantes tensões internas que podem levar ao interior da europa as fricções bélicas que podem colmatar numa guerra. Porque o federalismo implica que todos aderiam, com ou sem vontade, em determinados príncipios comuns. Obriga a que os diversos países vivam sob a “ditadura da maioria”, e que sofram as consequências das políticas que podem ferir de morte os seus interesses nacionais. Por exemplo, obrigaremos o RU a aderir à Moeda Única ??? Através da força se necessário ???

Outro importante aspecto. Está a europa suficientemente unida em importantes temáticas da segurança externa ? E nas políticas dos assuntos exteriores ??? Não. E a prova evidente foi a incapacidade europeia em lidar com a guerra na ex-Jugoslávia. A guerra na ex-Jugoslávia foi, até determinada altura, incentivada pos alguns Estados-Membros por motivos geoestratégicos. Quem vendeu armas aos diversos contendores ? Quem fez por eles diplomacia e pressões várias ? Quais o interesses russos em questão, que depois fizeram com que a guerra ameaçasse se propagar pelos diversos Estados-Membros ? E, por fim, que não teve maturidade em “segurar” as “crias” e depois se ajoelhou perante os americanos para acabar com a guerra ?

Porque se pediu aos americanos para intervirem na ex-Jugoslávia ? Ao arrepio de qualquer Resolução da ONU ? E porquê ? Não foi porque as divergências internas na europa eram tantas, sobretudo no triângulo Rússia, Alemanha e França ? E que estavam a criara tensões internas de tal ordem que o Eixo foi incapaz de se pôr de acordo para acabar com a guerra ? E que pela primeira vez a NATO tomou uma ofensiva militar, porque os europeus são incapazes de porem de acordo ?

Como é agora posível que se ponha o Federalismo, a Defesa e Política Externa comum no tabuleiro das negociações se o próprio Eixo tantas vezes se digladia entre si ??? Estamos a dar a oportunidade a duas potências ambiciosas para “rebentarem” com a EU, numa futura crise internacional.

Repare-se nesta coisa infantil. Quem tomou posição contra a guerra ao saddam sem sequer reunir com todos os Estados-Membros ? Sem consultar os seus parceiros comunitários ? Não foi o Eixo ??? Como é possível que um dia ponhamos nas mãos destes dois egoístas o destinos comuns da europa ? Com a arrogância napoleónica francesa em ameaçar vetar o Alargamento Europeu. Usando de um autoritarismo só comparável ao de hitler ???

Os europeus estão a brincar com o nosso futuro comum. Estão a meter o carro à frente dos bois. E estão a criar as condições para uma guerra e um implosão desta Construção Europeia, que tantos anos leva e com um estrondoso sucesso ?

Pior. Num mundo aberto e democrático … para quê um Exército Comum e uma PolíticA Externa Comum ? Não pode a Comissão Europeia negociar com o exterior em nome da EU, como tem acontecido ? E que depois cada Estado-Membro ratifica livremente esse acordo ? De uma forma democrática e que respeita cada Estado-Membro e cada povo ?

Mais. Vamos abandonar os projectos europeus de nos associarmos livremente com outros blocos regionais, só porque a PAC beneficia alguns Estados-Membros, mas são um empecilho a acordos comerciais amplos com blocos regionais exteriores ? E desse modo estamos a criar uma “fortaleza europeia”, tão lesiva dos interesses portugueses ???

Não. A Construção Europeia pode e deve continuar como até agora tem acontecido. Demora tempo ? Demora. É complexo ? É. Mas assim que todos os Estados-Membros chegam a um acordo, todos respeitam, as regras. Livremente e sem coacção alguma. Excepto nos últimso anos o Eixo, como se vê pela violação do Tratado e Maastricht, por parte da França, Itália e ... Alemanha !

Alguém anada a enganar os cidadãos europeus. E isso é grave. Porque um dia podemos acordar e … depararmo-nos com um desastre de terríveis proporções. E a europa é capaz do melhor e do … pior.

Os portugueses que não se deixem enganar pelas “sereias” e pelos federalistas. Há sempre uma alternativa válida para a Construção Europeia. E esta tem vindo a ser seguida. Não vamso mudar de agulhas por questões conjunturais. Pior. Com uma Cosntituição Europeia … e se Portugal um dia deseja sair da EU, por questões de interesse vital ? Como fazemos ? Fazemos uma guerra ? Ou fazemos como os Bascos e criamos uma ETA lusitana ???

Fica aqui a última questão para os verdadeiros portugueses responderem.
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Os macaquinhos condicionados pavlovianos !

por Patacôncio » 10/6/2003 19:48

Estou deveras surpreendido com algumas ideias feitas sobre a europa, Portugal e o seu futuro. Mais ainda estou relativamente a determinados conceitos. Parece-me que a alegoria dos 5 macaquinhos do JAS representa muito bem as condicionamentos mentais da maioria das pessoas. Muitas pessoas aceitam a realidade … porque tem que ser. Reconhecer a realidade é importante. Mas tentar mudar a realidade … mais primordial é.

Porque refiro isto ??? Vamos a ver. O que é Nacionalismo ? Uns negam ser nacionalistas … porque estes estão conotados com a xenofobia, o racismo, o fecho das fronteiras, a perseguição ás minorias, a recusa da Democracia Liberal. Em suma : são a exterma-direita !!! hahahahahhahahh Por isso, quando muito há portugueses que se dizem Patriotas !!! ( Saberão a difrença entre Pátria e Nação ??? ehehehhehh )

Que ideia mais idiota e … manifesta incapacidade ignorante de quem assim pensa. Vamos a ver.

Quem se diz nacionalista, normalmente também é socialista. Os mais conhecidos ? Os nazis. E porque estes gostam do epípeto de extrema-direita ??? Porque assim se diferenciam dos seus irmãos gémeos internacional-socialistas. E foram sobretudo estes que apelidaram os nazis de extrema-direita. Quando os nazis, como qualquer socialista que se preze, nunca é de Direita. Nunca e em tempo algum !!! Exemplos mais antigos ??? Os estalinistas perseguiram os seus adversários socialistas, oram apelidando-os de nazis e fascistas, e direitistas, ou apelidando-os de esquerditas extremistas, mais conhecidos como anarquistas. Vejam-se as famosas purgas da década de 30, que Estaline e seu cão de estimação Béria promoveram, ora contra Bukarine, Trotsky e outros líderes da Revolução Bolchevique !!!

O que são os nacional-socialistas ??? São uma evolução do socialismo utópico, na esteira de Owens, Fourier, Blanc, Saint-Simon e Proudom. Detestam os seus “irmãos” inernacional-socialistas, mas são também adversários do Liberalismo, da Propriedade Privada, da Democracia, do Capitalismo e, profundos adeptos da criação de um “novo Homem”. Os comunistas também colhem destes profundos disparates, mas desejam criar uma “Sociedade nova”. Ambos os ideiais são herdeiros do socialismo do século XIX. Os comunistas ou socialistas internacionalistas acreditam ser “engenheiros de almas” e descendem do “socialismo científico” de Marx, Hengels, Rosa Luxemburgo e outros taradinhos socialistas.

Usam e abusam estes dois principais movimentos ideológicos da figura do Estado como principal fonte de controlo da sociedade. Para estes, o Estado é o mais forte e poderoso instrumento da sua retrógrada ideologia. E pelo Estado são capazes de matar, torturar, reeducar, colectivizar e até fazer guerras. Para estes, o Cidadão é apenas um elo de uma máquina.

Estes dois movimentos ideológicos de raiz comum só se diferenciam num importante aspecto : a questão da Nação e da Pátria ! Enquanto que uns são racistas e xenófobos e acreditam nas teorias eugénicas, outros são mais internacionalistas e acreditam muito mais na luta de classes em vez de raças. Embora saibamos que o racismo tamém é tónoca dominante do comunismo. Ver a situação actual de Cuba ou como o Estaline perseguiu os Judeus antes e depois da II Guerra Mundial.

Concluindo esta minha ideia. Os nazis não são de direita. São de esquerda e radicais. Custa aos comunistas saberem que são irmãos destes tipos que até se dizem ser fascistas. A Direita acredita no capitalismo. A Esquerda quando muito apenas o tolera e deseja criar uma “terceira via” …

O que é ser Nacionalista ??? É sobretudo glorificar e amar a sua Nação ou Pátria. É lutar para o seu engrandecimento. É ter orgulho na sua Nação. Sendo assim … há muitos mais nacionalistas do que se julga !

Mais. Como eu dizia no ínicio das minhas “parábulas”, eu sou Nacionalista. Mas sou Nacionalista e Liberal. Sou de Direita. Acredito na Democracia, que é a Liberdade de Escolha Individual. Acredito no capitalismo e na sua regulamentação. Acredito que Portugal terá um futuro grandioso e independente se adoptar o Liberalismo como fonte de inspiração. Liberalismo político, social e político. Acredito que o Cidadão é capaz de ajudar a sua Pátria ao procurar se auto-realizar. Acredito que o Humanismo só se consagra inspirado na Cidadania e na Liberdade. Por isso sou Nacionalista, Liberal e de Direita.

Ser Nacionalista é ser xenófobo ??? Não. Nunca ! Portugal ao longo da sua História sempre beneficiou com a mistura de culturas, povos e línguas. Sempre beneficiou com a miscigenação, que ao longo da sua História foi uma prática comum. Imagine-se que no século XVI Lisboa tinha 10 % da sua população que era negra. E se calhar outro tanto de povos imigrantes. Desde a Florença até à Flandres. Desde os principados germanos até povos vindos do Magrebe, da Ásia Menor, do “indostão” e até do Extremo-Oriente !

Portugal foi criado como uma mistura de vários povos. Desde os tempos dos “viriatos” até à Fundação. Os portugueses são uma mistura de povos e culturas. Ainda bem. Por isso Portugal é apenas europeu por condição geográfica, como dizia António Vieira. Porque Portugal e os portugueses são um “melting-pot” com milhares de anos. São o Futuro do nosso planeta … desde o ínicio da sua Fundação.

Até há quem diga que os Lusitanos podem ser descendentes do cruzamento entre os Homens de Neanderthal e o Sapiens, Sapiens. Parece que na Lourinhã se encontrou o esqueleto de uma criança que pode ser a prova da miscigenação entre estes dois tipos humanos. Quem sabe ?

Para concluir este meu primeiro “testamento” sobre os “macaquinhos” que condicionam a nossa intelectualidade. Parece que estamos habituados a ser “pavlovianos” quando discutimos determinados conceitos. E as pesoas nem sequer procuram conhecer as razões profundas dos conceitos. E depois … aparecem os estereótipos e as chamadas “ideias feitas”.

Assim como a ideia feita que … eu sendo contra o Federalismo e contra a Constituição da EU desejo que Portugal abandone a EU. Esta é outra ideia feita que desmentirei a seguir. Porque, como as pessoas desconhecem o processo da Cosntrução Europeia e como estão condicionados pela forte campanha federalista … não conseguem raciocinar fora de determinados moldes.

Enfim … é a vida !
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comentário

por jotabil » 10/6/2003 17:57

Caro além mar

"Penso que Portugal, e não só,a Espanha tem quase os mesmos problemas, devem ter os olhos bem abertos com o que vai acontecer. É útil haver grupos de reflexão sobre estes assuntos, por isso aqui deixei o meu pensamento.

Das duas uma :ou surge uma hegemonia cultural europeia que se oponha aos conflitos de raíz económica ; ou mais tarde ou mais cedo vamos ter a Europa novamente a ferro e fogo e dividida em blocos"

Creio que dizes o essencial.


Portugal, como diz Eduardo lourenço, deve proceder à sua autognose, isto é, deve procurar conhecer as razões da sua autonomia, de antes da crise de 1383/85, época a partir da qual apenas conduziu a sua acção pela expansão ultramarina, orientado por gentes estranhas vindas sobretudo de itália, tecnologicamente adiantadas e que apenas utilizaram a disponibilidade dos portugueses para tudo...para a aventura para o risco...para a humanidade.
Temos de saber, porque razão vencemos a centralidade de castela...porque nos tornámos independentes....é aí que poderemos encontrar os motivos da nossa autonomia como comunidade.
Do que temos a certeza, é que somos um povo singular e que sabemos viver em todos os lugares com a mesma ternura com que aceitamos viver no lugar onde nascemos.....a ternura que refiro..é mais do que isso...é compreensão da condição humana neste oficio de ter de viver.
É este o nosso trunfo.
Concordo contigo que é preciso restaurar a europa...retirá-la de interesses obscuros...que apagaram a sua cultura....Centrada em Nietszche....em camus....em theihard ....em cristo...
os concentradores para a verdade ..ou para Deus...se ele existir... perto de ómega.
O iluminismo de kant....não é nada...não pode ser nada.... perante tanta claridade.
O mercado é coisa de negociantes....e eles, no fim... apenas desejam orgias e bezerros de oiro.
A constituição que se prefigura no horizonte apenas pretende definir as normas da nossa prisão nesta europa artificial e contra natura.
Tenho toda a esperança na gente mais nova....mesmo que , actualmente, ela seja objecto de acções de "formação" insidiosas no seu curriculo escolar...para que facilmente possa aceitar a "unidade da europa" na idade maior...penso que saberá dizer que não ao caos que se projecta no seu horizonte.
Até lá, como tu dizes, é preciso pensar e reflectir com humildade e ver bem o caminho da caravana ...em trajectória de rotura ou de colisão..onde talvez nos possamos magoar como povo.
Temos de nos sentar numa pedra da nossa pátria e medir toda a ternura do nosso povo....e com essa dimensão, dizer não à secura e ao egoísmo....de eutanásias em processo de legitimação...num mercado
sujo e reformista por conveniência.


cumps
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por bboniek33 » 10/6/2003 16:39

Pataconcio, longe de pensar em que a polemica fosse pessoal... 8-)
Eis um assunto interessante para se discutir ah volta de uns tremocos e umas bujecas e assim se alimentaria o "ispirito".
Pois. A manipulacao das massas. A dificuldade acrescida de implementar a Democracia em sociedades pouco instruidas. Talvez Portugal nem devesse tentar esse modelo como alguns preconizam. Talvez uma Crista-democracia bastasse e pouco mais que uns "shoppings" e "estadios-de-futbol" para alegrar as massas.
E muitos, mesmo muitos, propagandistas. Medicos e dos outros, os da propaganda pura e dura, os doutoures da Mula-Russa, a padralhada, os conegos e alguns "jornalistas" de meia-tijela. Isto para convencer as massas, jah alegradas pelas medidas anteriormente expostas.
E seria um Paraiso este "nosso" Portugal.

Mas nao. Eles quiseram voar mais alto e fizeram a Constituicao, e Eleicoes, e Governos e edis escolhidos em sufragio.
E as massas aderiram de cravo ao peito.
Foi tao lindo o 25 de Abril.

Agora. Agora venham mais Dez e Portugal deixa de receber aquele carcanhol todo que aquilo foi uma alegria para governantes e governados. Aquilo foi foruil-draives que ferveu, montes no Alentejo.
Aquilo foi outro 25 de Abril para a pobre classe media portuguesa que comecou logo a invadir Punta-Cana e Varadero.

Vao ser tempos dificeis para a populace que vai competir com polacos melhor profissionalmente e academicamente instruidos. Vai ser duro para os betinhos da academia, os tal da Mula-Russa que saiam "doutourados" sem (literalmente) saber ler-nem-escrever.

Vejamos entao para onde navegas meu rico Portugal. :roll:
 
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Portugal e o destino

por Além Mar » 10/6/2003 16:28

Depois de ler os escritos,verifico que ainda há quem veja alternativas válidas para Portugal. O Patacôncio,com a saída da CEE e virado para o Atlântico ; a maioria dos outros com a integração na Europa como safa.

Na minha modesta opinião nem uma nem outra são, neste momento alternativas boas para Portugal.A estratégia atlantista, teve em Marcelo Caetano o seu expoente máximo,e justificava-se nessa altura, porque tinhamos as colónias.Neste momento atravessar o atlantico para vender e comprar o quê?Comprar ainda vá que não vá,mas vender.....

A estratégia Europeia foi um consolo de há 13 ou 14 anos para cá, mas agora estamos a verificar que só cá ficaram as estradas, o Centro Cultural de Belém, a Expo.......e pouco mais. Não tivemos uma estratégia de produção nacional,virada para lançar as bases de fabrico dos materiais que iamos precisar nas realizações que iriam ser subsidiadas. Subsidiámos empresas falidas(ex. Lisnave e outras). Os subsídios existiam e muitas vezes não se sabia onde seriam aplicados, era o proimeiro que aparecesse é que levava. Mais valia terem aguardado e recebido os subsidios mais tarde, até termos condições, mas não:tinham que ser logo aplicados. Curiosamente, a CEE também estava desejosa que assim fosse porque os materiais vinham dos grandes países.Em resumo: não tivemos politicos com visão estratégica de longo prazo,mas com este tipo de governos com eleições premanentes,possivelmente também ninguém estaria para investir no longo prazo,era preciso mostrar serviço rápidamente.


Perante isto não há nada a fazer? Neste momento as agulhas estão apontadas para a Europa,e, mal ou bem, é para lá que devemos olhar, é dificil ou impossivel voltar para trás. Mas o que esperar da Europa? Na minha opinião ela vai ser uma fonte de conflitos pela hegemonia a médio prazo. As chagas do passado ainda não estão saradas,ainda há muita gente viva que passou por elas, mas as novas gerações já pensam de outro modo e são elas que vão ter a palavra.

O mesmo se passa em Portugal, desculpa Patacôncio, mas o Portugal de hoje nada tem a ver com o que tu e eu conhecemos, temos uma mistura de raças com conceitos distintos dos nossos e na Europa acontece a mesma coisa. É essa evolução de mistura cultural que vai ditar o futuro da Europa. Para onde Vai? Não sei.

Penso que Portugal, e não só,a Espanha tem quase os mesmos problemas, devem ter os olhos bem abertos com o que vai acontecer. É útil haver grupos de reflexão sobre estes assuntos, por isso aqui deixei o meu pensamento.

Das duas uma :ou surge uma hegemonia cultural europeia que se oponha aos conflitos de raíz económica ; ou mais tarde ou mais cedo vamos ter a Europa novamente a ferro e fogo e dividida em blocos


Cpts
Além Mar
 

Caro confrade ...

por Patacôncio » 10/6/2003 15:57

Bboniek00, não desejo alimentar polémicas pessoais.

Mas deixe-me que lhe diga :

" ... Aos principios gerais do respeito da vontade popular decidiu o meu caro confrade chamar Populismo ... "

O governo actual foi sufragado em 2001. Não nasceu de um "golpe popular".

Prevê-se quem em 2005/6 haja de novo eleições legislativas.

Agora deixe-me contar o seguinte :

Aqui há tempos, no tempo em que o Campos ( julgo que era este o nome do Ministro ) era Minsitro da Saúde, houve um surto de meningite em determinadas regiões do país.

Um laboratório criou um estratagema interessante. "Mandou" os seus "delegandos de propaganda médica" vasculhar e informar imediatamente cada caso suspeito ou confirmado de meningite. Depois, "obrigava" alguns seus médicos associados a "clamar" por uma vacinação nacional que custava uma fortuna.

A "propaganda de intoxicação pública" junto dos jornalistas ( que têm a mania que são "provedores do cidadão" ) foi de tal ordem, com "estudos e relatórios" de duvidosa objectividade, que os jornalistas "obrigaram" o Minsitro e o Guterres a gastar uma fortuna em vacinas.

Moral da estória. Hoje esse ex-Ministro reconhece que foi derrotado por uma "cabala" porque houve uma boa campanha de marketing, que nada tinha a ver com a realidade da nossa saúde pública e das necessidades do nosso país. Esse erro custou ao país uns bons milhões de contos facturados pelo tal laboratório.

Julgo que isto pode dizer muito da "vontade popular" manipulado por alguns interesses.

Para concluir. Julgo que não desconhece os estudos sobre "grupos de interesse" e "lobbyes" na condução das políticas económicas, feitos por Buchanam. Este economista "explica" muito bem as perniciosas tentativas de o poder político aceder aos objectivos de determinados interesses, para "calar" ou fazer a vontade ás conjunturais estados de alma da opinião pública e publicada.

Como exemplo acabado ... temos o "novo aeroporto" da OTA, que serve sobretudo alguns interesses imobiliários e algumas construtoras. A exemplo da vergonhosa política das SCUTs.

Quando o populismo se junta a determiandos interesses e se cruzam nas suas lutas, falando em nome do "interesse nacional", quando estão efectivamente a defender interesses particulares ...

Pois. Não se pagam portagens para agradar aos "cidadãos motorizados". Mas os mais pobres, desfavorecidos e menos organizados para se fazerem ouvir e "virar" a opinião pública ... é que estão a pagar as tais "portagens virtuais". Mesmo que não tenham carro e se desloquem a pé ou de burro !
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por bboniek33 » 10/6/2003 15:38

Caro confrade Pataconcio,
Pareceu-me concluir do que diz que o seu conceito de Democracia eh meramente eleitoral, a isso chamando Democracia Pluralista.
Aos principios gerais do respeito da vontade popular decidiu o meu caro confrade chamar Populismo.
Voila, assim se constroem grandes Nacoes com Povos Livres e bem "representados".
A minha desconfianca no actual "sistema europeu" nao me impede de sentir uma ainda maior desconfianca dos varios "democratas" que teem "governado" Portugal com muito dinheiro que veio dos bolsos de muitos cidadaos europeus.
Tambem aqui, caro confrade, "no free lunchs".

A batalha (a Guerra tinha comecado em 1990 e ainda vai continuar por muitos anos) do Iraque nao estah justificada, nao senhor. Pelo contrario levantam-se agora formal e internamente nos EUA e RU as duvidas que outros, mais corajosos, levantaram antes da invasao.
Os "interesses vitais" de Portugal jogar-se-ao no seio de uma Europa unida em todas as frentes, incluindo a da politica internacional e Defesa.
Nao sao certamente promocoes turistico-politicas nos Acores que vao dar a Portugal a independencia que nao saiba conquistar dentro do contexto colectivo Europeu. Somos pequeninos como o reino da Dinamarca mas podemos andar com a cabecinha levantada se respeitarmos os nossos aliados, os que nos deram os bilioes que, em grande medida, delapidamos.

"Pois. A Democracia é um jogo díficil."

Porque NUNCA se perde.
 
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Bom, eu não ia comentar agora ...

por Patacôncio » 10/6/2003 15:12

Mas li um cometário ao meu texto ... que me desagrada profundamente.

Este tipo de comentários, são os tais "bitaites de café", onde se fala e não se pensa no que diz.

O "bitaite" foi do nosso confrade BBoniek00 e em parte foi este :

" ... Isso da "soberania nacional" estar sequestrada por lideres de governos que nao "ouvem" os cidadaos na tomada de posicoes cruciais tem que ser eliminado ... "

Infelizmente é um cometário jocoso à Democracia e à nossa Soberania. Há comentários que dizem tudo.

Aconselhava o amigo BBoniek00 a "estudar" um bocado o conceito de Democracia e de soberania.

A Soberania dos governos eleitos é incontestável em Democracia pluralista. Só em governos populistas este tipo de ideias prevalecem.

Relembro a década de 20 e 30 do século passado. A opinião pública e publicada "acagaçou-se" perante hitler. Os governos populistas ( ouvindo as "vozes" do povo ) tentaram "comprar" a paz com hitler e ... sofreram com uma guerra horrível, mortífera e aterradora. Terão havido 60 milhões de mortos.

Churchil se ouvisse o "povo" na altura da crise ... tinha aceitado a invasão nazi porque não deveria combater. Combateu, aniquilou os cães nazis e ... perdeu as Eleições. Hoje o povo inglês aclama-o com um heroi. Mesmo perdoando as suas atitudes pró-nazis, sobretudo nas teorias eugénicas, que durante uns anos admirou e publicitou na Cámara dos Comuns.

Pior. Este nosso camarada BBnoniek não entende como funciona uma Democracia. Porque deveria saber que são as Eleições que dão legitimidade aos "pequenos tiranos". Por andarem a "ouvir" demasiado as sondagens é que a Alemanha, a França e a Itália têm a crise que têm. O facilitismo e o populismo têm os seus custos. "No free lunchs".

Se por um absurdo aceitarmos a Cosntituição Europeia, deixem-me vos apresentar este provável cenário :

Ao abrigo do art. 9, nº 1 da proposta da Cosntituição europeia, existe o primado de todo o Direito das Instituições europeias ( Normas Jurídicas ) sobre todo o Direito Nacional.

Se assim for, vamos supor que em França a Frente Nacional de Le Pen vence as Eleições. E vamos supor que os nacionalistas-socialistas ( vulgo nazis ) vencem na Alemanha e até na Áustria. E vamos supor que o Directório do Eixo decide fazer uma guerra contra os americanos por causa do ... petróleo.

Explique o nossoa amigo Bboniek00 como seria que os "pequenos tiranos" evitariam uma guerra contra os seus interesses vitais ????

Para concluir. Eu gostava que o nosso amigo Bboniek00 auscutasse agora o povo europeu sobre o que acha do derrube do saddam e da tirania socialista do Iraque. Quem teve razão, afinal de contas ???

O Eixo ou os Aliados ????

Pois. A Democracia é um jogo díficil. Porque também se perde. E o facto de lutarmos pelas nossas ideias, contra os enganos da maioria ... faz de nós "tiranos" ??? Rico conceito de Democracia.

O amigo Bboniek00 use o conceito da "maioria" nos mercados financeiros e depois queixe-se que o mercado lhe ensine o que é ter razão, mesmo contra a maioria.
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Desculpem

por Rodriguez » 10/6/2003 15:09

Porque não discutem este tema a partir de agora nas
COLHERADAS do Forum?
Penso que já se fala demais deste assunto neste local há dois dias.
Rodriguez
 
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por bboniek33 » 10/6/2003 13:59

Depois da posicao que Durao-Barroso e outros lideres europeus tomaram em relacao ao conflito do Iraque e ah revelia do CS das Nacoes Unidas, mudei de opiniao:
Um Europeu, Um voto, i.e. mais votos aos paises mais populosos.
Estou certo que estaremos melhor representados. Isso da "soberania nacional" estar sequestrada por lideres de governos que nao "ouvem" os cidadaos na tomada de posicoes cruciais tem que ser eliminado.
Vamos tirar poder aos "pequenos" tiranos da Europa pois eles afrontam a nossa Independencia.
 
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por zé povinho » 10/6/2003 9:21

este texto do Patacôncio deve-nos levar a pensar neste sério assunto, concordemos ou não com ele, é um belo texto.

o problema é que à partida o Patacôncio não concorda com a nossa presença na CEE, e agora ao fim destes anos todos não vejo como saír dela.

defender essa posição é nesta altura a "morte" de qualquer político.

o Federalismo parece-me irreversível, para o vincar aí está o €, e será tanto mais rápido quanto mais cedo os Ingleses a ele adiram.

há mais vozes que defendem o Atlantismo espalhadas por vários dos nossos partidos, que vão começando a falar e a aproximarem-se dos States e dos Ingleses numa tentativa de retirar poder aos Federalistas, mas temo que seja tarde e essas teses acabem por desaparecer perante a força da CEE.

um abraço ao Patacôncio por nos fazer pensar nestas coisas.
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por PTC Man » 10/6/2003 8:33

Mas não era a antiga URSS uma federação comunista?

O comunismo defende que tudo seja dominado pelo governo. O povo simplesmente não possui nenhuma liberdade.

Veja-se o caso de Cuba. É realmente bonito ver a população ter a educação e a saude toda paga pelo governo mas isto gera enormes vicios a uma sociedade.

Veja-se o caso de como Portugal continua a ser governado. A politica feita pela direita é por incrivel que pareça uma politica de esquerda que continua a manter os nossos empresários subsidio-dependentes e eles, empresários, também não possuem capacidade de iniciativa de lutar sozinhos.

Neste país existe um enorme complexo que nada se consegue fazer sem um subsidio. É natural que no arranque de uma empresa o estado a ajude, está a estimular a economia ao fazê-lo mas não se pode admitir que depois de anos passados, essa empresa continue a exigir e o proprio estado a quer a financiar.

A meu ver isto é um enorme entrave ao desenvolvimento de uma economia e é fruto da politica seguida pós 25 de Abril.

Naturalmente que estamos em guerra permanente com os grandes países europeus, ora é a cota para a agricultura, ora é a cota das pescas mas fica a pergunta. Se existisse verdadeiros empresários, verdadeiros empreendedores não estaria este país melhor?

Eu não digo que uma federação seria um mar de rosas, mas partindo do principio que a dissolvição da união europeia seria uma catatrofe para a economia mundial e que o actual modelo à muito que está falido, só vejo a federação como solução.

Cumprimentos
 
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O dinheiro justifica "vender" a nossa Independênci

por Patacôncio » 10/6/2003 2:32

Agradeço imenso à tasca o facto de ter permitido lançar à discussão o problema da nossa Independência.

Sendo assim e tomando a liberdade de abusar da paciência dos meus confrades, gostaria de deixar mais umas palavrinhas.

Portugal, 2003, oito séculos e meio de História.

Temos um passado de que nos podemos orgulhar. Mas também temos um passado de erros para nos lamentar. Mas para compreender o presente é necessário entender o passado para podermos construir o futuro. Sendo assim, permitam-me dizer o seguinte :

Nos últimos 40 anos, Portugal foi dos países que mais evoluiu rumo ao Desenvolvimento Humano. para tirar dúvidas basta estudar os diversos Relatórios do PNUD sobre o Índice do Desenvolvimento Humano. Portugal só não foi um líder inconstestado ... por não haver petróleo em Portugal.

Sendo assim, permitam-me dizer o seguinte : Portugal, se o desejar, consegue atingir os objectivos a que se propõe.

Acreditando neste postulado, porquê arriscar a nossa Independência ???

Vejamos a geoceconomia. Portugal está situado onde ? No centro do mundo ocidental. Abram um mapa e vejam onde está o nosso território. Está no centro do mundo ocidental.

Estando situado no centro do mundo ocidental está ao mesmo tempo na periferia do continente euroasiático ou, mais ainda, da europa. Estando na periferia da europa, Portugal não pode nunca enbandeirar num projecto europeu, onde exista um Directório que decide por si só os destinos de todo um continente. E que as actuais mudanças geoestratégicas fazem com que as potências europeias continentais estejam a construir um projecto que visa "fechar" a europa ás relações oceánicas.

Sejamos frios e racionais. Desde 1991 que a diplomacia alemã mudou muito. Assim como a diplomacia francesa. Hoje essas potências têm um objectivo comum : dividir o poder entre elas sobre a hegemonia da europa. E há três sinais/sintomas do que desejam e pensam estes dois potentados sobre a europa : Turquia, Rússia e ... USA.

Há medida que a Turquia paulatinamente vai ultrapassando os obstáculos do "acquis comunnitaire" para aderir à UE, há cada vez mais vozes que se manifestam abertamente contra a entrada da Turquia na UE. E Porquê ? Porque a Turquia se entrar na UE o poder hegemónico do Eixo Franco-Alemão fica em causa. Porque a Turquia reune a soma populacional do Eixo. E as relações de poder na UE ...

Depois temos as críticas xenófobas abertas. Dizem que a Turquia é muçulmana, mais asiática que europeia e ... fica demasiado perto do médio-oriente !

Ora, o que distingue(ia) a europa era a crença absoluta na Liberdade, na Democracia e no Respeito pelos Direitos Humanos. E eram sobretudo esses os motivos que fizeram os europeus criarem o chamado "acquis communitaire", o chamado passaporte europeu.

Mas não. Hoje há sobretudo motivações políticas. E essas motivações políticas prendem-se sobretudo com críticas aos turcos por eles serem ... "mouros" !!! Até o Vaticano se julga no direito de criticar a veleidade turca de se tornar membro da UE. Só falta dizerem que os turcos são ... "mulatos" ou próximos dos "pretos".

Falemos da Rússia. Sabemos que a Rússia, mais ano menos ano, se tornará numa potência comparável ao seu passado mais próximo. E sabemos que a Rússia tem um importante papel geopolítico e geoestratégico. É a potência abastecedora das necessidades europeias, um mercado potencial e ... e "ocupa" dois continentes.

Nos últimos anos, a diplomacia alemã tem feito da Rússia um aliado estratégico. Abandonando um bocado o aliado "natural" USA. Porquê ? Por causa das suas fronteiras, por causa da sua dependência energética e ... por causa da "continentalidade", em contraponto à "maritimilidade".

Ao longo da história, os povos germânicos sempre foram mais "continentais" que "marítimos". A última prova foi a burrice e ignorância do hitler sobre as potencialidades do mar para vencer uma guerra. Se hitler em vez de invadir o "aliado soviético" tivesse invadido a meseta ibérica e conquistado os Açores, a história da 2ª metade do século XX teria sido muito diferente. Hoje viveríamos num mundo bem diferente.

Assim sendo, a Alemanha volta à "natural" orientação geoestratégica de sempre : a continentalidade. Que fez acontecer a 1ª guerra mundial e também a 2ª. Por isso, é absolutamnete natural que a Alemanha se alie à outra potencia continental mais forte do nosso continente : a Rússia. Estrangulando assim a França, continental também, mas sobretudo a velha Inglaterra, a Espanha e seus vizinhos holandeses, italianos, e outros povos marítimos.

Por fim os USA. O Eixo Franco-Alemão decidiu abandonar as relações euro-atlânticas como pedra basilar das suas relações geoestratégicas e virou-se para Leste. A guerra ao saddam foi mais um episódio das guerras entre o Eixo e os USA. Que se tinham também manifestado no conflito jugoslavo e nas políticas para a África.

Relembre-se que o Eixo apenas defendeu o saddam ... por causa do petróleo. Foi uma guerra por causa do petróleo e das influências estratégicas. Foi uma surpresa de Chirac ??? Em parte foi. Mas se analisarmos hoje as eleições presidenciais francesas ... entendemos o que Chirac almeja. Dominar a europa. Está a fazer aquilo que o Le Pen gritou bem alto ! Temos um novo Napoleão no Eliseu.

Este Eixo está agora a tentar, de uma forma irreversível, dominar a europa. Como não o conseguiram com o dinheiro ... tentam agora com a União Política, intoxicando a opinião publicada na tese absurda e ignóbil da ... ingovernabilidade europeia. Mas eles não aceitaram o primado da regra da maioría, no postulado "Um Estado, Um Voto !".

Na verdade, Portugal e os outros países mais pequenos obtiveram uma importante vitória com o Alargamento europeu : conseguiram uma maioria de votos nos Conselhos Europeus a favor dos "anões" ! E para Portugal ... é uma maravilha para continuar a ter peso na UE. Mesmo que custe um choque estrutural económico, que era previsível. ( E aqui se pode criticar o governo do Guterres que sobranceiramente se "esqueceu" de preparar o país para o Alargamento )

Como a UE a 25 tornará a UE um modelo de equílibrio entre Grandes e Pequenos, com vantagem para os últimos, a diplomacia do Eixo criou o "mito" da ingovernabilidade europeia e da "irreversibilidade" do federalismo. Mais uma mentira pegada para "calar" a opinião pública !

Admira-me que haja portugueses que só olhem para a conjuntura ... e se esqueçam da infraestutura. De que nos vale um federalismo se ... iremos pagar com a nossa Independência e a nossa economia como já pagamos com a PAC e a nossa pauperada agricultura e as pescas ? Será isso que desejamos para Portugal ???

Falemos de Fundos Estruturais. Dizem que sem eles não sobreviveremos. Será ? Pois comparem as taxas de crescimento de 60 a 73 e ... chorem com a nossa incapacidade actual de crescer economicamente como naqueles 13 anos malucos ! E na altura ... estavamos a financiar uma guerra no Ultramar !

Olhemos para os Fundos de outra forma. Quanto é o nosso déficit comercial com os países contribuintes líquidos da UE ??? Quem nos vende os equipamentos e produtos para modernizar a nossa economia ? Será o Brasil ? Os USA ? A Rússia ou o Japão ? Não, são essencialmente a Alemanha, a França, a Itália e, agora recentemente, a Espanha !

Ora os fundos saiem de um lado ... e entram do outro ! Melhor que o Plano Marshal, na óptica dos alemães e cia. !!!!

Mas esses fundos são "espertos" ... compram a mentalidade mesquinha dos que procuram o dinheiro e a riqueza a curto prazo ... Compram consciências e ... votos !!! Não foi assim que Filipe II "comprou" a nossa Coroa em 1580 ????

Sigamos com a marinha para a foz. E então as relações do Eixo com os USA ??? Pois. O Eixo decidiu virar as agulhas rumo ao Leste. Anandonando as relações transatlânticas como objectivo geoestratégico. E quem mais perde ??? Portugal !!!

Que passa de centro do mundo para ... uma província "romana" com sede em ... Madrid !

E onde podem os portugueses se abastecer de matérias-primas ? Na Rússia ? Os alemães já lá estão. Em África ? Os francius estão a nos "comer" as papas da cabeça. Na américa latina ? Mas os espanhois estão lá já a controlar as "forças". O que sobra para Portugal ?

Ora, só há uma forma de Portugal conseguir vencer a sua batalha geoestratégica pelos mercados : unir a europa ás américas, do sul e do norte.

Porquê ? Principalmente por causa dos mercados consumidores. Porque se nas matérias-primas sempre podemos "apanhar" os restos dos outros ... nos mercados consumidores ... estamos perdidos, porque estamos longe dos centros cosumidores europeus. E se a europa se fechar ao resto do Atlântico ... Pois. Talvez sejamos os "criados" dos ricos alemães, franceses e até russos, que vêm jogar golfe, beber uns canecos e "comer" umas gajas à praia, onde à noite se entretêm nos casinos e nas discotecas da nossa Lusa Pátria !!!

Ao passo que se as relações transatlânticas forem a pedra de toque da UE, temos o mercado americano ( repare-se que os USA fazem fronteira com Portugal ), o Brasil e o resto do mercosul, o pacto andino, a África e, até com sorte e força de vontade ( Timor pode servir de plataforma para alcançar a Ásia ) podemos alcançar a Ásia.

Ora, o Eixo Franco-Alemão deseja construir a sua estratégia rumo ao futuro mercado fantástico asiático, via comunicações terrestres, através da Rússia.

Quando o que nos interessa a nós portugueses é através do mar, seja através do Cabo, seja através do Suez.

Concluindo. O federalismo além de pernicioso, tolhe-nos as potencialidades de desenvolvimento futuro.

Por outro lado ... e se Portugal decidisse "desistir" da UE ??? Teria que voltar a fazer a guerra para se tornar Independente ??? Deixaríamos o futuro colectivo dos nossos filhos hipotecado, só porque conjunturalmente "necessitamos" da europa ? Ou melhor, dos mercados europeus ??? E que é uma viagem sem retorno ???

Por fim. O federalismo poderá elevar as tensões internas europeias ... que poderá provocar o surgimento de guerras futuras. Não esqueçamos que nestes milhares de anos na europa ... só nos últimos 50 anos é que tivemos uma paz relativa, onde a europa viveu em paz, salvo um outro salpico mais virulento ou ... trágico. E a guerra na ex-jugoslávia deve-nos fazer pensar bem no que desejamos construir na europa. Uma Constituição não é um Tito. E forçar os povos a viver juntos nunca foi solução, pelo contrário. Tivemos a URSS e o Pacto de Varsóvia como prova testumunhal. Mas isso ficará para mais tarde discutir.
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depois de muito procurar...

por didi » 9/6/2003 23:51

lá encontrei o texto do Patacôncio nos primórdios do Caldeirão, onde este tema do papel de Portugal, foi por ele analisado,ainda que numa perspectiva mais alargada.

Achei curioso, e por isso, para aqueles que cá não estavam na altura aí vai o link ( espero que o Patacôncio não leve a mal esta minha lembrança):

http://www.caldeiraodebolsa.com/forum/v ... .php?t=396

Ah! Já agora, só um pequeno comentário: mais do que mudar/renovar/substituir a Constituição da República Portuguesa, devemos tentar renovar a mentalidade portuguesa :!:
Acredito nos valores nacionais e na existência de elementos que identifiquem a nossa Pátria. Agora, que nos adianta possuir séculos de História, um Hino carregado de simbolismo, se a maior parte da população portuguesa os ignora :?:
Que adianta existirmos como Nação Independente no papel se na prática continuamos a sentir-nos os entes menores da Europa :?:
E apesar de tudo isso, continuamos a cometer os mesmos erros de acreditar que o Mundo nos deve reconhecimento por tudo o que em tempos longínquos nós representamos para o Mundo :?
Não pretendo alimentar polémicas, pois fiz questão de que os verbos estivessem conjugados na primeira pessoa do plural, pois assumo a minha quota parte de Velho do Restelo :oops:
Não defendo uma Constituição Europeia, nem uma União Federal da Europa, ou lá como lhe queiram chamar. Mas acho que devemos deixar de lado este trauma de inferioridade e bater-nos por um lugar no mundo, não precisa de ser o primeiro, apenas o lugar que nos permita sentir orgulhosos de sermos portugueses.

A este propósito, leia-se o post do JAS - Como nasce um Paradigma, e vejam lá se aqueles macacos não parecem representar muitas vezes a face negra da mentalidade portuguesa
http://www.caldeiraodebolsa.com/forum/v ... hp?t=11739
beijinhos
didi
 
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O...

por O Rei das Ondas » 9/6/2003 23:16

...fracasso só responsabiliza uma Nação,constituida por pensantes,que julgando uma solução não ser esta senão,um labirinto estratégico de uma "entidade".
...A realidade,têm um nome.
A minha individualidade sê-lo-á pela conquista e pela diferênça.
Assim,UMA NAÇÂO!
Assim,PORTUGAL!
...
R.d.O
 
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por jotabil » 9/6/2003 22:57

quem é a europa?
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
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Europa

por Seta » 9/6/2003 22:50

A Europa estendeu o tapete em 1986 a Portugal, Espanha, Grécia...

É uma realidade que os fundos europeus constituiram um apoio fundamental ao crescimento e ao desenvolvimento do nosso país. Apesar desses fundos terem sido mal geridos, mesmo assim, podemos dizer com total certeza que Portugal não seria o mesmo sem essa ajuda Europeia. Hoje vivemos melhor. Agora essa benesse vai acabar com o alargamento, porque já tivemos muitos anos de ajuda financeira. A Europa está em crise, vai estender o tapete a mais dez países, em que a sua economia não chega a ultrapassar os 5% do PIB dos actuais membros. Ou seja com este alargamento a Europa vai ficar mais pobre.
É altura de Portugal arregaçar as mangas e criar mais riqueza, as empresas portuguesas terão que conquistar novos mercados... eis o nosso futuro: virados para a Europa, depois de séculos virados para os Oceanos... "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades".
Viva Portugal! Viva a Europa! :wink:
Abraço
:arrow:
Seta
 

comentário

por jotabil » 9/6/2003 20:38

Não se pode escrever muito sobre isto...existem dinamicas obscuras nesta europa de seitas de poder...gordas e cinzentas...que ninguém vê e temos de estar alerta.
Toda a gente sabe como se esvazia um poço cheio de água.....com um motor e uma mangueira......primeiro temos de utilizar água para "ferrar" a a mangueira ...e por o motor a trabalhar.....com ele esvaziamos o poço...... A europa(a) está a fazer isso connosco....eles apenas pretendem unificar o sistema bancário para terem lucros fabulosos....e retirar de cada um de nós uma mais valia do nosso trabalho diário. Deram-nos uns tostões .para nos tornarmos escravos sem o saber.....agora têm de fazer as normas ....para não sairmos do redil.... É isto o hiperliberalismo....individualismo- capitalismo-autonomia...e mercado...como regulador da vida humana.

(a) A europa que refiro....reside fundamentalmente....na holanda- bélgica-luxemburgo-norte da frança e norte da alemanha....não esquecendo o lichenstein e suiça.... os outros membros apenas legitimam "democraticamente" a extraordinária riqueza concentrada nessa região.


Mas esta situação tem raizes mais fundas.....não são obvias as razões que fundamentam a construção destes grandes espaços económicos(USA-UK) e (UE-RUSSIA) que se digladiam...rigorosamente....linha a linha e passo a passo inventando estratégias indirectas na sua atrição.

Portugal vive como pode e o toleram....não podemos ter arroubos de patriotismo...temos de prosseguir acompanhando a caravana....em trajetória de colisão...e cientes disso...apenas com a orelhas bem levantadas e caminhando humildemente e calados por entre as árvores que ladeiam a estrada ....tentando ver o que vem a seguir....e desse modo evitar o mais possivel, os danos que resultarão deste progresso sem valores, irremediavelmente transformado num mar caótico....onde ninguém se pode entender...de resto como foi superiormente planeado...pelos próceres que ninguém sabe quem são...ou saberemos....mas não podemos designar....é perigoso.


nunca mais acabava.......



cumps
Se naufragares no meio do mar,toma desde logo, duas resoluções:- Uma primeira é manteres-te à tona; - Uma segunda é nadar para terra;
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por PTC Man » 9/6/2003 19:35

Se há coisa que não sou, é nacionalista.

É minha convicção de que a europa apenas tem uma solução, tornar-se uma Federação.

Está mais que provado que o actual modelo europeu falhou. Não se pode defender uma moeda unica, extinção de fronteiras e depois existir golden shares que protegem empresas de OPAS de empresas estrangeiras. Que raio de economia de mercado é esta?Como é possivel uma União Europeia que pretende ultrapassar os Estados Unidos como "motor" da economia mundial com este tipo de pensamento?

Sou Português tenho orgulho de ser Português, sinto aquele "arrepio" quando oiço o hino nacional MAS sou também europeu, sou a favor de uma economia de mercado, acredito que um mercado deverá ser livre e sem restrições (desde que dentro da lei como é obvio), sem intervenções dos governos que o seu unico papel deverá ser de regulador e nada mais.

Uma constituição europeia? Porque não? Grande parte da nossa constituição vem do tempo de 25 de Abril, possui lacunas vergonhosas para o nosso país e uma das razões que fazem dele o tal da "cauda da europa".
Acho que já todos nós vimos que no nosso país simplesmente não existem politicos capazes de fazer as reformas necessarias e como tal, quiçá se uma constituição europeia não consiga resolver alguns dos nosso problemas mas acima de tudo resolver os problemas que existem na suposta União Europeia que tal como já disse, a continuar assim não vai a lado nenhum.

Acho interessante existirem pessoas contra a União Europeia quando graças a ela este país pôde construir infraestruturas essencias, ajudar empresários (grande parte deles corruptos, mas enfim...). Se o nosso país não está melhor que outros apenas existe uma unica razão. Os nossos governantes não souberam gerir os fundos como deveriam e agora temos países como a Grécia e Irlanda que estão a ter progresses absolutamente espantosos a todos os níveis.

Espero não ofender os nacionalistas existentes por aqui com este meu post. É apenas a minha opinião e tal como eu respeito a vossa opinião espero que respeitem a minha.

Cumprimentos
 
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por Visitante » 9/6/2003 19:06

Esclareço só que não pretendia fazer qualquer declaração de carácter político. É-me profundamente indiferente que se critique este ou o anterior Governo, uma vez que não estou minimamente interessado nesse tipo de discussão partidária. Obviamente é até positivo que se discuta e critique a actuação de cada um deles.

O problema é que nas mensagens que referi ultrapassa-se em muito o simples campo do debate político e pretendem-se retirar ilações de carácter filosófico sobre o próprio país, não se limitando a criticar este ou aquele acto de um governo. No fundo destrói-se tudo de forma irracional e muitas vezes sem qualquer fundamento. É o prazer de dizer mal só por dizer mal. Há que não confundir o ataque a esta situação com o ataque ao debate político saudável.

Peço desculpa por qualquer excesso de linguagem que tenha utilizado, mas não podia deixar de manifestar a minha indignação.

Quanto à afirmação do Magoo sobre o país mais desgovernado da Europa, só posso dizer que cada um fala por si! Se ele se revê nessa afirmação, só posso lamentar.
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