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Caldeirão da Bolsa

Barragens Sim ou Não??

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Barragens

por serralva » 10/7/2008 13:15

Barragens:sim ou não?

Algumas, sim; outras não.Foz Côa, não.Será um crime de lesa-natureza destruir aquele património paisagístico tão belo!Será que não conseguimos alternativas para aquela energia que lá será produzida?Nem é tanta como isso!

Por ourto lado, deixemo-nos de irrealismos e consideremos a energia nuclear como uma opcção a pôr em cima da mesa.Apesar da enorme intoxicação dos anos 70; o nuclear é hoje muito mais seguro.E não há nada mais barato!
 
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por Elias » 10/7/2008 9:28

Take your time, man :wink:
 
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por Dwer » 9/7/2008 18:14

Elias Escreveu:
Dwer Escreveu:Penso que a legislação deve ser revista através do consenso entre a necessidade de proteger o ambiente e a necessidade energética do país.


Voltamos à mesma questão: defendes a necessidade de haver consenso entre protecção versus desenvolvimento, sem contudo dizeres onde se deve traçar a linha.

Dwer Escreveu:Penso que faz sentido continuar a criar zonas de protecção especial mas levando em conta o aproveitamento energético que se possa efectuar nessas zonas.


Para proteger o quê, exactamente?

Repara que a partir do momento em que pões em causa a actual rede de ZPE's e sugeres que a legislação seja revista, estás a sugerir implicitamente que com a legislação actual se está a tentar proteger demasiados valores naturais (isto é, que há demasiadas ZPE's ou que elas são inadequadas, tendo em conta as necessidades energéticas). Se a legislação for revista, como sugeres, será então necessário estreitar a lista de valores a proteger. A ser assim, que critérios devemos usar para separar o que deve ser sacrificado daquilo que deve ser salvaguardado?

Dito de outra forma, há alguns valores naturais ou patrimoniais que, em tua opinião, devam ser preservados a todo o custo, ou devemos ir sacrificando o que for necessário ad infinitum a bem do progresso, do desenvolvimento e das necessidades energéticas do país?

Esta é a grande questão (que já tenho discutido com diversas pessoas) e para qual continuo a não encontrar uma resposta.

1 abraço,
Elias


Agora sou eu que preciso de tempo para pensar. ;)
Abraço,
Dwer

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comentário

por jotabilo » 9/7/2008 17:30

Caros

Há uma teoria geológica que refere que por aquela zona de fozcoa até Celorico, corria o grande rio que no tempo do pangeia, ia desaguar à figueira da foz.
Este grande rio que corria no velho vale de vilariça continuava pelo vale da ribeira da centieira (Rib dos Piscos) e ia entroncar o actual rio Mondego quando ele deiza de ser o Mondeguinho perto de Celorico.
Há cerca de cinco biliões de anos toda a zona de Foscoa e Pocinho sofreram alterações geológicos passando as rochas sedimentares a metamórficas como atestam as celebradas lousas de foscoa.
Ao tal grande rio sucedeu-lhe o rio Douro que corre num vale relativamente novo e que toma um rumo para leste.
A zona que eu conheço bem tem outros testemunhos que atestam a sua antiguidade.
As gravuras que em 90 do Sec XX deram aquela algazarra toda já tinha sido referidas em 60 pelo Dr Adriano Vasco Rodrigues no jornal Ribadouro editado em Lamego.
As gravuras são de facto antigas e digo isto porque foram encontrados na mesma zona outros artefactos relativamente antigos. Refiro por exemplo a estela de Longroiva que data cerca de mil e cem anos antes de cristo.
Naturalmente que as gravuras são mais antigas datando de cerca de 10 mil a 20 mil AC.
Aquela zona está bem dentro do portugal profundo e daí o fiasco que, concordo, tudo aquilo constitui.

cumps

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por James Wheat » 9/7/2008 17:05

Uns 'bitaites' rápidos :mrgreen: , que não tenho tempo para mais. Além de que gostei bastante do post do Elias - cheers ! - o qual julgo resume bem a temática.
Na minha opinião... é uma boa decisão avançar com as barragens. É desde logo um escândalo, para mim, o que se passou com as famosas gravuras de Foz Côa.
Vejamos: aceito que as barragens não são inócuas. Trazem infelizmente os seus custos - sobretudo ambientais -, mas isso acaba por estar, queira-se ou não, largamente suplantado por vantagens económicas e inclusive algumas ambientais (sendo uma energia 'mais' limpa, substitui fontes energéticas mais poluentes), pelo que o balanço não me deixa dúvidas.
O meu ponto é: infelizmente não há solução perfeita, 100% vantajosa. De igual forma que o progresso e o bem estar do Homem na Terra não lhe trouxe só - à Terra, planeta onde vivemos - beneficio. Na exploração dos recursos há, infelizmente, quase sempre uma perda (que se quer sempre minimizada, óbviamente !) associada à promoção do bem-estar do Homem. Pensar o contrário ou é inocência ou demagogia pura. A mesma demagogia que fez de Foz Côa o fiasco que é, tudo por causa de gravuras que ninguém conseguiu ainda provar, de forma inquestionável, que têm efectivamente algo de paleolítico.
Over & out.
James Wheat
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por Elias » 9/7/2008 16:46

Dwer Escreveu:Penso que a legislação deve ser revista através do consenso entre a necessidade de proteger o ambiente e a necessidade energética do país.


Voltamos à mesma questão: defendes a necessidade de haver consenso entre protecção versus desenvolvimento, sem contudo dizeres onde se deve traçar a linha.

Dwer Escreveu:Penso que faz sentido continuar a criar zonas de protecção especial mas levando em conta o aproveitamento energético que se possa efectuar nessas zonas.


Para proteger o quê, exactamente?

Repara que a partir do momento em que pões em causa a actual rede de ZPE's e sugeres que a legislação seja revista, estás a sugerir implicitamente que com a legislação actual se está a tentar proteger demasiados valores naturais (isto é, que há demasiadas ZPE's ou que elas são inadequadas, tendo em conta as necessidades energéticas). Se a legislação for revista, como sugeres, será então necessário estreitar a lista de valores a proteger. A ser assim, que critérios devemos usar para separar o que deve ser sacrificado daquilo que deve ser salvaguardado?

Dito de outra forma, há alguns valores naturais ou patrimoniais que, em tua opinião, devam ser preservados a todo o custo, ou devemos ir sacrificando o que for necessário ad infinitum a bem do progresso, do desenvolvimento e das necessidades energéticas do país?

Esta é a grande questão (que já tenho discutido com diversas pessoas) e para qual continuo a não encontrar uma resposta.

1 abraço,
Elias
 
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por Dwer » 9/7/2008 16:23

Elias Escreveu:
Dwer Escreveu:Estes limites encontram-se fixados por lei (a lei que determinou as ZPE). Os actuais limites foram determinados com base em estudos feitos pelas instituições com competência para os efectuar (nomeadamente o Instituto da Conservação da Natureza). Repara que ao defender a construção da barragem estás colocar em causa os limites actuais e, implicitamente, a sugerir que eles não são adequados. No entanto, não apresentas nenhuma alternativa.

Deixa-me então colocar a questão de forma mais simples: concordas com a criação de ZPE's que tenham em vista a conservação da natureza e que não possam em caso algum ser destruídas ou, pelo contrário, tendo presentes as permanentes necessidades de desenvolvimento que são expectáveis para o futuro, consideras que não faz sentido estar a criar Zonas de Protecção Especial de que podemos vir a ter de prescindir amanhã?

1 abraço,
Elias


Ah, ok, estavas a falar de limites legais.
Os governos que nos têm governado têm feito previsões risíveis sobre o preço do petróleo. Têm errado à volta de 100%, todos os anos.

Suponho que os estudos que levaram às ZPEs foram feitos descurando o potencial hídrico das zonas classificadas. Penso que a legislação deve ser revista através do consenso entre a necessidade de proteger o ambiente e a necessidade energética do país.
Penso que faz sentido continuar a criar zonas de protecção especial mas levando em conta o aproveitamento energético que se possa efectuar nessas zonas. Hídrico, eólico e solar. Os geradores eólicos assim como as quintas solares não são exactamente uma melhoria para o ambiente, tal como as barragens.
Editado pela última vez por Dwer em 9/7/2008 17:48, num total de 1 vez.
Abraço,
Dwer

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por trial » 9/7/2008 16:00

A nível mundial existe um potencial hidráulica mais 40 triliões watt por ano , o mundo pode passar ser este contributo ?

Conhecem alguma forma de energia sem custo para o meio ambiente só a solar terá menos "defeitos "

Todos utilizamos no nosso dia a dia a electricidade, desculpem mas há uma certa hipocrisia.

Ex:

Todos fazemos lixo mas não queremos nem incineradoras nem aterros sanitários perto de nos .
 
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por Elias » 9/7/2008 10:21

Dwer Escreveu:Sinceramente, não domino a questão ecológica o suficiente para poder determinar esses limites.


Estes limites encontram-se fixados por lei (a lei que determinou as ZPE). Os actuais limites foram determinados com base em estudos feitos pelas instituições com competência para os efectuar (nomeadamente o Instituto da Conservação da Natureza). Repara que ao defender a construção da barragem estás colocar em causa os limites actuais e, implicitamente, a sugerir que eles não são adequados. No entanto, não apresentas nenhuma alternativa.

Deixa-me então colocar a questão de forma mais simples: concordas com a criação de ZPE's que tenham em vista a conservação da natureza e que não possam em caso algum ser destruídas ou, pelo contrário, tendo presentes as permanentes necessidades de desenvolvimento que são expectáveis para o futuro, consideras que não faz sentido estar a criar Zonas de Protecção Especial de que podemos vir a ter de prescindir amanhã?

1 abraço,
Elias
 
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por Dwer » 9/7/2008 4:46

Elias Escreveu:Tratando-se de uma matéria não mensurável (os custos não podem ser avaliados economicamente), não existe obviamente uma forma inequívoca de demostrar se os custos excedem os benefícios ou se é ao contrário. A análise custo / benefício vai depender sobretudo da percepção de cada um.

Tendo presente estas ideias, gostaria de te perguntar o seguinte: considerando os custos ambientais envolvidos, há algum limite que, em tua opinião, não deva ser ultrapassado?

1 abraço,
Elias


Lembrei-me agora de uma caso extremo: a barragem de Asuão no Egipto.

http://en.wikipedia.org/wiki/Aswan_Dam

Possibilitou a electrificação do Egipto. Com custos ambientais e culturais enormes.
Uma curiosidade que podemos relacionar com Foz Côa.
Abu Simbel; dois enormes templos do tempo de Ramsés II que foram desmontados e reconstituídos num sítio suficientemente alto para não ser submergido pela Albufeira.

Para mim Asuão, determina o limite do que é aceitável ecologicamente e culturalmente. Ultrapassa-o na realidade.
Abraço,
Dwer

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por Crómio » 9/7/2008 1:10

Elias,

Obrigado pela excelente exposição, fundamentada e não demagógica.

Agradeço também ao Dwer por ter dinamizado a coisa.

Um Abraço
There are two kinds of investors: those who don't know where the market is headed, and those who don't know that they don't know.

William Bernstein
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falas com desconhecimento de causa

por tarzan tchetcheno » 8/7/2008 22:28

SMALL2007 Escreveu: Mas quantos alentejanos continuam a trabalhar no Alqueva, se descontarmos aqueles que dão as indicações à beira da estrada? 4?


falas com desconhecimento de causa, só do PS tens mais de 20 Alentejanos a trabalhar no Alqueva (EDIA). Aquilo é uma mina de tachos que dá para muitos.

Tens o anterior Governador Civil de Évora (que quando era candidato à câmara nunca passava dos 20%), e só de évora que eu conheça estão lá mais de 10 pessoas, depois deve haver as de Beja. E não é tudo PS também há PSD's. :mrgreen:

Mas se vires bem a coisa quando se abre uma coisa qualquer em Portugal (Institutos, Empresas Públicas, etc...) tens logo dezenas de tipos com as quotas caducadas que se apresentam a dizer que são do Partido A ou B e assim que asseguram o tacho vão logo pagar as quotas e mostrar-se nas reuniões.

Tenho um amigo que acabou o curso foi à sede do Partido e em 48h00 estava a trabalhar numa câmara municipal (e lá teve que +pagar as quotas, coisa que não fazia à 5 anos - por caso o partido não era nenhum dos supra-citados).

Como se vê isto dá para todos.

Quanto às barragens, por mim devem fazê-las à vontade, com dinheiros públicos de preferência desde que deixem um ou outro rio livre para a postura dos ovos da Lampreia. Que sem uma lampreia por ano o meu fígado começa logo a dar notícias desagradáveis.
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por RandomWalk » 8/7/2008 20:17

Parabens elias pela tua exposição do problema.

A clareza dos argumentos, dos prós e dos contras, permitirá a cada um de nós a formulação de uma opinião, de acordo com a prespectiva que cada um tenha.

Do meu lado sou a favor da preservação do património ambiental.

Sou a favor da mudança de hábitos.

Sou a favor de um investimento massivo em investigação e desenvolvimento de tecnologias limpas, com o menor impacto possível no meio ambiente e qualidade de vida.

E não me agrada nada imaginar um futuro em que não exista no país um único rio preservado e protegido da nossa voracidade energética.

Aos poucos ficaremos apenas com as taínhas do rio douro a preencher a ementa de peixe dos restaurantes da região.... e lagos artificiais, com agua verde, sem oxigénio, que não conseguem suportar qualquer outro tipo de vida que não as algas que se aproveitam desse "paraíso morto"
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por CerealKiler » 8/7/2008 17:56

guardar àgua, é vital.
 
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por SMALL2007 » 8/7/2008 17:33

As barragens são óptimas.
As Mega-barragens então fazem delícias dos suspeitos do costume.
São óptimas para as fábricas de cimento, construtoras, políticos, fabricantes de motos de água, etc, etc. Tudo tendencialmente amantes da natureza.
Amantes da Natureza esses que normalmente passam por parvos, tótós, negativos, etc....Bom, muitas vezes são-no mesmo, especialmente pelos argumentos retrogados tipo "paz e amor" que usam, por ignorância ou lavagem ao cérebro feito por alguns partidos que os usam.

Claro que as populações locais gostam da actividade à volta de uma barragem. Não têm empregos! Mas quantos alentejanos continuam a trabalhar no Alqueva, se descontarmos aqueles que dão as indicações à beira da estrada? 4?

Uma vez vi a entrada de uma "conferência da água" em Lisboa, e até me assustei com as presenças e os argumentos do costume. A corte era uma coisa assustadora.
Guardar água? Com espanha a ter montes de barragens a juzante? Devem estar à espera que quando for mesmo necessário, os nossos vizinhos nos deixem beber. Só se pode fazer isso com rios de nascente em Portugal, ou 100% tugas.

Mini-hidrícas? nã....mini soluções para grandes problemas? não.

A rega: As vinhas regadas à grande servem para pouco, porque estamos a dar soro à vinha, em vez de a obrigar a escavar por ela própria à procura das linhas de água. Os vinhos ficam sem "terroir", sabem todos ao mesmo, à mesma fórmula, o excesso de alcool tapa tudo. As vinhas duram pouco, não resistem às doenças.

Os espanhóis já rebentaram com os seus terrenos, e preparam-se para o olival intensivo e coisas do género cá deste lado. Em 10/20 anos vamos ficar sem as melhores terras de toda a EUROPA. Isto porque não tivemos guerra, contaminações de urânio e grandes doses de DDT.

Quanto não daria um alemão para ter a terra que nós temos. Do que é que se lembram quando pensam na Nova Zelância? das barragens ou da terra intocada?

Portugal só tem hipótese virando-se totalmente para a agricultora sustentada, biológica e mais ainda, biodinâmica, mesmo em grande escala. O resto mais vale comprar aos outros, qual é o problema? Vendemos biodinâmica o bilógicas, compramos os tomates marroquinos cheios de químicos. Cada um come aquilo que consegue pagar, mas deve produzir o melhor possível e com o maior valor acrescentado possível.

Mas é muito complicado PARECER do contra, ter argumentos negativos em vez do típico positivismo do "anda para a frente e depois logo se vê" é preciso é fazer. Estar contra o TGV quando não temos linha férrea digna desse nome em Portugal, estar contra a OTA e ALCOCHETE, quando mais um mini-aeroporto resolvia a questão, estar contra o túnel do Marquês, quando agora todos até acham bem (já se esqueceram do custo, do que NÃO foi realizado graças a ter existido a pressão) etc, etc.
Cumprimentos,
SMALL
 
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por Dwer » 8/7/2008 17:31

Elias Escreveu:Dwer,

Gostaria de comentar um dos aspectos que referes:

Dwer Escreveu:Aos custos, reduzo-os aos ambientais: destruição de habitats e biodiversidade e conspurcação da paisagem.

O nuclear tem o custo acrescido da gestão de resíduos, claro.

Tendo em conta estes custos e os benefícios que considerei acima, não tenho dúvidas que os benefícios superam em muito, mas muito, os custos.


Tratando-se de uma matéria não mensurável (os custos não podem ser avaliados economicamente), não existe obviamente uma forma inequívoca de demostrar se os custos excedem os benefícios ou se é ao contrário. A análise custo / benefício vai depender sobretudo da percepção de cada um.

Tendo presente estas ideias, gostaria de te perguntar o seguinte: considerando os custos ambientais envolvidos, há algum limite que, em tua opinião, não deva ser ultrapassado?

1 abraço,
Elias


Sinceramente, não domino a questão ecológica o suficiente para poder determinar esses limites.

Deixa-me por a coisa assim: eu sou o primeiro ministro e tu o ministro do ambiente.
As barragens vao ser construídas. Tu estás mandatado para fazeres o pssível para minimizar o impacto ambiental e tens poder de veto. O que fazias e o que vetavas?

E agora ao contrário: tu és primeiro-ministro e eu ministro da energia. Qual era a tua política energética. O que me deixavas construir?
Abraço,
Dwer

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por sargotrons » 8/7/2008 17:03

Excelente e abrangente análise Elias, também há que dar mérito ao Dwer por ter te desafiado!

Escrevo só para acrescentar algo que acho que é de se notar, que é o potencial crescente de três valores: O ambiental, o da energia, e o valor da própria água doce.

O noção de valor ambiental como tu muito bem referiste é crescente e inestimável e o que se perde muito dificilmente se recupera.

O crescente valor da energia acho que é óbvio nos dias que correm!

A água doce será um bem cada vez mais valioso, a Catalunha e Israel que o digam, para não falar de outro mundo que é a África! O exemplo extremo é os conflitos seculares no "Sahel", a fronteira que atravessa África de uma ponta à outra, entre o Sahara e as florestas tropicais. Há um excelente artigo na National Geographic, deixo aqui o link:
http://ngm.nationalgeographic.com/2008/ ... -text.html

Reservas estratégicas de água num futuro próximo serão fundamentais a nível global, aliás já é o bem que a falta faz mais prejuízos a nível global, que nós felizmente ou infelizmente tomamos como garantido.

Eu não tenho opinião formada sobre se deve ou não construir a Barragem do Sabor, a minha opinião/exigência é somente que todos os passos e estudos que levam à tomada de decisão sejam feitos com rigor. Passos esses que também passam pela nossa participação e discussão quer na consulta publica quer na sociedade civil sendo este tópico um bom exemplo.

cheers
Não faz mal!...
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por Elias » 8/7/2008 16:58

Dwer,

Gostaria de comentar um dos aspectos que referes:

Dwer Escreveu:Aos custos, reduzo-os aos ambientais: destruição de habitats e biodiversidade e conspurcação da paisagem.

O nuclear tem o custo acrescido da gestão de resíduos, claro.

Tendo em conta estes custos e os benefícios que considerei acima, não tenho dúvidas que os benefícios superam em muito, mas muito, os custos.


Tratando-se de uma matéria não mensurável (os custos não podem ser avaliados economicamente), não existe obviamente uma forma inequívoca de demostrar se os custos excedem os benefícios ou se é ao contrário. A análise custo / benefício vai depender sobretudo da percepção de cada um.

Tendo presente estas ideias, gostaria de te perguntar o seguinte: considerando os custos ambientais envolvidos, há algum limite que, em tua opinião, não deva ser ultrapassado?

1 abraço,
Elias
 
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por Dwer » 8/7/2008 16:32

Excelente Elias. Obrigado pelo artigo.

Só para situar a minha opinião: não tenho dúvidas nenhumas que a construção de barragens não traz benefícios para as populações. Não cria emprego.
Destrói habitats e mancha a paisagem. Não desenvolve ou desenvolve pouco o turismo e não cria biodiversidade.

Sobre estas questões, o teu texto só veio reforçar o que eu suspeitava.

Só estou a equacionar barragens para aproveitamento eléctrico. Não me interessam as barragens para outros fins.

Para mim, a grande questão é a energética.
A energia gerada pelas barragens é limpa, renovável, de elevado rendimento e sobretudo, barata.

Aos preços a que a energia está actualmente, um país como Portugal não se pode dar ao luxo de se abster de aproveitar o potencial hídrico que tem.

A energia hídrica tem vantagens incomparavelmente superiores à energia solar, eólica e qualquer outra renovável.

Com um bom aproveitamento hídrico um plano nuclear, eólico e solar, penso que poderíamos ficar independentes do petróleo e provavelmente do gás e do carvão a curto prazo.

Isto teria um impacto ambiental enorme, em termos de emissões, e um impacto económico fantástico.

Aos custos, reduzo-os aos ambientais: destruição de habitats e biodiversidade e conspurcação da paisagem.

O nuclear tem o custo acrescido da gestão de resíduos, claro.

Tendo em conta estes custos e os benefícios que considerei acima, não tenho dúvidas que os benefícios superam em muito, mas muito, os custos.

Há ainda um aspecto a considerar: a retenção da água.
Tendo em conta que se perspectiva que depois do choque petrolífero, teremos um choque 'aquífero' pela frente, não me parece que este aspecto seja de desprezar.
Abraço,
Dwer

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por trial » 8/7/2008 16:25

Nos prós e contras não há vencedor, como detesto empates estou pelas vantagens ou haja coragem de fazer as centrais nucleares .
Não toquem é no meu bem estar, deu-me muito trabalho para aqui chegar .

Dos livros:

Vantagens : A produção de mais peixe em aquicultura, a produção de grandes quantidades de energia eléctrica, retenção de água para abastecimento populacional e para rega agrícola, potencialidades turísticas e possibilita também a regulação do fluxo de cheia.


Desvantagens: são a inundação de áreas agrícolas, a perda de vegetação e fauna do rio, as alterações nas migrações dos peixes e principalmente a interferência no transporte de sedimentos, que não seguem o seu curso natural (depositam-se nas albufeiras das Barragens), reforçando ainda mais a erosão costeira.
 
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por Elias » 8/7/2008 16:07

Conforme prometido, aqui fica então a minha opinião sobre a temática das barragens. A questão é complexa e daria para muito mais páginas, por isso neste post vou referir os aspectos que considero mais relevantes. Poderei depois desenvolver alguns dos aspectos referidos, se for caso disso.

Em primeiro lugar, devo referir que não sou contra a construção de barragens e muito menos contra o desenvolvimento. Acredito que todos têm direito ao bem-estar e acho legítimas as pretensões de maior bem-estar manifestadas pelas populações. Acredito também que os valores culturais e naturais podem e devem ser preservados, optando pelo chamado desenvolvimento sustentável (também do ponto de vista económico). Como conciliar as duas vertentes? Existe uma resposta para isso (que darei mais abaixo), mas a maioria das pessoas recusa-se a aceitá-la. Não é fácil. O modelo de desenvolvimento que tem vindo a ser adoptado pela sociedade não é, em minha opinião, sustentável no longo prazo e é isso que me leva a questionar alguns dos aspectos referidos nesta discussão.


Aspectos gerais
Antes de falar da barragem do Sabor em particular, gostaria de referir alguns aspectos gerais que deveriam ser tidos em consideração antes da construção de uma barragem.

Normalmente são invocados vários benefícios associados à construção de uma nova barragem; alguns dos mais frequentemente utilizados para justificar a viabilidade do projecto são os seguintes:

1. Criação de emprego
2. Desenvolvimento da agricultura (nomeadamente de regadio)
3. Combate à desertificação humana do interior do país
4. Desenvolvimento do turismo e consequentemente da economia
5. Criação de biodiversisade
6. Maior capacidade de produção de energia

Note-se que todos estes pontos, com excepção do último, correspondem sobretudo a expectativas criadas e não a resultados verificados na prática. Mas já lá vamos.

No que se refere aos custos, eles envolvem geralmente:

a. Fauna e Flora
b. Paisagem
c. Valores culturais

A questão que mais divide as opiniões (tanto dos que são contra como dos que são a favor) é, de alguma maneira, o peso relativo a atribuir a cada uma das partes (custos e benefícios). Uns defendem que os benefícios justificam os custos, outros defendem exactamente o contrário. Como em quase tudo na vida, há uma carga emocional associada à tomada de uma posição. Assim, os que defendem a barragem apontam baterias aos “ambientalistas radicais”, que são os culpados de a obra não ir para a frente; os que se opõem à construção da barragem criticam a “cultura do betão” e parece quererem a todo o custo impedir a destruição de certas zonas onde, contudo, raramente vão (veja-se o caso da Linha do Tua, que jaz esquecida mas da qual de repente toda a gente parece lembrar-se quando aparece o fantasma da submersão).
Em minha opinião, ambos os lados optam por uma postura errada.

No meio de tudo isto, aparecem os sucessivos governos que vão tomando decisões de avançar com algumas obras. Estas, apesar das expectativas criadas, não beneficiam as populações mais directamente afectadas pela obra nem a conservação da natureza. Têm objectivos sobretudo políticos.
Para resolver esta questão seria necessário repensar o modelo de desenvolvimento que queremos para o país.


Vejamos então, um por um, os vários pontos que referi:


BENEFÍCIOS
1. Criação de emprego
Este é quase sempre o primeiro argumento a aparecer para justificar uma grande obra; infelizmente a criação de emprego associada à construção é temporária enquanto que os danos causados pela barragem são permanentes; adicionalmente, como todos sabemos, os portugueses não gostam de trabalhar nas obras e por isso a maioria dos postos de trabalho criados é ocupada por mão-de-obra estrangeira, ou, nos casos que exigem mão-de-obra qualificada, por engenheiros “importados” do litoral. Deste modo, em termos de emprego, e apesar dos argumentos recorrentemente apresentados pelos políticos, a população do interior pouco beneficia destas obras.

2. Desenvolvimento da agricultura (nomeadamente de regadio)
O propósito de desenvolver a agricultura é nobre, mas oblitera vários aspectos importantes: primeiro, não há falta de água para a agricultura no país, particularmente no Douro; o Douro está cheio de barragens, porque não se começa por aproveitar a água dessas barragens para irrigar os terrenos? Que eu saiba essa água não é aproveitada para a agricultura. Por outro lado, embora seja legítimo defender os interesses dos agricultores locais, não nos podemos esquecer que estamos num mercado comum, onde não estamos sozinhos; os nossos vizinhos espanhóis, que já excederam as suas quotas de produção em diversos produtos, começaram a comprar propriedades no Alentejo, para poderem produzir cá o que não podem produzir em Espanha. Assim, nalguns casos os benefícios das barragens que supostamente se destinariam a ajudar a agricultura portuguesa revertem para Espanha. É isto que queremos?

3. Combate à desertificação humana do interior do país
Esta é talvez a expectativa mais irrealista de todas as que são criadas relativamente à construção de uma barragem; as grandes barragens do país encontram-se quase todas no interior (tendo o Douro a maior densidade de barragens de todo o território), e no entanto as zonas onde elas se encontram correspondem às zonas com menor densidade populacional; não tenho qualquer razão para acreditar que a barragem do Tua ou a do Sabor vão resolver um problema que as 30 grandes barragens que temos no interior não conseguiram. Este argumento é um embuste. Porquê? Porque a migração para o litoral nada tem a ver com a falta de água para o regadio, nem com inexistência de trabalho na construção civil. A baixa densidade populacional do interior é um fenómeno estrutural, que remonta à Idade Média e que reflecte a baixa produtividade e as difíceis condições de vida nessas regiões, associada à localização dos centros de poder no litoral.

4. Desenvolvimento do turismo e consequentemente da economia
A questão do turismo é terreno fértil para a criação de expectativas irrealistas. Acena-se com a hipótese de hordas de turistas que virão até à região visitar as gravuras (caso de Foz Coa, em que a barragem não foi construída) ou visitar a barragem (outros casos em que a barragem foi ou vai ser construída). A experiência demonstra o contrário: quantas pessoas visitam as nossas barragens para aí fazer turismo? Conforme até o rufa já reconheceu, o Douro, com as suas muitas barragens (construídas principalmente na década de 1950!) não está a ser aproveitado. Por outro lado, que tipo de turismo desejamos? Que modelo de desenvolvimento pretendemos? Estamos dispostos a sacrificar, de forma irreversível, o nosso património natural a troco de um turismo que poderá nunca existir? Porque não se pensa em aproveitar os valores naturais e culturais existentes e desenvolver rotas turísticas regionais aproveitando esses valores? Os activos turísticos já existem, não é preciso investir na sua criação, bastando apostar na promoção de um turismo sustentável que assente na valorização do património cultural e natural de cada região, alcançando, por essa via, um desenvolvimento do qual poderão efectivamente beneficiar as populações locais.

5. Criação de biodiversidade
Este argumento, já mencionado neste post, só pode ser invocado por desconhecimento do assunto. A conservação da biodiversidade implica que seja dada prioridade à conservação das espécies mais vulneráveis. O aparecimento de espécies comuns ou introduzidas como consequência da construção de uma barragem não só não representa qualquer benefício em termos de conservação da natureza, como pode inclusivamente actuar no sentido contrário, ao reduzir a biodiversidade total.

6. Maior capacidade de produção de energiaEste é o argumento mais forte de todos e o único que, em meu entender, pode justificar a construção de uma barragem. Contudo, a questão deve ser analisada com precaução. Qual é o real benefício em termos de energia produzida? Já volto a este tema mais adiante, depois de falar dos custos.


CUSTOS
a. Fauna e Flora
Muitas barragens são construídas em zonas sensíveis, onde existem espécies ameaçadas; quando algumas vozes se levantam em defesa desses valores, alguém trata de aplicar os adjectivos “fundamentalista” e “radical” a quem assim se manifesta. No entanto, não se pode ignorar que existem aspectos legais envolvidos. No caso do Sabor, essa zona goza de um estatuto de protecção legal (ZPE = Zona de Protecção Especial) que supostamente deveria garantir a sua conservação. Devido às pressões, sacrifica-se a ZPE em prol do suposto desenvolvimento (detalhado nos seis pontos anteriores). Não é a primeira vez que isto acontece (já aconteceu anteriormente na ZPE de Castro Verde, rasgada por uma auto-estrada e na ZPE do estuário do Tejo, rasgada por uma ponte). Independentemente da utilidade dos empreendimentos, mas lanço a todos os defensores das obras públicas em ZPE’s a seguinte questão: vale a pena conservar a natureza? Vale a pena definir zonas de protecção? Se sim, que critérios definiriam? Pergunto isto porque os critérios anteriormente definidos (ZPE’s) parecem não estar a dar resultado… Não será melhor assumirmos de uma vez por todas que não queremos conservar valores naturais nenhuns, o que nós queremos mesmo é barragens e o progresso do cimento (sem nos esquecermos de ir assinando umas petições para pararem com a destruição da Amazónia…)?

b. Paisagem
Este aspecto encontra-se estreitamente ligado ao anterior, embora os valores paisagísticos nem sempre sejam valorizados pela população local; o próprio conceito de paisagem é muito subjectivo, já que a paisagem, como hoje a conhecemos, foi sendo transformada ao longo dos séculos. No entanto, é bom lembrar que as paisagens naturais ou semi-naturais (como é o caso das zonas menos intervencionadas) têm vindo a atrair cada vez mais turistas. Assim, a conservação da paisagem e de certos habitats pode trazer benefícios económicos, pois são valiosos activos turísticos (mas isto é algo que neste país a maioria das pessoas não entende).

c. Valores culturais
Foz Coa é talvez o melhor exemplo. Hipotecou-se uma barragem a troco da conservação das gravuras. Não falta quem ponha em causa a autenticidade destas gravuras no que diz respeito à sua origem supostamente paleolítica (ainda ontem li aqui uma crónica do Miguel Sousa Tavares a falar disso). Bem, se assim é, então que credibilidade nos merece a UNESCO que decidiu classificar as gravuras de Foz Coa como património mundial? Os defensores da barragem falam da falta de turistas. Pois é, mas como já aqui referi o problema não está do lado da procura e sim do lado da oferta: é muito difícil visitar as gravuras porque a oferta é escassa (há poucas visitas). A procura existe e tem vindo a aumentar. Não estou a dizer que alguma dia serão atingidas as expectativas irrealistas que foram criadas relativamente ao número de turistas. Mas também não acredito que a barragem tivesse trazido grandes benefícios à região, para além do efémero emprego gerado pela construção. No vizinho vale do Douro, com as suas muitas barragens, os grandes problemas são semelhantes aos que apresentam Foz Coa e Vila Flor, ambas sem grandes barragens, não havendo diferenças relevantes nos seus níveis de desenvolvimento.


Conclusão
Depois de tudo isto, o que é que eu defendo?
Acima de tudo, defendo que seja encontrada uma solução estruturante, em resultado de uma reflexão séria e após serem ouvidas todas as partes envolvidas, sobre o que deve ser sacrificado para permitir o desenvolvimento das regiões desfavorecidas e sobre os valores patrimoniais que devem ser conservados.
No que respeita à construção de barragens para a produção de energia, será necessário proceder a uma reflexão igualmente séria, a qual terá de considerar a evolução da procura de energia eléctrica ao longo das próximas décadas e não apenas a satisfação (parcial) das necessidades actuais. A tendência é para um aumento progressivo da procura de energia, pelo que não é a construção de uma ou duas barragens que irá resolver o problema da autonomia energética do país.
Independentemente de as soluções apresentadas pelos governos se apoiarem nos argumentos do “desenvolvimento do interior” ou da “autonomia energética de Portugal”, não posso aceitar pactuar com um sistema que hoje se compromete, perante a União Europeia, a assegurar a conservação de determinadas zonas e valores naturais e amanhã faz tábua rasa dos compromissos anteriores. Isto aplica-se a barragens e também a quaisquer outros empreendimentos que tenham impacto nos valores que são objecto de uma protecção legal. Se for para sacrificar todos os nossos valores culturais e naturais, então sacrifique-se, mas que isso seja assumido de uma forma clara, sob a forma de uma lei, perante os portugueses e perante a União Europeia.

1 abraço,
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por rufa » 7/7/2008 18:27

Elias Escreveu:E o Douro? Continuas a não me responder sobre o Douro. Em tua opinião as barragens do Douro têm ou não potencialidades turísticas? E estão ou não a ser aproveitadas?


Acho que são claras as potencialidades turísticas do Douro, das suas barragens e sua navegabilidade. Quanto ao aproveitamento não é o melhor, pois tem sido retirada alguma visibilidade promocional nas rotas turísticas do Douro. Existem no entanto projectos em fase de arranque e consolidação que "PARECEM" estar a começar a inverter esta tendência.

http://www.douronet.pt/

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por Dwer » 7/7/2008 18:22

Elias Escreveu:Dwer,

Obrigado pela tua mensagem.

Levantas uma série de questões às quais pretendo responder de forma estruturada.

Deixa-me organizar as ideias e colocarei aqui a minha resposta (se não for hoje, será o mais tardar amanhã).

1 abraço,
Elias


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por Elias » 7/7/2008 18:19

Dwer,

Obrigado pela tua mensagem.

Levantas uma série de questões às quais pretendo responder de forma estruturada.

Deixa-me organizar as ideias e colocarei aqui a minha resposta (se não for hoje, será o mais tardar amanhã).

1 abraço,
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por Dwer » 7/7/2008 18:14

Elias, tenho seguido este post com interesse mas acho que tem sido pouco esclarecedor, para o que podia ser.

Podes expor o teu ponto de vista, independentemente das opiniões que têm sido expostas?

As barragens são, de longe, a melhor forma de geração de energia eléctrica. É limpa e barata.

Portugal tem condições para tirar muito maior rendimento, do que já tira, da energia produzida por barragens.

Ecologicamente têm um impacto que não é pequeno. Não domino essas questões por isso tu, melhor que eu, poderá explicar o impacto ambiental das barragens.

No caso de Foz Côa há também um impacto cultural não desprezável.

Mas a construção de barragens tem que ser vista numa óptica de custo / benefício.

Na minha opinião e na presente conjuntura energética, o benefício é bastante superior ao custo, mesmo levando em conta os impactos ecológicos e culturais.

Qual é a tua opinião?

Haverá alguma forma de capturarmos os benefícios, minimizando, ao mesmo tempo, os impactos ecológicos e culturais?
Abraço,
Dwer

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