A Crise Financeira, o Crash e os Baby Boomers.
iurp Escreveu:Atomez Escreveu:A operação de salvamento das FMs em curso vai pôr um ponto final na crise financeira desencadeada pelas sub-prime.
Até ao fim do ano os mercados só têm uma direcção - para norte.
Se fosse assim que a crise se resolvesse, concerteza esta medida já teria sido tomada há mais tempo.
Não, se fosse tomada antes não seria viável.
Esta operação não é como as anteriores em que o FED (= banco central) injectou dinheiro no sistema a troco de nada.
Neste caso é o Tesouro (= Finanças) que na prática está a comprar as hipotecas detidas pelas FMs -- avaliadas em $5 T, cerca de metade do total do mercado americano -- por um preço baixo.
Daqui por uns anos com a recuperação do sector imobiliário podem vendê-las, ou reprivatizar as FMs sob outra forma, e recuperar o investimento e até ter lucro.
Isto é benéfico para os mercados por 3 razões:
- garante a liquidez do mercado hipotecário
- retira grande parte da incerteza sobre a real situação do sistema financeiro (até aqui os bancos não confiavam uns nos outros porque ninguém sabia ao certo a exposição que os outros têm à crise hipotecária)
- psicologicamente dá um sinal de confiança ao mercado que os poderes instituídos não vão deixar degradar mais a situação
Para mim, que não percebo nada disto, parece-me uma decisão genial e no momento certo.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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William Poole, ex-presidente da Fed de St. Louis 2008-09-08 07:52
Salvamento da Fannie Mae e a Freddie Mac poderá custar 208 mil milhões de euros aos cofres dos EUA
O antigo presidente da Reserva Federal de St. Louis, William Poole, estima que os contribuintes dos Estados Unidos da América tenham que pagar uma factura de 300 mil milhões de dólares (208 mil milhões de euros) para salvar a Fannie Mae e a Freddie Mac – as duas maiores fontes para empréstimos à habitação na maior economia do mundo.
Mafalda Aguilar
"Não ficaria surpreendido se as suas perdas totais totalizassem 5% das suas obrigações contratuais" de cerca de 6 biliões de dólares, afirmou Poole, numa entrevista concedida à Bloomberg Rádio. "Cinco por cento não me parece uma estimativa irrazoável", sublinhou.
O responsável mostrou-se ainda agradado com o facto de as duas firmas - que possuem ou seguram cerca de metade do mercado hipotecário dos EUA - terem sido colocadas sob a tutela do regulador Federal House Finance Agency (FHFA), em vez da Reserva Federal norte-americana (Fed).
"É extremamente saudável que sejam o Congresso e o Tesouro, e não a Reserva Federal, a colocar dinheiro [na Fannie Mae e Freddie Mac]", notou Pool. "Não é o propósito de um banco central injectar dinheiro em companhias para a salvar da falência", acrescentou.
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 62347.html
Salvamento da Fannie Mae e a Freddie Mac poderá custar 208 mil milhões de euros aos cofres dos EUA
O antigo presidente da Reserva Federal de St. Louis, William Poole, estima que os contribuintes dos Estados Unidos da América tenham que pagar uma factura de 300 mil milhões de dólares (208 mil milhões de euros) para salvar a Fannie Mae e a Freddie Mac – as duas maiores fontes para empréstimos à habitação na maior economia do mundo.
Mafalda Aguilar
"Não ficaria surpreendido se as suas perdas totais totalizassem 5% das suas obrigações contratuais" de cerca de 6 biliões de dólares, afirmou Poole, numa entrevista concedida à Bloomberg Rádio. "Cinco por cento não me parece uma estimativa irrazoável", sublinhou.
O responsável mostrou-se ainda agradado com o facto de as duas firmas - que possuem ou seguram cerca de metade do mercado hipotecário dos EUA - terem sido colocadas sob a tutela do regulador Federal House Finance Agency (FHFA), em vez da Reserva Federal norte-americana (Fed).
"É extremamente saudável que sejam o Congresso e o Tesouro, e não a Reserva Federal, a colocar dinheiro [na Fannie Mae e Freddie Mac]", notou Pool. "Não é o propósito de um banco central injectar dinheiro em companhias para a salvar da falência", acrescentou.
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/ ... 62347.html
As decisões fáceis podem fazer-nos parecer bons,mas tomar decisões difíceis e assumi-las faz-nos melhores.
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ouvi na TSF, agora a caminho do trabalho:
o dinheiro usado para "salvar" as primas Fredie e Mae, corresponde a cerca de 31 vezes........ o PIB portuges!
edit: os tais 31 vezes o PIB, será o valor total dos compromissos da Fredie e Mae, que teoricamente poderá cair no colo do Tesouro; 280B, será o valor injectado na sexta feira... se eu estiver a dizer alguma asneira, alguem me corrija
beijos e abraços
o dinheiro usado para "salvar" as primas Fredie e Mae, corresponde a cerca de 31 vezes........ o PIB portuges!

edit: os tais 31 vezes o PIB, será o valor total dos compromissos da Fredie e Mae, que teoricamente poderá cair no colo do Tesouro; 280B, será o valor injectado na sexta feira... se eu estiver a dizer alguma asneira, alguem me corrija
beijos e abraços
Editado pela última vez por lutav em 8/9/2008 10:07, num total de 1 vez.
Atomez Escreveu:A operação de salvamento das FMs em curso vai pôr um ponto final na crise financeira desencadeada pelas sub-prime.
Até ao fim do ano os mercados só têm uma direcção - para norte.
Se fosse assim que a crise se resolvesse, concerteza esta medida já teria sido tomada há mais tempo.
Isto é o sintoma final que a crise é gravíssima e, numa economia liberal, fazer-se uma nacionalização é francamente demonstrador de como a economia americana está.
É preciso deixar o mercado digerir isto tudo, e concerteza que teremos uma primeira reacção em alta.
Como eu tenho dito, até às eleições tudo vai ser feito para segurar o mercado. O grande problema vai ser depois.
É que a fábrica de fazer dollars vai ter que fechar, senão isto vai mesmo pelo cano abaixo.
Injecções de capital e mais injecções e agora esta "nacionalização" poderá ainda complicar mais. É que o "lixo" vai ter que ser varrido. E para já, estão só a escondê-lo.
Todo o cuidado é pouco.
Abraço
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A operação de salvamento das FMs em curso vai pôr um ponto final na crise financeira desencadeada pelas sub-prime.
Até ao fim do ano os mercados só têm uma direcção - para norte.
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http://edition.cnn.com/2008/POLITICS/06 ... index.html
As eleições americanas estão muito menos equilibradas do que parece... porque não se elege o presidente, elegem-se representantes que depois vão escolher o presidente e que estão alocados consoante o estado. E embora as percentagens a nível nacional ás vezes são quase iguais, dependendo da sondagem, o mapa de representantes está menos equilibrado.
A explicação do que aconteceu ao Al Gore, em que foi possível o Bush ganhar as eleições com menos votos populares que o Gore, explica a vantagem silenciosa do Obama. O Obama já "ganhou" alguns estados em relação ás eleições do Kerry/Bush e como se vê no mapa eleitoral da CNN o Obama presentemente está a ganhar em termos de representantes e com alguma vantagem.
Mas ainda faltam 2 meses e na prática é agora que começaram as campanhas eleitorais.
Não parece mas é. Vamos ter os debates entre candidatos a presidente e vice-presidente, tudo pode acontecer. A incerteza existe.
O Obama vai "chanjar" muita coisa de formas inovadoras e desconhecidas.
As eleições americanas estão muito menos equilibradas do que parece... porque não se elege o presidente, elegem-se representantes que depois vão escolher o presidente e que estão alocados consoante o estado. E embora as percentagens a nível nacional ás vezes são quase iguais, dependendo da sondagem, o mapa de representantes está menos equilibrado.
A explicação do que aconteceu ao Al Gore, em que foi possível o Bush ganhar as eleições com menos votos populares que o Gore, explica a vantagem silenciosa do Obama. O Obama já "ganhou" alguns estados em relação ás eleições do Kerry/Bush e como se vê no mapa eleitoral da CNN o Obama presentemente está a ganhar em termos de representantes e com alguma vantagem.
Mas ainda faltam 2 meses e na prática é agora que começaram as campanhas eleitorais.

O Obama vai "chanjar" muita coisa de formas inovadoras e desconhecidas.

Tenho que dizer que comecei a interessar-me pelas bolsas e mercados financeiros há uma década, quando trabalhei para várias empresas americanas da área de IT e tinha stock options.
Depois "descobri" a AT (muito por culpa deste site) e comecei a "entender" melhor a evolução de alguns stocks que acompanho (sobretudo tecnológicas americanas) Com um mix de AT e know how da actividade dessas empresas fiz alguns bons negócios. Sempre mais como hobby que outra coisa.
Mas percebi que os stocks individuais acompanham muito o mercado em geral. Quando o mercado sobe ou desce sgnificativamente, os stocks individuais acompanham-o e não há AT nem AF que lhes valha. E achava que tentar perceber e prever o mercado global estava aí uns 5 ou 10 níveis acima das minhas capacidades.
Eis que aparece este tópico com os excelentes artigos e insights do Fogueiro. E com eles comecei a ter a sensação que talvez não seja assim tão impossível entender os mercados em geral. É preciso é muito know how e muita experiência. Além de que se nota bem que o Fogueiro é daquelas raras pessoas que sabem do que falam...
Longa vida ao camarada Fog!
Depois "descobri" a AT (muito por culpa deste site) e comecei a "entender" melhor a evolução de alguns stocks que acompanho (sobretudo tecnológicas americanas) Com um mix de AT e know how da actividade dessas empresas fiz alguns bons negócios. Sempre mais como hobby que outra coisa.
Mas percebi que os stocks individuais acompanham muito o mercado em geral. Quando o mercado sobe ou desce sgnificativamente, os stocks individuais acompanham-o e não há AT nem AF que lhes valha. E achava que tentar perceber e prever o mercado global estava aí uns 5 ou 10 níveis acima das minhas capacidades.
Eis que aparece este tópico com os excelentes artigos e insights do Fogueiro. E com eles comecei a ter a sensação que talvez não seja assim tão impossível entender os mercados em geral. É preciso é muito know how e muita experiência. Além de que se nota bem que o Fogueiro é daquelas raras pessoas que sabem do que falam...
Longa vida ao camarada Fog!
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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e o próximo mês é...............
ora bem... estamos ainda no Verão mas o próximo mês é.......
Outubro.
até passar o Halloween e conseguir que o Fogueiro diga que se aproximam os melhores dois meses do ano... o melhor é estar quieto.
um abraço a todos
(especial para a Pata e Lutav (para quem não tem o prazer de conhecer pessoalmente, o Lutav é uma miuda timida loira com o peito demasiado longo para o corpo franzino)), a Pata não conheço.
ora bem... estamos ainda no Verão mas o próximo mês é.......
Outubro.
até passar o Halloween e conseguir que o Fogueiro diga que se aproximam os melhores dois meses do ano... o melhor é estar quieto.
um abraço a todos
(especial para a Pata e Lutav (para quem não tem o prazer de conhecer pessoalmente, o Lutav é uma miuda timida loira com o peito demasiado longo para o corpo franzino)), a Pata não conheço.
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Nemo, concordo plenamente!
Há pouco mais a dizer...
Os Indicadores da Toolbox estão ainda mais negativos, e o importante NYA (NYSE Composite Index) já fechou abaixo do seu mínimo de Julho.
O VIX voltou para cima da sua MM 40 semanas, que marca a fronteira histórica entre o conforto e o desconforto dos grandes Investidores (ver gráfico abaixo).
O NYLOW registou hoje 208 mínimos de 52 semanas no NYSE.
O desemprego nos EEUU chegou aos 6,1%, o mais alto desde Setembro de 2003.
Nos EEUU os incumprimentos de hipotecas já atingem 9%. No mês anterior estavam nos 7%.
Tudo isto aponta para que mais quedas virão.
Há pouco mais a dizer...
http://www.huffingtonpost.com/2008/08/2 ... 22224.html
Julgo que é este.
Abraço
PS. Um agradecimento especial ao Fogueiro por partilhar uma boa parte do seu saber publicamente.
Julgo que é este.
Abraço
PS. Um agradecimento especial ao Fogueiro por partilhar uma boa parte do seu saber publicamente.
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O discurso do McCain:
http://tinyurl.com/5njlyp
Lamento mas não encontrei o do Obama.
Seria interessante comparar
http://tinyurl.com/5njlyp
Lamento mas não encontrei o do Obama.
Seria interessante comparar
Be Cool Escreveu:...
Se, em 2000, "there was no clear winner until December" e o 2.º semestre teve -6,7%, então este ano, como também há "lots of uncertainity", poderá suceder igualmente um "broke of the pattern". Ou seja, continuamos para baixo.
Concordo.
A indecisão é pior para o Mercado do que uma má notícia conhecida.
Assisti em directo, na CNN, às 2 Convenções e aos comentários dos políticos de todos os quadrantes bem como analistas independentes, que se seguíram às intervenções dos candidatos e seus vice's.
Acho que o resultado de Novembro é imprevisível, qualquer dos lados pode ganhar e a diferença será muito pequena.
corvo47 Escreveu:Fogueiro Escreveu:Comentário semanal
Não costumo dizer que uma acção está “barata” mas abro uma excepção: a BG tem um P/S (Price/Sales) de 0,21 – dos mais baixos do Mercado. Este múltiplo não é manipulável como o PER, via engenharias contabilísticas, por isso gosto de olhar para ele antes de uma decisão de investimento.
Quando falas em BG referes-te a Bungue Lda ?
Cumprimentos
Sim, mas sem o 2º "u".
Bunge Ltd.(BG) is an integrated global agribusiness and food company spanning the farm-to-consumer food chain. Bunge processes, produces, moves, distributes and markets food on five continents.
Fogueiro Escreveu:Comentário semanal
Não costumo dizer que uma acção está “barata” mas abro uma excepção: a BG tem um P/S (Price/Sales) de 0,21 – dos mais baixos do Mercado. Este múltiplo não é manipulável como o PER, via engenharias contabilísticas, por isso gosto de olhar para ele antes de uma decisão de investimento.
Quando falas em BG referes-te a Bungue Lda ?
Cumprimentos
Comentário semanal
Na semana passada escrevi que estava inclinado a pensar que os profissionais regressariam de férias com instinto de Ursos. Assim foi: S&P500 perdeu 3,2% e o Nasdaq Composite 4,7% no conjunto das 4 sessões da semana. Não foi acerto de grande mérito, pois conheço alguns – e estavam todos com vontade de aumentar a liquidez…
Os Indicadores da Toolbox estão ainda mais negativos, e o importante NYA (NYSE Composite Index) já fechou abaixo do seu mínimo de Julho.
O VIX voltou para cima da sua MM 40 semanas, que marca a fronteira histórica entre o conforto e o desconforto dos grandes Investidores (ver gráfico abaixo).
O NYLOW registou hoje 208 mínimos de 52 semanas no NYSE.
O desemprego nos EEUU chegou aos 6,1%, o mais alto desde Setembro de 2003.
Nos EEUU os incumprimentos de hipotecas já atingem 9%. No mês anterior estavam nos 7%.
Tudo isto aponta para que mais quedas virão.
Uma efeméride: em Agosto a Ford (F) teve o mês mais fraco de vendas desde a II Guerra Mundial…
A Carteira NY está a sofrer com as posições longas em Commodities e Energia, mesmo assim mantendo-se acima de 32% de ganho, este ano – e o S&P 500 vai 15% negativo.
O dólar chegou hoje a cotar abaixo de 1.42 contra o euro, e de todo o lado chegam revisões em baixa do crescimento económico mundial. O conjunto EEUU, Europa e Japão está a consumir menos 1 milhão de barris de petróleo por dia. A China está à beira de uma crise no Imobiliário de grande dimensão.
Estive a rever as nossas posições longas nestes Sectores e até reforcei, pessoalmente, nalgumas. Como são Calls, há sempre a possibilidade de exercer se estiverem “in the money”. Estou a pensar na CLF cujos Calls expiram em Outubro e na PXP, em Novembro – e podem não recuperar até lá, se bem que tiveram esta semana revisões em alta de vários analistas e mantêm ambas rankings Zacks 1 e Navellier A, ou seja Strong Buy.
Nota final: hoje, até às 11:30 o XLF, composto por 89 empresas do Sector Financeiro, estava negativo. Sem que qualquer notícia justificasse, a partir dessa hora apareceu forte compra que o levou a estar agora, no AH, com um ganho de 6,8%.
A FANNIE MAE (FNM) e o FREDDIE MAC (FRE) apenas pesam, respectivamente, 0,41% e 0,19% no XLF (o Bank of America Corp. (BAC) tem um peso de 8,37%) – para ver a composição e ponderação: http://www.sectorspdr.com/spdr/composition/?symbol=XLF
Depois do fecho saiu a notícia de que, provavelmente durante o fim-de-semana, o Tesouro anunciará a injecção de capital nas FRE e FNM.
http://online.wsj.com/article/SB122064650145404781.html
Estas duas caíram a pique no AH, mas o XLF continuou a subir, o que não admira dado o peso mínimo que elas têm no XLF.
Aparentemente esta medida é boa para as restantes financeiras, apesar de muitas possuírem acções preferenciais das FRE e FNM, dado o bom Yield que tinham.
Teremos que aguardar os pormenores da operação para avaliar o impacto no Sector Financeiro – mas parece que a notícia revelada depois do fecho foi conhecida por muitos pelas 11:30.
O que estranho é a dupla FRE-FNM só ter iniciado a queda após o fecho, quando da divulgação da notícia...
Dá que pensar!
Ver abaixo o gráfico de 10 minutos do XLF, hoje.
Na semana passada escrevi que estava inclinado a pensar que os profissionais regressariam de férias com instinto de Ursos. Assim foi: S&P500 perdeu 3,2% e o Nasdaq Composite 4,7% no conjunto das 4 sessões da semana. Não foi acerto de grande mérito, pois conheço alguns – e estavam todos com vontade de aumentar a liquidez…
Os Indicadores da Toolbox estão ainda mais negativos, e o importante NYA (NYSE Composite Index) já fechou abaixo do seu mínimo de Julho.
O VIX voltou para cima da sua MM 40 semanas, que marca a fronteira histórica entre o conforto e o desconforto dos grandes Investidores (ver gráfico abaixo).
O NYLOW registou hoje 208 mínimos de 52 semanas no NYSE.
O desemprego nos EEUU chegou aos 6,1%, o mais alto desde Setembro de 2003.
Nos EEUU os incumprimentos de hipotecas já atingem 9%. No mês anterior estavam nos 7%.
Tudo isto aponta para que mais quedas virão.
Uma efeméride: em Agosto a Ford (F) teve o mês mais fraco de vendas desde a II Guerra Mundial…
A Carteira NY está a sofrer com as posições longas em Commodities e Energia, mesmo assim mantendo-se acima de 32% de ganho, este ano – e o S&P 500 vai 15% negativo.
O dólar chegou hoje a cotar abaixo de 1.42 contra o euro, e de todo o lado chegam revisões em baixa do crescimento económico mundial. O conjunto EEUU, Europa e Japão está a consumir menos 1 milhão de barris de petróleo por dia. A China está à beira de uma crise no Imobiliário de grande dimensão.
Estive a rever as nossas posições longas nestes Sectores e até reforcei, pessoalmente, nalgumas. Como são Calls, há sempre a possibilidade de exercer se estiverem “in the money”. Estou a pensar na CLF cujos Calls expiram em Outubro e na PXP, em Novembro – e podem não recuperar até lá, se bem que tiveram esta semana revisões em alta de vários analistas e mantêm ambas rankings Zacks 1 e Navellier A, ou seja Strong Buy.
Nota final: hoje, até às 11:30 o XLF, composto por 89 empresas do Sector Financeiro, estava negativo. Sem que qualquer notícia justificasse, a partir dessa hora apareceu forte compra que o levou a estar agora, no AH, com um ganho de 6,8%.
A FANNIE MAE (FNM) e o FREDDIE MAC (FRE) apenas pesam, respectivamente, 0,41% e 0,19% no XLF (o Bank of America Corp. (BAC) tem um peso de 8,37%) – para ver a composição e ponderação: http://www.sectorspdr.com/spdr/composition/?symbol=XLF
Depois do fecho saiu a notícia de que, provavelmente durante o fim-de-semana, o Tesouro anunciará a injecção de capital nas FRE e FNM.
http://online.wsj.com/article/SB122064650145404781.html
Estas duas caíram a pique no AH, mas o XLF continuou a subir, o que não admira dado o peso mínimo que elas têm no XLF.
Aparentemente esta medida é boa para as restantes financeiras, apesar de muitas possuírem acções preferenciais das FRE e FNM, dado o bom Yield que tinham.
Teremos que aguardar os pormenores da operação para avaliar o impacto no Sector Financeiro – mas parece que a notícia revelada depois do fecho foi conhecida por muitos pelas 11:30.
O que estranho é a dupla FRE-FNM só ter iniciado a queda após o fecho, quando da divulgação da notícia...
Dá que pensar!
Ver abaixo o gráfico de 10 minutos do XLF, hoje.
- Anexos
-
- XLF - 5.9.2008.png (11.3 KiB) Visualizado 9290 vezes
-
- VIX - 5.9.2008.png (12.53 KiB) Visualizado 9293 vezes
Fogueiro Escreveu:Estando a Carteira NY bem servida de Puts sobre Financeiras, esta semana investi alguma da muita liquidez disponível em Calls sobre Energia e Commodities.
really smart money
.
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Comentário semanal
Com o fim-de-semana prolongado e os profissionais de férias, os volumes baixos são pouco propícios a comentários relevantes.
Resta saber se no seu regresso vêm com instinto de Touros ou de Ursos. Estou mais inclinado para a última hipótese.
A tendência principal continua negativa (vulgo Bear Market) e o Nasdaq (que tem sido o motor de arranque dos Bull Markets) tem tido um comportamento muito fraco.
Os únicos números animadores foram os do PIB, mas a) foi à custa de forte aumento das exportações devido ao dólar fraco e b) pelos cheques distribuídos. Ora a) o dólar revalorizou em Agosto e a tendência parece não ser de inverter, e os compradores europeus e japoneses estão agora em crise óbvia comprando menos, e b) os cheques incidiram num trimestre, está visto que já se esgotaram e não terão continuidade.
A crise do Sector Financeiro continua, e o que vimos cheira-me mais a um grande pulo de gato morto do que inversão da tendência de queda.
Penso que este rally das Financeiras chegou ou está a chegar ao fim, e os Sectores relacionados com a Energia e com as Commodities vão recuperar o uptrend.
Estando a Carteira NY bem servida de Puts sobre Financeiras, esta semana investi alguma da muita liquidez disponível em Calls sobre Energia e Commodities.
Não me surpreenderia ainda alguma volatilidade nestas, por isso iniciei posições cautelosas, para reforçar em eventuais correcções.
Não costumo dizer que uma acção está “barata” mas abro uma excepção: a BG tem um P/S (Price/Sales) de 0,21 – dos mais baixos do Mercado. Este múltiplo não é manipulável como o PER, via engenharias contabilísticas, por isso gosto de olhar para ele antes de uma decisão de investimento.
Com o fim-de-semana prolongado e os profissionais de férias, os volumes baixos são pouco propícios a comentários relevantes.
Resta saber se no seu regresso vêm com instinto de Touros ou de Ursos. Estou mais inclinado para a última hipótese.
A tendência principal continua negativa (vulgo Bear Market) e o Nasdaq (que tem sido o motor de arranque dos Bull Markets) tem tido um comportamento muito fraco.
Os únicos números animadores foram os do PIB, mas a) foi à custa de forte aumento das exportações devido ao dólar fraco e b) pelos cheques distribuídos. Ora a) o dólar revalorizou em Agosto e a tendência parece não ser de inverter, e os compradores europeus e japoneses estão agora em crise óbvia comprando menos, e b) os cheques incidiram num trimestre, está visto que já se esgotaram e não terão continuidade.
A crise do Sector Financeiro continua, e o que vimos cheira-me mais a um grande pulo de gato morto do que inversão da tendência de queda.
Penso que este rally das Financeiras chegou ou está a chegar ao fim, e os Sectores relacionados com a Energia e com as Commodities vão recuperar o uptrend.
Estando a Carteira NY bem servida de Puts sobre Financeiras, esta semana investi alguma da muita liquidez disponível em Calls sobre Energia e Commodities.
Não me surpreenderia ainda alguma volatilidade nestas, por isso iniciei posições cautelosas, para reforçar em eventuais correcções.
Não costumo dizer que uma acção está “barata” mas abro uma excepção: a BG tem um P/S (Price/Sales) de 0,21 – dos mais baixos do Mercado. Este múltiplo não é manipulável como o PER, via engenharias contabilísticas, por isso gosto de olhar para ele antes de uma decisão de investimento.
Ja agora pohno aqui um artigo de hoje sobre isso mesmo, do défice, trading balance e afins.
The Dollar's Slide Isn't Over
By Morgan Housel
August 27, 2008
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The U.S. dollar has been a rock star in recent weeks, reaching its highest level against the euro in six months. And what a treat it's been: A stronger dollar means lower oil prices, which resuscitates consumers.
Few disagreed the dollar was getting pounded into the ground at a nutty pace. Last month, bond king Bill Gross said the euro was 30% overvalued against the dollar. Our greenback was due for a good rally, and it got it. But that doesn't mean its dark days are tucked away for good.
Not by a long shot.
But, but, but ...
Dollar bulls love to preach the balancing mechanisms of a weak dollar. Weakness leads to increased exports, and higher profits for companies like Coca-Cola (NYSE: KO), Boeing (NYSE: BA), Procter & Gamble (NYSE: PG), and eBay (Nasdaq: EBAY). This is true, but the amount Americans rely on imports towers over how much they manufacture and sell. Our 2007 trade deficit was more than $700 billion. Claiming exports will take care of the dollar's woes is like saying your lunch is healthy because a Diet Coke compensated for your Big Mac. Make it 700 billion Big Macs.
And national debt? That didn't go away either. It's still $9.6 trillion -- over a quarter of which is owned by foreign investors holding a financial hand grenade over our heads. Almost 10% of tax revenue now goes toward paying the interest on public debt. Budget deficits haven't dwindled either-- the 2009 gap is expected to come in at nearly half a trillion dollars.
Get ready for more dollar pain
Think of the dollar's value as the nation's stock price. If a company spends more than it makes, its net worth falls. Running never-ending deficits in your personal finances leads to eventual ruin, of course, but somehow people believe that if those deficits are formed within a country, they're spared from logic. But they're not. As a nation that spends more than it earns, the value of our stock erodes. Adding more zeros to something doesn't make it go away. Not even America can escape the confines of arithmetic.
But in march the charlatans: Pish posh! Who says a country can't spend more than it makes?! In fact, Vice President Dick Cheney once opined to the Treasury secretary that, "deficits don't matter." The thought behind this theory is that governments have the ability to print money. Alan Greenspan trumpeted this gift, stating, "There is virtually no meaningful limit to what we could inject into the system ..." Even better, the U.S. has the luxury of selling seemingly endless amounts of debt to foreigners. Sweet! Who says "there's no such thing as a free lunch"?
Sadly, there're a few holes in this theory. For anything to be valuable, it has to be scarce. Print more money, and its scarcity (value) goes down. Ask the poor folks of Zimbabwe about this. And the thought that "Foreigners will buy our debt forever" holds about as much truth as the 2001-2007 motto of "Housing prices will go up forever." Anything done in excess will recede at some point, at which time those reliant on the kindness of strangers learn the meaning of the phrase, "In over your head."
Just to clarify how serious foreign investors take this issue, last week a former member of China's central bank reiterated the consequences of Fannie Mae (NYSE: FNM) and Freddie Mac (NYSE: FRE) troubles by warning, "If it is not the end of the world, it is the end of the current international financial system.'' Mm-hmm.
But back to the debt load. Here're some numbers for you to mull over:
Year
Consumer Debt
National Debt
Debt Growth
GDP Growth
2001
$1.89 trillion
$5.81 trillion
3.83%
0.8%
2002
$1.99 trillion
$6.22 trillion
6.87%
1.6%
2003
$2.10 trillion
$6.78 trillion
8.01%
2.5%
2004
$2.22 trillion
$7.38 trillion
8.00%
3.6%
2005
$2.31 trillion
$7.93 trillion
6.75%
2.9%
2006
$2.41 trillion
$8.50 trillion
6.62%
2.8%
2007
$2.55 trillion
$9.01 trillion
5.85%
2%
Q2 2008
$2.57 trillion
$9.63 trillion
5.46%
1.9%
Sources: Federal Reserve, U.S. Treasury, Bureau of Economic Analysis
Yes, consumer and national debt grew almost three times as fast as GDP over the last seven years. If you ponder these numbers for a while and ask yourself, "How much longer can that continue?" and conclude, "Not much longer," you're onto something.
OK, enough ranting
I'd expect you to raise an eyebrow if I told you the dollar was about to turn into confetti in the next few years. It isn't. But what is practically written in stone is that consumers and governments alike will eventually be forced to spend within their means, and higher interest rates are all but guaranteed when foreign investors begin to question our ability to service debt without overheating the printing presses. Add it all up, and the dollar's woes are far from over.
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